Jornal USO, edição 13

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Nrº. 13 | Dezembro 2016

Correio da Seniorlândia

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Ano VI| Nrº. 13| Dezembro de 2016 | Distribuição gratuita

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E se Deus não quiser ou não souber

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Visita da Academia Sénior de Estremoz

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Boccia - Um convite Honroso

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Uma Manhã Feliz

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Seminário de Criptografia

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«Feliz, feliz Natal, que nos traz de volta as ilusões da infância, recorda ao idoso os prazeres da juventude e transporta o viajante de volta à própria lareira e à tranquilidade lo lar».

Fim do Ano Letivo

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Charles Dickens

Exposição de Fotografia

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Bem-vindos

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Nova experiência de Vida

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Amar é difícil

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Cruzeiro no Alqueva

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Exposição na Biblioteca Municipal D. Dinis

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Tradições Natalícias

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O Teatro aqui ao lado

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Aristides de Sousa Mendes

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S. Martinho Um dia diferente

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Aniversário do concelho de Odivelas

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Grupo de Voluntariado da ASO

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De Coração Aberto

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Falar por Falar

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Exposição de Azulejos

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Palavra de Poeta

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Editorial

Um Cruzeiro no Alqueva

Visita da Academia Sénior de Estremoz

Nove Natais se passaram desde a fundação da ASO. Nove Natais que comemoramos juntos esta época festiva. Natal é o espirito da amizade que brilha todo o ano, é bondade, é amor, é esperança, é o desejo de ter connosco as pessoas que fazem parte da nossa vida. Façamos da nossa vida uma extensão do Natal, para que o Natal não seja só uma data, nem luzes que brilham na nossa árvore, mas a luz que brilha no nosso coração. A toda a família ASO, desejo um Natal iluminado de amor, paz e harmonia e um Ano Novo repleto de saúde e de esperança renovada.

Alunos da USO com exposição na Biblioteca Municipal D. Dinis

Isabel Martins Presidente da Associação Sénior de Odivelas


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E se Deus não quiser e não souber

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asceu algarvio num tempo em que o nascer do Sol despertava sem sombra de betão, comungando com o azul do céu e o verde do mar. Batizaram -no com o nome do avô, António ficou e de família Cavaco. Com os colegas de rua e escola vai às chinchadas às amendoeiras e alfarrobeiras, o menino cresceu tornou-se jovem e já adolescente termina o liceu. É a altura das decisões. Ti Manel dos Queijos, dono da taberna de vinhos e petiscos fazendo jus à inteligência do rebento, remete-o para a capital ao cuidado do irmão, operário fabril da CUF radicado na Vila do Barreiro. António depressa se adaptou, debruçado à janelinha do quarto, contempla aquele céu estranho obscurecido pelos fumos fabris, enquanto a memória sorri vagueando pela imensidão das praias, relembrando saudades e avisos paternos. Aquele dia era especial, mas António ainda não o sabia. Naquela manhã tinha-lhe custado levantar-se da cama, o frio de braço dado com o nevoeiro, atrasou os cacilheiros, que atracavam no Terreiro do Paço, descarregando gentes ensonadas e friorentas cheias de pressa em chegar aos empregos. É entre empurrões e imprecações que o destino tem o seu momento marcante. António conhece Maria Luísa, estudante de Letras, e futura professora. Desde o primeiro encontrão entre o balbuciar mútuo de desculpas, aos primeiros beijos trocados debaixo dos eucaliptos da Faculdade, tudo se transforma. Noutro tempo, noutra janela Ti Manel dos Queijos, sentado num banco de madeira no comboio na carruagem da 3ª Classe, olha sem olhar a paisagem que desfila aos seus olhos, tão pouco sente o rabo dorido tal o desejo de chegar à estação do Barreiro. A imensidão das searas alentejanas não o desperta, remoendo no recôndito do cérebro, palavras de agradecimento ao irmão e cunhada que graciosamente tinham acolhido o sobrinho, disponibilizando-lhe um quartito na casa que habitavam, permitindo que o Toninho pudesse estudar longe da casa paterna. Com a mão esquerda acaricia a rugosidade das cascas das laranjas apanhadas no quintal que num saco de serapilheira jazem junto a si, enquanto o punho direito numa monotonia sincopada batia no respaldo do banco, revelando o desespero que lhe corria a alma, congeminando que se visse o caso mal parado, agarrava-o por uma orelha e ala para casa. Até o punha na taberna a aturar os bêbados do costume, queria lá saber se ia a doutor ou não. Atrás da orelha ninguém lhe fazia o ninho. Trabalhasse. O labor honrado

Edição: Universidade Sénior de Odivelas Periodicidade: Semestral Redação: Alunos da Universidade Sénior Direção: Luísa Lícias Supervisão: Isabel Martins e Isabel Aires Site: http://www.usenior-odivelas.com E-mail: associação: associação@usenior-odivelas.com

nunca fez mal a ninguém. A ele mal fez a 4ª classe o pai pô-lo na fábrica de conservas a acartar cabazes de sardinhas e nunca lhe faltou o pão. Entretanto ante o olhar esgazeado do pai, reclamando explicações António confessa, foi a paixão amorosa que lhe fez perder a cabeça, dedicando mais tempo aos amores do que à insipidez das Teorias Económicas. A esperança de que as paixonetas juvenis são sol de pouca dura, indeciso entre dar nova oportunidade àquele filho que até então o tinha enchido de orgulho, ou castigá-lo, acaba quando António dá o “coup de grâce” no coração do velho. Maria Luísa está grávida. Toninho é recambiado para casa. De lugar prometido a escriturário na contabilidade da fábrica de conservas, casa com uma noiva prenhe envergonhada que o vestido não consegue disfarçar. As Licenciaturas em Letras e Economia foram à vida. Maria Luísa deixou para trás o sonho de vir a ser professora, e António de obter o “canudo” de Doutor em Económicas e Financeiras, como o outro António que não era algarvio mas era beirão. Anos mais tarde na companhia do marido e da filha mais nova, assistindo à graduação do seu Cavaquinho o olhar perde-se num pesaroso passado nostálgico. É mais um daqueles momentos que durante mais de duas décadas renascem no seu pensamento. Olhando para trás, sabe que nasceu num tempo e num lugar em que a austeridade de costumes à época não lhe permitia que o filho indesejado pudesse não ter nascido, obrigando-a a um futuro que não seria o seu. António também ele, de mãos postas junto aos lábios como se estivesse em oração com os cotovelos apoiados em cima da secretária do seu gabinete, pelas vidraças da fábrica de olhar fixo, assiste ao pôr-do-sol, enquanto as traineiras entram de mansinho na ria depois de uma noite e dia de faina, é então que entre o Deve e o Haver das latas de sardinhas, interiormente maldiz a sua sorte, voando-lhe o pensamento, poderia ter concluído o curso, poderia até ter-se dedicado à política, quem sabe vir a ser ministro, chefe dos ministros, até chefe do Estado, bastava que Deus quisesse e soubesse. Fernando Antunes

E-mail secretaria: secretaria@usenior-odivelas.com Telef.: 219 347 130 | Tlm.: 967 814 602 Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores. Este jornal pretende ser a voz da Universidade Sénior de Odivelas… Quanto mais colaborações recebermos melhor cumprimos esse objetivo. Colabore… Envie notícias, artigos, sugestões!


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Visita da Academia Sénior de Estremoz

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oi no dia 21 de Outubro, Mês do Idoso, numa sextafeira bem disposta, que a USO recebeu a visita dos simpáticos Seniores de Estremoz em Odivelas. O encontro foi no átrio do Mosteiro de S. Dinis, com a Direção da ASO/USO, a que se seguiu uma visita guiada ao interior do mosteiro que, com a sua história e arquitetura, encantou os visitantes. Seguiu-se o almoço no restaurante “O Castelo”, onde os seniores de Estremoz se encontraram com o grupo coral da USO que, em conjunto tiveram a oportunidade de confraternizar e saborear um excelente arroz de peixe. E finalmente assistimos ao encontro de Tunas no Pavilhão Polivalente com a atuação do grupo coral da Universidade Sénior de Odivelas, grupo da Universidade Sénior de Sintra e grupo de cantares da Academia Sénior de Estremoz que, perante uma alargada e diversa plateia, que muito aplaudiu todo o espetáculo, nos leva a desejar que outros eventos desta natureza se venham a realizar. Luísa Lícias

Universidade Sénior de Odivelas também é convívio e música

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B0CCIA

Um convite honroso e uma digna participação

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a consequência do honroso convite formulado pela Câmara Municipal de Odivelas, para participarmos no 1º Encontro de Boccia Sénior – “Margens do Tejo – Seixal 2016”, que se realizou no dia 24 de novembro, uma das equipas da aula de Boccia, superiormente dirigida e coordenada pelo treinador Antero Canelas e composta pelos alunos Fernanda, Flora, João, Arnaldo e Celestino, deslocou-se ao Pavilhão da Torre da Marinha, no Seixal, local onde o Torneio se disputou com a presença de 18 equipas que foram incluídas em grupos, para decidir quais as 16 equipas que iriam participar nos oitavos de final), ou seja, esta primeira ação entre equipas, apenas se destinou à eliminação de duas delas. Participámos nesta 1ª fase em dois jogos, tendo como adversários a equipa da casa, da Torre da Marinha, e a equipa de Grândola, saindo vencedores de ambos. Após esta fase que decorreu na parte da manhã, foi servido um almoço, que embora modesto, foi pretexto para o sã convívio entre todos os participantes, ou seja um dos grandes momentos do dia, já que para nós, outros grandes momentos nos estariam reservados, a nível de representação. A tarde foi de vitórias sucessivas dos nossos jogadores, nos oitavos, nos quartos, na meia final e por último na final, tendo sido nossas “vítimas” as equipas do Montijo, Alverca 1, Alverca 2 e Paio Pires. Seguiu-se a distribuição de prémios e as habituais e merecidas saudações aos três finalistas, facto que muito nos orgulha por terem sido os representantes da ASO/USO, os Brilhantes Vencedores do 1º Lugar. Que mais poderíamos ambicionar, com a nossa digna participação numa competição que se desenrolou pela primeira vez?

Parabéns à nossa equipa. Flora Freitas Celestino Costa

O Desporto também diz presente na USO...


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Uma manhã feliz

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convite de responsáveis do Casa de Saúde e Repouso da Amoreira, um grupo de elementos da aula de Boccia da USO, composto por Flora, Fernanda, Antero, João, Alfredo, Arnaldo e Celestino, deslocou-se, em 10/11/2016, às instalações daquela entidade, para participar num “jogo” de boccia, tendo como “adversários” alguns dos utentes da citada Casa de Saúde. Foi com enorme surpresa que atestámos o entusiasmo dos utentes (cerca de 4 dezenas) em participar e assistir ao evento, tendo sido, por variadíssimas vezes, ouvidas palmas, como manifestação de alegria, face ao que estava a acontecer. Obviamente, que devido à impreparação dos nossos elementos, dado que os treinos começaram há pouco tempo, fomos “copiosamente” batidos, o que ainda mais alegrou os nossos “rivais”, que foram, superiormente, enquadrados pelas dinamizadoras da CSRA D. Aida Varela e D. Graça Ramos. Como a alegria deles foi a nossa vitória psicológica, saímos muito mais “ricos” do que quando ali entrámos.

Celestino Costa

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Seminário de Criptografia na USO

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nserido no programa de atividades do ano letivo 2016/2017 da USO, realizou-se no dia 14 de outubro de 2016 (no anfiteatro do ISCE), um Seminário subordinado ao tema Criptografia. A dinamização deste Seminário esteve a cargo do Prof. Doutor Cláudio Fernandes, professor no Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, sendo atualmente um dos coordenadores da disciplina de Competências Transversais para Ciências e Tecnologia. Desde sempre o Homem sentiu necessidade de comunicar e, simultaneamente, de enviar informações de modo a que só o emissor e o recetor conseguissem decifrar o conteúdo das mensagens/informações. Assim, a Criptografia é usada há milénios pela Humanidade, tendo-se tornado essencial para garantir a privacidade das comunicações no mundo atual, principalmente em redes de computadores públicas como a internet, por onde circulam dados pessoais, comerciais, bancários e outros. É neste contexto que a Criptografia se tornou numa ferramenta fundamental, podendo mesmo dizer-se que ela é a ciência da comunicação segura e secreta. A partir desta noção o Prof. Doutor Cláudio Fernandes procurou, neste Seminário, dar-nos a conhecer, ainda que duma forma breve, um pouco da evolução histórica da Criptografia e dos vários métodos utilizados ao longo do tempo para codificar as trocas de informações/mensagens, até chegarmos aos nossos dias, já com a utilização do computador. Foi, uma interessante "aula" que despertou e sensibilizou toda a assistência para a realidade duma cada vez maior necessidade para as trocas de informações serem sigilosas e de como as codificar. A terminar o apontamento de reportagem sobre este Semi-

nário, deveremos referir que estiveram presentes os elementos da Direção da USO, a Dra. Maria Assunção Oliveira e uma participação muito significativa de alunos da USO, que seguiram duma forma atenta, interessada e participativa a exposição do Prof. Doutor Cláudio Fernandes. Vasco Lopes da Gama

Fim do Ano Letivo na Universidade Sénior de Odivelas No fim do Ano Letivo 2015-2016, da Universidade Sénior de Odivelas, houve um espetáculo na Sala da Malaposta, levado a cabo por muitos alunos que, após diversos ensaios, prepararam, em Junho passado, um evento festivo apresentado pela vogal da ASO, Luísa Lícias. A assistência composta pela Srª Presidente, Dr.ª Isabel Martins; Vice-Presidente, Dr.ª Isabel Aires; Ex-Provedora; Dr.ª Susana Amador, Presidente da Assembleia Geral da ASO; Dr. Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas e muitos professores e alunos. A sala estava cheia, para ver e ouvir peças curtas, retratos divertidos, inspirados em filmes Portugueses dos anos 40. Houve grupos de dança com música, das décadas de 60, 70 e 80, cujos alunos manusearam arcos do género "hula-hoop", em movimentos graciosos, ao ponto de contagiar os espectadores.

Ouvimos o Grupo de Coros, com mais de 20 elementos, regidos pelo Maestro André Nunes. Tinham as vozes bem colocadas e nunca desafinaram. Seguiram-se excertos musicais dos filmes "My Fair Lady" e "Música no Coração". Depois, vieram quadros bastante hilariantes, interpretados pelos nossos colegas cómicos que foram aplaudidos com rasgos risos, pois o seu mérito foi grande. Após o intervalo, foram distribuídos Diplomas a alguns alunos Seniores e a alguns jovens recém-licenciados. Seguiu-se um agradável lanche para todos. Justina Valadas

Universidade Sénior de Odivelas A FORÇA DA VIDA


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Exposição de Fotografia – Férias 2016

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o passado mês de agosto a USO esteve representada na Casa do Povo de Lavos, situada a oito quilómetros a sul da Figueira da Foz, com uma Exposição de Fotografia apresentada por uma das suas alunas. Ver o espaço, imaginar aonde ficariam melhor as fotos e como distribuí-las pelas cartolinas, não é fácil quando estamos sós. Falta o apoio dos colegas a observar, dar opiniões, e o nosso professor sempre atento, a supervisionar, dar sugestões… A 13 de agosto foi a sua inauguração integrada na Festa do Emigrante, embora no dia 12 pudesse ser apreciada pelas pessoas que acorreram a ver e aplaudir a Banda “Marados do Ritmo”, com música dos anos 70 bem ritmada pondo muitos dos presentes a dançar com entusiasmo. No dia da inauguração apareceu o Mentor, cujos alunos sabe motivar. Meu professor, com um sorriso de satisfação, aprovou a tarefa que levou tempo a preparar. Agradeço do coração a paciência de ensinar quem não sabia lidar com a máquina digital e tinha dificuldade em enquadrar. Volvidos alguns dias, também tive o prazer de receber a visita do professor que pacientemente nos vai ajudando a caminhar pelos trilhos da Informática. Na companhia de sua esposa, ia de passagem, fazendo uma pequena paragem. Meu sincero agradecimento. Ver na nossa terra pessoas que consideramos, dá grande contentamento. Ao longo da semana, minhas amigas e família foram desfilando, apreciando as cerca de cento e dez fotos, proporcionando momentos de convívio muito agradáveis. Tal como as fotografias, eles serão para mais tarde recordar. Estou grata a todos que me foram visitar, assim como aos que tiveram vontade de ir e não puderam, sem esquecer as atenções recebidas pela presidente da Casa do Povo e seus colaboradores que, simpaticamente, ajudaram a resolver alguns problemas. Bem-hajam. Aline Oliveira

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Bem-vindos...

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o passado dia 7 de outubro, realizou-se uma singela, mas adequada receção aos “caloiros” do ano letivo 2016/2017. Verificou-se a presença de todos os membros da Direção da Universidade, bem como da grande maioria dos novos alunos, sendo dadas as boas-vindas pela Sra. Presidente, D. Isabel Martins. Após a alocução da Sra. Presidente, assistiu-se a uma intervenção trágico-cómica por parte de elementos do Teatro da

USO que foi muito bem aceite pelos presentes. Depois desta cerimónia, foi servido um lanche a todos os presentes, que decorreu em perfeito ambiente de integração dos novos alunos. Seguiu-se uma visita guiada às instalações da Pedago, durante a qual foram esclarecidas as dúvidas que foram colocadas pelos caloiros. E assim, sejam bem vindos! Texto e Fotografias: Celestino Costa

Nova experiência de vida Depois de 42 anos de serviço, chegou finalmente a oportunidade de ir gozar a tão almejada reforma, a partir de Março de 2016. Em Maio tive conhecimento através da internet, da existência da Universidade Sénior de Odivelas, que contatei de imediato, tendo sido informado que se iria iniciar no mês de Outubro o 1º semestre. Tive assim oportunidade de gozar pela primeira vez na minha vida, sete meses de férias. No início de Outubro, foi feita a sessão de acolhimento aos caloiros, sendo esta apresentada pela direção da USO, no anfiteatro, com bastantes alunos a assistir ao evento. De seguida foi feita a visita pelas instalações, da qual gostei tanto

do exterior como das salas de aulas. Espero vir a gostar desta minha nova experiência de vida. António Guerra


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Amar é difícil

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avier saía de casa, todos os dias às 7 e meia da manhã para trabalhar. O seu relógio biológico despertava-o sempre quando os primeiros raios da manhã rompiam os estores de palhinha das janelas do quarto, percorrendo as paredes com os seus jogos de luz. Na cama ela dormia, indiferente, ao lado do carimbo do seu corpo no colchão, que se desvanecia lentamente. A noite tinha sido curta e na sua mente e no seu coração permanecia o amargo dos pensamentos que não o largavam. Eram como pesadelos cravados que queria esquecer e não conseguia. Lá fora o sol de outono brilhava, mas não chegava para aquecer a sua alma. A rotina do dia-a-dia fazia-se sem esforço, em total desapego, como se os movimentos não lhe pertencessem, como se ele não fosse ele, mas alguém desconhecido. Sentia-se tão vazio! O que fazia ali? Porque continuava naquele impasse ao fim de mais de trinta anos de vida em comum? Porque não conseguia tomar uma atitude, bater com a porta e seguir com a sua vida? Seriam os netos que o prendiam? Seria tão só a falta de energia para mais uma conversa, mais uma discussão com gritos e lágrimas, que nunca levavam a lado nenhum? Tinha consciência do ridículo da situação. Era vida, aquilo? Não. Fechou a porta e entrou no carro. Um dia atarefado esperavao no escritório. Em casa nada o esperava… Maria Luísa levantar-se-ia, quando lhe apetecesse, sairía ou não. Pouco lhe importava como passaria o dia. Às vezes, dava por ele a pensar que na maior parte dos dias, ela estava lá, mas ele não a via, assim como ela não o via a ele. Às vezes olhavam-se e era como se os seus olhares chocassem numa barreira invisível, num muro de indiferença e desencanto, naquele desamor crescente que os impedia de se verem, de se ouvirem de se falarem. Não havia nada que ainda partilhassem. Só o quarto, a cama, o sono, que muitas vezes, no seu caso, também o abandonava. Já não se tocavam há tanto tempo, que já esquecera os caminhos do seu corpo… Porque não conseguia tomar uma atitude, bater com a porta e seguir com a sua vida? Não eram os netos que o prendiam seguramente? E os filhos alheavam-se, não querendo interferir. E depois o tempo, esse implacável inimigo, ia escorrendo as horas e os minutos da vida num inocente pingar aparentemente indolente, mas que devorava os anos sem darmos conta que era a nós que devorava, por dentro e por fora, que nos fazia olhar no espelho e ver um qualquer estranho de cabelos grisalhos com uns quilos a mais…. - Estou tão diferente! Seria por isso que o amor entre eles tinha acabado? Um e outro tinham mudado … Então era isso, a culpa era do tempo, esse implacável inimigo! Mas Xavier sabia que se estava a enganar a si próprio. Não era culpa do tempo, era culpa deles, de ambos. Tinham deixado o amor morrer, esvair-se numa solidão sem retorno. Não havia ternura, nem bons-dias, nem como estás, tudo bem? Não havia falas, nem abraços, nem caricias, nem partilhas.

Não havia magia nem toques, nem amo-te muito. Não havia cama, nem toque, nem aconchego. Não havia mãos entrelaçadas, nem cabeças no ombro um do outro. Não havia olhares cúmplices, nem sorrisos iluminados. Havia apenas vazio. Um vazio que tinha tomado conta de tudo, e que fazia acreditar que nunca tinha existido nada E os filhos, e os netos? se estão cá, é porque nos amámos um dia, Maria Luísa….um dia, há muito, muito tempo atrás. Há muito tempo atrás, quando os filhos eram pequenos, havia olhares cúmplices, mãos entrelaçadas, aconchego, beijos, tantos beijos…cabeças no ombro um do outro, pequenos toques e cama, muita cama…e não havia vazio, tudo estava preenchido, como devia ser. - Maria Luísa és linda. Amo-te tanto! Diziam os nossos olhos, as nossas mãos, os nossos lábios! E não se dava pelo tempo, esse implacável inimigo. Os miúdos cresciam mas eu e tu ainda estávamos lá, apaixonados. Xavier pensava em tudo isto enquanto conduzia para o trabalho. As rotinas, essas terroristas do tempo, tinham vencido. Na sua vida já nada era espontâneo, já não havia projetos nem novos objetivos que pudessem partilhar os dois e que lhes dessem a boa adrenalina de se moverem os dois na mesma direção, de continuarem a vida para a frente, sem obrigações pelos filhos ou pelos netos, mas apenas por eles, porque era bom sentirem-se unidos e vivos e fazer coisas diferentes. Mas ao fim destes anos todos, a chama tinha-se apagado lentamente e nenhum tinha tido a coragem de a reacender. Agora, mesmo que quisesse, Xavier já não seria capaz de fazer nada. Já tinham ultrapassado a fase das discussões, das recriminações e do choro e falavam apenas o essencial. Maria Luísa também não parecia importar-se de levar a vida naquela direção e nunca o questionava sobre nada. Fazia a sua vida independente, tinha a pintura, os netos, as amigas. Parava pouco em casa. Seria feliz assim? O mais difícil era os fins-de-semana. O tempo, esse implacável inimigo! … Sobra sempre tempo para os que já não amam e nada partilham. Refugiava-se a maior parte do dia no silêncio do escritório, a ler ou mesmo a trabalhar. Por vezes os netos apareciam para fazer uma visita ou para jantar, e o tempo passava mais depressa, perdido, nas perguntas e brincadeiras infantis. - Avô o que estás a fazer? - Avô vem brincar connosco! Xavier entrou no estacionamento, parou o carro e dirigiu-se ao elevador. Quando entrou no escritório de advogados onde trabalhava, a secretária veio ao seu encontro. - Bom dia Dr. Xavier, a sua agenda está cheio hoje, já estão á sua espera na sala para uma reunião! - Obrigada, Isabel, vou só deixar a pasta no meu gabinete, vou já. Os pensamentos, esses, sacudiu-os. Ainda bem que tinha um dia bem cheio á sua frente. Era do stress, dos problemas, dessa adrenalina que se alimentava. Era assim que se sentia vivo! Afinal, é tão difícil Amar!... Agosto de 2016 / Leonor Leal


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Cruzeiro no Alqueva

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hegou ao fim mais um ano letivo, o primeiro desta caloira aqui na USO, organizado pela Associação Sénior de Odivelas e, a exemplo de anos anteriores, realizou-se mais um passeio de final de ano. Ponderei se haveria de participar ou não, afinal sou estreante nestas andanças e não conheço ainda muita gente. Mas depois pensei, porque não? Nada como um bom convívio para ficar mais integrada e conhecer melhor as pessoas! Sexta-feira quente de Junho, toca a levantar cedo e a descartar o pequeno-almoço para não perder a partida marcada para as 7h30 da manhã! Não tem importância, pensei, teremos de parar a meio do caminho, e dará, certamente, para comer qualquer coisa! Bom, afinal com o atraso na partida de quase duas horas, mal houve tempo para engolir um café e um bolo numa estação de serviço apinhada de gente, com fila para a casa de banho, fila para pagar, fila para fazer o pedido ao balcão e a “ameaça” de que ficaríamos em terra senão nos despachássemos! Ufa! Pensei que passeios de seniores seriam mais tranquilos.… Todos a bordo? Vamos lá embora a caminho do Alqueva…

A curiosidade era grande, uma vez que ainda não visitara o maior lago da Europa, e o dia, esplendoroso, piscava-nos o olho e convidava-nos a desfrutar da beleza da paisagem. Chegámos finalmente ao destino onde, na Amieira Marina, nos aguardavam os barcos para o tão esperado cruzeiro fluvial. Tudo ajudou para que este cruzeiro fosse de encontro às minhas expectativas! A grandiosidade do lago onde a paisagem dourada vinha descansar num quebranto acalorado, as águas serenas salpicadas de pequenas ilhas, testemunhos de antigos montes alentejanos, o sol quente que convidava a sentir a brisa cá fora, tudo pedia que aprisionássemos estes momentos nas nossas memórias e nas nossas máquinas fotográficas. Aproveitei, como muitos outros, para me deliciar cá fora na proa e sentir no rosto o sol e o vento quente. Eu e os barcos damo-nos bem. Marca talvez deixada por um avô marinheiro, quem sabe?! Ao fim de mais ao menos uma hora e meia de cruzeiro, regressámos ao porto de embarque pois aproximava-se a hora do almoço e muitos de nós já começávamos a sentir o chama-


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mento de uma refeição reconfortante. Lá voltámos então para os autocarros que nos deixaram no Restaurante “O Aficionado”. Por entre as entradas, o Bacalhau à Alqueva e a sobremesa de gelado, fomos convivendo com os vizinhos mais próximos e com os conhecidos, escoando-se a tarde num frenesim barulhento e num calor pesado que antecipava a chegada do Verão. E para coroar o dia ainda houve música ao vivo e baile! Nada melhor do que um pezinho de dança para animar o espírito, soltar o corpo e aumentar o ritmo cardíaco! E não é que a “pista de dança” se encheu? É claro que também acabei por me envolver no baile! Afinal nada melhor para descontrair e ajudar a digestão (que o lanche ainda estava prometido no menu). O tempo voa quando estamos bem. E a tarde dançante chegou ao fim. Os autocarros aguardavam-nos para a viagem de regresso. Voltámos, cansados mas felizes. Puxa, pensei, estes seniores são danadinhos para a diversão! Quem disse que a reforma trazia a apatia e a monotonia, não sabe do que fala! A reforma e a senioridade não são sinónimas de morte antecipada, mas são, sem dúvida, um novo recomeço, para os que, como eu, deixámos a vida profissional. A vida profissional, mas não a Vida! Que essa, tem muito mais sabor quando se tem todo o tempo do Mundo para se dedicar ao que se gosta, mergulhar em atividades que nos dão prazer e em novos projetos que nos preenchem! Engraçado como a idade nos ensina a aproveitar melhor todos os momentos que a vida nos dá, sem preconceitos nem pruridos, nem medo do ridículo. É para a diversão? Então vamos nessa. É para isso que cá estamos! Toca a comer, a beber, a dançar, a conviver e a saborear as pequenas alegrias da vida, porque, para nós, o futuro é hoje. Por isso, Carpe diem (Aproveite o Dia) e Viva a vida!

Leonor Leal


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Exposição de alunos da USO na Biblioteca Municipal de Odivelas

O dia 25 de Outubro amanheceu risonho convidando a uma saída até à Biblioteca Municipal de Odivelas, onde seria inaugurada uma Exposição da Universidade Sénior com alguns trabalhos feitos pelos alunos. Estiveram presentes entidades da Câmara Municipal de Odivelas, Junta de Freguesia, as Senhoras Presidente, e Diretora do Instituto Superior de Ciências Educativas, assim como alguns alunos. Pintura – Tema livre Estavam expostos alguns trabalhos com lindos assuntos diversificados, apresentados em pequenos, médios e grandes quadros, onde podíamos observar a imaginação de cada um. Fotografia - Paisagens “A Natureza no Olhar dos Nossos Seniores” foi apresentada

em dois painéis bem organizados, com vinte imagens, recolhidas com ternura, em dias já passados. Artes Decorativas – Tema livre Em vitrines repousavam “indolentemente” as tarefas de cada um dos seus autores, as quais, no fim de serem admiradas, seguiriam o rumo para que tinham sido destinadas. Foi a primeira vez que o bonito espaço da Biblioteca “acarinhou” uma exposição da USO, com trabalhos dos alunos seniores. Penso que todos nós gostamos da ideia de associar os trabalhos literários aos trabalhos artísticos. Aline Oliveira

Tradições natalícias As tradições estão a perder-se na poeira dos tempos. A época natalícia, dedicada à família já não é a mesma. Apenas o calendário nos vai dando a informação que o dia 25-12 se vai aproximando. Algumas amigas, com a experiência oferecida pelos anos de uma vida sem rosto, afirmam não gostar do Natal. Essa data festiva não é sentida de maneira semelhante entre muitas pessoas. Umas, por falta de recursos financeiros, vivem o Natal com a esperança de momentos mais agradáveis, ou com a tristeza de poder oferecer aos entes queridos, apenas muita ternura às vezes perturbada por emoções que se instalam sem ser convidadas. Outras com vidas sofridas acabam por optar viver sozinhas. Há muitos casais separados e os filhos, quando existem, passam a época festiva com o pai, ou com a mãe. Essas crianças, ou esses jovens, tornam-se adultos e o que representará para eles, um dia mais tarde, o Natal? Será que conseguem viver a ilusão de um “Menino Jesus”, ou um “Pai Natal” descendo a chaminé para distribuir prendas? Existem as famílias com vida equilibrada, vivendo sem problemas uma boa Consoada. Há comida, roupas, brinquedos, calor humano, alegria, música ambiente e todos os presentes transpiram contentamento, com um momento de reflexão pelos ausentes. Os que não puderam vir e os que não voltam mais.

Entre as famílias com muito dinheiro, aparentemente não há problemas. Algumas auxiliam os menos favorecidos e isso dálhes felicidade. Outras não gostam de ajudar, a sua maneira de ser teremos de respeitar. Às vezes nem sonhamos os dramas que se escondem por detrás dessas lindas fachadas! O Natal já não é vivido como alguns anos atrás; é natural que o espírito natalício tenha alterações, tal como a nossa vivência diária vai tendo ao longo dos anos. Aline Oliveira


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O teatro aqui ao lado

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Grupo de Teatro da Sociedade Musical Odivelense, levou à cena nos dias 5 e 6 de Novembro, na sua Sala de Espetáculos, a peça A Última Esperança – Aristides de Sousa Mendes. Com texto original da escritora Paula Nunes, que também integra o elenco, e que de uma forma clara, simples mas sentida, tão bem retrata o drama vivido em tempos negros da nossa história, na vida e obra de quem nela se destacou. Numa brilhante interpretação de um elenco de luxo, dele destacando a sua autora e encenadora Paula Nunes, salientamos ainda a excelente intervenção de Henrique Ribeiro, (professor da Disciplina de Comunicação da USO), bem como a de Antero Canelas, (nosso colega), que numa arrebatada interpretação, veste a pele do seu protagonista, transpondo para o auditório toda uma carga dramática, deixando o espetador emocionado, a aplaudir de pé. Bravo! O Grupo de Teatro da SMO composto pelos seus doze atores, técnicos e restantes colaboradores, está de parabéns, pelo magnifico trabalho apresentado, demonstrando assim que o

Teatro Está Vivo e de Boa Saúde. Viva o teatro! Flora Freitas

Aristides de Sousa Mendes

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riundo de Cabanas de Viriato, em 19 de Julho de 1885, o menino nunca imaginou que seria um dos grandes heróis do Séc. XX, tardiamente reconhecido, por desobedecer ao Governo Salazarista, cujo regime terminou em 1974. Fez uma carreira Diplomática em cidades de Espanha, Brasil e África. O cargo mais forte, foi no Consulado de Bordéus, em 1939, durante a 2ª Guerra Mundial, onde salvou mais de trinta mil Judeus, abrindo-lhes as portas da ansiada Liberdade a muitos refugiados, perseguidos pelo holocausto criado por Hitler. O Presidente do Concelho Português humilhou Aristides, com uma reforma não remunerada, excluindo-o das suas funções da passagem de vistos e de exercer o seu Curso de Direito. O nosso grande Humanista e seus 14 filhos foram também perseguidos. Aristides de Sousa Mendes faleceu pobre, a 3 de Abril de 1954. Em muitas cidades do Mundo, existem justas homenagens à sua memória. Justina Valadas


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S. Martinho - Um dia diferente

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ia de S. Martinho, um dia diferente de todos os outros. O almoço convívio da Universidade Sénior de Odivelas estava muito bem organizado. Cerca de cento e quarenta associados puderam desfrutar de umas horas bem passadas, em companhia uns dos outros. A sala do restaurante “A Quinta do Bretão” em Caneças era muito grande e as mesas estavam muito bem postas. Lá fora, um espaço amplo, bem cuidado, com jardins muito agradáveis, onde começaram a ser servidas as entradas, sumos variados, outras bebidas, vinho tinto e branco, a que se seguiu o almoço e tudo estava delicioso. No final do almoço começou o bailarico e foi muito divertido. Somos todos uma família e isso fez-me sentir muito bem, porque estou a passar por uma situação difícil. Por isso, este dia foi muito bom para mim. A carne assada e as batatinhas com castanhas no forno estavam deliciosas. As sobremesas foram levadas pelos associados e colocadas numas mesas grandes. Tinham muito bom aspeto e também havia fruta muito boa, a compor o colorido. Acabou assim no final da tarde de sexta-feira, um S. Martinho feliz para todos, muito bem aproveitado.

Pilar Alvarez Lopes

Fotografias: Celestino Costa


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18º Aniversário do município de Odivelas

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o dia 19 de Novembro o município de Odivelas celebra 18 anos da sua subida a concelho, o seu lema é: Somos todos Odivelas. Acho que está bem escolhido. A data é importante porque a CMO atingiu a maioridade. Para os festejos foram escolhidos quatro jovens que, também eles, nasceram na mesma data. As suas fotos, espalhadas pelos quatro cantos de Odivelas lembram aos munícipes do concelho este acontecimento. As celebrações foram de 17 a 21 de Novembro e são variadas, contudo quero aqui salientar a cerimónia ocorrida no dia 19 no Pavilhão Multiusos onde os discursos e as medalhas tiveram ponto alto. Depois do discurso do Presidente da Assembleia Municipal, a que se seguiu o discurso do Presidente da Câmara (sempre com elevado orgulho no trabalho prestado aos munícipes como é da praxe) seguiu-se a entrega das medalhas de bronze aos funcionários autárquicos que completaram quinze anos, (como tudo mudou antigamente seriam necessários trinta anos para que tal acontecesse) é a “fruta do tempo, amadurece mais depressa”. Espero que todos tenham merecido essa condecoração, porque executar bem o seu trabalho, com ou sem medalha é o seu dever. Foram depois entregues as medalhas às entidades que se destacaram por prestarem serviços considerados relevantes. A Associação Sénior de Odivelas foi homenageada com uma medalha de prata. Parabéns D. Isabel Martins por ter sido a principal obreira deste projeto (sei que outros sócios/alunos/ as também nele participaram) e ter levado a cabo esta tarefa que é reconhecida por todos os associados e, ainda bem, pela CMO. Eu, tal como outos alunos da USO, estivemos a apoiar este acontecimento. Bem-haja D. Isabel Martins Fátima Camacho

Fotografias: Luísa Licias


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Aniversário do Grupo de Voluntariado da ASO O Grupo de Voluntariado da Associação Sénior de Odivelas “De Coração Aberto” celebrou, no passado dia 18 de novembro, mais um ano da sua existência. Este Grupo foi criado há cinco anos atrás, motivado apenas pela vontade de chegar de uma forma mais ativa à população do nosso Concelho, mais carenciada e cada vez mais isolada do mundo exterior. Esta é a realidade com que, infelizmente, somos confrontados no dia a dia e que, por vezes, estando mesmo ao nosso lado, nem reparamos nela. O objectivo do Grupo sempre foi o de alertar esta situação, tentando minimizá-la revertendo-a, dentro do possível, num melhor sentido. E foi com este espírito que abraçámos tal causa. Tendo, desde a primeira hora, como pilar central deste projeto a Srª D. Isabel Martins, que desde logo o apoiou com entusiasmo e toda a força, disponibilizando-se para tudo o necessário e como pioneiro e obreiro, o nosso colega Antero Canelas que, na hora, com os poucos recursos, deu o arranque inicial para que pudéssemos chegar até aqui, estando certos de que em todo este percurso, garantimos a continuidade do seu trabalho. Mantendo-se o Grupo sensível às solicitações de ajuda de carácter social que lhe vão chegando, às quais vai sempre tentando corresponder com a disponibilidade possível fazendo o seu melhor. Muito embora o seu objetivo principal seja o acompanha-

De Coração Aberto A Instituição da Santa Casa da Misericórdia da Póvoa de Santo Adrião, numa parceria com o Grupo de Voluntariado “De Coração Aberto” da Universidade Sénior de Odivelas, deu origem a uma iniciativa, no dia 2 de novembro deste ano, com a temática ternurenta "Há 1 fio que nos une… o amor", a qual teve a participação da USO, Santa Casa e ainda de todos aqueles que, de coração aberto, se disponibilizaram para ajudar a enriquecer um projeto tão especial como este. O objetivo inicial era a entrada no Guiness com o maior cachecol elaborado por todos, o que, infelizmente, não foi conseguido, apesar da enorme adesão que se verificou, tendo-se reunido muitos exemplares, os quais foram expostos nas paredes e portas da Santa Casa, conferindo-lhe um ambiente alegremente cromático e pleno de calor humano, arquitetado com base nos sentimentos. Contudo, será efetuada uma venda solidária, cuja receita reverterá a favor daquela instituição, com vista ao melhoramento das condições de vida a oferecer aos idosos. A Exposição teve o enorme apoio da Direção, Dra. Sandra, Dra. Ana, Dra. Cátia e Dra. Piedade. Houve as visitas importantes do Presidente da Câmara de

mento aos nossos idosos, que cada vez mais se sentem isolados e entregues a si próprios, damos a nossa colaboração em campanhas de solidariedade comunitária, como sejam os Peditórios da Liga Portuguesa Contra o Cancro e as Campanhas da Cruz Vermelha Portuguesa e igualmente lançamos Campanhas Internas de Recolha de Bens de Primeira Necessidade, cujo produto reverte a favor de Instituições de Apoio Local. Para continuarmos a fazer mais e melhor, precisamos do Apoio de todos, porque todos não somos demais. Temos as portas abertas para quem queira juntar-se ao Grupo e Ajudar. Serão sempre recebidos … “De Coração Aberto”

Odivelas, Dr. Hugo Martins; o Sr. Provedor, Dr. Carlos Ferreira; Vice-Provedora, Dra. Manuela; Vereadora da Cultura e de Ação Social, Drª Fernanda Franchi e Presidente da Junta da União de Freguesias da Póvoa de Stº. Adrão, entre outros, que deram a honra das suas presenças evidentes nos seus discursos amáveis. Justina Valadas Flora Freitas


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Falar por falar!

Há um provérbio que diz "a falar é que a gente se entende". E, de facto, há nesta frase muito de verdadeiro. No entanto, atualmente fica-se com a ideia de que, muitas vezes, não se sabe falar porque já não se sabe ouvir (e/ou ouvir-se). Quando quisermos falar durante dez minutos para uma plateia num auditório/painel/conferência precisamos, dum modo geral, de alguns dias de preparação, para meditar, escrever e anotar o conteúdo da nossa exposição e ajustá-la ao tipo de audiência para quem iremos falar. Assim, ao passarmos à escrita a nossa exposição, conseguimos reunir dois aspetos interessantes e não menos importantes: o falar sozinho e o falar para os outros (os recetores). O falar é, sem dúvida, um efeito natural. No entanto, não raramente nos arrependemos de falar pouco e, com muita frequência, de falar demais. Por isso, antes de falar, devemos fazer uma pausa para pensar e medir bem as palavras que vamos dizer e para quem e como as vamos proferir. Certamente já muitas vezes todos tivemos vontade de dizer umas quantas verdades. Mas, ao lembrarmo-nos que as nossas palavras poderiam magoar e ferir mais do que uma dor carnal, não o fizemos. Afinal, a dor do coração é a arma e o escudo do homem. Sem dúvida que as palavras têm muita força e também ao longo da vida fomos aprendendo que o tempo cura, que a

mágoa passa, que a deceção não mata, que o hoje é reflexo do ontem e que os verdadeiros amigos permanecem e que os falsos se vão embora. Compreendemos ainda que, para além da força das palavras, o olhar não mente e que viver é aprender com os erros. Na “escola da vida” também aprendemos que tudo depende da vontade e que o melhor é sermos nós mesmos e que o segredo da vida, é viver! Nesta pequena crónica e reflexão em que estamos a “falar por falar” deixo-vos aqui a mensagem de que “nunca nos devemos esquecer que hoje pode ser o melhor dia das nossas vidas e que talvez só descubramos isto amanhã! ─ Teremos então perdido a oportunidade de aproveitar o melhor dia da nossa vida!”. Por fim e ainda neste “falar por falar” devemos dizer que estamos gratos pelas dificuldades que passámos na vida. Elas foram nossas grandes adversárias mas foi, graças a elas, que as nossas vitórias se tornaram muito mais saborosas! Vasco Lopes da Gama

A USO também é cultura...


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Exposição de Azulejos no Centro de Exposições de Odivelas paredes do Metro, em Lisboa. Em Odivelas, observámos ao vivo, azulejaria de Heitor Pais, Jaime Lopez e de autores desconhecidos, elaborados com óxidos, tintas de fogo e corda seca. Visitámos também a Oficina de Restauro, cujas peças serão posteriormente patentes ao público, para nossa contemplação... Justina Valadas

O Centro de de Exposições de Odivelas organizou dia 18 de Novembro, uma visita simpaticamente guiada pelo Dr. Miguel Ferreira e pela Dr.ª Cristina Oliveira, para um grupo de alunos da USO, deixando-nos visivelmente muito cativados e até mais conhecedores do tema sobre Azulejaria, em Portugal. Havia painéis fotografados, cujos originais se encontram em alguns Palácios, Igrejas, Instituições, Escolas e em diversos Edifícios Estatais e particulares. Cito alguns exemplos: um quadro de tradição islâmica do séc. XV numa Mesquita, em Portugal, com influências de Itália e de Flandres. Do séc.XVI, "O Cavaleiro de Antuérpia", patente no Palácio de Vila Viçosa. Do mesmo período, "O Mostrengo", fantástica obra de Jorge Colaço, inspirado nos "Lusíadas" e exposto no Palácio Hotel do Buçaco. Vimos também uma produção Joanina, no Reinado de D. João V, do Séc. XVIII. Após o terramoto de 1755, que destruiu o nosso País, com grande incidência em Lisboa, o Marquês de Pombal ordenou a recuperação dos padrões bucólicos pombalinos, restaurando o concheado irregular, estilo Rocócó, em várias igrejas. No séc. XIX, surge o ecletismo e romantismo, destaque para o artista J. Colaço, cujos painéis admiráveis ornamentam a Estação de comboios S. Bento no Porto, representando episódios da História de Portugal: a Lealdade de Egas Moniz ao seu jovem Rei D. Afonso Henriques, que se recusou a prestar vassalagem ao Rei Afonso VII de Leão. Outro painel de Colaço, é a entrada no Porto do Rei D. João I e D. Filipa de Lencastre, para o seu Real casamento. No séc. XX há azulejos importantes de Rafael Bordalo Pinheiro, Jorge Barradas, Júlio Pomar, Gargaleiro e Helena Vieira da Silva, expostos em Instituições, belas Galerias e até nas


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São os votos do Correio da Seniorlândia

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to spread peace, harmony, and love Amongst the enraged peoples. Without race, faith and hatred Only with my magic, Abolish hunger and death, and create a better place Without war And all its losers

A dança da lua

Eu

sou dona da lua

à noite, ela espreita pela janela balança-se, e eu danço com ela. Falo-lhe baixinho e com ternura dos muitos sonhos que o vento me leva presos nas nuvens que passam correndo dispersos numa constante procura da noite que se banha ao luar da saudade que se passeia pelo tempo da liberdade que anda à solta a vadiar e que ninguém consegue fazer parar. Eu

sou dona da lua à noite, ela vem ver-me à janela encosta-se, e eu adormeço com ela.

Christmas I want to be A fairy of good doing With my wand touching anywhere and everywhere

2016, que vai vivendo com avidez seus últimos momentos neste planeta, depois será apenas recordação, para os que ficam e os que virão. Se tiveres alguma influência benéfica junto daqueles que gostam de guerrear, não são tolerantes, não gostam de comunicar, sentindo-se felizes com a infelicidade dos outros seres humanos que vão sofrendo os horrores da destruição de suas casas, seus empregos, estando constantemente em risco de também perder a vida,… ilumina-lhe a alma, adoça o coração de cada um, tenta que eles pensem no bem comum. A vida de cada um de nós foi e é, uma maravilhosa dádiva divina. Os seres humanos poderiam aproveitá-la para construir um mundo mais aperfeiçoado onde todos se unissem com afinco para continuar a magnífica obra que encontramos, quando começamos a perceber o encanto, do canto onde viemos parar, sem possibilidade de escolher, apenas com o dever de aceitar. Será possível, um dia, todos se entenderem? A nossa passagem é muito curta para ser desperdiçada em cultivar a maldade, a inveja, o ódio muitas vezes patente no coração da humanidade. Confesso que às vezes me sinto incrédula no meio de tanta confusão e maldade.

Fátima Dias

Menino Jesus Os dias correm velozmente aproximando-nos com rapidez do final deste ano

Já lá vão muitos anos pedia-te brinquedos, ou uma roupa nova e bonita! Montanha acima olho para trás. Hoje peçote humildemente que intervenhas, para que haja luz… e paz. Aline Oliveira

Luísa Licias

Magic Christmas

Neste Natal quero ser Uma fada do bem fazer, Com a minha varinha tocar Em todo e qualquer lugar E logo fazer aparecer Paz, concórdia e amor Entre povos enraivecidos, Sem raças, sem credos, Sem ódios Só com a minha magia De fada do bem fazer Extinguir a fome, a morte E fazer um Mundo de sorte, Sem os Senhores da guerra E sem os pobres vencidos!

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