Amazônia Maranhense

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Muito embora os estudos iniciais com o grupo no Maranhão (BARRETO; ANDRADE, 1995; HASS, 1992) tenham se realizado em áreas de proteção ambiental, os impactos frequentes observados tais como queimadas, expansão urbana, desmatamento devem estar limitando a distribuição da maioria das espécies de anfíbios e répteis. Mesmo aquelas espécies consideradas de ampla distribuição, como os anfíbios anuros Physalaemus cuvieri, Leptodactylus vastus e L. fuscus, e os lagartos, Ameiva ameiva, Cnemidophorus ocellifer, Micrablepharus maximiliani e Iguana iguana, e os anfisbenideos, Amphisbaena alba, muitas delas bastante comum nas áreas analisadas, os efeitos da fragmentação e perda dos habitats consiste em um fator crítico para a conservação e expansão territorial desses animais. O número de espécies já registradas para o bioma amazônico do Maranhão representa-se muito subestimado. Sabe-se que esta quantidade depende do tempo despendido nas coletas, da época, do número de pessoas envolvidas e de sua experiência. Depende também do período de coleta. Dessa forma, é prematuro inferir sobre a representatividade dos resultados, sendo necessário um maior esforço de coleta nas áreas para uma melhor caracterização da hepretofauna do estado.

Implicações para a conser vação conservação Vários estudos científicos têm apontado a importância da fragmentação sobre a estrutura de comunidades animas e vegetais e muitas evidências empíricas dos dados sugerem que a perda do habitat tem grande efeito negativo sobre a biodiversidade. Por outro lado, a fragmentação do habitat, independente da sua perda, tem efeitos mais fracos sobre a biodiversidade, que são tantos negativos quanto positivos (FAHRIG, 2003). A resposta a fragmentação depende da espécie em questão, e os esforços de conservação devem focar na determinação da quantidade de habitat requerido da espécie estudada. Laurance et al. (2002) concluíram que na floresta tropical brasileira existem fortes efeitos negativos da borda da floresta sobre vários taxa. Barreto (1995) apontou que o fator limitante para a distribuição de anfíbios na Amazônia Central é a disponibilidade de habitats para reprodução, mais importante do que tamanho de área. Alguns aspectos mais importantes para conservação de anfíbios e répteis em áreas que estão sofrendo graves impactos e fragmentação como é o caso das áreas analisadas é considerar o fato que as espécies apresentam diferentes padrões reprodutivos e biológicos em geral para sobreviver numa determinada área. Então, a medida mais eficiente de conservação nessas áreas requer identificar que espécies são mais vulneráveis à perda do habitat. Por isso, uma avaliação de ocorrência das espécies da herpetofauna juntamente com os dados populacionais já obtidos e os estudos ecológicos e biológicos que ainda serão desenvolvidos, representará um passo importante para ações futuras mais seguras de conservação do grupo na Amazônia do Maranhão. O maior problema em se traçar uma avaliação do status de conservação da herpetofauna da Amazônia maranhense é justamente a carência de dados na maioria das áreas. Apesar de o Brasil ter a maior biodiversidade do mundo (MIT TERMEIER; GIL; MITTERMEIRR, 1997; MYERS et al., 2000), ainda existem várias lacunas de inventários biológicos. A Amazônia foi apontada como o bioma de maior representatividade desta biodiversidade, comportando mais da metade do total de espécies existentes, mas mesmo assim ainda está carente de informações sobre sua fauna e flora. Principalmente no Maranhão esse

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