Retrato de Família

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inha juventude foi muito alegre, porque eu soube aproveitá-la. Embora morando no interior, sempre havia motivação para me divertir. No período da Segunda Guerra Mundial tinha vontade de me incorporar ao Corpo Expedicionário da Cruz Vermelha, para prestar socorro às vítimas da guerra, porém, meus pais jamais aceitariam. Em plena guerra, era proibido falar alemão, mas era impossível comunicar-se com grande parte das pessoas e dos nossos fregueses, porque eles só falavam o alemão. Houve ameaças e meu pai foi detido sob a acusação de receber ordens do “Führer” através da Deutsche Welle. Foram momentos tensos e humilhantes e grande parte dos imigrantes e descendentes alemães foram discriminados e sentiam-se ameaçados. Houve muito abuso por parte das autoridades. Eu era constantemente convidada para testemunhar casamentos, ou para batizados. Já aos 13 anos tive o meu primeiro afilhado: Bartolomeu Hess, que era também meu primo. No mesmo ano fui Papai e mamãe na formatura do filho Anselmo no Rio de Janeiro, 1943 convidada para testemunhar o casamento de uma prima. Ficava radiante com estes convites, pois isto mostrava que as pessoas, ao me escolherem, me queriam bem. Frequentava as domingueiras e festas de igreja. Embora houvesse pretendentes, não tinha interesse por ninguém. - 48 -


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