Considerações históricas e geográficas sobre o município de Almirante Tamandaré (PARTE - 1)

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CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS E GEOGRÁFICAS SOBRE O MUNICÍPIO DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR

tória, mas aconteceu. Em um desses pleitos eleitorais, no período da manhã, um candidato da região da Campina do Arruda, na busca por alguns votos de última hora, tentou a sorte ao ver se aproximar da secção eleitoral uma senhora muito elegante e bonita. Aproveitando o momento que os fiscais não se faziam presentes interceptou a senhora no caminho e lhe ofereceu um santinho. A senhora, surpresa, perguntou se o candidato não estava brincando. Com uma postura séria e educada falou que não e ainda argumentou que não seria um voto desperdiçado. A senhora também de forma séria expressou: "O senhor então está preso!". Resumindo, o candidato foi fazer boca de urna e ofereceu santinho justamente para a juíza eleitoral responsável pelo pleito no município! Outro relato de fato histórico verídico que mais parece uma estória foi a situação ocorrida no contexto de impugnação de uma urna na região da Freguesia (atual Campo Magro). A impugnação se deu fundamentada no "voto corrente" (prática que consistia em repassar uma cédula original preenchida, para um eleitor, que recebia algo em troca. Este ainda tinha que trazer a sua cédula dada pela mesa sem estar preenchida, para depois ser entregue a outro e recomeçar o ciclo). No contexto da denúncia, verificou-se após a abertura oficial das urnas que realmente o fato procedia. Diante disto, por ser um crime eleitoral, o candidato foi chamado pelo juiz e lhe foi explicado que ele tinha se utilizado da fraude do voto corrente, porquanto as letras de preenchimento existentes nas cédulas eram iguais. "Sabiamente", o candidato para se defender, olhou para o juiz e expressou: "Não tenho culpa que meus eleitores estudaram com a mesma professora. Por isto que escrevem tudo igual!". Antes da utilização da urna eletrônica, quando a contagem era manual e a possibilidade de fraude era grande, os responsáveis pelos pleitos eleitorais criaram o seguinte mecanismo: Os votos de Almirante Tamandaré eram contados por pessoas convocadas de Rio Branco do Sul. Os votos de Rio Branco do Sul, eram contados por convocados da cidade de Almirante Tamandaré. Geralmente era um processo de um dia inteiro. E que quando ocorria a vitória de um candidato a Prefeito por uma diferença pequena, geralmente ocorria recontagem. Apesar desses transtornos, a política no município vem evoluindo dentro de uma civilidade. No entanto, ainda existe a prática de compra de voto. Porém, há que ressaltar que isto só é praticado porque existem pessoas que "inocentemente" colaboram com ela. Ou seja, se não existir o "cliente", não existe o aliciador. Pois, infelizmente, muitos populares acham que estão fazendo um grande negócio vendendo o voto, quando, na verdade, estão cometendo um crime que não pode ser entendido como "não sabia que era crime!", visto que, tanto nas escolas, quanto pelos mais variados meios de comunicação, é divulgado amplamente que esta prática é criminosa. No contexto da mentalidade política do povo leigo, existe ainda a ideia que o candidato bom para ser votado é o que tem mais propaganda (presença). Diante disso, a quantidade de placas e a quantidade de carros participante em uma carreata, geralmente provocam efeitos positivos no caminho para se eleger como Prefeito. Porém, desta forma de divulgação surgiu a prática da "doação de combustível" (gasolina) em troca da pessoa andar com um adesivo do candidato colado em seu automóvel e participar de carreata. A maior carreata registrada até o presente momento foi promovida pela Coligação Novo Tamandaré (Aldnei Siqueira) em setembro de 2012 e contou com aproximadamente 4.000 carros, praticamente 16 km de fila de automóveis. 172


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