Peixes de Águas Interiores

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Tanto para Cheirodon ibicuhiensis (Figura 26) de águas fluminenses quanto para Oligobrycon microstomus observa-se quase que a total carência de informações ecológicas, as quais limitam-se a dados de ocorrência em alguns biótopos. A primeira espécie foi descrita originalmente como C. parahybae, tendo como base material coletado em Campos dos Goytacazes por J..D HASEMAN. C. parahybae foi considerado sinônimo de C. ibicuhiensis por MALABARBA (1994), posição reiterada em MALABARBA (1998). O autor destaca que: "(...) não tive oportunidade de examinar os tipos de C. parahybae e nas coleções a que tive acesso não encontrei um único exemplar do gênero Cheirodon da bacia do Rio Paraíba do Sul. Os dados desta espécie não permitem separá-la de C. ibicuhiensis Eigenmann, 1915, sugerindo que as mesmas sejam sinônimas. (...) é possível que tenha havido uma confusão em relação à localidade de coleta do material-tipo de C.parahybae, já que J. D. HASEMAN, além do Rio Paraíba do Sul, coletou extensivamente em bacias dos Rios Jacuí e Uruguai, onde é comumente encontrado C. ibicuhiensis (...)".

A ocorrência da espécie na bacia do Rio Paraíba do Sul e no sistema da Lagoa Feia foi confirmada por ARAÚJO (1996) e BIZERRIL (1998).

Fonte: EIGENMANN (1915)

Figura 26 – Cheirodon parahybae (atualmente Cheirodon ibicuhiensis)

Piabanhas e pirapitingas, consistem nos maiores caracídeos do estado do Rio de Janeiro, pertencem à subfamília Bryconinae, sendo facilmente reconhecidos pela disposição única dos dentes, ordenados em três séries de dentes multicúspides no prémaxilar. HOWES (1982) na sua revisão de Brycon, unificou todas as espécies do leste do Brasil em no grupo B. acuminatus. As características mais importantes compartilhadas pelas espécies incluídas neste complexo são, a posse de focinho (rostro) longo e pontudo, longa maxila com muitos dentes; longa mandíbula inferior (LIMA & CASTRO, 2000). No estado ocorrem duas espécies, a piabanha (B. opalinus) e a pirapitinga (Brycon sp.). A revisão do grupo vem sendo conduzida por FLÁVIO C.T. LIMA, da Universidade de São Paulo. Existe uma crença de que estas espécies vivem em íntima associação com as matas ciliares, alimentando-se de frutos e insetos que caem das árvores presentes na faixa marginal. Digo crença pois, até o presente, não há estudo desenvolvido no Estado que permita corroborar estes dados, que passam como verdades absolutas entre as gerações de ictiólogos.

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