Daniela Martins - A minha forma de (vi)ver

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Escola Artística António Arroio Daniela Martins n.º 8 - 10º F

A minha forma de (vi)ver

Professora Elisabete Miguel Ano letivo 2011/2012



A professora disciplina de Língua Portuguesa pediu-nos que pesquisássemos 20 poemas à nossa escolha, mas com um tema afim. Essa seleção feita, deveríamos passar à eleição do nosso texto favorito, ilustrá-lo e explicar a razão da imagem escolhida, por fim, deveríamos explicitar a linha condutora dos textos. Fomos alertados para a importância a dar à estrutura formal do trabalho, não esquecendo a introdução, a conclusão, o índice e a indicação bibliográfica. A minha opção foi, sempre com fotografias da minha autoria, juntar uma imagem a cada poema. Para ilustrar os poemas, escolhi a temática da natureza, à mistura com algumas cenas do quotidiano.



Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente;

É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor? Luís de Camões



Inconstância Procurei o amor, que me mentiu. Pedi à Vida mais do que ela dava; Eterna sonhadora edificava Meu castelo de luz que me caiu! Tanto clarão nas trevas refulgiu, E tanto beijo a boca me queimava! E era o sol que os longes deslumbrava Igual a tanto sol que me fugiu! Passei a vida a amar e a esquecer... Atrás do sol dum dia outro a aquecer As brumas dos atalhos por onde ando... E este amor que assim me vai fugindo É igual a outro amor que vai surgindo, Que há-de partir também... nem eu sei quando... Florbela Espanca



Vaidade Sonho que sou a Poetisa eleita, Aquela que diz tudo e tudo sabe, Que tem a inspiração pura e perfeita, Que reúne num verso a imensidade! Sonho que um verso meu tem claridade Para encher o mundo! E que deleita Mesmo aqueles que morrem de saudade! Mesmo os de alma profunda e insatisfeita! Sonho que sou Alguém cá neste mundo... Aquela de saber vasto e profundo, Aos pés de quem a Terra anda curvada! E quando mais no céu eu vou sonhando, E quando mais no alto ando voando, Acordo do meu sonho... E não sou nada!... Florbela Espanca



Os versos que te fiz Deixa dizer-te os lindos versos raros Que a minha boca tem pra te dizer! São talhados em mármore de Paros Cinzelados por mim pra te oferecer. Têm dolência de veludos caros, São como sedas pálidas a arder... Deixa dizer-te os lindos versos raros Que foram feitos pra te endoidecer! Mas, meu Amor, eu não tos digo ainda... Que a boca da mulher é sempre linda Se dentro guarda um verso que não diz! Amo-te tanto! E nunca te beijei... E nesse beijo, Amor, que eu te não dei Guardo os versos mais lindos que te fiz! Florbela Espanca



MAR PORTUGUÊS Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa



Quem me dera que eu fosse o pó da estrada Quem me dera que eu fosse o pó da estrada E que os pés dos pobres me estivessem pisando... Quem me dera que eu fosse os rios que correm E que as lavadeiras estivessem à minha beira... Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio E tivesse só o céu por cima e a água por baixo... Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro E que ele me batesse e me estimasse... Antes isso que ser o que atravessa a vida Olhando para trás de si e tendo pena... Alberto Caeiro



Poema das árvores As árvores crescem sós. E a sós florescem. Começam por ser nada. Pouco a pouco se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo. Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos, e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se. Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores, e então crescem as flores, e as flores produzem frutos, e os frutos dão sementes, e as sementes preparam novas árvores. E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas. Sem verem, sem ouvirem, sem falarem. Sós. De dia e de noite. Sempre sós. Os animais são outra coisa. Contactam-se, penetram-se, trespassam-se, fazem amor e ódio, e vão à vida como se nada fosse. As árvores, não. Solitárias, as árvores, exauram terra e sol silenciosamente. Não pensam, não suspiram, não se queixam. Estendem os braços como se implorassem; com o vento soltam ais como se suspirassem; e gemem, mas a queixa não é sua. Sós, sempre sós. Nas planícies, nos montes, nas florestas, A crescer e a florir sem consciência. Virtude vegetal viver a sós E entretanto dar flores. António Gedeão



Sem remédio Aqueles que me têm muito amor Não sabem o que sinto e o que sou... Não sabem que passou, um dia, a Dor À minha porta e, nesse dia, entrou. E é desde então que eu sinto este pavor, Este frio que anda em mim, e que gelou O que de bom me deu Nosso Senhor! Se eu nem sei por onde ando e onde vou! Sinto os passos de Dor, essa cadência Que é já torturaw infinda, que é demência! Que é já vontade doida de gritar! E é sempre a mesma mágoa, o mesmo tédio, A mesma angústia funda, sem remédio, Andando atrás de mim, sem me largar! Florbela Espanca


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~ Soneto 35 ~ Não chores mais o erro cometido; Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho; O sol no eclipse é sol obscurecido; Na flor também o inseto faz seu ninho; Erram todos, eu mesmo errei já tanto

Que te sobram razões de compensar Com essas faltas minhas tudo quanto Não terás tu somente a resgatar; Os sentidos traíram-te, e meu senso De parte adversa é mais teu defensor, Se contra mim te excuso, e me convenço Na batalha do ódio com o amor: Vítima e cúmplice do criminoso, Dou-me ao ladrão amado e amoroso. William Shakespeare



Consolo na praia Vamos, não chores. A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. Perdeste o melhor amigo. Não tentaste qualquer viagem. Não possuis carro, navio, terra. Mas tens um cão. Algumas palavras duras, em voz mansa, te golpearam. Nunca, nunca cicatrizam. Mas, e o humor? A injustiça não se resolve. À sombra do mundo errado murmuraste um protesto tímido. Mas virão outros. Tudo somado, devias precipitar-te, de vez, nas águas. Estás nu na areia, no vento... Dorme, meu filho. Carlos Drummond de Andrade



Agora é sério Acabou!! Não chores... Pois pode cair lágrimas na minha taça de champagne e fazer parte do cálice de minha comemoração. Não reclames ... Pois os teus sussurros podem incomodar o meu silêncio de alegria. Não sinta ódio de mim... Pois este ser que te abandona agora, Pode ser o teu agora do amanhã. Também não ria.... Pois o amanhã você nem sabe se existirá. Apenas cale-se... Pois o mais sábio de todos os seres, Sofreu calado, Foi mal tratado, Derramou sangue por toda uma nação, Sem reclamar e mesmo assim, Continuou com amor no coração. Reff Carvalho



As árvores e os livros As árvores como os livros têm folhas e margens lisas ou recortadas, e capas (isto é copas) e capítulos de flores e letras de oiro nas lombadas. E são histórias de reis, histórias de fadas, as mais fantásticas aventuras, que se podem ler nas suas páginas, no pecíolo, no limbo, nas nervuras. As florestas são imensas bibliotecas, e até há florestas especializadas, com faias, bétulas e um letreiro a dizer: «Floresta de zonas temperadas». É evidente que não podes plantar no teu quarto, plátanos ou azinheiras. Para começar a construir uma biblioteca, basta um vaso de sardinheiras. Jorge Sousa Braga



Poetas Ai almas dos poetas Não as entende ninguém, São almas de violeta Que são poetas também. Andam perdidas na vida, Como estrelas no ar; Sentem o vento gemer Ouvem as rosas chorar! Só quem embala no peito Dores amargas secretas É que em noites de luar Pode entender os poetas. E eu que arrasto amarguras Que nunca arrastou ninguém Tenho alma para sentir A dos poetas também! Florbela Espanca



XXVIII

Li hoje quase duas páginas Do livro dum poeta místico, E ri como quem tem chorado muito. Os poetas místicos são filósofos doentes, E os filósofos são homens doidos. Porque os poetas místicos dizem que as flores sentem E dizem que as pedras têm alma E que os rios têm êxtases ao luar. Mas as flores, se sentissem, não eram flores, Eram gente; E se as pedras tivessem alma, eram coisas vivas, não eram pedras; E se os rios tivessem êxtases ao luar, Os rios seriam homens doentes. É preciso não saber o que são flores e pedras e rios Para falar dos sentimentos deles. Falar da alma das pedras, das flores, dos rios, É falar de si próprio e dos seus falsos pensamentos. Graças a Deus que as pedras são só pedras, E que os rios não são senão rios, E que as flores são apenas flores. Por mim, escrevo a prosa dos meus versos E fico contente, Porque sei que compreendo a Natureza por fora; E não a compreendo por dentro Porque a Natureza não tem dentro; Senão não era a Natureza. Alberto Caeiro



Medo precisa perder o medo do sexo precisa perder o medo da morte precisa perder o medo da música precisa perder o medo da música o que se vê não se via o que se crê não se cria precisa perder o medo da musa precisa perder o medo da ciência precisa perder o medo da perda da conciência o que se vê não se via o que se crê não se cria precisa perder o medo de mim precisa perder o medo de mim precisa perder o medo da música precisa perder o medo da música o que se vê não se via o que se crê não se cria medo medo medo medo o que se crê não se cria precisa perder o medo da musa precisa perder o medo da musa precisa perder o medo da música precisa perder o medo da música medo medo medo medo o que se crê não se cria Arnaldo Antunes



Eu gosto do impossível, Tenho medo do provável, Dou risada do ridículo E choro porque tenho vontade, Mas nem sempre tenho motivo. Tenho um sorriso confiante, Que as vezes não demonstra o tanto de insegurança por trás dele. Sou inconstante e talvez imprevisível. Não gosto de rotina. Eu amo de verdade aqueles pra quem eu digo isso, E me irrito de forma inexplicável quando não botam fé nas minhas palavras. Nem sempre coloco em prática aquilo que eu julgo certo. São poucas as pessoas pra quem eu me explico... Bob Marley



As sem-razões do amor Eu te amo porque te amo, Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo. Eu te amo porque te amo. Amor é estado de graça e com amor não se paga. Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários. Eu te amo porque não amo bastante ou demais a mim. Porque amor não se troca, não se conjuga nem se ama. Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo. Amor é primo da morte, e da morte vencedor, por mais que o matem (e matam) a cada instante de amor. Carlos Drummond Andrade



Amor e seu tempo Amor é privilégio de maduros estendidos na mais estreita cama, que se torna a mais larga e mais relvosa, roçando, em cada poro, o céu do corpo. É isto, amor: o ganho não previsto, o prêmio subterrâneo e coruscante, leitura de relâmpago cifrado, que, decifrado, nada mais existe valendo a pena e o preço do terrestre, salvo o minuto de ouro no relógio minúsculo, vibrando no crepúsculo. Amor é o que se aprende no limite, depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida. Amor começa tarde. Carlos Drummond Andrade



Estamos nós Aqui estamos outra vez, Como velhos conhecidos. Distantes dos mesmos medos, Perto dos mesmos sonhos. Aqui olhamos outra vez, Perdemo-nos nesta dor da distancia, Presos por essa tal ânsia. Aqui sentimos outra vez, Essa paixão inelutável, Que fere meu coração, E faz-me exímio escravo. Aqui nos amamos outra vez, Nesse impenetrável sentimento Que mente alguma pode descrever, Mas que conseguimos sentir. Amtonielson Sousa



Amizade que o tempo não leva.... Existem conhecidos; Existem colegas; Existem estranhos; E existem os amigos... Amigos no sentido literário; Amigos no sentido menos vão da palavra; Amigos em sua essência. Amigos por apenas, amigos. Sábios são nossos poucos e queridos amigos! Amados os sejam! No deserto; estão presentes. Em pensamentos, nos protegem; Em alma, nos devota. Ah os amigos... Abençoados sejam os que possuem; Os que são. Quando o moinho da vida vem nos triturar; Estamos dentro de uma bolha, no colo de um amigo. Amigos são semi-deuses. São a palavra confortante, o acalento na noite friorenta; O abrigo em meio a tempestade, a mão que te traz à tona. Ter um bom irmão; é sorte. Ter um bom amigo; é uma dádiva. Não deixe que o tempo leve as boas gargalhadas de adolescentes; As velhas brincadeiras de criança. Cultive aquele que é uma parte de você em outro corpo. É o seu anjo da guarda e o seu conselheiro. Não deixe seu amigo viver sem saber o quão especial ele é. Procure-o. Proteja-o. E acima de tudo; AME-O!

Carla Andressa Regaço



É você... Sons. Cores. Euforia. Você. Tristeza. Angústia. Fobia. Você. Você tá ali, você tá aqui. Escondido por entre as nuvens, no meio da rua principal. Você que é feito de luz única gerada da junção de todas as mais bonitas estrelas. Você que é feito principalmente de sonhos. De ilusões. De loucuras desenfreadas de amor. Você que do seu jeito peculiar, é fascinante, é amedrontador. Você ao qual bendigo todas as mais raras protecções divinas que possam passar pela minha cabeça. Ti, que é o tudo e o nada. A incerteza mais concreta que há de passar por aqui. Nessa noite. Nesses braços. Nessa pessoa sentimental por demais que vos escreve. Você. Ahh você... Se soubesse o quanto há de graça em todos os pequenos detalhes de tu; Não estarias mais aqui. Portanto faço de todas essas minimalistas conclusões; Um segredo. O Teu segredo. O meu segredo. O que há de melhor em mim. Você! Carla Andressa Regaço



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Ser poeta é Ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Aquém e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela Espanca



Para escrever um poema O poeta quer escrever sobre um pássaro: e o pássaro foge-lhe do verso. O poeta quer escrever sobre a maçã: e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou. O poeta quer escrever sobre uma flor: e a flor murcha no jarro da estrofe. Então, o poeta faz uma gaiola de palavras para o pássaro não fugir. Então, o poeta chama pela serpente para que ela convença Eva a morder a maçã. Então, o poeta põe água na estrofe para que a flor não murche. Mas um pássaro não canta quando o fecham na gaiola. A serpente não sai da terra porque Eva tem medo de serpentes. E a água que devia manter viva a flor escorre por entre os versos. E quando o poeta pousou a caneta, o pássaro começou a voar, Eva correu por entre as macieiras e todas as flores nasceram da terra. O poeta voltou a pegar na caneta, escreveu o que tinha visto, e o poema ficou feito. Nuno Júdice


Considero esta fotografia muito adequada para o poema que escolhi pois fiz a analogia entre um pássaro que não cantava, porque estava preso na gaiola e o mocho preso no fio, estando ambos impedidos de voar. A árvore, seca, porque a água que devia manter viva as suas flores escorreu ‘por entre os versos’. Metaforicamente, considero que há, em comum, um final feliz. Rompem-se as grilhetas das prisões, que impediam as necessidades, de alimento, de felicidade, de liberdade, de poesia! As flores secas, para sempre fixadas na minha fotografia, o mocho, pendente no fio, passeando-se por aí, adornando, quem sabe, o colo de uma bela mulher . No caso do poeta, porque ‘pousou a caneta, /[e] o pássaro começou a voar’ e, ao pegar de novo na caneta, pôde, por fim, concretizar o seu desejo ‘escreveu o que tinha visto ‘e o poema ficou feito.’




A razão da minha escolha, em relação aos poemas, teve a ver com o facto de eu ser confiante: acredito no amor, no sonho e nas pessoas! Amo a vida e considero-me uma pessoa romântica, apesar de pensar que o amor é inexplicável! O amor não pode ser limitado por definições! Entre as mil e uma definições, amar é: - Aceitarmos, mesmo quando não entendemos; - Zangarmo-nos sem odiar; - Sentir alegria pela felicidade do outro - Acreditar que por mais negra que seja a noite, no dia seguinte o sol voltará a brilhar. - …. A natureza é, para mim inspiradora, pelo que nunca me canso de a fotografar. Por vezes, só tenho pena de não conseguir reproduzir, com a máquina fotográfica, tudo o que os meus olhos vêem. Não há zoom que consiga captar a sua diversidade, as suas cores e os seus aromas! Como os meus pais costumam dizer, vivemos em eterna luta com o relógio, sempre a pensar no trabalho e nas nossas obrigações, sem deixarmos espaço para descontrair e ver o mundo bonito que nos rodeia. A natureza, além de inspiradora, pode servir de alívio ao nosso stress diário. Por exemplo, quem não se sentirá mais calmo, à beira rio, ouvindo o som da água, e observando-a a deslisar seguindo o seu caminho, tranquilamente, rumo à foz!? Até os cenários do outono, com os seus matizes, ou os dias de inverno com o som da chuva, podem ser inspiradores. E até hipnotizantes! A exemplificar o que aqui descrevo, passo a reproduzir uma descrição que li, há algum tempo, na internet: O orvalho desliza levemente sobre a folha até a ponta. Como se despedindo da planta que o acolheu durante a noite, por alguns segundos, parece flutuar na ponta da folha, e finalmente, cai na terra molhada.


Conclusão

Apesar de ter tido algumas dificuldades ao longo do trabalho, sinto que as soube ultrapassar e que atingi os objetivos pretendidos. Fiz pesquisa, selecionei versos, elegi o meu poema favorito e ilustrei-o com uma fotografia, explicando a razão da minha opção. De acordo com a minha sensibilidade, e porque gosto muito de fotografia, decidi também ilustrar todos os outros poemas. Cometi a falha de não tomar nota, na devida altura, de todos os sítios que me serviram de fonte para os poemas presentes neste trabalho. Porque ‘o tempo foge’ e tenho de cumprir o prazo de entrega do trabalho, impossível me é, agora, remediar este esquecimento, o que farei, logo que me seja possível, num futuro muito próximo. Foi um projeto muito útil, alargou os meus horizontes, conheci novos textos e poetas. Fez-me pensar mais profundamente na palavra ‘poesia’. No seu significado, nas diversas definições que encontrei. Ponderei. Reflecti, talvez pela primeira vez, no que para mim significa. Certa de que não encontrei, ainda, uma resposta definitiva, sei que, neste momento, para mim, a poesia é a forma de expressão que, com os seus jogos de palavras, os seus simbolismos, as suas imagens, a sua fantasia, preenche todos os meus sonhos e alimenta a minha esperança.


O que é a poesia? O que significa para mim? O perfume da rosa No meu lindo jardim!

Não tenho jardim, Mas gosto de imaginar, Que vivo rodeada de flores, De uma beleza sem par! A poesia faz parte da vida Poesia é poder voar Disso não há que duvidar Mesmo sem asas ter! Pode estar sempre presente Porque com imaginação Se a deixarmos entrar! O mundo podemos correr!

Podemos dar a volta ao mundo

A poesia só existe No coração de quem a sentir.

E novamente aqui voltar. Porque não há cordas fortes

Porque a poesia e a beleza Só alguns a podem atingir.

Que nos consigam amarrar.

Pessoas há que não conseguem Ver beleza nem poesia… Eu não vivo sem elas, Sentiria a minha vida vazia.


ÍNDICE Introdução Amor é fogo que arde sem se ver Inconstância Vaidade Os versos que te fiz Mar português Quem me dera que eu fosse o pó da estrada Poema das árvores Sem remédio Soneto 35 Consolo na praia Agora é sério As árvores e os livros Poetas Poetas místicos Medo Eu gosto do impossível As sem-razões do amor Amor e o seu tempo Estamos nós Amizades que o tempo não leva Você Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Poema escolhido Razões que motivaram a minha escolha Conclusão


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