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submetido. Oliveira (2008), ao tratar do sistema de tutoria na EaD, faz um importante resgate histórico da atuação do tutor nos diferentes contextos educacionais relativos à EaD. Na concepção fordista de educação, o papel do tutor ficava em segundo plano, já que todo processo educativo era centrado no ensino. Diante isso, a importância estava nos materiais didáticos impressos e outros recursos utilizados no desenvolvimento do curso. Ao tutor restava a mera verificação da execução de atividades solicitadas. Já para a teoria do auto-didatismo, considera-se que a grande maioria dos que participam de cursos na modalidade a distância são adultos e, portanto, responsáveis pela elaboração do conhecimento. Dessa forma, o aluno é quem decide sobre o que estudar, cabendo ao tutor, também, um papel secundário, visto como ―facilitador‖ da aprendizagem. Ou seja, o tutor é aquele que indica caminhos para promover, de maneira mais simples, a execução de atividades. Na ―tutoria como conversação dialógica‖ encontramos, segundo Oliveira (2008),
o
equilíbrio
na
relação
estudante
e
instituição,
no
sentido
de
responsabilidade com o aprender. De acordo com a autora, as teorias de comunicação e interação colaboram para centrar a tutoria no diálogo com o aluno, permitindo um olhar humanizador sobre a EaD. Por último, a autora aponta a tutoria como mediação, a qual consideramos como mais oportuna, pois:
[...] permite vislumbrar um processo de ensino e aprendizagem em que o conhecimento pode ser construído por meio não somente da interação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, mas, principalmente, por meio da interação sujeito-objeto, sujeito-sujeito. (OLIVEIRA, 2008, p.05)
Nessa concepção, a mediação pedagógica não se apresenta apenas como a tarefa de ―tirar-dúvidas‖ ou motivar a aprendizagem, procedimento comum nos cursos desenvolvidos nos AVAs. Para Oliveira (2008), mediar pedagogicamente exige que o docente, além de conhecer os conteúdos a serem trabalhados, conheça também as bases epistemológicas do conceito de mediação que se deseja. Não basta apenas o conhecimento técnico, é preciso que o docente-tutor tenha clareza sobre a concepção de educação que defende, que sujeito ele pretende formar e quais bases epistemológicas pretende trabalhar, seja na