Anuário ARede de Inclusão Digital 2012/2013

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Da sambada de coco aos videogames Ações de inclusão sociodigital e oficinas de audiovisual para resgatar, recriar e difundir a cultura africana

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também fazer um trabalho consistente de inclusão digital para preservar a riqueza e os saberes do terreiro. Foi assim que surgiu, em 2004, o Ponto de Cultura Coco de Umbigada, que agrega um telecentro, um cineclube, uma rádio e uma produtora de vídeo.

à internet, o telecentro abriga oficinas para todos os gostos no que se refere à cultura negra. As formações vão desde técnicas para tirar sons dos tambores até capacitações em vídeos por streaming (fluxo contínuo de mídia transmitido por internet). Outra

As oficinas são para todos os gostos no que se refere à cultura negra: de técnicas para tirar sons dos tambores até capacitações em vídeos por streaming. O ponto faz parte da Rede Mocambos, organização não governamental que integra comunidades quilombolas rurais e urbanas de todo o Brasil (ver página – 26). No telecentro, parte do equipamento foi cedido pelo Ministério da Cultura (MinC), enquanto o ministério das Comunicações forneceu a conexão Gesac. Além do acesso livre

opção é a oficina de jogos eletrônicos, que desenvolve softwares interativos com temática do candomblé. O primeiro game já está pronto: Contos de Ifá, disponível gratuitamente no endereço http:// contosdeifa.3ecologias.net. “É um jogo sem violência, sem apologia a crime nenhum”, descreve Beth. O jogo conta a história de Exu, durante um Fotos Divulgação

Terceiro Setor PONTO DE CULTURA COCO DE UMBIGADA

V

ocê já deu uma umbigada em alguém? Pois saiba que existe uma dança em que um dos principais movimentos consiste em tocar com o ventre essa mesma parte do corpo do parceiro ou parceira. Quem tiver curiosidade para aprender um pouco mais sobre essa tradição pode ir até o bairro de Guadalupe, em Olinda, município da região metropolitana de Recife (PE). Todo primeiro sábado do mês, o terreiro da mãe Beth de Oxum organiza a sambada de coco com danças africanas. Cerca de duas mil pessoas comparecem aos encontros, que celebram a cultura trazida pelos escravos. Parte da dança é puxada pela voz da própria Beth, vocalista do grupo de música Coco de Umbigada, conhecido pela percussão e por trabalhar pela disseminação da cultura negra. Mas Beth sabe que, hoje, eventos e turnês, apenas, não bastam. É preciso

O espaço tem o apoio do CRC de Recife para fazer a manutenção das máquinas, onde rodam apenas softwares livres.

4º Anuário ARede de Inclusão Digital


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