Peixes de Águas Interiores

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Fonte: RIBEIRO (1944)

Figura 33 - Dysichthys iheringii No Estado do Rio de Janeiro, D. iheringii foi registrado apenas em alguns afluentes da Baía de Guanabara e das Lagoas de Saquarema e Araruama. Nada se sabe sobre a sua ecologia, exceto pelo fato de que consiste em uma forma amostrada exclusivamente em ambientes de baixada, setor no qual se oculta entre o substrato fino. Peixes das famílias Callichthyidae, Loricariidae, Trichomycteridae e outras não ocorrentes no estado (i.e., Nematogenyidae, Scoloplacidae e Astroblepidae) compõem o maior grupo monofilético de bagres da região neotropical, os Loricarioidea. Destes, os Callichthyidae são os que contam com menor número de representantes em águas interiores do Estado do Rio de Janeiro. São peixes de aspecto rústico, devido a presença de placas dérmicas sobre o corpo e de estrutura geral bastante robusta. São capazes de absorver ar atmosférico pela mucosa do aparelho digestivo, o que os habilita a ocuparem ambientes com baixa concentração de oxigênio dissolvido na água. O ar engolido neste processo também desempenha importante papel no balanço hidrostático. Os gêneros ocorrentes na região podem ser diferenciados pela chave abaixo: 1.

Barbilhões curtos, não atingindo a base das nadadeiras peitorais; diâmetro interorbital menor que a altura da cabeça .... Corydoras Barbilhões atingindo a base das peitorais; diâmetro interorbital igual ou maior que a altura da cabeça ..... 2

2.

Ossos coracóides aparentes entre a base das nadadeiras peitorais ..... Hoplosternum Sem essa característica ..... Callichthys

Dos gêneros listados, Corydoras (usualmente comercializados com o nome de "limpafundos") é o que exibe maior diversidade com três espécies (C. barbatus, C. nattereri e C. prionotus) ocorrendo no Estado do Rio de Janeiro. O C. barbatus é facilmente diferenciada das duas outras espécies não só pela coloração, como apresentado na Figura 34, como pela presença de placa de espinhos dérmicos próximos a região bucal dos machos, estrutura que não ocorre nos demais taxa listados. Vive no curso médio ou superior dos rios, formando cardumes. C. prionotus e C. nattereri são mais similares entre si, com diferenças concentradas na região da nadadeira peitoral (dada pelo padrão de dentes no espinho peitoral - como se vê na figura 34) e pelo porte mais robusto de C. nattereri. Quando em simpatria, é comum formarem cardumes mistos.

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