JCIT # 9 - Novembro de 2013

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CURITIBA, 7 DE NOVEMBRO DE 2013 | ANO 1 - Nº 9 | CIRCULAÇÃO MENSAL E GRATUITA

Moradores da Vila Joanita continuam na luta por melhorias Foto: Núcleo Periférico do PSOL

Aristides Saldanha Vergés Mesmo com mais de 30 anos de existência, a Vila Joanita, no Tarumã, ainda sofre com a falta de infraestrutura e regularização dos imóveis. Nos últimos anos a especulação imobiliária aumentou a pressão dos despejos e o medo de perder tudo é constante. Cada vez mais insatisfeitos e cansados de esperar, os moradores se organizam e vão às ruas novamente neste mês. Pág. 3

faleceu no dia 6 de outubro aos 92 anos. Ele era um dos moradores mais antigos do bairro Capão da Imbuia. Aristides está entre os brasileiros que lutaram na 2ª Guerra Mundial. Conheça um pouco mais de sua história na reportagem especial deste mês. Pág. 5

ALCOOLISMO É DOENÇA

Capão da Imbuia é meu limo... Onde andará Padre Aleixo?

Pág. 7

A bebida está se tornando um problema na sua vida?

NÓS PODEMOS AJUDAR!

ALCOÓLICOS ANÔNIMOS Grupo Capão da Imbuia - Só Vida Reuniões: Sexta às 19h30 e 20h30 Rua Benedito Conveição, 1691 Casa de apoio ao portador do HIV

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CURITIBA, NOVEMBRO DE 2013

Social

Espaço do Leitor

ANGELO NETO

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jornalcit@gmail.com O JCIT reserva-se ao direito de adequar o texto ao espaço e de não publicar artigos que contenham agressões pessoais.

EXPEDIENTE

Praça Ivo Rodrigues, 43 Loja 1

Bairro Alto Curitiba/PR CEP: 82.820-300

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Seg a Sex: 14h às 18h Sáb: 9h às 11h30

www.jornalcit.wordpress.com jornalcit@gmail.com Diretor Angelo Garbossa Neto Jornalistas Responsáveis Ramon Ribeiro e Roberto Monteiro Repórter / Diagramador Everton Mossato Impressão: RBS Esta Edição: 8 páginas / 11.000 exemplares Distribuição: Residências e Comércios do Capão da Imbuia e Tarumã + Órgãos Públicos Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal.

A coluna deste mês começa com a linda Ainhoa D. Morais. A pequena completa 8 anos no dia 19 de novembro. O pai Vanderlei e a mamãe Marcia desejam todo amor do mundo para filhota. Parabéns!

O antigo Jornal do Capão da Imbuia Poucos sabem, mas o periódico que você está lendo começou sua trajetória em Novembro de 1999, 14 anos atrás. Nesta época foi publicada a primeira edição do, então intitulado, Jornal do Capão da Imbuia. A equipe da Agência JBA de Comunicação (empresa que publica o Jornal do Bairro Alto há 17 anos) era quem o produzia. O expediente daquela primeira edição trazia os nomes de Angelo Garbossa, Ramon Ribeiro, Roberto Monteiro (que até hoje fazem parte da Agência) e outros nomes como Letícia Ferreira, Niralci de Oliveira e Claudio Roberto, parceiros que deram outra direção às suas trajetórias. Este jornal circulou nos anos de 1999, 2000 e 2001. Foram 18 edições publicadas nestes três anos. Por motivos de força maior, o Jornal do Capão da Imbuia publicou sua última edição em fevereiro de 2001. Muitos devem estar se perguntando: E o Novaes? O Novaes é diretor de outro jornal, chamado Jornal Capão da Imbuia, sem o “do” no nome. Jornal que ainda circula nos comércios do bairro. Então para que fique claro são dois jornais diferentes, um é o Jornal Capão da Imbuia (do Novaes) e o outro é o Jornal Capão da Imbuia e Tarumã (esse aqui, da Agência JBA). Retomando a história deste jornal que você está lendo... Entre 2001 e 2013 a Agência JBA não publicou mais o jornal no Capão da Imbuia, porém se manteve firme com suas atividades no Bairro Alto. Com a chegada de novos membros na empresa e com o sonho do diretor Angelo Garbossa, em retomar o projeto Capão da Imbuia, nós voltamos a editar um jornal no Capão da Imbuia. Porém com alguns detalhes diferentes: O jornal mudou de nome e incorporou o bairro vizinho Tarumã. A área de circulação também se estendeu para o bairro vizinho. A tiragem, que em 2001 era de 7

No dia 27 de novembro é a vez do Rodrigo Taborda comemorar mais um ano de vida. A família e a equipe do JCIT desejam saúde e sucesso ao jovem!

mil exemplares, veio para 2013, nesta nova versão, para 11 mil exemplares, distribuídos nas residências e comércios da região. O Jornal Capão da Imbuia e Tarumã chega a sua 9ª edição com uma excelente aceitação dos leitores, isso com toda certeza pela seriedade do trabalho dos profissionais envolvidos e pelo Know How alcançado em 17 anos de trabalho neste segmento. Pretendese, em breve, aumentar o número de páginas e trazer mais notícias sobre os dois bairros. Para isso sua participação é fundamental, seja nas críticas, sugestões e nas colaborações.

O querido casal Inês Marçal e Lourival Taborda, da mercearia Taborda, comemoram aniversário no mesmo mês. Ela é do dia 10 de novembro e ele do dia 30. A família manda um forte abraço e desejam muita saúde e felicidade aos dois!

Manchetes da 1ª edição do Jornal do Capão da Imbuia. (nov/1999): Conheça o bairro e sua história – Do antigo banhado à criação do Capão da Imbuia e o Museu de História Natural foram o foco da matéria de capa da 1ª edição. Racismo: isso existe no Brasil? – Zumbi dos Palmares ganhou artigo de uma página. A questão latente do racismo trouxe ao leitor reflexões sobre o tema. Associação de moradores: Bairro está abandonado e sem união – A recém criada Associação dos Moradores do Capão da Imbuia dava seus primeiros passos para o progresso da região.

O médico veterinário, Athaíde Rodrigues de Miranda, participou em outubro do Encontro dos Médicos Veterinários, que aconteceu no Sesc Pantanal/MT. A ocasião marcou 41 anos de formatura de sua turma da UFPR. Na foto Athaíde (de boné), José Cardoso (em pé) e Adair Doro (sentado). No próximo ano o grupo se reunirá em Florianópolis/SC.

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CURITIBA, NOVEMBRO DE 2013

Vila Joanita persiste na luta por justiça

Foto: Núcleo Periférico do PSOL

Contribuinte inscrito em programa pode ter desconto de até 30% no IPTU

Manifestação interrompe o tráfego na Av. Victor Ferreira do Amaral para chamar atenção para os problemas da Vila Joanita

| Por Everton Mossato São 30 anos. Três gerações de moradores que vivem na Vila Joanita. Porém, todo este tempo ainda não é suficiente para que o poder público os enxergue. Cercados pelos rios Atuba e Bacacheri, próximos ao Detran, no bairro Tarumã, cerca de mil pessoas enfrentam diariamente as dificuldades causadas pela falta de infraestrutura. Não bastasse isso, eles correm o risco de perder tudo que construíram em três décadas, devido a constante ameaça de despejo. De acordo com a Companhia de Habitação de Curitiba (Cohab) parte do terreno onde as 270 famílias moram pertence a um grupo de empresários. Em 2010 a Cohab se reuniu com estes empresários no intuito de comprar o terreno, porém não houve negociação. A outra parte do terreno (onde estão cerca de 120 famílias) é da prefeitura.

Porém, mesmo com a regularização as famílias terão que se retirar, pois se trata de área de preservação ambiental. Rumores apontam que a pressão para que os despejos ocorram ficou mais forte no último ano, devido ao anúncio de um novo empreendimento comercial de grande porte próximo da Vila Joanita. Diversos protestos vêm sendo organizados pelos moradores da Vila no sentido de chamar atenção da mídia e do poder público para o descaso na região. Eles clamam pelo fim imediato das ameaças e dos despejos, pela regularização dos imóveis, pela pavimentação das ruas da Vila e pela construção de uma rede de saneamento básico. Um dos piores problemas são as enchentes. Muitos já perderam tudo, mas mesmo assim não pensam em sair do local. Uma moradora chegou a fazer um buraco dentro da própria casa para

escoar as águas da chuva. Fato abordado em reportagem do jornal Tribuna do Paraná. “Já perdi muita coisa e foram várias vezes que a água ficou na altura do meu quadril... mas assim mesmo gosto daqui, porque todo mundo se ajuda, não tem tráfico nem homicídio”, contou Lysiane da Costa à reportagem. Inspirados no exemplo da Joanita, que conseguiu trazer água e luz ao local e por isso foi homenageada dando nome à Vila, os moradores continuam buscando melhorias e a permanência do local que habitam. Neste mês a associação de moradores deve ser reunir novamente com a Cohab na busca de um acordo. No dia 7 de novembro ocorre outro ato. Desta vez os manifestantes irão fazer ecoar sua voz em frente à prefeitura. As manifestação são organizadas pelo Núcleo Periférico, criado há alguns meses na Vila, com apoio da juventude do PSOL.

Os contribuintes curitibanos que têm créditos tributários obtidos por meio do programa Boa Nota Fiscal terão prazo de 1º a 30 de novembro para indicar o imóvel que irá se beneficiar desses créditos, recebendo abatimento no valor do IPTU. A indicação deve ser feita pela internet, no endereço eletrônico https://isscuritiba.curitiba.pr.gov.br/portalnfse. O abatimento pode chegar a 30% do valor do imposto devido. O Boa Nota Fiscal é um programa que visa incentivar a emissão de notas fiscais de prestação serviço (NFS-e), por meio eletrônico. Além de beneficiar o contribuinte, com descontos no IPTU, o sistema permite à Prefeitura um melhor monitoramento e fiscalização do recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS) gerado pelas empresas do município. Para participar do programa, o contribuinte deve se cadastrar no site da Prefeitura, no endereço https:// isscuritiba.curitiba.pr.gov.br/portalnfse. O cadastro permite ao cidadão, que terá um login e senha, consultar os créditos acumulados e verificar a validação das notas emitidas, já que o abatimento só acontece se o ISS for efetivamente recolhido. Quando fizer o pagamento por um serviço, o contribuinte deve solicitar a emissão da nota e informar o número de seu CPF para que os créditos possam ser acumulados. O período de apuração dos créditos se encerra no dia 31 de outubro de cada ano. Terminada essa etapa, o contribuinte deve indicar o imóvel que receberá abatimento no valor do IPTU, proporcionalmente aos créditos acumulados. De cada nota emitida, as pessoas

físicas podem acumular como crédito 15% do ISS pago; pessoas jurídicas e condomínios residenciais e comerciais têm direito a 5%. Os créditos têm validade de dois anos e o imóvel indicado, no caso das pessoas físicas, não precisa ser de propriedade de quem recebeu a nota fiscal. As pessoas jurídicas só podem indicar um único imóvel, de sua propriedade, ou onde estejam estabelecidas. A emissão da NFS-e é obrigatória para empresas com faturamento anual igual ou superior a R$ 240 mil, no exercício anterior, mas a Prefeitura já estuda estender a obrigatoriedade para todas, com exceção das micro empresas individuais. Desde a implantação do sistema, em 2010, já foram emitidas 73,01 milhões de NFS-e e 37.655 contribuintes se beneficiaram dos descontos. Vantagens São inúmeras as vantagens geradas pela emissão da Nota Fiscal de Serviço Eletrônica. Para quem emite, o sistema permite a redução de custos com gráficas e armazenamento das notas e o envio da NFS-e por e-mail. Quem recebe, além de obter o desconto do IPTU, está colaborando para melhorar a arrecadação de impostos do município. “É importante que as pessoas exijam a nota fiscal eletrônica. Isto garante que as empresas recolham o imposto devido, o que melhora a arrecadação e a destinação de recursos para os serviços públicos”, diz Daniel Maurício, diretor do Departamento de Rendas Mobiliárias – ISS da Prefeitura de Curitiba.

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Saúde & Bem estar

CURITIBA, NOVEMBRO DE 2013

FISIOTERAPIA

Dra. Ketty Klagenberg*

Dra. Márcia Tkacz

FISIOTERAPEUTA CREFITO 8/87319-F

Como eliminar a temida “celulite”

ANTES O verão se aproximando e você ... se apavorando? É quase um “fenômeno” que lota as academias e consultórios de estética. Entre as principais insatisfações está a “celulite”, que atinge principalmente as mulheres. Como as causas são multifatoriais, o ideal é agir em várias frentes para eliminar as indesejadas ondulações e aspecto casca de laranja. Depois de instalada, a celulite tende a se agravar podendo tornar-se irreversível. Então, vale alterar alguns hábitos, exercitar o corpo, mudar alimentação e investir em tratamentos estéticos. Com esses cuidados e determinação é possível desfilar um corpo mais saudável e bonito ainda este verão. Mas tem que ser agora! Comece seguindo estas dicas: 1) Evite roupas apertadas e uso constante de salto alto. Por dificultarem a circulação sanguínea e linfática esses hábitos dificultam a oxigenação das células, piorando o aspecto da “celulite”. 2) Aumente o consumo de água. Esse hábito favorece a eliminação de toxinas e mantém a hidratação da pele, disfarçando também a flacidez e melhorando o aspecto geral da pele. 3) Evite alimentos gordurosos e também os doces. Além de contribuir para aumento do peso, esses alimentos alteram a resistência de pequenos vasos sanguíneos piorando a microcirculação. Os doces (e também os refrigerantes, alimentos industrializados/embutidos, ricos em sódio) ainda produzem uma “intoxicação” dos tecidos. 4) Elimine o cigarro e álcool.

VETERINÁRIA

DEPOIS Também por intoxicarem o corpo, pioram as temidas irregulares da pele. Fumar ainda degrada o colágeno e elastina piorando a flacidez. 5) Exercite-se regularmente! O exercício ajuda a diminuir o tecido gorduroso, aumenta a circulação e o metabolismo. A melhora na oxigenação e nutrição dos tecidos também reduz a “celulite”. 6) Evite (ou controle) o stress. Segundo a Academia Européia de Dermatologia o aumento nos níveis de cortisol (hormônio relacionado ao stress) é uma das causas da “celulite”. Para controlar o stress, organize as suas atividades diárias, movimente-se, ouça músicas, dance, saia com amigos, marque uma massagem relaxante... Além de se sentir melhor a sua pele ainda ficará mais lisinha. 7) Invista em drenagem linfática e massagens mobilizadoras. A eliminação de toxinas através do estimulo da drenagem manual e a mobilização do tecido gorduroso, diminuem a retenção de líquidos e amenizam as ondulações da pele. A escolha de qual é a melhor técnica no seu caso, fará toda a diferença no resultado. 8) Utilize a tecnologia a seu favor. Atualmente existem aparelhos de alta tecnologia que atuam de várias formas no combate às gordurinhas e ondulações da celulite. Entre os mais utilizados estão a Carboxiterapia, Ultra som de alta potência, Manthus e Radio frequência. Podem ser utilizados em conjunto também com outras técnicas manuais. Uma avaliação criteriosa definirá qual recurso é o mais indicado no seu caso, otimizando o seu tempo e investimento.

Mais informações: 3045-4584 / 9933-2728 www.kettyfisio.com.br | Curta: Facebook.com/kettyfisio Consultório: R. Arthur Ferreira de Abreu,183 (piso superior) Capão da Imbuia

*Dra. Ketty Klagenberg É fisioterapeuta pós graduada em Dermato Funcional (estética), Formação Internacional em Drenagem Linfática Manual pelo Centro Vodder - Argentina, com acreditação pela Ecole Vodder - França, com especialização em drenagem linfática terapêutica de cabeça e pescoço. Constante atualização em novas técnicas e aparelhos . Desde 2007 destaca-se no bairro Capão da Imbuia como referência em qualidade de atendimento nas áreas de Estética, Saúde e Bem-estar.

Acesse o blog do JCIT:

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MÉDICA VETERINÁRIA CRMV – PR 4911

Animais sentem dor?

Uma das coisas mais tristes de sentirmos é dor. E ver quem amamos sofrer é muito difícil. Assim como os humanos os animais também sentem dor, e pelo fato deles não falarem, é fundamental saber reconhecer os sinais que apresentam para podermos ajudá-los. De forma geral, um cachorro com dor aguda pode se apresentar com dilação das pupilas, apatia, depressão, indiferente ao meio, ou extremamente agressivo. Pode buscar atenção, parecer inquieto, tremendo, gemendo, uivando, ou até mesmo emitindo latidos anormais. A vocalização geralmente é interrompida quando o animal recebe atenção e afagos. Pode apresentar também tremores, ficar ofegante e adotar postura corporal e expressão facial alteradas. Muitos têm dificuldade para se deitar e escondem a parte do corpo que está dolorida. As alterações comportamentais em animais com dor gerada por processos crônicos, como osteoartrose, são mais discretas e muitas vezes percebidas somente pelo proprietário mais cuidadoso. Entre as alterações comportamentais podemos observar: restrição de movimentos, dificuldade ao se levantar, pouca interação com o ambiente e com os proprietários, entre outras. Nos felinos é mais complicado o reconhecimento da dor tendo como critério seu comportamento, pois eles se apresentam indiferentes, o que é indispensável aos felinos selvagens que não podem evidenciar fraqueza ou doença a fim

de não se tornarem presas fáceis. Assim sendo, muitas vezes dizemos que os gatos “escondem” que estão enfermos, com dor ou desconforto. No entanto, felinos com dor permanecem escondidos em suas gaiolas ou em locais fechados, em silêncio, apresentando uma postura tensa e curvada; têm a atividade física diminuída e uma alteração importante, diminuem ou até mesmo param de se limpar. Tendem também a esconder a parte do corpo que está dolorida. Alguns interagem pouco com as pessoas e param de se alimentar. Podem se tornar agressivos principalmente quando a área dolorida é manipulada. Alguns gatos expressam dor bufando e/ou com comportamento desesperado para fugir. A vocalização e os gemidos são infrequentes em gatos, exceto nos casos de dor severa/grave. A maior parte das medicações analgésicas de uso na medicina veterinária é de uso humano. Porém,

Você e seu pet podem usufruir de todos os nossos serviços com baixo custo mensal através do Plano de Saúde PETLUZ.

é importante lembrar que as doses estabelecidas para cães e gatos não são as mesmas e que alguns medicamentos utilizados para analgesia em seres humanos podem ser tóxicos para os animais, como é o caso do paracetamol e diclofenaco. Assim sendo, medicamentos utilizados em humanos NUNCA devem ser administrados em animais sem a avaliação e orientação de um médico veterinário. Consulte um Médico Veterinário e proporcione melhor qualidade de vida ao seu pet se ele apresentar algum desses sinais: • • • • • •

dificuldade para caminhar e levantar; coluna curvada e postura tensa; muito tempo deitado ou se escondendo; agressividade; inquieto; e diminuição do apetite.

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Av. Victor Ferreira do Amaral, 1580 - Tarumã

Com o calor é importante reforçar os cuidados com aranha marrom

A picada da aranha causa dor, queimação e inchaço, num período entre seis e 12 horas. Quem apresentar esses sinais deve procurar a unidade de saúde mais próxima o mais rápido possível Com a chegada do calor é preciso ficar atento às aranhas marrons. Examinar roupas de cama e banho, sofás, travesseiros, almofadas e calçados antes de usá-los é um hábito que deve ser retomado. A medida é essencial para prevenir acidentes com a aranha marrom, que já vitimou 619 pessoas só neste ano. Segundo a bióloga do Centro de Zoonoses, Claudia Staudacher, as aranhas marrons costumam se esconder em locais como rodapés, atrás de armários e quadros e em meio a papéis, e deixa o esconderijo quando está mais quente. “Além da limpeza a organização da casa é importante para evitar a presença da aranha marrom. É preciso evitar guardar as coisas em caixas de papelão e guardar entulhos. Também é bom passar aspirador de pó em rodapé e manter a casa arejada”. A picada da aranha causa dor, queimação e inchaço, num período

Foto: Rogério Machado/SMCS(arquivo)

Examinar roupas de cama e banho, sofás, travesseiros, almofadas e calçados antes de usá-los é um hábito que deve ser retomado

entre seis e 12 horas. Quem apresentar esses sinais deve procurar a unidade de saúde mais próxima o mais rápido possível. As 109 unidades básicas estão preparadas para atender casos assim, com medicamentos (corticóides) e acom-

panhamento ambulatorial. Os casos mais graves – com lesão mais extensa – são encaminhados para as Unidades de Pronto Atendimento 24 horas (UPAs), para aplicação de soro e observação clínica do paciente.


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CURITIBA, NOVEMBRO DE 2013

O último embarque do expedicionário

Morre aos 92 anos o ex-pracinha Aristides Saldanha Vergés, um dos mais antigos moradores do Capão da Imbuia. por Everton Mossato “... Quando o comandante do 15 falou, o nosso comandante do 20 falou, deu impressão que nós ia direto para a guerra, e aquelas moças da Legião Brasileira, colocando as medalhinhas em nós e chorando, foi uma emoção muito grande, ficamos com a garganta seca... olhando ao lado e vendo meus companheiros com lágrimas nos olhos, senti muita falta da minha família, da minha mãe. Para acalmar ela eu não disse bem a hora que em que ia embarcar. Então senti uma falta imensa e dei graças a Deus de entrar no trem e partir.” Este é um trecho do relato que Aristides Saldanha Vergés deu à escritora Carmen Lucia Rigoni para o livro Nas Trilhas da Segunda Guerra Mundial, publicado em 2001. Aristides viu o capão nascer e se desenvolver. Ele estava por aqui antes mesmo do bairro existir. Nasceu em 16 de março de 1921, época que o lugar ainda era chamado de Cajurú. Antes de servir o exército, Aristides trabalhava na empresa Reiosten, que fabricava artefatos de madeira. Quando embarcou para a Europa, em 1944, Aristides Saldanha Vergés tinha 23 anos. Ele era arrimo de família (morava com a mãe e duas irmãs) e por isso não tinha a obrigação de lutar na guerra. Porém sua mãe o incentivou e ele foi. Foi sem medo e com a certeza de que iria voltar. Uma certeza ancorada na forte relação que tinha com mãe. No período que esteve na guerra ele recebeu bons agouros e a certeza do reencontro com a mãe e as irmãs ficou ainda mais forte. “Aconteceram coisas na Itália que dera essa certeza a ele. Um dia milhares de soldados estavam passando perto de um barranco e tinha uma menininha. Quando ele foi passar ela deu um pacotinho de amendoim para ele. Outra vez eles estavam em um acampamento em outro lugar, juntos com soldados de diversas nações, e uma moça entrou no acampamento e lhe entregou um saco com laranjas. Isso deixou ele muito confiante e feliz, porque aqui no Brasil, quando ia trabalhar, sua mãe sempre dava laranjas para ele. Isso era um sinal que a mãe dele estava cuidando dele”, relata Edison Altair Vergés, filho de Aristides. O pracinha partiu para guerra em 2 de julho de 1944 e retornou um ano depois, em 18 de julho de 1945 sem graves ferimentos, confirmando os bons sinais que tinha recebido. Aristides se orgulhou durante toda sua vida de ter ido e voltado da guerra sem matar nenhuma pessoa. Reservado, Aristides passou a falar mais sobre o que viveu na Itália, apenas nos últimos anos de sua vida. Recentemente ele reve-

O soldado Vergés lutou pelo Força Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial.

lou um documento que trouxe da guerra. Se trata da transcrição do discurso proferido no dia do soldado, em plena guerra, pelo General americano MacArthur, um dos nomes mais importantes da batalha. Neste discurso MacArthur cita os pracinhas brasileiros. O aparecimento deste documento deixou os pesquisadores perplexos. Pois em todo o exército brasileiro, Aristides era o único que tinha este documento. “Ficou provado, é o discurso do MacArthur”, confirma Edison Vergés. Aristides voltou da guerra com uma espécie de neurose, conta seu filho. Essa neurose se manifestava em datas festivas, com o estouro de rojões. Foi curiosa a maneira que ele se livrou desta neurose. Cerca de 20 anos atrás, ele subiu em uma árvore para cortar alguns galhos que estavam encostando nos fios de alta tensão e levou um grande choque e caiu. O tombo não lhe machucou, mas daquele dia em diante ele passou a não ter mais a neurose. Aristides não seguiu carreira militar, quando regressou da Europa, em 1945, ele pediu baixa do exército e voltou para fábrica onde trabalhava antes de ir para guerra.

Ali permaneceu até o fim de sua vida, chegando ter sociedade na empresa. Até o fim de sua vida Aristides foi um homem ativo. Tanto que dirigia até os 90 anos. Quando o Detran lhe negou a renovação da carteira ele ficou extremamente magoado. Foi visitar seus amigos do Varejão e disse: “Agora tiraram minha carteira, só falta eu morrer. Então estou me despedindo”. Diri-

gir era muito importante para ele, uma tosse contínua, consequência pois ele mantinha muitos compro- de uma fibrose no pulmão. Devido missos com os amigos e família. a isso passou a ter dificuldade para respirar. Pois seu pulmão não tinha FAMÍLIA mais a capacidade de absorver a quantidade necessária de oxigênio. Aristides SaldanhaVergés e sua Essa condição o levou a ter que esposa Neusa, constituíram uma respirar com ajuda de aparelhos, grande família. São quatro filhos, fato que o incomodava muito. 11 netos, 24 bisnetos e um tataraA figura de Aristides Vergés neto, que está para nascer. Ele era era tão querida que todo o corpo muito organizado e prestativo com clínico do Hopital Militar se cotodos da família. Não perdia um moveu com sua situação. “Eles aniversário e sempre estava que- vinham falar com a gente, pasrendo saber o que estava aconte- sar os recados e nos deixar a par cendo com todos. O seu compor- do estado de saúde dele, mas não tamento era de homem reservado, conseguiam. Começavam a chomuito calmo e sereno. “Ele quase rar”, conta o filho Edison. Aqueles não conversava, ele mais dava os militares estavam diante de um hoexemplos. Nunca via ele levantar mem que é a história do exército a voz ou brigar”, lembra o filho brasileiro. A preocupação de ArisEdison. Aristides chegou aos 92 tides com a família era tanta que anos lúcido. Dava importância aos ele “deixou uma ordem no hospital hábitos de uma vida saudável e fa- determinando que se ele morresse zia questão de passar isso aos que de noite ou de madrugada não era estavam ao seu redor. para liberarem o corpo, isso para Seu neto Marcelo o descreve os familiares não serem assaltados como “um cara diferenciado, um e nem correrem nenhum perigo de cara que cuidou da família de ver- noite na rua”, conta o neto Mardade”. Apesar de uma morte aos celo. Na UTI do Hospital Militar, 92 anos ser considerada natual, a Aristides disse à família que sua família não conseguiu se preparar hora havia chegado. “Ele prograpara este momento. “Mesmo com mou a morte dele”, revela o filho. a idade que ele tinha, pela pessoa “Ele agarrou a minha mão e me que ele representou para gente. disse: Se precisar assine!”, conta Ele foi o cara que cuidou de to- Edison. dos, é uma tristeza muito grande, Seu quarto tinha vista para uma perda irreparável. A gente se uma pracinha dentro do hospital. acostumou com a ideia de que ele Ali brincavam seus netos na maprecisa morrer, o que a gente não nhã de domingo, ele olhou para consegue é preencher esse espa- fora e pediu ao filho: “Me ajude a ço”, conta emocionado Marcelo. levantar meu braço que quero dar Todos os anos a família toda se um tchau para meu povo”. Era dia reunia no feriado de 7 de setem- 6 de outubro.Vergés chamou seu bro. O dia da independência era médico e pediu, como se fosse muito importante para os Vergés. uma ordem: “Tenente, quero dorAlém disso, ele sempre desfilava mir”. Por volta de 23h30 ele falecom os militares, sempre em lugar ceu. Atendendo ao seu pedido, o de destaque. corpo foi liberado somente às 6h da manhã. Em seu velório AristiDESPEDIDA des havia pedido para dispensarem os discursos de padres e pastores. Aristides foi acometido por uma Queria apenas violinos em seu pneumonia. Em sua permanência sepultamento, e assim foi. Agora no hospital, para o tratamento, descansa no túmulo dos Expedicontraiu uma infecção urinária. cionários, ao lado de antigos amiNo combate à infecção apresentou gos de batalha.

Aristides Saldanha Vergés em seu último 7 de setembo, cercado por toda sua família.


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Crônicas & Contos

Crônicas de ontem

Verso & Reverso

Marco Polo - Jornalista, editor do JBA

Rui Werneck de Capistrano - Publicitário, poeta, contista, escritor, autor de NEM BOBO NEM NADA, romancérele de 150 capitulos do capeta.

O espinho da roseta dói! A grama verdinha servia pra mãe estender e corar a roupa branca com anil. E pra gurizada brincar, bater bola, catar segredo, uma espécie de aranha tanajura, bunduda, que tecia com saliva e grama uma tampinha redonda para o buraco onde se escondia. Fora dali se atracava até a morte com a vizinha do mesmo jardim. A piazada se divertia entre carrapichos trevos e azedinha, até enfiar o pé descalço numa touceira de roseta. Aqueles meninos do Grupo Escolar faziam a vida chegar depressa ao café (Alvorada) das três, com leite fervido e sabor de margarina Saúde no

cotovelo do pão bengala que vinha na carroça do padeiro (ah, a mulher do padeiro!). O divertido era cada um fazer a sua diversão: a setra, a raia, a carretilha, o carrinho de lata de Ninho, de rolamento, as pernasde-pau, o arco e flexa de bambú, a espingardinha de cabo de guarda-chuva, as traves de sarrafo no campinho de futebol e mais tudo que fosse possível imaginar. Sonhava-se com o tempo de eleições para, imaginem, correr atrás dos santinhos jogados aos maços dos tecotecos que sobrevoavam a cidade. Sei lá se resolvia, mas algumas daquelas campanhas encalacraram mortal-

Cotidiano

mente na memória de mocinhos e mocinhas da época: a musiquinha de Nelson Maculan (“Quem é que vai governar o Paranaaaaaaá? É Nelson Maculan, é Nelson Maculan”... não governou!), a farda e cara enfarruscada (pra mim era enferruscada) do Marechal Lot, a vassourinha de Jânio Quadros. Os mesmos meninos e meninas que liam Mandrake, Capitão Marvel, Superboy e outros super heróis do tempo que não existia supermercado e o pedido do mês era feito no armazém da esquina, com tudo assentado no caderno para pagar no fim do mês. Ah, até que se tirasse, doia muito aquele espinho da roseta!

Roberto Monteiro - Jornalista/Editor do JBA

Pitangas no Halloween O Brasil está entre os maiores países do mundo e abriga muita gente distinta. Rezamos todos pela mesma cartilha. Temos características semelhantes de norte a sul. E assim vamos tocando o barco. Os imigrantes que escolheram viver no Brasil não cansam de admirar a tolerância que impera por aqui. Acho que há até um certo exagero, pois costumamos tolerar demais, às vezes até o intolerável. Raramente os estrangeiros se fecham em guetos. Talvez sejam contaminados pela nossa vocação para o descompromisso com as regras. O brasileiro, de maneira geral, tem pouco contato com diferentes culturas, mesmo as regionais. Quando nos deparamos com um “gringo” ficamos curiosos. O tratamento varia da timidez que dificulta o contato, à bajulação que também limita a comunicação. Em outros países esse trânsito de estrangeiros é antigo e constante. Mas o que é diferente lá fora é que as comunidades estrangeiras se fecham.

Este sentimento de admiração e de recalque com outras culturas ainda não resolvemos. Para a maioria das pessoas é difícil entender que não há nada de errado em copiar o que é bom e deu certo em outro lugar. A troca é parte da evolução. Mas acho pior quando a admiração exagerada pelo externo substitui nossa cultura por hábitos que não têm significado por aqui. Dois exemplos podem parecer forçados ao leitor, mas foram os que me ocorreram. Um deles é que passei em frente a uma academia de musculação e o local estava todo enfeitado para o Halloween. Até entendo que escolas de inglês americano comemorem a data, mas uma academia? Fiquei me perguntando qual a razão. Sou mais a favor de perpetuar a nossa tradição de comemorar o dia de Finados, como uma data de lembrança. Na minha cidade era o dia em que o cemitério ficava animado, com gente de longe voltando ao local para render homenagens a seus mortos. Sem

tristeza, apenas saudades. O outro caso é mais banal ainda. Notei é possível comprar cereja, mirtillo, cramberies, ou phisallis nos supermercados, mas pitanga que é bom nem pensar. As pessoas estão incorporando hábitos alimentares supostamente sofisticados e estão se esquecendo do gosto singular da pitanga, do araçá, do ingá, da uvaia. Assim como o Halloween, mais uma vez a colonização avança, substituindo a riqueza cultural regional por uma cultura também rica, mas lá para os gringos, não para nós.

O Direito e a História Não é motivo de estranheza para nós ouvirmos em determinada situação uma pessoa argumentando inflamada numa conversa ou discussão que: “Esse é meu direito!”, ou exclamando: “Eu tenho meus direitos!!”. Pois bem, um estudo profundo da historia do direito e de sua evolução, que se inicie desde os primórdios da Grécia de Aristóteles - onde o conceito de fato surgiu enquanto elemento de uma justiça distributiva responsável por determinar a parte que cabe a cada um segundo, seu merecimento - até sua atual forma positiva, na qual o direito parece ser algo que pertence a pessoa - próprio do sistema jurídico moderno - nos revela aspectos do cotidiano dos quais não teríamos a mínima compreensão de quão relativos são ao tempo e as cultura. Pois bem, a partir do século XVII, XVIII, através da filosofia do inglês Thomas Hobbes e outros tantos, se deu início a noção de Direito Subjetivo, a partir da qual o direito passou a ser pensado como pertencente a pessoa, como um atributo próprio de sua natureza, que deve ser respeitado e considerado por todos os sujeitos jurídicos (indivíduos) que vivem numa mesma sociedade. Antes disso, dessa nova definição de direito da qual somos herdeiros, ele não era pensado como uma propriedade de todo e qualquer ser humano, não podia ser demonstrado, era sim o fruto de um acordo político dos homens sobre o que é o justo, sobre o que estaria de acordo com a natureza das coisas. Portanto, se algo “é nosso direito”, somente é porque temos uma visão subjetiva dos direitos e dos deveres, como se tivesse sido sempre assim!...

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Gente humilde, cada vez fico mais abilolado. Não leio mais os jornais do dia. Passo longe da tevê da hora. Mas, às vezes é preciso ler alguma coisa num jornalão. Tal como os classificados pra arranjar um quarto pra morar. Abri o jornal de um dia qualquer e fui folheando. Lá pelas tantas dei com um texto cercado, desses de colaboradores. Um professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná escreve ‘O ícone e o que ele representa’. Fui lendo e, como sempre acontece com textos de professores universitários, não entendi nada. Poderia pôr o texto inteiro aqui, mas destaco um parágrafo. O segundo: “A substancialidade icônica ou meio de representação artística do símbolo possui um

significado filosófico digno de uma apreciação mais acurada, pois tem o sentido profundo de uma ontologia evanescente, virtual, que carrega em si, como num processo quântico, a própria alma da natureza.” E depois dizem que eu é que sou complicado! Quer mais? Vá ler na Gazeta do Povo de qualquer dia. Eu, pessoalmente, me babo quando leio essas coisas. Começo a divagar com frases como ontologia evanescente, virtual, que carrega em si, como num processo quântico, a própria alma da natureza e vou até Marte.Pode me chamar de burro, de preconceituoso, mas não entendi patavina do que ele quis dizer. Mas adoro textos assim e até imito sempre. Me lembram fumaça de fogueira de pneus: preta, fuliginosa, fedida. Que sobe em rolos densos e entra no nariz deixando tudo preto. Fico pensando na alma da própria natureza e não imagino nada. Nada. Nem um processo quântico num sentido profundo de uma ontologia.

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João Triska * Email: joãotriska@gmail.com www. myspace.com/joaotrikska

Para ler, ouvir e sentir

CURITIBA, NOVEMBRO DE 2013

João Triska é Bacharelado em Filosofia pela UFPR, Músico e Compositor.

MINISTÉRIO DIVINA GRAÇA

José Luiz Batista (*)

Partidos À época do Novo Testamento a teocracia judaica estava dividida em partidos que mantinham entre si afinidades e distinções. Os Fariseus, a maior e mais influente seita religiosa, composta por gente de classe média totalmente obediente aos preceitos da Lei, uma espécie xiita que mandava na sinagoga. Os Saduceus eram politicamente mais influentes porque controlavam a classe sacerdotal, o sinédrio e detinha a administração do Templo. Os Escribas não eram propriamente uma seita, mas uma categoria profissional dedicada ao estudo, interpretação e exposição das Escrituras. Os Zelotes, de origem sacerdotal, lutavam para livrar a nação do jugo romano, quer pela desobediência civil, não pagando tributo a César, quer pela aplicação de violência. Os Herodianos constituíam um grupo elitista que apoiava incondicionalmente a dinastia de Herodes, de onde achavam que sairia o messias. Os Essênios observavam tão rigorosamente a lei que recusavam-se a ir ao Templo para não ter contato com a corrupção e viviam em comunidades no deserto onde também exerciam o curandeirismo. Os Sicários era um grupo radical advindo dos Zelotes que costumava matar seus adversários. Os Zadoqueus adotavam a conduta levítica e sua principal tarefa era converter gentios ao judaísmo.Os Samaritanos formavam uma população miscigenada entre judeus e outros povos e eram permanente alvo de preconceito e perseguição. De dentro desse caldeirão surgiu

um Galileu que propôs a atualização do extremismo farisaico, condenou a manipulação saducéia, atualizou a lei que os escribas bem conheciam, denunciou a opressão romana sem a violência dos zelotes e sicários, contrariou a expectativa messiânica dos herodianos, ao contrário dos essênios, migrou do campo para a cidade, foi além dos zadoqueus e pregou principalmente para os judeus, mas acatou os desprezados samaritanos. Resultado: não agradou a ninguém. No Brasil de hoje 39 partidos políticos repetem a falácia de dois mil anos. Se o Messias surgisse outra vez com a mesma proposta de outrora seria de novo crucificado, inclusive pela igreja que usa o seu nome. Se não é possível mudar a conduta dos atuais partidos, é possível sim, esclarecer as consciências, transformar as mentes, levar o homem a nascer de novo, e neste sonho não há lugar para partidos de aluguel. Temos um ano para começar a fazer o que não foi feito em vinte séculos. Nota 1 – Não citei nenhum versículo bíblico porque está é a história que estamos escrevendo hoje. Nota 2 – Correndo por fora, numa não muito secreta condição, existe um movimento marginal que tem mais de vinte anos, atua em 23 Estados, está presente em todas as instituições e tem o que muitos partidos não têm: coerência. Seu nome é PCC.

* joselbatista2004@ig.com.br - Cel. (41)99584921


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CURITIBA, NOVEMBRO DE 2013

Capão da Imbuia é meu limo... A história do bairro na batida do samba

Assustar

Recuperação da saúde

Olá

Carro de praça Programa humorístico com Leandro Hassum e Marcius Melhem (TV) Argila de cor avermelhada

Documento do eleitor

Exame minucioso de fraturas Acusada 201, em romanos Aquelas pessoas Pura; simples Trago de bebida

Observar atentamente A reclamação das pessoas na fila

Pessoal; torcida Alvo; objetivo

(?) Barroso, compositor

Pronome demonstrativo feminino Artigo indefinido feminino singular

Relativo (abrev.) Descrente em Deus Interjeição de surpresa

Órgão social da indústria (sigla)

Conversar com Deus

Pôr; colocar Alimente-se Fator que desvaloriza o carro

Um dos temperos da pipoca

Apartamento (bras.)

Mamífero que se alimenta de cupins Prato indicado em dietas (pl.)

Antônio Dias, pintor

Teste de (?): prova a paternidade

Letra do dígrafo de "jarro" (Gram.)

1á2gin8as p

edição de luxo nAs BAncAs e livrAriAs

T A X I

dos mágicos

A R I

do mAis fAmoso

Solução R E Z A R

As melhores AventurAs

63

O O S C C R A E R A E S S D T E A P A D U S

BANCO

C A T U L O R A I R A R E M E G A L M O R A E L S T E U A M E C A S O D A M A N L A D A

paroquial da igreja. Com 14 anos ele tocava bateria nas tardes dançantes. “A primeira banda que toquei ali foi a Supersônicos, que era uma banda grande, estilo Aquarius Band, Os Carcarás, bandas de baile mesmo”, recorda Nenê. O Padre era quem decidia quais bandas subiriam ao palco do salão paroquial. No entanto, se engana quem acha que o padre pautava sua escolha apenas nos preceitos religiosos. Não eram apenas bandas gospels que se apresentavam, não havia essa restrição. Segundo Nenê, o padre nunca deu pitaco no repertório dos músicos. Por isso tinha grande respeito por parte deles. Mesmo a missa não sendo um requisito para para se apresentar no salão paroquial da São Benedito, muitos músicos frequentavam os sermões por respeito à figura do Padre. Ao lado de Exídio, e dos falecidos Natal, Santhé, Gerson e seu irmão Maquir, Nenê formou o grupo Universom Band, que também tocou nas tardes dançantes da São Benedito. O salão paroquial, na época ainda de madeira, ficava lotado. O Capão da Imbuia era conhecido na época por ter muitos

grupos de jovens encrenqueiros. Porém, nas matinês do Padre Aleixo a ordem pairava. Mais um sinal de respeito ao excêntrico eclesiástico. Além dos talentos locais, Aleixo trazia grupos de outras partes da cidade para animar suas festas. Como os Apaches e Embalo 2001 (antiga banda do Senthé). Como bom organizador pagava cachê compatível com outras casas da cidade. “Não lembro de ver ele dançar, mas ele sempre estava circulando no salão com o charuto na mão, animado”, recorda Nenê Gomes. O padre poderia ser chamado facilmente pela alcunha de M.C. Aleixo. Pois afinal era o mestre de cerimônias do evento produzido mensalmente na Igreja São Benedito. O padre aproximou a música da igreja antes disso virar moda. Nenê o descreve como “um Padre Inusitado”, sobretudo para época. Não é segredo de que o velho padre tinha um lado Boêmio muito forte. Contudo não se crê que este fora o motivo de sua partida da Igreja do bairro. Alguns ouviram um papo de que ele estava em Quitandinha, isso lá pelos idos de 1976. Outros falavam que ele saiu porque precisou de tratamento médico. O fato é que se estivesse vivo hoje o padre gozaria de seus 90 anos de idade. Por isso a pergunta permanece: Onde andará o Padre Aleixo? Texto Everton Mossato Pesquisa Moysés Ramos

Cuida dos atletas

© Revistas COQUETEL 2013

F T I S M I O T D E R A O P E U T S A

O Padre Aleixo compõe o time das figuras folclóricas do Capão da Imbuia. Visto por muitos como um homem à frente do seu tempo. Andava pelas ruas do bairro com sua batina marrom e não hesitava em parar para conversar com os amigos. Também era muito visto dirigindo seu carro, um Simca Chambord vermelho vinho com detalhes brancos. Estava sempre acessível aos fiéis e não dispensava uma boa pescaria. Tanto é que ele mesmo organizava muitas delas e levava consigo os amigos. Pelas ruas exibia sua batina marrom. Ele chegou ao Capão da Imbuia por volta de 1970. O polaco de postura elegante e imponente foi muito lembrado pelas atividades que promovia em prol da Igreja de São Benedito. Organizava as festas aos sábados e domingos e a partir das 17h promovia as tardes dançantes. Onde reunia os moradores do Capão. Com isso ajudou muito na construção da Igreja São Benedito. Fazia as vestas uma vez por mês e durante o baile de sábado sempre falava: “Quem está no baile hoje, amanhã eu quero cedo na missa”. Pelo jeito bonachão, o padre era alvo de muitos comentários por onde passava. Alguns que obviamente nenhum fiel teria coragem de confessar ao homem de batina. Era de conhecimento público suas predileções por bons vinhos e charutos. Além de sua tremenda habilidade com as cartas. Nenê Gomes, músico da banda Toque de Imaginação, lembra bem da época das matinês no salão

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

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3/opa. 4/mera — ocre — sesi. 6/raios x. 7/alarmar.

Onde andará Padre Aleixo?


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