Biografia de Júlio Dinis

Page 6

E é precisamente p num espaço o rural que decorre a intrriga de As Pu upilas do Sen nhor Reitor, o o seu p primeiro roma ance, publicaado em 1867, depois de, no ano anterio or, ter sido pu ublicado em ffolhetins no JJornal d do Porto. Foi um sucesso imediato, suscitando crítiicas muito favoráveis. Aleexandre Herculano chamo ou‐lhe m mesmo o prim meiro romancce do século ee considerou Dinis o maio or talento da ggeração mod derna. Outra p prova d desse sucesso o é o facto de o romancee ter sido de imediato adaaptado ao teeatro, numa versão v de Ern nesto B Biester.

As Pupilas do A Senhor Reito or. Aguarelas d de Roque Gam meiro. Por raazões de saúd de, Júlio Diniss instalara‐se em casa da ssua tia Rosa ZZagalo Gomess Coelho, quee vivia n no Largo dos Campos, em Ovar. Foi durrante essa estadia que con ntactou de peerto com o m modo de vida rural, e ambiente e r recriando ess em As Pupilass do Senhor R Reitor e nos sseus romancees campesino os (por exemp plo, a p personagem d da tia Doroteia de A Morgadinha dos Ca anaviais foi in nspirada na sua tia). No seeu primeiro romance, r Júlio Dinis faz uma reconstittuição pitoressca e algo po oética do viveer no c campo e do d desequilíbrio provocado peela chegada d de Daniel, o ffilho de José d das Dornas reegressado à aaldeia a após concluir os estudos de Medicina. É evid dente a influ uência do Viigário de Wa akefield, de Goldsmith, e e de O Páro oco da Aldeia a, de H Herculano, so obretudo na ccaracterização de personaagens, de ambientes ruraiis e da bondaade do reitorr e de João Semanaa, o velho médico, m que servem na perfeição p o propósito dee pregar uma moralizaçãão de c costumes pela a vida rural e pela influênccia de um clerro convertido o ao liberalism mo. As peersonagens ru urais são apreesentadas no o seu viver qu uotidiano, marcado pelas estações do o ano, p pelas tarefas agrícolas e pelas p festas das d colheitas e religiosas. A maledicência, a beaticee, a hipocrisia e o c conservadoris smo das populações rurrais são visttos com algguma benevo olência, desccrevendo‐se tipos s sorridenteme m na órbita dee Margarida ee Clara, desaju ustadas do m meio campesin no. nte caricaturais que giram d mentalidaade citadina, impulsivo e e mulherengo o, relaciona‐sse com elas num Danieel, o jovem de e enredo amorroso triangular que geraa boatos e uma situaçãão‐limite quee leva Marggarida, sensaata e m moralmente s superior, a saacrificar a suaa reputação p para salvar a da irmã e evvitar o conflitto entre os irmãos P Pedro e Danie el. No final do o romance, o o desequilíbrio o provocado pelo regresso o de Daniel será resolvido o pelo s seu casament to com Margarida, que o “regenera”, ttornando‐o m melhor e convvertendo‐o ààs virtudes daa vida r rural. Sobree As Pupilas d do Senhor Reittor, escreveu Eça de Queirrós, em As Farpas:


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.