Jornal da Pesca Nº 21

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21 ANO VI

DEZEMBRO 2015 TRIMESTRAL GRATUITO DIRECTOR DINIS ERMIDA jornaldapesca@mundinautica.com

A ACTUALIDADE DA PESCA DESPORTIVA

ALTA GAMA!

p. 6

VEGA CRESCE PELO MUNDO Europa, África e Estados Unidos

p. 17

METHEOR:ComGARANTIA NA BÓIA Paulo Lourenço

p. 18

TONEIRAS PARA O CHOCO Com Bruno Alegria

p. 22

HARD SPIN: NÃO DÁ TRÉGUAS Com José Gomes Torres

CANAS DE SURF CASTING VEGA SOBEM A PARADA p. 8

FIOS VEGA SURF TECH E POTENZA ST FORAM A EXAME


EDITORIAL

Na pesca e na vida

Em Novembro, a meio de uma jornada de pesca nocturna numa praia, reparei... ao fim de muitos anos de ligação a este desporto... como a pesca desportiva é, realmente, um desporto de sábios. Não o digo com ironia; estou a ser sincero (é pena que na nossa cultura um elogio pareça sempre irónico). Nessa madrugada, enquanto um companheiro — um fenomenal pescador — falava, notei como as ferramentas que são necessárias para um Homem se tornar Sábio são exactamente as mesmas que são necessárias para se tornar um grande pescador. A paciência. A capacidade de olhar em volta e observar, com olhos de ver, o que o rodeia. A capacidade de interpretar aquilo que se observou. A capacidade de se notar padrões nos acontecimentos e de modificar o próprio comportamento em função disso. A capacidade de recordar as próprias experiências e, de entre estas, perceber quais são as que se aplicam ao

momento, e porquê, e em que medida. A capacidade de transmitir tanto, tanto, em tão poucas palavras, e muitas vezes apenas por acções. A prioridade dada a posturas mais evoluídas, mais correctas. Uma autoridade, nunca autoritária, mas sempre naturalmente reconhecida pelos outros. A 'alergia' à ideia de se pôr em bicos de pés para outros reconhecerem os seus méritos. Estas palavras podiam estar a ser ditas a respeito de Lao Tse, ou de Confúcio, ou de Platão, mas eu asseguro-vos que podem com a mesma propriedade ser ditas sobre alguns dos pescadores de excelência com quem tenho convivido. A História não registará os nomes deles. Mas eu sim. Sim, só um Sábio progride na Pesca. Dinis Ermida

Colaboram neste número: Tiago Pacheco

Filipe Condinho

Nº 21 ANO VI DEZEMBRO 2014 PROPRIEDADE Mundinautica, Lda. REDACÇÃO, PUBLICIDADE E MARKETING Lourel Park, Ed. 5 2710-363 Sintra T. 219 617 455 F. 219 617 457

© Mundinautica Portugal, Lda.

Brito Ribeiro

EDITOR Jorge Mourinho DIRECTOR Dinis Ermida dinis.ermida@mundinautica.com Redacção Paulo Soares paulo.soares@mundinautica.com DEPARTAMENTO GRÁFICO Fernando Pina

Paulo Lourenço

Bruno Alegria

COLABORAM NESTE NÚMERO Bass Nation Portugal, Bruno Cabrita, José Rodrigues, Paulo Torck Impressão Dilazo, S.A. ZI Frielas - Rua Cidade de Aveiro, 7 - A Armazém C - 2660-081 FRIELAS T. 219 897 340 F. 219 886 058 DISTRIBUIÇÃO Chronopost TIRAGEM 7.500 Exemplares

Joaquim Moio

José Gomes Torres

PERIODICIDADE Trimestral PREÇO Gratuito ERC Nº registo: 125807 DEPÓSITO LEGAL Nº 305112/10 Nota As opiniões, notas e comentários são da exclusiva responsabilidade dos seus autores ou das entidades que fornecem os dados. Nos termos da lei está proibida a reprodução ou utilização, por quaisquer meios, dos textos, fotografias e ilustrações constantes destas publicações, salvo autorização por escrito.


Notícias

PESCA EMBARCADA

BRUNO CABRITA CAMPEÃO NACIONAL Pela primeira vez na sua carreira, o atleta do GD ‘Os Amarelos’ sagrou-se Campeão Nacional de pesca embarcada.

B

runo Cabrita mostrou grande regularidade nas quatro mãos da edição deste ano da prova — fazendo o 2º lugar no barco no primeiro dia de pesca, em Albufeira, e o 1º nas três mãos seguintes. Em Novembro, nas águas ao largo de Leça da Palmeira, essa regularidade valeu-lhe o título de Campeão Nacional, com 10 pontos de vantagem sobre o segundo classificado e lugar garantido na Selecção Nacional do próximo ano. «No Algarve, já tenho pescado várias vezes, com bons resultados, e sabia ‘ao que ia’. Mas nestas jornadas no norte ia mais ‘às cegas’, pois são águas que não conheço, apenas ouvia falar das pescas que se fazia por lá», contou o pescador ao Jornal da Pesca. «São pesqueiros ricos em faneca, um peixe que aparece com pouca frequência cá DEZEMBRO 2015

pela zona sul e que não temos como treinar. Não é uma pesca muito fácil… não é impossível, mas também não é fácil, ela pica de um modo diferente, não se pode ferrar à bruta, pois o exemplar capturado espanta os outros e estraga tudo… É preciso fazer uma ferragem mais macia para elas não se espantarem. Felizmente, consegui adaptar-me às situações que apareciam. Depois, foi procurar o peixe, que é algo que faço muito quando o peixe não está aos nossos pés… sou uma pessoa que trabalha muito dentro do barco, e isso contribuiu para o resultado final, sem dúvida».

Equipamento Entre os materiais que ajudaram a este triunfo, Bruno Cabrita realça o carreto Camaro 5000, a sua primeira aposta em treinos e em competição

— um carreto que já deixara excelentes impressões junto da equipa d’Os Amarelos aquando da participação no Mundial de Clubes de Pesca Embarcada, que valeu um lugar no pódio à equipa sadina. Trata-se de um carreto com alta qualidade de construção que, apesar de pesar apenas 421 g, apresenta uma grande vocação lutadora, como se vê em detalhes como o corpo e o rotor em alumínio, as embraiagens muito robustas e precisas, os dez rolamentos inox, a manivela de combate ou o pé reforçado — e, claro, pelo drag selado de 20 kg (25 kg, no modelo 6000), com discos de carbono. Tem um ratio de 5.5:1 e traz de série duas bobines perfuradas, com capacidade para 360 m de 0.35. No que toca às linhas, a preferência de Bruno Cabrita vai para uma solução que conhece muito bem: o F-Tech Fluorocarbon. O atleta assinala «a excelente resistência à abrasão e a memória muito reduzida» deste fio, que considera «de alto nível». Os diâmetros de 0.205 a 0.235 são

os usados para os seus estralhos e o 0.255 e o 0.285 para as madres. «É raro estar alguém desta equipa a pescar sem uma destas bobines de 50 m por perto…».

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Notícias

MONTIJO

JARDIENSE LEVA 73 CRIANÇAS A PESCAR Chama-se «Vem Aprender a Pescar» e é uma iniciativa da UFC Jardiense, do Montijo, destinada a trazer jovens para a pesca.

A

A zona ribeirinha do Montijo, na margem sul do Tejo, viu 73 jovens pescadores, com idades entre os 6 e os 14 anos, a dar os seus primeiros passos na pesca desportiva. Tudo graças ao projecto «Vem Aprender a Pescar», uma iniciativa da UFC Jardiense, com o apoio da Câmara Municipal do Montijo e da rádio Popular FM. Os jovens, que pescaram acompanhados dos pais e não precisavam de trazer material próprio, começaram por receber algumas informações sobre segurança e sobre a importância da preservação das espécies e do meio ambiente. «Este foi um

evento de captura sem morte, realizado com anzóis sem barbela que possibilitaram que todos os exemplares capturados fossem devolvidos vivos à água», explicou o clube em comunicado. Em seguida, decorreu a distribuição dos materiais, já montados, e deu-se início às

ram sem dúvida momentos muito especiais para os jovens, que, no final, questionavam quando seria a próxima pescaria». «O êxito desta jornada ficou marcado pela descoberta de uma nova actividade para os jovens», conclui a UFC Jardiense.

ELECTRÓNICA

BALANÇA CAS ER

HUMMINBIRD COM NOVA SONDA PORTÁTIL

PERFORMANCE E DURABILIDADE

C

hama-se Piranha MAX 155 PT e foi pensada para embarcações com pouco espaço para baterias ou aparelhos; ou para pescadores que não querem deixar o seu equipamento electrónico no barco durante a noite; ou, ainda, que usem a mesma sonda em mais do que uma embarcação. Por isso, este modelo traz uma ventosa para fixação temporária do transdutor ao painel de popa, um cabo de alimentação para ligação a uma pequena bateria e uma base de fixação. Além disso, traz um estojo de base de uso e transporte, é à prova de água, tem simulador incorporado, menus em Português, função de zoom e alarme de peixes (com três níveis) e LCD de 4’’ com retroiluminação.

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três horas de pesca, com os elementos da UFC Jardiense disponíveis para ajudar os pescadores. Ajudas que foram úteis, pois «muitos participantes apanharam peixes, sendo de apontar a captura de vários exemplares de tainhas com tamanhos assinaláveis», informa o Clube. «Fo-

C

om ou sem coluna, a balança CAS ER adequa-se às necessidades da maior parte dos negócios de retalho como lojas de pesca, mercearias, peixarias ou frutarias, respondendo com precisão às necessidades de pesagem na venda directa ao público. A bateria recar-

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«Foi especialmente concebida para ser muito simples de usar, com funções básicas de sonda tradicional monocromática. Ideal para pessoas que procuram simplicidade a muito bom preço», explica o importador, a Nautel — que, para a tornar ainda mais interessante, lançou uma campanha que deixou o PVP em 185 € (IVA já incluído). Saiba mais em www.nautel.pt DEZEMBRO 2015


Notícias

ACHIGÃ

MOIO E GROSSO CAMPEÕES NACIONAIS Pela quarta vez, Joaquim Moio e João Grosso conquistaram o título nacional de pesca embarcada ao achigã.

A

dupla de maior sucesso de sempre desta disciplina em Portugal venceu em Outubro, pela quarta vez, na barragem de Castelo do Bode, o Campeonato Nacional de Pesca Embarcada ao Achigã, depois de um fim-de-semana impróprio para cardíacos em que a dupla João Neves / Ricardo Mira disputou o título até ao último instante. Em declarações exclusivas ao Jornal da Pesca, Moio não teve dificuldade em resumir esta edição da prova maior da nossa pesca: «Foi muito, muito disputado. Começámos a liderar, mas sempre com os segundos muito por perto, e foi lutar até à última. Sabemos que eles [Neves e Mira] são uma equipa muito forte, que são muito difíceis

de vencer, mas nós também não somos pessoas de deixar as coisas a meio», comentou.

Materiais usados O pescador não deixa de destacar a importância dos produtos Vega para esta conquista, designadamente a Akada S-Force 66M, o carreto Akada MT30 e a linha Power Zone Fluorocarbon. «Neste último fim-de-semana, como aliás em todo o Campeonato, portaram-se bastante bem. Em Castelo do Bode, tivemos de usar pescas muito ligeiras o fim-de-semana inteiro, principalmente no Domingo, com finesse e dropshot, e estes materiais foram importantes para o nosso sucesso. Entretanto, os dois pescadores de Évora já publica-

ram uma nota a agradecer «a todas as pessoas que estiveram envolvidas» nesta vitória, incluindo as suas famílias e o suplente Ângelo Rocha, bem como «aos patrocinadores; foi o final de

uma época que terminou em grande, muito obrigado». Por fim, também deixaram «uma palavra especial para a equipa João Neves / Ricardo Mira: foram grandes em todos os aspectos».

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Reportagem

INTERNACIONAL

VEGA EM CICLO DE CRESCIMENTO A primeira marca de pesca portuguesa está a ter um ano de 2015 de enorme crescimento no que toca às representações internacionais, estando neste momento presente em mais de 20 países.

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m destaque, a possível entrada num dos mercados mais competitivos do mundo: os EUA. A Vega está a colaborar com consultores locais, principalmente na área do surf casting, que estão a realizar uma vasta série de testes de terreno, envolvendo pescadores de diferentes regiões, para identificar as características diferenciadoras dos produtos que farão parte da gama, em 2016. Para já, os relatos que chegam apontam para uma grande satisfação dos pescadores com os materiais apresentados a teste, com um deles a declarar mesmo que «o que temos visto por cá não se compara».

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Canas Vega em testes nos EUA

A norte…

Deste lado do Atlântico, a marca também não tem tido mãos a medir. Os representantes no Reino Unido e na Grécia já anunciaram um reforço na sua aposta na gama Vega, em ambos os casos com uma grande quantidade de produtos específicos adaptados às solicitações dos pescadores locais. O mercado britânico é um dos mais importantes do mundo, pela quantidade de pescadores e pelos altos padrões de exigência. A Tackle Worldwide, parceiro local que já labora naquelas ilhas há 15 anos, é muito especializada em pesca de mar, pelo que começou por privilegiar estas gamas nas suas acções nas 300 lojas de Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda com que trabalha. Mas

Richard Yates, da Tackle Worldwide e Jorge Mourinho, da Vega

a satisfação causada por esses produtos teve o efeito de levar os praticantes de outras disciplinas a pedir um alargamento da oferta da marca para outros tipos de pesca também muito populares naquelas ilhas, como a chamada pesca de competição ou o carp fishing. Por isso, a nova gama de 2016 será ampliada com produtos inovadores, com as marcas Vega, CarpLine e Number One. «É um esforço conjunto de consolidação da Vega naqueles países que envolveu até um contrato de exclusividade, o que permite maior envolvimento do distribuidor nos investimentos a realizar», explicou Jorge Mourinho, responsável comercial da marca portuguesa, após uma visita ao Reino Unido que assinalou grandes avanços na parceria entre as duas empresas. Richard Yates, da Tackle Worldwide, mostrou-se satisfeito com o «enorme crescimento» obtido logo no primeiro ano, prevendo um 2016 «de emoções fortes para nós».

…e a sul

O novo ano também será de reforço da aposta na Vega por parte do importador para a Grécia. Christos Kalaitzis, responsável comercial do distribuidor En Plo Kalaitzi, revelou ao Jornal da Pesca que

Importante mercado da Grécia reforçado com produtos Vega em 2016

a marca lusa «rapidamente se tornou uma das mais importantes da nossa oferta. O mercado grego não tem dificuldade em perceber as qualidades destes produtos», explicando que o maior investimento no novo ano se deve ao facto de «dar gosto trabalhar com uma marca que tem a confiança dos pescadores». Estas notícias coincidem com a conclusão das negociações entre a Vega e um importador para a região norte de África, que torna disponíveis os produtos Vega aos pescadores da Tunísia e da Argélia. A Société La Sirène, com sede em Sousse, na Tunísia, distribuirá «não apenas o actual catálogo da Vega, mas também o desenvolvimento de novos produtos específicos para estes dois mercados», explicou Jorge Mourinho. Khalifa Fethi, responsável da empresa tunisina, esteve em Portugal a concluir as negociações na sede da Mundinautica, em Sintra, e também se mostrou agradado com o acordo alcançado: «É uma representação que contribuirá para o desenvolvimento da modalidade em dois países onde tem um potencial vasto. Para nós, é motivo de satisfação ser parte desse crescimento disponibilizando aos pescadores destas nações equipamentos desportivos de qualidade».

DEZEMBRO 2015

Tunísia e Argélia, dois novos mercados para 2016


Reportagem

COM A VEGA

O ALQUEVA FOI À TV Um passatempo organizado pela Vega, pela NOS e pelo Caça & Pesca permitiu a dois subscritores do Canal ir pescar no Alqueva na companhia do campeão Joaquim Moio, para levar o Grande Lago aos ecrãs de toda a península. também foram convidados pela NOS para um almoço na conhecida marina da Amieira.

Satisfação

R

oberto Barrulas e João Inácio Ribeiro foram os dois subscritores do Canal Caça & Pesca que venceram um passatempo organizado pela Vega e pela NOS e, assim, ganharam a possibilidade de ir pescar, durante duas horas, no barco do campeão mundial Joaquim Moio e com as suas valiosas

dicas, nas águas do Alqueva. Além disso, estes autores das duas melhores frases, escolhidas pela NOS, também receberam dois conjuntos de pesca completos da Vega, formados pela cana Akada LBC e pelo carreto Finessa LH. Para culminar um dia que ambos consideraram «magnífico», pescadores e acompanhantes

No final da iniciativa, o contentamento era mais do que evidente no rosto dos dois pescadores. «Uma experiência de pesca com um campeão mundial só pode ser fantástica!», disse Roberto Barrulas. «Um momento muito positivo, pela aventura e pelo companheirismo de todos os presentes!». João I. Ribeiro concordava: «Um dia excepcional! Desde o início, a própria organização… não conhecia o interior do Alqueva, e viajar nele foi espectacular!», disse, garantindo que voltará ao Alqueva para pescar. O próprio Joaquim Moio também se mostrou agradado com esta iniciativa, que considerou «interessante e diferente, boa para todos, pelo que se

deve repetir». Para o campeão nacional, a escolha do Grande Lago foi importante, formulando votos que «quem de direito olhe para este potencial todo que está nestas águas e leve o Alqueva a ser aquilo que realmente pode ser, tanto para a economia local, como para os pescadores de Portugal e lá de fora».

Canal divulga

Presente no Alqueva esteve também José Rodrigues, um conhecido pescador e cameraman que já tem realizado diversas reportagens para o Canal — além de também já ter feito várias filmagens no barco de Joaquim Moio. As excelentes imagens que capturou foram usadas pelo Canal na edição 443 do programa Veda Abierta, que inclui entrevistas aos pescadores e a Joaquim Moio.

Os prémios Com o direito de escolher os seus prémios Vega, ambos os pescadores participantes optaram por um conjunto de casting, formado pela célebre cana Akada LBC e pelo carreto Finessa LH. João Inácio Ribeiro revela não ter muita experiência na vertente de casting, mas fez esta opção de propósito «para fazer a aprendizagem. Como professor, sinto que devemos estar sempre a aprender», defendeu. Já Roberto Barrulas é conhecedor dos equipamentos Vega para achigã, mas na vertente de spinning, informando que «têm correspondido plenamente». Por isso a opção pelo casting também se destina a suprir a lacuna. «Tenho a expectativa de que este conjunto me acompanhe por muitos anos, e com muito peixe!», disse.

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BANCO DE ENSAIOS

CANAS DE SURF CASTING 2015/2016

«A VEGA SUBIU A PARADA»

IMAGENS Tiago Pacheco

Foi este o comentário feito por um lojista, em inícios de 2015, quando ficou a conhecer, em primeira mão, a gama de canas de surf casting que a Vega preparara para este ano. E, por vários motivos, o comentário foi totalmente certeiro.

B

lanks mais finos, leves e confortáveis. Ponteiras mais eficazes. Acabamentos de nível superior. Opções estéticas impressionantes. E uma série de estojos rígidos que vai bem com a alta qualidade da gama. Foram estes os primeiros pormenores a chamar as atenções de lojistas e pescadores quando a Vega começou a mostrar os principais modelos da colecção de 2015/2016 para surf casting. A marca já tinha modelos com um currículo impressionante, com inúmeros fãs conquistados de norte a sul do País. Mas a nova colecção colocou a fasquia num nível diferente. Os modelos em causa são, nuns casos, evoluções muito marcadas de soluções muito bem acolhidas de anos anteriores. Noutros, são propostas completamente novas, que não demoraram a chamar atenções.

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A efígie «Potenza» foi criada pela marca para destacar produtos-bandeira da Vega para a disciplina de surf casting, uma das mais populares em Portugal — e está em quatro dos seis modelos mais importantes do Catálogo de 2015. Os outros dois modelos desta série não deixam os seus créditos por mãos alheias: a Ogawa Surf e a Yamada Surf apresentam também capacidades acima da média e têm prestações que interessam muito tanto a pescadores de competição, como aos de lazer.

de pesca, é possível produzir folhas de carbono com uma estrutura molecular específica, que é exactamente a que garante uma resistência, uma leveza e, principalmente, uma flexibilidade — daí a designação Nanoflex — que alcançam níveis fantásticos no final da produção. E, como se fosse pouco, isto é conseguido com blanks mais finos, mais agradáveis de trans-

portar, mais rápidos, mais lançadores e mais marcadores dos toques. Desempenhos que, até há bem pouco tempo, eram inimagináveis estão agora a caminho de se tornar norma no mercado. O futuro é excitante. E esta gama da Vega já o deixa sentir em pleno. Hoje. Leia as próximas páginas e depois veja por si na loja mais próxima.

A importância do Nanoflex

A servir de base às prestações desta gama alta está a utilização do Nanoflex, uma tecnologia inovadora na produção de materiais em fibras de carbono. Graças a avanços na nanotecnologia que recentemente ficaram ao dispor das fábricas de canas

Da esquerda para a direita: Ogawa Surf, Potenza Premium, Yamada Surf e Potenza Prime, quatro dos modelos de gama alta da Vega este ano

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BaNco de ensaios

CANA VEGA 5374 POTENZA PREMIUM

TEXTO Tiago Pacheco

IMAGENS Autor e Arquivo

GARANTIA DE BOAS PRESTAÇÕES A evolução de uma das canas mais desejadas de sempre em Portugal.

É

que a Premium transporta a série para uma gama mais acessível a todos os pescadores. Está disponível nos tamanhos 4.20, 4.50 e 5.00m e é construída, como as Supercore, em carbono de alto módulo SHM Nanoflex. Possui ponteira tubular e uma ação de 120-300 g, o que se traduz na ação ideal para a maior parte

das pescas no Atlântico. Conta, ainda, com porta-carretos Fuji, passadores Low Rider e um PVP recomendado a partir de 168 €. A primeira coisa que salta à vista quando pegamos na Premium é a cor: um azul imaculado, sem falhas, brilhante, e digno de canas topo de gama. Além da bonita cor, saltam à vista a qualidade dos seus

acabamentos e o saco, que — mesmo não sendo rígido — está acima dos sacos comuns que as canas deste valor costumam ter. O peso também é uma agradável surpresa, com a versão 4.20m a marcar pouco mais de 500 g na balança. Esta parece-me, assim, uma evolução natural e aguardada da que foi a cana mais vendida em Portugal, a saudosa Vega Hellion — uma cana pensada para a generalidade da costa portuguesa, para os pescadores que procuram essencialmente uma cana com os três B's: boa, bonita e barata.

À pesca

A qualidade de acabamentos é só um dos aspectos positivos

Foi a pensar na sua rapidez, e potência, que me decidi pela Potenza Premium, uma cana que me garante boas prestações com chumbadas de 150, 160 e 170 g, perfeita para todos os tipos de pesca, especialmente para os mares de Inverno da Costa Oeste, onde por vezes é necessário atingir distâncias consideráveis, com chumbadas acima de 160g. A Premium é uma excelente cana, a melhor opção sem dúvida, para todos os que querem ter uma cana de qualidade, com robustez a toda a prova, leve e polivalente.

FICHA Técnica

· S ecções: 3 ·C orpo: Nanocarbono de alto módulo SHM

DEZEMBRO 2015

· Comprimentos disponíveis: 420, 450 ou 500 cm · Peso: a partir de 506 g

· Ponteira: Tubular · Acção: 120-300 g · Passadores: SiC (0+2+6)

·P ega: EVA ·P orta-carretos: Fuji ·A presentação: Estojo rígido ·P VPR: a partir de 168 €.

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BANCO DE ENSAIOS

CANA VEGA 5337 POTENZA ELITE

PARA QUEM PROCURA O TOPO TEXTO Tiago Pacheco

IMAGENS Autor e Arquivo

Depois de pescar intensamente com a Vega Potenza Supercore 4.25 e 4.50, nos últimos anos, era com bastante expectativa que aguardava a chegada da nova Vega Potenza Elite.

À

primeira vista, nota-se nesta Elite algumas semelhanças com a Supercore, nomeadamente o diâmetro da vara, as anilhas ou o porta-carretos. Mas nota-se, imediatamente, um maior cuidado na evolução estética deste novo modelo. Dotado de porta-carretos Fuji, os passadores dão lugar aos Fuji Low-Rider, em vez dos Fuji KW — uma vantagem para os utilizadores de fios finos, nomeadamente das medidas inferiores a 0.30. Além disso, o enrolamento dos passadores é feito na cor da Prime, um bonito vermelho. Imediatamente, também reparamos na qualidade do saco, um saco rígido dotado de divisórias, para melhor

transportarmos a Elite, o que pode evitar algumas dores de cabeça, nomeadamente passadores partidos ou ponteiras partidas no transporte.

Na areia

Ao montar a cana pela primeira vez na praia, reparo ainda nas pegas e nas ‘miras’, que ajudam a colocar e alinhar os elementos mais fácil e mais rapidamente. A Elite é uma cana à semelhança da Supercore — bastante leve, tem apenas mais 15 g, sensivelmente. É fina e muito fácil de manusear. É, também, bastante cómoda, fruto do seu baixo diâmetro e peso, não cansa as costas e permite atingir boas distâncias, mesmo para alguém com menos

Os passadores Fuji Low-Rider beneficiam quem usa fios finos, nomeadamente abaixo de 0.30 mm

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BANCO DE ENSAIOS

Um blank fino, poderoso mas sensível, que se destaca tanto nos lançamentos como a marcar toques

experiência e que lance por cima da cabeça. Fruto da minha experiência passada com a Supercore, foi muito fácil adaptar-me à Elite, penso que para mim a sua best performance se situa entre os 140 e 150 g, conseguindo-se distâncias superiores a 100/120 m, a lançar

por cima da cabeça — sendo que um pescador experiente, com técnicas de lançamento diferentes, conseguirá seguramente distâncias bem superiores, com 130, 140 e até 150 g, como pude constatar nas últimas idas à praia. A Elite marca muito bem o peixe. É o que chamamos

de híbrida para todo o ano, uma vez que não é limitativa em termos de chumbada, lança bem 120 g, como lança 100-200 g, mas (caso o mar o exija) também lança sem problemas 170 g, perdendo apenas um pouco de distância. Penso que todas estas qualidades — como a

grande comodidade, o diâmetro reduzido, o peso reduzido, os excelentes componentes ou a facilidade de utilização — fazem da Vega Potenza Elite uma das canas-sensação de 2015, e uma excelente aposta, para quem procura uma cana topo de gama.

· Peso: 491 ou 546 g · Ponteira: híbrida · Acção: 100-270 g · Passadores: Fuji Alconite (0+1+7)

· Pega: EVA ergonómica · Porta-carretos: Fuji · Apresentação: Estojo rígido, com pega acolchoada e interior com três bolsas

independentes e bolsa extra, a toda a altura do estojo, separada por fecho de correr · PVPR: a partir de 350€.

FICHA Técnica

· S ecções: 3 ·C orpo: Carbono de alto módulo Nanoflex ·C omprimentos disponíveis: 425 ou 450 cm

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BANCO DE ENSAIOS

CANA VEGA 5340 POTENZA HARDCORE

TEXTO Tiago Pacheco

IMAGENS Autor e Arquivo

CONFORTO ABSOLUTO Atingir grandes distâncias de lançamento, com toda a comodidade, usando chumbadas muito diferentes — o topo de gama da Vega promete facilitar a pesca.

A

Potenza Hardcore é uma cana muito especial para mim, não só por a ter testado em protótipo, em 2013, mas também por ser esteticamente tudo o que eu gosto e procuro numa cana de pesca. A Hardcore reflecte a estratégia da Vega em produzir canas de extrema qualidade, para o mercado de gama alta, bem equipadas, leves, e muito bem acabadas. A Hardcore está disponível nos tamanhos 4.20 e 4.50, é construída — como a Supercore e a Elite — em carbono de alto módulo SHM Nanoflex, possui ponteira híbrida, porta-carretos Fuji e passadores Fuji Low Rider. Apresenta uma acção de 150-250 g e o

PVP recomendado é de 357 €, para o modelo mais curto. A Vega brinda-nos ainda com um saco rígido, de extrema qualidade, e divisórias que nos permitem transportar a Hardcore em segurança até ao pesqueiro. Esta é uma cana inspirada na Supercore e na Elite, sendo bastante semelhante à sua irmã vermelha, com um blank super fino e peso a rondar os 490 g. Complementa a gama — e está direcionada para as pescas de competição, sendo que a sua best performance, para mim se situa entre 100 e 140 g, sendo que se consegue boas distâncias ainda com 150 g. Ao pescar pela primeira vez com a Hardcore, reparo imediatamente nas suas guias

O blank finíssimo é um dos destaques da Hardcore

que ajudam a alinhar a cana, e no grip antiderrapante — são pormenores que, quanto a mim, fazem a diferença nesta gama. Também o peso e o diâmetro da vara dão origem a uma cana bastante confortável, e ficamos imediatamente com a sensação de facilidade de uso.

Em acção

Por comparação com a Elite, dado que tenho as duas, pude constatar as diferenças em acção de pesca: com a Hardcore consegue-se as mesmas distâncias de lançamento até aos 140 g, com menos esforço; nota-se que é uma cana que carrega muito facilmente. Para mim, é uma cana excelente para todos aqueles que, com menos experiência, procuram uma cana topo de gama, com que seja possível atingir boas distâncias com uma facilidade extrema no lançamento até 140 g. Acima de tudo, quanto a mim, tem como pontos fortes a leveza, o baixo diâmetro, a facilidade de utilização, a grande sensibilidade ao toque e, claro, a sua qualidade de construção e de equipamento.

FICHA Técnica

· Secções: 3 ·C orpo: Nanocarbono de alto módulo SHM

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· Comprimentos disponíveis: 425 ou 450 cm · Peso: a partir de 494 g

· Ponteira: Híbrida · Acção: 150-250 g · Passadores: Fuji Alconite (0+1+7)

·P ega: EVA, anatómica ·P orta-carretos: Fuji ·A presentação: Estojo rígido ·P VPR: a partir de 357 €. DEZEMBRO 2015


BaNco de ensaios

5345 YAMADA SURF

IMAGENS Tiago Pacheco

QUALIDADE TOTAL Prestações elevadas, que agradam a cada jornada: a Yamada Surf é uma cana com aparência sóbria e uma vocação guerreira.

M

ais um exemplo das excelentes propriedades do nanocarbono aplicado às canas de pesca modernas. A Yamada Surf apresenta um blank muito fino e rápido e uma ponteira híbrida de alta qualidade, vocacionada para conseguir lançamentos longos, mesmo com chumbadas mais leves (mas não hesite

em usar mais pesadas, a acção desta cana é 150-250 g). Além disso, a acção de ponta, o uso de componentes Fuji Alconite e a versatilidade que as suas características lhe proporcionam explicam o sucesso de vendas que tem registado. Está disponível apenas no comprimento de 4.5 m e é fornecida com um prático saco reticulado bastante protector.

A pesca com esta solução Vega é uma experiência entusiasmante. O nanocarbono utilizado na construção do blank mostra serviço logo a partir dos lançamentos com chumbadas mais leves, sendo a sensação de satisfação total por volta dos 150 g. Dá gosto vê-la marcar toques ou puxar peixe: a estética da Yamada pode ser sóbria, mas a pesca é uma animação.

· Comprimento: 450 cm (montada) · Peso: 578 g · Acção: 150-250 g

· Tipo de acção: Ponteira · Passadores: Fuji Alconite (0+1+7) · Pega: EVA ergonómica

FICHA Técnica · S ecções: 3 ·C orpo: Nanocarbono SHM de alto módulo

O seu ponto ao virar da esquina! Sempre que necessitar de enviar ou receber encomendas, pode contar com a vasta rede Pickup.

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Proximidade Comodidade Conveniência Alertas por sms e e-mail Meios de pagamento diversificados

·P orta-carretos: Tubular Fuji ·A presentação: Estojo almofadado, reticulado ·P VPR: 238 €.


Surf Casting

ISCOS NO SURF CASTING

O PODER DOS CEFALÓPODES Quando pensei no isco a escolher para este artigo, lembrei-me de muitos, mas a escolha acabou por recair num que, a meu ver, ainda é pouco explorado pelos pescadores, principalmente pelos iniciantes, ávidos de capturas em número, ignorando o poder dos cefalópodes.

O

choco, a lula e o polvo, através do seu ‘bucho’, formam um isco de eleição para a prática de surf casting. Há muitos anos que os utilizo com óptimos resultados e têm sido eles os responsáveis pelas melhores capturas e pescarias que fiz e vi fazer, em termos de tamanho dos exemplares. Acredito que muitos julguem que o choco, a lula e o polvo raramente dão resultado, mas estão enganados. Se analisarem ao detalhe, a maioria dos peixes tem os cefalópodes como dieta alimentar, e quase todos os peixes desejados pelos pescadores de surf casting adoram estes iscos. Os cefalópodes percorrem as nossas praias durante todo o ano, e são um isco muito guloso e nutritivo para os peixes que tanto procuramos. Os grandes robalos, os sargos, as bailas, as corvinas e as douradas adoram uma boa tira de

TEXTO e IMAGENS Filipe Condinho (www.pesqueiro.pt)

choco fresca, uma lula da arte ou um bucho de polvo. Diria que os grandes exemplares não lhe resistem. É verdade que não serão os iscos que produzem mais actividade na maioria dos dias, mas são um dos melhores iscos para a cap-

tura de um grande exemplar, para mim o melhor. Nas praias, os grandes robalos, sargos e douradas procuram-nos, e nos estuários as grandes corvinas e robalos são loucos por uma boa iscada destes moluscos marinhos.

A iscagem

A iscagem destes iscos deve ser feita de duas maneiras: TIRA FINA A primeira procurando tirar uma tira fina e atando bem, com o fio elástico, dando uma imagem gulosa — sendo que um dos

Sobre os acessórios

Com esta opção de iscada, os elementos da nossa pesca ganham alguma importância.

FIO ELÁSTICO Importante para a apresentação do isco em condições após o lançamento, o fio elástico é uma excelente solução nas iscadas de choco, lula ou polvo, pois não interfere nas distâncias de lançamento nem afecta a eficácia do isco na água. A Vega tem um, branco, de muita qualidade, com espessura de 10 mm que vem em carrinhos de 200 m, pelo que serve para muitas jornadas. Traz de série um prático cilindro de protecção, em plástico, com tampa, que inclui no fundo um eixo onde o carrinho pode rolar, o que torna o corte do fio muito mais prático e rápido.

ESTRALHOS Considerando que este tipo de iscos pode chamar as atenções de grandes peixes, é importante que as linhas sejam de alta qualidade, principalmente os estralhos. Eu uso muito o Power Zone, um monofilamento integralmente em fluorocarbono que resiste muito bem ao desgaste dos fundos. Aprecio a sua sensibilidade aos toques, só possível pela elasticidade muito reduzida.

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Surf Casting

Pormenor de uma iscada de tiras finas de choco

truques para se conseguir grandes exemplares, nesta iscagem, passa por se cortar com a tesoura a parte de baixo da iscada, de forma a imitar os tentáculos. Neste caso, o tamanho da iscada deve ser proporcional ao anzol, e este deve ficar com todo o seu bico de fora. Dois dos erros que vejo nesta iscada

é esconderem totalmente o anzol, tornando quase impossível qualquer tipo de ferragem; e usarem anzóis de tamanho muito pequeno para uma iscada que, de uma forma geral, pede anzóis entre o 1/0 e o 5/0. LULA DE ARTE Consiste num isco de pequenas dimensões, iscado com a FIO Shock Leader Vega

DESTORCEDOR POTENZA 7001 nº 4 MADRE Fluorocarbono Potenza 0.40mm a 0.60mm de 60cm a 1m até à urze

MONTAGEM DE FILIPE CONDINHO

As cores são um aspecto importante nestas iscadas

ESTRALHO 1.5m a 3m Power Zone 0.35mm a 0.40mm ANZOL POTENZA 4269

CHUMBADA VEGA Revestida 160 g

A corvina - neste caso capturada numa jornada de pesca embarcada - é uma das espécies de predadores que aprecia este isco

agulha, deixando os tentáculos para baixo, de forma a provocar ainda mais o peixe, que normalmente prefere atacar a zona da cabeça dos cefalópodes.

Quatro grandes vantagens

De preferência, estes iscos devem estar frescos, pois assim mantêm intactas as suas pigmentações que são muito atractivas para os peixes. Caso não consiga encontrá-los frescos, procure-os congelados o mais fresco possível, com toda a sua coloração intacta. Uma das grandes vantagens destes iscos reside no facto de, devido à sua abundância na nossa costa, serem facilmente encontrados durante o ano — principalmente o choco, que é também o mais utilizado dos três no surf casting. Quase todos os supermercados, mercados, e até lojas de pesca têm algum destes iscos disponíveis anualmente. Outras vantagens que muito aprecio nestes iscos são a sua capacidade para nos dar ‘o exemplar da noite’ e a sua durabilidade no anzol — aguentam muito mar, assim como as investidas de peixe miúdo, evitando que principalmente em

noites de muita actividade estejamos sempre com os estralhos desiscados e perdendo a possibilidade de ter isco no anzol quando passar o tal exemplar. Além disto o seu preço médio é acessível. Se pensarmos na sua durabilidade e no número de iscadas que podemos produzir por quilo de choco, lula ou polvo, vemos como estamos a falar de um isco que compensa. Um choco de cerca de 500 g, por exemplo, permite fazer entre três e seis iscadas de bom tamanho, o que — para um isco que pode estar horas no anzol sem perder as suas características — é muito acessível.

Conclusão

Em jeito de conclusão deixo-vos a ideia de que, não sendo este o isco que mais peixe me deu na vida, é claramente, no surf casting, o isco que me deu os maiores exemplares. A escolha deve ser sempre sua, mas se quer sonhar alto, se quer um dia sentir do outro lado o peixe que o deixará orgulhoso, pode ter aqui o segredo. O poder deste isco é não é mera ficção, é uma realidade com que me deparo pescaria após pescaria.

Critérios de utilização Muitos pescadores, cépticos quanto ao uso destes iscos, perguntam quando se deve realmente utilizar estes iscos? Ora, do meu ponto de vista, quase sempre que pretendemos ou temos ideia de que nesse pesqueiro existem exemplares de bom porte. Mais concretamente, ou em estuários, na pesca a corvinas

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e robalos, ou no mar, em dias de águas agitadas, que são os mares que revolvem as areias e que trazem mais predadores e peixes grandes às beiras. Nos dias do chamado ‘mar bruto’ — aquele mar espumado e com grandes ondulações, em que a maioria dos iscos não consegue aguentar — a opção por cefalópodes é obrigatória.

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BANCO DE ENSAIOS

VEGA SURF TECH E POTENZA ST

FIOS EVOLUÍDOS Brito Ribeiro estreia-se nas nossas páginas com uma avaliação a dois monofilamentos que não deixaram os seus créditos por mãos alheias.

F

ui fazer uma jornada de pesca num dia de mar com uns dois metros de vaga, bastante força na rebentação, tempo fresco e nevoeiro quanto baste. Fiz as três últimas horas da enchente na praia da Gelfa, lançando para uma coroa de areia. Foi o momento escolhido para experimentar o monofilamento Surf Tech e o fluorocarbono Potenza ST, ambos da Vega. Devo dizer que estou habituado a pescar com multifilamentos em surf casting e este regresso ao monofilamento não tem nada de regresso ao passado — pelo contrário, estes nylons evoluíram imenso. Prova disso mesmo foi a escolha de uma linha 0.35

mm, que o fabricante anuncia como tendo uma resistência de 15.9 kg, algo impensável há alguns anos.

da a confiança no material, alonguei os lançamentos, até porque queria experimentar atrás da rebentação, que não dava descanso com o avançar da maré. Aumentei o peso da chumbada para 180 g e a linha continuou a corresponder muito bem. O que mais me agradou foi a sensibilidade ao toque, sinal que deve ter pouca elasticidade. A baixada e os tensos em especial, sofreram as consequências desta jornada em condições bastante duras. Como estava a pescar com dois anzóis, o tenso inferior foi sujeito a uma dura prova da qual saiu satisfatoriamente. O fluorocarbono experimentado, ST Potenza 0.31 mm, com resistência de 14 kg, apesar de regressar várias vezes ensarilhado, resistiu bem aos nós e, depois de esticado, de-

TEXTO e IMAGENS Brito Ribeiro

monstrou ter pouca memória, algo essencial nas linhas dos tensos, que apenas substituí no final de mais uma manhã bem passada.

O Surf Tech rapidamente conquistou a minha confiança

À pesca

Com a bobine carregada com 300 metros, deu imediatamente para perceber que estava perante uma linha macia e com boa flexibilidade. Faltava observar em acção de pesca. Propositadamente, não usei shock leader, unindo a baixada directamente à linha, mediado apenas por um destorcedor. Tenho de confessar que estava apreensivo, pois o mar obrigava a usar uma chumbada de 150 g, por isso os primeiros lançamentos foram suaves, quase a medo. Obti-

O Surf Tech está disponível em oito diâmetros entre 0.16 (resistência de 2.9 kg) e 0.40 mm (resistência de 19.3 kg)

FICHA Técnica SURF TECH ·C omposição: 100% Premium Nylon de fabrico japonês · Bobines disponíveis: 300 m (diâmetros de 0.30, 0.35 e 0.40mm) e 1000 m (diâmetros 0.16, 0.18, 0.20, 0.22 e 0.25mm) ·A lta sensibilidade e resistência ·M emória e elasticidade muito reduzidas

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POTENZA ST · Composição: 100% fluorocarbono com protecção anti-salinidade · Bobines disponíveis: 50 m · Diâmetros disponíveis: 0.21,0.23, 0.25, 0.28, 0.31 e 0.35 · Alta resistência linear e ao nó, excelente resistência à abrasão · Memória muito reduzida DEZEMBRO 2015


BANCO DE ENSAIOS

CANA 1658 METHEOR E CARRETO POTENZA 450

RENDER ÀS EVIDÊNCIAS Convidámos um dos adeptos mais fervorosos da bóia e do pião em Portugal a dar a opinião sobre um conjunto formado por uma proposta da Vega que já é clássica… e outra acabada de lançar.

F

abricada em carbono de alto módulo com tecnologia nanoflex, que garante extrema solidez com um peso notavelmente baixo (445 g para uma cana de seis secções, com 6 m de comprimento), a Metheor tem nove passadores Fuji Alconite, acção 20-100 g e um poder de levantamento de 6 kg, pelo que tem estado associada, desde o lançamento, a algumas excelentes capturas em diversos pontos da nossa costa. Tive o prazer de ser proprietário de uma, logo na altura do seu lançamento, e agora que fiz umas pescarias com ela voltei a ficar maravilhado. Não é uma cana pesada, o que

permite fazer várias horas de pesca sem cansar os braços. Desta vez, testei-a em jornadas pesca ao pião, em arriba, e constatei que esta cana mata o peixe com extrema facilidade — e não tem qualquer problema em levantar sargos de quilo.

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TEXTO e IMAGENS Paulo Lourenço

É uma cana parabólica, o que facilita na hora de cansar peixes de bom porte.

Parceiro mais novo

Fiz o conjunto com o carreto Vega Potenza 450, uma das grandes novidades desta

marca portuguesa para 2015. Trata-se de um carreto compacto, leve, bonito e muito agradável, com dez rolamentos, um ratio de 5.2:1, corpo em alumínio e bobine com capacidade para 250 m de linha 0.31 mm.

Além do design, o 450 impressiona pelo drag, frontal, com 12 kg de potência, e as sessões que fiz com ele deixam claro que o nome escolhido é feliz: este Potenza está preparado para as pescas mais exigentes. Inclui uma manivela de esforço com pega ergonómica e um anti-reverse de grande qualidade, ao passo que o drag, fantástico, de 12 kg dá uma tranquilidade a qualquer pescador, juntamente com o corpo bastante robusto. Mostrou-se muito suave na recuperação do peixe e deixa bem patente a sua vocação para jornadas de chumbadinha. O próximo passo é ver como estas qualidades todas se comportam em pescas de spinning. Um fabuloso carreto, sem qualquer dúvida

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Banco de ensaios

PESCA AO CHOCO

TEXTO e IMAGENS Bruno Alegria

PALHAÇOS INDISPENSÁVEIS Em estreia nas nossas páginas, Bruno Alegria conta como aproveitou uma jornada de pesca de caiaque para conhecer melhor a gama de palhaços com que a Vega ajudará inúmeros pescadores portugueses a enfrentar a época de pesca ao choco.

H

á marcas que já ganharam a preferência de muitos pescadores de chocos, lulas e polvos e a Vega é uma dessas marcas importantes, que tem estado sempre na linha da frente, quer na inovação, quer na qualidade que tem vindo a oferecer aos nossos pescadores, com provas dadas nas nossas águas. Há já alguns anos que pesco de caiaque aos cefalópodes. Tenho vindo a utilizar vários tipos de material e de várias marcas, mas há dias tive a possibilidade de testar alguns dos novos palhaços da Vega, que se mostraram muito eficazes e muito atractivos para os cefalópodes, mesmo sem ser ainda a altura ideal para a pesca destas espécies.

Selecção

O cenário escolhido para este teste foi o Rio Sado. Embora as condições climatéricas não fossem as melhores, estava um dia muito nublado, com algumas abertas, alguma chuva e vento a rondar os trinta e cinco quilómetros por hora. Na altura da escolha do palhaço, existem vários factores que temos de ter em conta. Se o dia estiver limpo, com sol,

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devemos optar por palhaços com cores vivas, como o Squid Jig Laranja Pro ou o Squid Jig Rosa Pro, ambos da Vega. Quando o dia está mais encoberto, utilizo cores mais escuras, como a Squid Jig Azul. Relativamente ao tamanho, a escolha deve variar um pouco, consoante as aguagens, a espécie-alvo e o pescador. Eu utilizei o tamanho maior (3.5) numa cana e o intermédio (3.0) na outra, visto que pretendia também tentar capturar polvos e o palhaço — sendo maior — teria mais possibilidades de os capturar.

Cuidados essenciais

Dois aspectos também muito importantes a ter em atenção são a montagem que utilizamos e a forma de trabalhar os palhaços. Por um lado, a montagem deve ser feita apenas com um palhaço por linha, como é possível verificar na caixa. Por outro, a forma como trabalhamos os palhaços não pode ser exagerada: o ideal é largar a linha e deixarmos alguns segundos o palhaço em contacto com o fundo, para darmos tempo ao choco para atacar

o palhaço. É que a deslocação do caiaque é muito rápida e, se exagerarmos na animação do palhaço, podemos vir a baixar o número de capturas.

Devemos ter também em atenção que o choco é um caçador que promove ataques muito rápidos, embora as suas deslocações sejam lentas antes

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Linha do carreto

LINHA Monofilamento Krypton 0.35 mm 30 cm

MONTAGEM PARA PESCA AO CHOCO

Banco de ensaios de efetuarem esses ataques. Ao avistarem os palhaços, eles tentam aproximar-se, lentamente, até ao ponto de onde farão os seus rapidíssimos ataques — nesse caso, devemos ter calma, para não os assustarmos, e aguardar, pois o momento da decisão estará para breve!

Conclusão

ESTRALHO Fluorocarbono 0.50 mm 70 cm

CHUMBADA 60 g

Pessoalmente, nesta altura do ano, costumo pescar dos 5 aos 15 m de profundidade, e assim fiz também nesta jornada de pesca que me valeu estes três chocos. Esta espécie gosta muito de andar em zonas onde possa camuflar-se, usando para esse fim estruturas como rochas e algas, mas devemos ter algum cuidado: muitas vezes damos

por nós com o palhaço preso e, ao puxarmos, verificamos que rasgámos o tecido, ou que partimos as hastes, ou, até, que partimos mesmo o palhaço. Posso dizer que, neste dia, estes palhaços chegaram a ficar várias vezes no fundo e nada disto aconteceu — a Vega conseguiu apresentar uma gama com modelos espectaculares, muito resistentes e com excelentes prestações. Agora sim, percebo o motivo pelo qual a marca Vega tem vindo a ter cada vez mais admiradores e pescadores a utilizar os seus produtos. Fiquei rendido a toda esta qualidade e inovação que tive a oportunidade de testar, e agora ainda fiquei mais curioso em poder utilizar outros novos produtos desta marca.

Uma gama com resposta para tudo Sete modelos diferentes, com dezenas de cores e tamanhos à escolha, compõem a vasta gama de soluções da marca para a pesca a cefalópodes. Esta gama tem tido um sucesso tão grande que devem ser poucos os pescadores desportivos de lula e choco, em Portugal, que não tenham uma toneira ou um palhaço da Vega na sua caixa. Algo que se deve à óptima relação qualidade/ preço destes modelos — que apresentam uma grande durabilidade, mesmo com a mais básica manutenção (banho de água doce no fim de cada jornada) — e à diversidade da oferta, que compreende sete modelos diferentes, cada um deles em vários tamanhos e com variadíssimas cores. Este aspecto das cores e do brilho é importantíssimo quando falamos da pesca a espécies com uma enorme capacidade visual, mesmo em águas mais lusas. A gama da Vega centra-se nas cores mais consagradas nesta pesca, o rosa e o laranja. Mas tem uma adição mais recente, as cores PRO, que se mostram bastante mais vivas e ricas em matizes. As duas séries principais, para estas pescas, são: · a s Squid Jig — palhaços, com chumbo incluído, concebidos para a pesca ao choco e disponíveis em cinco cores (laranja, laranja Pro, rosa, azul e verde) e em três tamanhos (2.5, 3.0 e 3.5);

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· as Toneiras: pensadas para a pesca à lula, estão disponíveis também em cinco cores (laranja, laranja Pro, rosa, azul e verde), mas em quatro tamanhos (SS, S, M e L). Além destas, não deixe de consultar mais quatro modelos: as Luminous EGI (laranja, rosa ou vermelhas, em tamanhos 2.5 ou 3.0), as Swim EGI (rosa, prateadas ou laranja Pro só em tamanho 3.0), as Live EGI (rosa ou laranja nos tamanhos 2.5 ou 3.0), as Live Fish e Live Shrimp (ambas rosa ou douradas, em tamanhos 2.5 ou 3.0).

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NÁUTICA

BÉNÉTEAU BARRACUDA 7 + YAMAHA F150D

DUPLA DE PESCA

TEXTO E IMAGENS Dinis Ermida

A Yamaha Marine Portugal e a Francisco Ramada, Lda. chamaram a imprensa à marina de Oeiras para conhecer um conjunto que vai dar que falar nos próximos tempos.

E

stas duas importantes insígnias criaram uma parceria que vai ter muitos frutos, o primeiro dos quais já impressiona os mais atentos: o conjunto formado pelo Bénéteau Barracuda 7, barco de vocação pescadora de fabrico francês, e a o fora-de-borda F150D da nova geração, um dos maiores destaques do gigante nipónico para este ano.

Vocação bem à vista

Mantido propositadamente fora da Nauticampo para ser apresentado em ‘acção real’ em Maio, este conjunto mostrou ser uma opção muito feliz. A arquitectura do Barracuda não engana: foi desenhado para a pesca, com detalhes para melhorar a vida a bordo, como a entrada para a cabine, feita por duas portas laterais (de correr, com trinco) em vez de uma à ré, o que permite a colocação de um banco ao lado do assento do piloto (por baixo dele, espaço para frigorífico de 42 l) e o ganho de vários arrumos. A comunicação com o poço não é prejudicada, graças à ampla janela. O piloto tem, assim, uma visibilidade de 360º, sem o incómodo do ar frio nas costas. O modelo testado em Oeiras não tinha electrónica de pesca instalada, mas há espaço para ela no painel de comandos (ecrãs até 10’’) e nos topos da cabine. Nos 7.40 m do Barracuda, a Bénéteau conseguiu ainda incluir um camarote (para duas pessoas) e um WC marítimo.

cm), onde os caneiros (é possível mandar instalar mais) e o convés ‘walk around’ integral se conjugam para permitir que, a qualquer momento, os oito tripulantes possam estar a pescar ao mesmo tempo, sem incómodo! Quem pesca com isco vivo também notará o viveiro oxigenado, de série, na popa. É mais um ponto de interesse num poço que tem três porões, todos com travão, além de uma mesa de enroscar (opcional) e de um banco rebatível, com espaço, por baixo, para geleira. O painel de popa (que pode servir de suporte a quatro canas, graças a uma barra própria, opcional) forma um banco em que se podem sentar quatro pessoas (à proa há mais um, para duas). A parte central deste banco levanta-se para dar acesso ao motor.

Yamaha traz o par perfeito

Para dar vida a este modelo, a Yamaha adiantou um dos grandes destaques do seu catálogo de 2015. O F150D é um fora-de-borda a quatro tempos, com 2670 cc, cujos quatro cilindros (16v DOHC) geram uma potência de 110.3 kW

às 5500 rpm com um funcionamento silencioso e macio, muito agradável, que advém dos dos novos sistemas de escape e admissão, criados para optimizar a combustão, e do novo design do capot, que recolhe e escoa a água de modo mais eficiente. Em situações que peçam uma baixa velocidade ou muito pouco ruido, o F150D conta com um controlo do ajuste variável de RPM, em que um simples botão permite ajustar a velocidade em ‘saltos’ de 50 rpm. Um pormenor que pode fazer a diferença entre um dia de pesca ‘normal’ ou de sonho… Disponível em quatro colunas e diversas hélices, o F150D traz características a que todos os conhecedores já se habituaram, como a protecção contra roubos YCOP ou os manómetros digitais em rede.

Em acção

Nos contactos ao largo de Oeiras, este conjunto mostrou-se muito equilibrado e fiável, com o Barracuda a mostrar que consegue tirar todo o proveito da potência instalada no painel de popa. Levado a limites bastante mais exigentes do que a utilização comum numa saída de pesca, foi sempre estável e seguro, com todos os tripulantes a bordo (quatro) bastante confortáveis, mesmo quando alinhado ao vento. Por sua vez, o motor nunca virou a cara ao que lhe foi pedido, quer nos arranques em pique, quer nas velocidades máximas, quer nas mudanças de direcção. O sistema Power Trim & Tilt não teve qualquer dificuldade em colocar sempre rapidamente os 222 kg do F150D na posição perfeita para planar, gerir o combustível e manter o ruído no mínimo.

Poço é para pesca

Esta cabine rica em arrumos, muito prática e compacta, liberta espaço para o poço (212 x 183

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O ‘walk around’ integral, muito útil para quem pesca

A cabine, com configuração diferente do habitual

O poço, prova da vocação pescadora do Barracuda 7

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Banco de ensaios

CANA AKADA S-FORCE 7´1” MH EXTRA-FAST E CARRETO AKADA MT 30

PRESTAÇÕES DE TOPO

TEXTO Joaquim Moio

IMAGENS Autor e Arquivo

Pedimos a Joaquim Moio para experimentar um conjunto de spinning que inclui uma cana de alto nível de sete pés, o comprimento menos ‘popular’ entre os amantes da pesca ao achigã. O conjunto passou no exame do campeão nacional.

A

cana Akada S-Force é agradável e moderna. Tem uma vara de cor negra, polida, e junto ao cabo, onde se encontram as suas especificações, contém uma inserção de desenho de carbono. O cabo é em EVA de qualidade superior. Porta-carretos sólido, traz ainda, de série, oito passadores de boa qualidade, Fuji Alconite. O tamanho de 2.13 m (7´1”) e a acção extra-fast destacam-se numa cana que aconselha a utilização de amostras com pesos entre 7 e 28 g (1/4oz a 1 oz, respectivamente) e linhas de 10-20 lb.

Na pesca

A cana tem uma boa ergonomia e quando assente na mão transmite confiança. É leve e equilibrada, mostrando-se fácil trabalhar com ela. Em termos de sensibilidade, é impressionante, com uma grande ação de ponteira que permite trabalhar muito facilmente as amostras. É de facto extra-rápida a recuperar e permite lançar a longas distâncias. Quando em carga, com o peixe ferrado, a sensação é de total controlo. Mostrou-se muito versátil e indicada para os pescadores que gostam de canas mais longas.

O carreto Akada MT 30

É um carreto de spinning de aspecto moderno e funcionamento suave. Construído em alumínio e dotado de um drag forte, tem uma manivela de esforço com terminal em EVA e doze rolamentos Apresenta uma recuperação 5.5:1. A sua bobine tem capacidade para 150 m de linha de 0.20 mm e o desenho de carbono é muito agradável visualmente. Muito fluido a lançar, revelando uma recuperação rápida. O conjunto parece-me uma escolha acertada pela boa relação preço-qualidade.

FICHAS TécnicaS CARRETO AKADA MT 30 · Embraiagem: dianteira · Rolamentos: 12 · Bobines: 2 (perfuradas) · Capacidade: 220 m de 0.20 mm · Ratio: 5.5:1 · Manivela: Articulada, ambidestra · Pega: Anatómica ·N otas: Sistema anti-retrocesso de agulhas; Rotor balanceado · PVPR: 105 €.

CANA 2157 AKADA S-FORCE · Estrutura: 1 secção · Corpo: Grafite de alto módulo multi-camada · Comprimento: 7'1'' (em transporte: 214cm) · Peso: 140g · Acção: Ex-Fast Medium Heavy 1/4-1 oz 10-20 lb

· Passadores: Fuji Alconite (8) · Pega: EVA (ergonómica) · Porta-carretos: Tubular (25 cm para o tacão) · Apresentação: Saco de pano preto com tiras, com grafismo específico · PVPR: 112 €.

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APOIO


Banco de ensaios

CANA VEGA HARD SPIN 270 E CARRETO BZX 450

PRONTOS PARA TUDO!

TEXTO E IMAGENS José Gomes Torres

O poder de resposta a várias situações, que se soma a uma qualidade de construção notável, deixou uma excelente impressão deste conjunto de spinning.

C

om duas novidades no porta-bagagens do carro, rumámos à costa alentejana para testar o desempenho de um conjunto cana e carreto que a Vega nos disponibilizou para ensaios. Ainda em casa, enquanto retirávamos os plásticos do punho da cana e preparávamos o carreto com multifilar Vega Braided Line 0.22 mm, aproveitámos para examinar os pormenores técnicos e a qualidade dos elementos constituintes, bem como os acabamentos dos dois

O BZX 450 tem os elementos principais, corpo e rotor, construídos em grafite estrutural de alta rigidez. A utilização desta matéria-prima diminui o peso final, sem comprometer a sua solidez

— um aspecto muito importante para o combate com peixes em que o pescador tem de exigir o máximo de esforço ao material. Ainda a pensar no esforço a que esta máquina pode ser sujeita, e de forma a garantir a longevidade, a equipa de projeto identificou e instalou nos pontos mais sujeitos ao desgaste sete rolamentos em inox. Estes proporcionam um funcionamento muito suave e equilibrado a todo o mecanismo, sendo um prazer manivelar este carreto. Também a pega de grande dimensão, em espuma EVA de alta densidade, proporciona uma utilização fácil e sem cansaço, permitindo ao pescador aplicar força no conjunto, sempre que necessário. Para facilitar a manutenção, mesmo aos pescadores menos dados a esta tarefa, no lado

direito do corpo do carreto existe um parafuso de grande tamanho, cuja remoção permite lubrificar as engrenagens e, assim, aumentar ainda mais durabilidade deste importante acessório de pesca. A bobina larga permite uma boa recuperação da linha por cada volta da manivela, aspeto importante quando lutamos com peixes muito rápidos e que durante a luta podem inesperadamente dirigir-se na nossa direção — como acabámos por verificar na prática. De forma a tornar a utilização deste carreto ainda mais polivalente (como a pesca à boia no mar, onde também tem aplicação) a Vega decidiu completar a proposta com bobine suplente, facilitando assim a utilização em diferente técnicas de pesca.

· Comprimentos disponíveis: 240/270/300 cm (montada), 126/145/157 cm (em transporte) · Peso: 206 / 225 / 260 g

· Acção: 20-80 g · Passadores: SiC (1+8) · Pega: EVA · Porta-carretos: Tubular (a 47 cm do tacão)

·A presentação: Saco de pano preto com tiras ·N otas: Argola para prendimento de amostras

produtos. Quer na cana quer no carreto, torna-se bastante evidente a preocupação com a qualidade dos materiais, os pormenores e os acabamentos. No fundo, a qualidade de construção, que ditará no futuro o desempenho e a durabilidade.

O carreto

FICHA Técnica

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· E strutura: Encaixes · S ecções: 2 ·C orpo: Carbono de alto módulo C4 com reforço Nanoflex

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Banco de ensaios

Recuperações rápidas e uma em breve muito eficiente: o BZX não deixou os seus créditos por mãos alheias

A cana

A Hard Spin revelou-se também uma agradável surpresa. O blank do modelo de 2.70 m que testámos, construído em carbono de alto módulo com reforço a Nanoflex, evidenciava de imediato capacidade de lançamento de iscos relativamente pesados. Esta capacidade está inscrita na própria cana, com a recomendação de uso de pesos entre os 20 e os 80 g. O punho de duas partes segue a tendência atual do mercado e está construído em EVA também de alta densidade, muito resistente ao uso. Oito passadores em SiC completam a cana e distribuem de forma equilibrada o esforço a que vai ser submetida ao longo da vida. O peso final desta maravilha fica-se pelos 225 g.

O conjunto em ação

Claramente, uma cana deste comprimento é indicada para a pesca embarcada de spinning, permitindo até a utilização no jigging ligeiro, sem qualquer perda de capacidade de resposta que possa advir dessa utilização. No entanto, apesar do tamanho algo curto para uma pesca a partir de terra, quisemos testá-la mesmo nessas condições e sujeitá-la àquilo que não foi preparada para fazer. Acreditámos que, tirando partido da sua capacidade de lançamento, seria possível fazer uma jornada de pesca apenas com esta cana. Com efeito, a capacidade de lançamento permitiu lançar amostras pesadas e atingir grandes distâncias, com recurso até a zagaias de 60 g,

que foram trabalhadas a meia água. Ou seja, lançámos com o máximo de força e sem receio de que a cana cedesse ao intento de chegar mais longe com as nossas amostras. O resultando não se fez esperar e nada melhor que estes peixes para levar o conjunto ao limite. Os sarrajões andavam na zona e a tarde foi de adrenalina sem limites. Esta espécie pertence à família dos atuns, não atingindo mais que 8 a 10 kg. São extremamente poderosos para o tamanho, lutadores e verdadeiros torpedos de alta velocidade quando ferrados. Muitas vezes, durante a luta, correm na nossa direção, o que nos obriga a recuperações rápidas, condição em que o BZX 40 mostrou toda a sua capacidade.

Por oposição, quando o peixe se afastava, era a embraiagem que era chamada a fazer o seu trabalho, tendo-o feito sem repreensões. A cana não deu tréguas aos peixes, que em troca exigiram dela o máximo de reacção aos arranques intempestivos, às corridas imparáveis e aos afundanços vertiginosos. Sem dúvida, uma excelente espécie para testar e levar ao limite um equipamento de pesca. O resultado ao final da jornada não podia ser melhor e, enquanto arrumávamos a cana e o carreto no carro e agradecíamos aos deuses da pesca pela cooperação dos peixes e por ter corrido tudo bem, ficava a vontade de voltar para trás, começar tudo de novo e abusar do material…

FICHA Técnica · Tamanhos disponíveis: 450 · Corpo: Grafite · Rotor: Grafite · Embraiagem: Dianteira · Rolamentos: 7 · Bobines: 2 ·C apacidade: 125 m de 0.32 (principal); 175 m de 0.30 mm (secundária) · Ratio: 4.9:1 DEZEMBRO 2015

· Pega: Anatómica e almofadada · Apresentação: Saco em tecido preto, grosso, com fecho de cordões · Notas: Acesso lateral para manutenção · Sistema anti-retrocesso de agulhas · Rotor balanceado · PVPR: 59 €

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