Notícias do Mar n.º 337

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Pesca Desportiva

Aproveitaram bem todos os outros países europeus, para quem o Mar continuou a ser fundamental para o seu desenvolvimento económico. Os portugueses foram sempre os que comeram mais peixe na Europa e há séculos que iam à Terra Nova pescar o bacalhau que era então a matéria-prima de uma importante indústria em Portugal. Isto podia ter sido negociado para nos mantermos a pescar bacalhau, em vez de entregarmos a pesca deste peixe a outros países que passaram a desenvolver essa indúsdtria e exportá-lo para Portugal. Em vez de uma estratégia nacional para o Mar, o Governo de então e os seguintes, entusiasmaram-se com o dinheiro de Bruxelas e deixaram para trás todo o potencial de Portugal para o Mar. Os nossos Governos aceitaram de tal modo o abate de embarcações de pesca que em poucos anos foram abatidos milhares barcos. Foi preciso a CEE dizer que não dava mais dinheiro para o abate, porque já tínhamos queimado mais de 60% de embarcações do que era necessário, para se acabar com este crime. O objectivo de reduzir as capturas acabou por prejudicar principalmente Portugal que perdeu quotas para os países do Norte da Europa que tinham o objectivo de aumentar as exportações dos seus excedentes para os países do Sul. Ao contrário de Portugal em Espanha houve uma política de apoio ao sector das pescas, principalmente na Galiza e a frota de pesca procurou rapidamente outras paragens e apostou na pesca longínqua. Mas mesmo nas nossas águas os espanhóis continuam a

usufruir de vários quinhões de quotas. É importado dois terços do peixe consumido em Portugal O consumo de peixe per capita em Portugal é de 57,2 quilos, Ou seja, um total de mais de 572 mil toneladas e apenas pescámos 144.654 toneladas. Em consumo de peixe estamos no terceiro lugar mundial, atrás da Islândia com 91 Kg e do Japão que consome 58,6 Kg. Na UE, o consumo é em média de 21,5 quilos por pessoa, menos de metade dos portugueses. As principais espécies pescadas em Portugal são: sardinha cerca de 60 mil ton., cavala 20 mil ton., carapau 19 mil ton., peixe-espada preto três a quatro mil ton., cavala 2.500 ton., pescada 2.000 ton., e outras espécies como polvo, raia, congro, e faneca. Segundo o INE, o peixe vendido em lota atingiu, em 2013, um valor global de 253 milhões de euros, cerca de

Podemos pescar mais 15% de lagostim

30 milhões de euros abaixo do que fora obtido em 2012. O peixe fresco e refrigerado que foi transaccionado nas lotas portuguesas em 2013 caiu 4,4% face ao ano anterior, para 144.654 toneladas, o que representa o valor mais baixo dos últimos anos. Dos 9.600 barcos existentes em 1993 o INE refe-

re que a frota atingiu o seu valor mais baixo dos últimos oito anos, com 4.527 embarcações registadas em 2013 e o número de 16.797 pescadores inscritos nas capitanias. Como foi abatida grande parte da frota de pesca e temos quotas para cumprir em muitas espécies, não conseguimos pescar todo o

Os espanhóis já não querem carapaus 2015 Janeiro 337

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