Arquivos Catarinenses de Medicina 2003

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cranial, coloca-se a prótese e a parte inferior é recoberta pelo pedículo. Nos casos de adenectomias ou mastectomias subcutâneas podemos usar este tipo de pedículo para acolchoar uma prótese colocada em cima do músculo. PEDÍCULO IV

Trata-se de um pedículo longo glandular que tem base inferior e vai até a região retro areolar. Tem semelhança com o I porém por ser mais longo tem a propriedade de dobrar-se sobre si mesmo simulando uma prótese no colo mamário. A marcação externa normalmente é a de Pitanguy e tem a melhor indicação para apenas corrigir a ptose mamária. PEDÍCULO V

Tem como característica ser um pedículo longo como o anterior, porém abrange o complexo areolomamilonar. A sua indicação precípua é para gigantomastias com ressecções superiores a 1500 g de cada lado. A sua principal vantagem é evitar a execução de enxerto livre. As ressecções são feitas nas laterais e porção superior de acordo com as necessidades. OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo discutir as nossas dificuldades, que surgiram ao realizarmos cirurgias usando técnicas consagradas, e que parece, que em outras mãos, não apresentam as complicações que nós tivemos. Depois das publicações das técnicas, para pexia ou redução mamária com o aumento do colo mamário, com os pedículos, nos encorajamos a resolvermos os problemas das nossas pacientes, com este método. Iniciamos utilizando pedículo de base superior, conforme havíamos acompanhado na clínica do Dr. Farid, no Rio de Janeiro. Não tivemos o sucesso almejado, porque com essa técnica, as pacientes apresentavam uma depressão no sulco inframamário, que apesar do esforço, não conseguimos corrigir a contento. Surgiu então o pedículo de base inferior, com o qual tivemos muitos bons resultados. Preenchia bem o pólo superior, apresentava resultados duradouros e na parte externa, de acordo com a qualidade da pele, nos permitia cicatrizes mais adequadas ao tipo de mama. Em mamas grandes o T invertido, em menores o L ou um T pequeno,marcação de Peixoto ou mesmo uma incisão vertical. Tivemos, desde o início, preocupação com a viabilidade do pedículo. Como a nossa clínica é exclusivamente privada, um resultado não satisfatório é muito preocupante. O primeiro caso foi de uma paciente de 49 anos , operada em 20 de julho de 2000 , na qual executamos a marcação de Pitanguy, com pedículo inferior, descrita pelo Dr. Liacyr. A mama não era grande, mas flácida Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 32 - Suplemento 01 - 2003

e larga. Ressecamos 260g da mama E e 390g da mama D, a qual deu problemas. Penso que, observamos as regras com a decorticação adequada ,preservando as intercostais inferiores, com 4 a 5 cm de largura, por 2 a 3 de espessura. Tivemos um pós-operatório imediato, sem problemas. Tiramos os pontos com 15 dias e não notamos alterações significativas. Quinze dias depois ,ou seja, 1 mês após a cirurgia, a paciente nos procurou apresentando secreções, não purulenta, na incisão vertical. Tentamos drenar, preconizamos Vitamina C 1g três vezes ao dia, vitamina E 400 ui à noite, cefalexina 500mg, de 6 em 6 horas, e Algi-danilon um comprimido 3 vezes ao dia, durante 10 dias. A secreção continuou. Na expectativa de que com tratamento conservador se resolvesse e também pela vontade da paciente, somente com 3 meses reintervimos. Encontramos áreas de necrose, as quais ressecadas, prontamente resolveu este caso. Poderia ser erro técnico, mas observamos o descolamento superficial na parte de baixo do pedículo, sem lesar as intercostais. Procuramos respeitar as dimensões dos pedículos, ou seja, 4 a 5 cm de largura, 2 a 3 cm de espessura. Ao terminar esta etapa, damos atenção ao sangramento na porção distal do pedículo . Procuramos evitar o excesso de pontos de fixação para proteger a circulação. Por outro lado, sabemos que existem várias anomalias na circulação mamária. Após este, tivemos mais 3 casos semelhantes. MÉTODO

Com a intenção de evitar outros casos, tomamos as seguintes providências para mamas pequenas ou médias. Para mamas grandes, temos outras opções. 1-A marcação pode ser: (usando o nomes conhecidos de alguns de seus autores ou defensores) de Pitanguy, de Bozzola, de Peixoto, de Liacyr e outros. Particularmente, usamos bastante o Losango de Liacyr, no final, administra-se o excesso de pele. (Fig. 1 e 2 ). 2-Após a decorticação, usamos ganchos de Gilies, iniciando nas porções que corresponderiam aos pontos B e C e na porção inferior do losango. Soltamos a pele da glândula, a semelhança de Bustos, destes pontos, em toda sua porção inferior até o sulco submamário. Isto vai nos permitir, após fazermos as incisões, a parte medial abraçar o pedículo. (Fig 3 e 4). 3-Com uma pinça Backaus, suspendemos pela parte decorticada, abaixo do mamilo, a altura daonde podemos fazer a incisão, sem comprometer a circulação da aréola, e vamos subindo com a incisão, paralelo a aréola, em baixo do mamilo. Esta incisão vai até o ponto que julgamos necessário para subir o complexo aréolomamilar e ficar na sua posição derradeira. (Fig 5). 4-Naquele ponto, iniciamos a incisão perpendicular à pele, que vai até o músculo, para confeccionarmos a base do L invertido, ou parte superior do 7 americano. Com auxílio de afastador de Farabeuf, amplia391


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