Guia alimentar para a população brasileira

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PARTE 3 - AS BASES EPIDEMIOLÓGICAS E CIENTÍFICAS

Tabela 5 - Evolução da participação relativa de macronutrientes no total de calorias determinado pela aquisição alimentar domiciliar nas regiões metropolitanas, Brasília e Município de Goiânia, por ano de pesquisa. Brasil, 1974-2003 % da evolução da participação relativa de macronutrientes, por ano de pesquisa Macronutrientes Carboidratos Açúcar (sacarose) Demais carboidratos Proteínas Animais Vegetais Lipídios Ácidos graxos monoinsaturados Ácidos graxos poliinsaturados Ácidos graxos saturados

1974-1975 61,66 14,04 47,62 12,57 6,00 6,57 25,77 7,44 7,66 7,47

1987-1988 57,96 13,67 44,29 12,81 7,05 5,76 29,23 7,86 9,53 8,54

1995-1996

2002-2003

57,73 14,16 43,57 13,80 8,12 5,68 28,46 7,70 8,53 8,79

55,90 12,63 43,27 13,58 7,78 5,80 30,52 8,05 8,90 9,62

FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Pesquisa de Orçamentos Familiares, 2002-2003.

redução na participação das vegetais); - Diminuição na participação relativa de carboidratos totais e complexos. O total de carboidratos na última pesquisa (55,9%) aproximou-se do limite inferior do recomendado, enquanto que os carboidratos complexos (43,3%) não atingiram o limite mínimo. Historicamente, vem ocorrendo um deslocamento da disponibilidade de carboidratos por gorduras e açúcares, mudança desvantajosa em relação ao risco de ocorrência de DCNT, sobretudo se a redução de carboidratos estiver ocorrendo entre os carboidratos complexos; - Tendência temporal de redução no consumo de açúcares, embora a participação deste grupo ainda permaneça muito acima do recomendado para uma alimentação saudável (26% acima da faixa limite). Além disso, há evidências de que o consumo de açúcares tenha se deslocado para o consumo de refrigerantes, sucos e bebidas adoçadas cuja oferta no mercado aumentou consideravelmente nos últimos anos; - Tendências de elevação das gorduras totais, extrapolando o limite recomendado na última pesquisa (30,5%). As gorduras saturadas tenderam a aumentar contínua e expressivamente no período (30% entre o primeiro e o quarto inquérito) e, em

2003, os valores (9,6%) aproximaram-se do limite máximo recomendado (< 10%). Por outro lado, verificou-se também tendência de aumento nos ácidos graxos monoinsaturados e poliinsaturados, possivelmente em decorrência da substituição das gorduras animais pelos óleos vegetais. Excetuando-se as observadas em relação às proteínas e aos ácidos graxos insaturados, as demais tendências são preocupantes, uma vez que caracterizam padrões alimentares inadequados e de risco à saúde, conforme mostram os estudos mais recentes. Vale ressaltar que, em relação aos ácidos graxos insaturados, se, por um lado, o aumento na sua participação na dieta é desejável, por outro, esse aumento deve-se dar em substituição às gorduras saturadas de tal forma que a participação das gorduras no VET não extrapole os limites recomendados (15% a 30%). A tabela 6 a seguir mostra a participação de grupos de alimentos no total de energia consumida. A análise das informações da tabela 6, que compreende os períodos de 1974 a 2003, indica as seguintes tendências no padrão alimentar do Brasil, considerando as informações disponíveis (regiões metropolitanas, Brasília e Goiânia): - Redução de 5% no consumo de cereais e derivados. Considerando os alimentos que


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