Peixes de Águas Interiores

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Fonte: LANGEANI (1989); WEITZMAN et al.(1988)

Figura 19 - Mimagoniates microlepis e detalhe de cauda de exemplar macho Setas indicam orifícios anterior e posterior do mecanismo de emissão de feromônio

Mimagoniates microlepis ocorre em diversos ambientes, desde o curso médio superior de rios, onde usualmente se encontram os espécimes de maior comprimento, até pequenas depressões alagadas de baixadas. Alimenta-se especialmente insetos. MENEZES et al. (1990) incluíram as espécies de Mimagoniates dentro dos grupos de organismos que vivem em íntima associação com as florestas, pois dependem de insetos terrestres para sua alimentação. Na Bacia do Rio São João, análises de conteúdo estomacal foram realizadas em 34 espécimes, com comprimento padrão variando entre 30,6 e 43,5 mm. Verificou-se a ocorrência de Hymenoptera (Formicidae) (88,22%), ácaros (76,47%), larvas de Culicidae (44,11%), larvas de Chaoboridae (11,76%) e algas filamentosas (11,76%) (BIZERRIL, 1995). Resultados similares, ao menos no que se refere ao enquadramento dentro da mesma guilda trófica, foram obtidos por COSTA (1987). A subfamília Tetragonopterinae representa um aglomerado polifilético que incluí grande parte dos lambaris e piabas fluminenses, além de formas mais diferenciadas, como os peixes-cachorro ou bocarras. Estas últimas pertencem à espécie Oligosarcus hepsetus (Figura 20) e se distinguem facilmente dos demais Tetragonopterinae por seu aspecto geral, com boca ampla, dotada de pequenos dentes cônicos, com até três cúspides. Assemelham-se superficialmente aos peixes do gênero Acestrorhynchus (subfamíla Acestrorhynchinae - ausentes no Leste brasileiro), o que tem conduzido a alguns erros de identificação em trabalhos referentes à ictiofauna do Estado.

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