Revista Lupa #2

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PROVA DOS NOVE

Sem pressa para arrumar as malas Um mini-guia para estudantes que querem fazer intercâmbio

Pra quem quer ir _ “Não, só me interessa ir para a Europa!”. Foi assim que a estudante Ila Galvão, de 21 anos, estudante do curso de engenharia civil, reagiu quando foi informada na AAI de que a Europa é o destino mais concorrido e, portanto, mais difícil de ser alcançado. Segundo Jefferson Almeida, funcionário do órgão, Espanha e Portugal são os destinos campeões de preferência, “isso porque são os mais fáceis de lidar com a língua, já que em Portugal não precisa de teste algum e na Espanha, basta apenas comprovar três semestres de curso do idioma”.Com os documentos necessários em mãos, o aluno deve apresentá-los em janeiro no AAI para poder viajar em

setembro, mês em que se inicia o ano letivo na maioria dos países europeus. Ao receber a aceitação da Universidade, começa a busca pelo visto junto ao consulado específico e a organização para se manter lá fora: a Ufba paga apenas as taxas universitárias. O próprio aluno arca com os custos de moradia, alimentação, entre outros. As universidades conveniadas geralmente não disponibilizam bolsas e só abrem em média cinco vagas, para um demanda de cem alunos inscritos, como acontece com Portugal e Espanha. “Nesse caso, a Universidade acaba aceitando aqueles com maiores escores. Nós tentamos convencê-los a ir para as boas universidades que existem na América Latina, a exemplo da Universidad de Buenos Aires e a Universidad Central de Chile, mas eles só pensam na Europa!” diz Almeida. Ila Galvão pretende ir para a Universidade de Porto, pois além da facilidade da língua, confirma que recebeu muitas recomendações de colegas que já foram. Apesar de ser formada em língua inglesa, não tem vontade alguma de ir para os EUA. “Infelizmente, a maioria dos alunos já tem boa formação no inglês, mas os EUA têm aceitado cada vez menos os estrangeiros, desde os acontecimentos do 11 de setembro de 2001”, afirma o funcionário do AAI. _ Optando por ficar no Brasil, o aluno dispõe de uma lista de 52 universidades

federais (incluindo o CEFET) para fazer um intercâmbio nos mesmos moldes de um internacional, com a vantagem de estar mais perto de casa. “Os procedimentos são basicamente os mesmos: depois de feita uma solicitação, nos comunicamos com a Universidade anfitriã e então é só esperar a aceitação, que normalmente vem sem dificuldades”, afirma Eni Bastos, da Prograd da UFBA. Apesar de ainda pouco conhecido, o número de estudantes que procuram esse intercâmbio é cada vez maior, especialmente os dos cursos de direito e medicina, que procuram Universidades como Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). E quem já foi _ Só em 2005, 143 alunos deixaram a UFBA para estudar em outros países. Segundo Betânia Almeida, coordenadora de projetos do AAI, “apesar de não existirem dados oficiais, estima-se que já mandamos mais de 700 alunos”. Já pelo intercâmbio nacional, a Prograd ainda não possui dados oficiais, devido a recém-implantação do programa. Maria Clara Fagundes, 23 anos, aluna de comunicação, passou um semestre estudando na Alemanha, e conta que “tem estudantes de todos os continentes e era uma delícia aprender comemora-

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_ Por uma escolha pessoal ou profissional, o número de estudantes à procura de um intercâmbio só tem crescido, e por aí surgem diversos convênios dentro e fora das instituições de ensino. Na Ufba não é diferente: há dez anos existe a Assessoria de Assuntos Internacionais (AAI), órgão que oferece e viabiliza o intercâmbio estrangeiro para os estudantes regularmente matriculados na universidade. Atrelado a este órgão, a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (PROGRAD) se encarrega do intercâmbio nacional, através do Programa Andifes de Mobilidade Acadêmica com as universidades federais.

| Foto Nina Neves

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Texto Carolina Garcia


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