Revista Info Aviação 17ª Edição Agosto 2012

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Revista Info Aviação 17ª Edição / Agosto 2012

 Aviação executiva pode somar US$ 260 bi até 2021  Airbus transforma avião para 100 pessoas em jato particular  Saiba como avião comercial é transformado em jato executivo

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Embraer mostra jato de US$ 53 mi emprestado à Presidência PG.26

Latam cria unidade integrada para carga PG.36

Cessna anuncia upgrade no alcance do Citation Latitude PG.38

Brasil é responsável por 70 dos 500 pedidos do jato da Cirrus .......................................................................PG.04 Boeing prospecta potencial do setor de aviação gaúcho ..................................................................................PG.05 Boeing integra próxima geração do sistema de pontaria montado no capacete (JHCMS) no caça Silent Eagle ..................................................................................PG.06 Força Aérea da Indonésia recebe quatro Super Tucano ..................................................................................PG.07 Indonésia desiste de mais caças Sukhoi e aposta em F-16 usados e no K-FX ....................................................PG.09 F-X2: Desaceleração econômica adia plano de compra de caças ........................................................................PG.10

Nova modernização de motores dos KC-135s da USAF deve manter as aeronaves voando por mais 20 anos ..................................................................................PG.14 Aviação executiva pode somar US$ 260 bi até 2021 ..................................................................................PG.16 Embraer Inicia Fabricação do Legacy 450 .............PG.17 Força Aérea dos EUA realiza testes com veículo hipersônico ..............................................................PG.19 Embraer entrega à Índia primeiro avião para vigilância .................................................................................PG. 20 Aeroporto para jatos executivos terá regulamentação ..................................................................................PG.21

Planalto libera pequenos aeroportos .......................PG.11

Líder Aviação investe para faturar R$ 1 bilhão até 2014 ..................................................................................PG.24

Eurocopter cria novos Centros de Desenvolvimento ..................................................................................PG.12

Airbus transforma avião para 100 pessoas em jato particular .................................................................PG.25

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Brasil é responsável por 70 dos 500 pedidos do jato da Cirrus

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mercado brasileiro já é um dos mais importantes do mundo para o novo jato Cirrus Vision SF50, cuja primeira entrega deverá acontecer em 2015. Em todo o mundo, já são mais de 500 pedidos, sendo que 70 são de brasileiros. Presente no Brasil desde 2005, existem, hoje, 270 Cirrus dos modelos SR20 e SR22 voando no país e 20 centros de serviços capacitados a dar suporte a essa frota. A Cirrus detém hoje 50% do mercado de aeronaves monomotoras a pistão, segundo dados da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).

"Vários interessados no novo jato são proprietários de aeronaves Cirrus, mas acreditamos que o novo modelo vai atrair os interessados neste conceito de aeronaves pessoais, diferentemente das que existem no mercado para serem pilotadas profissionalmente apenas", disse Todd Simons, vice-presidente de marketing e vendas da Cirrus Aircraft Corporation. Segundo ele, o novo jato, o Vision SF50 nasce com este conceito de aeronave pessoal o que o separa completamente das demais aeronaves para uso profissional disponíveis no mercado mundial. Ou seja, assim como os demais Cirrus já à disposição do mercado, será um jato para ser usado no trabalho e nas atividades particulares.

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O projeto do jato Cirrus Vision SF50 em sua fase atual de certificação vai exigir investimentos da ordem de 140 milhões de dólares e grande parte dos recursos virão da CAIGA, uma empresa aeronáutica chinesa, nova proprietária da Cirrus. Atualmente, todos os esforços estão sendo direcionados para a contratação de engenheiros, designers e outros técnicos para completar o programa. "Como aconteceu com o começo da produção do monomotor SR20, esperamos um número mínimo de entregas no primeiro ano e aumentaremos o ritmo nos anos seguintes para atender a demanda", disse Simons.


Boeing prospecta potencial do setor de aviação gaúcho

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nquanto o governo federal repete os dois antecessores e demora a definir a compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), gigantes como a americana Boeing prospectam o potencial da indústria de aviação gaúcha para eventual fornecimento de componentes e serviços. Integrantes da companhia e fornecedoras mundiais reuniram-se ontem com fabricantes e dirigentes industriais e do governo estadual em Porto Alegre. Até agora, apenas uma empresa local, a AEL Sistemas, que foi comprada por israelenses, está na lista de 25 brasileiras que firmaram memorandos para futuros contratos com a companhia de aviação. Foi a segunda rodada de encontros do setor local com candidatos ao contrato bilionário na área da defesa. Há dois meses a sessão foi com representante da Dassault Rafale, também na Fiergs. A intenção de

compra de 36 unidades é adiada desde o governo Fernando Henrique Cardoso, envolvendo mais de US$ 6 bilhões. A atual concorrência do FX2 tem no páreo o Saab Gripen, o Boeing F/A-18E e o francês Dassault Rafale. Este último chegou a ser quase consagrado como o escolhido em 2010, por Lula. A presidente Dilma Rousseff comentou nesta semana que poderá retomar a pauta. O consultor aeronáutico e militar da reserva Raul José Ferreira Dias atribui a demora a uma indefinição política. Segundo Dias, que é representante da indústria de armas Taurus no Ministério da Defesa, a Aeronáutica já julgou as propostas, que indicam desde preço até tecnologia e compensações e parcerias comerciais com a indústria brasileira. O diretor-presidente da Aeromot, Cláudio Barreto Viana, apontou que os contratos serão oportunidade para pequenos e 5 | Info Aviação | Agosto 2012

médios fornecedores. “A exigência de compensação comercial abre espaço para o setor”, aposta. A representante da Boeing, Susan Colegrove, declarou-se otimista com a possibilidade de uma definição da compra até dezembro. Susan reforçou que a intenção da companhia é de criar programas de parceria, com desenvolvimento e fornecedores. “Serão pelo menos 30 anos de contratos somente com os caças, além de outros segmentos”, acenou a americana. Hoje não há nenhum fornecedor local na cadeia de fabricação da indústria. A diretora indicou que estão sendo prospectadas empresas para compra de componentes, soluções em comunicação e segurança e para manutenção e suprimentos após a entrega dos caças, caso a americana vença o certame.


Boeing integra próxima geração do sistema de pontaria montado no capacete (JHCMS) no caça Silent Eagle

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Boeing recentemente validou a integração da próxima geração do Conjunto de Sistema de Pontaria Montado no Capacete II/h (JHMCS II/h – Joint Helmet Mounted Cueing System II/h) na aeronave demonstradora da empresa F-15 Silent Eagle, continuando o desenvolvimento dentro do prazo do avançado caça multimissão. O JHMCS II/h permite que um piloto possa apontar seus sensores e armas onde quer que ele ou ela esteja olhando, através do uso de nova tecnologia de rastreamento e um display projetado na viseira do capacete. Produzido pela Vision Systems International (VSI), este sistema proporciona uma significativa melhor ergonomia e confiabilidade, a um custo menor do que o sistema JHMCS prévio da VSI. Num vôo recente, realizado em St. Louis, foi demonstrado as melhorias do sistema e coletado dados básicos para a tecnologia do sensor de rastreamento.

“Ambos os pilotos que voaram com o sistema JHMCS II/h imediatamente notaram que o capacete está mais equilibrado e o menor e mais leve cabo de interface está menos restritivo”, disse Greg Hardy, gerente do programa JHMCS da Boeing. A tecnologia do novo sistema de rastreamento é significativamente mais fácil de manter, mesmo exigindo menos equipamentos de apoio do que os rastreadores anteriores. As melhorias eletrônicas permitiram que todo o processamento possa ser feito dentro do capacete, eliminando a maioria dos equipamentos montados na aeronave, o que também contribui para a economia de custos globais do sistema. O sistema proporciona uma fácil transição em vôo entre os modos do dia e de noite, aumentando a flexibilidade da missão. A VSI também amadureceu as tecnologias de displays e de monitoramento para reduzir a complexidade de 6 | Info Aviação | Agosto 2012

integração do sistema JHMCS II/h num avião, uma abordagem que foi validada durante a demonstração. “Integrando este sistema aperfeiçoado para o Silent Eagle levou menos de três meses entre a decisão de prosseguir e o primeiro vôo”, disse Hardy. “Este cronograma foi possível devido à dedicação da equipe da indústria, a simplicidade da integração física e lógica, e da longa história entre as partes Boeing e VSI no programa JHMCS.” “Os avanços de tecnologia estão modificando o mercado militar de exibição de dados na viseira dos capacetes”, disse Phil King, presidente da VSI. “A rápida validação da maturidade e efetividade das tais diversas tecnologias neste programa de demonstração mostrou que podemos atender e superar as linhas básicas de desempenho estabelecidas pelo extremamente bem sucedido projeto JHMCS legado enquanto também proporcionamos novos recursos e reduzimos o custo para o cliente.”


Força Aérea da Indonésia recebe quatro Super Tucano

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Embraer Defesa e Segurança entregou, dia 6 de agosto, quatro aeronaves de ataque leve e treinamento avançado A-29 Super Tucano para a Força Aérea da Indonésia em uma cerimônia realizada na unidade de Gavião Peixoto, no interior paulista. A Indonésia é o primeiro operador do Super Tucano na Ásia. Os quatro A-29 Super Tucanos fazem parte do primeiro lote de oito aeronaves encomendadas pela Força Aérea da Indonésia em 2010. Desde então, a Força Aérea da Indonésia encomendou um segundo lote de oito Super Tucano, como parte do seu programa de modernização,

elevando o número total encomendas para 16 aeronaves.

de

"Estamos honrados pelo fato de a Força Aérea da Indonésia ter selecionado o A-29 Super Tucano para o programa de modernização de sua frota", disse Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança. "O Super Tucano é uma aeronave de experiência comprovada, capaz de cumprir um amplo espectro de missões e com mais de 160 unidades em operação no mundo todo", conclui Aguiar. O A-29 Super Tucano foi escolhido pelas Forças Armadas da Indonésia para substituir sua frota de OV-10 Bronco como parte do plano de 7 | Info Aviação | Agosto 2012

modernização de equipamentos para os anos 2009-2014. Com mais de 157 mil horas de voo e mais de 23 mil horas de combate, o A-29 Super Tucano é capaz de executar uma ampla gama de missões, que incluem ataque leve, vigilância, interceptação aérea e contra insurgência. A aeronave está equipada com as mais recentes tecnologias em sistemas eletrônicos, eletro-ópticos, infravermelho e laser, assim como sistemas de rádios seguros com enlace de dados e uma inigualável capacidade de armamentos, o que o torna altamente confiável e com excelente relação custo-benefício para um grande número de missões militares, mesmo em pistas não pavimentadas.


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Indonésia desiste de mais caças Sukhoi e aposta em F-16 usados e no K-FX

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Indonésia descartou a possibilidade de compra de mais caças Sukhoi da Rússia, e espera reforçar a sua frota com modernizados caças F-16 exForça Aérea dos EUA e, a longo prazo desenvolver uma aeronave em conjunto com a Coreia do Sul através do programa K-FX. A Força Aérea da Indonésia tem 10 caças Su-30 e Su-27, com seis caças adicionais previsto para entrega, o suficiente para formar um esquadrão. Mas as restrições orçamentárias transformaram a prioridade de Jacarta nas suas frotas de aviões de carga e de transporte, que têm sido assoladas por acidentes fatais nos últimos anos. “O dinheiro está sendo disponibilizado para acelerar a renovação de parte da frota já existente de 15 aviões Lockheed Martin C-130, para comprar quatro C-130Hs da Austrália e atualizá-los, e comprar mais aviões de transporte CN-295 da Indonesia Aerospace”, disse o Air Marshal Eris Herryanto, secretário-geral do Ministério de Defesa da Indonésia. A Indonésia tem em atividade quatro C-130 Hercules do modelo -B e nove do modelo -H em sua frota.

“Estamos esperando por 24 caças F16 dos EUA. Com eles, teremos aeronaves suficientes em nosso inventário de caça para os próximos 20 anos. E isso significa que temos o suficiente de caças Sukhoi por enquanto”, diz ele.

sua frota de Eurocopter AS332 Super Puma, enquanto mais aeronaves tripuladas e não tripuladas de patrulha marítima podem ser obrigadas a manter a vigilância no grande arquipélago.

“A Indonésia também tem investido no programa K-FX da Coréia do Sul, que irá produzir caças para substituir aviões como o [Northrop] F-5 e F16. Pretendemos comprar o suficiente de caças K-FX para três esquadrões de 16-22 aeronaves cada um. Isso vai cobrir as nossas exigências a longo prazo.”

As forças armadas e os funcionários públicos estão pressionando o governo para aumentar o orçamento destinado para o plano de compra de novas aeronaves nos próximos cinco anos, que cobrirá 2015-2019. Jacarta, no entanto, também está planejando introduzir um projeto de lei que exigirá que cerca de 20% do valor dos novos contratos sejam injetados de volta no país por meio de compensações.

A Indonésia também recebeu formalmente as suas quatro primeiras aeronaves turboélices Embraer EMB-314 Super Tucano, que serão destacados para as missões de contra-insurgência e de vigilância e reconhecimento. Estes são do primeiro de dois lotes de aeronaves, para um total de 16, que foram encomendados da fabricante brasileira para substituir seus antigos aviões North American Rockwell OV-10 Broncos, como parte de seu programa de modernização da frota.

“A política do ministério da defesa é que todos os contratos devem ter compensações ou ser de produção conjunta. Isto também deve incluir o apoio que a aeronave receberá após a compra. Assim, enquanto nós podemos conseguir mais dinheiro para a reforma pacífica de nossas forças armadas, e isto é importante tanto para os militares como o país que os novos contratos criem empregos e treinem nosso povo”, disse Herryanto.

O país também está no mercado para mais helicópteros visando substituir 9 | Info Aviação | Agosto 2012


F-X2: Desaceleração econômica adia plano de compra de caças

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ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, afirmou que a desaceleração econômica tem atrasado a decisão do governo de adquirir uma nova geração de jatos de combate. “O projeto não está sendo abandonado. Haverá uma decisão no tempo certo. Mas, hoje, eu prefiro não dar uma data”, comentou o ministro em uma entrevista para a Dow Jones. “A situação econômica está menos favorável do que o esperado e naturalmente exige cuidado”, acrescentou. Três competidores internacionais estão na disputa para fornecer os caças para o Brasil: a sueca Saab, com o modelo Gripen NG; a norteamericana Boeing, com seu F/A-18 Super Hornet; e a francesa Dassault Aviation, com o Rafale.

O governo brasileiro enviou uma carta para essas empresas em junho, pedindo que suas propostas fossem estendidas até dezembro. Segundo o governo, essa é uma prática comum, que ocorre a cada seis meses quando não há uma decisão. “Eu não estou em conversações com nenhuma companhia no momento, o que não exclui a possibilidade de eu receber alguém aqui”, comentou Amorim em seu escritório em Brasília. “Hoje, eu não diria que nenhuma companhia é favorita. A questão mais importante é quando nós vamos fazê-lo e, então, analisaremos novamente as propostas”, explicou o ministro. “Existe a necessidade de nos reequiparmos, mais isso precisa ser resolvido de acordo com as possibilidades do país”.

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Ele disse ainda que preço, qualidade e transferência de tecnologia são os três principais elementos, “mas o peso específico que será dado a cada um deles é algo que eu ainda não tive a chance de discutir profundamente”. Amorim afirmou ainda que quer elevar o orçamento da Defesa para 2% do PIB, o que traria o Brasil para mais perto dos níveis observados em países como China, Rússia e Índia. “Esse é meu objetivo. Não é um programa de governo aprovado. É algo que eu considero razoável de ser atingido”. Segundo o ministro, os gastos com defesa podem ser uma maneira eficiente de criar e manter empregos durante a atual desaceleração econômica, além de fornecer incentivos para avanços tecnológicos. As informações são da Dow Jones.


Planalto libera pequenos aeroportos

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governo baixará decreto, nos próximos dias, que autoriza empresas privadas a operarem comercialmente a chamada aviação executiva. O decreto, aprovado pela presidente Dilma Rousseff e pela Casa Civil, permitirá que o setor privado construa aeroportos para pouso e decolagem de jatinhos e aviões de pequeno porte, além de helicópteros, e faça exploração comercial dessas unidades. Atualmente, o Brasil dispõe de dezenas de aeroportos privados de pequeno porte, mas eles não podem atuar comercialmente. Os donos não podem cobrar taxas de pouso e decolagem nem instalar lojas comerciais em suas dependências. Funcionam também no país aeroportos públicos de aviação geral, em cidades como São Paulo (Campo de Marte) e Rio de Janeiro (Jacarepaguá). O objetivo do governo, com o decreto, é estimular a construção de aeroportos de aviação executiva para desafogar os aeroportos regulares durante grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio, em 2016. Segundo estimativa oficial, entre 30% e 35% dos pousos e decolagens dos aeroportos de São Paulo, por exemplo, são de aviões executivos. O governo quer evitar o que ocorreu na África do Sul durante a Copa do Mundo de 2010, quando o intenso fluxo de aviões particulares provocou congestionamentos nos principais aeroportos daquele país.

Por causa disso, milhares de torcedores não conseguiram assistir a alguns jogos por causa do caos aéreo.

executivos é de cerca de 12,3 mil unidades. O segmento realiza, por ano, mais de 800 mil voos, por meio de mais de mil empresas.

Pelo menos três projetos de aeroportos gerais devem deslanchar após a autorização oficial. O grupo imobiliário JHSF, dono do shopping Cidade Jardim, em São Paulo, pretende construir uma unidade batizada de Novo Aeroporto Executivo de São Paulo (NAESP) em São Roque, a 60 km da capital paulista. Os empresários Fernando Botelho Filho e André Skaf, por sua vez, planejam construir e operar um aeroporto particular - o Aeródromo Rodoanel - na região do anel rodoviário de São Paulo.

O governo estuda, também, o modelo de exploração de aeroportos de grande porte, como os de Confins (em Belo Horizonte) e Galeão (no Rio). Na semana passada, a presidente Dilma ordenou a realização de estudos de modelos alternativos à concessão desses aeroportos ao setor privado.

Os dois projetos já foram protocolados na Secretaria de Aviação Civil (SAC) da Presidência da República, que estuda também autorização para um terceiro aeroporto geral, destinado exclusivamente a pousos e decolagens de helicópteros - o "Helicidade", um projeto idealizado pelo economista Fábio Tinelli. A aviação geral engloba todos os setores da aviação civil que não estão envolvidos com o transporte aéreo regular de passageiros e de cargas. Segundo a Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), o Brasil possui o segundo maior mercado de aviação executiva do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. De acordo com dados da associação, a frota brasileira da aviões 11 | Info Aviação | Agosto 2012

O modelo de concessão, adotado nos aeroportos de Brasília (Juscelino Kubitschek), Campinas (Viracopos), Guarulhos (Cumbica) e Natal (São Gonçalo do Amarante), não está descartado, mas o governo decidiu analisar outras possibilidades. Além da concessão, há três alternativas sendo avaliadas - contratos de Parceria Público-Privada (PPP); adoção do Regime Diferenciado de Contratação Pública (RDC) pela Infraero; e adoção de uma PPP em que a União seria o acionista majoritário. Há estudos também para desenvolver a aviação regional, o que exigirá a ampliação do número de aeroportos, com capacidade para receber voos regulares, de 130 para 213 - hoje, o país dispõe de 700 aeródromos. A meta oficial é fazer com que o atendimento da população salte de 79%, num raio de 100 Km, para 94%. O projeto exigirá a construção de novos aeroportos e a ampliação e reforma dos já existentes.


Eurocopter cria novos Centros de Desenvolvimento

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epois de ter lançado o projeto Systemhaus, em Donauwörth, na Alemanha, que será concluído no final deste ano, fornecendo à sua equipe de desenvolvimento a mais moderna infraestrutura de alto desempenho e performance para apoiar o seu Programa de Inovação, a Eurocopter anunciou o seu projeto para modernização e expansão dessas atividades em Marignane, na França. Estes investimentos permitirão à empresa, da qual a Helibras é subsidiária no Brasil, consolidar o seu status de líder em tecnologia, uma característica fundamental da Visão 2020 do grupo empresarial. "Nossa política de inovação sempre foi muito ambiciosa e vai continuar assim nos próximos anos", disse o presidente e CEO da Eurocopter Lutz Bertling. "Isso nos permite ficar bem à frente de nossos concorrentes quando se trata de avanços tecnológicos, e é uma ajuda significativa na manutenção da nossa

posição como líder mundial nos mercados civil e parapúblico. Continuamos a investir em inovação e infraestrutura, dotando nossas equipes de desenvolvimento, com os recursos mais modernos e adequados e que lhes permitam enfrentar os desafios de criar os helicópteros do futuro", completou Bertling. Uma cerimônia foi realizada em Donauwörth, no dia 13 de julho, para comemorar a conclusão do telhado do novo Centro de Desenvolvimento, onde cerca de 900 engenheiros trabalharão numa área total de 30.000 metros quadrados. Previsto para entrega no final deste ano, o novo prédio faz parte do projeto Systemhaus e pretende reunir sob o mesmo teto todos os recursos, capacidades e meios necessários para desenvolver, produzir, certificar helicópteros e assegurar a sua manutenção. Como resultado, a equipe atualmente baseada em Ottobrunn passará a trabalhar

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juntamente com os colegas em Donauwörth, a partir de 2013. Paralelamente à cerimônia, o estudo para a construção de um centro de desenvolvimento em Marignane foi aprovado no dia 13. O projeto começou com a remodelação do edifício Labogir (para ensaios mecânicos e de veículos), que foi inaugurado no dia 16 de julho, e a construção do edifício Helicóptero Zero (para integração de sistemas de vários modelos de helicópteros), a ser entregue em abril de 2013. O carro-chefe do futuro Centro de Desenvolvimento de Marignane será um novo edifício, previsto para entrega em 2015, que irá acomodar até mil pessoas e abrigará as instalações para os novos programas em desenvolvimento. A pedra fundamental desse edifício está prevista para julho de 2013. Além disso, o edifício do atual escritório de design será renovado e serão construídas novas instalações para os testes com aviônicos da empresa.


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Nova modernização de motores dos KC-135s da USAF deve manter as aeronaves voando por mais 20 anos

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s aeronaves KC-135 Stratotankers da década de 1950 estão programadas a partir do ano seguinte para receberem novos motores atualizados que ampliarão o alcance global da nação por mais de duas décadas. Ao mesmo tempo, especialistas dizem que os motores melhorados também irão queimar menos combustível e gastar menos tempo em manutenção. “Com essas melhorias, esperamos que os motores possar ficar na asa por mais 20 anos”, disse Steven Walsh, especialista em gestão de logística junto ao escritório de gestão do programa de motores do KC-135 na Base Aérea de Tinker, Oklahoma. “Quando vimos esse processo e percebemos que o fabricante original do equipamento poderia nos ajudar a alcançar eficiência e confiabilidade junto com o consumo de combustível reduzido, ficamos empolgados”, disse ele. O processo é conhecido como um programa de atualização de

propulsão, frequentemente chamado C-PUP. “O C-PUP é um componente importante da estratégia de eficiência de combustível do Comando de Mobilidade Aérea (AMC), e estamos muito satisfeitos com o progresso do programa”, disse o general Raymond E. Johns Jr., comandante do Comando de Mobilidade Aérea. “O AMC está empenhado em estimular a inovação, eficiência e compreendemos plenamente até mesmo um ganho nominal de eficiência que pode oferecer um retorno muito maior sobre o investimento a longo prazo”, disse Johns. A Força Aérea está economizando mais de seis dólares por cada dólar gasto no programa de atualização através dos reduzidos custos com combustível e manutenção, afirma o major Mark Blumke, gerente de logística de eficiência de combustível do AMC. O AMC antecipa um ganho de 1,5 por cento pela eficiência de combustível, além da economia de manutenção 14 | Info Aviação | Agosto 2012

depósito reduzida uma vez que os novos motores estejam em serviço, disse Blumke. A idéia para o C-PUP começou há quatro anos quando a equipe da Marinha dos EUA pediu o motor para uma de suas aeronaves da empresa de fabricação de motores chamada CFM – e, portanto, o “C” no C-PUP – para projetar melhorias no motor. Os gestores do programa da Força Aérea e da Marinha deram a autorização para exercer as atualizações do motores no início de 2010. O programa visa instalar peças atualizados nos motores, incluindo um atualizado bocal de alta pressão da turbina, novas lâminas de compressor e palhetas, uma cobertura do conjunto da turbina e as lâminas da turbina. A Força Aérea vai iniciar a atualização de 60 motores em 2013, com 120 motores atualizados a cada ano seguinte até os 1.440 motores estarem em plena operação.


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TAM Aviação Executiva tem interesse em ser operadora de aeroportos privados de aviação executiva e já mantém conversações para participar de dois projetos nesse sentido. O Valor publicou ontem que o governo baixará decreto, nos próximos dias, autorizando empresas privadas a operarem comercialmente terminais com esse perfil. Há pequenos aeroportos privados no país, mas seus administradores não podem fazer uso comercial deles. "Nós fomos contactados e temos interesse em participar, pelo menos do processo de discussão e estarmos presentes como operadores. Estamos conversando. Estamos em contato e temos interesse em participar se as condições nos atenderem", afirmou ao Valor, o presidente do conselho de administração da TAM Aviação Executiva, Mauricio Amaro. "Do ponto de vista de oportunidade societária, eu acho difícil. Não acho que o negócio de operadores de aeronaves é possuir aeroportos. Demanda muito investimento e um conhecimento de gestão que nós não possuímos", acrescenta ele. O executivo se referiu aos dois projetos que já foram protocolados na Secretaria de Aviação Civil (SAC). Um é do grupo imobiliário

JHSF, que atua em incorporações, aluguel de escritórios comerciais e shopping centers. O outro é da dupla de empresários Fernando Botelho Filho e André Skaf, este último filho do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. O projeto da JHSF deverá ser erguido em São Roque, no interior de São Paulo, a 62 quilômetros de distância da capital, com área destinada ao aeroporto de 2 milhões de metros quadrados, de uma área total de 7 milhões de metros quadrados que vai incluir shopping, centro empresarial, centro universitário e residencial. "O investimento no aeroporto está em torno de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões, fora o investimento da área imobiliária", disse o diretor de novos negócios da JHSF, Humberto Polatti, acrescentando que, a previsão de início de operações é no primeiro semestre de 2014, "em tempo para a abertura da Copa do Mundo". O segundo projeto é no município de São Paulo, "quase na divisa com Embu-Guaçu, entre 19 e 21 quilômetros, em linha reta, do Aeroporto de Congonhas", conta Skaf. Segundo ele, foi criada a 15 | Info Aviação | Agosto 2012

empresa Harpia para ser a administradora do aeroporto, que ainda não tem nome. Segundo ele, o investimento já foi estimado, mas só poderá divulgá-lo posteriormente. As dimensões e capacidade operacional só serão divulgadas após a obtenção das licenças ambientais. "Além da TAM, estamos conversando com outras empresas do mercado", acrescentou Skaf. No entendimento dele, o contrato que deverá ser assinado com o governo é uma "autorização para investimento público". O empresário acrescentou que o prazo de vigência ainda não está claro. Amaro, da TAM Aviação Executiva, afirma que uma das condições para a empresa participar como a operadora é justamente o tempo de duração do contrato. "Operadores estratégicos para esses aeroportos deveriam ter algum tipo de condição específica, porque somos fontes de receita grande, de operação de aeronave e manutenção. Uma dessas condições é o contrato de concessão com prazos mais longos".


Aviação executiva pode somar US$ 260 bi até 2021

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Embraer acredita que o mercado de aviação executiva no mundo pode movimentar US$ 260 bilhões no período entre 2012 e 2021 no mundo se a economia mundial conseguir crescer em ritmo sustentável, o que equivale a 11.275 unidades. Se o cenário for negativo, porém, esses números caem para US$ 205 bilhões e 8.660 unidades. Os números foram divulgados nesta segunda-feira por Marco Túlio

Plegrini, vice-presidente de operações da Embraer Aviação Executiva. “A América Latina crescerá num ritmo muito maior que o mundo como um todo”, afirmou o executivo, que participa da Labace, uma das maiores feiras de aviação executiva do mundo, que ocorre na capital paulista. Segundo Plegrini, os lucros das empresas americanas estão altos e o número de milionários no Brasil tem crescido, fatores que favorecem o

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mercado de aviação executiva. O cenário na Europa, porém, deixa um ponto de interrogação, o que tem adiado as vendas, observou. Ainda de acordo com o executivo, para a América Latina são previstos negócios entre US$ 12 bilhões e US$ 16 bilhões até 2021, o equivalente a algo entre 700 e 900 unidades. O Brasil deve responder por 50% desse volume.


Embraer Inicia Fabricação do Legacy 450

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Embraer atingiu um marco importante no programa do jato executivo da categoria mid-light Legacy 450 com a usinagem da primeira peça, oficializando, na última semana, o início da fabricação do primeiro protótipo. "Enquanto avançamos com o Legacy 500, aguardávamos este momento para o Legacy 450", disse Ernest Edwards, Vice-Presidente da Embraer - Aviação Executiva. "O corte da primeira peça para o Legacy 450 é um marco importante para o programa de desenvolvimento destes dois jatos revolucionários." O componente da fuselagem dianteira foi usinado de um bloco de liga de alumínio por uma máquina de cinco eixos, de alto desempenho. Totalmente automatizado, o processo extraiu os dados diretamente de uma

maquete digital do Legacy 450, jato que terá 4.260 km de alcance. A peça passou por um processo de controle de qualidade que fez uso de dispositivos de laser para validação, em relação à maquete digital. O Legacy 450 foi projetado com o mais moderno software de engenharia, o CATIA V5. O planejamento de produção para a aeronave executiva foi simulado virtualmente por software de manufatura digital. O corte da primeira peça ocorre após conclusão da Fase de Definição Conjunta da aeronave, em maio. O Legacy 450 e o mid-size Legacy 500 já completaram mais de 8.000 horas de testes de sistemas, com 2.500 horas de Iron Bird desde novembro de 2010. ("Iron Bird" é uma bancada de testes para integração de sistemas, usada pela

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engenharia da Embraer para garantir perfeita harmonia entre todos os sistemas vitais da aeronave). As duas aeronaves trazem, pela primeira vez neste segmento da aviação executiva, a tecnologia flyby-wire. Com base em extenso feedback de clientes, as aeronaves foram projetadas com cabine de 1,82 m de altura e piso plano, resultando na maior seção transversal e volume de cabine em suas categorias. Também oferecem a única galley com pia no segmento, além de sistema de gerenciamento de cabine e entretenimento Ovation Select da Honeywell. As aeronaves contam com toalete a vácuo, o que também é único em sua classe. A cabine de comando é equipada com aviônicos Pro Line Fusion da Rockwell Collins, já prontos para os futuros requisitos de navegação aérea CNS/ATM.


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Força Aérea dos EUA realiza testes com veículo hipersônico

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Força Aérea dos Estados Unidos realizou mais um teste de voo com o jato hipersônico X-51A WaveRider, que sobrevoará o Oceânico Pacífico com o objetivo de atingir uma velocidade de Mach 6 (seis vezes a velocidade do som). A esta rapidez, que pode chegar a 7.200 km/h, a aeronave poderia sair de Londres e chegar a Nova York em aproximadamente uma hora. Um bombardeiro B-52 vai lançar o jato não tribulado e sem asas da base aérea de Edwards, na Califórnia, a uma altura de aproximadamente 15 km. Neste momento a aeronave será solta e, após uma queda livre de cerca de quatro segundos, o motor vai ser acionado. Então o WaveRider subirá mais uma vez à altura de 21 km, quando poderá chegar ao Mach 6. Para se ter uma ideia da velocidade, o avião supersônico Concorde, de 1969, voava de Londres a Nova York em pouco mais de três horas e podia alcançar no máximo 2.652 km/h.

O vôo de teste está previsto para durar cerca de cinco minutos. No final, a aeronave vai se quebrar em pedaços e cair no Pacífico. Trata-se de uma repetição da tentativa de junho do ano passado, quando o jato viajou a Mach 5, mas falhou ao alcançar a velocidade desejada. Em agosto de 2011, os cientistas militares norte-americanos tentaram lançar um avião não tripulado que deveria chegar a Mach 20 (20 vezes a velocidade do som). Os pesquisadores, porém, perderam contato com o veículo de teste Falcon Hypersonic 2 (HTV-2) depois que este se separou do foquete que o lançou. O projeto, financiado pelo Pentágono e pela Nasa (mais de US$ 140 milhões investidos), faz parte dos planos para o desenvolvimento de mísseis mais rápidos. O Pentágono poderá, então, a possibilidade de atingir alvos ao redor do mundo em questão de minutos. 19 | Info Aviação | Agosto 2012

O teste, porém, não tem objetivos apenas militares. Servirá também para fornecer informações para projetos em andamento para criar uma aeronave supersônica. A pesquisa pode levar à construção de um avião comercial, capaz de atingir velocidades maiores do que os jatos atuais. A Companhia Européia de Defesa Aeronáutica e do Espaço (EADS) acredita que os voos hipersônicos tripulados possam ser realidade em um futuro próximo. - Há interesse de ambos os lados do Atlântico para pular uma geração e passar do voo supersônico ao voo hipersônico – disse Peter Robbie, vice-presidente de desenvolvimento de negócios da EADS à BBC. – A ideia de ir de Tóquio a Paris em duas horas e meia é muito atrativa para as comunidades de negócio e políticas. Acho que por volta de 2050 já existirá uma aeronave neste molde.


Embraer entrega à Índia primeiro avião para vigilância

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Embraer entregou, dia 16/08/12, ao governo da Índia o primeiro avião do modelo EMB 145 AEW&C de controle e alerta antecipado que será utilizado pela Força Aérea desse país. Segundo a empresa, o aparelho concluiu satisfatoriamente todas as provas em terra e em voo tanto da própria Embraer como dos sistemas de defesa da Força Aérea Índia, que receberá outras aeronaves do mesmo modelo como parte de um contrato assinado em 2008. A Embraer não revelou o número de aviões deste modelo adquiridos pelo governo indiano “por uma cláusula de confidencialidade do contrato”,

disse à Agência Efe uma fonte da companhia. O contrato inclui além das aeronaves um pacote de treinamentos, suporte técnico, peças de reposição e equipes de apoio em terra. O EMB 145 AEW&C entregue nesta quinta-feira incorpora recursos como um sistema de reabastecimento em voo, maior capacidade elétrica e modificações estruturais que permitirão a instalação de avançados sistemas de missão desenvolvidos pelo Centro de Sistemas Aerotransportados (CABS) da Índia, segundo um comunicado da empresa.

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A aeronave está equipada com um radar de varredura eletrônica projetado e desenvolvido pelo CABS, cujas antenas serão instaladas na parte superior da fuselagem. “O sucesso deste programa é um símbolo de cooperação entre a Índia e Brasil”, disse o diretor do CABS, S. Christopher, citado no comunicado. O EMB 145 AEW&C é um avião desenvolvido para missões de vigilância e controle do espaço aéreo cujas informações ajudam a outras aeronaves, como os caçasbombardeiros, em tarefas de controle e intercepção.


Aeroporto para jatos executivos terá regulamentação

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iante do crescimento vigoroso da aviação executiva no País, o governo federal pretende tirar do papel um decreto que regulamenta a construção e a exploração comercial pela iniciativa privada de aeroportos voltados a este segmento. Somente no ano passado, o número de aeronaves registradas na chamada aviação geral cresceu 6,8%. O aumento foi puxado por um salto de 540 para 623 (15,3%) no número de jatos executivos ante o ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Aviação Civil (Abag). O Estado teve acesso à minuta do decreto que regulamenta a figura da autorização, que permitiria às empresas investir em infraestrutura voltada à aviação executiva, hoje

deixada em segundo plano nos grandes aeroportos, já superlotados de voos comerciais. Pelo documento, só seriam passíveis de autorização "os aeródromos voltados exclusivamente ao processamento de serviços aéreos privados" (aviões particulares), especializados (como aviação agrícola, por exemplo) e de táxi aéreo. A restrição deixa dúvidas sobre o que seria feito com aeródromos privados que hoje operam voos comerciais, situação pouco comum, mas existente em algumas partes do País. De acordo com o consultor José Wilson Massa, se assinado, o decreto dará fôlego para a aviação executiva continuar se desenvolvendo no País. 21 | Info Aviação | Agosto 2012

"A medida dá oxigênio para o crescimento da demanda", disse o consultor. Ele citou o caso da região de Londrina, no Paraná, em que usuários da aviação estariam se mobilizando para investir em infraestrutura. Porém, sem a regulamentação da autorização, não poderiam cobrar pelo uso do aeroporto. Um outro especialista, que pediu para não ser identificado, comenta que o novo modelo vai beneficiar a Embraer, uma das principais fabricantes de jatos executivos do mundo. Sem infraestrutura para receber essas aeronaves, a empresa poderia ver suas vendas travadas. Diferentemente dos aeroportos de maior porte, que operam voos


comerciais, no caso dos aeroportos autorizados, as operadoras poderiam estabelecer livremente os valores a serem cobrados pela movimentação das aeronaves e outros serviços. Prazo. Na minuta obtida pelo Estado não há período definido para a duração da autorização. "A autorização para a exploração de aeródromo não terá sua vigência sujeita a termo final", diz o documento, que prevê a extinção da outorga em alguns casos, como a renúncia da empresa que recebeu a

autorização ou revogação por motivo de interesse público. Especialistas acreditam que o estabelecimento do período de vigência da autorização daria maior segurança jurídica ao modelo, mas não descartam que isso seja definido em regulamentações complementares. Para abrir o aeroporto ao tráfego aéreo, o investidor terá de obter a homologação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) num prazo

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de 36 meses a partir da obtenção da autorização, podendo o prazo ser prorrogado por igual período. O intervalo é considerado razoável para a construção ou adequação da infraestrutura para receber voos. Massa comenta, no entanto, que por causa da proximidade da Copa do Mundo de 2014, esse modelo pouco contribuirá para a adequação da infraestrutura para o evento. "Para a Copa, não dá mais tempo. A solução seria fazer melhorias na infraestrutura existente", disse.


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Líder Aviação investe para faturar R$ 1 bilhão até 2014

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ma das maiores empresas de aviação executiva do país, a Líder Aviação prevê alcançar a casa do R$ 1 bilhão de faturamento, no máximo, em 2014. Neste ano, a previsão é de R$ 800 milhões. Como parte do esforço para atingir essa marca, iniciou, no fim de 2011, um plano de investimentos de US$ 200 milhões, que deverá ser concluído em 2013. A maior parte dos recursos está sendo utilizada para ampliar a frota de helicópteros que operam em plataformas marítimas de exploração de petróleo, na camada pré-sal. Do investimento total, 75% são financiados e 25% são próprios. Só na compra de helicópteros, a Líder está desembolsando US$ 140 milhões em 2012. São seis aeronaves para operações nas plataformas de petróleo. Quatro deles, da fabricante americana Sikorsky, custam US$ 28 milhões cada - o que representa uma encomenda de US$ 112 milhões, sendo mais da metade, ou US$ 60 milhões, financiada pelo Eximbank americano. "Se não chegar em 2013, acho que não passa de 2014 [faturamento de R$ 1 bilhão]. Os investimentos estão sendo feitos em fases. Muito desse investimento ainda não está produzindo receita, o que deverá acontecer em 2013, 2014", diz o presidente da Líder Aviação, Eduardo Vaz.

A operação de helicópteros responde por 65% do faturamento da Líder, sendo que a Petrobras contribui com 80% dos resultados dessa área, com frota de 60 helicópteros. A aviação executiva contribui com 35% da receita. São serviços como táxi aéreo, venda de jatos e manutenção. Nessa área, a Líder tem 40 aviões. "A Petrobras é a nossa maior cliente no fretamento de helicópteros. Ainda não está muito claro para o mercado qual será a velocidade do crescimento da Petrobras. Se tiver algum atraso na entrega de algumas plataformas, o crescimento do setor é afetado", diz Vaz. Ele revela que a empresa tem interesse em ser operadora de aeroportos privados de aviação executiva, a exemplo da TAM Aviação Executiva. Vaz foi procurado pelo grupo imobiliário JHSF e pela dupla de empresários André Skaf e Fernando Botelho Filho, que têm dois projetos com esse perfil. A Líder está ampliando suas bases de operação e abrindo novos centros, como em Campos dos Goytacazes (RJ), onde aplicou R$ 1,3 milhão. Outra parte do investimento está sendo usada numa nova base no litoral paulista, em Itanhaém. A empresa também vai investir em um hangar para aviação executiva no Aeroporto Internacional Antonio 24 | Info Aviação | Agosto 2012

Carlos Jobim (Galeão), no Rio, no ano que vem. A companhia está lançando a venda compartilhada de jatos e helicópteros. Batizada de "Líder Share", o primeiro ativo será um avião da americana Hawker Beechcraft, para seis passageiros. Serão três cotas, de US$ 800 mil cada, que dão direito a uso de 150 horas por ano da aeronave, num período de cinco anos. Em média, deverão ser 13 horas por mês. O avião é de propriedade da Líder. A Líder passa a competir com a Prime Fraction Club, fundada em maio de 2010. Segundo o sóciodiretor da empresa, Marcus Matta, a Prime tem 11 ativos, avaliados em R$ 100 milhões. São quatro aviões, três helicópteros, três barcos e um grupo de carros, com uma Ferrari e uma Maserati. O mais novo ativo é um jato Legacy 500, da Embraer, que já tem um cotista interessado. Ao todo, serão três cotas. "Com o cenário de desaceleração, está aumentando o número de donos de jatos que querem compartilhar a propriedade e reduzir os custos", diz Matta. Segundo ele, um dos helicópteros foi obtido com essa negociação. Outras três estão sendo desenvolvidas.


Airbus transforma avião para 100 pessoas em jato particular

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companhia aérea Airbus transformou o A318, jato comercial que comporta até 109 passageiros, em um jato particular de luxo. Em exposição na Labace, o ACJ318 - executivo de US$ 68 milhões que carrega até 19 passageiros - possui escritório privativo que pode ser convertido em quarto e tem assentos com configuração de luxo. A aeronave dispõe ainda de espaço interno chamado de "área de lazer" em que há televisões e mesas de jantar. "Quando se trata de jatos executivos, o que conta é o que você oferece na cabine. A Airbus pode oferecer um avião que comporta 19 passageiros e tem alcance para viagens internacionais até aeronaves 'VIPs' que podem transportar delegações governamentais em voos diretos para a maior parte do mundo", afirmou o diretor de operações da Airbus, John Leahy.

De acordo com a companhia aérea, o diferencial da ACJ318 é com relação à autonomia de voo. Enquanto o Airbus A318 consegue fazer voos de até 2,75 mil km em sequência, o ACJ318 pode percorrer até 5 mil km sem paradas, fazendo viagens intercontinentais. Outra grande diferença do ACJ318 é em relação às cabines, que são mais altas. Segundo a empresa, os jatos executivos têm esta característica para que deem mais conforto aos passageiros. Segundo dados da Aribus, desde 2007, a empresa já vendeu 170 jatos ACJ318, aeronave mais cara da Labace, sendo que dez deles foram vendidos em 2011. Segundo David Vellupillai, diretor de marketing da Airbus, "as aeronaves são destinadas a executivos, companhias, bilionários e governos". De acordo com ele, o 25 | Info Aviação | Agosto 2012

jato já vem mobiliado com cama, assentos de luxo, persianas automatizadas, cama, mesa e bar. "A aeronave já vem toda mobiliada, mas o cliente pode fazer alterações. O preço não difere do preço do A318, sendo que os dois custam em torno de US$ 68 milhões", concluiu. A Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (Labace) é a segunda maior feira do mundo na área de aviação executiva. Na edição de 2012, traz cerca de 70 aeronaves executivas, de fabricação nacional e estrangeira, e cerca de 190 expositores. São esperados 16 mil visitantes para três dias de feira, de 15 a 17 de agosto, e o valor da entrada é R$ 200. Os ingressos posem ser comprados no local. O evento atrai compradores, pilotos e profissionais do setor, mas é aberto a todo público.


Embraer mostra jato de US$ 53 mi emprestado à Presidência

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Embraer apresentou pela primeira vez no Brasil, nesta quarta-feira, na feira de aviação Labace 2012, em São Paulo, o seu avião executivo mais caro, avaliado em US$ 53 milhões. Tratase do Lineage 1000, um modelo de luxo de longa distância, feito a partir da plataforma do Embraer 190 - que já faz parte da frota de companhias como a Azul Linhas Aéreas. O modelo não é novo, está pronto desde 2009, mas é a primeira vez que a fabricante o expõe em um evento comercial no Brasil. Atualmente, um igual a ele está à disposição da Presidência da República, substituindo um Embraer 190 que está em manutenção.

com a tripulação, e autonomia máxima de cerca de 8 mil km - o que equivale a um trecho entre as cidades de São Paulo e Lisboa, em Portugal. Desde o seu lançamento, em 2009, já foram entregues 12 unidade do Lineage, para clientes do Oriente Médio e China.

O jato executivo tem capacidade para até 19 passageiros, sem contar

O Lineage 1000 em posse da Presidência, desde o final do ano

No Brasil, a Embraer ainda ainda não comercializou nenhuma unidade, mas enxerga um mercado em potencial, já que o País é o segundo que mais compra jatos executivos atualmente, e o terceiro no mundo em frota desse tipo de avião, com cerca de 720 jatos, atrás do México, com 770 unidades, e Estados Unidos, com 11 mil unidades.

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passado, é usado pelo governo para viagens pela América Latina e possui a configuração clássica, composta por cinco áreas distintas de cabine com espaço para sala de jantar, sala de estar, sala de reuniões e até um quarto com cama de casal. Entre os confortos do avião "superluxo" estão conexão com internet e monitores de 42 polegadas. A Embraer não revela quantos modelos do jato pretende comercializar no País, mas tem como público alvo empresas de grande porte. Em média, um Lineage 1000 demora até seis meses para ser fabricado, dependendo de sua configuração.


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Feira em SP exibe jatos particulares de até US$ 68 milhões

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impressão que queremos passar é que a pessoa se sinta em casa, só que nas nuvens", diz David Velupillai, diretor de marketing da Airbus, depois de apresentar o jato executivo da ACJ318, avaliado em US$ 68 milhões. O modelo de luxo é o mais caro em exposição na feira de aviação Labace 2012, aberta ao público até sexta-feira, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Cerca de 170 unidades do jato executivo já circulam pelo mundo. O avião "especial" da Airbus tem autonomia de 5 mil km e pode levar até 19 passageiros, sem contar com a tripulação. Com alcance intercontinental, o Gulfstream G550 é o segundo mais caro exibido na feira: cerca de US$ 60 milhões. Ele está exposto pela primeira vez na Labace e voa 12 mil km sem a necessidade de reabastecimento - de acordo com o fabricante, a aeronave executiva de maior alcance do mercado.

Em seguida aparece o canadense Bombardier Global 6000. Em condições normais, com oito passageiros a bordo, o modelo - de US$ 58,6 milhões - voa um trajeto de 11.112 km sem parar para abastecer. Assim como os outros aviões executivos é completamente personalizável. A brasileira Embraer também levou seu jato de dezenas de milhões de dólares: exposto pela primeira vez no Brasil o Lineage 1000 está avaliado em US$ 53 milhões. Com conforto e luxo semelhantes ao modelo da Airbus, o jato também transporta 19 passageiros, mas tem autonomia um pouco maior, de 8 mil km, o que equivale a um trecho São Paulo - Lisboa, sem escalas. A Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (Labace) é a segunda maior feira do mundo na área de aviação executiva. Na edição de 2012, traz cerca de 70 aeronaves

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executivas, de fabricação nacional e estrangeira, e cerca de 190 expositores. São esperados 16 mil visitantes para três dias de feira, de 15 a 17 de agosto, e o valor da entrada é R$ 200. O evento atrai compradores, pilotos e profissionais do setor, mas é aberto a todo público. A Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (Labace) é a segunda maior feira do mundo na área de aviação executiva. Na edição de 2012, traz cerca de 70 aeronaves executivas, de fabricação nacional e estrangeira, e cerca de 190 expositores. São esperados 16 mil visitantes para três dias de feira, de 15 a 17 de agosto, e o valor da entrada é R$ 200. Os ingressos podem ser comprados no local. O evento atrai compradores, pilotos e profissionais do setor, mas é aberto a todo público.


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Saiba como avião comercial é transformado em jato executivo

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ois dos jatos mais caros da Labace, feira de aviação de São Paulo, são modelos executivos derivados de aviões comerciais. Os concorrentes Airbus ACJ318 - que custa US$ 68 milhões - e Embraer Lineage 1000 - que tem preço inicial de US$ 53 milhões possuem a estrutura de aviões comerciais que passaram por modificações para, assim, atender clientes que preferem fazer voos particulares neste tipo de aeronave. O ACJ318 tem a mesma plataforma do A318, avião comercial que transporta até 109 passageiros, enquanto o Lineage 1000 tem a plataforma do E190, capaz de voar com 110 pessoas. No entanto, as principais diferenças entre esses jatos executivos e os aviões comerciais que os originaram estão na cabine e na autonomia de voo.

combustível no bagageiro e dobramos o alcance do avião", disse o vice-presidente de aviação executiva da Embraer, Marco Túlio Pellegrini. Para se ter uma ideia, o Embraer 190 - que faz parte da frota da Azul Linhas Aéreas, por exemplo, - tem autonomia de voo de 2 mil milhas, enquanto o Lineage permite viagens de 4,5 mil milhas. Além disso, o peso de decolagem das aeronaves é diferente. Enquanto o E190 consegue realizar decolagens com até 50 mil kg, o Lineage 1000 consegue partir com 54 mil kg. A diferença está explicada no motor: o E190 é equipado com um de 18,5 mil libras ante um motor de 20 mil libras de tração no Lineage.

Apesar de partir do mesmo projeto e utilizar motor da mesma família, o Lineage 1000, por exemplo, recebe mais potência do que o E190, além de mais tanques de combustível.

O diretor de marketing da Airbus, David Velupillai, segue a mesma linha e destaca que este tipo de aeronave executiva de grande porte é "destinada a três segmentos específicos: empresas, governo e bilionários que fazem viagens internacionais".

"Nós desenvolvemos uma solução interior. Adicionamos tanques de

Segundo Velupillai, as diferenças também são claramente vistas no 31 | Info Aviação | Agosto 2012

conforto, sendo que as companhias tentam atender aos desejos dos clientes no momento da escolha de um jato executivo. "A cabine é mais alta e mais confortável e o cliente pode escolher os equipamentos que quiser. Já damos a opção de avião mobiliado, mas o cliente pode fazer sua escolha, O preço, contudo, não tem muitas mudanças, girando sempre em torno dos US$ 68 milhões". A Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (Labace) é a segunda maior feira do mundo na área de aviação executiva. Na edição de 2012, traz cerca de 70 aeronaves executivas, de fabricação nacional e estrangeira, e cerca de 190 expositores. São esperados 16 mil visitantes para três dias de feira, de 15 a 17 de agosto, e o valor da entrada é R$ 200. Os ingressos podem ser comprados no local. O evento atrai compradores, pilotos e profissionais do setor, mas é aberto a todo público.


De mármore a ouro, veja as extravagâncias dos jatos de luxo

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e chuveiro até acabamento de peças em ouro são opcionais disponíveis para compradores endinheirados que queiram ter mais conforto a bordo dos jatos executivos. A feira de aviação Labace, aberta ao público até esta sexta-feira no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, reúne alguns dos jatos mais caros do mercado e o preço é justificado, em parte, pela sofisticação das cabines das aeronaves - cada vez mais parecidas com suítes de hotéis cinco estrelas - pelo aproveitamento dos espaços. Segundo as fabricantes, toda a arrumação interna e a disposição dos ambientes dependem do gosto e das necessidades do proprietário abonado. Entre os luxos do Embraer Lineage 1000, avaliado em US$ 53 milhões, por exemplo, estão: televisores de até 42 polegadas com DVD, suíte com cama king size e até chuveiro

com água quente - a capacidade de armazenamento é de 300 l de água. O comprador pode escolher ainda entre 60 tipos de carpete, 700 tipos de tecido para os sofás e as poltronas e mais de 400 tipos de couro. Entre itens "extras" estão o revestimento em mármore no piso do banheiro e da cozinha. Já o Gulfstream G550, com preço de US$ 60 milhões, possui todas as funcionalidades do modelo brasileiro e adicionais, como telas individuais para cada um dos 19 lugares disponíveis, espaço para bar e acabamento em madeira de lei conhecidas por sua resistência. No caso do jato executivo mais caro da Bombardier, o Global 6000, oferecido a partir de US$ 58,6 milhões, o comprador pode optar por itens como internet wi-fi, televisões, detalhes de acabamento em fibra de carbono e até um chuveiro com

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temperatura regulável da água em até 45°C, além de ducha vertical. O Airbus ACJ318, de US$ 68 milhões, segue a mesma linha dos outros modelos, e pode ter itens opcionais como cama, espaço para bar, sala de jogos e persianas automáticas nas janelas. O acabamento e o posicionamento de cada móvel dentro do avião também vão depender do gosto do comprador: a fabricante diz que é possível instalar videogames e até trocar os puxadores das gavetas dos móveis por peças com acabamento em ouro. "O cliente pode escolher tudo, ou quase tudo no interior da aeronave. Estamos aqui para lidar com qualquer tipo de pedido, mesmo os mais excêntricos. Temos que atender as vontades de quem paga para se deslocar com conforto. Não há nada de errado nisso", conclui diz David Velupillai, diretor de marketing da Airbus.


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Anúncio da concessão do Galeão sairá até outubro

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governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral Filho, afirmou que o anúncio da inclusão do Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão) na lista de concessões do governo federal deve acontecer até outubro. — É absolutamente correta a mudança de gestão do Galeão. Conversei com a presidente Dilma Rousseff e o anúncio deve ocorrer em setembro ou outubro. Isso acontecerá com o aeroporto do Galeão e também com outros, como o de Minas Gerais — disse o governador, após o 1º Congresso Nacional de Procuradores-Gerais de Ministérios Públicos dos Estados e da União. Na última quarta-feira, a presidente Dilma afirmou que as concessões de portos e de mais aeroportos serão anunciadas em um mês. Galeão e Confins (Minas Gerais) deverão ser concedidos com a mesma modelagem dos três já leiloados (Guarulhos, Brasília e Viracopos), mas as regras deverão ser mais

rígidas, que atraiam grandes operadores aeroportuários estrangeiros. Uma possibilidade é exigir no edital que o vencedor contrate um operador com experiência no processamento em mais de cinco milhões de passageiros por ano. Outra proposta mantém a Infraero no negócio, mas como sócio majoritário, ao contrário do modelo em vigor. Segundo Cabral, não existem divergências no governo sobre a necessidade de mudar a gestão do aeroporto. — Eu defendo o que já defendia em 2008. Eu clamo, eu apelo para que o Galeão seja concessionado. Sou a primeira pessoa pública no Brasil a defender a concessão dos aeroportos, que representam um atraso muito grande para o país. Para o governador, o Rio perdeu muito tempo e já deveria ter aeroportos adequados à dimensão do país.

“Eu clamo, eu apelo para que o Galeão seja concessionado” Sergio Cabral Governador do Rio 34 | Info Aviação | Agosto 2012

— O Brasil hoje tem uma qualidade de serviços muito acanhada, uma gestão ultrapassada, não por culpa da Infraero, mas pela própria lógica da gestão. O aeroporto é o shopping de serviços do passageiro, que passa horas ali para se divertir, se entreter e descansar. Sergio Cabral afirmou ainda que, quando ocorre uma mudança para o regime privado, o estado passa a ser um parceiro que se beneficia e assume o papel de regulador. Além disso, prosseguiu ele, nos serviços de pontes, portos e aeroportos, o setor privado tem uma agilidade muito grande para fazer manutenção e novos investimentos. Também faz parte do plano do governo alavancar a aviação regional. Uma rede de pequenos terminais em regiões próximas as polos industriais ou importantes para o turismo terá investimentos para receber voos regulares.


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Latam cria unidade integrada para carga

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Latam Airlines, união entre a chilena LAN e a TAM Linhas Aéreas, deve anunciar um dos passos mais importantes do seu processo de fusão. A holding criou uma unidade de transporte de cargas no Brasil, com a integração da Absa, filial da LAN Cargo, com a TAM Cargo, que já nasce como a maior do setor. A TAM Cargo será a bandeira de carga no Brasil e a LAN Cargo é a marca para o mercado internacional. O investimento no país será de US$ 100 milhões, com recursos próprios. Eles serão destinados a melhorias de infraestrutura, frota e tecnologia. Cerca de 20% dos investimentos no país serão utilizados para ampliação e reforma dos terminais de carga nos aeroportos paulistas de Congonhas e de Guarulhos. Só este último terminal terá 14 mil metros quadrados. Ele terá capacidade de movimentação de mil toneladas de remessas por dia. Outra novidade é chegada do primeiro avião cargueiro da TAM Cargo. Até então, a empresa usava os compartimentos de carga dos aviões para passageiros da TAM Linhas Aéreas. O primeiro avião da TAM Cargo será um modelo 767300F, da americana Boeing, pintado com o seu logotipo.

A Absa, filial da LAN Cargo há 15 anos, tem mais três aviões da mesma família, que, a princípio, permanecerão com a pintura da Absa e serão operados por ela. Comercialmente, porém, a operação está sendo assumida pela TAM Cargo. Ao ser acessado, o site da Absa já faz um direcionamento para a página de internet da TAM Cargo. Com o 767-300F que será pintado com o logotipo da TAM Cargo, a LAN Cargo passa a ter 12 aeronaves desse tipo em sua frota. Esse modelo de avião tem capacidade para transportar 57 toneladas, com autonomia para voos de longo curso. A LAN Cargo também deverá encerrar 2012 com quatro cargueiros do modelo 777, também da Boeing, segundo balanço da Latam, do segundo trimestre. A frota total, portanto, será de 16 aviões. A integração da área de cargas da Latam acontece num momento de desaceleração desse setor. No Brasil, dados da rede de Terminais de Logística de Carga (Teca), da Infraero, mostram que a movimentação total, de janeiro a junho, acumula queda de 7,19% em volume. A movimentação de cargas de importação e exportação teve recuo 36 | Info Aviação | Agosto 2012

de 7,56% no primeiro semestre, na comparação anual. O transporte de cargas domésticas apresenta redução de 6,21%, na mesma base de comparação. O balanço da Latam do segundo trimestre mostra um cenário de recuo no transporte de cargas. A receita com esse tipo de serviço foi de US$ 382,2 milhões, uma diminuição de 6% em relação a igual período de 2011. Em volume de transporte, o recuo foi de 2,2%, na mesma base de comparação. Esses dados incluem oito dias de resultado da TAM, pois a integração foi formalizada no dia 22 de junho. A situação do mercado global é parecida. Segundo a Associação Internacional do Transporte Aéreo (da sigla em inglês Iata), o transporte de cargas acumula recuo de 2,6% no primeiro semestre, na comparação anual. A maior taxa de redução foi observada na Ásia-Pacífico, com queda de 7,1%. O maior crescimento do transporte de cargas é do Oriente Médio, com alta de 14,8% de janeiro a junho em relação ao mesmo período do ano passado. Na América Latina, a taxa é negativa em 0,4%, na mesma base de comparação.


Honeywell fornecerá sistema de comunicação para o KC-390

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Honeywell Aerospace assinou um contrato com a Embraer para fornecer seu novo sistema de antenas de alto desempenho, o eNfusion AMT-3800 Inmarsat, para a próxima geração do Embraer KC-390, aeronave de transporte de cargas e tropas utilizada pela Força Aérea Brasileira. O contrato, que também inclui cartas de compromisso com outros 32 outros países, vem na esteira do anúncio feito pela Honeywell em abril para fornecer serviços globais de conectividade em voo, obtido após convênio exclusivo com a Inmarsat.

A antena vai fornecer ao Embraer KC-390, com o uso da rede Inmarsat, maior capacidade de comunicação e de transmissão de dados, oferecendo também recursos avançados de gerenciamento de dados para Comunicação, Navegação e Vigilância (CNS), além de Controle de Tráfego Aéreo (CTA). Ao utilizar a rede, os dados podem ser enviados e recebidos em tempo real, permitindo um fluxo contínuo de comunicação que vai ajudar as tripulações e maximizar as operações tanto em terra, quanto no ar.

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A Honeywell tem uma longa história de desenvolvimento e fornecimento de tecnologia de uso civil e militar, incluindo comunicações por satélite (SATCOM) e aviônicos de apoio, que atende governos, forças armadas e clientes comerciais civis em todo o mundo. Assim sendo, ao passo em que operadores militares têm maior necessidade por conectividade, a capacidade de comunicação via satélite torna-se cada vez mais importante para assegurar um desempenho eficiente.


Cessna anuncia upgrade no alcance do Citation Latitude

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jato de médio porte Citation Latitude, da Cessna, terá um alcance máximo ainda maior do que foi anunciado em fevereiro deste ano. O fabricante divulgou na LABACE, a segunda maior feira de aviação executiva do mundo e a maior da América Latina, que, em vez dos 4.260 km (2.300 milhas náuticas) anteriormente oferecidos, o alcance será de 4.630 km (2.500 milhas náuticas). "Um projeto inovador permite agora que nossos clientes tenham um aumento de 9% em alcance, diminuindo ainda mais a necessidade de escalas", explica Leonardo Fiuza, diretor comercial da TAM Aviação Executiva. Anunciado em outubro de 2011, o Latitude, que tem capacidade para dois pilotos e até nove passageiros, surgiu como um novo segmento dos jatos Citation, posicionado entre o XLS+ e o Sovereign. Com aviônica Garmin G5000 totalmente touch-

screen e que dispensa o uso de qualquer botão e cabine com piso interno totalmente plano (1,83 m de altura por 1,95 m de largura), o avião revoluciona o mercado de jatos executivos de médio porte. A eletrônica está presente também em cada um dos assentos. O sistema Clarity, desenvolvido pela Cessna em parceria com a empresa americana Heads Up Technologies, é uma solução de tecnologia inteligente para cabines que se integra à aviônica da aeronave e pode reunir sistemas elétricos da cabine, dados e comunicações, tudo conectado por fibra ótica e controlado a partir do assento por uma interface touch-screen totalmente intuitiva. "As exigências das viagens de negócios evoluíram para mais do que simplesmente conforto e conveniência. O uso de tecnologia é a chave para oferecer uma cabine mais eficaz e produtiva, fator

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fundamental para criar um ambiente de trabalho totalmente funcional. Com o Clarity, temos uma interface intuitiva capaz de oferecer aos clientes um verdadeiro 'smartplane', pronto para as mais modernas experiências de conectividade", afirma Leonardo Fiuza. Já os pilotos terão à disposição uma aviônica de última geração, baseada no Garmin G5000, um sistema novo, totalmente integrado e concentrado em três telas principais multifunção LCD de 14" e quatro painéis de controle touch-screen. Além das funções padrão, o G5000 oferecerá uma interface piloto-aeronave touchscreen, TCAS II com Change 7.1, Synthetic Vision Technology, cartas eletrônicas, SafeTaxi da Garmin, um sistema de controle de voo duplo com WAAS LPV e RNP, radar meteorológico com detector de turbulência e capacidade vertical de scan.


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