Arquivos Catarinenses de Medicina 2003

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RETALHOS LIVRES MICROCIRÚRGICOS - RELATO DE 42 CASOS Autor: Bonin, Graziela Schmitz. MD. Médica residente do 1o ano de Cirurgia Plástica do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Co-autores: Accioli de Vasconcellos, Zulmar Antonio, MD, PhD. Professor do Departamento de Clínica Cirúrgica da UFSC e Médico Cirurgião Plástico do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Schütz, Luciano Vargas. MD. Médico Cirurgião Plástico do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Accioli de Vasconcellos, João Justino. MD. Médico Cirurgião Plástico do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Gomes, André de Miranda. MD. Médico residente do 3o ano de Cirurgia Plástica do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Boos, Marco Aurelio. MD. Médico residente do 2o ano de Cirurgia Plástica do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Silva, Luis Gustavo Ferreira da. MD. Médica residente do 2o ano de Cirurgia Plástica do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Vieira, Rodrigo. MD. Médico residente do 1o ano de Cirurgia Plástica do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Bins Ely, Jorge, MD, PhD. Professor do Departamento de Clínica Cirúrgica da UFSC e Médico Cirurgião Plástico do Núcleo de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de Santa Catarina Neves, Rodrigo d Éça. MD. Professor Titular do Departamento de Clínica Cirúrgica da UFSC e Chefe do Núcleo de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina. Núcleo de Cirurgia Plástica. Universidade Federal de Santa Catarina Campus Universitário - Tel: (48)331-9100 / 331-9876 - e-mail: gsbonin@hotmail.com Descritores: retalhos livres, microcirurgia, cirurgia plástica, transplantes.

RESUMO

Authors described 42 microsurgical free flaps done between March 1995 and February 2003. The flaps were used to repair tissue loss due to trauma, tumors, burns, radiation and infection. The mainly complication was the total necrosis of the flap, that occurred in 7,14% of cases. In spite of the inherent difficulty to perform free tissue transfers with microvascular anastomosis, they were very useful in the repair of complex reconstructive procedures.

a publicação da realização do primeiro retalho livre, por Daniel e Taylor (1972), houve um forte incremento na descrição de novos retalhos (1). As indicações para utilização de um retalho livre são semelhantes às de um retalho local (Quadro 1). Apesar deste último mostrar-se de realização mais simples, muitas vezes a indisponibilidade local de tecidos impõe a escolha de técnicas mais sofisticadas. Além desta indicação, deve-se ainda considerar a qualidade estética e funcional da reparação, onde um transplante microcirúrgico, sob medida, poderá proporcionar uma reconstrução de qualidade superior (2). Os retalhos livres mais usados são: o antebraquial radial (retalho chinês), o grande dorsal e o paraescapular. Muitos outros retalhos podem ser usados como retalhos livres, como: o inguinal, o braquial posterior, o escapular, o músculo reto abdominal, o epíploon, o temporal superficial e os retalhos ósseos da crista ilíaca e da fíbula. A escolha deverá levar em conta a experiência do cirurgião e as necessidades da área a reconstruir (3). Este trabalho tem por objetivo a ilustração das possibilidades da microcirurgia, no domínio da Cirurgia Plástica Reconstrutiva, através da descrição de 42 casos onde esta técnica foi aplicada.

INTRODUÇÃO

MÉTODO

Microcirurgia é a cirurgia feita através da magnificação das estruturas por meio de uma lupa ou de um microscópio. O otorrinolaringologista sueco CarlOlof Nylen foi o criador do microscópio cirúrgico, utilizando-o, pela primeira vez, em 1921. Nas décadas seguintes, várias especialidades introduziram esta técnica em seu arsenal terapêutico: Perritt, na oftalmologia (1946); Jacobson e Suarez, na cirurgia vascular (1960); Smith, na cirurgia de nervos periféricos (1964); e Buncke, na cirurgia plástica reconstrutiva (1965). Após

São avaliados os resultados obtidos com a utilização de 42 retalhos livres realizados, em 41 pacientes, no período de março de 1995 a fevereiro de 2003. As cirurgias foram efetuadas em 3 hospitais: Hospital Universitário, da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC), Hospital Regional de São José Dr. Homero de Miranda Gomes (HRSJHMG) e Hospital São José (HSJ), em Joinville/SC. Todos estes transplantes vascularizados foram realizados com auxílio de um microscópio cirúrgico e instrumental operatório

Os autores avaliam os resultados e a utilização de 42 retalhos livres microcirúrgicos, realizados entre março de 1995 e fevereiro de 2003, na correção de perdas de substância, secundárias a trauma, seqüelas de tumores, queimadura, radionecrose e infecção. A complicação mais importante foi a perda total do retalho, que ocorreu em 7,14% dos casos. Apesar da dificuldade inerente a realização do transplante microcirúrgico de tecidos à distância, este se mostrou eficiente na reparação de defeitos onde soluções locais seriam de difícil aplicação. ABSTRACT

Arquivos Catarinenses de Medicina - Volume 32 - Suplemento 01 - 2003

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