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Flávia Mattar
Colaborou Thais Zimbwe
Preto no branco
Imagens do povo
Iniciativas negras
O reconhecimento civil das relações afetivas entre pessoas do mesmo sexo é uma importante bandeira do movimento homossexual. Em alguns estados, como Bahia (Grupo Gay da Bahia), São Paulo (Associação do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros – GLBT), Rio de Janeiro (Grupo Arco-íris) e Paraná (Grupo InPAR 28 de junho), pode ser encontrado o Livro de Registro de Declaração Homoafetiva. Essa foi a estratégia encontrada pela sociedade civil organizada para minimizar os prejuízos causados pela demora na aprovação do projeto de parceria civil registrada, parado na Câmara dos Deputados. E lá se vão dez anos desde a sua criação pela atual prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT). Segundo Reinaldo Pereira Damião, presidente da Associação GLBT, com a realização da Parada do Orgulho Gay, em junho, o número de pessoas interessadas no livro, em São Paulo, duplicou. O único requisito para assinar o livro é a maioridade civil. A declaração não oficializa ou legaliza a união. Sua intenção é reconhecer e legitimar o relacionamento estável, servindo como “prova material” para fins jurídicos como INSS, herança, guarda de filhos(as) e partilha de bens.
O Observatório de Favelas está envolvido com um novo projeto. Foram iniciadas as atividades da Escola de Fotógrafos Populares Imagens do Povo, coordenada pelos fotógrafos João Roberto Ripper e Ricardo Funari. O objetivo é investir na formação de jovens moradores(as) de favelas cariocas e abrir-lhes caminho no mercado de trabalho. Ao longo de quatro meses, participarão das oficinas cerca de 20 moradores(as) de 15 comunidades, entre elas Nova Holanda, Complexo do Alemão, Rocinha, Vidigal, Mangueira, Santa Marta e Baixa do Sapateiro. Serão quatro horas diárias de aula. Os(as) jovens terão acesso a informações sobre direito autoral e teoria e prática fotográficas. Também haverá capacitação em documentação fotográfica. A idéia é a inserção dos trabalhos dos(as) novos(as) fotógrafos(as) em um banco de imagens on-line, denominado Imagens do Povo. “A Escola de Fotógrafos Populares pretende trabalhar para que a fotografia seja um instrumento de arte, informação e formação colocado a serviço do resgate da dignidade das classes populares e da ampliação dos direitos humanos”, diz Ripper.
De 5 a 15 de outubro, será realizado, no Rio de Janeiro, o IV Fórum Nacional Iniciativas Negras – Trocando Experiências. O objetivo dos painéis, oficinas, grupos de estudos, mesas-redondas e vídeos que serão apresentados é possibilitar a divulgação de iniciativas implementadas no campo das relações raciais no Brasil e a reflexão sobre elas. Além disso, o evento visa promover a aproximação entre acadêmicos(as) e ativistas do movimento negro e de mulheres negras nacionais, da América Latina e do Caribe. “Essa é uma das poucas oportunidades no Brasil para a capacitação de ativistas em diversas áreas”, diz Joselina da Silva, pesquisadora do Centro de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Candido Mendes, instituição carioca responsável pela iniciativa. Entre os temas que estarão sendo abordados, destacam-se: redação de projetos, elaboração de orçamentos, captação de recursos, geopolítica internacional e movimentos negros na América Latina e no Caribe. O evento é gratuito e aberto à participação de pessoas interessadas, sem a necessidade de inscrição prévia.
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Democracia Viva Nº 22
www.observatoriodefavelas. org.br
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