Revista Frota & Mercado

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Editorial

A retomada Pós-Copa !

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A Revista Frota & Mercado é uma publicação trimestral da C & G 12 EDITORA EIRELI – ME. Telefone (PABX): (11) 3873-1525 Fax: (11) 3801-2195 www.frotaemercado.com.br atendimento@frotaemercado.com.br Diretor Responsável - Editor Rodrigo Antonio Rosso Reportagem Priscila Sampaio Redação/Marketing Beatriz Martins Administrativo/Financeiro Fabiana Marques Diagramação Rodrigo Martins www.quack.art.br Site Robson Lopes www.studiotoro.com Depto. Comercial Etiane Bastos Colaboradores Diogo Ilha Luiz Marins Roberto Manzini Circulação José Faustino Tiragem 10 mil exemplares Redação e Comercial Caixa Postal: 60.113 CEP 05033-970 São Paulo - SP

omo já era de se esperar, para alguns a Copa do Mundo representou um aumento na demanda, como para as locadoras de veículos, por exemplo, que estão apresentando aumento considerável na locação de automóveis, devido ao grande número de turistas circulando pelo País em função do evento. Mesmo com um volume de locação menor do que o esperado por elas para o período da Copa, antes dela, o investimento foi alto. Foram elas, as locadoras, as responsáveis por segurar as pontas no mercado junto às montadoras, indo na contramão das vendas no varejo no início deste ano. As vendas para o setor de locação cresceram 2% no primeiro semestre de 2014, enquanto as vendas no geral, para o varejo, caíram mais de 5%, podendo ser esse percentual em números reais, ainda maior. Por outro lado, todo o mercado, no geral, parou, exceto o turismo, a hotelaria e o entretenimento, por razões óbvias. A Copa do Mundo chegou e fez com que tudo fosse protelado para “depois da Copa”. Se antes do evento a frase mais ouvida era a famosa: “imagina na Copa”, há pelo menos dois meses o que mais se ouve agora é, a também e não menos famosa: “só depois da Copa”. E é justamente aí que fica a preocupação de todos nós: “o que será do Brasil Pós-Copa” ? O que se espera é uma retomada nos negócios e na economia. O governo, também preocupado com o que pode acontecer “Pós-Copa” e com os números abaixo das expectativas no primeiro semestre, está fazendo sua parte. Conforme foi divulgado nos últimos dias, foi prorrogado o desconto do IPI para carros 0Km até o final de 2014 e também feito um novo acordo automotivo com a Argentina, visando incentivar o setor. A esperança é que a medida ajude a indústria automotiva a superar esse momento de queda nas vendas – inclusive a indústria de autopeças, que vem passando por dificuldades há algum tempo – afinal, não restava alternativa no momento perante os resultados apresentados. Basta ver os emplacamentos no mês de junho, que fecharam com um volume 19% menor do que o mesmo período – sem Copa – do ano passado. O governo e todos nós sabemos que a referência para a economia no Brasil – alguns gostem ou não – é a indústria automobilística. Se os números do mercado de automóveis vão bem, a economia nacional também está bem... se os números em vendas de automóveis cai, as luzes de alerta em Brasília/DF se ascendem. É sinal que as coisas não andam nada boas e que algo precisa ser feito. A aposta de todos nós vai no mesmo sentido da ANFAVEA, que prevê uma retomada de crescimento no setor para o segundo semestre. Serão os efeitos “Pós-Copa”, num ponto de vista otimista para a indústria automotiva. Segundo o presidente da entidade, o pior momento já passou. Mas não podemos esquecer que ainda teremos Eleições pela frente. As vendas para o governo, por exemplo, também em função das Eleições 2014, deverão estagnar para os próximos meses, retomando apenas no final do ano. A verdade é que este não está sendo um ano fácil para ninguém, porém, já vivemos cenários piores. Mas, independente do que acontece no País, temos que continuar investindo e trabalhando, fazendo a nossa parte. A Copa logo passa, as Eleições também... e a vida continua. Por isso, para que haja a tão esperada “Retomada Pós-Copa”, depende muito de nós, do nosso otimismo, empenho e perseverança. Depende do nosso trabalho e dos investimentos, que não podem parar, se queremos continuar crescendo. Vamos em frente ! Sempre !!!

É permitida a reprodução de qualquer artigo ou matéria publicada na Revista FROTA & MERCADO, desde que seja citada a fonte. “Senhor meu Deus, em ti me refugio; salva-me e livra-me... Deus é um juiz justo... Darei graças ao Senhor por sua justiça...” Salmos 7:1, 11 e 17

Rodrigo Antonio Rosso Diretor/Editor


Índice

Entrevista 05 A Audi de Thiago Lemes

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Gerenciamento

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Os 10 equívocos na gestão de Frotas Executivas e como evitá-los

Perfil 14 Triciclos Motocar

Artigo 18 O ser humano precisa de reconhecimento

Corporativo 20 P.A.R.A.R.: ano de 2014 começou com o pé direito !!!

Acontecendo 22 Focaccia 60 anos de trabalho na Europa !

05

Novidade 26

10

INMETRO: simulador mede Eficiência Energética dos Veículos

Motos

28

Direção 30 Espelhos Retrovisores: com a regulagem certa, são seus maiores aliados na direção defensiva ! Sustentabilidade

32 Lavando os carros com responsabilidade !

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26

Dados Montadoras

38

Ficha Técnica

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Tabela Frota&Mercado

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Ranking Depreciação

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Veículos Emplacados

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Frota & Mercado

Maio/Junho/Julho 2014


Entrevista

A Audi de Thiago Lemes Em 2014 a Audi investe em Vendas Diretas e aposta no segmento frotista. A promessa é atender de forma personalizada cada cliente e se tornar referência no segmento Premium

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marca alemã tem motivos para comemorar: em maio, foi anunciado um crescimento de 133% nas vendas somente no Brasil e até o final deste ano, a montadora quer bater o recorde alcançado em 2010, vendendo mais de 230 mil unidades no mundo. De olho nessa escala, o Responsável por Vendas e logística, Thiago Lemes, quer impulsionar a estruturação do departamento de Vendas Corporativas. Com seus 35 anos de idade, Lemes tem 14 anos de experiência no ramo automotivo. Construiu sua carreira atuando por 8 anos na também alemã BMW, e depois, na Audi, onde já está há 6 anos. Ele começou pelas áreas de Desenvolvimento de Negócios com a rede concessionária, Treinamento, Produto, Preço e hoje, está à frente de Vendas e Logística. Thiago é formado em Direito, pós-graduado em Direito do Consumidor e MBA de Gestão Empresarial e Vendas. Ainda possui em seu currículo, cursos de especialização no Brasil e na Alemanha. É ele que nos traz os detalhes sobre o investimento da Audi no mercado frotista e nos fala, com exclusividade, sobre os objetivos e quais caminhos da montadora no Brasil para conquistar essa exigente e diferenciada fatia de mercado. Revista Frota & Mercado - Por que a Audi decidiu investir no Brasil, no mercado de Vendas Diretas ? Thiago Lemes - No mundo todo o mercado de Vendas Diretas é muito forte, todas as montadoras tem uma atuação expressiva. Na Europa, por exemplo, algumas marcas têm seu faturamento com maior porcentagem nas Vendas Corporativas do que no varejo, então, penso: por que não podemos fazer o mesmo no Brasil ? RF&M - Quais serão as primeiras medidas para alcançar os objetivos de sucesso nesse mercado ? TL - Um grande plano que temos para esse segmento é elevar o investimento em concessionárias para o atendimento dos clientes. Serão investidos R$ 300 milhões para aumentarmos os pontos de vendas – que hoje são 30 em território brasileiro – e com um volume inicial de 30 mil unidades para atender a demanda. Nosso objetivo, ainda esse ano, é alcançar a marca de 15% das vendas totais em veículos voltados para frotas. Quero que o número de concessionárias dobre, chegando a 60 pontos. Essa meta será cumprida até 2016, pois acredito que, quanto maior o número de locais para atendimento espalhados pelo Brasil, mais fácil será o acompanhamento do meu cliente frotista, tanto para a venda da sua frota, como manutenção e suporte em tudo que venha precisar. 5


RF&M - Como é o projeto para atender o cliente frotista ? TL - Montamos uma área específica para atender a demanda. Contratamos uma pessoa do mercado de Vendas Diretas que sabe quem são os maiores players e tem a cultura desse tipo de venda, além de conhecer as empresas que tem potencial para se tornar nosso cliente. O plano é que, até 2020, o número de vendas de veículos para o setor corporativos seja de 20% a 25%. Creio que o departamento irá crescer ainda mais, mas será de acordo com o volume de vendas. RF&M - Quando pensamos em Audi, particularmente no Brasil, nos vem a ideia de automóveis de luxo, de alto valor. Isso pode ser uma barreira para as vendas corporativas ou não ? TL - É uma missão comunicar às empresas que estamos nesse mercado e fazer saber que os nossos modelos não custarão R$ 200 mil ou mais. Existem produtos acessíveis para todas as faixas de consumidores. Ainda temos na cabeça em nosso País, uma realidade dos anos 90, quando todos os carros da Audi eram exclusivos de importação, com alto preço, mas passados mais de 20 anos, a montadora se reposicionou e tem carros que estão na faixa de R$ 80 mil, por exemplo... e temos sim, também, aqueles que custam mais de R$ 1 milhão. Entre o modelo mais em conta de nossa 6

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linha, até o mais luxuoso e de maior valor, temos vários modelos, com valores bastante atraentes e acessíveis, que atendem a todas as faixas de consumidores Premium. Claro que para o cliente frotista, dependendo do volume, os valores são negociáveis. RF&M – Então existe uma política diferenciada para esse segmento ? TL - Sim, porque o faturamento é direto da Audi e tem uma política acordada. Algumas concessionárias anteciparam essa política e já aplicam para suas vendas e oferecem descontos e um ótimo pós-venda. A política consiste em ser uma venda

feita direto da Audi Brasil para o cliente corporativo, com o concessionário fazendo a intermediação da negociação. Os maiores mercados – São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul – já estão montando sua estrutura de Vendas Diretas, com departamentos compostos por funcionários exclusivos na rede, que já atendem governo e consulados. Também atendemos empresas que montam frotas para o transporte de grandes artistas, autoridades e celebridades. Já atendemos esses segmentos Premium, além de terceirização de veículos que atendem altos executivos. RF&M - Há políticas globais que interferem diretamente nas Vendas Corporativas no Brasil ? TL - O Grupo tem acordos mundiais que beneficiam várias empresas pelo mundo, é uma rede interligada. Atuamos com o Internacional Bussiness Agreement. O sucesso de Vendas Corporativas é ter parcerias com empresas: quanto maior a rede, mais parceria você conquista. Cada companhia é de um jeito e temos que entender o que é necessário para

A Audi no Brasil ! Com a oficialização do acordo operacional entre a Senna Import e a Audi AG pelo tricampeão mundial de Fórmula 1, Ayrton Senna, em Ingolstadt, na Alemanha, no dia 18 de novembro de 1993, dava-se início a história da marca Audi no Brasil. Em março de 2005, a Audi AG assume 100% dos negócios da empresa no Brasil, com o surgimento então, da Audi Brasil Distribuidora de Veículos, grupo multinacional disposto a dar sequência ao sucesso alcançado anteriormente pela Senna Import, tornando-se uma empresa de Sociedade Anônima. Em sua primeira investida em nosso País, a Audi chegou a fabricar por aqui, em São José dos Pinhais/PR, o modelo A3, usando uma plataforma da VW. Essa planta foi desativada há alguns anos e a os modelos da montadora comercializados no Brasil, desde então, são todos importados. Hoje, existem 8 fábricas da Audi espalhadas pelo mundo, com duas fábricas na Alemanha, em Ingolstadt e Neckarsulm, bem como na Hungria, China, Bélgica, Índia, Eslováquia e Espanha. Em breve o Brasil terá uma nova fábrica da Audi, também em São José dos Pinhais/PR, que será inaugurada em 2015.

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cada uma, dependendo do nível de utilização de veículo, se necessário, podemos até montar um carro especifico para atender a necessidade do cliente – um pacote especial – para aquela empresa. Somos bastante flexíveis, claro que dentro do que é possível. RF&M - Foi anunciada a inauguração da fábrica da Audi no Brasil em 2015. O que isso pode representar para o cliente frotista ? TL - Primeiro, quero ressaltar que serão investidos R$ 440 milhões para a fabricação dos modelos da marca no Brasil. A meta é produzir 26 mil veículos por ano. Esse montante poderá atender melhor a demanda e tornar o preço mais competitivo. Não somente o valor de venda será beneficiado, mas teremos vantagens também para atender o cliente de forma mais rápida, principalmente quando se pede um carro de cor que não tem muito giro (os mais vendidos são nas cores: branca, preta e prata), porque na fabricação à distância preciso verificar se o carro está em produção, ou no navio, ou qual é o planejamento para a sua produção, e isso toma tempo. Estando no Brasil, tudo será simplificado. Inicialmente, a nova fábrica no Brasil – em São José dos Pinhais/PR – produzirá somente nossos modelos Tops Sellers: A3 sedan e o Q3. RF&M - E quais os diferenciais que fazem os modelos da Audi atrativos para o cliente frotista ? TL - Podemos falar, principalmente, da nossa tecnologia. Dentre elas, o uso do alumínio em boa parte das peças dos modelos. Isso reduz o peso do carro e quanto mais leve, menos energia é preciso para gerar força e assim, menor o consumo de combustível. Melhor desempenho e menor consumo de combustível. Esse tipo de tecnologia empregada agrega valor ao veículo e contribui com o meio ambiente e a sustentabilidade, entre outras tantas medidas tecnológicas.

Já quando se tira o pé do freio, o veículo liga automaticamente. Ao se atingir uma velocidade constante é desconectada a correia do alternador que para de consumir energia elétrica e diminui o gasto de combustível, por exemplo. Na injeção direta de combustível, no modelo A3, com dupla injeção, ao andar pelo centros urbanos, por exemplo, não será necessário utilizar os oito cilindros do motor, então o próprio carro desliga alguns deles, chegando até quatro. Isso reduzirá a emissão de CO² e uso de combustível, gerando economia considerável para a gestão da frota. Para se ter uma ideia, o Audi A1 faz 23 Km/litro na estrada, o Sedan até 17 Km/ litro. Hoje há carros da Audi que fazem 12 Km/litro, mesmo com motores fortes, como o caso do Q3, chegam até 15 Km/litro na estrada. Toda a produção é feita sob a preocupação de diminuir a emissão do CO² – o que contribui para a sustentabilidade e preservação do meio ambiente, bem como, com a economia de combustível. RF&M - E o pós-venda: manutenção e suporte ? TL - Com a abertura dos 60 pontos de vendas, abrangeremos todo o território brasileiro, podendo fazer entregas para qualquer região. Quero formar uma equipe de funcionários bem preparada, capacitada para atender o cliente frotista para ter mais força nas vendas e um atendimento ainda mais ágil e eficiente no pós-venda. RF&M - Existe financiamento próprio para atender o cliente frotista ? TL - Existe o banco Audi Finance, porém, cada negócio é diferente do outro. A cada cliente é analisada e oferecida uma forma customizada para atendê-lo plenamente, evitando que ele precise buscar financiamentos de mercado, que podem não ter boas taxas e não fazerem parte de nossa rede de parcerias. Nossa percepção é que, desde a negociação até o financiamento, tudo fique dentro de uma única plataforma. O diferencial não é só ter um produto fantástico, pois sem um atendimento fantástico, não haverá bons negócios em sua plenitude. RF&M - Para finalizar, o que podemos esperar da Audi em Vendas Diretas e para o atendimento ao setor frotista ? TL - Condições especiais para os produtos e para o pós-venda. Financiamento, seguro, manutenção e até a blindagem com empresas parceiras, que mantém a garantia do veículo. Os diferenciais são muitos e atraentes. Consulte a Audi e se surpreenda !

RF&M - A Audi anunciou na mídia alguns diferenciais do carro para atender princípios sustentáveis. O que isso pode beneficiar o frotista ? TL - Em todos os carros existe a preocupação de emissão de poluentes. Adotamos uma tecnologia que, ao parar o veículo, pisando no freio, ele desliga sozinho, emitindo menos poluentes.

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Gerenciamento

Diogo Ilha

Os 10 equívocos na gestão de Frotas Executivas e como evitá-los

Diogo Ilha formado em administração de empresas pela PUC-RS e Marketing Intelligence na UCSB- Universidade da California (EUA). É gerente de produto da Ouro Verde Gestão e Terceirização de Frotas e fundador do portal “Superfrotas”, de gestão de frotas. www.superfrotas.com.br

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á uma série de aspectos diferentes que uma empresa detentora de frotas deve considerar. Alguns veículos carregam pessoas, outros carregam produtos, alguns fornecem o serviço aos clientes, enquanto outros oferecem produtos para eles. Então, existem os veículos executivos, aqueles fornecidos aos mais altos dirigentes da empresa. Para o nível C - CEO, CFO, CIO - bem como, para vice-presidentes. Veículos são frequentemente fornecidos no pacotes das corporações como parte da remuneração dos executivos, concebidos para atrair e reter os diretores mais talentosos. A gestão de uma Frota Executiva é, gostemos ou não, diferente da gestão de vendas ou frota de serviço. O nível de responsabilidades dos executivos seniores é muito maior, seu tempo é mais caro e mais raro, e aos veículos deve ser destinada uma atenção especial, normalmente superior à oferecida para força de venda. Aqui estão os 10 principais erros que costumam ocorrer na gestão de Frotas Executivas das grandes empresas: 1 - Não avaliar os modelos de veículos existentes no mercado É bastante comum na gestão de uma frota que a empresa ofereça aos motoristas uma seleção de vários

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veículos que podem ser escolhidos. Há boas razões para isso, como minimizar problemas que possam surgir com um modelo único, por exemplo. Normalmente existem vários modelos de acabamento em um veículo, os preços diferem muito, redes de manutenção distintas, mas até aí o processo de seleção normalmente funciona bem. O mesmo processo já não é tão claro quando se utiliza uma seleção de veículos para executivos. Partindo do princípio que a Frota Executiva é compensatória, considerações como: número de passageiros, espaço de carga e utilização de reboque não são relevantes. O valor do veículo, como compensação, é o critério principal. Os gestores de frota muitas vezes não consultam o RH para definir como o valor de cada modelo se enquadra dentro do pacote de benefícios de cada cargo antes de selecionar os veículos que serão disponibilizados. Só ouvir, que um “veículo da empresa” é parte do pacote de benefícios, pode não ser o suficiente. O palpite errado, muitas vezes, deixa a empresa atrás da concorrência, que pode estar oferecendo um veículo de maior valor, compensando assim, o propósito do programa. Um gestor de frota pode garantir que ele ou ela esteja no caminho certo, basta perguntar: “qual o valor que devemos colocar no veículo da empresa para esta posição ?” Maio/Junho/Julho 2014


2 - Processo padrão para compra de veículos A compra ou renovação de um novo veículo para a maioria das frotas é similarmente padrão. Quando um motorista é contratado ou vai ter seu veículo trocado é feita a solicitação do veículo para o gestor da frota, que por sua vez, realiza a encomenda através do prestador de serviços - um concessionário ou uma locadora. Tudo é feito principalmente pela internet, através de e-mail ou diretamente online. Há pouca interação direta entre o condutor e o departamento de frota. Cerca de seis a oito semanas depois, o novo veículo é enviado diretamente à empresa, onde o motorista deixa o veículo antigo para revenda e retira o novo. Isso funciona muito bem com o grosso da frota, onde as escolhas do veículo são referentes a equipamentos de trabalho, e o processo é rotina. Não funciona bem quando os veículos executivos estão envolvidos. Alguns gestores de frota cometem o erro de usar o mesmo, ou quase o mesmo processo, quando encomenda veículos executivos. Isso pode criar uma série de problemas. Primeiro como sempre é o caso, o tempo de um executivo sênior é disputado; cronogramas estão cheios com assuntos mais importantes e eles acabam não tendo tempo para escolher um veículo. Isto deve ser tratado de acordo com o modelo de gestão da empresa. Algumas empresas só fornecem veículos de forma compensatória ao mais alto nível - CEO, CIO, CFO - e um punhado de vice-presidentes. Nesses casos, um gestor de frota tem conhecimento e tempo para atender ou falar diretamente com o executivo, fornecer informações do veículo (equipamentos, cores etc), e em geral, guiá-lo através do processo de encomenda. Mesmo se os veículos são fornecidos em maior escala ou níveis, como alta gerência, é aconselhável deixar que os executivos tenham acesso às opções que lhe oferecem, assim minimizando a possibilidade de erro na aquisição e entrega dos mesmos. Caso contrário, é claro que o gestor de frotas é quem terá de absorver a irá do executivo no momento em que um carro chegar com uma cor errada ou modelo, por exemplo. 3 - Não realizar a entrega por conta e risco Outro erro que alguns gestores de frotas

podem cometer é na entrega de um veículo novo a um executivo. O processo de frota normal notificará o motorista de que o veículo está disponível, e é o motorista que deve ir até o novo carro, andar em volta dele e se certificar de que tudo está nos conformes. Este processo é adequado para uma frota grande, geograficamente pulverizada, mas é um equívoco fazer o mesmo processo na aquisição de veículos executivos. Personalizar o processo de entrega para executivos é uma jogada inteligente. Em primeiro lugar, os gestores de frota devem se reunir com um representante local para negociar esse processo personalizado para a entrega de veículos executivos. O ideal é que seja da seguinte forma: - O gestor de frota é notificado diretamente que o veículo está disponível; - Ele ou ela, entra em contato com o executivo para determinar o melhor horário e lugar para a entrega; - O fornecedor é convidado a entregar o veículo para o executivo (e não vice-versa), de preferência no escritório, onde o gestor de frota possa participar; - O concessionário, o representante e o gestor de frota, devem então inspecionar o veículo para se certificar de que foi entregue e é exatamente o que foi ordenado; - O concessionário deverá, em seguida, informar ao executivo as características do veículo: como abrir a tampa de combustível, como funciona o sistema de som, como configurar o Bluetooth (se equipado), como

usar o sistema de GPS, enfim... abordando todas as perguntas que eles realizem; - Só então a entrega do veículo é realizada. O concessionário deve fornecer seu cartão, assim como o gerente de serviços. 4 - Ignorando o revendedor local Mesmo que o veículo seja comprado através de um fabricante direto ou locado, os gestores de frota devem desenvolver e promover um bom relacionamento com o revendedor local. Este é um elemento crítico na gestão de uma Frota Executiva. Às vezes, isso pode ser um desafio. Afinal, se o veículo não está sendo comprado ali, o comerciante local não está recebendo sua comissão, está apenas lidando com uma gota daquela negociação e a entrega. Mas, a maioria das concessionárias, especialmente aquelas que trabalham com veículos de luxo, devem entender que, se fornecer um serviço de qualidade para um executivo da empresa, pode muito bem começar uma relação comercial com ele, como uma futura venda de um veículo particular para aquele profissional, que na maioria das vezes é formador de opinião. Comerciantes locais podem fornecer atrativos que outros fornecedores não podem, como: - Recolha e entrega do veículo: quando o serviço é necessário, a concessionária local pode buscar o veículo na casa do executivo ou no escritório e entregá-lo de volta quando estiver pronto; - Empréstimo de veículos: alguns con-


cessionários oferecem veículos emprestados aos moto- mais propensos para ajudar em outros assuntos. Por outro lado, a falta de tato nesta relação, como a tentativa de se tornar próximo aos executivos, ristas enquanto realizam os serviços. - O serviço no local: este pode ser realizado no local, pode ser um erro que, inevitavelmente, trará arrependimento. por vezes, no escritório ou na casa do executivo, caso 7 - Falta de acompanhamento seja simples, como a troca de uma bateria. Muito do que ocorre no curso normal do dia a dia em um departamento Enfim, este relacionamento entre o gestor e as con- de frota é rotina. Ordens de serviços, autorizações para várias atividades, cocessionárias é vital, inclusive porque os veículos de uma municações, entradas e saídas... um bom gestor de frota terá estes e outros Frota Executiva normalmente só realizam manutenção processos sobre controle. No entanto, rotina não existe em um programa de Frota Executiva. Isso em concessionárias autorizadas, mesmo após a garantia. não quer dizer que tudo o que acontece é algo único ou incomum - uma compra de carro novo é uma ordem de carro novo, um trabalho de freio é 5 - Não estar disponível Os gestores de frotas geralmente têm dias muito um trabalho de freio. Mas, quando essa compra ou substituição do disco de cheios. O tempo é um bem precioso, e chegar em casa freio é para um veículo executivo, um gestor de frota jamais deve lembrar após um dia de trabalho ou a expectativa de um fim de ou pensar na palavra: ROTINA. Os gestores de frota cometem o erro de acreditar que depois que a ordem semana fora do escritório é um alívio. Infelizmente, uma de serviço foi autorizada e o veículo entrou em manutenção, chegou o fim Frota Executiva, muitas vezes, exige mais do que isso. Um gestor de frota pode acreditar que fora do escri- do seu envolvimento. Se tomar como certo que as coisas vão continuar sem problemas, pode tório o tempo dele se destina apenas ao lazer. Mas ele também pode receber um telefonema nada agradável ou ter consequências graves. A chave do sucesso aqui é o acompanhamento: um e-mail do CEO na manhã de segunda-feira, depois relatórios de solicitação de status ou atualizações ao longo do processo. de seu veículo quebrar na tarde de domingo e ele não Considere que a cada momento algo pode dar errado. Por exemplo, se um dia o presidente da empresa estiver de férias e solicitar saber o que fazer. Não é uma má ideia oferecer aos executivos números que você leve o carro até sua casa, e disser que você tem várias semanas de telefones celulares e fixos no fim de semana e dizer- para fazer isso, faça logo ! Você não sabe quando terá imprevistos no futuro, -lhes que, se precisar de alguma coisa relacionada com e muito menos se ele não terá que antecipar o fim das suas férias. o veículo, pode ligar que será atendido. 8 - Criando exceções para executivos Não fazer isso é realmente um “erro” ? Poderia ser dito Até agora, parece que os gestores de frota devem ser os braços dos que é difícil acreditar que um executivo espere que o gestor de frota esteja à sua disposição 24 horas por dia. Mas, executivos e devem realizar tudo o que lhes for solicitado, esteja o executivo um gestor de frota que preza por manter os problemas errado ou não. Então pergunto a você: poderia um gestor de frotas enviar em dia, no mínimo faria bem em considerar as possíveis uma repreensão a um CFO de uma empresa caso ele violasse um série de consequências de não fazer isso, no desenvolvimento de procedimentos adotados na política de frota e causasse um acidente ? Sim, podem. processos de uma Frota Executiva. Mas na maioria dos casos, não o fazem. Muitas vezes por medo, o que 6 - Não construir relacionamentos com os exe- é um equívoco: cutivos - Se não o fizer, pode criar um ressentimento sério com os motoristas da Considerando que uma Frota Executiva inclui somente os mais altos executivos responsáveis pela empresa, que frota regular, bem como, seus supervisores imediatos. Como acontece com a maioria dos colaboradores gostaria de ter acesso, seria qualquer outra organização, aqueles nos níveis mais baixos devem estar um grande equívoco não investir em um bom relaciona- confiantes de que as regras e políticas que se aplicam a eles se aplicam mento com eles, pois pode ser aquele executivo chato também a quem está no topo; - Mais importante, os executivos mais graduados são profissionais, que o responsável pela sua promoção no futuro. No nível C, quase todos os aspectos da responsabili- conhecem e entendem que as regras e políticas se aplicam a eles também, dade do gestor de frota podem ser afetados. De decisões e ainda, que eles devem dar o exemplo para o resto da empresa através de financeiras a implantação de sistemas, que podem vir de seu próprio comportamento. uma hora para outra ou quem sabe, um apoio para um Se uma política de frota foi adequadamente implementada, isso não deve projeto inovador que o gestor deseja desenvolver. Todos ser um problema. Um gestor de frota deve deixar claro que a única maneira os esforços devem ser úteis. Relações com a gerência sênior devem ser desen- da política ser eficaz é se todos os motoristas, sejam da área operacional ou volvidas ao longo do tempo. Contatos iniciais seja por da alta diretoria, estiverem sujeitos a quaisquer consequências, e que irá ser telefone, e-mail ou presenciais, devem ser estritamente aplicada de forma consistente e igualitária a todos os níveis. Esculpir exceções de negócios: tratar com o executivo sobre a escolha do para os executivos é um grande passo em falso. veículo ou programar uma revisão na concessionária. A 9 - Falta de documentação interação da frota muitas vezes pode evoluir para uma Este é um conselho que pode ser facilmente aplicado a tudo o que relação mais pessoal. Se o gestor de frota fizer bem o seu trabalho, construirá confiança, e os executivos estarão um gestor de frota faz: Manter atualizados os registros completos de


todas as transações e todas as comunicações é muito importante, por uma série de razões. Tome uma ordem de compra de veículo, por exemplo. Muitas vezes a solicitação é realizada pelo executivo, mas como o processo é demorado, ele pode depois de algumas semanas, mudar de ideia em relação aos opcionais do veículo. Você precisa ter tudo documentado para evitar desavenças. Isto também é verdadeiro para as comunicações. Não é de todo errado manter cópias de notas de chamadas telefônicas e imprimir e-mails. Lembre-se: a maioria dos executivos da empresa são ocupados e têm responsabilidades importantes. Não seria incomum para eles esquecerem o que você fez de fato, e se a dúvida ficar no ar o mais fraco inevitavelmente vai perder.

Por isso, manter um arquivo para cada condutor de veículo executivo, pode ser muito interessante. 10 - Ser uma “pedra no sapato” Quando tudo estiver dito e feito, depois de todas as ressalvas acima sobre relacionamento, documentação, acompanhamento, autoridade e as responsabilidades dos administradores, os gestores de frota devem fazer todo o possível para evitarem que sejam uma “pedra no sapato” dos motoristas executivos. Um gestor de frota é responsável por milhões de dólares de ativos da empresa, milhões de dólares em custos, bem como pelo desempenho e segurança do trabalho de centenas ou milhares de outros funcionários. Esta é a missão principal da gestão de frota. O gestor de frota não deve realizar favores particulares para executivos. Isto não é função dele na empresa, mas casos como estes devem ser tratados com muito cuidado. A maioria dos executivos vai compreender com tranquilidade as questões que raramente surgem. Se isso acontecer, um simples: “me desculpe, eu tenho uma chamada em conferência esta tarde, e uma reunião com nosso fornecedor”... depois disso, pode resolver a situação e passar a mensagem. Frotas Executivas são uma grande responsabilidade para os gestores de frota. Tratadas adequadamente, as dores de cabeça associadas com uma Frota Executiva podem ser reduzidas ao mínimo, e os motoristas de nível C podem permanecer felizes.


Perfil

Triciclos Motocar Empresa com sede em Manaus/AM implanta uma nova cultura de veículos no País e surge como boa opção de economia no setor de frotas

Fabio Di Gregorio, Diretor de Marketing, da Motocar

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omo enfrentar o trânsito caótico das grandes cidades e o que fazer para minimizar custos imobilizados, reduzir acidentes, além de economia de combustível e preocupação com a sustentabilidade e compromisso com o meio-ambiente, são desafios diários para as empresas com suas frotas. Foi pensando em oferecer uma opção diferente ao concorrido mercado de automóveis brasileiro, que um tradicional grupo empresarial investiu e trouxe para o Brasil um produto comum em países europeus e até mesmo em alguns de nossos vizinhos latino-americanos, mas que até então não se via por aqui. A ideia nasceu de uma viagem ao Peru, quando acionistas da empresa Motocar, estavam viajando por Lima, a capital peruana, e perceberam o quanto o triciclo, um veículo típico da região, circulava e agilizava o transporte de passageiros e de cargas nas 14

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ruas e no trânsito daquela cidade. Eles já haviam observado o uso desse tipo de transporte também em cidades da Europa. Foi então que surgiu a ideia de trazer ao Brasil essa opção e transformar essa mesma tecnologia em um negócio promissor. Ao voltarem para São Paulo/SP, logo trataram de estudar o projeto. Uma pesquisa em todo Brasil identificou a oportunidade de um mercado a ser explorado, já que o triciclo não é nem um carro, nem uma motocicleta, mas um novo segmento de transporte. Foram 2 anos de pesquisa e desenvolvimento. O grupo buscou benefícios e incentivos fiscais e instalou o parque industrial para a fabricação de seus triciclos na Zona Franca de Manaus/AM, onde fica a sua sede - os únicos homologados pelo Denatran, Inmetro e pelo IBAMA, aprovados em testes como: emissão de poluentes, ruídos, frenagem e segurança. Nascia então, em 2009, a Motocar: a primeira indústria brasileira especializada na produção de veículos de três rodas. O lançamento da Motocar foi em grande estilo, no Salão Duas Rodas 2011. “Nossos triciclos tem como objetivo, disponibilizar ao mercado brasileiro produtos que beneficiem não apenas nossos clientes, mas toda a sociedade. Eles foram criados como uma solução para a falta de alternativas ao mercado de transporte de passageiros e carga, na medida em que agregam, em um só produto, funcionalidade e baixíssimo custo de manutenção e consumo de combustível, sendo hoje no Brasil, a mais sustentável opção em transporte urbano”, comenta Fabio Di Gregorio, Diretor de Marketing, da Motocar. Fabio explica que esse estudo pré-lançamento dos triciclos fizeram quem que houvesse uma “tropicalização” do veículo visto no Peru para a realidade brasileira e para isso, muitos itens foram observados e modificados. “O brasileiro tem um modo de condução particular, mais agressiva, tanto na troca de

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marchas, como na velocidade e temperaturas, por isso, tivemos um cuidado maior em adequar o triciclo às condições dos condutores brasileiros, que exigem uma mecânica mais robusta”, afirma o diretor da Motocar. Em relação à temperatura, a equipe de projetos da Motocar conseguiu desenvolver uma mecânica que atendesse as condições climáticas de todas as regiões brasileiras, além da necessidade que a economia local impõe. “Por exemplo, quando pensamos na região Centro-Oeste, de clima predominante Tropical (quente e chuvoso no verão e seco no inverno) é necessário ter uma preparação para o motor suportar a alta temperatura e o peso da carga agrícola ou para percorrer longas distâncias. Mesmo tendo surgido inicialmente como um veículo de transporte de passageiros, o modelo de triciclo de cargas se tornou hoje mais representativo. Eles são comercializados para todo o Brasil, tanto para o trabalho com carga em zonas rurais, como nas zonas urbanas”, comenta Carlos Araújo, Diretor Comercial da Motocar, lembrando que grande parte das vendas dos triciclos da empresa hoje são feitas para as regiões norte e nordeste do País, e o volume também é grande para a região central e interior dos estados, em cidades tanto turísticas, como em regiões potencialmente logísticas para distribuição e venda de produtos.

Economia, sustentabilidade e praticidade O planejamento resultou em um triciclo que oferece uma economia de aproximadamente 35% do custo operacional, comparado com uma frota de carros utilitários, por exemplo. A economia com os triciclos não para por aí. O modelo do triciclo para passa-

geiros, por exemplo, chega a fazer 30 Km com um litro de gasolina. Já o triciclo de carga, faz 25 Km por litro e suporta 350 Kg de capacidade de carga na carroceria ou baú. As comparações são inevitáveis, por exemplo: os veículos utilitários leves comuns chegam a custar para o frotista R$ 0,60 centavos por Km/rodado, enquanto o custo médio do triciclo é de R$ 0,17 centavos por Km/rodado. Para dirigir um triciclo, o condutor precisa possuir a CNH de categoria A, ou seja, a mesma para conduzir uma moto, ampliando assim, para as empresas e suas frotas, a oferta de mão de obra. Os impostos incidentes para os triciclos (IPVA, Seguro Obrigatório e outros) são os mesmos de

uma moto e por consequência, muito mais baratos que os dos automóveis utilitários. Assim como o seguro, por exemplo. A legislação também isenta o uso do capacete para o condutor dos triciclos da Motocar – Resolução Nº 129 do CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito) – pois o veículo possui cinto de segurança (abdominal), além de extintor de incêndio e para-brisa laminado, que oferece maior visibilidade.. O índice de acidentes também é comprovadamente menor, pois não se trata de uma motocicleta, apesar da similaridade, pois o fato de possuir 3 rodas e não alcançar grande velocidade,

O uso dos triciclos no Brasil Culturalmente nosso País está começando a introduzir os triciclos no uso diário, tanto no transporte de pessoas como no de cargas. Segundo a Motocar, seus modelos de carga, por exemplo, estão sendo muito usados atualmente em diversas situações, como por condomínios, internamente, para coleta de lixo. Para equipes de manutenção dentro de grandes indústrias, bem como transporte de peças. Por empresas de distribuição de alimentos, tanto para entrega dos produtos como por equipes de vendas e promoção. Por equipes de assistência técnica de grandes empresas. Até mesmo por distribuidoras de água e bebidas, lavanderias, pets shops, mercadinhos para entrega de compras, chaveiros, mecânicos e eletricistas, e até por pequenos produtores agrícolas. O uso é infinito. As aplicações são muitas pela versatilidade do veículo. Como relata Marcos Antonio Plaza, que é vendedor autônomo há 12 anos em São Paulo/SP. Ele conta que a maior dificuldade de trabalhar num grande centro é estacionar o veículo utilitário. “Não bastasse o sufoco que é conseguir uma vaga para o carro, ainda tem o problema de ser um espaço pequeno, que mal abre a porta traseira do veículo para a retirada da mercadoria”. Nesse aspecto, o triciclo Motocar sai na frente também, por permitir o estacionamento em 45 graus – por se enquadrar na legislação de trânsito das motocicletas – facilitando tanto o momento para estacionar como o embarque e desembarque da carga. Para os modelos de passageiros, a aplicação e uso dos triciclos Motocar atualmente vem se concentrando no setor turístico, como por exemplo, nos grandes resorts e hotéis fazenda, para transporte interno de hóspedes. Também por restaurantes para levar e buscar clientes, como acontece na zona sul da capital paulista. E até mesmo como mototáxi em cidades do interior e no norte e nordeste. As aplicações também no caso do modelo de passageiros, são inúmeras.


Carlos Araújo, Diretor Comercial da Motocar

bem como não permitir pelo seu próprio formato e propósito, manobras mais radicais, minimiza e muito o risco de acidentes. O fato de ser bastante econômico e pouco poluente, faz com que ele também cumpra e bem o seu compromisso sustentável.

Uma boa relação Custo x Benefício

não está habituado ainda com o uso de triciclos em seu dia a dia, mas sim, acostumado com o uso de veículos utilitários ou motos. “Temos que criar um novo conceito”, diz o diretor, contudo, os empresários vencem qualquer barreira cultural, principalmente quando começarem a fazer contas e comparar os custos para manter a sua frota. Hoje é preciso otimizar custos e potencializar os lucros para a empresa”, afirma Di Gregorio. Atualmente, a empresa está trabalhando também na expansão de sua rede de concessionárias e revendas por todo o Brasil, visando atender, principalmente, os clientes frotistas em todas as suas necessidades, condição fundamental para garantir o pós-venda. Até o final deste ano, serão 30 novos pontos em todo território nacional para venda e assistência técnica. E a previsão é crescer a rede ainda mais e rapidamente, devido ao grande interesse e demanda pelo produto. A Motocar oferece o Plano de Manutenção Preventiva, que são revisões dentro do período de garantia do produto, que começa a cada 1.000 Km e depois a cada 3 mil Km. Dentro desse plano, a empresa oferece o consultor técnico no local para capacitar, gratuitamente, a equipe de manutenção da empresa frotista – o que não anula o período de garantia. O tempo médio de entrega dos triciclos hoje para um cliente frotista é de 30 dias.

O valor de compra dos Triciclos Motocar também se mostra um grande atrativo nessa comparação entre o utilitário leve e o triciclo. Principalmente quando se fala em volume, em frota. E isso vale para qualquer tamanho de empresa, seja qual for o tamanho da frota. Mesmo que seja um único veículo, a economia e a praticidade são indiscutíveis. O modelo Motocar para transporte de passageiros por exemplo, pode ser adquirido a partir de R$ 12 mil. Já os modelos de carga partem de R$ 13 a R$ 15 mil. A empresa desenvolveu uma política para Venda Direta ao frotista que oferece descontos progressivos, conforme o número de unidades a serem adquiridas. Hoje o principal foco da Motocar é ampliar a sua força no mercado de Vendas Diretas, e para isso tem parcerias com o Banco do Brasil, Bradesco e Banco Panamericano, para o financiamento de seusveículos. As Vendas Diretas da Motocar consideram como frota, pedidos a partir de 20 unidades.

A fábrica, a rede de concessionários e o pós-venda A produção mensal atual da fábrica da Motocar em Manaus/ AM está na marca de 150 unidades/mês, sendo que 20% da produção hoje são para veículo de passageiros – muito utilizados pelo segmento de turístico – e 80% são para a produção de triciclos de carga. Porém, a capacidade de produção da fábrica é para 900 unidades. Para o Diretor de Marketing, Fabio Di Gregorio, o crescimento da produção vem sendo gradual, uma vez que a Motocar está implementando uma nova cultura no setor, já que o brasileiro 16

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Curiosidade O triciclo como meio de transporte surgiu na Segunda Guerra Mundial, criado pela Harley-Davidson, que levava o acompanhante ao lado – nos chamados side car – porém não seguiu com a produção do equipamento que era acoplado às motocicletas da época. Hoje o triciclo é muito utilizado nos países como Peru, Índia (Rickshaw ou riquixá), Filipinas (Tuk-Tuk), Portugal (Tuk Tuk para turismo) e China. E para carga em países como Itália, França e outros. Maio/Junho/Julho 2014


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Artigo

Luiz Marins

O ser humano precisa de reconhecimento

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Luiz Marins é antropólogo e escritor. Site: www.marins.com.br

“Reconhecimento” é um dos fatores de sucesso mais importantes para nós mortais. Pouco adianta atingirmos um determinado sucesso se não formos reconhecidos, Há até aquela piada de que um sujeito vivia solitário numa ilha e salvou a Sharon Stone de um naufrágio, ficando sozinho com ela na ilha por duas semanas. Depois desse tempo, ele pediu a ela que se vestisse de homem e desse a volta na ilha. Encontraram-se do outro lado da ilha e ele virou-se para ela (vestida de homem) e disse: - Zé! Você não vai acreditar no que eu vou lhe contar. Estou sozinho numa ilha com a Sharon Stone ! Estar com a Sharon Stone numa ilha, sozinho, poderia ser muito bom, mas era preciso que alguém soubesse disso, isto é que alguém “reconhecesse” aquele feito. Da mesma forma em nossa empresa. É preciso que chefes e colegas percam o medo de elogiar, de “reconhecer méritos” nas pessoas. Temos a tendência de repetir comportamentos que nos são positivamente reforçados e o valor do reconhecimento está justamente aí. Quando “reconhecemos” um valor, esse valor tende a multiplicar-se tanto para a pessoa que foi alvo de nosso reconhecimento quanto para as demais pessoas. Assim, o reconhecimento é fundamentalmente importante para o sucesso pessoal e profissional de qualquer pessoa. Um “muito obrigado”, um bilhete de reconhecimento, uma carta, um cumprimento sincero valem muito e nós sabemos disso. Temos que perder o medo de agradecer e reconhecer nos outros pessoas que nos auxiliam e nos ajudam a obter o que queremos. Ninguém vence sozinho. Sabemos disso. E se sabemos disso deveremos também saber “reconhecer” isso com ações concretas de “reconhecimento” e gratidão. Vejo diretores, gerentes, supervisores, pais e mães que têm medo de elogiar. Ainda existem “superiores” que acham que “chefiar” é encontrar erros, punir. Inseguros na sua chefia essas pessoas vivem a buscar alguma coisa para criticar. É preciso que nos acostumemos a pilhar nossos subordinados fazendo as coisas certas para que possamos reforçar esses comportamentos através de elogios. Quando uma pessoa só é cobrada pelos seus erros, vai desenvolvendo uma autoestima baixíssima e os erros começam a se multiplicar até que a pessoa começa a acreditar não ser capaz de acertos até mesmo nas coisas mais simples. Faz parte também do reconhecimento dar crédito a quem realmente merece. Assim, também tenho visto chefes que “furtam” idéias de seus subordinados dizendo serem aquelas idéias de sua propriedade ao invés de creditá-las ao verdadeiro autor. Um chefe que tem o hábito (sic) de furtar idéias de seus subordinados acabará ficando isolado, pois que nenhum de seus colaboradores virá com idéias novas com o medo de tê-las furtado pelo chefe. Por incrível que possa parecer essa é uma prática muito comum de chefes inseguros que não compreendem que sua chefia será, a cada dia mais valorizada quanto mais suportada pelo seu pessoal subordinado. Há tempos atrás, um chefe precisava “bajular” seus superiores para manter-se no cargo. Hoje parece ser o oposto. Ele precisa ser apoiado pelos seus subordinados para manter-se. E esse suporte será maior quanto maior for a capacidade de um chefe em oferecer reconhecimento ao trabalho, esforço, dedicação e comprometimento de seus subordinados. Pense nisso. Sucesso !

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Corporativo

P.A.R.A.R.: ano de 2014 começou com o pé direito !!! Rio de Janeiro/RJ, Curitiba/PR e Porto Alegre/RS foram sedes do evento no primeiro semestre do ano e sempre com lotação máxima...

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xpectativas superadas e muita novidade... Este foi o sentimento dos presentes ao final de cada uma das edições do P.A.R.A.R. (Pensando Alternativas Responsáveis Administrando Frotas com Resultados) no primeiro semestre desse ano. O Fórum, que tem como objetivo contribuir na qualificação de gestores de frotas em todo o País, reuniu mais de 100 gestores em cada uma das 3 edições que aconteceram em 2014. No total, já são mais de 2 mil administradores e 1.000 empresas diferentes participando das palestras, workshops e outras atividades que integram a agenda do P.A.R.A.R, até aqui, desde 2012. A edição carioca, que aconteceu em 26 de março último, foi sediada no Hotel Pestana Rio Atlântica, em Copacabana, na capital carioca, e ofereceu aos convidados a oportunidade de assistir a 6 horas de palestras e mesas de debates. Dentre os temas, destacaram-se falas sobre a formação de gestores de frotas, gestão de combustíveis, direito no trânsito, mobilização/

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desmobilização, treinamento de condutores, cultura de segurança e sustentabilidade. O evento do Rio de Janeiro/RJ contou ainda com uma agenda bastante especial: o P.A.R.A.R. trouxe ao Brasil os belgas, Caroline Thonnon e Thierry Degives, líderes da Global Fleet - The Executive Network (veja mais sobre o tema no box dessa matéria), para anunciar a concretização de uma parceria entre o Fórum brasileiro e o movimento europeu. Os eventos de Curitiba/PR, em 24 de abril passado e o Fórum de Porto Alegre/RS em 14 de maio, também levantaram algumas discussões importantes, como o “Momento Gestor de Frotas”, em que participantes da plateia dividiram um pouco de sua experiência com os colegas de profissão. Gustavo de Lima, da Dupont, foi um dos sorteados para falar sobre a sua empresa no “Momento Gestor de Frotas”, de Porto

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Alegre/RS. Elogiado pela gestão da segurança em sua frota, ele conta que a ênfase na área acontece também em outros setores da Dupont: “como a área de segurança é um ponto forte da política da empresa, a frota também tem um foco muito grande na segurança”. O P.A.R.A.R. é um movimento recente, mas já é possível identificar uma convergência com melhoras em alguns indicadores, tanto dentro das corporações como nos dados gerais de trânsito. Foi o terceiro ano seguido que o P.A.R.A.R. esteve em Porto Alegre/RS, por exemplo, e desde 2012, a cidade diminuiu seu número total de acidentes em 15%. “No mesmo período, dobramos o número de participantes nos fóruns do Rio Grande do Sul/RS, assim como muitas empresas gaúchas multiplicaram esforços em torno de suas frotas. Acreditamos que esta melhora nos indicadores só é possível porque pessoas, empresas e organizações aumentaram seu comprometimento com o aperfeiçoamento da gestão de frotas no País”, afirma Loraine Santos, uma das líderes do P.A.R.A.R. Uma série de seminários e workshops (presenciais e online) está prevista para o segundo semestre de 2014. Nos próximos meses, o P.A.R.A.R. cruzará Belo Horizonte/MG, Salvador/BA e terminará o ano na sua 16ª edição, quando visita São Paulo/SP para a II Conferência Global P.A.R.A.R.

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Acontecendo

Focaccia 60 anos de trabalho na Europa !

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m maio último, estivemos na cidade de Cérvia, litoral norte da Itália, próximo a Bolonha visitando a sede da Focaccia Group, empresa italiana de transformação e adaptação de veículos, durante a feira Exposanitá. A Focaccia representa na Itália o que empresas como a Engesig e Rontan, por exemplo, representam para o Brasil, guardadas logicamente, as proporções territoriais. A Focaccia comemorou seus 60 anos de existência com uma grande festa em sua sede, onde recebeu a visita de amigos, colaboradores, clientes e convidados de todas as partes do mundo, recepcionados com um coquetel, numa tarde de visita pela sua planta. O encerramento do evento contou com um jantar, com apresentação de um show de música brasileira. A empresa mantém parceria de muitas décadas com as maiores Montadoras de veículos europeias e isso permitiu à Focaccia crescer, atendendo aos mais rígidos processos de

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projetos e construção, garantindo aos usuários o conceito de segurança e confiabilidade absoluta do setor automotivo. A diversidade dos setores de sua linha é o segredo da capacidade da Focaccia no atendimento para transformação e adaptação de veículos para diversos segmentos, tanto particulares como de governo e grandes frotas, como por exemplo, viaturas para polícia. A capacidade da empresa e sua estrutura, permitem atender a produção tanto de projetos para pequenas quantidades, mais personalizadas – como a instalação de plataformas elevatórias para o transporte de pessoas com deficiências – até grandes frotas, garantindo sempre a mesma qualidade. Nos últimos 10 anos a Focaccia Group vem crescendo cerca de 22% ao ano, atendendo clientes e estando presente hoje, já em 42 países no mundo, através de mais de 220 revendedores autorizados pelo mundo. A empresa conta ainda, além dos 3 centros produtivos e de instalação na Itália – Cérvia, Roma e Turim – também com um

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centro de instalação na Suíça e uma sede comercial no Brasil, em Florianópolis/SC (Focaccia Group do Brasil). Em 2013 a empresa fechou com os

seguintes números de transformações e adaptações: 2.200 viaturas, 500 veículos para pessoas com deficiência e mais de 1.000 plataformas da sua marca própria – Fiorella – comercializadas para o mercado global. A Focaccia detém cerca de 50% do mercado italiano de transformação

A história A empresa nasceu do sonho de Dino Focaccia e seu filho Lício, que fundaram a então “Carrozzeria Focaccia”, em 1954, em

Imola, cidade italiana famosa pelo circuito de Fórmula 1. Também nessa mesma região da Itália, estão concentradas as marcas de automóveis mais importantes e famosas do mundo: Ferrari, Maserati, Bugatti e Lamborghini. Desde aquele tempo, a paixão por carros impulsionava a então pequena oficina a experimentar a transformação de veículos produzidos em massa para fins especiais, oferecendo um serviço único e de vanguarda na época. Ao longo dos


Notas anos, a empresa adquiriu mais conhecimentos e experiência de alta tecnologia, que a levou a especializar-se na produção de componentes para automóveis, que hoje são exportados para vários países, como o Fiorella Weelchear Sistems, marca da Focaccia para o setor do transporte acessível. Isso fez ao longo destes 60 anos de vida, que a empresa crescesse com um estilo único, transformando ideias em produtos para superar os limites dos automóveis, com capacidade técnica, criatividade, com uma experiência artesanal, porém,

com uma visão industrial, com produtos refinados no estilo e seguros em sua utilização. “Acreditamos ser possível conseguir o impossível”, enfatiza Ricardo Focaccia, atual diretor responsável pela empresa. “Afirmamos isso com base em desafios superados”, completa, reiterando a grande atenção e o respeito das normas de segurança e dos padrões de construção do setor automotivo. “Pensamos diferente e demonstramos isso através da qualidade dos nossos produtos, sempre um passo à frente na tecnologia e no design”, afirma Ricardo.

10º Salão Latino Americano de Veículos Elétricos

Organizado pela Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), o evento, que ocorre em São Paulo/SP, tem como objetivo promover a discussão sobre os veículos elétricos e demonstrar tecnologias ao público. Haverá test-drive, palestras e protótipos para demonstração de veículos de mobilidade elétrica. A Revista Frota & Mercado estará presente com seu estande em um espaço interativo, recebendo personalidades do setor e distribuindo exemplares do verdadeiro e único Guia de Consulta e Referência para os profissionais Frotistas de todo o Brasil. O salão acontecerá entre os dias 4 e 6 de setembro de 2014, no Expo Center Norte. 

Vem aí a Fenatran Centro-Oeste ! Considerado o maior evento na área de produtos e serviços destinados aos transportadores de cargas e operadores logísticos da América Latina, a Fenatran (Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga) terá, pela primeira vez, uma edição regional. Goiânia será sede da Feira, agendada para acontecer entre os dias 14 a 17 de outubro. A mostra espera receber 8 mil visitantes, entre empresários do setor de transporte, profissionais, industriais, comerciantes, distribuidores e técnicos dos setores e afins, com exposição interna e externa de veículos, estandes para lançamentos de produtos e serviços, seminários, workshops, rodada de negócios, Clube Comprador Premium, Test Drive, entre outras atividades. 24

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Novidade

INMETRO: simulador mede Eficiência Energética dos Veículos

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Esse documento faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) e para os automóveis aprovados é autorizada a ostentação – uso pela montadora naquele modelo – da Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE). A ENCE classifica os modelos quanto à sua Eficiência Energética e avalia outros aspectos, como a autonomia em Km/ litro de combustível gasto na cidade e na estrada, e a emissão de CO² – gás responsável pelo efeito estufa. A etiquetagem é voluntária e as mon-

tadoras fornecem os carros para os testes feitos anualmente. Em 2013, 70% da frota vendida foi etiquetada. Os veículos recebem a etiqueta com faixas coloridas de “A” (mais eficiente) até “E” (menos eficiente). As categorias são: subcompactos, compactos, médios, grandes, carga derivado, comercial e fora-de-estrada, SUV, minivan, comercial e carga/derivado. Segundo a tabela 2013, veículos 1.0 subcompactos foram os mais econômicos, tanto no ciclo urbano quanto no Foto Marcos Leão

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ara alguns líderes e administradores de frotas, saber administrar seus veículos é um desafio quase que matemático e diário, principalmente quando se aposta nas competências e diferenciai de um determinado modelo de automóvel, baseado no que é apresentado pelas montadoras. Mas nem sempre o que está no papel ou foi dito sobre o carro, depois que a frota está em uso, preenche e atende as necessidades e a realidade da empresa. Então é nessa hora que começam as dores de cabeça do gestor. Como todo gestor, antes de tudo é um consumidor, ele precisa ficar atento também ao Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia no momento da compra do produto com o qual vai trabalhar, ou seja: o carro. O órgão atua quando a utilização de um produto pode comprometer a saúde e segurança do consumidor, buscando a melhoria da qualidade dos serviços e produtos comercializados no Brasil. Para quem ainda não sabe, o Inmetro disponibilizou uma ferramenta de avaliação que mede a Eficiência Energética dos veículos. Para o Frotista, é disponibilizada uma tabela que classifica o consumo/ eficiência energética dos veículos automotores leves de uma mesma categoria. Para que haja um comparativo.

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um simulador de frota que permite ao usuário fazer um comparativo com os valores gastos para se terceirizar a frota com a empresa, incluindo a quantidade de veículos populares, executivos e utilitários, comparando entre a opção de locação e de se ter uma frota própria.

Economia de combustível Um modelo subcompacto, os populares no Brasil, fazem em média 12,3 Km/ litro de gasolina, contra 9,2 Km dos menos eficientes. Num percurso diário de 40 km diário, em um ano, a economia pode ultrapassar R$ 950, ao optar pelo veículo classe A. Em 5 anos, o valor é superior a R$ 4,7 mil, o que representa até 20% do valor do próprio veículo. ciclo estrada, em ambos combustíveis (gasolina e etanol). De acordo com o Inmetro, o objetivo é estimular que o consumidor – também no nosso caso, o gestor de frota – procure a etiqueta para comparar os veículos de uma mesma categoria, auxiliando-o a tomar uma decisão de compra consciente e que o modelo escolhido seja mais eficiente para a função que será destinado. O PBE Veicular foi lançado em 2008, no Salão do Automóvel, em São Paulo/ SP, com 5 montadoras e 54 modelos de veículos participantes, e é coordenado pelo Inmetro, em parceria com o programa CONPET conduzido pela Petrobras, programa do Governo Federal, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, executado com apoio técnico e administrativo da Petrobras, criado em 1991 para estimular a eficiência no uso da energia em diversos setores. O Inmetro informou que houve uma melhora de 5% na média dos consumos dos veículos A – subcompactos, em relação ao ciclo 2012, e de 1% dos veículos A - compactos, ou seja: o maior volume de vendas no mercado nacional, reduzindo em média 4,2% a emissão de CO² para atmosfera nestas duas categorias. A Locamerica, por exemplo, empresa especializada em locação de frotas customizadas para companhias e corporações, já utiliza essa tabela do Inmetro para otimizar a gestão dos veículos. “Indicamos aos nossos clientes ou prospecções que eles utilizem a ferramenta do Inmetro Maio/Junho/Julho 2014

para terem acesso a uma informação isenta sobre como a escolha do veículo pode impactar no custo da gestão da frota”, afirma Breno Davis, gerente geral de Operações e Relação com o Cliente. Davis comenta que, para se ter uma ideia, fazendo uma comparação entre 5 modelos de automóveis populares, é possível constatar que a diferença de custos entre o mais “gastador” – com consumo médio de 14,3 Km/litro – e o mais econômico – que faz 11,3 Km/litro – é de 19%. Caso optasse pelo veículo que consome menos, o cliente da companhia poderia gerar uma economia tão grande, que equivaleria a 12,5% da tarifa de locação média na categoria, isso considerando o preço médio do combustível a R$ 2,69. “Como uma das principais vantagens de se fazer a locação de frotas é a economia de custos, o simulador do Inmetro é um importante aliado”, completa o gerente. Além de indicar aos clientes que avaliem o consumo de combustível para ajudar a perceber os benefícios do serviço, a Locamerica disponibiliza em seu site

Inovar-Auto O regime automotivo prevê desconto no IPI para as montadoras que atingirem metas de redução de consumo de combustível. Dos três critérios relacionados, terão de cumprir dois, e entre eles, a adesão ao PBE Veicular.

SERVIÇO Inmetro - www.inmetro.gov.br PBE Veicular 2014 - www.inmetro.gov.br/consumidor/pbe/veiculos_leves_2014.pdf Locamerica - www.locamerica.com.br

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Motos

Mercado de motos segue bem e de olho no segmento frotista !

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e o mercado de automóveis passa por um momento difícil, o mesmo não acontece com o setor de motocicletas, que já há um bom tempo, só apresenta crescimento e tem muito o que comemorar. Os números alcançados pelas montadoras foram positivos neste primeiro semestre de 2014. Não tanto quanto esperado, em função da Copa do Mundo, que sem dúvida, prejudicou o comércio de forma geral no País, com reflexos que começaram a ser sentidos ainda no mês de março até aqui. O bom desempenho do setor de motos no Brasil em 2014 – tanto o alcançado como o projetado para o ano – se deve muito aos investimentos feitos pela indústria de duas rodas em tecnologia e na produção de novos modelos, que aconteceu em 2013, quando foram lançados 29 modelos durante o ano. Um dos segmentos que mais cresceu no ano passado e vem crescendo nos últimos tempos, é o de motocicletas “premium” (acima de 450 cc). No ano passado foram registrados 18 novos modelos lançados nessa categoria e em 2014, nos primeiros

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3 meses do ano, o segmento “premium” – segundo a ABRACICLO – apresentou 20% do crescimento. Já a categoria de 150 cc, que representa até 85% do mercado de motos no Brasil, cresceu cerca de 3% no mesmo período deste ano. A motocicleta no Brasil vem ganhando espaço a cada dia, seja com suas vendas para o varejo – para uso pessoal – como também nas vendas para o setor corporativo – que usa a moto para o trabalho e para frotas – e nesse setor em específico, as motos ainda tem muito a crescer e um grande mercado a conquistar. Por ser um veículo de relativo baixo custo e de manutenção barata, sem falar na grande econômica de combustível que proporciona, principalmente no caso de uma frota, a moto ainda oferece rapidez e agilidade no transporte e no serviço. Basta avaliar que o uso de motos nos serviços essenciais vem crescendo, como por exemplo: Correio, Polícias Militares e Civis, e até mesmo no serviço do SAMU. As Polícias, militares de alguns estados e a federal, principalmente a rodoviária, estão usando motos do segmento “premium” há algum tempo e com sucesso, dando potência e beleza às suas frotas. As vendas desse segmento aumentaram em 6% no ano passado, com 48.990 unidades emplacadas dos modelos “premium”. A participação na frota nacional atingiu 2,7%. Já a produção cresceu 7,2% e as vendas no setor corporativo subiram ou atacado, subiram 10,1%. Um exemplo do sucesso do segmento “premium” é a já velha conhecida dos brasileiros, Harley Davidson, que tem sua fábrica instalada na zona franca de Manaus. Nessa linha, em 2012, a inglesa e centenária Triumph, também se instalou e começou a produzir em Manaus em 2012 e já atingiu a marca de 5 mil unidades comercializadas no País. A tendência é que os olhos da indústria motociclista também devam, cada vez mais, se voltar à uma atuação mais forte de vendas para o segmento frotista e corporativo, bem como, também para as vendas aos governos. Essa é uma grande e crescente fatia de mercado, que se melhor trabalhada pelas montadoras, tem um grande futuro pela frente.

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Direção

Roberto Manzini

Espelhos Retrovisores: com a regulagem certa, são seus maiores aliados na direção defensiva !

Roberto Manzini

é psicólogo, fundador e diretor do Centro Pilotagem Roberto Manzini, possui mais de 30 anos de experiência em pilotagem Esportiva e Instrução. Já formou mais de 50.000 motoristas. É Presidente da Associação Clube de Pilotagem Automobilística (OSCIP), participa do Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança Viária (2011 – 2020), é membro do CEDATT (Conselho Estadual para Diminuição de Acidentes de Trânsito e Transporte), da ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), e Consultor do DENATRAN (Câmara temática de segurança no trânsito).

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O espelho retrovisor, acessório obrigatório segundo a Legislação Brasileira de Trânsito (Código de Trânsito Brasileiro - Artigo 105 - Parágrafo VI), é utilizado nos automóveis para dar visibilidade ampliada do exterior e também interior do veículo aos motoristas. Os carros possuem geralmente 3 retrovisores: dois nas laterais externas – esquerda e direita – e um fixado internamente, no centro do vidro frontal (parabrisas). O aparato foi primeiramente usado pelo piloto Ray Harroun, na 1º Edição das 500 milhas de Indianápolis (Indiana - EUA), em 1911. Contudo, foi Elmer Berger (1891 - 1952) o primeiro a incorporar o aparelho na lataria de um carro, fato que lhe somou o título de inventor do Espelho Retrovisor. Para evitar acidentes no trânsito, tanto na cidade quanto na estrada, o motorista deve estar atento aos chamados “pontos cegos” existentes no veículo. São dois os pontos onde o condutor perde completamente a visão de outro veículo, principalmente das motos, que podem estar se aproximando por trás. Ao se dirigir um carro, mesmo tomando todos os cuidados para não causar acidentes, os motoristas ainda estão sujeitos aos chamados “pontos cegos” dos Espelhos Retrovisores. Conforme o ângulo, uma moto pode passar despercebida, aumentando o risco de acidentes.

Ao contrário do que muitos pensam, é impossível eliminar todos os pontos cegos de um veículo, porém, com a regulagem certa, é possível diminuí-los. Além disso, os veículos mais modernos contam com a tecnologia “Side Assist”, que auxilia através do uso de sensores. A regulagem do espelho retrovisor não deve ser focada na parte traseira do veículo, mas sim, na parte final da traseira, abrangendo uma área maior para fora, com um ângulo mais aberto e distante do carro. Esse ajuste vale para regular os espelhos dos dois lados do veículo. É recomendado que os espelhos retrovisores laterais externos sejam regulados de modo que uma pequena fração da traseira de seu próprio veículo seja vista, deixando a visibilidade maior nas faixas laterais. Quanto ao espelho retrovisor interno, deve ficar centralizado, possibilitando a visão traseira do veículo. Agora que sabemos as funções e como utilizar corretamente os espelhos retrovisores, vamos procurar utilizá-los com mais frequência, dirigindo defensivamente e consequentemente evitando acidentes. Para mais informações, consulte o manual de seu veículo ou procure a ajuda de um especialista. Maio/Junho/Julho 2014



Sustentabilidade

Lavando os carros com responsabilidade ! Lavar uma frota com método eficiente, econômico e de acordo com o meio ambiente, respeitando o planeta, pode se tornar um desafio para os gestores que precisam se preocupar, de maneira responsável, com a sustentabilidade...

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avar o carro nos dias de hoje, com a falta de água que algumas regiões do País estão enfrentando, não é tarefa fácil para uma pessoa comum, imagine para um gestor de frotas ? O que pode ser até uma atividade prazerosa para um cidadão comum, para um frotista, pode se tornar um pesadelo, tanto na hora de fazer as contas, como na hora de preservar a imagem da empresa e ajudar no meio ambiente, economizando esse líquido vital e tão precioso que é a água. Mas, os carros da frota precisam estar limpos, sempre ! E como resolver isso ? O que se pode pensar de imediato é optar pela lavagem a seco, certo ? Nem sempre... às vezes, em alguns casos, essa pode não ser a melhor opção.

Comparações e responsabilidades Na lavagem dita convencional, ou seja, usando água, shampoo e outros produtos mais, o consumo para lavar um carro médio, num período de 30 minutos, pode chegar a 300 litros de água (isso sendo de certa forma, ponderado) – segundo dados da SABESP – empresa de saneamento básico de São Paulo/SP. Vamos passar esses números para uma frota. Digamos que o 32

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gestor tenha que mandar lavar 10 carros: serão 3.000 litros de água !!! Hoje, a SABESP cobra uma média de R$ 6,57 por m³ de água para as áreas comerciais e indústrias. Portanto, imaginem uma frota de 100, 200... 1.000 carros. Tanto o custo com a água, quanto o desperdício da mesma, tornam essa ação praticamente inviável do ponto de vista não só financeiro, como também do meio ambiente. Muitos podem pensar: “a opção então é a terceirização do serviço para um lava-rápido ?” A resposta é simples: mesmo terceirizando, esses milhares de m³ de água serão gastos e jogados fora do mesmo jeito. E todos nós vivemos no mesmo planeta onde fica instalado o lava-rápido. Logo, não muda nada terceirizar ou não. Se o problema abordado aqui não fosse a agressão ao meio ambiente, a economia e o não desperdício de água, e fosse somente o custo dessas lavagens, já estaríamos falando de uma operação bastante onerosa. A base de preço para se lavar, em um lava-rápido qualquer, um veículo médio, numa cidade como São Paulo/SP por exemplo, fica em torno de R$ 20. Para uma frota de 10 carros, isso custaria R$ 200. Se esses carros forem lavados duas vezes por mês, o custo mensal com lavagem seria de R$ 400. Por ano, quase R$ 5 mil... Se falarmos numa frota de 100 carros, o valor anual para essa operação seria em torno de R$ 50.000. Isso significa o valor de um carro médio por ano só com lavagem. São números consideráveis, sem contabilizar aqui, o tempo que esse carro e o motorista tem de deslocamento até o ponto da lavagem e o tempo que ficam Maio/Junho/Julho 2014



Marcos Mendes - Acquazero

Lito Rodruiguez - Drywash

20 carros sendo lavados com detergentes e outros elementos químicos que serão jogados nos rios. Ninguém vai pensar em criticar somente o lava-rápido, mas sim, associar a essa irresponsabilidade ambiental e social, também a empresa dona dos carros, que acaba tendo sua imagem conivente com isso”, afirma Lito Rodriguez, diretor da empresa Drywash, de lavagem de automóveis a seco.

Lavar a seco: uma opção

Guilherme Marson, Professor e Doutor do Instituto de Química da USP

parados enquanto a operação é realizada. Isso sem falar da imagem da empresa. Esses carros da frota normalmente são identificados, personalizados, levam o nome da empresa ou do produto, e a preocupação com o uso da água nunca esteve tão latente na sociedade. Mesmo num lava-rápido, normalmente a água e os dejetos são quase sempre, eliminados de forma incorreta, jogados direto no ralo, indo para o esgoto, sem tratamento específico. “Hoje é inadmissível vermos uma pessoa limpando a calçada com a mangueira, despejando água de forma descontrolada, quem dirá ver 10, 34

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A Drywahs é uma das empresas que oferecem o serviço de lavagem a seco no mercado. Para Rodriguez, a importância de optar por esse método não é somente econômica, mas por praticidade e logística. O gestor da frota não dependeria mais de deslocar funcionários ou o veículo. O serviço poderia ser feito dentro da empresa e contribuiria para um tripé de saúde administrativa que toda marca deve seguir: Resultado financeiro: economia no custo e tempo; Ações sustentáveis: contribuiria para a não poluição de solo e água, além de evitar o desperdício; Empresa social: o trabalho de limpeza de carro é para muitos jovens de comunidades carentes o primeiro emprego, assim a empresa poderia gerar mais vagas. Além disso, Rodriguez traz um comparativo de produtos utilizados pela empresa para a lavagem de um carro a seco: um frasco de limpeza de 600 ml, vendido em

redes de hipermercados, está na faixa de R$ 15. Segundo o diretor da Drywash, é preciso, no mínimo, 200 ml para a limpeza comum. Então, o produto poderia ser utilizado em 3 carros. O custo por carro estaria na faixa de R$ 2,50. Vamos acrescentar a cera de Carnaúba, um frasco de 344 gramas, vendido ao valor de R$ 77. Supondo que o carro utilize 10 gramas, custaria R$ 2,23. Mais o silicone gel para os pneus. O produto com 250 gramas é vendido por R$ 12. A hipótese é que o funcionário utilizaria até 20 gramas no veículo, o valor estimado é de R$ 0,96. No total, a lavagem de um carro a seco sairia por R$ 5,69. Esse valor não deve ser visto como exclusivo, porque devemos colocar na ponta do lápis, ainda, os acessórios para a tarefa da lavagem e o custo com funcionários. De qualquer forma, a conta inicial sai 28% mais barata do que a utilização de métodos convencionais, utilizando a água, porém

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pode ficar igualada no caso de agregar valores como espaço e serviços adicionais, mas a conta sustentável, mesmo assim, estaria “mais verde”, segundo Rodriguez. “Para um frotista, 20% de economia em cada carro é uma conta expressiva ao final do mês. Sem contar que o local utilizado para a lavagem se permanecerá limpo e o trabalho é duradouro”, diz Marcos Mendes, diretor de rede da AcquaZero, também uma empresa especializada em lavagem automotiva a seco. Mendes ressalta todo o trabalho ecológico que a empresa oferece ao frotista. Os produtos utilizados são: cera de lavagem, que contém silicone, cera de carnaúba e teflon (multiuso específico para linha automotiva), desodorizador interno e um finalizador (para caixa de rodas). De acordo com o diretor de rede, todos os produtos têm o selo da Anvisa, como também os produtos da Drywash, segundo Lito Rodriguez. Contudo, devemos nos preocupar, além da lavagem, no processo como um todo, como por exemplo: o descarte da sujeira retirada dos automóveis. Na AcquaZero, as flanelas utilizadas na limpeza são enviadas para lavanderias especializadas em sujeiras pesadas. E um ponto interessante que a empresa apresentou foi o descarte das embalagens dos produtos, que são reaproveitadas para utilização na operação, até mesmo como banquinhos para os lavadores. O restante das embalagens não aproveitadas é entregue para uma empresa especializada em reciclagem e/ou incineração. Marcos Mendes defende que todo frotista deveria optar pela lavagem a seco, porque, além das questões ambientais, principalmente no consumo da água, esse tipo de limpeza protege a pintura do veículo, criando uma película protetora, dando mais brilho e deixando-o limpo por mais tempo que a tradicional. Já Lito Rodriguez, afirma que a conveniência e convicção são os principais fatores para que uma frota seja tratada e limpa através desse método. A empresa não precisa deslocar nem funcionário e nem os carros, otimizando tempo e valores, evitando até mesmo o gasto de combustível na opeeração.

O outro lado da moeda Num primeiro momento, a lavagem a seco seria a salvação da frota para com36

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bater a poluição e desperdício de água, e colocar essa atitude em relatórios anuais no item de sustentabilidade daria ao gestor, muitos pontos positivos. Porém, é preciso pensar em um ciclo sustentável gigante. Quem alerta isso é o Professor e Doutor do Instituto de Química da USP, Guilherme Marson. Marson comenta que um grande erro das empresas é não se atentarem aos produtos que estão sendo utilizados e que poluem o meio ambiente, tanto quanto a água com detergente. Os produtos de limpeza a seco devem respeitar as normas da Anvisa e não ter em sua composição química os hidrocarbonetos que liberam substâncias tóxicas. “Alguns produtos voláteis têm hidrocarbonetos e látex em sua formulação, que contaminam a atmosfera e oferecem um risco crônico para a pessoa que está aplicando”, categoriza o doutor. Uma preocupação ambiental é a produção da embalagem do produto. Alguns plásticos são produzidos de forma que agridem o meio ambiente e seu descarte provoca danos ao ecossistema. “É preciso atentar-se para o ciclo de vida do produto, desde sua composição química, a produção da embalagem, o transporte e seu destino final. Alguns poderão oferecer a sustentabilidade para a empresa somente na economia da água. Em minha opinião, isso é insuficiente para um relatório sustentável e não atinge eficiência na gestão da frota”, afirma Marson. Outro ponto relevante que ele levanta é a proteção do funcionário. Para a utilização de produtos químicos é preciso Equipamen-

tos de Proteção Individual (EPI). Caso a empresa terceirizada para a lavagem não os ofereça para os lavadores dos carros, o cliente frotista acaba sendo conivente a transgressão de Leis Trabalhistas, e pode ter sérios problemas com isso. Para o Professor e Doutor, uma forma sustentável de lavar carros é a reutilização da água, que pode ser captada das chuvas, reservadas em um tanque, podendo ser tratada, retirada as impurezas e produtos, e utilizada novamente para a lavagem da frota por diversas vezes. “É uma forma econômica, duradoura e assim não haveria riscos de distorções ambientais”, finaliza. De qualquer modo, seja qual for a opção e solução para essa questão, ela deve ser tratada com carinho e responsabilidade pelo Gestor de Frota. Cada empresa tem sua realidade, suas prioridades e responsabilidades, mas o importante é estar atento à essa questão, que sem dúvida, é importante a médio prazo, não só para o caixa e o bolso da empresa, mas também e principalmente, para o planeta onde vivemos. Sejamos então, atentos e responsáveis !

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Vem aĂ­

Aguarde !!!


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