PORTO ALEGRE, SEXTA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2014 www.readmetro.com
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Aberto há três meses, depósito na avenida Baltazar de Oliveira Garcia, na zona norte da capital, já tem 50% do espaço ocupado | GABRIELA DI BELLA/METRO
Em 2 anos, cresce 36% número de veículos em depósitos no RS Haja espaço. Apreendidos pelos mais variados motivos, carros, motos e caminhões entopem áreas credenciadas do Detran. Em 2012, 67.052 veículos disputavam espaço. Hoje encontram-se em depósito 91.530 veículos, 41 mil com restrição policial ou judiciária À medida que aumenta o reforço na fiscalização de veículos irregulares no Estado sobe também o amontado deles nos depósitos do Detran. Em dois anos, cresceu 36% o número deles nos 167 CRDs (Centros de Remoção e Depósito) em funcionamento em solo gaúcho, sete deles em Porto Alegre. Em 2012, 67.052 estavam à espera de seus donos, 10% deles à disposição da Polícia Civil e da Justiça por disputas judiciais ou investigações criminais. Hoje, são 91.530 carros, motos e similares recolhidos nos depósitos e quase metade deles, aproximadamente 41 mil estão lá por restrição policial ou judiciária. Além da frota de veículos que não para de aumentar, é o reforço da fiscalização que está tirando de circulação os veículos em condição irregular. O recente feriadão de Corpus Christi colocou em ação a 30a edição da Operação Viagem Segura. Desde que foi iniciada, em novembro de 2011, elas resultaram no recolhimento de um total de 39.100 veículos, sendo 1,7 mil deles nos cinco dias de Corpus Christi deste ano. Diretor técnico do De-
tran, Ildo Szinzelski destaca que são recolhidos veículos sem condições de circulação. “São veículos sem a documentação necessária, sem equipamentos obrigatórios e muitos deles envolvidos em ilícitos, acidentes de trânsito e os adulterados que não têm origem o motor ou que são montados”, detalha. Contra a superlotação A superlotação dos depósitos do Detran foi grande em 2008 quando a capital enfrentou sérios problemas de falta de espaço para abrigar veículos apreendidos por infrações, acidentes ou crimes. A única empresa conveniada na época, a Atento Service, chegou a abrigar em uma única área na avenida Ipiranga 5,7 mil veículos. A situação levou o Detran a descredenciar a empresa e abrir novos CRDs. Em 2012 eles eram três, hoje são sete. Os leilões também ganharam ritmo. Em 2012 foram 17.007 veículos leiloados. Em 2013 o número subiu para 19.103 e este ano, até junho, já eram 9.933. LETÍCIA BARBIERI METRO PORTO ALEGRE
Saiba mais O Detran tem hoje 167 Centros de Remoção e Depósito em funcionamento em todo o Estado, sendo 7 deles em Porto Alegre. • Prazo. Veículos podem ser encaminhados a leilão quando não forem reclamados pelos donos no prazo de 90 dias. • Infrações. A maioria dos veículos é apreendida por infrações, como estacionamento em local proibido, mas há também os envolvidos em acidentes e crimes. • On-line. Para saber em que depósito está um veículo consulte www.detran.rs.gov. br, clicando no link “Remoção e Depósito” e depois “Veículos em Depósitos”. • Valores. O custo da remoção para carros é de R$ 202,97 e mais R$ 20,81 por dia. Para as motos, a remoção custa R$ 162,38 e R$ 16,65 por dia.
Após dois anos, veículos com restrição policial ou judicial pode seguir para trituração | MARIANA TOCHETTO/DIVULGAÇÃO
Comprou e não pagou? Veículos apreendidos em barreiras de fiscalização não são os maiores problemas nos depósitos. Nesses, a rotatividade é grande. O dono regulariza a situação e o retira até mesmo no dia seguinte. As pendências policiais e judiciais são as que entopem os depósitos. Entre os motivos, um que se tornou mais comum com o aquecimento da economia: os financiamentos não honrados.
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anos completou um Opala no depósito do Detran à disposição da Justiça até que o órgão solicitou autorização para reciclagem. “As pessoas não conseguem pagar, tem a busca e apreensão e eles ficam nos depósitos”, observa o dire-
tor técnico do Detran, Ildo Szinzelski. É o órgão que cede espaço tanto para os veículos com pendência judicial como os que estão envolvidos em investigações criminais. Depois de dois anos o Detran pode dar início ao processo de reciclagem, também chamado de trituração, mas alguns chegam a completar década à espera de uma sentença. LETÍCIA BARBIERI