O SÃO PAULO - 3048

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Semanário da Arquidiocese de São Paulo ano 60 | Edição 3048 | 23 a 28 de abril de 2015

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Imprensa CNBB

Cardeal Odilo Pedro Scherer participa de sessão comemorativa aos 50 anos do Concílio Vaticano II durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB, na qual é eleita a nova presidência da Conferência

Bispos revisam Diretrizes Gerais e elegem nova presidência da CNBB “Ajudar a cumprir as decisões e propostas do episcopado brasileiro”. Essa é a missão da presidência da CNBB nas palavras de Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasí-

Reduzir a idade penal resolverá o problema da violência no País? Em entrevistas ao O SÃO PAULO, os conselheiros tutelares Valdison Pereira e Gledson Deziatto, o deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) e a doutora Ana Paula Grillo, diretora secretária da União dos Juristas Católicos de São Paulo, avaliam as complexas realidades que envolvem o projeto de redução da idade penal, de 18 para 16 anos, que voltou a tramitar no Congresso com a Proposta de Emenda à Constituição 171/93, que visa alterar a redação do artigo 228 da Constituição, cuja admissibilidade foi aprovada em 15 de março.

lia, eleito presidente da Conferência, na segunda-feira, 20. Durante a 53ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP), os bispos atualizaram as Diretrizes Gerais da

Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, as quais, segundo o Cardeal Scherer, arcebispo de São Paulo, “trazem o horizonte da situação social, política e eclesial em mudan-

ça” e também “a marca dos ensinamentos e apelos do Papa Francisco, sobretudo na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium”. Páginas 3, 14 e 15

Foi genocídio!

Página 11

genocidioarmenio.com.br

Papa lamenta naufrágio e cobra ação de autoridades Páginas 4 e 9

Atenção a imigrantes exige compromisso mundial urgente Página 17

Após serem levados pelo governo turco como aliados para, supostamente, construir estradas ao longo da 1ª Guerra Mundial, armênios são mortos

Após cem anos, o povo armênio não teve o reconhecimento do genocídio, que exterminou 1 milhão e 500 mil pessoas, pelo então Império Otomano, atual Turquia. O Brasil ainda não fez o reco-

nhecimento e a última nação a fazê-lo foi Alemanha, no dia 21. Em toda a América Latina, Igrejas têm unido forças aos armênios nesta causa. Em 8 de maio, às 19h, haverá missa na Catedral da Sé, e

no dia 2 de agosto, encerra-se a programação do Centenário do Genocídio Armênio no Brasil, com missa no Santuário Nacional de Aparecida (SP). Páginas 12 e 13


2 | Ponto de Vista |

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Editorial A força dos símbolos

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xistem dois princípios básicos que são aceitos com unanimidade e que balizam o trabalho das empresas especializadas em estratégias de comunicação. O primeiro diz que existem apenas dois tipos de instituição: a que já sofreu e superou uma crise e a que ainda irá passar por uma. O segundo princípio dita que as crises, se bem gerenciadas, servem para aprimorar as instituições. A Igreja Católica ao longo de 21 séculos de história sofreu e teve que lidar com diversas e diferentes crises: das perseguições promovidas pelo império romano nos primeiros séculos da era cristã àquelas promovidas pelos regimes ateus e totalitários que marcaram o século 20, até o atual genocídio dos “adoradores da cruz” em países no oriente e no continente africano com forte atuação do Estado Islâmico. Na Europa, a crise que afeta o Cris-

tianismo tem raízes no iluminismo e é impulsionada pelo o que o papa emérito Bento XVI denominou “ditadura do relativismo”. Usando a desculpa da separação entre a Igreja e o Estado, países que outrora tinham forte identidade cristã, negam suas raízes culturais e expulsam do ambiente público os símbolos cristãos e junto com eles os valores que, em boa parte, os consolidaram como nação. O resultado mais enigmático dessa crise são conventos que se tornaram hotéis em Portugal, templos católicos e protestantes dessacralizados e vendidos na Holanda, Inglaterra, Irlanda, Alemanha e que se tornaram restaurantes, bares, cervejarias e até mesmo pistas de skate. No Brasil e na América-latina, a crise se manifesta principalmente com a migração de cristãos do Catolicismo para as igrejas autodenominadas evangélicas. Esse estado de coisas exige uma refle-

xão séria por parte da Igreja católica em muitos aspectos. Entre eles, a necessidade de resgatar o seu universo simbólico que, nos últimos anos, foi em boa medida descuidados, comprometendo a sua visibilidade em meio aos espaços públicos e poder de comunicação. Pense, por exemplo, que as procissões e festas litúrgicas da Igreja Católica foram fontes de inspiração para muitas empresas descobrirem o valor dos eventos como forma de promoção da instituição; que a eficácia da cruz como símbolo chamou a atenção de profissionais do marketing para a necessidade da criação de um logo visual simples para identificar marcas; que o hábito eclesiástico, além de ajudar os religiosos a não cair nem no desleixo e nem no consumismo, lhes confere visibilidade e identidade; que o som dos sinos propagados a partir de altas torres até seis vezes maiores

que as demais construções locais podem atingir quase a totalidade dos habitantes de um bairro ou pequena cidade. Hoje, por razões diversas, muitos templos católicos são construídos obedecendo a um padrão estético focado na mera praticidade e sem identidade simbólica ou visual. Os afrescos com cenas bíblicas deram lugar a paredes brancas; sacrários foram relegados a um canto separado e escondido ao interno da Igreja; altares de pedra foram substituídos por mesas de madeira que podem ser removidas para adaptar o espaço a outro uso, e fachadas com torres que por si só, além de identificar a construção como templo sacro, são um convite à transcendência, ficaram iguais a outras construções, não poucas vezes parecidas com um grande galpão. O resultado é uma igreja esteticamente fria, sob o ponto de vista comunicativo, inexpressiva, invisível e sem diferencial.

Opinião Evangelho da vida: por uma teologia do corpo e da família Sergio Ricciuto Conte

José Mário Brasiliense Carneiro No dia 25 de março, a encíclica Evangelium Vitae, de São João Paulo II, completou 20 anos. Sua mensagem central é a inviolabilidade da vida humana, que tem sua origem e fim em Deus Pai, que se revelou no Filho, Redentor do homem. Sensível à dignidade da pessoa humana, João Paulo II nos ensinou que o Evangelho deve ser proclamado como a feliz notícia do nascimento de um menino: o Messias, que funda e plenifica a alegria por cada criança que nasce no mundo. Trata-se de um belíssimo texto que lança as luzes da verdade, fé e razão sobre as sombras do relativismo e assim desperta as pessoas da anestesia da consciência que as impede de ver no outro um semelhante. Para celebrar essa encíclica fundamental, ocorreram no Brasil eventos com a participação de Monsenhor Lívio Melina, presidente do Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e a Família. Em São Paulo, foram dois encontros promovidos pelas Cátedras Franco Montoro de Direito da Família e João Paulo II para Nova Evangelização, em conjunto com o Núcleo Fé e Cultura, todos na PUC-SP, em 26 de março. Monsenhor Melina apresentou os traços essenciais de uma teologia da

família, recordando João Paulo II, que surpreendeu a opinião pública e a comunidade eclesial ao tratar do amor entre homem e mulher com uma conotação antropológica que vê a família cristã na perspectiva da evangelização. Ele apresenta a relação entre homem e mulher como parte da imagem divina impressa no ser humano. Dos casais originam-se as relações fundadas na revelação da vida íntima de Deus como comunhão de três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Monsenhor Melina reafirmou que a família permanece um fenômeno inerente à dimensão inter-

pessoal da existência. O mistério de cada pessoa e cada família se exprime em uma modalidade específica de conhecimento, que exige a superação do horizonte racionalista. A razão não deve excluir o que a supera, mas sim abrir-se à realidade na totalidade dos seus fatores, entre eles, a transcendência. Por outro lado, a especificidade da missão da família cristã na sua relação com a missão da Igreja decorre do fato de que a comunhão de pessoas está ligada à dimensão da corporeidade. Por isso, nos dizeres de Monsenhor Melina, é decisiva uma teologia do corpo inerente ao amor humano.

O corpo é o lugar da hospitalidade e da realidade que, tocando o ser humano, o provoca e interpela. A percepção erótica desperta o sujeito, pois faz abrir os olhos sobre o outro, não como uma coisa e sim como alteridade que não me pertence, mas a quem simultaneamente me ofereço. Um outro que é para mim e um eu que é para o outro. A diferença sexual do corpo masculino e feminino remete a um dom de si total, fecundo e aberto à vida. Essa perspectiva de João Paulo II encontra eco nas palavras e ações do Papa Francisco, que quer oferecer uma esperança concreta a todas as famílias, em especial, às famílias feridas, aos homens e mulheres incertos, às pessoas que esperam uma resposta para sua vida. E, finalmente, seguindo as reflexões de Monsenhor Melina, a comunhão do corpo se realiza no corpo místico que é a Igreja: comunhão de pessoas que se tornou possível pelo dom de Cristo. E a Eucaristia, por sua vez, é o sacramento da única e irrepetível doação de Cristo, que permite a união do corpo da Igreja e da família entendida como Igreja doméstica e missionária. José Mário Brasiliense Carneiro é advogado com doutorado em Administração; Diretor da Oficina Municipal, uma escola de cidadania e gestão pública vinculada à Fundação Konrad Adenauer; e conselheiro do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP. É pós-graduado em Teologia pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma.

As opiniões expressas na seção “Opinião” são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, os posicionamentos editorais do jornal O SÃO PAULO.

Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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cardeal odilo pedro scherer Arcebispo metropolitano de São Paulo

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Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunida em sua 53ª. Assembleia Geral, em Aparecida, acaba de aprovar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja em nosso País para os próximos quatro anos. A própria Assembleia Geral quis que não fossem Diretrizes inteiramente novas, mas uma atualização daquelas que já estavam valendo para os anos 2011 a 2015. O processo de elaboração das Diretrizes está previsto no Regimento da CNBB: após a avaliação do quadriênio que se encerra, uma Comissão encarregada apresenta um projeto de novas Diretrizes; segue a reflexão em plenário, o trabalho de grupos para apontar eventuais alterações ou complementações; as sugestões são apresentadas e a Comissão procura integrá-las no Projeto das novas Diretrizes que, finalmente, é submetido à votação, parágrafo por parágrafo, dos participantes da Assembleia Geral. As Diretrizes agora aprovadas mantêm suas referências no grande horizonte das Conclusões da Conferência de Aparecida. Ainda há muito estímulo e orientação daquela grande Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe a serem assumidas e levadas à prática, para dinamizar a evangelização no Brasil. A

Urgências na evangelização meu ver, trata-se, sobretudo, da sólida fundamentação cristológica da vida e da ação eclesial e da conversão missionária de toda a Igreja. Sem estarmos continuamente voltados para Cristo para, novamente, partir dele para a ação própria da Igreja no mundo, corremos o risco de desvirtuar o trabalho da Igreja, de perder a força sobrenatural que anima a vida da Igreja e de contar apenas com projetos humanos, como em qualquer outra iniciativa humana. A Igreja tem sua razão de ser em Jesus Cristo, em sua missão e em sua força salvadora. Por outro lado, a Igreja existe para a missão, para evangelizar. Por isso mesmo, ela não pode se preocupar apenas com sua “sobrevivência” ou preservação: ela precisa colocar-se em estado permanente de missão e ser “uma Igreja em saída”, como ouvimos do Papa Francisco. Há ainda muito a se fazer para introduzir esta nova mentalidade em todas as organizações e iniciativas da vida eclesial: na Igreja, tudo tem um objetivo missionário, mesmo quando se trata de defender e alimentar a fé daqueles que já creem e participam da vida eclesial. A Igreja não pode fechar-se em si mesma, mas precisa ter sempre diante de si o horizonte missionário. As novas Diretrizes integraram os mais recentes apelos e orientações do Papa Francisco à Igreja. Nas Diretrizes anteriores, ainda não tínhamos o Papa Francisco, nem suas palavras iluminadas e suas orientações

apaixonadas para que a Igreja se volte para as questões mais urgentes da missão. As novas Diretrizes estão profundamente impregnadas pelas orientações da Exortação Apostólica Evangelii Gaudium; mesmo a Bula Apostólica do Ano Santo extraordinário da Misericórdia – Misericordiae Vultus, de 11 de abril passado, já é levada em conta nas novas Diretrizes. As “urgências da ação evangelizadora” são mantidas e ganham novas motivações: a) a Igreja precisa estar em estado permanente de missão; b) ser casa de iniciação à vida cristã; c) lugar de animação bíblica da vida e da pastoral; d) tornar-se mais e mais uma comunidade de comunidades; e) estar a serviço da vida plena para todos. De fato, essas “urgências” apontam para dimensões, com frequência, fragilizadas na vida e na ação da Igreja, as quais precisam de urgente revitalização. Pode haver outras ainda: compete a cada diocese verificar quais outras questões precisam de maior atenção evangelizadora. As Diretrizes da ação evangelizadora no Brasil, aprovadas pela Assembleia Geral da CNBB, oferecem linhas-mestras que as dioceses e as organizações pastorais poderão seguir no seu próprio planejamento pastoral. Requerem, portanto, a reflexão e a assimilação para cada realidade eclesial específica do nosso País. Com a intercessão de Nossa Senhora Aparecida e as bênçãos de Deus, elas haverão de produzir muitos frutos.

| Encontro com o Pastor | 3

Missa no Santuário de Aparecida

Flávia Gabriela/A12

O Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, presidiu na terça-feira, 21, a missa de abertura do sétimo dia de trabalhos da 53ª Assembleia Geral da CNBB, realizada em Aparecida (SP). Na homilia, Dom Odilo destacou que o Concílio Vaticano II não deve ser visto como um fato do passado. “Ele permanece como tarefa atual, nós que não participamos do Concílio, mas o vivenciamos, temos como tarefa interpretar e aplicar aquilo que era desejo dos participantes daquele momento da Igreja diante da nossa realidade atual”, destacou. “Somos herdeiros dessa desafiadora tarefa, de colocar o Concílio em prática. Que saibamos suscitar abundantes frutos para a vida do mundo e da Igreja.”, concluiu. (Com informações do Portal A12)

Tweets do Cardeal @DomOdiloScherer 22 - Hoje, “dia da Terra”. Sl 88,12: “É a vós que os céus pertencem e a terra é também vossa! Vós fundastes o universo e tudo o que contém”. 22 – “Venho cantar meu canto cheio de amor e vida; venho louvar Àquela que chamam Senhora de Aparecida...” Venha você também! 22 – “Que vos sirva toda a vossa criatura, pois mandastes e o universo foi criado. Aleluia”. 22 - Cl 3,1-2 “Se ressuscitastes com Cristo, esfor-

çai-vos por alcançar as coisas do alto, aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres”.

19 – “Vinde adoremos, prostremo-nos por ter-

ra, ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é nosso Deus, e nosso Pastor, e nós, seu povo e seu rebanho”


4 | Papa Francisco |

A

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reflexão do Papa Francisco, antes da oração mariana pascal Regina Coeli, às 12h do domingo, 19, na praça de São Pedro, começou com um chamado de atenção para a repetição por duas vezes da palavra “testemunhas” nas leituras daquele domingo. Pedro após curar um paralítico exclama: “Matastes o autor da vida, mas Deus ressuscitou-o dos mortos: nós somos testemunhas”. “Disto vós sois testemunhas”, diz o próprio Cristo aos apóstolos. A experiência dos apóstolos com Cristo ressuscitado foi tão forte que eles não poderiam silenciá-la, acentua Francisco. “Ele apareceu a eles a fim que a verdade de sua ressurreição chegasse a todos através do testemunho deles”. E a Igreja deve “prolongar essa missão”. Todo batizado deve dar esse testemunho “com a palavra e com a vida” prolongar essa missão. “Todos nós somos chamados a dar testemunho de que Jesus está vivo.” Francisco define a testemunha como alguém que viu, recorda e conta. “Ver, recordar e contar” são os verbos que descrevem “a identidade e a missão”. A testemunha viu, deixou-se envolver pelo even-

Ver, recordar e contar são os verbos do testemunho to e recorda por que “desde aquele cessão de Maria “para que nos dia mudou de vida”. tornemos, com as nossas limiE o conteúdo do testemunho tações, mas com a graça da fé, cristão “não é uma teoria, não é testemunhas do Senhor Ressusuma ideologia ou um complexo citado, levando às pessoas que sistema de preceitos e proibições encontramos os dons pascais da ou moralismo, mas uma men- alegria e da paz”. sagem de salvação, um evento Após a prece Regina Coeli, concreto, aliás, uma pessoa: é Francisco lembrou as vítimas da Cristo Ressuscitado, vivo e úni- tragédia nas águas do mediterco Salvador de todos”. râneo. Um barco carregado de Jesus pode ser testemunhado migrantes virou-se. Falou de sua pelos que tiveram uma experiên- dor diante da tragédia, assegurou cia pessoal na oração e na Igreja, sua oração pelas vítimas e pediu por um caminho que se fundamen- o conteúdo do testemunho ta no Batismo, se cristão “não é uma teoria, alimenta na Euca- não é uma ideologia ou um ristia, é selado na complexo sistema de preceitos Confirmação e na e proibições ou moralismo, mas conversão contí- uma mensagem de salvação, um nua pela Penitên- evento concreto, aliás, uma cia. Esse testemu- pessoa: é Cristo Ressuscitado, vivo nho se torna mais e único Salvador de todos”. credível se nele transparece um viver evangélico, “decisão e prontidão” à comualegre, corajoso, manso, pacífico, nidade internacional para que misericordioso. Mas se o cristão essas tragédias não se repitam. se deixa levar pelas comodida- “São homens e mulheres como des, pela vaidade, pelo egoísmo, nós, nossos irmãos que buscam torna-se surdo e cego diante do uma vida melhor, famintos, perpedido de “ressurreição” de tan- seguidos, feridos, explorados, tos irmãos, ele não poderá co- vítimas de guerras; buscam uma municar o Cristo vivo e a força vida melhor. Eles estavam à procura de felicidade...”. libertadora de sua ternura. (Por Padre Cido Pereira) E Francisco pede a inter-

A mulher não é inferior ao homem L’Osservatore Romano

Na catequese da audiência geral da quarta-feira, 22, o Papa Francisco deu continuidade ao tema tratado na semana passada, isto é, à complementaridade entre homem e mulher. A partir do relato da criação do homem e da mulher no Livro do Gênesis, o Pontífice destacou que, para acabar com a solidão de Adão, Deus lhe apresenta a mulher, que o homem acolhe exultante, como um ser igual. O Papa explicou que com a imagem bíblica da costela de Adão, da qual Eva é plasmada por Deus, não se quer afirmar uma inferioridade da mulher - ela não é uma réplica do homem-, mas expressa uma reciprocidade entre eles. De modo algum a mulher é criatura do homem, mas de Deus.

Teoria de gênero: retrocesso Na catequese da semana anterior, dia 15, Francisco também citou o Livro do Gênesis para reforçar que “Deus criou o ser humano à sua imagem: criou-os homem e mulher.” Essa afirmação diz que nem só o homem nem só a mulher são imagem de Deus, mas ambos, como casal, são imagem do Criador. A diferença entre eles tem em vista a comunhão e a geração, e não a contraposição nem a subordinação. “Somos feitos para nos ouvir e nos ajudar reciprocamente. Sem esse enriquecimento recíproco, não se pode entender profundamente o que significa ser homem e mulher”, disse o Papa. “Pergunto-me, por exemplo, se a chamada teoria do gênero não seja expressão de uma frustração e resignação, com a finalidade de cancelar a diferença sexual por não saber mais como lidar com ela. Sim, corremos o risco de retroceder”, afirmou Francisco, advertindo que a remoção da diferença é o problema e não a solução.

Passagem por Cuba O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, confirmou na quarta-feira, 22, que o Papa Francisco passará por Cuba antes de ir aos Estados Unidos, em setembro próximo. “Posso confirmar que o Santo Padre Francisco, tendo recebido e aceitado o convite por parte das autoridades civis e dos bispos de Cuba, decidiu efetuar uma etapa nesta ilha, antes de chegar aos Estados Unidos na viagem anunciada há tempo”, ressalta o Padre Lombadi em nota. (Fernando Geronazzo)


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Espiritualidade

Fé e Cidadania

‘Um só coração Misericórdia, e não sacrifício e uma só alma’ Cônego Antônio Manzatto define a saúde de todo o corpo; afinal, o corpo é mais do que uma reunião de O Papa Francisco anunciou o Ano membros, e eu não sou simplesmente um (At 4,32) Santo consagrado à misericórdia. Ano conjunto de células. Dom Eduardo Vieira do Santos

A

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

experiência pascal dos primeiros cristãos nos convida para uma adesão incondicional ao projeto de Deus revelado à humanidade em seu filho Jesus. Quando o Ato dos Apóstolos nos fala que a “multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma, onde ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,42), nos mostra uma comunidade nascida da Páscoa e de Pentecostes, movida pelo Espírito de Cristo Ressuscitado. Sob a ação do Espírito Santo, anunciam a Palavra, partilham o pão, vivem em comunhão e são fortalecidos pela vida de oração. Somos interpelados pela Palavra de Deus à mesma experiência de fé dos primeiros cristãos: a termos um só coração e uma só alma, sem necessitados entre nós (At 4, 34-35). A experiência do Ressuscitado e de Pentecostes nos faz verdadeiros cristãos. Leva-nos a desejar e a buscar os dons que o Espírito nos oferece para o sustento da nossa fé em Cristo, identificados com Ele. Em nossa cidade de São Paulo são enormes as distâncias entre pobres e ricos, entre pessoas abastadas e miseráveis, entre pessoas formadas e analfabetas, entre quem “tudo” tem e quem não tem nada. Para os membros de uma comunidade cristã que vivem a fé em Cristo Ressuscitado, essa realidade deve ser motivo de questionamento e inquietação. Não testemunhar as riquezas da Ressurreição e do Pentecostes de Jesus - a paz, o perdão, a alegria e a comunhão - constitui um pecado que requer conversão. Em nossas comunidades, convivemos com a triste realidade dos sem-teto, migrantes, moradores de rua, usuários de drogas e tantos outros sofredores, sem muito nos preocuparmos com o bom testemunho do Evangelho, testemunhado pelos primeiros cristãos. Jesus Ressuscitado nos anima a trabalhar na construção da justiça e da paz, a continuar a sua missão, impelidos pelo seu Espírito, dom que nos vem do alto e que transforma os corações e as almas, conformando-os ao seu projeto de vida e à salvação propostos pra toda a humanidade.

| Fé e Vida | 5

Santo correspondendo à antiga figura do Ano do Jubileu, cuja legislação está nos livros do Levítico e do Deuteronômio. Francisco propõe que o recomeço da história seja amplo e marcado pelo tema da misericórdia. Afinal, não há reinício possível para os mais fracos se não for com base na misericórdia. Por isso, o Papa escreve um pequeno documento, a bula Misericordiae Vultus, que enxerga o comportamento e o próprio ser de Deus como misericórdia. Daí esse ser o tema transversal que ampara todas as ações eclesiais a serem desenvolvidas no Ano Santo, focando esse apelo a um recomeço da história. Se, como é evidente, nas referências ao Ano Santo se fala do perdão e da superação do pecado no nível pessoal, também se fala da superação dos pecados institucionais e estruturais para que se permita ao povo recomeçar sua história. O Papa lembra que a misericórdia deve possibilitar vida nova aos pobres e sofredores, e isso só será possível se as estruturas da sociedade forem modificadas. Ultimamente se tem falado muito da liberdade e dos direitos individuais, mas não se tem falado suficientemente dos direitos coletivos, dos direitos dos pobres e da liberdade dos povos, e isso precisa estar inscrito no horizonte da história humana. O Povo não é simples reunião de indivíduos, assim como uma célula sã não garante nem

mais fracos. Em defesa de sua voz, a Igreja precisa reassumir claramente a postura evangélica de denunciar e combater o pecado da dominação e da opressão dos grandes sobre os pequenos, manifestando a misericórdia de Deus, que ampara os pobres. Há que se evitar discursos que escamoteiem os conflitos para propagar a reconciliação sem que se resolvam, efetivamente, os problemas de exploração sobre os mais fracos da sociedade. A paz só será possível se, com e pela misericórdia, se começar de novo a escrever a história do Brasil tendo a igualdade como sua

Em atitude de grande coragem, o Papa fala diretamente aos grupos criminosos para que deixem de praticar seus crimes. Não é um discurso apenas para a máfia italiana, mas para todos os grupos e facções que se organizam em torno de práticas criminosas. E afirma, igualmente, a necessidade de se abandonar práticas de corrupção que roubam os bens dos pobres, pois estes acabam sendo os maiores prejudicados se a corrupção se instala no O Povo não é simples reunião tecido da sociedade. de indivíduos, assim como uma A Campanha da Fra- célula sã não garante nem ternidade deste ano nos define a saúde de todo o corpo; lembrou das múltiplas afinal, o corpo é mais do que uma formas de relação entre reunião de membros, e eu não sou a Igreja e a sociedade. A simplesmente um conjunto de misericórdia, que deve células ser a marca da ação eclesial, precisa também ter desdobramentos base e fundamento. A ação eclesial deve políticos no sentido de proporcionar, efe- superar as preocupações rituais para se tivamente, o recomeço a história sem os estabelecer efetivamente na promoção da erros e problemas anteriores. misericórdia, que é acolhimento e defesa Muito se terá de fazer para dominar dos direitos dos pobres. Essa é sua missão, o sentimento de ódio que se instalou na para que o tecido social não seja dilacerasociedade brasileira com vistas a possibi- do por vontades de dominação, mas marlitar a convivência na paz. Manifestações cado pelos valores evangélicos da defesa e marcadas por xingamentos e agressões promoção da vida dos mais fracos. Sim, deixam feridas profundas que não serão aqui também se trata da defesa dos exclufacilmente curadas. Manipulações do ídos, e o pano de fundo da proclamação comportamento popular, meias verdades do Ano Santo tem essa perspectiva. Que e seleção de informações são pecados, nos lembremos que “é a misericórdia que cuja consequência é o sofrimento dos eu quero, e não o sacrifício” (Mt 9,13).


6 | Fé e Vida |

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Liturgia e Vida

Você Pergunta Comungar antes do ofertório não seria mais higiênico?

4º DOMINGO DA PÁSCOA 26 de abril de 2015

A Fortaleza do Pastor ANA FLORA ANDERSON

A cada semana, a liturgia deste tempo pascal reflete sobre a misericórdia e o amor de Deus para conosco. A antífona canta que a terra está repleta do amor de Deus. E a oração pede que cheguemos à alegria celeste pela fortaleza do Pastor, apesar da nossa fraqueza. A primeira leitura (Atos dos Apóstolos 4, 8-12) apresenta mais um discurso de São Pedro. Ele explica às autoridades que a cura que foi feita é a manifestação do poder de Jesus agindo nos seus discípulos. Esse Jesus é a pedra angular que foi rejeitada pelas autoridades religiosas. A segunda leitura (1 João 3, 1-2) é uma das passagens mais profundas

do Novo Testamento. O amor sem limite do Pai nos deu a graça de sermos seus filhos. Nós temos dificuldade em compreender o que mais podemos ser pela graça divina. A carta revela que quando Jesus se manifestar, o amor do Pai nos tornará semelhantes a Jesus, pois nós o veremos como Ele é. O Evangelho de São João (10, 1118) narra a linda parábola do Bom Pastor. É este que conhece e ama o seu rebanho. Seu amor é tão profundo que livremente o Pastor entregará a própria vida para salvá-lo. Jesus lembra que há outras ovelhas que Ele quer reunir no mesmo rebanho. Conforme promete, estas ouvirão a sua voz e virão a Ele, realizando a vontade do Pai de reunir um só rebanho e um só Pastor.

padre Cido Pereira osaopaulo@uol.com.br

Não estranhem a pergunta que o Arnaldo [que não disse seu sobrenome], do bairro Bosque da Saúde, faz. É que ele está pensando que depois de pegarmos no dinheiro, as mãos ficam sujas e fica complicado comungar na mão. Ei, meu irmão Arnaldo... Eu estou aqui imaginando uma grande festa para a qual todos fomos convidados. Cada um levou alguma coisa para colocar em comum: as comidas, a bebida. Só que de repente alguém decide que todos comam tudo aquilo do jeito que está, sem cozinhar, sem conversar, sem ouvir o

dono da festa, sem abraçar os convidados porque isso tudo vai sujar as mãos do pessoal. Meu irmão, como comungar no ofertório sem que haja a liturgia sacramental, sem que haja a consagração? Como se alimentar do Corpo e Sangue do Cristo sem antes comungar a Palavra dele? Como fazer a festa eucarística sem o pão da Palavra, sem colocar em comum os dons, sem fazer memória dos irmãos, sem partilhar as dores e alegrias? Eu penso que meu irmão Arnaldo está mais preocupado com a higiene do que com a sacralidade do gesto de comungar. Tudo bem, Arnaldo. Se você entende que a comunhão nas

mãos que pegaram no dinheiro para a coleta e se apertaram na hora do abraço da paz é anti-higiênica, dialogue com seu pároco, manifeste a ele o desejo de comungar diretamente na boca. Eu, em minha paróquia, não obrigo ninguém a comungar nas mãos e não exijo de ninguém que comungue na boca. Cada um faça como seu coração mandar. Até mesmo a posição do corpo, eu sempre deixo livre: Quer comungar de pé? Comungue. Quer ajoelhar-se para receber o Corpo do Senhor? Tudo bem. E que todos tenhamos a consciência de que, na comunhão, vale mais a disposição da alma do que a posição do corpo.

Atos da Cúria NOMEAÇÃO DE VIGÁRIO PAROQUIAL Em 14 de abril de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia São José Operário, da Região Episcopal Sant´Ana, o Revmo. Pe. Hélio Vicente de Moreira. Em 14 de abril de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia São Joaquim, da Região Episcopal Sé, o Revmo. Pe. José de Assis Batista. Em 14 de abril de 2015, foi nomeado Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Livração, da Região Episcopal Sant´Ana, o Revmo. Pe. Silvano Alves dos Santos, MSJ.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE ADMINISTRADOR PAROQUIAL Em 13 de abril de 2015, foi nomeado e provisionado Administrador Paroquial da Paróquia São José, da Região Episcopal Ipiranga, o Revmo. Pe. José Maria Leite, NSD, pelo período de 1 (um) ano, em provisão que entrará em vigor em 6 de maio de 2015. NOMEAÇÃO DE ASSESSORES REGIONAIS Em 6 de abril de 2015, foi nomeado para assessorar e acompanhar os Diáconos Permanentes atuantes na Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. Neil Charles Crombie, pelo período de 3 (três) anos. Em 6 de abril de 2015, foi nomeado para assessorar e acompa-

nhar o Encontro de Casais com Cristo (ECC) da Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. José Gilmar Moreira, SV, pelo período de 3 (três) anos. Em 6 de abril de 2015, foi nomeado para assessorar e acompanhar a Pastoral Litúrgica, dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão e da Pastoral dos Coroinhas, Acólitos e Cerimoniários da Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. Roberto Carlos Queiroz Moura, pelo período de 3 (três) anos. Em 6 de abril de 2015, foi nomeado para assessorar e acompanhar a Legião de Maria e da Congregação Mariana da Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. Airton Pereira Bueno, pelo período de 3 (três) anos.

Em 6 de abril de 2015, foi nomeado para assessorar e acompanhar a Pastoral da Criança da Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Diácono Permanente Valdik dos Santos Andrade, pelo período de 3 (três) anos. Em 6 de abril de 2015, foi nomeado para assessorar e acompanhar as (os) Secretárias (os) Paroquiais da Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. Reinaldo Torres, pelo período de 3 (três) anos. Em 6 de abril de 2015, foi nomeado para assessorar e acompanhar a Pastoral do Dízimo e das (dos) Secretárias (os) Paroquiais da Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. Pedro Ricardo Pieroni, pelo período de 3 (três) anos.

NOMEAÇÃO E PROVISÃO DE DIÁCONO PERMANENTE COMO COOPERADOR Em 10 de abril de 2015, o Diácono Transitório Wellington Laurindo dos Santos foi nomeado como cooperador “ad nutum episcopi”, na Paróquia Nossa Senhora das Graças, da Região Episcopal Belém, retroativo a 13 de dezembro de 2014. OUTRAS NOMEAÇÕES Em 6 de abril de 2015, foi nomeado para acompanhar a Comunidade Missão Mensagem de Paz, na Região Episcopal Brasilândia, o Revmo. Pe. Francisco Antônio Rangel de Barros, pelo período de 6 (seis) meses “ad experimentum”.


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Pastoral da Saúde Divulgação

| Pastorais | 7

Arquidiocese empenhada na luta contra a dengue A Pastoral da Saúde da Arquidiocese de São Paulo emitiu, na pessoa do seu assistente eclesiástico, Padre João Inácio Mildner, na quinta-feira, 16, uma carta endereçada a todos os bispos, padres, diáconos, religiosos, consagrados e leigos, chamando atenção para a epidemia do vírus da dengue que assola não só a Capital paulista, mas todo o Estado de São Paulo. A carta salienta e sinaliza, em um trecho, que “inúmeros irmãos e irmãs nossos já sentiram em sua própria carne essa terrível enfermidade e, inclusive, a morte. Situação igual se

encontra em todo Estado de São Paulo”. O texto lembra, ainda, o fato de que o pico da epidemia ainda não ocorreu, e que deve se dar ao final de abril e início de maio, quando, segundo especialistas, as condições que favorecem a ovulação do mosquito chegam ao seu auge. “Com o apoio do nosso Cardeal arcebispo, Dom Odilo Pedro Scherer (que também já está fazendo uma campanha nas redes sociais), e a fim de não chegarmos a uma situação de calamidade pública, a Pastoral da Saúde solicita encarecidamente que se faça em nossas comunidades

campanhas de esclarecimento para o combate do mosquito transmissor do vírus da dengue”, prossegue a carta. De fato, Dom Odilo, em mensagem via WhatsApp, já pediu aos padres “que se fale ao povo, inclusive em nossas missas e/ou celebrações, sobre essa triste situação”. A Arquidiocese estará em breve enviando cartaz, para ser afixado nas igrejas, secretarias paroquiais, centros comunitários e de pastoral etc, e folder explicativo sobre o assunto, para ser distribuído a toda a população. (Com informações da Pastoral da Saúde)

Pastoral Carcerária Em assembleia, coordenação estadual é reeleita Entre os dias 10 e 12, na Diocese de Campo Limpo, no município de Embu das Artes (SP), aconteceu a Assembleia Estadual da Pastoral Carcerária (PCr) de São Paulo/CNBB-Sul 1, com a participação de seus coordenadores e representantes em 27 dioceses do Regional Sul 1. O número total de participantes foi de 113 pessoas. Além da avaliação dos trabalhos da Pastoral em todo Estado, mediante apresentação de relatórios dos sub-regionais e exposições feitas em plenária, foram tratados temas relacionados ao cárcere: trabalho com egressos e familiares, luta contra a revista vexatória, questão da mulher presa e propostas para o fim do encar-

Aos 85 anos, morre Irmã Yolanda Mendes As religiosas da Congregação das Irmãs de Sion despediramse, no dia 12, da Irmã Yolanda Andrade Mendes, que faleceu, aos 85 anos, em decorrência de problemas cardíacos. Irmã Yolanda, que foi provincial da Congregação, teve seu corpo velado na capela do Colégio de Sion, na avenida Higienópolis, e foi sepultada no cemitério municipal de Campanha (MG), onde nasceu em 20 de janeiro de 1930.

ceramento em massa, que afeta a parcela pobre, jovem, negra e periférica da sociedade. O momento central da assembleia foi a eleição da nova coordenação estadual da PCr de São Paulo. Após se reunirem separadamente para consultar suas respectivas dioceses, os oito sub-regionais, de maneira unânime, indicaram Deyvid T. Livrini Luiz, da Arquidiocese de São Paulo, para permanecer como coordenador estadual. Após aceitar a indicação, Deyvid solicitou aprovação da Assembleia, conforme ordena o Regimento Interno da PCr, para também manter a atual equipe, que com ele compõe a coordenação: Dra. Antônia Alexandrina, da Dioce-

Arquivo pessoal

Arquivo pessoal

Agentes da Pastoral Carcerária de SP durante assembleia em que Deyvid Livrini é reeleito coordenador estadual

se de Mogi das Cruzes, como vice-coordenadora estadual, e o Sr. Adolfo Oliosi, da Diocese de São Miguel Paulista, como secretário executivo estadual. A solicitação foi aprovada. Também com a aprovação dos participantes, Padre Emerson Andrade de Lima,

da Diocese de São Miguel Paulista, foi nomeado assessor espiritual da Pastoral Carcerária no Estado de São Paulo. Em novembro de 2015, no dia 14, ocorrerá, em São Paulo, o encontro estadual das coordenações diocesanas e sub-regionais da PCr

para avaliação dos trabalhos do ano. Definiu-se, ainda, que de 1º a 3 de abril de 2016, na Diocese de São José dos Campos, acontecerá a próxima Assembleia Estadual da Pastoral Carcerária de São Paulo. (Com informações da Pastoral Carcerária de São Paulo)

Pastoral da Criança Mais qualidade na vida das crianças indígenas Desde que a Pastoral da Criança passou a acompanhar as comunidades indígenas Bororó e Jaguapirú, em Dourados (MS), no ano 2000, os nascimentos com baixo peso e a mortalidade infantil caíram. A intenção da Pastoral ao integrar esses espaços é acompanhar de perto a situação da população indígena e atuar para a mudança dos números que mostram o comprometimento da infância indígena. O objetivo começou

a ser atingido: entre as crianças acompanhadas, o índice de mortes a cada mil nascidos vivos, que era de 34,2, em 2000, passou a 10,4, em 2014. Os dados, porém, continuam mostrando um número bem maior de mortalidade infantil entre a população indígena que a média nacional: em 2009, eram 41,9 por mil nascidos vivos (IBGE/Pnad), enquanto entre a população nacional a média era de 15,6 (Censo/2010). Uma das principais causas do

alto número de crianças indígenas que morrem é a desnutrição. Em 2014, a média de desnutridos foi de 2,3% entre os mais de 11 mil “indiozinhos” cadastrados, e a taxa de nascidos com baixo peso foi de 3,3%. Já a média mensal de crianças com diarreia em 2014 foi de 6,9%, sendo que 93,5% delas tomaram o soro caseiro, uma das principais campanhas da Pastoral contra a desidratação. (Com informações da assessoria de comunicação da Pastoral da Criança)


8 | Igreja em Missão |

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Destaques das Agências Nacionais

Henrique Sebastião Especial para O SÃO PAULO

Após tornado, Xanxerê (SC) declara estado de calamidade pública Evento raro em território brasileiro deixou um rastro de horror em Xanxerê, pacata cidade do oeste catarinense, na tarde de segunda-feira, 20. Um tornado com ventos de até 250 km/h atingiu o município de 48 mil habitantes, deixando duas pessoas mortas, dezenas de feridos e centenas de casas totalmente destruídas. A situação de calamidade pública foi reconhecida pelo governador do Estado, Raimundo Colombo. “Ainda não temos dimensão do prejuízo, mas a reconstrução completa deve levar de seis meses a um ano”, disse o prefeito Ademir Gasparini. “A mensagem da presidente Dilma Rousseff é de apoio e

de colocar o governo à disposição para o que for necessário”, disse o Ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi. O estado de calamidade pública é declarado quando existe uma situação anormal, provocada por desastres que comprometam o funcionamento do poder público. Além das vítimas fatais, – Alcemar Sutil, 31, e Deonir Comin, 48 – ao menos 120 pessoas foram encaminhadas a centros de saúde. Três pessoas sofreram amputações. A Cáritas Brasileira, regional Santa Catarina, já realiza campanha para arrecadar fundos de ajuda à reconstrução do município de Xanxerê. Fonte: Diário Catarinense

Defesa Civil de Santa Catarina

Destruição provocada por fenômeno raro no Brasil mata 2 pessoas e fere uma centena

Dom Eduardo Pinheiro assumirá Diocese de Jaboticabal O Papa Francisco nomeou na quarta-feira, 22, Dom Eduardo Pinheiro da Silva, 56, bispo de Jaboticabal (SP), transferindo-o da sede titular de “Gisipa” e do ofício de bispo auxiliar de Campo Grande (MS). Dom Eduardo, que pertence à Congregação dos Salesianos de Dom

Bosco, foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude nos últimos quatro anos e tem como lema episcopal “Chamo-vos, amigos”. Nascido em 20 de janeiro de 1959, Dom Eduardo é natural de Lins (SP). Com 23 anos, ingressou no Seminário de Filosofia em Lorena (SP). Concluiu Divulgação

Teologia no Instituto Teológico Pio XI, em São Paulo, em 1990, e sua ordenação presbiteral foi em 1991. Ainda como sacerdote, ocupou cargos de formador e diretor salesiano, assessor da pastoral juvenil e da Juventude no regional Oeste 1, vigário paroquial de Campo Grande (MS) e pró-reitor do

curso de extensão e ação comunitária da Universidade Salesiana de São Paulo. Dom Eduardo possui mestrado em Ciências da Educação pela Universidade Pontifícia Salesiana (Roma) e especialização em Pastoral Juvenil e Catequese. Fonte: CNBB

Agricultores participam de intercâmbio no semiárido pernambucano Foi realizado no dia 15, no Sítio Angico, Bom Conselho (PE), um intercâmbio intermunicipal com 29 beneficiários de tecnologias de captação de água de chuva, como o “barreiro de trincheira”, cisterna “calçadão” e cisterna de enxurrada, através do Programa “Uma Terra e Duas Águas”, da cidade de Buíque. “No intercâmbio, os agri-

cultores têm a oportunidade de trocar experiências e saberes. Descobrem, nesses intercâmbios, outras técnicas de cuidar de sua horta e de seus animais”, declarou o técnico de campo da Cáritas Diocesana de Pesqueira, Wilson Feitosa. O momento mais esperado pelos agricultores foi o de conhecer um biodigestor, equipamento que transforma

esterco de curral em gás (biogás) inflamável, que pode substituir o gás de cozinha. O processo de geração desse gás é realizado por bactérias que existem no próprio esterco e acontece naturalmente quando ele se encontra em um ambiente sem oxigênio. O gás não polui o meio ambiente e possibilita economia às famílias rurais. Fonte: Cáritas Brasileira

Religiosos aprofundam o tema da gestão na Vida Consagrada Teve início na manhã de segunda-feira, 20, no Centro Cultural Missionário, em Brasília, o Programa de Formação de Lideranças, que se destina às lideranças dos Institutos Religiosos, como coordenadores de comunidade, Conselhos Provinciais, Provinciais Gerais e Formadores. O evento, organizado pela CRB Nacional, conta

com a presença de 37 religiosas e um religioso. A antropologia e a neurolinguística na gestão são temas que os religiosos estão aprofundando com os assessores, Irmãos Domingos Goulart e João Evaldo Silva, ambos da Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração. Para Silva, a antropologia, a psicologia e a neurolinguística são temas

fundamentais que favorecem o equilíbrio humano. Ele salienta que é a primeira vez que a neurolinguística é trabalhada na vida consagrada e espera que a CRB possa dar continuidade aos encontros com essa temática, pela importância que tem na saúde mental da pessoa. O curso terá duração de 15 dias. Fonte: CRB


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| Igreja em Missão | 9

Destaques das Agências Internacionais

800 imigrantes morrem em naufrágio no Mar Mediterâneo Henrique Sebastião Especial para O SÃO PAULO

O naufrágio de uma embarcação que partiu da Líbia na madrugada do sábado, 18, para domingo, 19, levou à morte de aproximadamente 800 imigrantes ilegais, a cerca de 27 milhas da costa líbia e a 120 milhas da ilha italiana de Lampedusa. Trata-se de mais uma tragédia envolvendo imigrantes no Mediterrâneo, desta vez vindos do Egito. Uma grande operação de resgate foi montada depois do naufrágio, com navios italianos, a Marinha de Malta e navios mercantes. A guarda costeira italiana e a marinha militar, colaborando com a armada de Malta, recolheram os corpos. A porta-voz do Alto-Comissariado da ONU para refugiados (ACNUR) na Europa do Sul, Carlotta Sami, disse que essa pode ser considerada uma das maio-

res tragédias humanitárias da história no Mediterrâneo. O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, declarou que os salva-vidas “literalmente tentavam encontrar sobreviventes entre os mortos que flutuavam na água”. Os corpos das vítimas foram levados para a cidade de Catania, na Sicília. A Guarda Costeira italiana recebeu o pedido de ajuda por volta da meia-noite do sábado e pediu a um cargueiro com bandeira portuguesa, que se desviara da rota, que auxiliasse a embarcação. O naufrágio pode ter ocorrido quando os imigrantes se deslocaram de um lado para o outro da embarcação, quando um navio mercante se aproximava. Desde o início de 2015, pelo menos 900 outros migrantes já perderam suas vidas de forma trágica ao tentar cruzar o Mar Mediterrâneo. Apenas na semana passada, a

L’Osservatore Romano

Operação de resgate busca salvar sobreviventes do naufrágio do fim de semana no Mar Mediterrâneo

guarda costeira da Itália resgatara cerca de 10 mil imigrantes em sério risco, cujos navios enfrentavam problemas. No ano passado, um recorde de 170 mil pessoas fizeram a perigosa travessia para a Itália, tentando fugir da pobreza e especialmente dos violentos conflitos na África e no Oriente Médio. “Desenrola-se uma tragédia no Mediterrâneo, e se a União Europeia e o mundo continuarem a fechar os olhos, serão julgados da forma mais severa possível,

tal como foram julgados no passado, quando fecharam os olhos a genocídios enquanto os que viviam bem nada fizeram”, disse o chefe do Governo de Malta, Joseph Muscat, citado pelo noticioso Times of Malta. No sábado, 18, em audiência com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, o Papa Francisco já pedia às autoridades de todo o mundo maior empenho na solução do problema da imigração ilegal; e na oração Regina Coeli do domingo, 19, o Pontífice expres-

sou sua tristeza ao mencionar o naufrágio. “Exprimo a minha sentida dor perante a uma tal tragédia e asseguro para os desaparecidos e as suas famílias a minha oração. Dirijo um forte apelo a fim de que a comunidade internacional atue com decisão e prontidão, para evitar que semelhantes tragédias se repitam”, disse Francisco, pedindo aos fiéis, na sequência, que fizessem um momento de silêncio e oração pelas vítimas da tragédia. (Fontes: Reuters/ Le Monde Afrique/ BBC/ Rádio Vaticano)

Índia ‘O governo deveria esterilizar os muçulmanos e cristãos’ Filipe David

Correspondente do O SÃO PAULO na Europa

“O governo deveria esterilizar os muçulmanos e criatãos”. É o que afirmou Deva Sadhvi Thakur, vice-presidente do partido Akhil Bhāratiya Hindū Mahāsabhā (Assembleia Inteiramente Indiana e Hindu), um dos

partidos nacionalistas mais antigos do País, fundado no início do século passado, hoje politicamente enfraquecido. Deva disse: “A população de muçulmanos e cristãos aumenta a cada dia. Para intervir contra essa urgência, o governo deveria impor a esterilização aos muçulmanos e cristãos, de maneira que seu número não possa aumentar”.

Além disso, Deva também defendeu que “os hindus deveriam fazer mais filhos para aumentar sua população” e que “dentro das igrejas e mesquitas, deveriam ser instaladas estátuas de divindades hindus”. Em nota à agência Fides, o Conselho Global de Cristãos In-

dianos condenou “as palavras delirantes, filhas da ideologia Hindutva (Índia aos hindus) contra as comunidades minoritárias na Índia” e defendeu que “a responsável hindu Deva Sadhvi Thakur deveria ser presa por sedição e xenofobia”. Fonte: Fides

Colômbia

Paquistão

Ataque das FARC mata 11

Jovem morre queimado vivo por ser cristão

Apesar do acordo de cessarfogo que estava em vigor desde março deste ano, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) atacaram o exército colombiano, matando 11 militares e deixando 20 feridos. O ataque ocorreu no dia 14, em um pequeno vilarejo de apenas 300 habitantes, chamado Esperança, na província de Cauca, no oeste do País. Após o ataque, a Colômbia retomou a ofensiva militar contra o grupo.

Dom Fabio Suescun Mutis, bispo do Ordinariado Militar da Colômbia, lamentou o incidente e pediu a continuação do processo de paz: “Este é um dia triste para todos. Isso nos afeta a todos. É doloroso saber que nossos militares perderam a vida, que a guerra ainda está aí. Esperamos que isso se torne um convite a continuar um caminho de verdadeira disposição em favor de uma paz durável”. Fontes: Fides/ BBC

Faleceu na quarta-feira, 15, no hospital de Lahore, o jovem Nauman Masih, 14, cinco dias após ter sido queimado vivo por jovens muçulmanos que iam à mesquita e descobriram que Nauman era cristão. O crime reflete o clima de

ódio existente no País contra os cristãos, principalmente após o atentado contra duas igrejas no dia 15 de março e o linchamento de dois suspeitos, posteriormente declarados inocentes. Fontes: ACI/ Fides

Errata Diferentemente do publicado na legenda da foto da reportagem “Centenário do genocídio contra armênios serve de alerta à humanidade, afirma Papa” (Edição 3047, Pag. 9), a autoridade eclesiástica ao lado do Papa Francisco é Sua Santidade Karekin II, Patriarca Supremo e Catholicos de todos os Armênios, e não o Patriarca de Cilicia dos Armênios Católicos, Nerses Bedros XIX Tarmouni.


10 | Viver Bem |

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Comportamento ‘Sem pressa e sem pausa’ Valdir Reginato

O famoso ditado acima, atribuído à “filosofia do comportamento da tartaruga”, da Fábula de Esopo, continua sendo um ponto de reflexão para nós todos: a conhecida corrida entre a lebre e a tartaruga, em que a primeira, com supervelocidade, deu-se ao luxo de dormir, esperando a tartaruga que vinha em ritmo lento e constante, mas acabou dormindo demais e acordou com a comemoração da vitória pela tartaruga. O tempo presente nos convida a lembrar da moral da história: “o trabalho com persistência e com zelo leva ao êxito”. A vida no cotidiano nos desafia em como nos comportarmos nos inúmeros acontecimentos que ocorrem ao longo do tempo. Alguns que ocorrem todos os dias, outros com periodicidade própria. Fatos que acometem a família ou o emprego. Decisões que só dependem de você. Pendências que estão esperando pelos outros. Pequenos percalços que podem facilmente ser contornados... Imprevistos que podem nos forçar a mudar de programação, ou mesmo de estrada. Para caminhar bem na estrada é necessário se conhecer melhor a cada dia. Somos todos diferentes uns dos outros, cada um com suas características e estilos próprios. Alguns ágeis para começar, mas que desanimam fácil pelo caminho. Outros que demoram a pegar, mas depois aceleram e vão longe. Aqueles que mantêm sempre o mesmo ritmo e às vezes irritam os apressados. Os que gostam de observar a paisagem e pensar a cada passo. E os que vão direto ao ponto, não param para nada, sequer para reavaliar o itinerário por algum fato imprevisto. Os que pensam em tantas possibilidades para não esquecer

nada que possam precisar que xou do peso do casco, e via nele acabam perdendo a hora. Aqueles um ponto de segurança. Não se que saem tão apressados e ficam lamentava do tempo de demora, sem gasolina numa estrada de- porque sabia onde e como queria serta. Os que dão preferência ao ir e chegar. Manteve-se no camique gostam ou o que é mais fácil nho, um passo seguido do outro, e deixam o mais importante sem e não dormiu fora de hora como atenção. Comportamentos entre a lebre, tão confiante de si, que extremos da preguiça a agitação, desperdiçou o tempo que a levou onde devemos buscar a virtude a perder. “Almacalma” na presença de da laboriosidade com prudência. Como dar conta de tantas solici- Deus, convivendo em família tações diferentes que crescem no e santificando-se pelo trabalho dia a dia, com critério, hierarquia, ordenado. Uma reflexão para os ordem e velocidade adequadas? próximos dias. Não espere ter um Recordo-me de uma paciente, tempo em que você não terá nada senhora idosa, da época em que para fazer para poder pensar se casava aos 18 anos. Dizia sobre nesse assunto. Não espere acabar seu pai, um “português analfabe- tudo o que tem iniciado, para deto”: “Filha, você vai se casar. Só pois refletir a respeito. Não considigo isto: tenha sempre na vida dere que isso não se aplica a você este lema: primeiro Deus, segun- porque a “minha vida é muito do a família e terceiro o trabalho. complicada”. Não desanime, conQuando faltar isso, sua vida não siderando que já perdeu a corriestará bem.” O “português analfabeto” era um sábio. Apresentou o Somos todos diferentes uns critério da hierar- dos outros, cada um com quia das decisões suas características e estilos para se manter no próprios. Alguns ágeis para caminho seguro. começar, mas que desanimam É preciso, agora, encontrar a velo- fácil pelo caminho. Outros cidade ideal para que demoram a pegar, mas percorrê-lo. Meu depois aceleram e vão longe. filho caçula, num Aqueles que mantêm sempre jogo de palavras, diz: “almacalma”. o mesmo ritmo e às vezes A serenidade do irritam os apressados espírito é o estado a ser preservado, em que nos comportaremos na da e não vale mais a pena pensar. ordem com a velocidade mais “Nunc coepi!” – Agora começo!-, afirmava um sacerdote muito adequada. Voltemos à tartaruga. Era santo. E quando sabemos para consciente de seus limites nas aonde queremos ir, e acreditamos pernas curtas e casco pesado, e que não estamos sós, nunca será das dificuldades que se impu- tarde demais! Avante: Sem pressa nham por isso na corrida. No e sem pausa! entanto, não invejava a lebre pelo Dr. Valdir Reginato é médico de família, seu corpo esguio e pernas que professor da Escola Paulista de Medicina e terapeuta familiar. superavam o vento. Não se quei-

Cuidar da Saúde

Glaucoma: tratamento deve ser permanente Cássia Regina

Glaucoma é uma doença ocular causada pelo aumento da pressão intraocular que pode levar à cegueira. Essa doença começa a afetar a visão periférica e por isso é difícil percebê-la. Existem dois tipos principais de glaucoma: de ângulo fechado (agudo) e de ângulo aberto (crônico). O de ângulo

fechado é quando a pressão intraocular sobe de forma súbita provocando dor. O de ângulo aberto é o mais frequente e o mais perigoso porque é assintomático, pois seu diagnóstico, em sua maioria, é feito tardiamente, a não ser que a pessoa faça consultas periódicas ao oftalmologista, principalmente se tiver: antecedentes de glaucoma na família; hipertensão arterial; diabetes

mellitus; e mais de 40 anos de idade. Para terminar, algo muito importante: o glaucoma não tem cura, mas pode ser estabilizado com colírios que aliviam a dor. Porém, ao abandonar o tratamento, a doença volta a avançar. Uma vez diagnosticado, o tratamento é para sempre. Dra. Cássia Regina é médica atuante na Estratégia de Saúde da Família (PSF).


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| Reportagem | 11

Redução da idade penal: ataque às causas ou à consequência do problema? Luciney Martins/O SÃO PAULO

Edcarlos Bispo edbsant@gmail.com

“Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, a cada 100 presos, 80 são adultos e 20 adolescentes. Hoje no Brasil existem 20 mil adolescentes presos. Somente em São Paulo, são 10 mil cumprindo medidas de internação. Se somados nos atos infracionais que são comparados a crimes hediondos não chega a 3% da população de jovens encarcerados em São Paulo e 1% no Brasil. Em 2014, de 387 latrocínios cometidos, apenas 48 foram por adolescentes. Hoje o adolescente é mais punido que o adulto. Existem crimes cometidos por adultos que são equiparados a atos infracionais cometidos pelos adolescentes. O adulto com as diminuições de penas que a lei prevê, será solto muito antes do que o adolescente que precisa cumprir a medida de internação que hoje é de três anos.” Valdison da Anunciação Pereira e Gledson Deziatto apresentaram os dados acima. Ambos fazem parte do “Movimento contra a redução da maioridade” e trabalham com crianças e adolescentes, como conselheiros tutelares e na coordenação da comissão permanente de acompanhamento das medidas socioeducativas em São Paulo. Desde que a PEC 171/93 voltou a tramitar no Congresso Nacional, Valdison e Gledson não param de participar de eventos para tratar o assunto. A citada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) altera a redação do Artigo 228 da Constituição Federal e prevê a redução da idade penal de 18 para 16 anos.

Até 40 dias para um parecer

Após a aprovação da admissibilidade da PEC 171, em 15 de março, foi criada uma comissão especial para analisar a proposta. Como relator da matéria foi escolhido o deputado Laerte Bessa (PR-DF). Em entrevista ao O SÃO PAULO, o deputado, assim como quase 90% da população, segundo o Instituto DataFolha, afirmou ser a favor da redução da maioridade penal. “Sou a favor da redução da maioridade penal. Minha visão ou opinião não pode nem irá interferir de forma alguma nos trabalhos, serei totalmente imparcial. Esta é minha função como relator de um tema tão complexo! Não tem como ser diferente! Somos uma comissão”.

Pastorais e movimentos da Igreja no Brasil manifestam contrariedade a propostas de redução da idade penal que tramitam no Congresso Nacional

Outra opinião do relator da matéria que vai ao encontro de boa parte da opinião pública e da população é a de que ao reduzir idade penal a violência no País também será reduzida. “Diminuirá sim”, afirmou o deputado. “Além disso, é preciso que exista um lugar apropriado para que esses jovens cumpram sua pena, recebam estudos profissionalizantes, sejam ressocializados e avaliados periodicamente, para que, se possível, retornarem ao seio da sociedade. Só punir não adianta, mas os menores infratores de alta periculosidade e reincidentes não podem mais ficar na impunidade, nas ruas. O certo é criar programas preventivos para que os jovens não entrem na escola do crime, mas sim na escola que educa com cultura e conhecimento para ampliar horizontes e formar cidadãos de bem! Este é um direito constitucional! É lei. Toda criança ou adolescente tem direito a educação de qualidade! O que falta é investimento por parte do Governo Federal”, afirmou o deputado.

A realidade do sistema penitenciário

“Ressocialização” e “lugares apropriados” para que os jovens cumpram suas penas, em tese, deveriam ser as unidades de internação e as prisões. Porém, de acordo com o site da Pastoral Carcerária, “apenas 10% [da população carcerária] têm acesso a alguma forma de educação; somente 20% exercem atividade remunerada; o serviço de saúde é manifestamente frágil, com quadro técnico exíguo e diversos casos de graves doenças e até de

óbitos oriundos de negligência; as unidades são superlotadas: o Brasil ostenta a maior taxa de ocupação prisional (172%) entre os países considerados ‘emergentes’; torturas e maus-tratos campeiam, com a conivência dos órgãos responsáveis por fiscalizar as unidades prisionais”. Na Fundação Casa, de acordo com Valdison e Gledson, a realidade não é diferente. “Infelizmente, 96% dos adolescentes na Fundação Casa estão com defasagem de série escolar. Os adolescentes que estão cumprindo medidas socioeducativas hoje, na grande maioria, não tiveram acesso ao ensino básico. Em algumas fiscalizações, quando solicitados os cadernos dos adolescentes, não havia matéria, ou era defasada, o que mostrava claramente que não havia acompanhamento educacional para esses jovens. Percebemos que as condições em várias unidades são precárias, com pouca ou quase nenhuma estrutura, os adolescentes descreviam algumas das negligências por partes das unidades como vazamentos, comida com sujeiras e demora no socorro médico”.

Um olhar jurídico

“A redução da maioridade penal, a meu ver, não é solução para o enorme problema social que está por trás da violência. Cerca de outros 50 países no mundo adotaram essa medida e não viram cair o índice de criminalidade entre crianças e adolescentes. Claro que cada um enfrenta suas próprias realidades, com culturas diversas, investimentos e oportunidades destoantes das nossas. Porém,

é preciso inverter essa lógica perversa a que estamos sendo submetidos. Estamos nos acostumando neste País a responder aos problemas atacando o efeito em vez de nos preocuparmos com a causa, como se assim pudéssemos exterminar qualquer mal”, afirmou a doutora Ana Paula de Albuquerque Grillo, diretora secretária da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp). Na esteira desse pensamento está o promotor da 1ª Vara Especial da Infância e Juventude de São Paulo, doutor Eduardo Dias de Souza Ferreira. Para ele, a medida não reduzirá a violência, além de ser um “verdadeiro estelionato social” – o promotor ironiza com o número da PEC, 171, que no jargão criminalista brasileiro (direito penal, segurança pública, e jornalismo especializado) denomina-se o delito de Estelionato. Além disso, doutor Eduardo destaca que a sensação de impunidade tida pela população tem raízes mais profundas. “Falta de assistência a famílias, dificuldades no transporte e acesso ao mercado de trabalho, que faz com que muitas mães e pais fiquem por até 12 ou 13 horas fora de casa – duas horas para ir ao trabalho, duas horas para voltar e outras oito ou nove horas trabalhando -, o que sobra para cuidar dos filhos? A falta de creche e educação de qualidade que atenda à demanda, faltam 160 mil vagas em creche na Capital. Não é a toa que a maioria dos jovens tem origem em bairros com baixos indicadores de qualidade de vida”. Ainda de acordo com a dou-

tora Ana Paula, “existe previsão legal de que aos menores de 18 anos serão aplicadas medidas socioeducativas, em legislação especial, ou seja, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”. “A medida socioeducativa tem natureza penal, mas deveria ter um caráter pedagógico, isso se justifica em razão da condição de desenvolvimento e maturidade do adolescente. Entretanto, não é, evidentemente, o que assistimos. Hoje ninguém é ingênuo a ponto de acreditar que esse sistema esteja funcionando. A Fundação Casa, entidade para onde são destinados os menores infratores em São Paulo, é um verdadeiro depósito de crianças e adolescentes condenados, não exatamente a essas medidas socioeducativas, mas condenados a não saírem nunca mais da vida desgraçada que os levou até lá”. Para a doutora, aos menores infratores “não é destinada nenhuma parcela de atenção do Estado para garantir que se recuperem, ou que tenham motivação, ou condições para se reabilitarem. Não é realizado um trabalho de redenção daquelas pobres vidas, não existe nenhum suporte às famílias e o ambiente não oferece ferramentas que propiciem uma efetiva mudança de vida. Acaba virando a mesma ‘escola de crime’ que ocorre no falido sistema prisional brasileiro”. “A redução da maioridade é uma medida imediatista e preguiçosa, porque não ataca a causa e o que é pior: não sabe o que fazer com a consequência”, afirmou a diretora secretária da Ujucasp.


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Genocídio Armênio: o primeiro do século XX “Mesmo que acorrentem meus pés, Amarrem minhas mãos, Tapem minha boca, Meu coração gritará por liberdade.” Frase do ‘Memorial das Vítimas do Genocídio Armênio’, na avenida Tiradentes

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Para alguns, passar pela avenida Tiradentes, próximo da estação de metrô Armênia ou pela rua Comendador Afonso Kherlakian, pode ser uma experiência diferente a partir da leitura desta reportagem. Os dois endereços na cidade de São Paulo carregam a história do povo Armênio, que sofreu o primeiro genocídio do século XX, com 1 milhão e 500 mil mortos e ainda está à espera de um reconhecimento. Na avenida Tiradentes encontra-se o “Memorial das Vítimas do Genocídio Armênio de 1915” inaugurado no dia 24 de abril de 1966. O Comendador Afonso Khelarkian é irmão de Carlos Khelarkian, último e único de sete irmãos nascido em São Paulo, quando seus pais migraram para o Brasil, fugindo da perseguição sofrida a partir de 1915 pelo Império Otomano, atual Turquia. Os cristãos armênios preparavamse para celebrar a Páscoa, no dia 24 de abril de 1915, quando receberam ordens de deixar suas casas em 24 horas. O governo dos Jovens Turcos começou a perseguição a líderes religiosos, políticos, intelectuais e artistas na atual cidade de Istambul e mais de 800 pessoas foram deportadas e mortas. A partir de então, caravanas com homens, mulheres e crianças começaram a deixar suas cidades e andar pelo deserto em direção à Aleppo e Beirute. Muitos morriam pelo caminho, mas a maioria dos que conseguiam chegar era desviada para a cidade síria de Deir-el-Zor, comparada à Auschwitz, símbolo do holocausto, genocídio que aconteceu também no século XX.

carregando consigo um quadro do avô, parlamentar que conseguiu salvar a família e cerca de 500 mil armênios, graças à intervenção de forças internacionais. Carlos seguiu os passos do avô e também foi parlamentar no Estado de São Paulo. Assim, em uma de suas viagens a trabalho, ele conheceu a esposa, que cantava num coral armênio, durante o Congresso Eucarístico Internacional do Rio de Janeiro, em 1955. Os pais de Hatuna Kherlakian, falecida há 15 anos, nasceram na mesma cidade que os pais de Carlos e juntos tiveram três filhos: Carlos Alberto, também falecido, Márcia e Denise. Elegante, de terno e gravata e com voz forte, Carlos fez questão de enfatizar sua nacionalidade brasileira, ao mesmo tempo em que recorda o quanto os armênios, sírios e libaneses colaboraram com o crescimento da cidade, pois na capital paulista, a coletividade sírio-libanesa cresceu e dominou o comércio, sobretudo nos arredores da rua 25 de março. “Quando meu pai veio para o Brasil, em 1922 e, logo depois, trouxe a esposa e os filhos, em 1925, começou uma indústria de calçados, mas não teve sucesso. Então, passou a trabalhar transportando mercadoria para o interior do Estado e fez isso durante oito anos, até que conseguiu reabrir seu negócio”, contou Carlos. O tio desse brasileiro que vibra ao

contar as histórias do seu povo foi major do exército turco, Setrak Kherlarkian, mas ajudou seu povo em diversos momentos de dificuldade até ser ele também degolado. “As mortes eram muitos cruéis. Os armênios eram crucificados, degolados, empalados. As mulheres grávidas eram espetadas e do ventre se tiravam as crianças”, relatou. O descendente de um massacre que continua ignorado nos livros de história confirmou que o genocídio começou silencioso. “Só passaram a perceber as mortes coletivas quando sentiram a falta das caravanas que partiam, e se deram conta que estavam sendo encaminhados para a morte. Muitos testemunham que o rio Eufrates ficou banhado de sangue. Contudo, por mais que persigam os armênios, por onde passar a tribo armênia, lá fica uma pequena centelha que germina, cresce e forma uma comunidade. Nós não morremos.” Em 1977, o primeiro filho da família Kherlakian nascido no Brasil fez parte de uma comissão do Conselho da Comunidade Armênia de São Paulo, que junto às autoridades de outros países latino-americanos pretendeu levar um pedido de reconhecimento até a Organização das Nações Unidas (ONU) e chegou a falar com o então presidente da República, Médici, à época no governo militar. “Queríamos, e ainda queremos, uma retratação moral e social, não material”, disse. Luciney Martins/O SÃO PAULO

Com a história nas mãos “Ainda estão lá. As casas, a cultura do povo armênio, o monte Ararat, sob o domínio turco”, lamentou Carlos Kherlakian, 84, que veio para a entrevista

Carlos Kherlkian segura o retrato do seu avô, que conseguiu livrar a família do extermínio otomano

Porém, a missão acabou sendo abortada, pois nos mesmos dias em que estavam em Brasília para ter o apoio do governo brasileiro, autoridades turcas vieram ao País com a suposta negociação de compra de café, que, segundo informações do senhor Carlos, não aconteceu.

Sinônimo de cristão O artigo 301 do Código Penal Turco pune com prisão àqueles que ofenderem os valores da nação e, coincidentemente, é este número o mesmo ano em que a Armênia tornou-se cristã, a primeira nação do mundo. Eles também foram os primeiros a esconder-se nas catacumbas fugindo da perseguição romana aos que seguiam Jesus, o Nazareno e, ainda, os primeiros a rezar a missa na própria língua, com anuência do Vaticano. Segundo as palavras de Dom Vartan Waldir Boghossian, “armênio é sinônimo de cristão”. Nascido em Penápolis (SP), Valdir é o nome civil do salesiano, eparca na Argentina e exarca da Igreja Católica Armênia no Brasil. Emocionado, ele falou da sua identidade brasileira e armênia, pois seus avós, da Armênia migraram para o Líbano, antes de 1915. “Desde pequeno, me interessei pela cultura armênia e, quando o Papa me chamou para assumir esta missão, escolhi Vartan, pois era o nome mais parecido com meu nome civil, além de representar a defesa da fé e da cultura deste povo”, disse o Exarca, que faz parte da comissão eclesiástica do centenário e tem o objetivo de projetar a realidade do genocídio às comunidades católicas de toda a América Latina. Sob a imagem de Maria, mãe de Deus, como é invocada pelos armênios, Dom Vartan falou sobre a união de esforços para que o genocídio seja reconhecido. Lembrou São Gregório, o iluminador do povo armênio no século II da era cristã e de outro Gregório, o de Narek, proclamado, recentemente, doutor da Igreja pelo Papa Francisco. O patriarca pai e cabeça da Igreja Armênica fica em Beirute, no Líbano. Em plena comunhão com o Papa, as igrejas de direito próprio têm a variedade do rito, da espiritualidade e da disciplina. “Não somos um rito da Igreja Católica, somos uma Igreja que compõe a Igreja Católica”, explicou Dom Vartan. Com a cruz na mão, elemento essencial da espiritualidade armênia, ele cami-


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Luciney Martins/O SÃO PAULO

1916

1891

Sultão Abdul Hamid II cria esquadrões de extermínio dos armênios chamados “Hamidiya”, formados por soldados curdos.

1896

Abdul Hamid II, o Sultão Vermelho, causa a morte de mais de 300 mil vítimas armênias em toda a região de Anatólia.

1908

Proclama-se, com a revolução dos Jovens Turcos, a nova carta magna, estabelecendo a monarquia constitucional de maneira pacífica. É concedida representação parlamentar aos armênios.

Dom Vartan exarca da Igreja Armênia, localizada na avenida Tiradentes, centro de São Paulo

nhou pela igreja que fica na avenida Tiradentes e falou sobre a pedra da qual todas as cruzes das igrejas são feitas. “É a mesma com a qual foram construídas as casas dos armênios. Assim, há a recordação do sofrimento, mas é um sinal de resistência e esperança”, acrescentou, ao insistir que o povo armênio não conserva ódio, mas não dispensa a justiça. O Exarca falou, ainda, sobre outros pilares da espiritualidade armênia como a liturgia das horas, a devoção a Nossa Senhora e a oração constante pelos antepassados. Dom Vartan contou que o Papa Francisco, ainda Cardeal Bergoglio, em Buenos Aires, demonstrou o desejo de ser enterrado próximo ao altar lateral de São José, da Catedral Metropolitana de Buenos Aires, onde está uma cruz armênia, em memória dos mártires do genocídio. Em um gesto que comoveu e chamou atenção para o centenário, o Pontífice, na Basílica de São Pedro, no dia 12, durante a missa para os fiéis de Rito Armênio, declarou que, no século passado, a humanidade viveu três grandes e inauditas tragédias. “A primeira, que geralmente é considerada como ‘o primeiro genocídio do século XX’, atingiu o vosso povo armênio, a primeira nação cristã, juntamente com os sírios católicos e ortodoxos, os assírios, os caldeus e os gregos. As outras duas são as perpetradas pelo nazismo e pelo estalinismo.” Francisco recebeu os patriarcas armênios em Roma e lembrou outros extermínios, como os do Camboja, de Ruanda, de Burundi, e da Bósnia. “Parece que a família humana se recusa a aprender com os seus próprios erros causados pela lei do terror; e, assim, ainda hoje há quem procure eliminar os seus semelhantes, com a ajuda de alguns e o silêncio cúmplice de outros que permanecem espectadores. Esconder ou negar o mal é como deixar que uma ferida continue a sangrar sem a tratar.”

2015, cem anos de silêncio O que Vladimir Kramnik, campeão mundial de xadrez, Zhores Alferov, prêmio nobel em Física, Steve Wozniak, cofundador da Apple e Hasan Cemal, neto de Dje-

mal Pasha, perpetrador do genocídio têm em comum? Eles reconheceram o genocídio armênio. Além da Turquia, muitos países ainda não o fizeram, entre eles, o Brasil. O último país a fazê-lo, no dia 21, foi a Alemanha, aliada dos turcos na guerra. A declaração do Papa Francisco, no dia 12, causou controvérsias e o governo turco continua a insistir que não houve genocídio, nega o número de 1,5 milhão de mortos e afirma que os únicos mortos foram os que lutaram nos exércitos turcos durante a guerra ou que caíram durante as fugas nas caravanas. Enquanto discursava para seus comandantes militares em Obersalzburg, uma semana antes da invasão da Polônia e o começo da Segunda Guerra Mundial, Adolf Hitler falou de suas ordens “de matar sem piedade ou misericórdia todos os homens, mulheres e crianças de raça ou idioma polonês” e concluiu seu comentário dizendo: “Quem, hoje em dia, ainda fala sobre o extermínio dos armênios?”. Após a independência da União Soviética, a Armênia tem um território com cerca de 20 mil km, mas até mesmo o monte Ararat ficou do lado da Turquia. Hoje são 8 milhões no mundo, metade da população está na Armênia e o restante na diáspora. A maior parte na própria Rússia, devido à língua e à não necessidade de passaporte; em segundo lugar vem os Estados Unidos, seguido da França e, na América Latina, da Argentina e do Brasil. Dom Vartan explicou que até hoje não se conseguiu um reconhecimento internacional por questões políticas. “A Turquia é a sucessora do Império Otomano e os Estados Unidos da América nunca aceitaram, pois se fizerem qualquer aceno em relação a isso, a Turquia grita. Os interesses políticos estão falando mais alto.” Parlamentos de vários países europeus adotaram leis que criminalizam a negação do genocídio. A Turquia, no entanto, continua a negar. Em toda a América Latina, Igrejas têm unido forças aos armênios, na sexta-feira, 8 de maio, às 19h, haverá uma missa na Catedral da Sé, em 2 de agosto, às 8h, vai ser encerrada a programação no Brasil do centenário, com missa no Santuário Nacional de Aparecida (SP).

1909

30 mil armênios são mortos em Adana, Tarso e outras cidades da Cilícia. O exército turco tem responsabilidade direta, inclusive o governo dos Jovens Turcos.

1913

Na Turquia, efetiva-se o “Congresso Panturánico”, chefiado por Enver.

1917

O governo turco continua forçando a islamização. São registrados 10 mil armênios deportados na cidade de Damasco, e 30 mil deportados em Homs e Hama. Turquia rompe relações com os Estados Unidos.

1919

Começa o Julgamento. Nacionalistas turcos ocupam a cidade de Marash, realizando novos crimes.

1920

Em Marash e Hadjin os massacres continuam. O Tratado de Sevres é assinado, incluindo um artigo reconhecendo a Armênia como um estado livre e independente.

1922

1914

Começa a 1ª Guerra Mundial. Um tratado secreto de aliança é assinado entre Turquia e Alemanha. A Rússia declara formalmente guerra contra o Império Otomano.

24 de abril de 1915

Prisão de líderes religiosos, políticos, intelectuais e artistas da nação armênia

1º de maio de 1915

80 vilarejos na província de Van são destruídos e 24 mil armênios são mortos em três dias.

1º de Julho de 1915

Talaat envia um telegrama para a Prefeitura de Aleppo, ordenando o extermínio de crianças em instalações militares. Entre janeiro e março 364 mil dos 486 mildeportados morrem.

Mais de 400 mil armênios chegam aos desertos de Aleppo e Der-el-Zor. Cerca de 500 mil armênios já haviam sido assassinados na Turquia.

Forças de “Kemal Ataturk” apreendem e ateiam fogo à cidade de Esmirna e se empenham em um tumulto, matando gregos e armênios. 150 mil perecem.

1923

O Tratado de Lausanne, assinado pela Turquia e os Aliados, exclui qualquer menção da Armênia ou os armênios. O novo Estado Turco Nacionalista tem reconhecimento internacional. O Império Otomano deixa de existir.

1943

Raphael Lemkin, um defensor dos direitos humanos, cria a palavra Genocídio, durante a Segunda Guerra Mundial.

21 de Setembro de 1991

Um Referendo Nacional proclama a Armênia como uma república independente da União Soviética.

Com informações do site www.genocidioarmenio.com.br


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Luciney Martins/O SÃO PAULO

‘Precisamos crescer mais no serviço da caridade, justiça e paz’, afirma presidente eleito da CNBB Edcarlos Bispo

enviado especial a aparecida (SP) edbsant@gmail.com

Dom Sérgio da Rocha, presidente da cnbb

“A CNBB tem o seu papel que graças a Deus já tem sido reconhecido e valorizado dentro da própria Igreja e da sociedade, mas queremos que cada vez mais essa presença na Igreja e sociedade possa render frutos. Com a insistência de que a Igreja seja mais missionária, precisamos crescer mais no serviço da caridade, justiça e paz”, afirmou o presidente eleito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Dom Sérgio da Rocha. Dom Sérgio é arcebispo de Brasí-

lia (DF) e foi eleito, na segunda-feira, 20, durante a 53º Assembleia Geral da CNBB, que acontece em Aparecida (SP). O presidente, juntamente com o vice, Dom Murilo Sebastião Krieger, arcebispo de Salvador (BA), e o secretário geral reeleito, Dom Leonardo Ulrich Steiner, bispo auxiliar de Brasília (DF), deram entrevista coletiva para tratar de questões ligadas à entidade e à ação missionária da Igreja no Brasil. O novo presidente da CNBB esclareceu que ao assumir a presidência não vai “agindo por conta própria e por gostos pessoais”, mas que a missão da equipe é “cumprir e ajudar a cum-

Imprensa CNBB

Igreja e Sociedade “Temos dado uma atenção às chamadas pastorais sociais, mas o que cada cristão pode fazer individualmente é muito importante. É preciso que cada pessoa leve a sério o seu papel como cidadão, mas também como cristão: sal da terra e luz do mundo. Precisamos ir além da ação pessoal, precisamos avançar nos organizando melhor. Dentro das igrejas, as pastorais sociais são um instrumento precioso de presença da Igreja na sociedade, de superação das situações que estão ai de injustiça, de corrupção, para firmar mesmo a ética na política, mas é claro que precisa que a sociedade civil se organize melhor, pois não se pode esperar que a Igreja sozinha faça isso. A Igreja não tem a pretensão de ser uma espécie de controladora da sociedade. Nós falamos de uma igreja servidora que quer contribuir para transformar a sociedade”, afirmou Dom Sérgio. O presidente eleito destacou que a CNBB continuará trabalhando nos temas ligados à evangelização das grandes cidades. De acordo com ele, há um anseio do próprio episcopado brasileiro para que os temas ligados à realidade dos centros urbanos sejam debatidos. Além disso, Dom Sérgio afirmou que haverá um olhar ainda mais cuidadoso para as famílias. “A família tem ocupado um bom espaço em nossos pronunciamentos, o que falta é um empenho maior em ajudar as famílias. Principalmente as que passam por situações mais difíceis, sejam situações sociais, sejam situações mais internas.”

prir as decisões e propostas do próprio episcopado brasileiro, em primeiro lugar da Assembleia Geral, mas também as decisões dos conselhos - conselho permanente e conselho de pastoral”. Dom Sérgio destacou que o primeiro compromisso dos bispos na Assembleia foi a revisão e aprovação das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja do Brasil, o que para ele foi uma decisão pedagógica, pois foi gasto um tempo elaborando, compreendendo e aprofundando as “diretrizes que devem orientar os próprios trabalhos de quem foi eleito para a CNBB”.

Em Aparecida (SP), bispos atualizam Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil

Atual momento do País Para o vice-presidente, Dom Murilo Krieger, a atual crise vivida pelo País não é necessariamente algo negativo. De acordo com o arcebispo de Salvador, “momentos de crise não são necessaria-

mente momentos negativos, são momentos de decisão”. “Momentos de crise podem ser ruins e perigosos se não houver realmente a possibilidade de dar um passo certo e penso que

nossa função na sociedade é apontar valores. Valores que nem sempre são lembrados e que podem iluminar a sociedade para uma caminhada de fraternidade”, afirmou.

Uma entidade aberta ao diálogo O secretario geral, Dom Leonardo, afirmou que a CNBB tem sempre procurado o diálogo com “todas as camadas sociais e com todos os representantes da sociedade. Temos feito no passado e queremos continuar no futuro, uma vez que é a delegação que a Assembleia nos faz quando

elege a nova presidência”. Para Dom Leonardo, esse diálogo deve ser feito com todas as pessoas, e também em nível de Governo, de Judiciário e Legislativo, pois, para ele, a Igreja quer dar a sua contribuição já que faz parte da sociedade. Dentro dessa contribui-

ção, o secretario geral destacou a realização do Ano da Paz. Aprovado na Assembleia de 2014 e que teve o texto-base referendado este ano, “mostrando a necessidade de reconciliação, de justiça e de uma sociedade onde as pessoas tenham vez e voz”, afirmou.

Atualizado os Desafios da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil Com apenas um voto contrário, foi aprovado o texto atualizado das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. A informação foi dada pelo Monsenhor Antônio Luiz Catelan Ferreira, assessor da equipe do tema central da 53ª Assembleia Geral da CNBB. De acordo com ele, há uma continuidade das grandes opções e as cinco urgências do texto anterior permanecem. Já as novidades estão nos temas inseridos, sobretudo do contexto do desafio econômico do Brasil e diálogo com a sociedade. “Os temas novos que vão aparecendo na vida da sociedade estão refletidos na DGAE, além dos documentos recentes dos magistérios. A Evangelii Gaundium é campeã de citações na DGAE, passam de 60, juntamente com o Documento de Aparecida, ‘perdendo’ apenas para a Sagrada Escritura, com 80 citações” Além disso, o texto dá uma atenção especial para a região amazônica, com os desafios da sociedade local, das questões ecológicas e da evangelização. Ao final, o texto apresenta um roteiro para a elaboração dos planos diocesanos.


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Uma reforma política suprapartidária Na tarde da quarta-feira, 22, o bispo responsável pela comissão da reforma política, Dom Joaquim Giovani Mol, reapresentou a proposta da reforma política aos bispos e discutiu alguns pontos do projeto. Entre esses pontos, de acordo com o bispo em entrevista ao O SÃO PAULO, estavam os ataques e críticas de alguns grupos à CNBB. O Bispo foi enfático ao afirmar que a proposta “não pertence a nenhum partido politico, não está a serviço de partido politico nenhum, não atende e nem foi feito para atender a interesses de partido politico nenhum”. “Esse movimento é um movimento de entidades da sociedade civil e, por isso, a CNBB está junto”, assegurou Dom Mol, garantindo que a CNBB está unida e os que acusam a entidade estão “completamente equivocados”. Dom Mol destacou que haverá até 11 de maio uma intensificação no recolhimento de assinaturas, pois, de acordo com ele, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pretende iniciar a votação de outra reforma política que está sendo feita sem nenhuma consulta à população ou a entidades da sociedade civil. Essa ação do presidente da câmara, segundo com Dom Mol, mostra que “há um divórcio entre os representantes do povo brasileiro e os representados. Nós elegemos representantes e depois eles não querem ouvir os representados. Isso aqui [o projeto da reforma política] tem que ser ouvido e envolve uma centena de entidades”. A proposta é que, após essa intensificação no recolhimento de assinaturas, os grupos reúnam milhares de pessoas e entreguem o projeto e as assinaturas ao presidente da Câmara e demais deputados. Imprensa CNBB

‘Não vamos polemizar com extremistas e fanatizados’ Rafael Alberto

Especial para O SÃO PAULO, em Aparecida (SP)

Presente à 53ª Assembleia Geral da CNBB, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, conversou com exclusividade com O SÃO PAULO. Nesta entrevista, ele revela quais são as novidades das diretrizes para a ação evangelizadora que foram renovadas para o período 2015-2019. O Arcebispo também comenta o fato de haver uma campanha nas redes sociais que o acusa de ser “comunista”. “Só pode ser fruto de muita fantasia. Piada de mau gosto”. Leia a íntegra. O SÃO PAULO – Reunidos em assembleia, os bispos atualizaram as diretrizes da ação evangelizadora. Quais os novos horizontes contemplados? Cardeal Odilo Pedro Scherer - As Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil para 2015-2019, já aprovadas pela Assembleia Geral da CNBB, trazem o horizonte da situação social, política e eclesial em mudança. Por outro lado, trazem a marca dos ensinamentos e apelos do Papa Francisco, sobretudo na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. Haverá uma revisão do 11º Plano da Arquidiocese de São Paulo incorporando o novo espírito das diretrizes? Certamente haverá, mas temos ainda um ano de vigência do atual Plano. Portanto, ao longo de 2016, nós faremos os ajustes no Plano de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo. A rigor, nosso plano já está sintonizado com as Diretrizes renovadas. Diante de um Brasil em crise, quais os desafios da nova presidência da CNBB? A nova presidência da CNBB deverá continuar a promover a fraternidade e a corresponsabilidade de todos os bispos, em favor da vida pastoral da Igreja no Brasil. Ao mesmo tempo, será sua missão manter firme o testemunho da Igreja Católica na sociedade e promover o diálogo com a diversidade das tendências da cultura no Brasil.

Dom Mol fala sobre reforma política

Os regionais também renovam seus

| Reportagem | 15 Imprensa CNBB

quadros diretivos. Qual avaliação que o senhor faz do trabalho como presidente do Sul 1 nos últimos quatro anos? Os regionais deverão renovar agora a sua coordenação. Os últimos quatro anos foram de trabalho sereno e constante para levar à ação as Diretrizes da Ação Evangelizadora. O Regional Sul 1 da CNBB, que congrega as dioceses do Estado de São Paulo, é muito rico de vida eclesial e da uma contribuição expressiva para a Igreja no Brasil. A Assembleia refletiu sobre as críticas feitas à CNBB pelos possíveis apoios a este ou aquele movimento político? Este assunto, até este momento [22/4], não foi tratado, pois não há interesse em polemizar com franjas extremistas e fanatizadas. Vamos tratan- Cardeal Scherer durante 53ª Assembleia Geral da CNBB do serenamente de nossa missão religiosa e do testemunho públi- presidente Dilma, para a sua sanção. Ainco do Evangelho, que somos chamados a da haverá muita discussão e trabalho a ser oferecer ao mundo. feito no Congresso e pelas forças políticas da sociedade. Toda contribuição para meA reforma política foi pauta da Assem- lhorar esse projeto é bem-vinda. bleia? O que foi discutido? Houve quem, nesses dias, espalhasSobre a reforma política, há um fato: se nas redes sociais que o senhor é o Brasil precisa de uma urgente reforma “comunista”. O que tem a dizer sobre política, e não apenas em campo eleitoral. essa suspeita? Há diversas propostas de reforma política. A CNBB ajudou a elaborar uma desQuem me conhece sabe quem sou e o sas, transformada em projeto de iniciativa que penso. Não perdi a minha fé e nem popular. Esse projeto de Lei, para o qual trai minha missão como bispo da Igreja. estão sendo coletadas assinaturas, é fruto Essa acusação só pode ser fruto de muide um consenso entre muitas entidades ta fantasia. É piada de mau gosto. Quem da sociedade, Observo que é uma pro- quiser me conhecer melhor, acompanheposta suprapartidária. Portanto, deve-se me nas missas que celebro aos domingos, desfazer a suspeita de que “é um projeto geralmente às 11h, na Catedral da Sé. do PT”. Isso não é verdade. Não será um Meu pensamento também pode ser facilprojeto de lei perfeito, mas ele pode e deve mente conhecido nos artigos que escrevo ser aperfeiçoado pelo Congresso Nacio- para o jornal O SÃO PAULO e que são nal. Também observo que esse projeto reproduzidos no site www.arquidiocesede lei não vai diretamente para a mesa da desaopaulo.org.br.


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Filipe David

osaopaulo@uol.com.br

Dica de leitura

G. K. Chesterton – O Defensor “Ora, pareceu-me injusto que a humanidade se ocupasse perpetuamente em chamar de más todas aquelas coisas que foram boas o suficiente para tornar outras coisas melhores, em eternamente chutar a escada pela qual subiu. Pareceu-me que o progresso deveria ser algo mais além de um contínuo parricídio; portanto, investiguei os montes de entulho da humanidade e encontrei tesouros em todos. Descobri que a humanidade está ocupada, não incidentalmente, mas eterna e sistematicamente, em jogar ouro na sarjeta e diamantes no mar. Descobri que todo homem está disposto a chamar a folha verde de uma árvore de um pouco menos verde do que é, e a neve no Natal de pouco menos branca do que é; portanto, imaginei que a maior ocupação de um homem, não importa o quão humilde seja, é a defesa”. “Poucas pessoas vão discor-

dar de que todos os movimentos típicos de nossa época estão nessa estrada rumo à simplificação. Cada sistema busca ser mais fundamental que o outro; cada qual busca, em sentido literal, abrir um buraco em baixo do outro [...] Os gigantes de nosso tempo são indubitavelmente semelhantes no fato de que abordam por vias muito diferentes essa mesma concepção de retorno à simplicidade. Ibsen retorna à natureza pelo ângulo exterior do fato, Maeterlinek pelas eternas tendências da fábula. Whitman retorna à natureza vendo o quanto consegue aceitar, Tolstoi vendo o quanto consegue rejeitar”. Ficha técnica: Autor: G. K. Chesterton Páginas: 244 Editora: Ecclesiae

Cinema O despertar da força Divulgação

É verdade que a espiritualidade de “Guerra nas Estrelas” é do tipo “new age”, em que um Deus pessoal foi substituído por uma “força” impessoal e, paradoxalmente, maniqueísta, na qual “o lado negro”, do qual são seguidores os malvados “sith”, vive eternamente em guerra contra o bem, representado pelos cavaleiros Jedi. Mas nada disso importa se você é um fã. Em um evento que foi até domingo, 19, na Califórnia, foi divulgado o trailer de “Star Wars: o Despertar da Força”, mais um capítulo da série de filmes que começou nos anos 70, como uma trilogia. Entre 1999 e 2005, foram lançados mais três filmes, que se passam antes da antiga trilogia e contam a história de Anakin Skywalker, que se tornaria um dos vilões mais famosos da história do cinema, Darth Vader. O novo filme deve ser a primeira parte de uma trilogia, que começa 30 anos após os eventos de “O Retorno do Jedi” (lançado em 1983). O filme contará com três personagens já conhecidos do público, incluindo Han Solo, interpretado mais uma vez por Harrison Ford. O lançamento está previsto para dezembro deste ano.


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| Entrevista | 17

Com a Palavra Elizete Sant’Anna de Oliveira

Faltam políticas migratórias efetivas Movimento Humanos Direitos

Nayá Fernandes

nayafernandes@gmail.com

Uma embarcação no Mar Mediterrâneo naufragou na madrugada do sábado, 18, para domingo, 19, carregada com os sonhos de centenas de pessoas que desejavam recomeçar a vida em outro continente. Mesmo com os riscos de uma travessia ilegal, cada vez mais imigrantes saem da África para chegar à Europa, a maioria por questões sociais, políticas ou religiosas. Em um dos últimos naufrágios, estima-se que houvesse 700 pessoas a bordo. Na semana anterior, outro barco e no dia 20, mais um. Segundo informações da Organização Internacional de Migração (OIM), cerca de 2 mil pessoas morreram somente este ano neste tipo de travessia. “A pequena Helena (nome fictício), 12, estava sozinha no porto de Reggio Calabria, na Itália, entre os outros sobreviventes do naufrágio. Era segunda-feira de manhã. À noite, o barco no qual ela partiu da Líbia com a mãe, o pai e a irmã menor, na última etapa da viagem sem fim que começou na Gambia virou no mais escuro da noite. Frio, terror, desespero. Helena se agarrou em qualquer coisa e das quase 600 pessoas que estavam no barco, somente 150 fizeram o mesmo que ela. Dos outros, nem mesmo o corpo foi encontrado no mar, entre eles o pai, a mãe e sua irmã.” O relato foi publicado em um jornal italiano no dia 17 de abril. A questão da migração desafia a comunidade internacional com rostos diferentes a cada novo fluxo. No Brasil, a chegada recente de grande número de haitianos ocupou espaços nos jornais, mas não pode ser vista como uma situação generalizada. Sírios, africanos, latino-americanos chegam ao País todos os dias e não basta a tão famosa hospitalidade brasileira para acolhê-los. É preciso pensar nas causas e consequências de cada situação. Elizete Sant’Anna de Oliveira, 52, nasceu e mora em Curitiba (PR), onde trabalha como assis-

rizar e visibilizar as ações em prol do ser humano, de causas nobres, fragilizadas ou principalmente aquelas mais em situação de vulnerabilidade. No nosso caso, trazer à tona e denunciar a realidade desses seres humanos imigrantes, refugiados e suas famílias, situações que geram a falta de dignidade a partir das coisas mais elementares; à questão do enfrentamento ao trabalho escravo e tráfico de seres humanos. Receber o prêmio, mais do que um glamour, foi um compromisso de continuar com a causa migratória. Como você considera o acompanhamento dos imigrantes no Brasil?

tente social. Há 12 anos, atua junto aos migrantes no Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) estadual e nacional. Ela recebeu, em 2014, o Prêmio João Canuto, do Movimento Humano Direitos, do Rio de Janeiro, em reconhecimento pela sua luta em favor dos migrantes e refugiados. “Creio que independentemente do País, todos os que chegam precisam de atendimento com dignidade. Tenho receio de ações que beneficiam este ou aquele migrante de determinado País e deixam os demais sem uma ação. Isso acontece devido à falta de uma política migratória efetiva. Trabalha-se com a situação de ‘apagar incêndio’ e ações paliativas e não efetivas, tanto para os refugiados quanto para os imigrantes”, afirma Elizete em entrevista ao O SÃO PAULO. O SÃO PAULO – Qual o desafio principal no seu dia a dia junto aos migrantes? Elizete Sant’Anna - Seria difícil mencionar uma única situação. Mesmo que aparentemente são imigrantes e refugiados com situ-

ações parecidas, cada ser é único, com suas particularidades. Porém, os grandes desafios trazidos cotidianamente por eles são os do trabalho, do acesso à educação, ao idioma, à cultura, à moradia e o atendimento com dignidade em todas as instituições. Como foi a experiência de receber o prêmio João Canuto? Foi um momento especial. Tive a oportunidade de conhecer os demais premiados, inclusive conviver com alguns. Conhecer os idealizadores do Movimento Humanos Direitos e sua missão também foi muito importante. O comprometimento de alguns artistas pela causa dos direitos humanos em suas várias categorias e até a solenidade em si, muito simples, mas profunda e comprometida. Foi um ato em defesa da vida, da integridade. Lembro com carinho a presença de pessoas do SPM que me acompanharam. O SPM teve repercussões para o trabalho com os migrantes? Um prêmio sempre busca valo-

Falta uma política migratória e se arrasta uma proposta para a nova lei de migração. Muitas vezes, a sociedade civil assume ações do Estado com certa precariedade. Há resoluções que orientam a realidade migratória gerando fragilidade e insegurança e falta de compromisso nos três níveis e instâncias de Governo em nosso País. As políticas precisam ser públicas, porque com a mudança nos governos, as situações não são resolvidas, ficando a critério da vontade política de cada governante. Que novos fluxos migratórios merecem mais atenção? Creio que independentemente do País, todos os que chegam precisam de atendimento com dignidade. Tenho receio de ações que beneficiam este ou aquele migrante de determinado País e deixam os demais sem uma ação. Isso acontece devido à falta de uma política migratória efetiva. Trabalha-se com a situação de “apagar incêndio” e ações paliativas e não efetivas, tanto para os refugiados quanto para os imigrantes. Sem contar que há no Brasil uma grande realidade de migração interna, da migração sazonal com seus grandes desafios. Então, também não poderemos perder de vista a complexidade da migração hoje.


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Brasilândia

Juçara Terezinha

Colaboração especial para a Região

Impacto do PL das terceirizações preocupa Pastoral Fé e Política Agência Brasil

Em muitas cidades do País, temática das terceirizações do trabalho mobiliza reflexões de pastorais e movimentos sociais

A equipe regional da Pastoral Fé e Política realizou no sábado, 18, sua terceira reunião do ano, na Paróquia Santos Apóstolos, no Jardim Maracanã. Inicialmente, houve uma análise de conjuntura sobre a realidade política, econômica e social do Brasil, da qual surgiram algumas opiniões em comun, entre as quais a que há uma manipulação da grande mídia em favor de um projeto imperialista. Nesse cenário, durante a reunião, se

destacou a importância de fortalecer a atuação das mídias alternativas. Sandra Silva, integrante da Pastoral, apontou para os erros de gestão do Governo Federal e chamou a atenção para a atual composição do Congresso Nacional e as posturas de deputados e senadores em relação ao projeto de lei 4330/04 sobre as terceirizações trabalhistas. “Todos os trabalhadores, sem exceção, serão prejudicados com a lei da terceiriza-

AGENDA REGIONAL Sábado (25), 9h

Reunião do Conselho Regional de Pastoral (CRP), na Paróquia Santos Apóstolos (avenida Itaberaba, 3.907, no Jardim Maracanã).

Jornada Regional da Juventude

Divulgação

ção. Haverá demissões em massa e a precarização do trabalho”, enfatizou. Carlos Cordeiro, também participante da Pastoral, analisou o cenário social, econômico, político, cultural e religioso internacional. “O Brasil não é uma ilha isolada do mundo. Precisamos entender por que os países desenvolvidos passam por crises ainda piores que o Brasil”. Ele ressalta, ainda, que a flexibilização dos direitos dos trabalhadores já é parte da agen-

da de muitos países. “O Brasil está tentando copiar esta ideia”, lamentou, lembrando, porém, que os trabalhadores ainda podem se mobilizar para defender os direitos já conquistados, e citou as recentes manifestações dos Sem-terra, Sem-teto, professores, mulheres, povos indígenas e sindicalistas, que têm pressionado o Congresso a repensar os pontos do PL 4330. A realização da Semana de Fé e Compromisso Social, em maio, ocupou grande espaço da reunião. Os temas em pauta para o debate são a democratização da comunicação, a questão econômica e a reforma política. O evento acontecerá nos dias 14 e 15 de maio, às 20h, e no dia 16, às 14h às 17h, na Paróquia Santa Cruz de Itaberaba, e tem a proposta de dar sequência às reflexões da Campanha da Fraternidade de 2015, com o tema “Igreja e Sociedade”. Já estão confirmadas as presenças de Altamiro Borges, Padre Antonio Manzatto, Américo Sampaio, Ladislau Dowbor e Júlio Turra.

Por uma comunição eficaz nas paróquias e comunidades No sábado, 18, a Pastoral da Comunicação da Região Brasilândia (Pascom) promoveu na Paróquia São José, em Perus, um encontro de formação sobre o Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil – Documento 99 da CNBB. O estudo foi conduzido pelo Padre Cilto José Rosembach, assessor regional da Pascom, que apresentou a estrutura do Diretório, baseado em quatro eixos: Formação, Articulação, Produção e Espiritualidade, abordando a comunicação e a Igreja em um cenário mundial de mudanças. O Padre lembrou que o Diretório desafia os agentes de pastoral a uma atualização diante da realidade, especialmente com o fenômeno das novas mídias. Lembrou, ainda, que o documento apresenta de forma objetiva os princípios norteadores para a comunicação na Igreja, além de dicas para uma possível prática comunicacional. Na avaliação do Padre Cilto, o estudo do tema foi uma novidade para a maioria dos participantes do encontro, sendo, assim, indispensá-

vel que as equipes de comunicação das comunidades, das paróquias e as pastorais conheçam o Diretório. Nesse sentido, já há um indicativo para que a mesma formação seja realizada em outros setores e paróquias. Para Anderson Braz, coordenador regional da Pas-

com, a riqueza de conteúdo e as pistas concretas que o Diretório apresenta potencializam o trabalho das equipes de comunicação das paróquias. “Por isso vale a pena ampliar essa reflexão para as paróquias e equipes interessadas em fazer comunicação”, comentou.

COMEÇO DAS OBRAS – No dia 13, o governador Geraldo Alckmin esteve na Freguesia do Ó, para oficializar o início das obras da futura linha 6-laranja do metrô, que irá ligar a Vila Brasilândia ao centro, na Estação São Joaquim, fazendo conexão com a já existente linha 1-azul do metrô. Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Brasilândia, esteve no ato acompanhado pelo Padre Carlos Ribeiro, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Expectação, e de lideranças católicas do Fórum Pró-Metrô. A previsão de entrega de todo o trecho da obra é para 2020.


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Há 40 anos, Santo Antônio intercede pelo Jardim Tietê

Belém Liane Cordeiro Cavalcante

Iracema da Silva

Colaboração especial para a Região

A Comunidade Santo Antônio, da Paróquia Imaculada Conceição, do Setor Sapopemba, comemorou 40 anos de fundação, no sábado, 18, numa celebração que contou com a presença das demais comunidades paroquiais - Bom Pastor, Santa Rita de Cássia, São Lucas e Nossa Senhora do Carmo – além de paroquianos da São Mateus Apóstolo, paróquia à qual a comunidade pertenceu por 34 anos. Cerca de 200 pessoas lotaram a comunidade localizada no Jardim Tietê para a celebração, batizada de “Você faz parte desta História”, e que foi presidida pelo Padre Gilberto Orácio de Aguiar, administrador paroquial da Paróquia Imaculada Conceição. “A semente semeada por aqueles que iniciaram e continuaram participando da Comunidade Santo Antônio é como a missão do semeador que lança a semente na terra e não fica dia e noite com uma lanterna vigiando para que ela nasça e cresça, mas sim

Fiéis participaram de missa solene pelos 40 anos da Comunidade Santo Antônio, no sábado, 18

deposita na terra e confia que ela vai frutificar”, disse o Padre Gilberto, se referindo à missão de cada pessoa, lembrando as parábolas contadas por Jesus no Evangelho. Lembranças das pessoas que passaram pela comunidade e dos momentos de luta marcaram a celebração e emocionaram a todos, como a primeira missa celebrada ainda na residência do casal Manoel e Rosa-

lina Medina; passando pela compra do terreno e a construção do prédio, na época em que Dom Luciano Mendes de Almeida era o bispo auxiliar da Arquidiocese na Região; além da missa inaugural, em 1991, presidida por Dom Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo. Ao final da missa, a comunidade pediu a bênção de Nossa Senhora Aparecida e em seguida foi apresen-

tado um vídeo contando a bonita história da Santo Antônio, com depoimentos de pessoas históricas da comunidade e a homenagem aos que já faleceram: Socorro, Nico, Américo, Padre Samuth e Dom Luciano. Um grande bolo de aniversário e o ‘parabéns pra você’ encerraram o dia festivo na Comunidade Santo Antônio.

Paróquias da zona leste abrem espaço para economia solidária e alimentação saudável Flávio Castro

MICC

Especial para O SÃO PAULO

O fornecimento de kits quinzenais é outra forma de consumir produtos saudáveis. São distribuídos mensalmente 2 mil kits, contendo oito produtos entre verduras e legumes. Estes kits são distribuídos em mais de 20 pontos na zona leste, entre os quais na Paróquia Sagrado Coração, na Vila Formosa, e na Paróquia São Pedro Apóstolo, no Jardim Independência. No MICC, mais de 80 colaboradores organizados trabalham voluntariamente. Outros detalhes do projeto e formas de colaboração podem ser obtidos pelo telefone (11) 28434620, pelo e-mail contato@micc.org. br, ou por meio do site www.micc. org.br.

A realização da Campanha da Fraternidade de 1986, que teve por lema “Terra de Deus, Terra de Irmãos”, inspirou a formação do Movimento de Integração Campo e Cidade (MICC). Este grupo, além da preocupação com os pequenos produtores e assentados e com a questão da reforma agrária, atenta-se à saúde da população da cidade por meio da alimentação. Anualmente, cada brasileiro con- Com ajuda de fiéis, MICC viabiliza feira de alimentos sem agrotóxicos em paróquias some, em média, 5,2 litros de agrotóxico. Nesse sentido, a proposta do sede do MICC, tal feira acontece des- ciona durante a semana, fornecendo MICC é trazer os produtos sem uti- de os anos 1990, aos finais de sema- produtos sem agrotóxico, produtos lização de agrotóxicos diretamente na. Também há uma lojinha que fun- naturais, mel, multimistura etc. às comunidades, com baixos custos, e também fornecer cursos de como aproveitar o produto, da melhor forma. Na Paróquia São João Batista, no bairro Vila Carrão, na Região Belém, uma feira Você pode viver bem, ter vida saudável melhorando seu de alimentos acontece menmodo de ver a si mesmo, os outros e o mundo. salmente, desde 2011, após É isso que os médicos, Dr. Bruno e Dr. José, 18 anos de excelência nos serviços se propõem a fazer com você. as missas de sábado e dominOs interessados devem comparecer todas as prestados para filantrópicas go, organizada pelos próprios quartas-feiras, às 14h30, nas instalações das paróquias: paroquianos. • TRABALHISTA • CIVEL • TRIBUTÁRIO • Nossa Senhora da Assunção e São Paulo Na Paróquia Nossa SePessoal Nipo-Brasileira de São Gonçalo nhora do Carmo, na Vila Al11 – 3883.3131 – www.rribeiro.com.br Praça João Mendes 108, Tels. 3106-8110 e 3106-8119 pina, onde está localizada a

Vida

Saudável

AJUDA PSICOTERAPÊUTICA


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Santana

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Diácono Francisco Gonçalves e Carlos Roberto Minozzi

Colaborador de comunicação da Região

Dom Sergio: cada membro do povo de Deus deve assumir o protagonismo na nova evangelização Diácono Francisco Gonçalves

Dom Sergio reunido com coordenadores regionais de pastoral em evento de formação, no dia 11, na Cúria de Santana

As coordenações regionais de pastorais e movimentos se reuniram na Cúria de Santana, no dia 11, para um encontro de formação, com assessoria de Dom Sergio de Deus Borges, bispo auxiliar da Arquidiocese na Regiao Santana. “A missão na alegria do Evangelho” foi o tema da palestra, durante a qual Dom Sergio mostrou que é função sua, como bispo, favorecer sempre a comunhão mis-

sionária na Região Santana. Por isso, estimula o amadurecimento dos organismos de participação propostos pelo Código de Direito Canônico com o sonho de construir uma pastoral em chave missionária. Nessa chave, afirmou, é imprescindível que as lideranças busquem repensar os objetivos, o estilo e os métodos evangelizadores das pastorais. Assim, o objetivo pastoral deve

focar no essencial, comunicar a verdade do Evangelho, ser uma pastoral “em saída”, que significa sair em direção aos outros para anunciar Jesus Cristo. Dom Sergio lembrou que em virtude do Batismo recebido, cada membro do povo de Deus é um discípulo missionário, por isso deve assumir um novo protagonismo na nova evangelização, na qual todos são chamados a dar aos outros o tes-

temunho explícito do amor de Cristo. Para realizar a missão, orientou o Bispo, cada pastoral deve pregar o Evangelho. Ele citou o exemplo da pastoral que ajuda aos pobres no fornecimento de alimentos. Esta não pode deixar de concomitantemente também fornecer o alimento espiritual, a Palavra. O Bispo mostrou que a melhor motivação para comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, ou seja, meditar a Palavra. “Dessa maneira, redescobrimos o bem que nos dá uma vida nova”. No final do encontro, os participantes refletiram e responderem às seguintes questões: “Qual o núcleo central de nossa ação pastoral (movimento, serviço, comunidade)?”; “Como se apresenta este núcleo central nas atividades realizadas?”; “A Missão proposta pelo Papa Francisco na Evangelii Gaudium mudou nossa ação pastoral (movimento, serviço, comunidade)? Por quê?”; “O que faremos para que nossa pastoral (movimento, serviço, comunidade) comece a participar da ‘alegria do Evangelho’?”. Os grupos apresentaram um resumo das discussões e Dom Sergio pediu que a resposta à quarta questão fosse objeto de reflexão na próxima reunião das coordenações regionais de pastoral.

Pascom Santa Teresinha comemora edição 100 de jornal com discussão de filme No ano do Sínodo sobre a Família, o Papa Francisco utiliza-se da mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais para integrar dois temas de absoluta atualidade, família e comunicação, haja vista o título de sua mensagem: “Comunicar a Família”. O Dia Mundial das Comunicações Sociais é o único dia estabelecido no Concílio Vaticano II, durante o pontificado de Paulo VI, com o decreto Inter Mirifica. Desde então, a data vem sendo celebrada em todo mundo no domingo que antecede a Festa de Pentecostes. Neste ano será em 17 de maio. Como em maio ocorre o lançamento da edição número 100 do jornal Santa Teresinha em Ação, a Pascom Santa Teresinha também preparou três eventos de pré-lançamento dessa edição, contemplando os dois temas propostos pelo Papa. O primeiro evento ocorreu em 22 de fevereiro, com a presença de Irmã Helena Corazza, FSP, doutora em comunicação e coordenadora de cursos no Serviço à Pastoral da Co-

municação (Sepac), que apresentou a mensagem do Papa Francisco para o Dia das Comunicações Sociais de 2015. No segundo evento, realizado em 29 de março, a Pascom trouxe um Cine-Fórum com o filme “Confiar”, relacionado aos problemas que um mau uso da internet podem causar a toda família com filhos adolescentes. As reflexões partilhadas após o filme foram de excelente profundidade e úteis para os pais, jovens e adolescentes presentes, que opinaram sobre as relações familiares e como são afetadas pela possibilidade de comunicação real e instantânea trazida pelas novas tecnologias ao alcance de todos, independentemente da idade que se tem. Muitos testemunhos serviram para dar fundamento de vida às reflexões provocadas pelo filme. A Pascom, então, anunciou para o próximo dia 26, ao terceiro evento pré-lançamento, uma palestra interativa com Marcel Agarie, jornalista e blogueiro especializado em mídias sociais.

Divulgação

Jornal Santa Teresinha em Ação completará 100 edições no mês de maio


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Padre Antonio Francisco Ribeiro e Benigno Naveira Colaboradores de comunicação na Região

Por uma Igreja mais inclusiva e acolhedora O clero atuante na Região Lapa realizou no dia 14, na sede da Cúria regional Lapa, sua reunião mensal, que dessa vez tratou sobre o tema “Igreja mais inclusiva e acolhedora”. Para orientar a reflexão o convidado foi o coordenador da Pastoral das Pessoas com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo, Carlos Alexandre Campos. Ele explicou que ao longo da história têm ocorrido avanços na participação de pessoas com deficiência no processo de sensibilização e conscientização em favor de uma Igreja mais inclusiva e acolhedora, exigência atual para criar condições e oportunidades iguais na caminhada religiosa. No que diz respeito ao papel da Igreja no processo de inclusão do público com

deficiência, houve pequenos avanços, porém significativos. Pode ser percebida uma mudança na maneira de ver a pessoa com deficiência como agente capaz de ser protagonista de sua própria história, mas, ainda assim, o caminho até se alcançar a plena inclusão é longo e exige um trabalho em conjunto entre todas as pessoas envolvidas nesse contexto: pastoral, Igreja e leigos. A Pastoral das Pessoas com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo nasceu fruto da aspiração e reivindicação de antigos grupos e organizações católicas de pessoas com deficiência de São Paulo e da Campanha da Fraternidade e Pessoas com Deficiência de 2006. O objetivo da Pastoral é anunciar o Evangelho a todos e assim promover algumas

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Lapa

Padre Antonio Francisco Ribeiro

Carlos Campos, coordenador da Pastoral das Pessoas com Deficiência, em palestra com o clero

ações para que seja criada uma cultura de acessibilidade na Igreja e para que haja a ampliação desses espaços de participação e atuação de pessoas com deficiência. Entre as ações realizadas pela Pastoral, Carlos desta-

cou as missas com recursos de acessibilidade, audiodescrição e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Na Região Lapa, a pedido de Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região, serão oferecidos

cursos, palestras e seminários para debater e trocar experiências acerca da inclusão e acessibilidade, visitas e contatos com instituições que cuidam e acolhem pessoas com deficiência e demais movimentos ligados à causa.

Ministros Extraordinários: formados para melhor servir A Paróquia São Mateus, no Setor Rio Pequeno, realizou, entre os dias 13 e 17, o curso extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística, organizado pelo Padre José Oliveira dos Santos, coordenador do Setor e pároco dessa paróquia. O objetivo da formação foi criar maior interação entre as paróquias e comunidades, o que foi possível com presença de mais de 120 ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, participantes dos cinco dias do curso. Na segunda-feira, 13, o Padre José Oliveira, após os cumprimentos, iniciou com uma oração, e, na sequência, Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Lapa, refletiu sobre o tema “Ministério e Eucaristia”. Na terça-feira, 14, o Padre Raimundo Ri-

Benigno Naveira

Durante cinco dias de curso, Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão lotam Paróquia São Mateus

beiro Martins tratou sobre “Espiritualidade do Ministro da Sagrada Comunhão”. Na quarta-feira, 15, o Padre Romilson Ferreira Lima falou sobre “Celebração Eucarística”. Na Quinta-feira, 16, o Padre Jean Pierre Gardy refletiu sobre a “Eucaristia e os aspectos Bíblicos Teológicos”; e

na sexta-feira, 17, Padre Geraldo Raimundo conduziu a formação sobre “Orientação Prática sobre o Exercício do Mistério”. O Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão Eucarística é aquele que serve à comunidade e ao povo em nome de Cristo e da Igreja.

Seu serviço é suscitado pelo Espírito Santo. Também o ministro precisa ter consciência de que sua missão consiste em manter uma relação íntima entre o ministério que exerce e a comunidade, procurando torná-la mais ativa e missionária. Ele promove a comunhão entre as pesso-

as, as famílias, e também do povo com o padre. Sua espiritualidade se fundamenta na Palavra de Deus, na Eucaristia e na oração. Tem como função, quando necessário, ajudar a distribuir a Sagrada Comunhão durante a missa, levar a Eucaristia aos doentes nas casas, preparar o doente para a recepção dos sacramentos da Confissão e da Unção dos Enfermos, visitar as famílias em outras circunstâncias para uma conversa amiga ou leitura da Palavra de Deus e orações.

AGENDA REGIONAL Domingo (26), 12h

Missa de posse do Padre Celso de Souza Guedes como pároco da Paróquia Nossa Senhora Rainha da Paz (praça Japubá, 25, Vila Ida).


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Diego Monteiro

Colaboração especial para a Região

Devoção ao ‘Santo das causas urgentes’ leva 25 mil pessoas à Capelania Militar Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO

Durante todo dia 19, fiéis visitam capela de Santo Expedito; Dom Odilo preside missa solene

Para agradecer e pedir graças a Deus, por intercessão do “Santo das causas urgentes”, 25 mil fiéis lotaram a Capela de Santo Expedito (Capelania Militar), no centro da cidade, nas sete missas realizadas no domingo, 19. “Hoje é domingo e estamos aqui por que é o dia?...”, indagou o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano às mais de 4 mil pessoas que participavam da missa campal por ele presidida às 15h. Ouviu-se, então,

um enorme coral de vozes com som retumbante: “Dia de Santo Expedito!”. “Não, hoje é o dia do Senhor”, disse Dom Odilo em sua réplica aos fiéis, que repetiram, com veemência, o que lhes fora lembrado. No início da celebração, o Arcebispo pediu que todos acolhessem com uma salva de palmas o Padre Hélio Vergueiro, nomeado em 29 de março como capelão. “Minha missão como capelão é a evangelização

do povo em geral e, principalmente, da Polícia Militar, de quem nós estamos à disposição. Fazer o melhor serviço possível em favor de toda comunidade. Fui muito bem acolhido por todos aqui, tanto pelos fiéis quanto pela PM”, disse Padre Hélio à reportagem. Além das missas, houve procissão pelas ruas próximas à capela, com a imagem de Santo Expedito, levada em um caminhão do Corpo de Bombeiros.

Ipiranga

‘Não renuncio à minha fé por nada’

Dom Odilo explanou sobre a história de Santo Expedito, que foi martirizado por converter-se à fé cristã. Ele é representado com vestes de soldado romano, levando na mão esquerda a palma do martírio e na direita uma cruz, onde está escrito em latim: Hodie, que quer dizer hoje. “O que será que Santo Expedito quer nos dizer com toda esta urgência?”, perguntou o Cardeal aos fiéis. “Não deixe para amanhã sua conversão a Deus. É a coisa mais urgente que devemos pedir pela intercessão de Santo Expedito”, afirmou Dom Odilo. “Se você está longe de Deus, está em pecado: então é hoje! É urgente! Volte pra Deus. Arrepende-se. Hoje, pergunte para Deus: ‘Senhor, o que queres que eu faça? Senhor, ajudai-me a mudar meu comportamento’. Isso é hoje. Coragem! E, se você volta o seu coração e sua vida para

Jesus, você terá tudo. Quem está com Deus tem tudo na vida. E quem tem Deus na vida tem a riqueza que ninguém vai tomar”. O Arcebispo lembrou os santos, as santas e todos os fiéis que foram e, infelizmente, ainda são martirizados, em todo o mundo, porque creem em Jesus como o Senhor ressuscitado. E salientou que, no Brasil, por mais que os mártires não sejam mortos cruelmente, existe, sim, perseguição religiosa para tirar a fé dos cristãos católicos. “E o que é que a gente faz? Esconde a cruz? Não! Mostre a cruz e diga: ‘Eu sou católico, graças a Deus! Eu sou católico e continuo firme na minha fé. Não renuncio à minha fé por nada. Santo Expedito, valeime’. Nessa hora, você pode invocar todos os santos mártires”. “Valei-nos, Santo Expedito e tantos outros. Ajudai-nos a ser fortes na fé; a não perder a fé e continuar a comunicá -la”, concluiu o Cardeal.

Padre Pedro Luiz Amorim e Francisco David

Colaboradores de comunicação da Região

Doutrina Social da Igreja no foco de atenção do clero Os padres que atuam nas paróquias da Região Ipiranga participaram do encontro geral do clero, na terça-feira, 14, na sede da cúria regional. Na oportunidade, Rosana Manzini, professora de Doutrina Social da Igreja (DSI) da PUC-SP, tratou com os padres sobre as questões da DSI. Anteriormente, ela já tinha falado ao clero sobre a constituição pastoral Gaudium et Spes e desta vez tratou sobre alguns apontamentos que o Papa Francisco deu para a Rede Latino-americana de Doutrina Social da Igreja (REDLAPSI), os quais es-

tão em consonância com aquilo que a própria Região Episcopal Ipiranga colocou como prioridade pastoral em concomitância com as prioridades pastorais da Arquidiocese de São Paulo. Além do serviço, Rosana Manzini destacou a necessidade de o clero estar com os jovens, ocupá-los e olhar com carinho para a juventude. Também falou sobre o alerta que o Papa fez para que haja um combate ao trabalho escravo e ainda sobre a acolhida dos imigrantes que vêm para o Brasil. Em linhas gerais, segundo a ProAndre Martins Ribeiro Colegio Marista

fessora, o Papa Francisco fez alguns diagnósticos do que é próprio da realidade latino-americana, apontando linhas de trabalho pastoral importantes para a Doutrina Social da Igreja, afinal isso é algo que se ressalta na Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema: “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45). Outra ocasião importante no encontro do clero foi a eleição de um representante para o Conselho Arquidiocesano de Presbíteros. O Padre Sérgio Heinkemeier, SCJ, pároco e reitor da Paróquia-santuário São Judas Tadeu foi eleito para substituir

o Frei José Maria Mohomed Junior, OdeM, transferido para a Arquidiocese de Brasília. Também foram eleitos padres que irão representar o clero atuante na Região no Encontro Nacional de Presbíteros (ENP): o Padre William Day Tombini, pároco da Paróquia São João Clímaco, se mantém na representação e o Padre Célio Cardoso, OMV, pároco da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, e o Padre Edson Chagas Pacondes, vigário da Paróquia São Bernardo de Claraval, são os novos integrantes do clero para o ENP.

400 Títulos de Maria no Colégio Marista O Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo recebeu, entre os dias 15 e 17, a exposição “400 Títulos de Maria”. “Esta foi uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre esta mulher forte, presença na vida da Igreja e das nossas comunidades de fé, desde o início do Cristianismo até os nossos dias”, disse Ascânio João Sedrez, diretor do Colégio. “A ideia de fa-

zer a primeira exposição surgiu quando percebi a riqueza da coleção que tinha em minha casa. Resolvi, então, conversar com o Padre da minha paróquia e ele teve a ideia de fazermos uma exposição. Percebi a emoção das pessoas ao observarem os diversos títulos de Maria”, afirma a dona da coleção, Maria Lucia Correia. (Com informações do Colégio Marista)


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Uma nova era com Del Nero? Confederação Brasileira de Futebol

Ex-mandatário da Federação Paulista tomou posse da CBF no dia 16 com discurso de modernização e gestão responsável do futebol no País Daniel Gomes

danielgomes.jornalista@gmail.com

Com a renúncia de Ricardo Teixeira ao comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em março de 2012, após suspeitas de envolvimento em casos de corrupção na Fifa, José Maria Marin assumiu a entidade, com o desafio de dar sequência à organização da Copa de 2014. Dois meses antes do Mundial, um novo presidente foi eleito, Marco Polo Del Nero, mas ele só assumiu o cargo um ano depois, na quinta-feira, 16. “Não é continuidade, é uma nova administração. Cada um tem sua maneira de administrar. O Marin fez uma magnífica administração, foi um grande gestor, trabalhou muito bem, mas nós temos nossa diretoria”, disse em entrevista. Antes, no discurso de posse, prometeu “avanço, modernização, legalidade, estímulo à gestão responsável dos clubes, busca de padrões de governança, abertura, segurança jurídica, consciência de sua função social. Esses são os lemas da nova Confederação Brasileira de Futebol, assim será o novo futebol brasileiro”.

Esperar por mudanças?

Marco Polo Del Nero, 74, assume a CBF após ter comandado a Federação Paulista de Futebol por 11 anos, desde agosto de 2003, quando prometeu fortalecer os clubes e as ligas no Estado. Passada uma década, os quatro grandes paulistas

Marco Polo Del Nero durante posse como presidente da CBF, na quinta-feira, 16

seguem na dianteira do futebol nacional, mas muitas equipes do interior enfrentam dificuldades. “A Lei Pelé penalizou 100% os clubes formadores e os times do interior dependiam 95% da receita vinda da formação de seus atletas. Os times do interior não tiveram nenhum apoio e nem seus dirigentes foram capazes de se organizar para tentar uma mudança no cenário de abandono”, avalia Élcio Paiola, 53, diretor do portal de notícias Futebol Interior. Ele considera, ainda, que Del Nero “priorizou os grandes clubes, promovendo um processo de elitização”. Ao assumir a CBF, Del Nero disse que o futebol brasileiro deve ser reconhecido não só pelo talento, mas também “pelo planejamento, modernização e busca incessante da responsabilidade financeira, econômica e social”. “Isso é possível, porque Marco Polo é

um dirigente inteligente, muito bem relacionado e que preza pela organização. Nisso ele é impecável. Além do que é muito fácil se planejar, modernizar e manter a responsabilidade financeira, econômica e social na CBF, que tem uma receita astronômica”, avaliou Elcio. Já o jornalista esportivo William Douglas, 29, da TV Brasil, não espera por avanços. “Alguém que julga excelente uma administração que teve na Copa um 7 a 1 contra em casa, não dá para ser otimista. Muito pouco ou quase nada deve mudar. A intenção dele é manter a estrutura como está”.

Desafios

Com um mandato que segue até 2019, Del Nero terá como uma das missões recuperar o prestígio da seleção e para isso confia no trabalho do técnico Dunga. Outra tarefa será lutar por revi-

sões na MP 671, do refinanciamento da dívida dos clubes. Del Nero considera que medida provisória invade a administração das agremiações e promove a cisão do futebol brasileiro, embora seja favorável ao equilíbrio financeiro das equipes. “Não teremos time bom em campo com o clube devendo muito no banco”, sintetizou. “O grande desafio do Del Nero será distribuir e socializar as receitas da CBF não só entre os clubes da Série A, mas também na Série B, que já tem uma fatia pequena no bolo, bem como ampliar a ação para os clubes das séries C e D. Capacidade e condições ele dispõe, basta saber se vai ter disposição para fazer essas mudanças”, comenta Élcio. “Ele poderia começar mexendo na estrutura do calendário do futebol brasileiro, acertando os estaduais, o que não significa acabar com eles. É preciso repensar o futebol brasileiro nas divisões menores, pois o caminho para os clubes chegarem à elite dos campeonatos é muito extenso. Seria importante também padronizar um trabalho na seleção brasileira e ter uma melhor estrutura no futebol feminino”, opinou William.

AGENDA ESPORTIVA QUINTA-FEIRA A SÁBADO (de 23 a 25) Open de natação e atletismo paralímpico 9h – Início diário das competições (Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães – ao lado do Ginásio do Ibirapuera). DOMINGO (26) Paulistão de Futebol – Final 16h – Palmeiras x Santos (Allianz Parque)


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Externato Popular São Vicente de Paulo - Colégio Luiza de Marillac C.N.P.J.: 62.837.059/0001-96 Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2014 e 2013 Relatório da Administração O Externato Popular São Vicente de Paulo é uma associação civil de caráter educacional, cultural, filantrópico e sem fins lucrativos, orientada fundamentalmente pelos princípios da Doutrina e da Moral Cristã e comprometida com o Plano Pastoral da Arquidiocese de São Paulo. Assim sendo, o Externato vem submeter à apreciação dos interessados, o relatório anual da administração acompanhado de suas demonstrações contábeis relativas aos exercícios sociais findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013. Objeto social e missão O Colégio Luiza de Marillac, mantido pelo Externato, é uma escola católica, voltada para a educação e formação integral do ser humano, fundamentada nos princípios morais, éticos e religiosos do cristianismo.

nos ensinamentos cristãos. • Espaço de liberdade, em que se possibilita a expressão da diversidade cultural e artística da pessoa humana, respeitando-a e valorizando-a em sua individualidade. • Fonte de esperança, que procura imprimir em sua prática diária, comportamento pautado em sentimentos justiça e fraternidade. • Sinal de escola viva, atuante e aberta aos desafios, mudanças e apelos do mundo moderno. • Caminho para conhecer as bases das diversas ciências, visando à produção do conhecimento e não simplesmente a sua absorção.

Dessa forma, a Escola se coloca diante da sociedade como: • Lugar de vida em comum, em que se proporciona um projeto educativo inspirado

O Colégio Luiza de Marillac tem como compromissos: • Tornar o educando sujeito do seu próprio desenvolvimento na comunidade. • Oferecer um ensino de qualidade que favoreça o desenvolvimento da consciência crítica, que faça desabrochar práticas que venham a contribuir com a construção de uma sociedade justa. • Estabelecer relações democráticas e fraternas entre educador e educando.

Balanços patrimoniais em 31 de dezembro de 2014 e 2013

Demonstrações de resultados

Nota

2014

2013

6 7

39 488 4

18 475 10

8

64

45

2 533

64 597

2 505 3 48

553

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Passivo Nota 2014 Circulante Empréstimos bancários (saldo devedor) - Obrigações com pessoal 9 151 Contribuições sociais 10 276 Obrigações tributárias 11 23 Fornecedores 12 32 Adiantamento de mensalidades 13 181 189 Outras contas a pagar 14 852 Não circulante Exigível a longo prazo Contingências judiciais 15 3.465 Empréstimos de outras instituições 16 669 Obrigações tributárias 11 199 3 Outras contas a pagar 4.336 Patrimônio Líquido Déficits acumulados (4.741) 150 Superávit do exercício (4.591) Total do Passivo 597

Nota 2014 Receita operacional líquida 17 2.248 Despesas com pessoal 18 (1.679) Despesas com serviços de terceiros 19 (110) Despesas administrativas e gerais 20 (133) Devedores duvidosos (85) Depreciações (9) Outras despesas operacionais (8) Resultado operacional antes do resultado financeiro 224 Resultado financeiro líquido 21 (74) Superávit do exercício 150

2013

215 877

2013 2.027 (1.551) (101) (112) (4) 259 (81) 178

Demonstrações de resultados abrangentes Exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Em milhares de Reais)

Superávit do período Superávit abrangente total

2014

2013

150

178

150

178

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstrações das mutações do patrimônio líquido 3.577 669 168 3 4.417

(4.919)

178 (4.741) 553

São Paulo, 31 de Março de 2.015. Presidência do Externato Popular São Vicente de Paulo

Demonstrações dos fluxos de caixa - Método direto

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

21 165 254 20 19 183

O Externato Popular São Vicente de Paulo manteve seus alunos e com isso conseguiu obter uma receita operacional líquida de R$ 2.248 mil em 2014 (R$ 2.027 mil em 2013), bem como o seu compromisso com a sociedade ofertando aos seus alunos um ensino de qualidade. Complementando sua contribuição junto a sociedade o Externato proporciona aos estudantes carentes bolsas de estudos filantrópicas. No ano de 2014 o Externato aplicou em bolsas de estudos para estudantes com baixa renda o montante de R$ 843 mil (R$ 745 mil em 2013).

Exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Em milhares de Reais)

(Em milhares de Reais)

Ativo Circulante Caixa e equivalentes de caixa Contas a recber de alunos Outras contas a receber Despesas antecipadas Não circulante Imobilizado Intangível Total do Ativo

• Promover a co-responsabilidade nas atividades escolares. • Humanizar e personalizar a todos em um ensino que seja anúncio e instrumento da Boa Nova do Reino de Deus. • Possibilitar o desenvolvimento da sensibilidade solidária.

Exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Em milhares de Reais)

Saldos em 1º de janeiro de 2013 Transf. para resultados acumulados Superávit do exercício Saldos em 31 de dezembro de 2013 Transf. para resultados acumulados Superávit do exercício Saldos em 31 de dezembro de 2014

Déficits Superavit

Acumulados Exercício Total (4.919) - (4.919)

-

- (4.919) 178 - (4.741)

-

-

178 178

178 (4.741)

150 150

150 (4.591)

-

Exercício findo em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Em milhares de Reais)

12/2014 12/2013 Fluxos de caixa das atividades operacionais Valores recebidos de clientes 2.104 2.016 Valores recebidos de reembolsos de despesas - FUNDASP 368 425 Valores amortizados líquidos relativos à empréstimos outras Instituições (27) (24) Valores pagos de obrigações tributárias, taxas e processos judiciais (171) (173) Valores pagos a empregados (1.824) (1.707) Valores pagos a fornecedores (387) (461) Caixa gerado pelas operações 63 76 Outros recebimentos 9 7 Receitas financeiras recebidas 14 10 (18) (46) Despesas bancárias Caixa líquido proveniente das atividades operacionais 68 47 Fluxos de caixa das atividades de investimentos Aquisição de imobilizado/Intangível Caixa líquido usado nas atividades de investimento

Fluxos de caixa das atividades de financiamentos Captação/amortização de empréstimos outras instituições (21) (2) Juros pagos s/empréstimos bancários Caixa líquido usado nas atividades de financiamento (23) Aumento no saldo de caixa e equivalentes de caixa 21 Demonstração do aumento de caixa e equivalentes de caixa No início do exercício No fim do exercício Aumento no saldo de caixa e equivalentes de caixa

(8) (8)

(18) (8) (26) 13

18

5

39 21

18 13

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

(24) (24)

Notas explicativas às demonstrações financeiras (Em milhares de Reais)

1 Contexto operacional O Externato Popular São Vicente de Paulo é uma Entidade sem fins lucrativos, reconhecidamente filantrópica, instituída em 16 de dezembro de 1940. Seus objetivos principais são: • Tornar o educando sujeito do seu próprio desenvolvimento na comunidade. • Oferecer um ensino de qualidade que favoreça o desenvolvimento da consciência crítica, que faça desabrochar práticas que venham a contribuir com a construção de uma sociedade justa. • Estabelecer relações democráticas e fraternas entre educador e educando. • Promover a co-responsabilidade nas atividades escolares. • Humanizar e personalizar a todos em um ensino que seja anúncio e instrumento da Boa Nova do Reino de Deus. • Possibilitar o desenvolvimento da sensibilidade solidária. O Colégio Luiza de Marillac cumpre seus objetivos sociais, aplicando integralmente no país os recursos por ela gerados em ensino e assistência social, prestando relevantes serviços à comunidade na qual está inserida, com destacada atuação na área social, educação e cultura. Dentre as principais atividades desenvolvidas destacam-se a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, a participação no desenvolvimento da consciência crítica nos seus alunos e a assistência social em sua comunidade. O Colégio está imune da tributação do imposto de renda e da contribuição social, bem como, da Contribuição Patronal do INSS, de acordo com a Lei nº. 9.532/97, que estabelece no seu art. 15, que o Colégio deverá reunir as seguintes condições, cumulativamente, para fazer jus a essa isenção: a. Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados. b. Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais. c. Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão. d. Conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, assim como, a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial. e. Apresentar, anualmente, a declaração de rendimentos.

2 Base de preparação

(a) Declaração de conformidade (com relação às normas IFRS e às normas do CPC)

As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. A presente demonstração financeira inclui dados não contábeis e dados contábeis como, operacionais, financeiros.

(b) Base de mensuração

As demonstrações financeiras foram preparadas com base no custo histórico com exceção pelos instrumentos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado.

(c) Moeda funcional e moeda de apresentação

Essas demonstrações financeiras são apresentadas em Real, que é a moeda funcional do Externato. Todas as informações financeiras apresentadas em Real foram arredondadas para o milhar mais próximo, exceto quando indicado de outra forma.

(d) Uso de estimativas e julgamentos

A preparação das demonstrações financeiras de acordo com as normas do CPC exige que a Administração faça julgamentos, estimativas e premissas que afetam a aplicação de políticas contábeis e os valores reportados de ativos, passivos, receitas e despesas. Os resultados podem divergir dessas estimativas.

Estimativas e premissas são revistas de maneira contínua. Revisões com relação a estimativas contábeis são reconhecidas no período em que as estimativas são revisadas e em quaisquer períodos futuros afetados. As informações sobre incertezas de premissas e estimativas que possuam um risco significativo de resultar em um ajuste material dentro do próximo exercício financeiro e julgamentos críticos referente às políticas contábeis adotadas que apresentam efeitos sobre os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras estão incluídas nas seguintes notas explicativas: • Determinação da vida útil do ativo imobilizado (nota explicativa nº 8); • Determinação das provisões para contingências (nota explicativa nº 15). O resultado das transações e informações quando da efetiva realização podem divergir dessas estimativas.

3 Principais políticas contábeis As políticas contábeis descritas em detalhes abaixo têm sido aplicadas de maneira consistente aos períodos apresentados nessas demonstrações financeiras.

a) Transações em moeda estrangeira

Transações em moeda estrangeira são convertidas para as respectivas moedas funcionais do Externato pelas taxas de câmbio nas datas das transações. Ativos e passivos monetários denominados e apurados em moedas estrangeiras na data de apresentação são convertidos para a moeda funcional à taxa de câmbio apurada naquela data. O ganho ou perda cambial em itens monetários é a diferença entre o custo amortizado da moeda funcional no começo do período, ajustado por juros e pagamentos efetivos durante o período, e o custo amortizado em moeda estrangeira à taxa de câmbio no final do período de apresentação.

b) Instrumentos financeiros

(i) Ativos financeiros não derivativos O Externato reconhece os recebíveis e depósitos inicialmente na data em que foram originados. Todos os outros ativos financeiros são reconhecidos inicialmente na data da negociação na qual o Externato se torna uma das partes das disposições contratuais do instrumento. O Externato não reconhece um ativo financeiro quando os direitos contratuais aos fluxos de caixa do ativo expiram, ou quando o Externato transfere os direitos ao recebimento dos fluxos de caixa contratuais sobre um ativo financeiro em uma transação no qual essencialmente todos os riscos e benefícios da titularidade do ativo financeiro são transferidos. Eventual participação que seja criada ou retida pelo Externato nos ativos financeiros é reconhecida como um ativo ou passivo individual. Os ativos ou passivos financeiros são compensados e o valor líquido apresentado no balanço patrimonial quando, e somente quando, o Externato tenha o direito legal de compensar os valores e tenha a intenção de liquidar em uma base líquida ou de realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente. O Externato tem os seguintes ativos financeiros não derivativos: ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado e empréstimos e recebíveis. Ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado Um ativo financeiro é classificado pelo valor justo por meio do resultado caso seja classificado como mantido para negociação e seja designado como tal no momento do reconhecimento inicial. Os ativos financeiros são designados pelo valor justo por meio do resultado se o Externato gerencia tais investimentos e toma decisões de compra e venda baseadas em seus valores justos de acordo com a gestão de riscos documentada e a estratégia de investimentos do Externato. Os custos da transação, após o reconhecimento inicial, são reconhecidos no resultado como incorridos. Ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado são medidos pelo valor justo, e mudanças no valor justo desses ativos são reconhecidas no resultado do exercício.

Empréstimos e recebíveis Empréstimos e recebíveis são ativos financeiros com pagamentos fixos ou calculáveis que não são cotados no mercado ativo. Tais ativos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, os empréstimos e recebíveis são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos, decrescidos de qualquer perda por redução ao valor recuperável. Caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa abrangem saldos de caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras com vencimento original de três meses ou menos a partir da data da contratação, os quais são sujeitos a um risco insignificante de alteração no valor, e são utilizadas na quitação das obrigações de curto prazo. (ii) Passivos financeiros não derivativos O Externato reconhece títulos de dívida emitidos e passivos subordinados inicialmente na data em que são originados. Todos os outros passivos financeiros são reconhecidos inicialmente na data de negociação na qual o Externato se torna uma parte das disposições contratuais do instrumento. O Externato baixa um passivo financeiro quando tem suas obrigações contratuais retirada, cancelada ou vencida. O Externato tem os seguintes passivos financeiros não derivativos: empréstimos, financiamentos, fornecedores e outras contas a pagar. Tais passivos financeiros são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, esses passivos financeiros são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos. (iii) Instrumentos financeiros derivativos O Externato não possuía em 31 de dezembro de 2014 e 2013 nenhuma operação com instrumentos financeiros derivativos, incluindo operações de hedge.

c) Contas a receber de alunos

Representam, basicamente, as mensalidades emitidas, porém não recebidas, além de acordos firmados com estudantes de mensalidades vencidas e de cobranças judiciais. O ajuste para créditos duvidosos foi constituído em montante considerado suficiente pela Administração para fazer face, a eventuais perdas na realização das mensalidades, negociações a receber e outros ativos a receber e é calculada levando-se em consideração os índices históricos de recuperação em suas diversas modalidades.

d) Passivo circulante e não circulante

Os passivos circulantes e não circulantes são demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis acrescidos, quando aplicável dos correspondentes encargos, variações monetárias e/ou cambiais incorridas até a data do balanço patrimonial.

e) Mensalidades e Matrículas recebidas antecipadamente

Como prática de negócio e mercado de atuação do Externato, as matrículas do ano letivo seguinte iniciam-se ao final do exercício social em curso. Consequentemente são reconhecidas como anuidades antecipadas, no passivo circulante, às mensalidades de períodos subsequentes recebidas antecipadamente pelo Externato no exercício social em curso que serão reconhecidas no resultado do exercício de acordo com o regime de competência.

f) Provisões

Uma provisão é reconhecida no balanço patrimonial quando o Externato possui uma obrigação legal ou constituída como resultado de um evento passado, e é provável que um recurso econômico seja requerido para saldar a obrigação. As provisões são registradas tendo como base as melhores estimativas do risco envolvido.


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Externato Popular São Vicente de Paulo - Colégio Luiza de Marillac g) Imobilizado

5 Gerenciamento de risco financeiro

(i) Reconhecimento e mensuração

Visão Geral

Itens do imobilizado são mensurados pelo custo histórico de aquisição ou construção, deduzido de depreciação acumulada e perdas de redução ao valor recuperável (impairment) acumuladas.

O Externato apresenta exposição aos seguintes riscos advindos do uso de instrumentos financeiros: • risco de crédito; • risco de liquidez; e • risco de mercado.

Ganhos e perdas na alienação de um item do imobilizado são apurados pela comparação entre os recursos advindos da alienação com o valor contábil líquido do imobilizado e são reconhecidos em outras receitas/despesas operacionais no resultado (ii) Custos subsequentes O custo de reposição de um componente do imobilizado é reconhecido no valor contábil do item caso seja provável que os benefícios econômicos incorporados dentro do componente irão fluir para o Externato e que o seu custo pode ser medido de forma confiável. O valor contábil do componente que tenha sido reposto por outro é baixado. Os custos de manutenção no dia-a-dia do imobilizado são reconhecidos no resultado conforme incorridos. (iii) Depreciação A depreciação é calculada pelo método linear (da linha reta) sobre o valor depreciável, que é o custo de um ativo, deduzido do valor residual, ao longo de sua vida útil estimada. As vidas úteis estimadas para os períodos correntes e comparativos são as seguintes: 2014 2013 Máquinas e equipamentos 10 anos 10 anos Móveis e utensílios 10 anos 10 anos Equipamentos de informática 5 anos 5 anos Sistemas aplicativos 10 anos 10 anos Os métodos de depreciação, as vidas úteis e os valores residuais são revistos a cada encerramento de exercício financeiro e eventuais ajustes são reconhecidos como mudança de estimativas contábeis.

h) Ativos intangíveis

O ativo intangível refere-se aos gastos de reestruturação (desenvolvimento de sistema coorporativo) do Externato. O Externato não reconhece a amortização para estes ativos.

i) Redução ao Valor Recuperável (Impairment)

Ativos financeiros O Externato avalia os ativos do imobilizado quando há evidência objetiva de que tenha ocorrido perda no seu valor recuperável. Um ativo tem perda no seu valor recuperável se uma evidência objetiva indica que um evento de perda ocorreu após o reconhecimento inicial do ativo, e que aquele evento de perda teve um efeito negativo nos fluxos de caixa futuros projetados que podem ser estimados de uma maneira confiável. A evidência objetiva de que os ativos financeiros perderam valor pode incluir o não pagamento ou atraso no pagamento por parte do devedor, a reestruturação do valor devido à Fundação sobre condições de que a Fundação não consideraria em outras transações, indicações de que o devedor ou emissor entrará em processo de falência, ou o desaparecimento de um mercado ativo para um título. Na aplicação do teste de redução ao valor recuperável de ativos, o valor contábil de um ativo ou unidade geradora de caixa é comparado com o seu valor recuperável. O valor recuperável é o maior valor entre o valor líquido de venda de um ativo e seu valor em uso. Considerando-se as particularidades dos ativos da Entidade, o valor recuperável utilizado para avaliação do teste de redução ao valor recuperável é o valor em uso, exceto quando especificamente indicado. Este valor de uso é estimado com base no valor presente de fluxos de caixa futuros, resultado das melhores estimativas da Entidade.

Estrutura do gerenciamento de risco As políticas de gerenciamento de risco do Externato são estabelecidas para identificar e analisar os riscos enfrentados pelo Externato, para definir limites e controles de riscos apropriados e para monitorar riscos e aderência aos limites. As políticas e sistemas de gerenciamento de riscos são revisados frequentemente para refletir mudanças nas condições de mercado e nas atividades do Externato. O Externato, através de suas normas e procedimentos de treinamento e gerenciamento, tem por objetivo desenvolver um ambiente de controle disciplinado e construtivo, no qual todos os empregados entendem os seus papéis e obrigações.

6 Caixa e equivalentes de caixa Bancos conta movimento Total

2014

2013

39 18 39 18

Referem-se a disponibilidades imediatas livres de risco que estão a disposição imediata do Externato.

7 Contas a receber de alunos 2014 2013 Contas a Provisão Líquido Contas a Provisão Líquido receber perdas receber perdas Mensalidades a receber 611 (126) 485 514 (41) 473 Cheques a depositar 3 - 3 2 - 2 54 (54) - 54 (54) Cheques devolvidos Total 668 (180) 488 570 (95) 475 Critérios de constituição de ajustes para créditos duvidosos O Externato manteve no exercício de 2014 revisa anualmente os critérios para à constituição de ajustes para créditos de liquidação duvidosa, de forma a atender o reconhecimento dentro do melhor julgamento possível.

8 Imobilizado 2014 2013 Descrição Taxa média Custo Depreciação Valor Valor deprec. a.a. Histórico Acumulada Residual Residual Móveis e utensílios 10% 146 (130) 16 12 Computadores e periféricos 20% 71 (68) 4 2 Máquinas e equipamentos 10% 48 (31) 17 10 Biblioteca 1 - 1 Sistemas aplicativos 10% 2 (1) 1 1 26 - 26 20 Veículos - consórcio Total 294 (230) 64 45 O Externato não possui imóveis próprios adquiridos através de recursos financeiros. O prédio onde está localizado o Colégio foi uma doação para uso fruto realizada quando da constituição da entidade em 1940. O Externato estuda para os próximos períodos um plano de renovação de sua infraestrutura tecnológico.

9 Obrigações com pessoal Salários e ordenados Férias e encargos Total

2014 89

62 151

2013 88 77 165

Referem-se basicamente a obrigações junto a funcionários.

Ativos não financeiros Os valores contábeis dos ativos não financeiros do Externato são revistos a cada data de apresentação das demonstrações financeiras para apurar se há indicação de perda no valor recuperável. Caso ocorra tal indicação, então o valor recuperável do ativo é determinado. Durante o exercício de 2014, não houve indicação de perda no valor recuperável dos ativos não financeiros.

10 Contribuições sociais

O Externato possui dívidas em atraso junto a Caixa Econômica Federal. O saneamento dessas obrigações é objeto de constante análise da Administração a qual estuda as possibilidades de geração positivas de caixa para honrar esses compromissos financeiros a partir do ano de 2016..

j) Benefícios de curto prazo a empregados

Obrigações de benefícios de curto prazo a empregados são mensurados em uma base não descontada e são incorridas como despesas conforme o serviço relacionado seja prestado. O passivo é reconhecido pelo valor esperado a ser pago, se o Externato tem uma obrigação legal ou construtiva de pagar esse valor em função de serviço passado prestado pelo empregado, e a obrigação possa ser estimada de maneira confiável.

k) Receita de serviços

As receitas incluem mensalidades de ensino de nível pré-primario, fundamental e médio, além de taxas de inscrições. As receitas são registradas no mês em que os serviços são prestados.

l) Receitas e despesas financeiras

As receitas financeiras abrangem receitas de juros sobre aplicações financeiras e juros sobre contas a receber por mensalidades renegociadas. A receita de juros é reconhecida no resultado, através do método dos juros efetivos. As despesas financeiras abrangem despesas com juros sobre tributos parcelados, despesas com juros e multas sobre passivos em abertos, juros sobre saldo devedor, e despesas bancárias em geral. Custos de empréstimo que não são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo qualificável são mensurados no resultado através do método de juros efetivos, além dos encargos financeiros incidentes sobre tributos parcelados junto ao Governo.

m) Gratuidade

Calculada com base na totalidade das receitas efetivamente recebidas pelo Externato, incluindo entre outras as receitas de mensalidades e matrículas, sendo o percentual de gratuidade concedido no exercício superior a 20% da receita total, conforme demonstrado na Nota Explicativa nº 22, atendendo as determinações da Lei 12.101/09, bem como a legislação pertinente à filantropia.

4 Determinação do valor justo Algumas políticas e divulgações contábeis do Externato exigem a determinação do valor justo, tanto para os ativos e passivos financeiros como para os não financeiros. Os valores justos têm sido apurados para propósitos de mensuração e/ ou divulgação baseados nos métodos abaixo. Quando aplicável, as informações adicionais sobre as premissas utilizadas na apuração dos valores justos são divulgadas nas notas específicas aquele ativo ou passivo. A seguir reportamos as políticas mais relevantes: (I) Imobilizado O valor de mercado da propriedade é o valor estimado para o qual um ativo poderia ser trocado na data de avaliação entre partes conhecedoras e interessadas em uma transação sob as condições normais de mercado. O valor justo dos itens do ativo imobilizado é baseado na abordagem de mercado e nas abordagens de custos através de preços de mercado cotados para itens semelhantes, quando disponíveis, e custo de reposição quando apropriado.

2014 FGTS s/ folhas de pagamento 268 8 INSS s/ folha de pagamento Total 276

2013 245

9 254

11 Obrigações tributárias 2014 2013 PIS s/folha de pagamento (a) 202 171 IRRF s/ folha de pagamento 19 16 1 1 Outras obrigações tributárias Total 222 188 23 20 Circulante Não circulante 199 168 (a) O Externato em janeiro de 2006 teve deferimento do pedido de tutela antecipada suspedendo a cobrança do PIS sobre folha de pagamento. Em setembro de 2010 a União Federal apresentou Recursos Especial em face do acórdão proferido. Atualmente o processo encontra-se em fase de Recursos Especial.

A Administração, com base em informações de seus assessores jurídicos, análise das demandas judiciais pendentes e, quanto às ações trabalhistas, com base na expectativa anterior referente às quantias reivindicadas, constituiu provisão em montante considerado suficiente para cobrir as perdas estimadas com as ações em curso, como se segue: 2014

Depósito Descrição Provisão judicial Líquido Tributárias 4.790 (1.336) 3.454 Trabalhistas - - - 11 - 11 Auto de infração Total 4.801 (1.336) 3.465

2013

Líquido 3.532 34 11 3.577

Trabalhistas - As provisões trabalhistas foram constituídas com base em opinião dos consultores jurídicos do Externato quanto à possibilidade de perda dos processos, considerando inclusive os valores dos depósitos judiciais já efetuados, e não são esperadas perdas no encerramento desses processos, além dos valores já provisionados. Tributárias (processos fiscais federais) - Referem-se aos valores relativos à Cota Patronal de INSS, no qual o Externato não poderia ser tributado em função de tratar-se de uma instituição filantrópica, porém foi lavrado pelo Poder Judiciário um depósito judicial no montante de 5% (cinco por cento) do faturamento bruto mensalmente até o julgamento final da ação. O Recurso de apelação ocorreu no ano 2000 e ainda se aguarda julgamento pelo tribunal. Auto de infração – As provisões referem-se ao auto de infração em função pelo descumprimento da lei que normaliza a emissão de ruídos da PMSP através do programa PSIU. Esta contingência encontra-se parcelada junto a PMSP através do Programa de Parcelamento

16 Empréstimos de outras instituições 2014 669 Mitra Arquidiocesana de São Paulo Total 669

2013

669 669

Referem-se aos empréstimos tomados junto a Mitra Arquidiocesana para honrar seus custos operacionais.

17 Receita operacional líquida 2014 2013 Receita bruta de serviços prestados Mensalidades, taxas e inscrições 3.501 3.066 Cursos extracurriculares 19 18 7 6 Outras receitas 3.527 3.090 Bolsas de estudo assistênciais-filantrópicas Bolsas de estudo assistênciais-filantrópicas (843) (745) Bolsas não filantrópicas (290) (203) Bolsas Dissídio Folha – Dependentes (104) (85) (42) (3) Bolsas por convênios (1.279) (1.063) Receita operacional Líquida

2.248 2.027

18 Despesas com pessoal 2014 2013 Salários e ordenados (1.303) (1.201) Férias e 13° salário (258) (249) Fundo de garantia (126) (119) Aviso prévio e indenizações (22) (20) Outras despesas (128) (145) 158 183 (-) Ressarcimento de despesas (a) (1.679) (1.551) (a) Ressarcimento de despesas com pessoal de limpeza, efetuado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em função da utilização conjunta do imóvel.

19 Despesas com serviços de terceiros Honorários advocatícios Autônomos contratados Propaganda e publicidade Outras despesas (-) Ressarcimento de despesas (a)

2014 (67) (30) (14) (40)

41 (110)

2013 (76) (27) (12) (33)

47 (101)

(a) Ressarcimento de despesas com serviços prestados, efetuado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em função da utilização conjunta do imóvel.

20 Despesas administrativas e gerais 2014 Água, gás, energia elétrica e telecomunicações (99) Materiais de consumo (98) Materiais diversos (21) Liquidação de Processos (55) Outras despesas (29) 169 (-) Ressarcimento de despesas (a) (133)

2013 (155) (101) (22) (4) (25) 195 (112)

(a) Ressarcimento de despesas administrativas e gerais, efetuado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em função da utilização conjunta do imóvel.

21 Resultado financeiro líquido

Referem-se, principalmente, a fornecedores de materiais e serviços destinados a operação do Externato.

2014 2013 Receitas financeiras Atualização monetária sobre depósitos judiciais 113 32 Receitas decorrentes atividades de ensino 13 10 1 1 Receitas com operações bancárias 127 43 Despesas financeiras Encargos financeiros sobre tributos parcelados (144) (69) Despesas bancárias sobre cobrança mensalidades (37) (33) Despesas bancárias (17) (15) (3) (7) Juros sobre saldo devedor (201) (123) (74) (81) Resultado Financeiro líquido

13 Adiantamento de mensalidades

22 Gratuidade

12 Fornecedores 2014 2013 Fornecedores de materiais e serviços 32 19 Total 32 19

2014 Adiantamento de matrículas (a) 162 19 Adiantamento de mensalidades Total 181

2013 169

14 183

(a) Refere-se a antecipações oriundas de matriculas escolares cujo a realização da prestação de serviço ocorrerá no próximo exercício social.

14 Outras obrigações 2014 2013 Fundação São Paulo (a) 179 207 10 8 Processos trabalhistas Total 189 215 (a) Referem-se às antecipações recebidas oriundas de ressarcimento futuros de despesas em função da utilização da estrutura física pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

15 Contingências judiciais O Externato é parte em ações judiciais e processos administrativos perante alguns tribunais e órgãos governamentais, decorrentes do curso normal das operações, envolvendo questões tributárias, trabalhistas e outros assuntos.

O Externato desenvolve projetos assistenciais procurando atender à comunidade. Os gastos e as despesas relacionados a esses projetos para os exercícios de 2014 e 2013 bem como a receitas efetivamente recebidas com a prestação de serviços educionais estão assim demonstrados: 2014 2013 Receita Educacional Efetiva recebida no Período 2.104 2.016 Gratuidades e custo do atendimento gratuito: Bolsas assistenciais -843 -745 Percentual de gratuidades educacionais concedidas 40,07% 36,95% Valor equivalente à cota patronal isenta 398 367 Tomando por base os critérios e premissas gerais para cálculo da gratuidade, a Administração da Fundação cumpriu as exigências legais nos exercícios de 2014 e 2013, aplicando em atividades filantrópicas os percentuais de 40,07% e 36,95% respectivamente, estando o valor total aplicado em gratuidade acima do limite de 20% estabelecido em lei. Destacamos que o Externato manteve a prática de concessões de bolsa de estudo durante o exercício de 2014 sendo que os valores acima fazem parte das demonstrações de resultado e de fluxo de caixa. A aprovação dos cálculos, bem como das premissas utilizadas pelo Externato obedecem à legislação atual (lei 12.101/2009) que regulamenta e disciplina as atividades assistenciais, sociais e filantrópicas, estando sujeitas e vinculadas às prestações futuras de contas junto ao CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social.

João Júlio Farias Júnior Presidente

José Olímpio Cardoso Neto Contador - CRC 1SP181828/O-5


26 | Balanços |

23 a 28 de abril de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Fundação Metropolitana Paulista CNPJ nº50.951.847/0001-20

Demonstrações financeiras em 31 de dezembro de 2014 e 2013 Balanços patrimoniais Ativo Nota 2014 2013 Circulante Caixa e equivalentes de caixa 4 607.464,43 468.796,85 Aplicações financeiras 5 35.421,31 35.371,17 Contas a receber 6 192.955,72 197.606,56 Adiantamentos concedidos 7 30.841,90 10.560,82 Despesas antecipadas - 2.108,40 Impostos a Recuperar 477,14 867.160,50 714.443,80 Realizável a longo prazo Outras contas a receber 6.598,21 13.236,34 6.598,21 13.236,34 Não circulante Imobilizado 8 497.170,43 537.528,08 Intangível 9 10.496,26 11.862,22 507.666,69 549.390,30 Total do ativo 1.381.425,40 1.277.070,44 Passivo Circulante Obrigações trabalhistas e sociais Empréstimos bancários a pagar Fornecedores Processos judiciais a pagar Obrigações fiscais Não circulante Exigível à longo prazo Empréstimos bancários Patrimônio líquido Fundo social Superávits acumulados Resultado do exercício Total do patrimônio líquido Total do passivo

Demonstrações das mutações do patrimônio líquido

Demonstração dos resultados Nota

2014

2013

Receitas operacionais líquidas

14 4.042.100,95

3.941.832,76

Custos dos serviços prestados (jornal e rádio)

15 (492.816,82)

(378.239,36)

Resultado bruto

3.549.284,13

Despesas operacionais

3.563.593,40

Despesas com pessoal

16 (1.756.210,97) (1.629.525,15)

Despesas com serviços

17 (275.995,94)

(232.758,02)

Despesas gerais e administrativas

18 (769.950,63)

(755.154,26)

Despesas com impostos e taxas

19

(3.589,60)

(3.414,48)

Despesas com manutenção

20 (182.569,05)

(101.415,04)

Despesas com depreciação e amortização

(144.502,94)

(30.357,63)

Reversão/Constituição de devedores duvidosos

(17.788,00)

10.149,44

Despesas com contingências judiciais

(22.934,32)

(55.557,72)

Total de despesas operacionais

(3.173.541,45) (2.798.032,86)

Nota 10 11 12

2014 245.888,11 2.582,12 36.557,68 -

3.714,91 288.742,82

13

- -

160.747,27 776.796,49

155.138,82 1.092.682,58 1.381.425,40

2013 208.486,36 33.023,26 50.844,11 40.000,00 4.880,48 337.234,21

Resultado operacional antes do

resultado financeiro

375.742,68

Receitas financeiras

21

Despesas financeiras

22 (233.409,56)

Resultado financeiro líquido

Superávit do exercício

765.560,54

12.805,70

8.853,76 (209.520,85)

(220.603,86)

(200.667,09)

155.138,82

564.893,45

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

2.292,47 2.292,47

Demonstrações dos resultados abrangentes

160.747,27 211.903,04

564.893,45 937.543,76 1.277.070,44

em 31 de dezembro de 2014 e 2013 Valores expressos em reais

em 31 de dezembro de 2014 e 2013 Valores expressos em reais

em 31 de dezembro de 2014 e 2013 Valores expressos em reais

em 31 de Dezembro de 2014 e 2013 Valores expressos em reais

2014

2013

Superávit do exercício

155.138,82

564.893,45

Superávit abrangente total

155.138,82

564.893,45

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

A Fundação Metropolitana Paulista é uma Entidade sem fins lucrativos, mantenedora da Rádio 9 de Julho e do jornal “O São Paulo”, fundada em 23 de maio de 1962. A Fundação tem por finalidade propugnar pela formação cívica, moral, cultural e religiosa do povo brasileiro.

As políticas contábeis descritas em detalhes abaixo têm sido aplicadas de maneira consistente aos períodos apresentados nessas demonstrações financeiras.

A Fundação cumpre seus objetivos sociais, aplicando integralmente no país os recursos por ela gerados em jornais, rádios, emissoras, serviço de televisão, prestando relevantes serviços à comunidade na qual está inserida, com destacada atuação na área social.

Transações em moeda estrangeira são convertidas para as respectivas moedas funcionais da Fundação pelas taxas de câmbio nas datas das transações. Ativos e passivos monetários denominados e apurados em moedas estrangeiras na data de apresentação são convertidos para a moeda funcional à taxa de câmbio apurada naquela data. O ganho ou perda cambial em itens monetários é a diferença entre o custo amortizado da moeda funcional no começo do período, ajustado por juros e pagamentos efetivos durante o período, e o custo amortizado em moeda estrangeira à taxa de câmbio no final do período de apresentação.

Dentre as principais atividades desenvolvidas destacam-se os serviços subsidiários de natureza assistencial para o povo em geral, sem distinção de espécie alguma. A Fundação está isenta da tributação do imposto de renda e da contribuição social de acordo com a Lei nº 9.532/97, que estabelece no seu art. 15, que a Fundação deverá reunir as seguintes condições, cumulativamente, para fazer jus a essa isenção: a. Não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; b. Aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais; c. Manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; d. Conservar em boa ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, assim como, a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial; e e. Apresentar, anualmente, a declaração de rendimentos. Todas as condições apresentadas são rigorosamente atendidas pela Instituição.

2 Base de preparação (a) Declaração de conformidade (com relação às normas IFRS e às normas do CPC) As demonstrações financeiras foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. A presente demonstração financeira inclui dados não contábeis e dados contábeis como, operacionais, financeiros. (b) Base de mensuração As demonstrações financeiras foram preparadas com base no custo histórico com exceção pelos instrumentos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado. (c) Moeda funcional e moeda de apresentação Essas demonstrações financeiras são apresentadas em Real, que é a moeda funcional da Fundação e atualmente usada no país. (d) Uso de estimativas e julgamentos A preparação das demonstrações financeiras da Fundação requer que a Administração faça julgamentos e estimativas e adote premissas que afetam os valores apresentados de receitas, despesas, ativos e passivos, bem como as divulgações de passivos contingentes, na data-base das demonstrações financeiras. Estimativas e premissas são revistas de maneira contínua. Revisões com relação a estimativas contábeis são reconhecidas no período em que as estimativas são revisadas e em quaisquer períodos futuros afetados. As informações sobre incertezas de premissas e estimativas que possuam um risco significativo de resultar em um ajuste material dentro do próximo exercício financeiro e julgamentos críticos referente às políticas contábeis adotadas que apresentam efeitos sobre os valores reconhecidos nas demonstrações financeiras estão incluídas nas seguintes notas explicativas: • Determinação da vida útil do ativo imobilizado (nota explicativa nº 8); O resultado das transações e informações quando da efetiva realização podem divergir dessas estimativas.

a. Transações em moeda estrangeira

b. Instrumentos financeiros

Ativos financeiros não derivativos A Fundação reconhece os recebíveis e depósitos inicialmente na data em que foram originados. Todos os outros ativos financeiros são reconhecidos inicialmente na data da negociação na qual a Fundação se torna uma das partes das disposições contratuais do instrumento.

Resultado

Total

211.290,00 (211.290,00)

-

Saldos em 1º de janeiro de 2013 Transferência para resultados acumulados Superávit do exercício Saldos em 31 de dezembro de 2013

- - 564.893,45 564.893,45 160.747,27 211.903,04 564.893,45 937.543,76

-

Transferência para resultados acumulados - 564.893,45 (564.893,45) - - 155.138,82 155.138,82 Superávit do exercício Saldos em 31 de dezembro de 2014 160.747,27 776.796,49 155.138,82 1.092.682,58 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Demonstração dos fluxos de caixa – Método direto

em 31 de dezembro de 2014 e 2013 Valores expressos em reais

2.014 2.013 Fluxos de caixa das atividades operacionais Valores recebidos de clientes 2.975.597,50 2.684.463,61 Donativos 1.052.491,91 1.155.087,23 Valores pagos a empregados (1.716.077,50) (1.634.811,69) Valores pagos a fornecedores (1.764.713,69) (1.478.895,49) Valores pagos de obrigações tributárias, taxas e processos judiciais (63.903,45) (60.381,97) Caixa gerado pelas operações 483.394,77 665.461,69 Receitas financeiras recebidas 12.805,70 8.853,76 Despesas bancárias (217.168,11) (195.446,80) Caixa líquido proveniente das atividades 279.032,36 478.868,65 operacionais Fluxos de caixa das atividades de investimentos Aquisição de imobilizado (102.779,33) (41.153,68) Aplicações Financeiras - CDB´s (50,14) (35.371,17) Caixa líquido aplicado nas atividades de investimentos (102.829,47) (76.524,85) Fluxos de caixa das atividades de financiamentos Amortização de empréstimos bancários (32.733,61) (71.683,46) Juros pagos s/empréstimos bancários (4.801,70) (13.153,36) Caixa líquido aplicado nas atividades de financiamentos (37.535,31) (84.836,82) Aumento no saldo de caixa e equivalentes de caixa 138.667,58 317.506,98 Demonstração do aumento de caixa e equivalentes de caixa No início do exercício 468.796,85 151.289,87 No fim do exercício 607.464,43 468.796,85 Aumento no saldo de caixa e equivalentes de caixa 138.667,58 317.506,98 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

Notas explicativas às demonstrações financeiras 3 Principais políticas contábeis

Superávits

s ocial Acumulados Exercício 160.747,27 613,04 211.290,00 372.650,31

As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras.

1 Contexto operacional

Patrimônio

Exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e 2013 (Expressos em Reais)

Tais passivos financeiros são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, esses passivos financeiros são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos. Instrumentos financeiros derivativos A Fundação não possuía em 31 de dezembro de 2014 e 2013 nenhuma operação com instrumentos financeiros derivativos, incluindo operações de hedge.

d. Contas a receber rádio

Representam, basicamente, os créditos em aberto dos serviços prestados pela Rádio 9 de Julho, conforme demonstrado na nota explicativa nº 6. O reconhecimento do ajuste para créditos duvidosos foi constituído em montante considerado suficiente pela Administração para fazer face, a eventuais perdas na realização das negociações a receber e outros ativos a receber e é calculada levando-se em consideração os índices históricos de recuperação em suas diversas modalidades. Estes índices são revisados anualmente buscando uma melhor estimativa para a mensuração desses valores..

e. Passivo circulante e não circulante

A Fundação não reconhece um ativo financeiro quando os direitos contratuais aos fluxos de caixa do ativo expiram, ou quando a Fundação transfere os direitos ao recebimento dos fluxos de caixa contratuais dele em uma transação no qual essencialmente todos os riscos e benefícios da titularidade do ativo financeiro são transferidos. Eventual participação que seja criada ou retida pela Fundação nos ativos financeiros é reconhecida como um ativo ou passivo individual.

Os passivos circulantes e não circulantes são demonstrados pelos valores conhecidos ou calculáveis acrescidos, quando aplicável dos correspondentes encargos, variações monetárias e/ou cambiais incorridas até a data de levantamento do balanço patrimonial.

Os ativos ou passivos financeiros são compensados e o valor líquido apresentado no balanço patrimonial quando, e somente quando, a Fundação tenha o direito legal de compensar os valores e tenha a intenção de liquidar em uma base líquida ou de realizar o ativo e liquidar o passivo simultaneamente.

Uma provisão é reconhecida no balanço patrimonial quando a Fundação possui uma obrigação legal ou constituída como resultado de um evento passado, e é provável que um recurso econômico seja requerido para saldar a obrigação. As provisões são registradas tendo como base as melhores estimativas, de escritórios jurídicos independentes, do risco envolvido.

A Fundação tem os seguintes ativos financeiros não derivativos: ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado e recebíveis.

Ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado Um ativo financeiro é classificado pelo valor justo por meio do resultado caso seja classificado como mantido para negociação e seja designado como tal no momento do reconhecimento inicial. Os ativos financeiros são designados pelo valor justo por meio do resultado se, e somente se a Fundação gerencia tais investimentos e toma decisões de compra e venda baseadas em seus valores justos de acordo com a gestão de riscos documentada e a estratégia de investimentos da Fundação. Os custos da transação, após o reconhecimento inicial, são reconhecidos no resultado como incorridos. Ativos financeiros registrados pelo valor justo por meio do resultado são medidos pelo valor justo, e mudanças no valor justo desses ativos são reconhecidas no resultado do exercício. Recebíveis Recebíveis são ativos financeiros com pagamentos fixos ou calculáveis que não são cotados no mercado ativo. Tais ativos são reconhecidos inicialmente pelo valor justo acrescido de quaisquer custos de transação atribuíveis. Após o reconhecimento inicial, os recebíveis são medidos pelo custo amortizado através do método dos juros efetivos, decrescidos de qualquer perda por redução ao valor recuperável. Os recebíveis abrangem caixa e equivalentes de caixa, contas a receber provenientes de prestação de serviços. Caixa e equivalentes de caixa Caixa e equivalentes de caixa abrangem saldos de caixa, bancos conta movimento e aplicações financeiras com vencimento original de três meses ou menos a partir da data da contratação, os quais são sujeitos a um risco insignificante de alteração no valor, e são utilizadas na quitação das obrigações de curto prazo.

c. Passivos financeiros não derivativos

A Fundação reconhece títulos de dívida emitidos e passivos subordinados inicialmente na data em que são originados. Todos os outros passivos financeiros são reconhecidos inicialmente na data de negociação na qual a Fundação se torna uma parte das disposições contratuais do instrumento. A Fundação baixa um passivo financeiro quando tem suas obrigações contratuais retirada, cancelada ou vencida. A Fundação tem os seguintes passivos financeiros não derivativos: empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, fornecedores, e outras contas a pagar.

f. Provisões

g. Imobilizado

Reconhecimento e mensuração Itens do imobilizado são mensurados pelo custo histórico de aquisição ou construção, deduzido de depreciação acumulada e perdas de redução ao valor recuperável (impairment) acumuladas. Ganhos e perdas na alienação de um item do imobilizado são apurados pela comparação entre os recursos advindos da alienação com o valor contábil líquido do imobilizado e são reconhecidos em outras receitas/despesas operacionais no resultado. Depreciação A depreciação é calculada pelo método linear (da linha reta) sobre o valor depreciável, que é o custo de um ativo, deduzido do valor residual, ao longo de sua vida útil estimada. As vidas úteis estimadas para os períodos corrente e comparativo são as seguintes: Máquinas e equipamentos 10 anos Móveis e utensílios 10 anos Equipamentos de informática 5 anos Veículos 7 anos Aparelhos telefônicos 10 anos Instalações 10 anos

h. Ativos intangíveis

Ativos intangíveis com vida útil definida adquiridos separadamente são registrados ao custo, deduzido da amortização e das perdas por redução ao valor recuperável acumuladas. A amortização é reconhecida linearmente com base na vida útil estimada de dez anos. A vida útil estimada e o método de amortização são revisados no fim de cada exercício e o efeito de quaisquer mudanças nas estimativas é contabilizado prospectivamente.

i. Benefícios de curto prazo a empregados

Obrigações de benefícios de curto prazo a empregados são mensuradas em uma base não descontada e são incorridas como despesas conforme o serviço relacionado seja prestado.


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| Balanços | 27

Fundação Metropolitana Paulista O passivo é reconhecido pelo valor esperado a ser pago, se a Fundação tem uma obrigação legal ou construtiva de pagar esse valor em função de serviço passado prestado pelo empregado, e a obrigação possa ser estimada de maneira confiável.

j. Receita de serviços

As receitas incluem as atividades de veiculação em rádio e publicação em jornal impresso, além da venda de assinaturas. As receitas são registradas no mês em que os serviços são prestados. k. Receitas e despesas financeiras As receitas financeiras abrangem receitas de juros sobre aplicações financeiras e juros sobre contas a receber. A receita de juros é reconhecida no resultado, através do método dos juros efetivos. As despesas financeiras abrangem tarifas bancárias, juros sobre empréstimos, juros e multas sobre passivos em abertos, descontos concedidos, entre outros. Os custos de empréstimo que não são diretamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção de um ativo qualificável são mensurados no resultado através do método de juros efetivos.

l. Demonstrações Financeiras comparativas

As demonstrações financeiras do exercício findo em 31 de dezembro de 2013 servem para uma melhor comparabilidade com as demonstrações financeiras do exercício corrente.

8 Imobilizado

Encargos sociais (355.037,36) (334.467,32) Benefícios sociais (229.435,42) (210.029,80) 2014 2013 Férias (109.721,47) (95.403,97) Descrição Tx. média de Custo Depreciação Valor Valor 13º Salário (75.194,18) (64.163,74) Depreciação/ Aquisição Amortização Residual Residual Côngruas (68.056,00) (65.088,00) Amortização Acumulada Rescisão complementar (10.938,04) (26.965,52) % a.a. Máquinas e equipamentos 10,0% 440.320,03 (57.933,99) 382.386,04 359.570,30 Outras despesas com pessoal (28.171,60) (25.376,55) Móveis e utensílios 10,0% 46.833,13 (25.956,10) 20.877,03 26.604,47 (1.756.210,97) (1.629.525,15) Equipamentos de informática 20,0% 116.474,24 (67.131,35) 49.342,89 59.221,35 Veículos 14,3% 26.984,55 (8.223,94) 18.760,61 20.302,61 17 Despesas com serviços Aparelhos telefônicos 10,0% 3.343,27 (3.139,85) 203,42 3.097,34 2014 2013 Instalações 10,0% 42.696,51 (42.696,51) - 42.696,51 Imobilizações em Serviços prestados – Pessoa jurídica (127.857,70) (84.473,98) andamento (consórcio) 25.600,44 - 25.600,44 20.226,67 Serviços prestados – Pessoa física (148.138,24) (148.284,04) Outros ativos - - - 5.808,83 (275.995,94) (232.758,02) Total 702.252,17 (205.081,74) 497.170,43 537.528,08

2014 2014 2014 2013 Descrição Tx. média Custo Amortização Valor Valor Reclassificado Amortização Aquisição Acumulada Residual Residual Direitos autorais (495.272,92) (539.715,76) % a.a. Energia elétrica (74.580,14) Sistemas Aplicativos 10,0% 13.659,24 (4.121,98) 9.537,26 10.903,22 Marcas e Patentes - 959,00 - 959,00 959,00 Telecomunicações (73.669,65) (79.664,24) Total 14.618,24 (4.121,98) 10.496,26 11.862,22 Condução (16.670,66) (27.564,96)

10 Obrigações trabalhistas e sociais

Alguns saldos de 2013 foram reclassificados para permitir a comparação com as demonstrações financeiras de 2014, sem impacto no resultado nem no patrimônio líquido de 2013.

Salários a pagar Férias e encargos a pagar INSS sobre a folha de pagamento a recolher FGTS a recolher PIS sobre a folha de pagamento a recolher Contribuição sindical/assistencial a pagar

4 Caixa e equivalentes de caixa

11 Empréstimos bancários a pagar

m. Reclassificações

Descrição 2014 Caixa e bancos conta movimento 4.276,97 Aplicações financeiras (a) 603.187,46 607.464,43

2013 8.340,94 460.455,91 468.796,85

(a) Essas aplicações possuem características de equivalentes de caixa em função de estarem em aplicações de curtíssimo prazo e livres de risco.

2014 35.421,31 35.421,31

2013 35.371,17 35.371,17

As aplicações financeiras referem-se a Certificado de Depósito Bancário (CDB), atualizados com base na variação do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), remuneradas a taxas que variam entre 92% e 97% do CDI para os períodos abrangidos por estas demonstrações financeiras.

6 Contas a receber (rádio) 2014

2014 47.137,00 155.590,02 29.460,43 10.134,58 3.263,01

303,07 245.888,11

2013

2013 44.529,00 126.651,72 25.332,32 8.685,86 3.022,25 265,21 208.486,36

Instituição financeira Natureza Garantia Tx.de juros 2014 2013 Banco Bradesco S.A CDC - Veiculo Fiduciária 18,72%a.a - 5.513,66 Banco Bradesco S.A Capital de Giro - 27,57%a.a 2.582,12 29.802,07 2.582,12 35.315,73 Passivo circulante 2.582,12 33.023,26 Passivo não circulante - 2.292,47

12 Fornecedores 2014 Fornecedores 36.557,68 36.557,68

5 Aplicações financeiras Descrição Aplicações financeiras - CDB

18 Despesas gerais e administrativas

9 Intangível

2013

50.844,11 50.844,11

Referem-se aos fornecedores de materias e de serviços.

13 Patrimônio líquido O patrimônio social da Fundação, no motante de R$ 160.747,27, conforme escritura de alteração e consolidação dos estatutos da Fundação registrado, microfilmado e digitalizado no 3º Oficial de Registro de Títulos e Documentos Civil de Pessoa Jurídica, sob o nº 481.831, em 07 de abril de 2004.

14 Receitas operacionais líquidas 2014 2013 Receita da Rádio 9 de julho 2.113.549,32 2.108.013,35 Receita do Jornal o São Paulo 450.070,20 258.862,70 Receitas imobiliárias 425.989,52 419.869,48 Donativos e auxílios 1.052.491,91 1.155.087,23 4.042.100,95 3.941.832,76

Contas Provisão C o n tas Provisão Descrição a para Líquido a para Líquido receber perdas receber perdas 15 Custos de serviços prestados (jornal e rádio) Rádio 9 de Julho 300.885,28 (107.929,56) 192.955,72 287.748,12 (90.141,56) 197.606,56 2014 2013 Reclassificado O saldo de contas a receber de clientes representa os créditos em aberto dos serviços Correios e malotes (135.121,00) (128.058,81) prestados pela Rádio 9 de Julho. Impressão (213.803,30) (121.051,75) Combustíveis (17.455,66) (21.501,51) 7 Adiantamentos concedidos Propaganda e publicidade (92.459,90) (85.748,90) Viagens e representações (11.835,16) (17.552,18) 2014 2013 Comissões sobre vendas (1.097,00) (1.001,66) Adiantamentos a pessoal (a) 6.329,10 9.060,82 Brindes (13.364,45) (2.025,00) Adiantamentos a fornecedores 24.512,80 1.500,00 Outros custos com serviços (7.680,35) (1.299,55) 30.841,90 10.560,82 (492.816,82) (378.239,36) (a) Referem-se a adiantamentos concedidos a funcionários da Fundação. Esses valores serão objeto de descontos nos pagamentos a serem efetuados a título de Salários e Férias.

16 Despesas com pessoal 2014 Salário e ordenados (879.656,90)

2013 (808.030,25)

Bens de natureza permanente (8.973,65) Alimentação (16.434,96) Material de escritório (9.813,46) Donativos e auxílios (4.866,00) Seguros (10.332,59) Utilidade copa e cozinha (9.060,92) Materiais de informática (6.659,94) Brindes e presentes (26.060,36) Outras despesas administrativas (17.555,38) (769.950,63)

(5.410,91) (15.083,33) (12.086,36) (4.931,50) (9.258,82) (10.886,09) (9.356,00) (27.627,93) (13.568,36) (755.154,26)

19 Despesas com impostos e taxas 2014 Impostos e taxas (3.589,60) Licenciamento de veículos - (3.589,60)

20 Despesas com manutenção 2014 Manutenção de máquinas e equipamentos (177.598,60) Material de limpeza (4.970,45) (182.569,05) 21 Receitas financeiras Juros sobre aplicações financeiras Descontos obtidos Outras receitas financeiras

2014 12.211,13 138,32

2013 (3.290,18) (124,30) (3.414,48)

2013 (99.894,64) (1.520,40) (101.415,04)

2013 8.551,29 299,97

456,25

2,50

12.805,70

8.853,76

22 Despesas financeiras 2014 Tarifas bancárias (213.247,61) Encargos financeiros sobre empréstimos (4.801,70) Outras despesas (4.794,88) Encargos financeiros sobre atrasos de pagamentos (7.600,82) Outras despesas financeiras (2.964,55) (233.409,56)

2013 (193.866,21) (13.153,36) (1.757,19) (705,65) (38,44) (209.520,85)

23 Cobertura de seguros A Fundação adota a política de contratar cobertura de seguros para os bens sujeitos a riscos por montantes considerados suficientes para cobrir eventuais sinistros, considerando a natureza de sua atividade.

Padre João Júlio Farias Júnior Diretor Financeiro

Cônego José Pedro dos Santos Diretor Secretário

José Olímpio Cardoso Neto Contador - CRC 1SP181828/O-5


28 | Publicidade |

23 a 28 de abril de 2015 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br


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