Revista Negócios Industriais

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MINAS CHEGA AO MAR

ANO 1 . NÚMERO 1 . JUN/AGO 2010 . R$ 5,90

Mesmo a 500 km dos estaleiros, indústrias do Vale do Aço fornecem para setor de navipeças. Um grande passo para o bilionário mercado do pré-sal

Flaviano Gaggiato: Viga Caldeiraria fabrica blocos de navio STX e abre mercado regional Jun/Ago 2010para | Negócios Industriais

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Unidade Leste de Minas

Por que um V no lugar do U? Agroindústria | Saúde | Jurídico | Financial Services | Manufatura | Varejo | Educacional | Distribuição e Logística | Construção e Projetos | Serviços | Small Business

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A TOTVS é uma das maiores empresas de software do mundo, mas muita gente se pergunta por que um V no lugar do U? Bem, porque TOTVS é latim e porque, em latim, TOTVS se escreve assim, com V, e significa tudo, todos. E é exatamente isso que nós fazemos: software que todas as empresas podem ter, soluções para todo mundo. Tem gente que pensa que trocamos nosso U pelo V só para dizer que nossa missão é ser vitoriosa, é criar valor, é ser verdadeira. Mas no fundo, no fundo, a gente gosta mesmo de ver esse V no lugar do U só para lembrar que, no nosso negócio, tudo pode parecer igual, mas tem sempre um jeito de ser diferente. TOTVS. Igual, sendo sempre diferente. Conheça as soluções TOTVS para sua empresa. Acesse www.totvs.com ou ligue (31) 3822-5016 (Ipatinga) | (33) 3271-7010 (Gov. Valadares). Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais

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TRILHOS DO DESENVOLVIMENTO

A Revista Negócios Industriais é uma publicação trimestral produzida e comercializada pela Letra de Forma Comunicação Empresarial P2SA COMUNICAÇÃO LTDA | CNPJ 07.291.053/0001-58 Rua Marília, 33 A, Bela Vista, Ipatinga-MG CEP 35160194 EDITOR Paulo Assis | MG 07169JP paulo@negociosindustriais.com REDAÇÃO Aline Alves e Paulo Assis redacao@negociosindustriais.com CRIAÇÃO Gabriel Tôrres e Paulo Assis publicidade@negociosindustriais.com PUBLICIDADE Daniele Assis (31) 3823-1316 | 8634-2450 comercial@negociosindustriais.com FINANCEIRO Kátia Kristina (31) 3823-1316 financeiro@negociosindustriais.com FOTO DA CAPA Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia zeferino@graofotografia.com CARTAS À REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões, releases e critícas às matérias - redacao@negociosindustriais.com ASSINATURAS Para receber a Revista Negócios Industriais entre em contato pelo telefone 31 3823-1316. Valor anual: R$ 25,00 (4 edições). TIRAGEM 2.000 exemplares IMPRESSÃO Gráfica Damasceno

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O anúncio da descoberta de jazidas de minério de ferro em Itabira, em 1908, mudou o traçado da Estrada de Ferro Vitória Minas, criada, inicialmente, para ligar Vitória a Diamantina. Os trilhos só chegaram ao destino final em 1942, mas, enquanto era construída, trazia o desenvolvimento econômico e a industrialização. Interessadas nas riquezas minerais, empresas instalaram-se em João Monlevade e Coronel Fabriciano. No início, carvão para a Belgo Mineira, depois obras para construir a Acesita, a Usiminas e a Cenibra. Nascia o Vale do Aço, um pólo industrial cravado entre as montanhas de Minas e uma extrema reserva natural, o Parque Estadual do Rio Doce. Com as indústrias maiores, sugiram pequenos e médios fornecedores, desenvolveu-se o comércio e a prestação de serviços. A revista Negócios Industriais surge com esse propósito: mostrar como a atividade industrial está inserida em nosso dia-a-dia. Não é uma publicação técnica. Pelo contrário. Busca com uma linguagem simples e um visual agradável descrever a importância da atividade industrial para a sociedade. Para isso, a Letra de Forma Comunicação conta com uma equipe que, há cinco anos, vive o mundo empresarial do Vale do Aço. O lançamento da revista não poderia ser numa data melhor: o Dia da Indústria. É uma data que, via de regra, passa quase que esquecida pela comunidade e pelas indústrias regionais, mas que merece sempre ser lembrada. Obrigado e boa leitura! Paulo Assis Editor


Índice 07 Entrevista Luciano Araújo fala dos projetos e realizações na Fiemg Vale do Aço

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Painel Preço da celulose em alta no mercado mundial

16 Legislação Mais indústrias são obrigadas a usar a Nota Fiscal Eletrônica

19 Burocracia Nova metodologia para ponto eletrônico aumenta custos das empresas

22 Negócios Empresas do Pólo Metalmecânico ingressam na indústria naval

28 Panorama Grandes eventos esportivos e retomada da atividade industrial geram otimismo

36 Mercado Depois do TAC da construção civil, é hora de recuperar o prejuízo

38 Bate-papo Minas Gerais receberá R$ 18 bilhões de investimentos para a mineração

40 Qualificação Inspetores de solda são cada vez mais valorizados pelo mercado

43 Saúde Ginástica na empresa aumenta produtividade

46 Entrevista Olavo Machado, o novo presidente do Sistema Fiemg, fala de seus projetos

51 Especial

Meio Ambiente Saiba como descartar e tratar os lubrificantes Pneus velhos viram asfalto em Timóteo Resíduos do aço inox dão vida através do Agrossilício O gás natural e as vantagens para o meio ambiente

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Fotos Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

Colunas

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Gestão Charles Magalhães, diretor da Essentiali Consultoria e Treinamento

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Contábil Nathaniel Pereira, sócio da NTW Contabilidade e Gestão Empresarial

34 Marketing Ronaldo Soares, analista de novos mercados do Sindimiva e diretor do blog Negócio Já

53 Ambiental Daniele Lima, engenheira sanitarista e ambiental da Fonte Ambiental

INDÚSTRIA: setor Essencial para o desenvolvimento do país!

Homenagem da Essentiali Consultoria e Treinamento ao dia da indústria (25/05). Soluções em Marketing, Planejamento Estratégico e Recursos Humanos.

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Caixa Postal 131, CEP 35.170-000, Coronel Fabriciano, MG www.essentiali.com.br | 31 3842-7577 | 31 8484-1162 Negócios Industriais | Jun/Ago 2010


entrevista

QUATRO ANOS DE EVOLUÇÃO Presidente da Fiemg Regional Vale do Aço renova mandato por mais quatro anos e faz um balanço das conquistas da indústria em sua gestão Em 1995, depois de 15 anos no setor financeiro, o jovem Luciano Araújo, então com 33 anos, decidiu ingressar na área industrial. Adquiriu a Provest Uniformes, empresa fundada em 1983. “Eu tinha um sonho de ser empresário da indústria. Queria transformar e não apenas revender alguma coisa”, explica. Em poucos anos, o sucesso profissional o levou à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Primeiro, foi vice-presidente da Regional Vale do Aço. Em 2006, assumiu a presidência regional. Neste mês de maio, após quatro anos de mandato, Araújo renova seu compromisso à frente da entidade. Em seu mandato, a região recebeu Centros de Formação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), viu a expansão do Serviço Social da Indústria (Sesi), recebeu palestras de nível internacional e projetos de qualificação empresarial. As conquistas se refletem no dia-a-dia das indústrias e em negócios.

Paulo Assis

Nesta entrevista à “Revista Negócios Industriais”, Luciano Araújo comenta as conquistas para a classe industrial, os desafios, os projetos e analisa a conjuntura econômica.

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entrevista Por que mais quatro anos à frente da Regional Vale do Aço da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais? O convite foi feito pelo nosso novo presidente, o Dr. Olavo Machado, durante a composição de sua chapa. É importante entender que os vicepresidentes regionais, como somos chamados, fazem parte da chapa escolhida para o Estado. Acredito que as conquistas nestes últimos quatro anos foram o motivo deste convite. O que o empresário do Vale do Aço conquistou? A Federação das Indústrias sempre trabalha em parceria com os sindicatos patronais associados, como o Sinpava, o Sindimiva, o Sindivest, o Sime e o Sinduscon. Atendendo a uma reivindicação histórica da indústria regional, o Sistema Fiemg implantou, com o apoio da Prefeitura de Ipatinga, um Centro de ForOs diversos setores da economia são todos ligados. Se uma indústria reduz a produção e precisa dispensar colaboradores, claro que isso irá afetar o comércio, a prestação de serviços, enfim. Essa é uma dinâmica normal da economia.

mação Profissional do Senai, além do apoio das respectivas Prefeituras para implantação de um Senai em Barão de Cocais e São Gonçalo do Rio Abaixo. Ainda na área de qualificação profissional apoiamos a implantação do Projeto Cidade da Solda em Coronel Fabriciano, que beneficia jovens de baixa renda, que este ano passará a ser uma unidade do Senai e agora estamos discutindo

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com o município de Timóteo uma unidade do Senai na cidade. O Sistema Fiemg patrocinou missões empresariais, eventos de prospecção de mercado, encontro de Comércio Exterior – Encomex e trouxe projetos de gestão empresarial, como o Peiex, que oferece consultoria gratuita para empresa, o Prêmio Regional de Qualidade Vale do Aço e implementamos o Núcleo de Estágio Empresarial do Instituto Euvaldo Lodi. Com o Sesi, expandimos ainda mais. Apenas a título de exemplo, há quatro anos tínhamos 30 funcionários no Sesi. Hoje são cerca de 300 para atender projetos como o Atleta do Futuro, Indústria Saudável, Saúde e Segurança e tantos outros. A atuação do Sistema Federação das Indústrias de Minas Gerais no Vale do Aço ainda é relativamente nova, tem pouco mais de 10 anos. Acredito que conseguimos construir um novo elo desta corrente do desenvolvimento industrial, que teve como antecessor nosso companheiro Luiz Campelo Filho. Quais ações ainda não foram implantadas? Sem dúvida, nosso objetivo é organizar o setor gráfico e moveleiro no Vale do Aço. Logo no início de nossa gestão, implantamos uma delegacia do Sinduscon, o Sindicato da Indústria da Construção Civil. É sempre um trabalho difícil mostrar ao empresário que o concorrente da esquina pode ser um grande aliado na identificação de oportunidades de negócios, compras em conjunto, soluções de problemas. Há quatro anos o Pólo Metalmecânico iniciou um trabalho neste sentido, como apoio de entidades como Sindimiva, Sebrae, Fiemg, e hoje as empresas fazem compras conjuntas e também atendem serviços em conjunto. Sozinhas não teriam força para entrar em mercados como a cadeia de pe-

tróleo, gás e indústria naval. Quando se fala em sindicalismo empresarial, quais os maiores desafios na região? As entidades precisam melhorar a comunicação com os associados e não associados. Apresentar aquilo que podem oferecer, as vantagens de se associar. São incríveis as vantagens, inclusive financeiras, quando uma empresa é associada a um sindicato. Um bom exemplo é um programa de saúde e segurança que o Sesi começou a oferecer para as associadas em 2009. Na prática, há uma economia de até 87% com o serviço de PCMSO e PPRA. Em 2009, a crise atingiu principalmente o setor siderúrgico regional. Quais outros setores da economia do Vale do Aço sofreram os impactos da crise? Os diversos setores da economia são todos ligados. Se uma indústria reduz a produção e precisa dispensar colaboradores, claro que isso irá afetar o comércio, a prestação de serviços, enfim. Essa é uma dinâmica normal da economia. Na indústria regional o maior impacto, é inegável, foi nas indústrias siderúrgica, metalmecânica e metalúrgica. Como houve uma queda no consumo de aço no mundo – onde os efeitos da crise foram até mais intensos que os verificados no Brasil -, isso atingiu todo o Pólo Metalmecânico (produz estruturas metálica, caldeiraria, atua com usinagem) que, tradicionalmente, fornecia, sobretudo, para os setores siderúrgico e de mineração. Mas é importante frisar que o setor metalmecânico não viu essa situação e ficou parado. Foi um divisor de águas. O Sindimiva, que é o sindicato do setor associado ao Sistema Fiemg, promoveu ações de prospecção de mercado, se inserindo na cadeia de petróleo e gás, agora busca ven-


der para a indústria naval e também se mobilizou: criou uma central de negócios que permite às pequenas e médias empresas, comprar e vender em grupo, obtendo, assim, vantagens competitivas. Como a economia regional deverá evoluir daqui para a frente? A indústria regional já estava operando com quase 91% da sua capacidade, quase seis pontos percentuais acima daquilo que foi registrado no início da crise, conforme os números da nossa pesquisa mensal, a Index Regional. Recentemente os números do Caged mostraram que em Ipatinga a geração de novos empregos vem crescendo. Lógico que existem questões sazonais, novos projetos, demandas reprimidas, mas a Fiemg acredita sim numa evolução da inSe aumentarem as encomendas, o setor de embalagens é impulsionado, as empresas de distribuição terão sua demanda aumentada, os revendedores de combustíveis ganharão e até o setor de publicidade e marketing ganhará mais com uma disputa de mercado pelas empresas.

dústria regional. Os empresários estão aprendendo que devem se capacitar e diversificar o mix de clientes. Isso por si só já é um ponto muito importante. Do outro lado vemos os tradicionais setores de mineração e siderurgia se recuperando. Além disso, como disse anteriormente, as empresas regionais estão buscando se inserir na cadeia de petróleo, gás e naval que, sem dúvida, será a grande propulsora do Produto Interno

Bruto brasileiro na próxima década. Bom, mas como a economia regional vai evoluir? Isso vai depender da conscientização dos empresários. As condições favoráveis, o apoio, um mundo de oportunidades está se mostrando. Agora, o gestor deve se inovar sempre, se atualizar. Afinal, o que são as empresas senão um grupo de pessoas? Quais setores da indústria regional apresentam melhores perspectivas de crescimento? À primeira vista aqueles ligados à cadeia de petróleo e gás, em virtude da bilionária demanda do Pré-Sal. Mas os empresários precisam se inovar, ver oportunidades de negócios porque a economia é uma complexa rede inter-relacionada. Se aumentarem as encomendas, o setor de embalagens é impulsionado, as empresas de distribuição terão sua demanda aumentada, os revendedores de combustíveis ganharão e até o setor de publicidade e marketing ganhará mais com uma disputa de mercado pelas empresas. Está vendo? Oportunidades existem. Temos que saber encontrá-las. Pré-sal, pré-sal, pré-sal... E o resto da indústria? Em hipótese alguma devemos deixar de lado setores como siderurgia, mineração e celulose. A integração da indústria regional à cadeia de petróleo e gás não pressupõe deixar de lado a base de nossa economia regional. Na Usiminas, o projeto de construção da nova usina em Santana do Paraíso foi somente adiado, não cancelado. O novo presidente da Cenibra, Paulo Brant, assumiu no início de abril e já falou na retomada do plano de duplicação da capacidade produtiva da empresa de Belo Oriente, um projeto de 1,8 bilhão de dólares. No setor de mineração vemos o Governo de Minas

assinar protocolos de investimentos no Estado que passam da dezena de bilhões de reais. São, sem a menor dúvida, sinais de negócios para a indústria regional. A indústria regional já estava operando com quase 91% da sua capacidade, quase seis pontos percentuais acima daquilo que foi registrado no início da crise.

O empresariado nacional continua preocupado com o possível apagão de mão-de-obra qualificada para atender a toda essa demanda. A situação no Vale do Aço é diferente? Não digo que estamos 100% preparados, mas estamos com melhores perspectivas. O Sistema Fiemg, junto com os sindicatos associados, realizou diagnósticos para identificar as necessidades das indústrias regionais. Em dois anos de funcionamento do Senai Vale do Aço já qualificamos mais de 2 mil pessoas nas áreas metalmecânica, vestuário, construção civil e alimentação. Através do Projeto Cidade da Solda, em Coronel Fabriciano, inserimos no mercado soldadores qualificados pelo Senai e o Prominp (Programa de Mobilização da Indústria de Petróleo e Gás Natural). É claro que existem profissões que o mercado vai demandar que não são ofertadas aqui. Na Bahia, no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, por exemplo, o Senai, em parceria com a Petrobras, está oferecendo o curso de operador de sonda. Cada Estado, cada município, cada pólo produtivo tem um perfil específico e ele precisa ser respeitado quando se fala em implantar um projeto de qualificação profissional.

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Painel SUZANO

PARCERIA

O Governo de Minas estaria negociando com a Suzano Papel e Celulose a instalação de um complexo agroindustrial em Governador Valadares, num investimento que poderia chegar a R$ 3,5 bilhões.

Valorização transforma celulose em um “novo minério” para Minas

LETRA DE FORMA|P2SA

Os preços de referência da fibra curta saltaram para US$ 920 por tonelada na América do Norte, US$ 890 na Europa e US$ 850 na China e no resto da Ásia. No início do ano, o preço de referência estava no pamtar de US$ 700.

Governo de Minas

CELULOSE

A concessionária Guiauto Chevrolet e a Fiemg Regional Vale do Aço firmaram parceria no final de maio. Os associados serão contemplados com descontos que podem chegar a 18%, de acordo com o modelo de veículo escolhido, explicou Leonel Guimarães, diretor da concessionária. Os benefícios se estendem aos sindicatos patronais associados Sindimiva, Sinpava, Sinduscon, Sindivest e Sime. Informações na concessionária.

Montagem e Manutenção Industrial Fabricação de Estruturas Metálicas Pinturas Industriais Jateamento Caldeiraria

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Rua Marinheiro, 47 - Distrito Industrial do Limoeiro - Timóteo / MG CEP 35.181-676 / Fone: (31) 3848-5130 / Fax: (31) 3849-1589


AÇO PARA NAVIOS

A Usiminas desbancou os chineses e venceu licitação internacional para fornecimento de 7,7 mil toneladas de aço para o Estaleiro Mauá Petro Um (RJ). O aço será utilizado na construção de navios para transporte de produtos claros e integra o Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef ), coordenado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras. Com esse resultado, a Usiminas já possui contratadas 40 mil toneladas de aço para os navios do Promef, o que representa 32% de todo o aço que já foi comprado até aqui – 123,6 mil toneladas.

Baile dos Panificadores

Foto Palace

O Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Alimentação, Panificação, Confeitaria e de Massas Alimentícias do Vale do Aço (Sinpava) promove no dia 6 de agosto mais uma edição do Baile dos Panificadores, no Clube Morro do Pilar. As homenagens aos panificadores começam em julho, com uma missa especial na Igreja do Bairro Horto, no dia 7. Mais informações no Sinpava, pelo telefone 31 31 3824-2334.

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ExcElência, atuação E parcErias Desde 1996, a cMi Montagem industrial oferece ao mercado soluções em caldeiraria, estruturas metálicas e montagem eletromecânica. com um corpo técnico qualificado e constantes investimentos em tecnologia, a cMi constrói parcerias sólidas no fornecimento de produtos e serviços para os setores siderúrgico, mineração, energia, petróleo, gás e naval. nosso compromisso com os valores e princípios éticos e morais fundamentam a imagem de uma empresa confiável e reconhecida pela qualidade de seus produtos e serviços, trabalhando com transparência, legalidade e respeito a todos os envolvidos na empresa. Empresa certificada nBr iso 9001.

rua tucanuçu, número 1164 - Vila celeste - ipatinga - MG cEp 35162-530 / tel: 55 31 3828-8100 / Fax: 55 31 3828-8100 E-mail: cmi@cmiipa.com.br Jun/Ago 2010 | Negócios Industriais

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LETRA DE FORMA|P2SA

CONSULTORIA E TREINAMENTO EM SISTEMAS DE GESTÃO.

Desde 1998, a Loretus oferece consultoria para a implantação e manutenção em Sistemas de Gestão da Qualidade (ISO 9001), Gestão Ambiental (ISO 14001), Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (OHSAS 18001) e Gestão da Qualidade na Construção Civil (PBQP-H); Implantação e manutenção em Sistemas Integrados de Gestão (SIG); Realização de auditorias em Sistemas de Gestão; Execução de consultorias e treinamentos em Sistemas de Gestão; e Implantação dos critérios de excelência. (31) 3848-1455 | (31) 9162-0453

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Gestão

POR CHARLES MAGALHÃES Diretor da Essentiali Consultoria e Treinamento charlesmagalhaes@essentiali.com.br

Desempenho, como medí-lo? Muito se fala de funcionários competentes, mas como medir se realmente uma pessoa é competente naquilo que faz? As organizações definem um comportamento desejado de seus empregados com relação aos seus papéis através da descrição de cargos e salários, arrolando os deveres e responsabilidades que devem ser cumpridos por seus ocupantes. É importante para a organização conhecer o desempenho real de um funcionário, tomando-se como base a descrição das responsabilidades do cargo, através de um sistema tecnicamente elaborado de avaliação deste desempenho. Esta é uma maneira de evitar que a avaliação seja feita de forma superficial e unilateral, do chefe com relação ao subordinado e, tratando-se de um dos princípios científicos, possibilita-se uma abordagem mais É importante para a racional do ser humano, livre de distorções organização conhecer o próprias da avaliação feita apenas no senso co- desempenho real de um funcionário, tomando-se mum. como base a descrição das A razão de se implantar uma avaliação de deresponsabilidades do cargo, sempenho é a possibilidade de se desenvolver os recursos humanos da organização, definindo através de um sistema o grau de contribuição de cada empregado para tecnicamente elaborado a organização e identificando as pessoas com de avaliação deste qualificação superior para o cargo, a contribui- desempenho. ção do programa de treinamentos para a melhoria do desempenho dos empregados, além de promover o autoconhecimento e autodesenvolvimento dos empregados e obter subsídios para realinhamento dos cargos e seus ocupantes. Um sistema de avaliação de desempenho bem estruturado permite que a organização desenvolva um sistema de remuneração e promoção justo e fidedígno ao desenvolvimento pessoal dos funcionários comprometidos, permitindo ainda a criação de planos de ação corretivos para desempenhos insatisfatórios. Para o sucesso do programa de avaliação de desempenho é importante que se tenha um elevado grau de envolvimento da alta administração, uma definição clara dos objetivos a serem alcançados, preparo da equipe para administrar pessoas (gerentes), realização contínua com parâmetros claros e o envolvimento dos empregados no processo de formulação da avaliação.

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legislação

FIM DA PAPELADA Nota Fiscal Eletrônica já é obrigatória para 35 mil empresas mineiras. Até final de 2010, adesão será total Aos poucos as pilhas de papéis e toneladas de livros fiscais começam a desaparecer do dia-a-dia das empresas mineiras. No Estado, 35 mil empresas já são obrigadas a emitir a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), que integra o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) iniciado pela Receita Federal há dois anos. Na Usiminas, maior empresa do Vale do Aço, que integrou a fase piloto do Sped, nada menos que 343 mil folhas deixaram de ser preenchidas em apenas um ano. Em empresas menores, como a Ramac Indústria Mecânica, situada em Timóteo, a expectativa também é de agilidade na área fiscal, desburocratização e redução do consumo de papel. “Teremos uma resposta mais rápida, redução de papéis, além da concorrência transparente, com isso os sonegadores tenderão a sumir do mercado”, avalia o proprietário da empresa, Carlos Afonso de Carvalho. A assistente de faturamento da Delta Engenharia e Manutenção Industrial, Daniele Patrícia Lima Marçal, completa que o novo sistema oferece maior segurança. “Além de reduzir custos, com a obrigatoriedade entrando em vigor em dezembro, ainda temos tempo de familiarizar com o sistema e adquirir confiança para evitar erros”. De acordo com a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais, ao longo de 2010 diversos setores cumprirão calendário fixado para a obrigatoriedade do certificado digital, começando sempre no primeiro dia de julho, de outubro e de dezembro. Para a coordenadora de fiscalização da delegacia fiscal de Ipatinga, Vilma Mendes Alves Stoffel, os contribuintes, consumidores e sociedade só têm a ganhar com a nova emissão de nota. “Além de o Fisco poder acompanhar, em tempo real, a atividade econômica e a integração de informações com as Secretarias de Fazenda dos estados com a Receita Federal, o contribuinte será beneficiado com redução de custos administrativos, tempo de impressão de documentos fiscais, padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas, redução de erros de escrituração devido à eliminação de erros de digitação de notas fiscais; além de diminuir despesas com a racionalização, entre outros ganhos”, afirmou. Contribuintes do ICMS que se enquadram ou desenvol-

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Marcos Auad e Jairo Barros, da Totvs Leste de Minas: soluções para empresas de todos os portes


vam atividade industrial; de comércio atacadista ou de distribuição; pratiquem saídas de mercadorias com destino à outra unidade da federação ou forneçam mercadorias para a administração pública, terão que se adequar à nova realidade. Em Minas Gerais, a obrigatoriedade do Fisco estabeleceuse através dos protocolos 10/2007: para contribuintes do ICMS e protocolo 42/2009: para contribuintes do ICMS que se enquadram ou desenvolvam atividade industrial; atividade de comércio atacadista ou de distribuição; pratiquem saídas de mercadorias com destino à outra unidade da federação ou forneçam mercadorias para a administração pública.

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

SOFTWARES A adoção dos softwares para a emissão das notas geralmente independe do porte da empresa, informa Vilma. De acordo com ela, instituições de médio e grande porte preferem adotar soluções próprias, já disponibilizadas pelos fornecedores de software em seu Sistema Integrado de Gestão, ou ERP, na sigla em inglês. Este é o caso da maior parte dos quase 100 clientes da Unidade Leste de Minas da Totvs, maior empresa de softwares aplicativos dos países emergentes e sétima maior do mundo no segmento. “Nossas soluções para gestão de empresas em geral já contemplam a Nota Fiscal Eletrônica, desde que a lei foi instituída ”, explica Marcos Auad, diretor de atendimento e relacionamento da unidade Totvs no Leste Mineiro. Auad explica ainda que empresas menores também podem optar por sistemas próprios. “Existem soluções de gestão empresarial para todos os bolsos”, frisa. Quem não está disposto a investir em uma solução de gestão, pode adotar o sistema Emissor de NF-e desenvolvido pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo que servirá a todos os contribuintes do país, gratuitamente. De acordo com a Receita Estadual, são duas as versões desse aplicativo: emissor de NF-e para o ambiente de produção, que gera, efetivamente a NF-e (com validade jurídica) e o emissor de NF-e para o ambiente de homologação, onde o contribuinte poderá efetuar vários testes, pois esse gera documentos sem validade jurídica. Esses aplicativos estão disponíveis no endereço: www. fazenda.mg.gov.br. Para as empresas que não emitirem a nota fiscal eletrônica a punição implicará na devolução da mercadoria por parte do consumidor. “O risco maior envolverá a área de transportes, pois a nota será desclassificada e será cobrada tributação mais multa por transporte descoberto de documento fiscal”, confirma Vilma. A lista de contribuintes mineiros obrigados à emissão da Nota Fiscal Eletrônica está disponível no endereço http:// portalnfe.fazenda.mg.gov.br/empresas.html. Mais informações no site www.fazenda.mg.gov.br ou envio de perguntas para o e-mail: dfipatinga@fazenda.mg.gov.br.

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Contábil

POR NATHANIEL J.V. PEREIRA Sócio-administrador da NTW Contabilidade e Gestão Empresarial e coordenador da Câmara Setorial de Contabilidade do Vale do Aço

ERA DO CONHECIMENTO: de contador de despesa para parceiro estratégico Até algum tempo atrás, a maioria das empresas tinham o profissional da contabilidade, necessário para manutenção das obrigações fiscais, tributárias e previdenciárias da sua empresa, como mais uma despesa ou como dizem: “um mal necessário”. Porém, o tempo se encarregou de mudar esta história. Com o avanço tecnológico, a informação que antes demorava horas, dias ou até mesmo meses para ser processada, hoje se faz em milésimos de segundo. Há 15 anos a informática gerava benefícios para as poucas empresas que tinham um gestor visionário que acreditava no retorno financeiro a partir da revisão e automação dos principais processos e uma situação financeira favorável. Atualmente a tecnologia está para todos. Queiram ou não. Digo isto porque a informatização dos principais processos de uma empresa deixou de ser diferencial competitivo. Hoje é uma obrigatoriedade para boa parte das empresas. A Nota Fiscal Eletrônica atingirá todo o setor industrial e atacadista no ano de 2010. Para se ter uma idéia, somente em dezembro de 2009 mais de 75 milhões de documentos eletrônicos foram emitidos. É um caminho sem volta: a Era da Desmaterialização de documentos fiscais. Com o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital, o fisco passa a ter acesso a toda a informação contábil e fiscal das empresas (entrada de mercadorias e matérias primas, estoques, saída de produtos e informações sobre cada nota fiscal emitida e recebida), isto tudo em uma base de dados compartilhada por diversos órgãos (Receita Federal do Brasil, Secretarias da Fazenda Estaduais, BACEN, CVM, entre outros). Com isto, poderão identificar fraudes como “meia nota”, “nota calçada”, contrabando, falsificações, numa velocidade e eficiência nunca antes imagi-

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nada. Se está achando muito, há ainda a previsão de inclusão no SPED de outras informações como financeiras, trabalhistas e previdenciárias. Já não precisa ser nenhum “guru” para prever que o jeitinho brasileiro dará espaço para as melhores práticas de gestão. Como diria o meu amigo Professor Roberto Dias Duarte: “Planejamento, controle, integração, parcerias, análise, contabilidade, auditoria, capacitação e desenvolvimento. Estes termos substituirão rapidamente alguns jargões do undergroud empresarial.” Se informatização deixou de ter um mero papel administrativo e gerencial, e passou também a fornecer informações para o fisco, é hora de escalar novos profissionais para este jogo. A participação efetiva de um contador passou a ser imprescindível na A informatização dos implantação de um ERP. principais processos de Com o fisco ligado no uma empresa deixou de negócio, uma empresa ser diferencial competitivo. não pode correr o risco de emitir documentos Hoje é uma obrigatoriedade eletrônicos errados ou para boa parte das enviar informações de empresas. forma incorreta, imprecisa ou incompleta. É preciso que os gestores passem a enxergar o contador como um grande parceiro. Capaz não somente de dar segurança e suporte ao processo de implantação de uma ERP e adequação ao SPED, mas principalmente como peça chave na construção de informações gerenciais para a tomada de decisões. Atender as exigências legais é premissa, assim como o oxigênio é para a vida. Uma boa base de informações contábeis poderá promover projeções, previsões, simulações e construções de cenários. Pontos fundamentais para realização de um bom planejamento empresarial e tributário.


burocracia

Carlos Luppi: Ministério do Trabalho dá pouca esperança de que vá alterar data de vigência da nova metodologia

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

novo custo às empresas Novos equipamentos de ponto eletrônico implicarão em mais gastos, desperdícios e mais burocracia para as empresas

Uma portaria do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) vem tirando o sono de muitos empresários e promete afetar o orçamento das empresas nos próximos meses. Isso porque a rotina de entrada e saída dos empregados das empresas com mais de 10 funcionários será alterada a partir do dia 20 de agosto, conforme determina a portaria nº 1.510/09, que visa regulamentar o sistema eletrônico de controle de ponto. Pela nova regra os equipamentos

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Paulo Assis/Letra de Forma

Rodrigo Feitosa: empresários sentirão no bolso o peso dos novos equipamentos, que chegam a R$ 5 mil

que registram a chegada e a saída dos empregados terão que incluir uma impressora para emitir comprovantes que deverão ser arquivados por cinco anos. O governo pretende coibir adulterações e reduzir o número de reclamações envolvendo horas extras. A Secretaria de Inspeção do Trabalho estima que R$ 20,3 bilhões não estão sendo pagos aos trabalhadores brasileiros. Para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), a portaria se resume em aumento de custos e tendência das empresas abandonarem o registro eletrônico de ponto, voltando a utilizar processos obsoletos, como o registro manual e o mecânico, para posterior digitação dos dados. Pelo lado dos trabalhadores, o desconforto será inevitável, com longas esperas nas filas para o registro, já que será necessário aguardar a impressão do comprovante.

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Estima-se que o volume de comprovantes chegue a um bilhão por ano, sem contar nos prejuízos ao meio ambiente. Líder do mercado O Brasil terá grande impacto com a implantação da Portaria 1.510, já que possui cerca de 1 milhão de relógios de ponto informatizados. Deste total, 60% serão trocados para atender à nova legislação e 40% voltarão ao sistema mecânico. nacional em soluções para controle de acesso, a Dimep Sistemas de Acesso, Segurança e Ponto prevê que cada bobina terá capacidade de atender 120 trabalhadores durante

um mês (5.000 tickets mensais). A previsão, segundo a empresa, é que mais de 400 mil árvores sejam derrubadas por ano para suprir o consumo do papel. Com esses argumentos, a CNI encaminhou recentemente requerimento ao MTE solicitando a suspensão urgente da medida e propondo a criação de um grupo tripartite para propor mecanismos mais eficientes de controle. A CNI participou também de audiência na Casa Civil da Presidência da República, quando apresentou os problemas que a medida trará para empresas e trabalhadores. Para o gerente geral da Sankyu em Ipatinga, Kleber Divino Muratori, a portaria deveria ser revista e repensada, pois é inviável para as empresas fazerem um investimento tão alto. “Hoje trabalhamos com o ponto eletrônico, modelo tradicional, temos 2.300 funcionários e cerca de 50 equipamentos. Adequando ao novo sistema, teremos um acúmulo de funcionários num período curto de tempo”, diz. O motivo é simples. A legislação determina uma tolerância máxima de cinco minutos na entrada e saída para evitar o pagamento de horas extras. Como o trabalhador terá que esperar a emissão do cupom, a tendência é a formação de filas. De acordo com Rodrigo Feitosa Chagas, da MCR Assessoria, Consultoria e Treinamento Empresarial, que presta consultoria para o Sindicato da Indústria da Construção Civil em Minas Gerais (Sinduscon), o controle eletrônico é opcional. “No artigo 74 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) faculta o uso de registro de ponto manual ou mecânico, porém se o meio eletrônico for adotado, deverão ser seguidas às instruções da portaria nº 1.510/2009”, explicou. Segundo a portaria do MTE, en-


burocracia de R$ 1,8 bilhão de reais. “O Brasil terá grande impacto com a implantação da Portaria 1.510, já que possui cerca de 1 milhão de relógios de ponto informatizados. Deste total, 60% serão trocados para atender à nova legislação e 40% voltarão ao sistema mecânico. Como o custo médio para adquirir o novo equipamento é de aproximadamente 3 mil reais, estima-se 1,8 bilhão de reais irá movimentar a economia brasileira”, explica Dimas de Melo Pimenta III, vice-presidente da Dimep. O custo também incidirá sobre as empresas prestadoras de serviço, que atuam em outras empresas. “O uso do REP é restrito por empresa. Portanto, nas organizações nas quais estão alocados fisicamente funcionários de mais de uma empresa do grupo, será necessário um equipamento para cada uma delas”, explica Dimas.

Apesar do valor do investimento, Rodrigo Feitosa, da MCR Assessoria, aconselha as empresas que adotam o sistema eletrônico a não regredirem. “Em tese não há nenhum problema legal, mas a fiscalização com certeza irá se perguntar por que a empresa optou por voltar ao sistema manual ou mecânico e não investir num sistema mais moderno.” ESPERA Apesar da mobilização da classe empresarial, o governo federal não parece querer ceder aos apelos. O Ministério do Trabalho já iniciou a homologação dos equipamentos. O problema é que, mesmo quem quiser se adequar, terá que esperar. Fabricantes estimam que o prazo de entrega seja superior a 60 dias. Em muitos casos, as empresas ainda precisarão investir em treinamento de pessoal.

LETRA DE FORMA|P2SA

tre os requisitos que o novo equipamento deverá apresentar está um mecanismo de impressora em bobina de papel, de uso exclusivo do equipamento, que permita impressões de comprovantes, com durabilidade mínima de cinco anos. Vale destacar que as organizações que optarem pelo controle de ponto eletrônico pode preparar o caixa, pois as despesas terão alto custo. “Cada aparelho custa em torno de 3.500 a 5.500 reais, sem contar nos gastos com manutenção das máquinas, bobina e certificações em equipamentos sofisticados para o armazenamento de informações, impressoras integradas, porta padrão USB externa para captura de dados armazenados por fiscais, e baterias capazes de funcionar 1.440 horas, em caso de falta de energia”, informou. A Dimep, líder do mercado nacional, prevê um investimento nacional

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NAVIOS MADE IN VALE DO AÇO Pólo Metalmecânico inicia fornecimento de peças para setor naval e inclui indústria regional na cadeia do Pré-Sal

Os navios de apoio as sondas de perfuração de petróleo, ou pelo menos parte deles, estão sendo fabricados no Distrito Industrial de Santana do Paraíso. Cinqüenta funcionários da Viga Caldeiraria trabalham em seis blocos da cabine do BO 26, erguido pelo estaleiro STX Europe, de Niterói (RJ). As pecas juntas somam 90 toneladas de aço que serão parte das cabines do navio. A encomenda é considerada pequena para a capacidade produtiva das empresas do Pólo Metalmecânico do Vale do Aço, mas carrega um enorme simbolismo: a inclusão das pequenas e médias indústrias regionais na bilionária cadeia do pré-sal. “Ela é fundamental porque está abrindo o mercado. Não será só para a Viga. Além de criar uma oportunidade para nós, o estaleiro já sinalizou que serão feitas mais encomendas, pois estão gostando do nosso trabalho”, afirmou o diretor-presidente da Viga Caldeiraria. “É apenas o primeiro estaleiro. Quando os outros ficarem sabendo da qualidade dos nossos serviços, com certeza virão mais encomendas.”

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negócios

Flaviano Gaggiato: distância entre o Vale do Aço e o litoral não é obstáculo

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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negócios

Na CMI Montagem Industrial, parceria com a Arcon Refrigeração para produzir dutos de refrigeração para o Estaleiro Mauá. De acordo com o proprietário da CMI, Aiton Duarte, encomenda será entregue em julho

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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Na Viga, que ocupa uma área de 40 mil metros quadrados nas proximidades do aeroporto da Usiminas, a expectativa é por novas e maiores encomendas, de 100 a 200 toneladas mensais. A indústria já planeja adaptar um de seus galpões – que somam 6 mil metros quadrados - numa linha especifica de montagem das estruturas dos navios. Além da área física, outras adaptações já foram feitas. Funcionários da empresa fizeram treinamentos no STX para adquirir toda expertise. A Viga não esta só. Em 2009, Muniz Indústria Mecânica, Ramac Indústria Mecânica e Líder Indústria Mecânica se uniram para fornecer portas de navio para o mesmo STX. “É um aprendizado que abre mercados. O Pólo Metalmecânico já é reconhecido no fornecimento para outros setores. A partir dessas encomendas seremos reconhecidos também pelo setor naval”, diz Gaggiato. Agora, Arcon Refrigeração e CMI Montagem Industrial, ambas de Ipatinga, desenvolvem 167 dutos de refrigeração para o Estaleiro Mauá. “Essa parceria foi idealizada na formação de um grupo com intenção de somar competências, ser atrativo e ter condições de atender as demandas, além de oferecer soluções integradas para nossos clientes”, afirmou Ailton Duarte, proprietário da CMI. De acordo com Ailton, os dutos são quadrados com seções variando em dimensões de até 1300x1300 mm com peso de aproximadamente 20 toneladas e serão concluídos em julho. “Além desses dutos, estamos com expectativa de mais três pedidos deste mesmo porte e perspectiva de agregar outras tecnologias”. Parceira da Usiminas Mecânica, a CMI pretende com a expansão do mercado, ampliar o número de clientes neste segmento para atender aos setores de plataformas, refinarias e extração de petróleo. “Com as opor-

tunidades associadas aos novos clientes e o setor em expansão, esperamos obter uma carteira com diversos segmentos (siderurgia, mineração, petróleo e gás, celulose e naval)”. E trata-se de um mercado em franca expansão. De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), a cada sonda de perfuração é construída uma plataforma que demanda entre 4 e 5 navios de apoio. Já foi confirmada a encomenda de 28 sondas para o mercado interno. INCENTIVO A distância do mar não é o maior obstáculo para vender e levar as mercadorias para o litoral. Os quinhentos quilômetros e três dias de viagens nem se comparam à elevada carga tributária e a um custo do transporte do aço entre BH e o Vale do Aço. Estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul dão isenção total de ICMS. As empresas mineiras pagam 12%. Segundo os empresários regionais, não existe margem de lucro que atinja esse patamar. Hoje, reclamam, trabalham quase que de graça para abrir um novo mercado. Em abril o governador Antônio Anastasia ouviu o clamor dos empresários e prometeu estudar o caso das pecas para o setor naval. “A perda de receita seria inexistente porque hoje não existe produção para o setor naval. É uma situação diferente da cadeia de petróleo, na qual o Estado deveria renunciar receita”, avalia Flaviano Gaggiato. A lógica é que ao concorrer com outros estados haverá geração de empregos e incentivo ao comércio, gerando impostos. Esse é um problema que depende do governo estadual e da Assembléia Legislativa. Agora, outro entrave pode ser resolvido por empresas regionais: a instalação de um centro de

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negócios distribuição de aço na região. Hoje, o frete entre a capital e o Vale do Aço custa cerca de 1300 reais. A situação chega a ser cômica, pois o aço é fabricado na Usiminas e de lá volta para a região. As indústrias regionais solicitam a Usiminas a criação de uma distribuidora local. A área provisória já foi oferecida por uma empresa de Santana do Paraíso, mas a siderúrgica ainda não se posicionou oficialmente. AÇO ESPECIAL A Usiminas está instalando na usina de Ipatinga (MG), mediante investimentos de R$ 650 mil, uma tecnologia que vai possibilitar a produção de aços de alta resistência para fornecimento aos setores ligados à cadeia produtiva do pré-sal. Essa tecnologia ampliará o atendimento da empresa aos segmentos naval, de plataformas offshore e de tubos de grande diâmetro. O uso do novo processo está alinhado à estratégia da Usiminas de agregação de valor ao aço. O “Resfriamento Acelerado de Chapas Grossas” possibilita a produção de chapas grossas com alta resistência, ideais para uso nesses setores. A Usiminas será a primeira siderúrgica fora do Japão a usar esse método, desenvolvido pela Nippon Steel. A previsão da Usiminas é que o equipamento entre em operação no 3º trimestre de 2010, com capacidade de produção de 300 mil a 500 mil toneladas por ano. A prioridade será o atendimento ao mercado interno. Além disso, A Usiminas Mecânica está investindo US$ 200 milhões na construção de uma fábrica de módulos para plataformas marítimas, também mirando os investimentos previstos para a exploração da camada pré-sal. A unidade será instalada em Cubatão, em terreno de 200 mil m² anexo à usina da Usiminas na região.

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O investimento já possui licença de instalação e o início da operação está previsto para 2011. A fábrica terá capacidade de fabricar até 18 módulos simultâneos, que podem ser transportados e instalados diretamente nas plataformas offshore utilizadas pela Petrobras para extração de petróleo. A Usiminas Mecânica também irá produzir painéis e blocos para navais, para serem utilizados em navios

cargueiros produzidos no País. A intenção é fazer com que, a exemplo dos estaleiros internacionais, os empreendimentos brasileiros apenas montem o navio, deixando o processamento das peças em aço a cargo da própria siderúrgica. Hoje, o Brasil conta com 26 estaleiros de grande e médio porte, com grande potencial de crescimento através dos cerca de R$ 6 bilhões de investimentos previstos no Promef.


No dia 7 de maio, o presidente Lula lançou ao mar o primeiro navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef ) no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no porto de Suape, em Pernambuco. Trata-se da primeira embarcação de grande porte construída no Brasil a ser entregue ao Sistema Petrobras em 13 anos.

novas encomendas

frota atual

Agência Petrobras

FROTA PRÓPRIA Com o Promef, a frota da Transpetro, hoje de 52 navios, chegará a mais de 100 navios em 2014. Esse número deve aumentar com o Promef III, a terceira fase do programa, que será lançada este ano. O Promef III levará em conta o aumento de produção de petróleo e gás advindo dos campos do pré-sal, e a entrada em funcionamento das quatro novas refinarias no Nordeste e do Comperj, o complexo petroquímico em Itaboraí, no Grande Rio.

ENCOMENDAS Dos 49 navios do Promef, 46 foram licitados, com 38 já contratados. Os últimos três navios estão em fase final de licitação.

NAVIPEÇAS Cada navio encomendado pela Transpetro é composto de 2 mil a 3 mil diferentes itens. Cerca de 70% das navipeças já são fabricadas no Brasil ou podem vir a ser fabricadas em um prazo relativamente curto. São itens como chapas e perfis de aço, tintas e solventes, amarras, tubulações, acessórios de casco, caldeiras, válvulas comuns e bombas centrífugas.

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panorama

Alexandre Torquetti Jr, da Emalto: indústria com planta em Timóteo investiu R$ 25 milhões na construção de uma nova unidade, com foco em estruturas metálicas, de olho na demandas de infraestrutura com a Copa e as Olimpíadas

TSUNAMI DE OTIMISMO A Copa do Mundo e a as Olimpíadas criam um ambiente favorável para investimentos em infraestrutura e o Vale do Aço quer pegar essa onda

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Até a primeira quinzena de outubro de 2008, a economia do Vale do Aço estava em euforia. Um novo ciclo de investimentos na região e no Leste Mineiro injetaria R$ 25 bilhões na economia, criaria 60 mil empregos diretos e indiretos e muitas oportunidades de negócios. Duplicação da produção na ArcelorMittal João Monlevade, novo aeroporto em Bom Jesus do Galho, nova unidade da Usiminas em Santana do Paraíso, ampliação da capacidade produtiva da Cenibra e instalação da Aracruz em Governador Valadares. Como num efeito dominó, a concordata do banco de investimentos Lehman Brothers, o quarto maior dos Estados Unidos, expôs uma ferida da economia norte-americana e espalhou uma crise de desconfiança pelo planeta. O resultado foi desemprego, queda no consumo, falta de crédito e estagnação econômica. Não demorou para que empresas como Cenibra e Aracruz anunciassem, ainda em outubro de 2008, a suspensão de qualquer projeto de expansão industrial. Mas ainda havia mais água fria para ser jogada na cabeça de muita gente.

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

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panorama Sem demanda, a Usiminas, maior empresa da região, iniciou um processo de demissões e suspendeu (em nenhum momento ele foi cancelado) o plano de investimento. Numa reação em cadeia, as pequenas e médias empresas regionais, fornecedoras dos setores de siderurgia, celulose e mineração, viram seus negócios por um fio. Houve empresa tradicional que zerou todo o quadro funcional, preservando somente o nível administrativo – e ainda assim com cortes. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em janeiro de 2009 o uso da capacidade instalada das empresas do Leste Mineiro atingiu 74%. Em setembro, antes do estopim da crise, o índice era de 94,99%. “É como se uma empresa, que tem capacidade de produzir 100 mil peças por mês, estivesse produzindo 95.000 antes da crise e em três meses visse sua produção cair em 21.000 unidades”, explica o gerente da Fiemg Regional Vale do Aço, Wantuir Caires. Nesse período teve gente que fechou as portas. Mas também teve aqueles que arregaçaram as mangas e foram em busca das oportunidades onde elas estavam. As empresas do Pólo Metalmecânico do Vale do Aço, por exemplo, viram a demanda de setores tradicionais, como siderurgia e mineração, cair drasticamente. A alternativa? Viajaram País afora prospectando mercados de gás, energia elétrica, petróleo e naval. Aquilo que parecia contraditório, hoje é uma realidade: mesmo distante do mar, o Vale do Aço fornece peças para navios e embarcações. No final de 2009, Muniz, Ramac e Líder, indústrias mecânicas localizadas em Ipatinga e Timóteo, já forneciam portas de navio para o estaleiro STX Europe. “É uma ação continua; visitamos potenciais clientes periodicamente, apresentando nos-

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sa capacidade e qualificação como um grupo de empresas, capazes de atender as mais variadas demandas”, explica Ronaldo Soares, analista de prospecção de mercado do Sindimiva (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Vale do Aço), associado ao Sistema Fiemg e que reúne 90 empresas. Até na distante Porto Velho, em Rondônia, o grupo esteve, em setembro de 2009. “Nenhum mercado é distante se as condições foram favoráveis para se investir. A crise reforçou que sempre se deve inovar, ampliar seu mercado”, completa Ronaldo. Apesar dos dados e panoramas favoráveis, são poucos empresários que, abertamente, falam sobre o fim da crise. O certo é que agora existe uma nova onda de desenvolvimento. NOVO MILAGRE Em duas semanas, no dia 11 de junho, às 16h na África do Sul (11h horário de Brasília), a bola rola no Soccer City Stadium, em Johanesburgor. A partida entre as seleções da África do Sul e do México marca o início da Copa 2010. Milhares de telespectadores pelo mundo estarão ligados no maior espetáculo do futebol. No Brasil, que em quatro anos recebe o torneio, a estratégia de milhares de empresários não terá nada a ver com as partidas, o gol, a taça. O plano tático buscará um outro resultado: aproveitar as oportunidades de negócios dos torneios esportivos que o Brasil receberá (a Copa 2014 e as Olimpíadas do Rio, em 2016). O apito inicial já foi dado e, neste jogo, a bola rola há algum tempo. Instalada há 36 anos na cidade de Timóteo, a Emalto Indústria Mecânica investiu R$ 25 milhões num processo de modernização e na criação da Emalto Estruturas Metálicas.

Divulgação/Governo de Minas


Mineirão 2014: estádio será revitalizado e entra na briga para sediar abertura da Copa do Mundo

“A demanda por estruturas metálicas em todos os estádios e outras construções para atender tanto a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 serão muito grandes e a Emalto já está preparada para atender parte desta demanda principalmente com a inauguração da Emalto Estruturas Metálicas, que terá uma linha de fabricação totalmente automatizada com capacidade de produção de 1.500 ton/mês, que

serão somadas à sua capacidade atual”, explica o diretor administrativo da Emalto, Alexandre Torquetti Jr. A Usiminas está com grandes expectativas com relação à demanda de aço que serão geradas devido a Copa e Olimpíada. O foco são estádios, aeroportos, pontes, estações de metrô, dentre outras obras de infraestrutura, que podem utilizar o aço fornecido pela empresa. Para fazer a construção dos está-

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panorama dios, por exemplo, a Usiminas identificou oportunidade de negócios em oito cidades-sede dos jogos da Copa de 2014, com potencial não apenas na construção de reformas e estádios, mas também em obras de infraestrutura. “A empresa como um todo, não só para Copa e Olimpíada, terá investimentos de R$ 5,6 bilhões em 2010/2011, esse valor supera a soma dos dez anos anteriores. Para suprir esse mercado, a Usiminas deve dobrar sua produção de tubos de aço por meio da Soluções Usiminas, empresa criada em 2009. As aplicações de tubos de aço em grandes obras de infraestrutura são amplas, abrangem

Evolução do emprego

De janeiro a março de 2010, a microrregião de Ipatinga gerou 4,5 mil novos empregos, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Fevereiro teve a maior alta: foram 2 mil vagas

coberturas, pilares, estruturas metálicas, oleodutos e gasodutos, entre outros. Com o extenso portfólio da Soluções Usiminas é possível atender às mais variadas necessidades do setor de construção civil, incluindo as obras relacionadas com a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016”, detalha a siderúrgica, por meio de sua assessoria de imprensa. Até o momento, o Instituto Aço Brasil (IABr, antigo IBS) não possui uma estimativa sobre o consumo adicional de aço por causa das demandas da Copa e das Olimpíadas. Os números sobre os investimentos em infraestrutura também não estão

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finalizados, mas, apenas para a Copa do Mundo, se fala em algo na casa de 80 bilhões de reais nas 12 cidades-sede (Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo). Os investimentos serão em diversos segmentos da economia, mas, os analistas concordam, a infraestrutura do País será a grande beneficiada. A conta inclui reforma em 16 aeroportos, construção (ou reformas) em todos os estádios, sem falar na melhoria do sistema de transporte urbano. Tanta demanda requer preparação. Na ATA Indústria Mecânica, a

maior preocupação é quanto à falta de profissionais para atender ao incremento produtivo. “As empresas “blue chip” das áreas de mineração, siderurgia, petróleo e gás, entre outras, estarão em processo de expansão, demanda fornecimento referenciado em qualidade e prazo. Também a matéria-prima e insumos deverão apresentar alguma turbulência devido limitantes diversos na cadeia de fornecimento”, analisa Anízio Tavares Filho, diretor da empresa. Segundo o empresário, o caminho é o investimento em treinamentos do pessoal existente e ações juntos às

entidades de formação de mão-deobra para o planejamento de cursos, escalonados até 2014, para suprir a demanda e possibilitar o fornecimento nos padrões necessários e exigidos pelos clientes. RETOMADA Desde outubro de 2008, com a suspensão de projetos regionais, o Pré-Sal e os eventos esportivos de 2014 e 2016 tornaram-se centro das atrações. Quase dois anos depois, parece que a tempestade passou e agora vem a bonança. Em sua posse, em abril, o novo presidente da Cenibra, Paulo Brand, disse que a empresa de Belo Oriente irá retomar os estudos para a duplicação da planta de produção, com um aporte de 1,2 bilhão de dólares. “Olhando para o mercado mundial, acreditamos que é hora de revisitar o projeto de expansão. Os acionistas estão abertos para isso”, disse. Em João Monlevade, o cenário também é de otimismo. A boa notícia foi dada pelo “rei do aço”, o indiano Lakshmi Mittal, durante o Congresso Brasileiro do Aço, promovido pelo Instituto Aço Brasil. Para Ipatinga, a siderurgia também está otimista. O novo diretor-presidente da Usiminas, Wilson Brumer, já adiantou que o projeto de construção da nova usina em Santana do Paraíso volta à pauta do Conselho de Administração da empresa em agosto. “Nós do conselho já vínhamos discutindo essa questão, que foi interrompida durante a crise. As negociações já estão avançadas e em agosto isso volta à mesa”, disse. Todos os projetos são aguardados com grande expectativa. Afinal, a economia regional é pautada pela indústria e vive uma verdadeira teia: se a indústria vai bem, toda uma cadeia regional de fornecedores é beneficiada, gerando emprego e renda que é reinvestido no comércio,


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Marketing

POR RONALDO SOARES Especialista em Marketing, autor do Blog “Negócio Já” . e-mail: rw.soares@uol.com.br

Inteligência empresarial e marketing industrial Esta combinação ajudou as indústrias pequenas e médias do Vale do Aço a enfrentar os efeitos da crise financeira mundial Meados de 2008: A Crise do Sub-prime americano dá sinais de vigor e começa a espalhar seus efeitos pelo mundo desenvolvido. Com a velocidade das epidemias, a Europa, a China e os demais países do BRIC começam a ser afetados pela falta de demanda, consumo incipiente e retração de investimentos. Indícios de recessão econômica se instalam nos EUA coincidindo com a posse do primeiro presidente negro, Barack Obama. A AIG, a maior seguradora do mundo, o Lemann Brothers, o Citybank e outros gigantes bancos de investimentos precisam ser socorridos com dinheiro público para fazer frente a uma iminente quebradeira que insistia em se instalar nas terras do Tio Sam e que traria efeitos inimagináveis para toda a economia mundial. Em 2008, o Vale do Aço desfrutava, especialmente as indústrias de pequeno e médio porte do segmento metalmecânico (sobretudo, devido às cadeias produtivas da mineração e siderurgia) de um momento ímpar em sua história: capacidades fabris em plena carga, inadimplência em níveis controlados, liquidez e oferta farta de crédito. Preparávamos para receber os investimentos que visavam, de forma emergencial, instalar uma nova unidade fabril da Usiminas em Santana do Paraíso o que, por “tabela”, exigiria a transferência do atual aeroporto para outro lugar. De forma proativa, as entidades de classe, em especial as que representam o 1º setor, começava a entender a necessidade de ver reconhecida a qualidade das indústrias de transformação de nossa região em outros mercados e inserí-las em outras cadeias produtivas. Buscou, com o apoio do Sebrae, Fiemg e outros órgãos de fomento, recursos para iniciativas que possibilitariam apresentar produtos e serviços que as possibilitasse romper as fronteiras do mercado doméstico e, com isto, diminuir a vulnerabilidade e a

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alta concentração da carteira de pedidos. Houve investimentos para a aquisição conjunta de serviços de B.I. (Business Intelligence) que passariam a monitorar todo o macroambiente econômico: Investimentos privados e públicos em infra-estrutura, grandes projetos de implantação, adequação, expansão e reformas de plantas fabris, construção de grandes equipamentos, embarcações, aeronaves, etc, assim como as alterações do mercado financeiro, em especial a bolsa de valores.


um segundo movimento propiciasse o complemento essencial: Ações diferenciadas de Marketing Industrial que possibilitasse o reconhecimento de potenciais fornecedores cujo foco era mais que o simples fornecimento, mas a proposição de soluções que impactassem na otimização de processos e conseqüente aumento de competitividade.

Divulgação / Sindimiva

Com esta estratégia, foi levada as expertises das indústrias mecânicas do Vale do Aço ao Complexo Industrial e Portuário do Suape, em Pernambuco, à Unidade de Exploração e Produção de Sergipe e Alagoas, ao complexo Hidrelétrico do Rio Madeira em Rondônia, à Refinaria Gabriel Passos em Betim/MG, à indústria naval do Rio de Janeiro, entre outros. Com isto, conseguimos fabricar, a partir de Minas Gerais, mais precisamente do Vale do Aço, um bloco de navio. Ou seja, conseguimos fazer com que um navio fosse construído em Minas Gerais. Mas, como isto se tornou possível? Tornou-se possível porque a crise é uma oportunidade para sair da zona de conforto, buscar novos desafios e tornar o improvável, realidade. Tivemos que elaborar um plano logístico que viabilizasse a entrega deste bloco em uma ilha na cidade de Niteroi/RJ. A inquietude e liderança empresarial do presidente do Sindimiva, Jéferson Coelho, e a experiência da Viga Caldeiraria em fabricação de embarcações para a navegação no Rio São Francisco, em Pirapora/MG, foram elementos indissociáveis e de importância estratégica para o proposto. Mas, o mais importante é o que está por trás destas iniciativas: a B.I. (Inteligencia Competitiva) ao alcance das pequenas e médias organizações e as ações de Marketing Industrial que possibilitaram mergulhar de cabeça nos gargalos do cliente para que se estabelecesse parceria estratégica para o fechamento de novos negócios.

O ponto de partida foi a cadeia de Petróleo e Gás. Perpassou pelos projetos estruturantes do Nordeste brasileiro, de energias renováveis e até se esboçou o fornecimento para a indústria de pequenas aeronaves (helicópteros). Empresas foram identificadas, esmiuçados todos os seus fluxos internos de comunicação, sua logística interna, seu pessoal-chave. Pesquisas a respeito de tudo o que a grande mídia havia relatado a respeito de projetos, intenções, direcionamento estratégico foram essenciais para que

Outras oportunidades surgirão (a porta simplesmente foi aberta) e que todos os órgãos de fomento, sobretudo, os que trouxemos para o dia-a-dia da nossa região (Onip, Prominp, Redepetro, IEL, ABDI e Sinaval, etc) apoiem cada vez mais as pequenas e médias organizações para que cheguem à condição de grandes organizações. Não só pelo faturamento, mas pela postura visionária que qualquer ser humano empreendedor precisa para transformar sonhos em idéias, idéias em iniciativas e estas em resultados.

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MERCADO

Wallace, da Associação dos Construtores: mudança radical vai encarecer imóveis

Hora de recuperar o prejuízo Decisão judicial deixou construção de novos prédios paralisada cinco meses em Ipatinga. Com regras mais rígidas, empresários buscam alternativas O ramo da construção civil em Ipatinga enfim começa a tomar fôlego após seis meses de insatisfação, demissões e obras e projetos estagnados. Em dezembro passado, o Ministério Público obteve uma liminar suspendendo a expedição para licenças de construção. Agora, com a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), construtores, engenheiros e profissionais do ramo se adequam às novas mudanças no setor.

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Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

Um dos setores que mais gera empregos e movimenta a economia do município, passou por meses de incertezas após o Ministério Público detectar irregularidades no processo de elaboração das leis complementares ao Plano Diretor e atos que geraram perigo de dano ao meio ambiente e à ordem urbanística. Depois de muita discussão, a Prefeitura assinou o TAC. “Desde o início estávamos de acordo com a modernização dos parâmetros urbanísticos para Ipatinga. Não concordávamos com a maneira abrupta que estava sendo proposta a realização desta transição. Prevaleceu o bom senso de todos”, declarou Wallace Barreto, presidente da Associação dos Profissionais da Construção Civil do Vale do Aço (APCCVA) e proprietário da WR Construtora. Para a engenheira civil Andréa Machado Rocha, a imposição da Justiça foi radical. “O município de Ipatinga tem um código de obras muito antigo, datado de 19 de fevereiro de 1973, e precisa ser reformulado, quanto às novas leis, tanto de uso e ocupação do solo como de meio ambiente, mas a forma que a Justiça impôs só provocaria retrocesso no crescimento do município”, assegurou. Apesar da assinatura do termo, prejuízos foram contabilizados nesse período. “Para quem estava terminando sua obra e não teve o seu próximo alvará neste período de suspensão, teve que demitir seu quadro de funcionários e suspender o seu trabalho, o prejuízo é irrecuperável. Só nos resta acreditar nas nossas autoridades para nos dar segurança e estabilidade de agora em diante para empreendermos e levarmos adiante um trabalho que gera moradia, emprego, inclusão social, renda e que movimenta uma cadeia enorme de empresas das mais variadas que conta em média com 30.000 empregos

diretos e indiretos na nossa região”, afirmou Wallace. TAC Com a assinatura do TAC, está previsto um calendário para a discussão pública e implementação das leis complementares. Para evitar divergências no setor, até que sejam aprovadas as mudanças legais, os alvarás a serem concedidos a partir de 27 de abril deverão atender ao termo. Dentre as mudanças estabelecidas está a proibição de novos projetos de ocupar a linha de decisão entre os lotes, assim as construções deverão obedecer a uma distância de 2,5 metros das divisas, para evitar emparelhamento de prédios e também acabar os fossos comuns nos prédios com mais de dois pavimentos. Essa decisão foi tomada porque os prédios “colados” uns nos outros, dotados apenas de fossos, não garantem a necessária iluminação, ventilação de ambientes e até a privacidade em quartos e salas, tornadas insalubres por causa do clima quente de Ipatinga somando a poluição industrial em vários bairros. Outra mudança é referente aos lotes com 360 metros. Neles só poderão ser construídos prédios de até três pavimentos. De acordo com Wallace, neste momento de transição as construtoras passarão por mudanças profundas no conceito de obras. “Os preços de lotes e casas antigas, que são vendidas para demolição, serão reduzidos, pois nenhum novo empreendimento conseguirá absorver os custos destes imóveis hoje. O aproveitamento por lote será muito reduzido devido aos afastamentos das divisas e ao menor coeficiente de aproveitamento (CA), ou seja, hoje se construirá pouco mais da metade do número de apartamentos que se construía anteriormente. E a tendência é uma valorização nos preços dos apartamentos, pois seu custo vai ficar maior”, explicou.

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bate-papo

MINERAÇÃO: R$ 18 BILHÕES Minas Gerais vive um novo boom do setor minero-siderurgico. Numa rápida conversa com Paulo Sérgio Machado Ribeiro, subsecretário de Desenvolvimento Minero-metalúrgico e de Política Energética da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), confira quais são as perspectivas para a indústria mineira de mineração. Quais projetos na área de mineração o Estado receberá na próxima década? Com o objetivo de tornar-se um dos principais players do mundo em minério de ferro, a Ferrous Resources do Brasil Ltda, vem adquirindo empresas de mineração e/ou direitos minerários no Estado. Entre 2010 e 2016, implantará cinco minas, localizadas nos municípios de Itatiaiuçú, Itabirito, Congonhas e Brumadinho, que, juntas, terão capacidade produtiva de 50 milhões de toneladas por ano (Mtpa) de minério de ferro. Até 2017, a Anglo Ferrous Minas-Rio Mineração S.A. colocará em operação o mineroduto MinasRio, com capacidade de transporte de 50 Mtpa de minério de ferro. A instalação passará por 21 municípios mineiros, três do Rio de Janeiro e contemplará o trecho de Mimoso do Sul até Presidente Kennedy, no Espírito Santo. Já a Vale, irá executar o projeto Apolo, que consiste no desenvolvimento de mina e implantação de uma usina de beneficiamento para a produção de minério de ferro não aglomerado (sinter feed e pellet feed). Como parte do empreendimento, também será construído um

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ramal ferroviário de 25 km, interligando a Estrada de Ferro VitóriaMinas (EFVM) à usina Apolo. O início da implantação está previsto para 2010, com término em 2013. A produção será de 24 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Inicialmente chamado de Maquiné-Baú, o Apolo está localizado entre os municípios de Santa Bárbara, Caeté, Rio Acima, Raposos e Barão de Cocais. Devido ao grande potencial para extração de minério de ferro no Norte do Estado, a Mineração Minas Bahia (MIBA) deve implantar, entre 2011 e 2014, uma unidade minerária, uma usina de concentração de minério de ferro e de um corredor logístico, nos arredores dos municípios de Grão Mogol e Rio Pardo de Minas. A empresa realizou 13 mil metros de sondagem e calcula a existência de um volume de 1,5 bilhão de toneladas de minério, com um teor médio de 37% de ferro. Novos estudos devem ser efetuados para confirmar a reserva e, dentro de cinco anos, deve ser iniciada a produção. Outro destaque é o investimento da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), já em andamento, para expandir a mineração Casa de Pedra,

em Congonhas. Com a ampliação, a capacidade instalada de produção da Casa de Pedra será aumentada de 16 milhões para 55 milhões de toneladas por ano de minério de ferro. Quanto eles representam em valores e geração de empregos? A soma dos investimentos relacionados a esses projetos totaliza, aproximadamente, R$ 18 bilhões. Com os empreendimentos, devem ser criados cerca de 22 mil empregos diretos. Como a indústria do Vale do Aço pode aproveitar esses investimentos? O incremento da mineração representa para o segmento siderúrgico oportunidade para ganhos em agilidade e competitividade, uma vez que, a maior oferta de insumos no mercado pode resultar em matéria-prima com melhores preços e mais facilidade para comercialização e entrega. Assim, o desenvolvimento do setor minerário proporciona o crescimento da cadeia produtiva e agrega valor à economia de Minas Gerais.


Ag锚ncia Vale

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qualificação

ascensão para inspetores de soldagem Carros, viadutos, navios, estruturas metálicas de prédios e shoppings: você sabe qual a semelhança entre esses objetos? Se a resposta é não, ai vai a dica. A semelhança está no procedimento de fabricação, ou seja, todos passam pelo processo de soldagem. Na fabricação, seja em indústrias de petróleo e gás, siderurgia, naval, aeronaval, aeronáutica e automobilística, um profissional é essencial para a qualidade final do produto: o inspetor de soldagem, que pode ser classificado em Nível I e Nível II. O que difere um nível do outro é a certificação. Glen Jones/Fotolia

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De acordo com a Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem (FBTS), o inspetor de soldagem nível I é o inspetor de campo que tem a função de verificar se o que foi estabelecido em procedimento está sendo obedecido, baseado nos parâmetros e instruções de execução e inspeção de soldagem. Já o inspetor nível 2, além das atribuições do inspetor nível 1, é responsável pela elaboração das instruções de soldagem, qualificação de procedimentos de soldagem e soldadores. Com o rápido desenvolvimento tecnológico e econômico nas indústrias do ramo metalmecânico, gerouse a necessidade de formação profissional urgente, ou seja, o mercado expandiu-se mais rápido do que a velocidade de formação de mão-deobra qualificada. Esse crescimento deve se aos segmentos de petróleo, gás e indústria naval e investimentos em longo prazo, como a vinda da Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil. Motivos que fazem com que o inspetor de soldagem seja cada vez mais solicitado e valorizado pelo mercado. “Hoje o mercado está extremamente favorável”, declara Ricardo Luiz dos Santos, engenheiro de soldagem nível 2 . “Esperamos um aquecimento do mercado, abrindo portas para profissionais novos, e também melhores oportunidades para profissionais mais experientes”, destacou. Otimista, Bruno Milagres, proprietário da Servtec, acredita que os investimentos beneficiarão diversos setores. “Será muito bom para nós empresários e também para os profissionais qualificados. Além disto, não podemos esquecer das melhorias que acontecimentos como a Copa e a Olimpíada trarão na rede viária, na mobilidade urbana e na rede hospitalar, investimentos em segurança

pública, qualificação da mão de obra, geração de emprego e renda, modernização da rede hoteleira, reurbanização das cidades-sede, fortalecimento do setor de serviços, aumento da arrecadação e elevação da autoestima da população”. Outra promessa de empregabilidade vem da Petrobras que já anunciou investimentos de 174 bilhões de dólares até 2013, além da previsão de dobrar a produção até 2020, o que elevaria a participação do petróleo no PIB de 10 para 20%. A estatal também apontou a necessidade de “Atualmente temos 2.690 inspetores de soldagem certificados, sendo 231 em Minas Gerais. A carência é maior principalmente com relação aos inspetores nível 2 que hoje compreendem apenas 261 no território nacional” Alfredo Barbosa, superintendente executivo do departamento de certificação da qualidade da FBTS qualificar cerca de 2.500 inspetores de soldagem, entre 2010 e 2013. Com isso os profissionais qualificados e com vasta experiência ganham ainda mais força no mercado, conseguindo negociar os melhores salários e locais para se trabalhar. “É o que vem acontecendo com os inspetores de soldagem que estão qualificados e certificados, pois além de conseguir melhorar de vida conseguem melhorar a sua capacidade profissional e se tornam profissionais diferenciados no exigente mercado”, ressaltou o engenheiro de soldagem, André Luiz Moreira. Segundo Alfredo Barbosa, superintendente executivo do departamento de certificação da qualidade

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qualificação qualidade da FBTS ressalta que a experiência é um pré-requisito obrigatório para se candidatar à certificação, sendo válida por cinco anos, desde que atendidos os requisitos de manutenção de 30 (trinta) meses. Após este prazo, a certificação pode ser renovada por igual período desde que o inspetor de soldagem complete, com sucesso, o exame simplificado. QUALIFICAÇÃO De acordo com a FBTS, única instituição acreditada pelo Inmetro, responsável pelo processo de certificação de inspetores de soldagem no Brasil, a certificação compreende o atendimento aos requisitos: escolaridade; experiência profissional em uma das seguintes áreas: Projeto (Soldagem), Controle da qualidade/inspeção (Soldagem), Produção (Soldagem), Construção e montagem de equipamentos (Soldagem), Manutenção (Soldagem), treinamento e um exame de qualificação composto de provas teóricas e práticas, conforme especificada na Norma Brasileira (NBR 14842) que estabelece os critérios para qualificação e certificação de inspetores de soldagem. Mais informações: www.fbts.com.br

ServTec A solução para a sua empresa

Melhoria no Processo de Soldagem Qualificação de Soldadores Líquido Penetrante Partículas Magnéticas Ultrasson Visual de Solda Dimensional Diligenciamento Inspeção de Pintura A Servtec - Prestadora de Serviços Técnicos - foi constituida com o anseio de se tornar uma empresa parceira e provedora de soluções para sua cartela de clientes. Fundada em 2005, porém, conta com profissionais de bastante experiência no ramo em que atua. Rua Lítio, 49, Imbaúbas - Ipatinga–MG | servtec.end@ig.com.br | Fone (31) 3821-1183 (31)9126-4011

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da FBTS, os números comprovam a carência desse profissional. “Atualmente temos 2.690 inspetores de soldagem certificados, sendo 231 em Minas Gerais. A carência é maior principalmente com relação aos inspetores nível 2 que hoje compreendem apenas 261 no território nacional”, afirmou. Apesar de tratar de um mercado cada vez mais exigente e complexo, o salário costuma ser um dos atrativos para as pessoas se especializarem nessa área. Segundo Alfredo Barbosa, a média salarial via Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) varia entre R$4 mil a R$6 mil para inspetor de soldagem nível 1 e R$ 9 mil a R$ 12 mil para inspetor de soldagem nível 2, lembrando que esses valores podem variar conforme a realidade de cada região. O superintendente executivo do departamento de certificação da


SAÚDE

Carlos Magno, da Korpus: dissertação de mestrado sobre os benefícios da ginástica na empresa

Rodrigo Zeferino/Grão Fotografia

Combustível para a produtividade Investir em programas de saúde ocupacional reduz faltas, aumenta satisfação e a eficiência da equipe Trabalhar oito horas por dia, quarenta por semana, em ritmo frenético não significa produtividade em alta para a empresa. Postura inadequada, luminosidade inadequada, acomodações inapropriadas somadas a hábitos nada saudáveis de vida: doenças ocupacionais são responsáveis por 65% das ocorrências registradas pela Previdência Social. O resultado? Faltas constantes, queda no rendimento e, claro, prejuízo para o empresário.

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SAÚDE

Para a Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), o ambiente de trabalho constitui-se em espaço privilegiado para o combate ao sedentarismo e a obesidade. A entidade afirma que por meio de programas de qualidade de vida e até mesmo outras iniciativas, as empresas podem colaborar para a redução dos problemas decorrentes da falta de atividade física, que afetam profissionais de diversos segmentos. Uma pesquisa do Serviço Social da Indústria (Sesi) – chamada Sesi Indústria Saudável -, realizada em todo o País sobre o estilo de vida e hábitos de lazer dos trabalhadores em 2.775 empresas comprovou que a situação é preocupante: 34,7% estão cansados após o trabalho, 40,5% tem sobrepeso e 45,4% não realizam qualquer atividade física. Investir na qualidade de vida da equipe e criar um ambiente de trabalho mais agradável não é uma bondade ou extravagância. É um investimento em produtividade. “Quanto melhor for a disposição do trabalhador, mais se retarda o aparecimento da fadiga, bem como a sua atividade, iniciando em padrões mais eleva-

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dos”, sustenta Carlos Magno Xavier, mestre em Educação Física e Saúde, em sua dissertação de mestrado “Ginástica na empresa: percepção do trabalhador.” De acordo Alberto Ogata, presidente da ABQV, entre as iniciativas mais comuns, estão a formação de equipes para participação em corridas e outros eventos esportivos; academias no local de trabalho; momentos de exercícios coletivos. “Muitas organizações, conscientes de sua responsabilidade, já desenvolvem programas de qualidade de vida focados no incentivo à atividade física e combate à obesidade”, afirma. Tamanho não é desculpa para deixar a saúde da equipe de lado. Na Letra de Forma, agência instalada em Ipatinga e que possui clientes como Fiemg Vale do Aço, Senac Minas e Totvs Leste de Minas, a idéia foi incentivar a prática esportiva em troca de “desconto” na jornada de trabalho. Os colaboradores vão para a academia, jogam tênis, andam de bicicleta. A conseqüência é uma equipe motivada, produtiva e pró-ativa. No Vale do Aço, desde 2000, o Sesi oferece o Programa Sesi Ginástica na Empresa. Ex-presidente da Fiemg Regional, o empresário Luiz Campelo Filho logo decidiu implantar o projeto em sua indústria, a Macam. “Percebemos que nossos funcionários diminuíram o estresse, o que possibilitou, inclusive, um aumento da produtividade. Além disso, estimulou a adoção de um estilo de vida mais saudável”, conta. As atividades do Sesi Ginástica na Empresa são adaptadas segundo as realidades profissionais de cada empresa. Em geral, antes de iniciar o trabalho, os funcionários praticam atividades físicas entre 10 e 15 minutos. A participação é voluntária, mas Campelo garante que a adesão é grande. “Todos fazem questão de renovar as energias.”


LETRA DE FORMA|P2SA

Seu sucesso depende da saúde e segurança da sua equipe.

Exames clínicos e complementares de diagnóstico (Audiometria, ECG, EEG, Espirometria, Laboratoriais e Radiológicos) Treinamentos (CIPA, Introdutórios, E.P.I., Primeiros socorros e palestras diversas) Avaliações Ambientais (Ruído, Calor, Vibração, Gases e Vapores, Material Particulado) Elaboração de documentações legais (PPRA, PCMAT, PCMSO, PPR, PCA, PPEOB, LTCAT, PPP, Plano de controle ambiental ) Auditorias internas em segurança e saúde ocupacional Laudos de insalubridade e perícias técnicas.

Melhor relação custo benefício do Vale do Aço

13 ANOS

MESTRA

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ENTREVISTA

FIEMG TEM NOVO PRESIDENTE Olavo Machado assume entidade máxima da indústria mineira no Dia da Indústria. Robson Braga será presidente da CNI O novo presidente, que concorreu em chapa única, obteve 122 votos dos sindicatos representados. Olavo Machado Jr. substitui o empresário Robson Braga de Andrade, que preside a Fiemg desde 2002, eleito por dois mandatos consecutivos. A transmissão de cargo acontece neste dia 27 de maio de 2010, durante as comemorações do Dia da Indústria. O presidente eleito, empresário do setor elétrico, é diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), vicepresidente da Fiemg e presidente do Centro Industrial Empresarial de Minas Gerais (Ciemg). Engenheiro elétrico, formado pelo Instituto Politécnico da PUC-MG, Olavo Machado Jr. foi secretário-adjunto de Indústria e Comércio de Minas Gerais, presidente do Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec) e atua na diretoria da Fiemg desde 1978. Olavo Machado Jr. declarou que seu esforço estará concentrado em dar continuidade ao trabalho realizado por Robson Braga de Andrade. “Não há motivos para grandes mudanças. Vamos seguir na mesma trilha do que vínhamos realizando na gestão do Robson Andrade”, disse Olavo Machado Jr., feliz por ter conseguido montar uma chapa de unidade. “É muito bom trabalhar entre amigos”, comemorou. Empresário de destacada atuação na preservação do meio ambiente e em responsabilidade social, Olavo Machado Jr. lançou, em abril, programa inovador para a indústria na área de sustentabilidade, chamado Minas Sustentável. Garantiu que sua gestão será voltada para os empresários, as empresas e o desenvolvimento integrado da indústria de Minas e do Brasil. Confira a entrevista.

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Fotos Sebasti茫o Jacinto Jr.

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Como foi sua caminhada até chegar à presidência da Fiemg? Minha trajetória profissional é toda ligada ao trabalho na indústria e pelos interesses do empresariado mineiro. Comecei com meu pai, aos 17 anos, na Bell Brasil Eletrônica Ltda. Estudei no Instituto Politécnico da PUC-MG para me formar engenheiro eletricista. Alguns anos depois fundei, junto com o engenheiro Antônio Carlos Corrêa, colega de faculdade, minha primeira empresa, a Machado Corrêa Engenharia Indústria e Comércio Ltda. Por acreditar no potencial do empresariado mineiro, e por defender a necessidade de um trabalho conjunto feito por esses empresários, busquei a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, em 1978. A filosofia de trabalho da instituição sempre esteve em linha com minhas crenças e valores. Pouco antes, no mesmo ano, também comecei a atuar com o Centro das Indústrias das Cidades Industriais de Minas Gerais (CiciMG). De lá para cá, participei de mais de uma dezena de diferentes empreendimentos e instituições. Nos últimos anos, como presidente do Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais e vice-presidente do Sistema Fiemg, fiz parte da diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Hoje, eleito presidente do Sistema Fiemg, sinto que meus colegas acreditam que o desenvolvimento sustentável da economia mineira só é possível com o empresariado unido. Creio que por isso consegui reunir amigos e parceiros para chegar à presidência. Agora, espero que a liderança exercida pelo meu companheiro Robson Braga de Andrade tenha continuidade. Tra-

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balharei para isso. Quais suas principais metas à frente da Fiemg? Trabalharei para garantir o desenvolvimento sustentável das empresas do estado e a geração de bons e lucrativos negócios para a indústria mineira. Para isso, darei continuidade ao trabalho de sucesso do presidente Robson Braga de Andrade. Não é por acaso que hoje a Federação pode contar com o reconhecimento e o apoio dos sindicatos patronais, dos empresários, do setor público e da sociedade. Essa forma de trabalho precisa ser mantida. Vamos seguir o mesmo ritmo. Estou certo de que o empresariado espera que o diálogo, as parcerias e a defesa dos interesses da indústria mineira permaneçam como as principais marcas da atuação do Sistema Fiemg. E, como candidato de consenso que fui, é claro que me pautarei por esses valores para conduzir as ações desenvolvidas pela instituição. No meu entendimento, esse é o rumo apontado pelos empresários mineiros. O que representa para Minas, e em especial para a Fiemg, a eleição do empresário mineiro Robson Andrade para a CNI? A tradição é que o dirigente da CNI seja do nordeste. E tivemos bons presidentes de lá. A confederação congrega toda a indústria nacional e algumas vezes foi interinamente dirigida por empresários paulistas, que também a valorizaram. O Presidente Armando Monteiro, com muita competência, uniu a todos e mostrou que o Brasil é

um só e que a nossa causa é a mesma, independentemente da região. Hoje, ele e colegas das demais instituições que formam o Sistema Indústria vêem a Fiemg como um exemplo a ser seguido em uma série de ações, o que é um prêmio para o trabalho desenvolvido por nós em Minas Gerais, liderados pelo presidente Robson. Para o próximo mandato, sob a direção do nosso Dr. Robson, terceiro mineiro a dirigir a CNI, estamos todos unidos do sul ao norte, do nordeste ao oeste, com o apoio e participação firme da Fiesp, liderada pelo seu presidente. O governo espera que a indústria brasileira feche este ano com um crescimento anual de 8%. Podemos esperar o mesmo em Minas? Hoje, os nossos setores industriais mais relevantes já dão sinais de recuperação acentuada. Tanto a indústria extrativa quanto a de transformação e a construção apresentam índices de crescimento próximos aos verificados no período pré-crise. Esperamos que a indústria de Minas cresça acima da média do Brasil, por causa do perfil de nossas empresas. Como fomos mais afetados pela crise de 2009 do que outros estados, vamos recuperar os níveis de atividade com mais velocidade. A expectativa da Fiemg é que a produção industrial brasileira cresça 9,5% e a mineira suba 12,6%, com acréscimo no faturamento de 16,3%. Quais os principais desafios da indústria para o segundo semestre?


Podemos recuperar os níveis de atividade pré-crise. Mas, mais do que isso, queremos que a produção industrial vá, de forma sustentável, além daquele patamar. Estou convicto de que Minas Gerais pode ter um salto de qualidade se alguns desafios forem superados com ações de governo e da iniciativa privada. Um grande desafio que deve ser vencido pelo governo brasileiro é o da reforma política. Somente após ela teremos as demais. A necessária reforma tributária pode equilibrar a elevada carga que incide sobre o empresariado, identificada como o principal entrave para um crescimento maior da atividade industrial. Além desses impostos, os juros excessivos também precisam ser combatidos, e não ampliados, como feito na última reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central. Para a iniciativa privada, o principal desafio é o de seguir o ritmo de investimentos para melhora dos produtos fabricados em Minas. No Sistema Fiemg, temos a certeza de que o incentivo à inovação e à educação é o caminho certo para que nosso parque industrial cresça de forma sustentável. É também com esses dois ingredientes que poderemos buscar maior diversificação e qualidade no que vendemos para outros estados e países. O cenário em que qualidade e diversidade de produtos estão aliadas a menores custos para investimentos é o ideal para a perenidade e sustentabilidade das atividades industriais. Queremos exatamente isso, para conseguirmos ampliar a geração de bons negócios para o empresário e de emprego e renda para os profissionais da indústria e de sua cadeia produtiva.

A expectativa da Fiemg é que a produção industrial brasileira cresça 9,5% e que a mineira suba 12,6%, com acréscimo no faturamento de 16,3%.

Um grande desafio que deve ser vencido pelo governo brasileiro é o da reforma política. Somente após ela teremos as demais.

Para a iniciativa privada, o principal desafio é o de seguir o ritmo de investimentos para melhora dos produtos fabricados em Minas.

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boas idéias

Anna/Fotolia

No dia 5 de junho comemora-se o Dia do Meio Ambiente e a Revista Negócios Industriais dedica um espaço especial para o tema. São boas idéias para implantar na sua empresa.

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Com tanta coisa poluindo o meio ambiente, tinha que existir um combustível mais limpo. O gás natural da Gasmig une desenvolvimento e preservação do meio ambiente: move indústrias, carros, pessoas. Tudo isso sem poluir. Gás Natural. Invisível e essencial.

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Ambiental

POR DANIELE LIMA Engenheira Sanitarista e Ambiental daniele@fonteambiental.com

Gestão ambiental dos lubrificantes A lubrificação é essencial nas atividades industriais. Por outro lado, sua utilização agrega riscos da aplicação – lugares perigosos ou de difícil acesso, sem falar nos riscos ambientais. A administração da empresa que utiliza ou aplica lubrificantes e afins está sujeita a penalidades caso ocorra algum acidente ambiental. Assim sendo, deve-se introduzir procedimentos adequados para evitar acidentes e suas respectivas punições que afetam tanto a imagem da empresa, quanto derrubar o valor agregado ao seu produto, como também afetar seriamente o bolso do empreendedor, e claro o meio ambiente. A Resolução do CONAMA, n° 362-05, que faz referência ao descarte de óleos lubrificantes e afins, cita claramente que o descarte do produto usado ou emulsões oleosas para o solo ou cursos d água gera graves danos ambientais. Esta também proíbe quaisquer descarte em solos, águas superficiais, subterrâneas, no mar territorial e em sistemas de esgoto ou evacuação de águas residuais; qualquer forma de eliminação que provoque contaminação atmosférica.

Todo lubrificante usado deve ser destinado à reciclagem e devem ser adotadas medidas que evitem a contaminação do óleo usado com produtos estranhos ao uso.

Sua exigência é que todo lubrificante usado deve ser destinado à reciclagem e devem ser adotadas medidas que evitem a contaminação do óleo usado com produtos estranhos ao uso. E considera o rerrefino como instrumento prioritário na gestão ambiental.

Cabe então à administração da empresa assegurar que lubrificantes sejam manipulados para eliminar qualquer tipo de contaminação ambiental e sejam coletados de maneira segura, sem contaminação adicional, e destinados à reciclagem. O óleo usado não pode ser queimado, usado como combustível ou alienado de forma ilegal. Uma alternativa ao rerrefino é o co-processamento em fornos de cimento. Ali os óleos são utilizados como substitutos parciais de combustíveis, garantindo o poder calorífico dos fornos e destruindo também o resíduo industrial a um custo baixo. A preocupação com resíduos é sempre grande, pois se deve lembrar que o gerador é responsável por seus resíduos até a completa destruição dos mesmos, que vai além da destinação final. Caso algum terceiro exerça atividades relacionadas aos resíduos gerados na empresa, ele também é responsável no caso de qualquer gestão inadequada e, então, co-responsável ao dano. Gerir resíduos exige planejamento. Uma opção ao gestor é a Bolsa de Resíduos que busca transformar o rejeito de uma empresa em matéria-prima de outra.

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MEIO AMBIENTE

pneus velhos viram asfalto Timóteo já retirou mais de 200 toneladas de pneus velhos de circulação Divulgação

Em Timóteo, pneu velho já não fica mais em terrenos baldios servindo de criadouros de mosquitos da dengue ou assoreando os rios e córregos da cidade. É que desde setembro de 2008, a cidade conta com o serviço de coleta, armazenamento e envio de pneus para a reciclagem, sem custo para o município e comunidade. Além de um Ecoponto, instalado no pátio da Ascati (Associação dos Catadores de Material Reciclável de Timóteo), a Prefeitura de Timóteo realiza um trabalho de conscientização ambiental, sobretudo, junto às empresas de transporte e borracharias que já armazenam e encaminham o material para posto de coleta. O destino do material é a reciclagem que transforma pneus velhos em matéria prima para produção de asfalto, impermeabilização de lajes, recapagem de pneus e até produção de vasos ornamentais. Hoje, os pneus são encaminhados para duas indústrias especializadas em reciclagem de borracha, coletados são encaminhados para as duas usinas de reciclagem - em

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Matozinhos e Betim - sem custo para a administração. A iniciativa faz parte do compromisso sustentável que a Prefeitura de Timóteo tem com a preservação do meio ambiente. A natureza precisa de mais de 600 anos para decompor um pneu. Já a fumaça gerada a partir da queima da borracha, é tóxica e poluente. Até o mês passado, o município conseguiu retirar de circulação mais de 200 toneladas de pneus velhos. Serviços Ecoponto: Rua 61, 601, bairro Alegre (pátio da ASCATI). O funcionamento é de segunda à sexta-feira, de 7h às 17h. Todos os tipos de pneus são aceitos, basta entregá-los secos. Nas residências: última sexta-feira de cada mês. Nas empresas: conforme volume de material armazenado. A coleta deve ser solicitada junto ao Departamento de Meio Ambiente de Timóteo. Informações: 3847-4786


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MEIO AMBIENTE

Rejeitada? Que nada! Utilização de produto derivado da escória do aço inox na agricultura aumenta produtividade e reduz emissão de gás carbônico

Toneladas de dióxido de carbono, principal gás responsável pelo efeito estufa, estão deixando de ser jogadas ao ar devido à produção do aço inoxidável. Parece contraditório, mas não é. Em 2001, uma empresa da cidade de Timóteo, onde fica localizada a usina da Arcelor Mittal Inox Brasil, antiga Acesita, introduziu no mercado uma tecnologia para transformar a escória do processo siderúrgico em um produto agrícola denominado como Silicato de Cálcio e Magnésio. Patenteado como Agrosilício, o corretivo de acidez do solo – também usado como fertilizante – é produzido a partir da es-

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Divulgação

cória do aço inox gerado pela Arcelor. Utilizado em substituição ao calcário, que é explorado diretamente da natureza, o produto criado pela empresa Harsco Minerais Ltda - antiga Recmix, evita a emissão do CO2. Conforme estudo feito pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), para cada 100 toneladas de calcário aplicadas no solo, há uma geração de 44 toneladas do dióxido de carbono que são lançados na atmosfera provocando o efeito estufa. No caso do Agrosilício, por se tratar de um silicato de cálcio e magnésio não há geração de dióxido de carbono. De acordo com estudo feito pela ANDA – Associação Nacional de Difusão de Adubos o Silicato é aproximadamente 7 vezes mais solúvel que o Carbonato, o que na prática representa entre outras, as seguintes vantagens: (1) Correção da acidez do solo mais rápida; (2) Correção da acidez do solo em maior profundidade, resultando no maior aprofundamento do sistema radicular e conseqüentemente as plantas se fixam melhor ao solo e absorvem mais água e nutrientes e (3) Fornecimento adicional do micronutriente silício. A empresa está desenvolvendo novas linhas do Agrosilício, adicionando à formulação existente, nutrientes variados tal como o enxofre, o que possibilitará um maior enriquecimento do solo e conseqüente aumento de produtitividade. Desde o início de sua comercialização, já foram vendidas mais de 1 milhão de toneladas do produto, o que significa menos gás carbônico na atmosfera proveniente do processo agrícola. Segundo Cristiane Alves Julião, Analista de Qualidade e Meio Ambiente da Harsco Minerais, o ganho ambiental não fica apenas na questão da poluição do ar. “A destinação de resíduos é um problema de difícil solução para as

indústrias dos mais variados ramos, o que se aplica também para as siderúrgicas de aço que geram grande volume de escórias tradicionalmente destinadas a aterros. Com o beneficiamento da escória de aço inox, recuperamos 99,7% do metal contido na escória que é retornado para Siderúrgica, reduzindo a utilização de ligas e minérios gastos por esta. O agregado resultante deste processo é um produto rico em cálcio, magnésio e silício que após processado recebe o nome comercial de Agrosilício, o que significa um aproveitamento de 100% da escória.” A transformação da escória do aço inox em outros produtos significa menor exploração de minas e jazidas de calcário. “A sustentabilidade exige revisão de padrões de consumo da empresa”, escreve João Meirelles Filho na obra “O Livro de Ouro da Amazônia”. Reutilizar e transformar a escória não é apenas um negócio ambientalmente viável. Do ponto de vista econômico também é interessante, inclusive para o consumidor. Diversos órgãos de pesquisas têm comprovado que com a utilização do Agrosilício, os produtores atingem maior produtividade. De acordo com os estudos agronômicos, os resultados positivos são decorrentes do elemento silício, que, aumentando a resistência da parede celular das plantas (na forma de sílica), propicia os seguintes benefícios: aumento da capacidade fotossintética devido à melhoria da arquitetura foliar (plantas mais eretas), aumento da resistência ao ataque de pragas e doenças pela maior proteção das folhas, aumento da resistência à seca devido à menor perda de água por transpiração. Resultados assim mostram que esta escória nada tem a ver com “a parte mais desprezível” de um produto, um dos muitos significados dos dicionários.

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Energia

POR JOSÉ GÓES JUNIOR Gerente de Captação de Clientes da GASMIG

O gás natural e o meio ambiente Atualmente são consumidos 1,7 milhão de m3/dia de gás natural no Estado de Minas Gerais. Esse consumo equivale à queima de 1.700 toneladas/dia de óleo combustível. O uso do gás natural pelas indústrias mineiras implica na redução de aproximadamente 460 toneladas de poluentes que deixam de ser liberados diariamente na atmosfera. Além disso, há a redução do trânsito de cerca de 340 caminhões/dia, utilizados para transportar o óleo combustível. Com a expansão ora em curso da rede de distribuição para o Sul de Minas e Vale do Aço, o volume fornecido deve chegar aos 8 milhões de m³/dia. Desta forma, cerca de 2 mil toneladas/ dia de poluentes deixarão de ser lançados na O uso do gás natural atmosfera. pelas indústrias mineiras Em geral, os poluentes liberados pelos com- implica na redução de bustíveis geram e agravam os males respira- aproximadamente 460 tórios e as doenças cardíacas. Podem causar toneladas de poluentes que também irritação nos olhos e propiciar o apadeixam de ser liberados recimento de alergias, afetando principalmente as crianças. Entre as principais doenças as- diariamente na atmosfera sociadas com a poluição atmosférica podemos citar: renite, faringite, bronquite, asma, enfisema pulmonar, inflamações graves nas mucosas e câncer de pele.

O gás natural é um energético de queima limpa que propiciará a diminuição paulatina dos prejuízos à saúde humana nos grandes centros urbanos, além de beneficiar a flora, a fauna e materiais em geral, que também sofrem danos com a poluição do ar. A tabela abaixo apresenta a quantidade de poluentes que deixam de ser lançados diariamente na atmosfera com a substituição do óleo combustível e outros combustíveis pela distribuição de 1,7 milhão de m³/ dia de gás natural em Minas Gerais. Poluentes evitados

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SO2

Particulados

NOx

CO2

10,55 t/dia

0,72 t/dia

3,35 t/dia

442 t/dia

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LETRA DE FORMA|P2SA

Daniele Lima Engenheira Sanitarista e Ambiental

d a n Neg贸cios i e l eIndustriais @ f o |nJun/Ago t e 2010 am bi e nt al.c om 60

fonte


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