Museu virtual de oftalmologia. Oftalmoscopio de Hirschberg

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1. OFTALMOSCÓPIO DE HIRSCHBERG Isabel Almasqué


Introdução: Antes da invenção do o6almoscópio muito se especulava acerca do que estaria por trás do “buraco negro” misterioso que representava o ori?cio pupilar. ExisCam numerosas teorias que pretendiam explicar a razão pela qual a pupila parecia luminosa em determinadas condições. Alguns pensavam ser um fenómeno de fosforescência, outros atestavam que a luz absorvida durante o dia pelo globo ocular, irradiava na escuridão, outros ainda pensavam ser um fenómeno eléctrico relacionado com a acCvidade das células nervosas.


Mas foi Bénédict Prévost, professor de filosofia na cidade francesa de Montauban que, em 1810, explicou que a pupila só adquiria um aspecto luminoso quando uma fonte de luz exterior penetrava no globo ocular. Embora a descoberta do o6almoscópio seja oficialmente atribuída ao alemão Hermann von Helmholtz em 1851, sabe-­‐se que, em 1847, o matemáCco inglês Charles Babbage, Cnha já construído um instrumento que conCnha os elementos essenciais do futuro o6almoscópio: uma fonte de iluminação, um espelho para reflecCr essa luz no fundo ocular e uma lente para corrigir as ametropias.


Após 1851, foram muitas as variantes introduzidas no o6almoscópio de Helmholtz na tentaCva de melhorar a observação do fundo ocular. Nomes como Ruete, Meyerstein, Coccius, Jaeger, Liebreich, Burow, Anagnostakis, Hirschberg, Loring e muitos outros ficaram para sempre ligados à história deste instrumento.


As imagens mostram um o6almoscópio de Hirschberg (1) de cerca de 1880, composto por uma haste de marfim e duas cabeças separadas: a primeira é composta por um espelho reflector perfurado no centro, com uma inclinação de cerca de 60º, tal como no o6almoscópio de Helmholtz, e um suporte para colocar uma única lente para correcção das ametropias; a segunda, que representa já um avanço técnico em relação à primeira, tem um espelho reflector perpendicular à linha de observação, com um ori?cio central, à frente do qual se podem interpor lentes posiCvas ou negaCvas de várias potências através de dois discos de Rekoss intermutáveis que rodam à volta de um eixo central, semelhantes àqueles que ainda hoje se uClizam nos o6almoscópios directos. Foi este passo que veio permiCr uma visualização mais níCda do fundo ocular.


(1) Julius Hirschberg (1843-­‐1925) – O6almologista alemão. Inventou o termo campimetria para denominar o estudo do campo visual numa super?cie plana; em 1879, foi o primeiro a usar o electro-­‐íman para extrair um corpo estranho do globo ocular; em 1886 desenvolveu o teste de Hirschberg para estudo do estrabismo; autor de Geschichte der Augenheilkunde, história da o6almologia em onze volumes, que escreveu entre 1899 e 1917.


Oftalmoscópio de Hirschberg (1880) Haste de mar:im, duas cabeças separadas e dois discos de Rekoss


O=almoscópio de Hirschberg (1880) Cabeça com espelho côncavo, cabeça com espelho inclinado e discos de Rekoss com lentes posiQvas e negaQvas.


O=almoscópio de Hirschberg (1880) Cabeça com espelho côncavo e disco de Rekoss montado.


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