Democracia Viva 22

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Flávia Mattar

Colaborou Thais Zimbwe

Preto no branco

Imagens do povo

Iniciativas negras

O reconhecimento civil das relações afetivas entre pessoas do mesmo sexo é uma importante bandeira do movimento homossexual. Em alguns estados, como Bahia (Grupo Gay da Bahia), São Paulo (Associação do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros – GLBT), Rio de Janeiro (Grupo Arco-íris) e Paraná (Grupo InPAR 28 de junho), pode ser encontrado o Livro de Registro de Declaração Homoafetiva. Essa foi a estratégia encontrada pela sociedade civil organizada para minimizar os prejuízos causados pela demora na aprovação do projeto de parceria civil registrada, parado na Câmara dos Deputados. E lá se vão dez anos desde a sua criação pela atual prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT). Segundo Reinaldo Pereira Damião, presidente da Associação GLBT, com a realização da Parada do Orgulho Gay, em junho, o número de pessoas interessadas no livro, em São Paulo, duplicou. O único requisito para assinar o livro é a maioridade civil. A declaração não oficializa ou legaliza a união. Sua intenção é reconhecer e legitimar o relacionamento estável, servindo como “prova material” para fins jurídicos como INSS, herança, guarda de filhos(as) e partilha de bens.

O Observatório de Favelas está envolvido com um novo projeto. Foram iniciadas as atividades da Escola de Fotógrafos Populares Imagens do Povo, coordenada pelos fotógrafos João Roberto Ripper e Ricardo Funari. O objetivo é investir na formação de jovens moradores(as) de favelas cariocas e abrir-lhes caminho no mercado de trabalho. Ao longo de quatro meses, participarão das oficinas cerca de 20 mora­dores(as) de 15 comunidades, entre elas Nova Holanda, Complexo do Alemão, Rocinha, Vidigal, Mangueira, Santa Marta e Baixa do Sapateiro. Serão quatro horas diárias de aula. Os(as) jovens terão acesso a informações sobre direito autoral e teoria e prática fotográficas. Também haverá capacitação em documentação fotográfica. A idéia é a inserção dos trabalhos dos(as) novos(as) fotógrafos(as) em um banco de imagens on-line, denominado Imagens do Povo. “A Escola de Fotógrafos Populares pretende trabalhar para que a fotografia seja um instrumento de arte, informação e formação colocado a serviço do resgate da dignidade das classes populares e da ampliação dos direitos humanos”, diz Ripper.

De 5 a 15 de outubro, será realizado, no Rio de Janeiro, o IV Fórum Nacional Iniciativas Negras – Trocando Experiências. O objetivo dos painéis, oficinas, grupos de estudos, mesas-redondas e vídeos que serão apresentados é possibilitar a divulgação de iniciativas implementadas no campo das relações raciais no Brasil e a reflexão sobre elas. Além disso, o evento visa promover a aproximação entre aca­dêmicos(as) e ativistas do movimento negro e de mulheres negras nacionais, da América Latina e do Caribe. “Essa é uma das poucas oportunidades no Brasil para a capacitação de ativistas em diversas áreas”, diz Joselina da Silva, pesquisadora do Centro de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Candido Mendes, instituição carioca responsável pela iniciativa. Entre os temas que estarão sendo abordados, destacam-se: redação de projetos, elaboração de orçamentos, captação de recursos, geo­política internacional e movimentos negros na América Latina e no Caribe. O evento é gratuito e aberto à participação de pessoas interessadas, sem a necessidade de inscrição prévia.

www.paradasp.org.br/paradaglbt www.ggb.org.br www.inpar28dejunho.com www.arco-iris.org.br

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www.observatoriodefavelas. org.br

www.ceab.ucam.edu.br joselina@candidomendes.edu.br


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