Revista BrOffice.Org 009

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Dica

Artigo

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Tutorial

Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista http://www.flickr.com/photos/sol don/3969222492/sizes/l/

nos munic铆pios brasileiros

Giro pelo Brasil mostra realidade Local

Como n贸s ...

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http://www.flickr.com/photos/lica ssuncao/1053512058/sizes/l/

Gestor inteligente conhece as potencialidades tecnol贸gicas

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Revista Ano 2 | N掳 9 | novembro 2009

Diagramado no BrOffice.org Draw

Novembro 2009


Licença

BrOffice.org

Atribuição-Uso Não-Comercial-Compartilhamento pela mesma licença 2.5 Brasil Você pode:

copiar, distribuir, exibir e executar a obra

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BrOffice.org

Carta do Leitor

Índice

Dê o seu recado

5

Como nós... Fazemos o corretor CoGroo

6

Artigo O Software Livre e a Inteligência do Gestor Público

8

Reportagem BrOffice.org sai na frente no processo de inclusão digital

11

BrOffice.org se prepara para o IV EnBro

23

Entrevista BrOffice.org e o planejamento

21

Dica Auto preenchimento de dados no Calc

26

Barra de ferramentas para Broo

30

Tutorial Criando extensões basic

38

Resumo do mês Resumo

43


EDITORIAL Colaboradores desta edição

Nova fase da Revista BrOffice.org marcada pela mobilização de toda a comunidade. Desafio é a palavra que marcou o início da edição nº 9 da Revista BrOffice.org há apenas três semanas. Um tema instigante, o BrOffice.org nos municípios, precisava mais do que o ideal de fazer. Precisava de pessoas que quisessem encarar o desafio e colocar a “Revista na rua”, com uma edição que não poderia ser simplesmente para constar. Queríamos uma edição marcada pela excelência, que agregasse discussões pertinentes sobre o tema a que se propõe e conteúdo verdadeiramente útil. Além, é claro, de mostrar aos leitores como o BrOffice.org se estrutura para disponibilizar aos seus usuários um software de qualidade. Nas páginas que seguem, além das dicas e tutorial, o leitor poderá experimentar um momento de reflexão com o excelente artigo de Fernando H. Leme mostrando as vantagens da migração para software livre e BrOffice.org em órgãos públicos. Na reportagem principal, Rochele Prass nos traz informações precisas e atuais dos municípios brasileiros que passaram por migração recente para software livre e BrOffice.org, além de análises, gráficos e entrevista que não deixam dúvidas sobre a importância e aceitação da suite BrOffice.org nas instituições brasileiras que em muitos casos passam primeiro pelo BrOffice.org antes de fazer uma migração total. Estamos entregando uma nova revista. O leitor vai notar as mudanças no visual, no nome, no cuidado pela excelência, mas uma coisa não mudou: para que essa revista fosse possível, várias pessoas da comunidade se mobilizaram; uniram-se para assumir o compromisso de fazer uma revista a altura da instituição BrOffice.org. A essas pessoas um agradecimento especial. Boa leitura e não se esqueça de nos enviar comentários e sugestões: revista@broffice.org. Luiz Oliveira luizheli@openoffice.org

Redação: Fernando H. Leme Luiz Oliveira Rochele Prass William Colen Dicas e tutorial: Herbert de Carvalho Noelson A. Duarte Rubens Queiroz Diagramação: Eliane Domingos Vera Cavalcante Revisão: Carlos Antonio da Silva Eduardo Mundim Fatima Conti Francival Lima Jerusa Manfredini Netto Mazuco Luiz Fernando Carvalho Paulo de Souza Lima Pedro Ciríaco Regina Souza Moraes Vera Cavalcante Zamil Cavalcanti Edição: Luiz Oliveira Rochele Prass comunicacao@broffice.org Jornalista responsável: Luiz Oliveira – Mtb.31064 luizheli@openoffice.org Coordenador Geral BrOffice.org: Claudio Ferreira Filho filhocf@openoffice.org Agradecimentos especiais: 4CMBR Ministério do Planejamento Gnutech Gustavo Luiz Morais Escreva para a Revista BrOffice.org: revista@broffice.org Edições anteriores: www.broffice.org/revista O conteúdo assinado e as imagens que o integram são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião da revista BrOffice.org e de seus responsáveis. Todos os direitos sobre as imagens são reservados a seus respectivos proprietários. O que é o BrOffice.org É o produto, ferramenta de escritório multiplataforma, livre, em bom português, desenvolvido sob os termos da licença LGPL, composto por editor de texto, planilha de cálculo, apresentação, matemático e banco de dados, mantido pela comunidade e ONG, que trabalha para a difusão do SL/CA no País. Desenvolvimento Esta revista foi elaborada no BrOffice.org, editor de texto, planilha eletrônica, apresentação e, agora, diagramação.


Esta é a sua seção! Na “Carta do Leitor”, você pode tirar dúvidas sobre o BrOffice.org, seja produto, comunidade ou desenvolvimento, enviar críticas ou sugestões que possam enriquecer ainda mais a nossa revista. Envie um email para revista@broffice.org participe.

http://www.flickr.com/photos/mbgrigby/2992682938/sizes/s/

CARTA DO LEITOR

Olá, Sou jornalista e responsável pela revista COMMAND.COM, uma publicação lançada bimestralmente em bancas de jornais e livrarias há mais de 4 anos pela editora Escala. Tive o prazer de conhecer o trabalho que vocês fazem com a revista digital BrOffice.org. Há dois anos, aproximadamente, venho fechando parcerias com profissionais que realizam projetos similares, a fim de distribuir GRATUITAMENTE, suas revistas digitais através do CD-ROM brinde da minha publicação. Acredito que este tipo de parceria fornece mais conteúdo para os meus leitores e, por outro lado, amplia a audiência dos leitores de sua publicação online. Gostaria de saber se posso incluir as duas edições de sua revista digital na próxima COMMAND.COM. Alessandro Treguer

A todos da equipe, parabéns! É a primeira vez que leio a revista e adorei a edição 08, mais especificamente o artigo sobre o formato ODF. A carta de Ana Paula Vasconcelos, que cita a dificuldade na migração para o BrOO na empresa, me chamou atenção porque também lido com problema semelhante. Creio que esses processos de migração devem ser apoiados com informativos bem objetivos sobre Software Livre e o formato ODF, enfocando sua utilidade e não o custo. Denis Dobbin

Estou muito grato pela revista Broffice.org. É muito instrutiva e valoriza o Broffice.org. Estou a espera de novas edições. Luciano Souza

Olá Alessandro, A equipe BrOffice.org entrará em contato com você para saber mais sobre esta parceria e desde já agradecemos o interesse.

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Luciano, Muitos colaboradores estão se envolvendo para que tenhamos uma produção constante da nossa revista. Esperamos continuar oferecendo o melhor que a comunidade BrOffice.org tem a oferecer a todos, além do nosso produto, a suíte para escritórios livre mais usada do mundo. Lembrando que a comunidade tem vários projetos que podem receber contribuições variadas. Visite o nosso portal e saiba muito mais sobre os projetos da comunidade: http://www.broffice.org Novembro 2009


COMO NÓS...

...fazemos o corretor gramatical CoGrOO

Por William Colen

O Corretor Gramatical CoGrOO é composto de centenas de regras de erros, possui um dicionário com centenas de milhares de palavras e é capaz de classificar o texto morfossintaticamente. Como foi a criação dessa poderosa extensão do BrOffice.org? Tudo começa com uma necessidade. Em 2003, o idealizador do CoGrOO, Carlos Menezes, já notava que diversas instituições públicas migravam para a suíte de escritórios BrOffice.org. No entanto, profissionais da área já enumeravam algumas funcionalidades que o BrOffice.org não tinha, e uma bastante importante era a ausência de um corretor gramatical. Foi então que Carlos Menezes, pesquisador de linguística computacional, se uniu a outros pesquisadores e inscreveram a ideia do CoGrOO no Edital de Software Livre promovido pela FINEP, fundação federal que apoia projetos estratégicos este foi um dos quase 50 projetos aprovados que recebeu recursos financeiros por um ano.

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Novembro 2009


COMO NÓS... Um laboratório da Escola Politécnica da USP foi equipado para sediar o projeto. Colaboraram com o trabalho quase 20 profissionais e alunos de iniciação científica. Apesar do financiamento ter durado apenas um ano, foi o suficiente para o lançamento do CoGrOO 1.0 em maio de 2006. Os maiores desafios dessa fase foram: o desenvolvimento da tecnologia de análise de texto; a criação das regras de erros, concebidas pela professora Sueli Uliano; e a primeira versão da integração do corretor gramatical com o BrOffice .org, que foi a primeira com o código aberto do mundo. Com o financiamento chegando ao fim, o projeto corria o risco de ser abandonado. No entanto, alguns dos colaboradores continuaram trabalhando voluntariamente. Ainda em 2006, Bruno Sant'anna conseguiu apoio do Google Summer of Code para, numa parceria entre o CoGrOO e o projeto internacional OpenOffice.org, desenvolver um protótipo da API para verificação gramatical dentro do próprio núcleo OpenOffice.org. O projeto foi bem sucedido, e graças a ele, a partir do BrOffice.org 3.0, a integração entre o CoGrOO e o BrOffice.org passou a ser

mais limpa, inclusive com direito ao sublinhado ondulado azul quando um erro fosse detectado. Em 2007, a segunda grande versão do corretor gramatical foi lançada, desta vez, programada em Java. Agora ele era um pouco mais facilmente instalado, já que não dependia mais do ambiente Perl, e ainda o instalador foi reduzido de aproximadamente 25 MB para apenas 5 MB. Infelizmente, em meados 2007 o projeto ficou perigosamente sem colaboradores. Apenas Carlos Menezes e William Colen ainda ajudavam usuários do projeto no fórum, e investigavam e corrigiam problemas. Em agosto de 2008, com a notícia do próximo lançamento do BrOffice.org 3.0 com a API para corretores gramaticais, o desenvolvedor William Colen iniciou uma corrida para reorganizar o código para o lançamento em novembro. Foi um grande sucesso, já que pela primeira vez a instalação era bastante simples, e a usabilidade muito melhorada com a nova API.

Centro de Competência em Software Livre do IME/USP. Dentre as atividades em andamento, estão a conversão do modelo de desenvolvimento do CoGrOO para que efetivamente siga a definição de Bazar segundo Eric Raymond, em que todos pudessem colaborar com o projeto. O CoGrOO ainda está sendo revisado para a novo acordo ortográfico e sofrendo uma nova revisão de arquitetura, de forma que seus módulos sejam bem delimitados, permitindo sua portabilidade, e ainda suporte a outros idiomas. O que esperar do futuro do projeto? Isto vai depender da comunidade. Entre as possibilidades, estão análise semântica para detecção de erros do tipo: “Joana chegou. Sairei com ele”. Nesse caso, O CoGrOO indica o erro de concordância nominal. Outras possibilidades seriam permitir personalizações das regras e dos dicionários mais facilmente, e ainda a criação de um eficiente sistema de relatórios de erros.

Finalmente em 2009 o projeto já fazia bastante sucesso, mantendo em média quatro mil downloads por mês. No entanto, o projeto continuava carente de colaboradores. Foi então que o trabalho foi adotado pelo

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Novembro 2009


ARTIGO

Por Fernando H. Leme

Arquivo pessoal

O Software Livre e a Inteligência do Gestor Público

Professor de música, estudante de Direito.

escritor

e

Há poucos anos, essa conversa faria pouco sentido. Num mundo plenamente físico, de papéis datilografados e processos acumulados em arquivos reais e empoeirados não há discussão sobre a natureza da gestão da informação. Este mundo, em vias de extinção, abriu caminho a outro em que há arquivos digitais lá e cá, em que os tribunais se encarregam de disponibilizar seu material pela internet e em que os mecanismos de gestão ou simples administração cotidiana produzem-se e encontram-se todos alicerçados em uma estrutura de informática e computação. Neste mundo não havia alternativas ao usuário comum. Sempre houve necessidade de recorrer aos sistemas operacionais “fechados”. Diz-se “fechada” toda propriedade intelectual, cujo código-fonte é inacessível e cuja cópia, distribuição ou simples uso são defesos ao que não adquire a licença para tanto.

Particularmente influenciado por questões relativas ao software e cultura livres, economia e filosofia do direito. Escreve regularmente para o blog fernandohleme.wordpress.com

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Novembro 2009


ARTIGO

Sua grande vantagem consistia no fato de que seu grande competidor, o Macintosh da Apple, de Steve Jobs, se baseava num modelo ainda mais “fechado”. A empresa de Jobs produzia a parte física e a parte lógica de seus equipamentos, criando produtos tecnicamente competentes, porém economicamente proibitivos ao grande público. Valendo-se da ampla popularização do chamado computador pessoal (sistema que por sinal opera por meio de padrões abertos - os “standards” - através do qual inúmeras empresas podem produzir material para construir computadores usando as mesmas configurações - chave de interoperabilidade, criando competitividade e reduzindo os custos ao consumidor final) a Microsoft terminou por dominar o mercado e impor, estratégias comerciais, que recentemente têm sido duramente atacadas. Como é o caso da União Européia

http://www.flickr.com/photos/ryyo/41609610/sizes/o/

A Microsoft, empresa de Bill Gates, lucrou cifras que fazem inveja ao simples exportador de comoditties minerais (que por sua vez já aufere ganhos consideráveis) por que fez uso de sua posição de único sistema amplamente difundido tornando-se um quase monopólio para pc's de uso doméstico e empresarial.

A opção por Software Livre é o caminho que garante melhor utilização dos recursos públicos.

que a condenou por abuso de posição dominante no mercado a pagar uma multa de R$ 1,3 bi. Tal entendimento é o de que, de acordo com a lei antitruste, a Microsoft deveria permitir que outros desenvolvedores tivessem acesso a determinadas partes de seu código para que fosse possível construir software que operasse tão bem no Windows quanto operam o Microsoft Office e o Windows Media Player, por exemplo. Esse cenário sempre pareceu monstruoso ao observador atento. Qualquer usuário em qualquer computador se vê preso a ferros em uma estrutura na qual ele só entrará através de um custo financeiro considerável ou pela pirataria.

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Dada a impossibilidade da segunda hipótese quando se trata da coisa pública (Lei no. 10.695/03), o gestor de boa-fé se via obrigado a gastar parte importante de seus recursos na aquisição de tais licenças. Aí entra o software livre. Software Livre é aquele que pode ser obtido, copiado, alterado e distribuído sem custos. Pede-se aos desenvolvedores, no entanto, que retribuam à comunidade seu esforço no desenvolvimento disponibilizando, mais uma vez as alterações feitas de modo a contribuir com a evolução do sistema como um todo. Software Livre não é, portanto, simplesmente gratuito . Software Livre é aquele que devolve ao usuário o poder de decisão sobre seu equipamento e forNovembro 2009


ARTIGO mato. http://softwarelivre.gov.br Não se sabe (e provavelmente o cálculo surpreenderá a todos) o quanto o setor público desperdiçou com o chamado software “proprietário”. Enquanto não houvessem alternativas, tal desperdício seria escusável. Hoje, Sistemas operacionais baseados em Linux têm sido o objetivo de todo gestor inteligente. Engana-se, quem pensa que se trata de alguma novidade. Servidores de internet rodam Linux há muito tempo. Quem usa email usa software livre sem saber. Servidores de sistemas bancários também usam Linux e a lista pode ir longe. Mas por quê?

de uma determinada administração, setor ou Estado, transformando-os todos em reféns de sua lógica empresarial-mercantilista. Uma simples alteração no formato padrão em que se devem salvar os documentos de determinado órgão público traria imediatamente de volta a segurança que se espera dos seus documentos.

A economia é um fator importante. Cada órgão público que economiza dinheiro de informática e investe em treinamento, capacitação, segurança e celeridade merece respeito e admiração. Mas neste caso nem tudo é diretamente aferível em moeda. As diferentes distribuições Linux, dadas algumas características de sua estrutura lógica, são reconhecidas por profissionais da área como sendo mais estáveis, seguras, isso considerando seu uso normal. Soma-se a isso o fato de que computadores que usam Linux são imunes a vírus. Só neste aspecto, portanto, há uma segunda economia, computadores que estragam menos passam menos tempo em assistência técnica. Computadores sem vírus são o sonho de quem trabalha com arquivos importantes ou sobre os quais opera segredo de justiça.

O Estado do Paraná, além de uma política clara de adoção de Software Livre, estabeleceu como formato preferencial o ODF (Open Document Format, ou formato de documento aberto, a opção ao .doc). Pelo mesmo caminho seguem países como o Equador e a Holanda, que adotaram o SL como Política de Estado.

Por último existe a segurança dos formatos. Todo arquivo salvo, por exemplo, no Microsoft Word, é salvo no formato padrão do programa (a saber, o “.doc”), que é um formato fechado, sobre o qual não existe documentação e que pertence a uma única empresa, cujos fins podem ou não coincidir com os interesses 10 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

Muitos têm iniciado sua caminhada nesta direção. O Banco do Brasil economizou R$ 20 milhões nos terminais da instituição com o uso de Software Livre. O Metrô de São Paulo economizou outros US$ 900 mil com a mesma medida.

Qualquer gestor sério da coisa pública deitará os olhos sobre a questão e iniciará sua própria caminhada em direção a uma gestão inteligente no que se refere à qualidade, custos e segurança de sua tecnologia da informação.

http://www.broffice.org/investimos

Novembro 2009


Por Rochele Prass

http://www.flickr.com/photos/mappix/218637089/sizes/o/

REPORTAGEM

A necessidade da inclusão digital para o desenvolvimento social, educação e conhecimento no Brasil é indiscutível. Mas ainda é uma realidade um tanto quanto distante para milhares de brasileiros. Segundo pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil divulgada em maio de 2009, de um universo de 20.020 domicílios entrevistados, somente 28% dos lares localizados em centros urbanos possuem computador para o uso da família. Na área rural, o número chega a apenas 8%. O custo elevado para a compra de equipamentos de informática é o principal motivo, conforme 75% dos entrevistados. A falta de habilidade representa 29%. Somente 18% dos domicílios de área urbana possuem internet. Na zona rural, o índice é de 4%. Dentre os motivos apontados, o custo representa 54% e a falta de rede é a dificuldade para 17%. E é diante desse quadro que a necessidade de os municípios brasileiros estarem atentos ao processo de inclusão digital toma sentido e reforça a importância do desenvolvimento de softwares livres, como o pacote de escritório BrOffice.org. Conforme explica o coordenador do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios Brasileiros, o 4CMBr, Luis Felipe Costa, existem várias iniciativas para promover a inclusão digital. O 4CMBr, subordinado ao Ministério do Planejamento, por exemplo, tem mais de 1.500 representantes de municípios que atuam na divulgação do BrOffice.org, 11 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

mostrando que se trata de uma solução apropriada para a disponibilização de recursos de informática. “O BrOffice.org cumpre o papel de mostrar aos usuários que computador é uma ferramenta de trabalho, ou seja, aprender a usar um editor de texto ou uma planilha eletrônica sem ficar preso a um único software de determinada empresa”, argumenta. Segundo ele, quem é incluído digitalmente com o uso de ferramentas livres tem a possibilidade de manipular qualquer outra. Além de destacar que a migração para o software livre Novembro 2009


REPORTAGEM promove difusão do conhecimento, Luis Felipe salienta que o BrOffice.org é uma alternativa importante para promover o aprendizado usando a língua nativa dos usuários. Para o professor do Departamento de Informática e Estatística da Universidade Federal de Santa Catarina José Eduardo De Lucca, o BrOffice.org é o ponto de partida para todo processo de informatização. “A evolução constante do BrOffice.org é fundamental para a aceitação de praticamente todo software livre posteriormente”, explica. Há, ainda. o aspecto econômico, uma vez que, por ter código aberto, software livre não tem custos com licenças. “Trata-se de investir em inteligência nacional, economizar verbas públicas sem o pagamento de royalties para empresas estrangeiras. A adoção de tecnologias abertas gera renda para a população local, o que reforça os aspectos positivos na adoção do BrOffice.org nas ações de inclusão digital”, afirma. Conforme o coordenador do 4CMBr, provavelmente os projetos de inclusão digital ficariam inviáveis se os gestores públicos tivessem de investir em softwares proprietários.

conhecer é o primeiro passo Mostrar resultados e funcionalidades que um software pode gerar para a comunidade é o primeiro passo dado pelo Ministério do Planejamento para conscientizar os gestores municipais. Conforme Luis Felipe, o trabalho do 4CMbr é justamente o de oferecer consultorias. O coordenador afirma que o processo 12 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

progrediu consideravelmente nos últimos anos, desde a época do COMSOLI - Consórcio de Municípios em Soluções Livres até o surgimento do 4CMBr. “Uma prova deste crescimento foi o Encontro Nacional de Tecnologia da Informação, promovido pelo Ministério do Planejamento em Brasília”, afirma. O evento reuniu cerca de 1.500 pessoas, entre Prefeitos, secretários e técnicos de TI. O coordenador destaca que as salas de palestras sobre BrOffice.org e ODF tiveram lotação máxima. Evidentemente, existem barreiras quando se trata da migração de modelos proprietários para abertos. “Resistências existem, mas não é diferente da resistência natural de qualquer mudança de mentalidade. Ela vem principalmente dos usuários que durante anos aprenderam a usar somente uma tecnologia”, esclarece. O ponto de vista é compartilhado pelo professor De Lucca, que considera as resistências inerentes a qualquer processo de mudança organizacional, assunto que é objeto de estudo de áreas como administração e psiclogia. “Tem a ver, em alguns casos, com a zona de conforto em que os usuários se encontram”, diz. O professor lembra que muitas organizações ainda acreditam que, ao substituir uma ferramenta com a qual os usuários estão acostumados, haverá perda de produtividade. Conforme o coordenador do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios Brasileiros, o investimento em treinamento é fundamental para o sucesso da migração, e funciona assim para qualquer novidade. Ele cita que a mudança de consciência se dá a partir da elaboração de um Plano Diretor de TI, o chamado PDTI, a demonstração de documentações tratando do uso de software Livre, tais como o Protocolo Brasília, o GUIALIVRE e a arquiteNovembro 2009


REPORTAGEM tura de padrões de interoperabilidade e-PING, desenvolvidos pelo Governo Federal. Os casos de sucesso acabam se tornando a argumentação que mais vale para os gestores, explica Luis Felipe.

O planejamento Quaisquer ações, das mais simples às mais complexas, necessitam de uma estratégia para que os resultados apareçam. E não é diferente quando se trata de tecnologia. Mas nem sempre isso é fácil para quem está ocupado com assuntos como saúde, educação e segurança, conforme explica Luis Felipe. “Geralmente os gestores não têm muito tempo para "planejar" ações de melhorias tecnológicas e não percebem que o investimento em tecnologia pode ajudar a resolver os problemas de todos os setores. Sem planejar, gastase muito mais e o resultado é bem menor”, explica. Conforme o professor De Lucca, para os administradores públicos, as possibilidades de experimentação são bastante restritas. “O principal problema que o gestor municipal enfrenta é o de não poder errar. Ele tem uma margem de erro muito pequena, pelos orçamentos apertados e pelas perspectivas de resolver rapidamente os problemas”, afirma. Uma política de TI bem planejada pode dar mais tranquilidade aos gestores que precisam tomar decisões. Isso inicia pela elaboração do PDTI, que reúne todos os dados estratégicos do órgão. A partir dessa análise, as chances de sucesso se tornam maiores. Conforme Luis Felipe, a etapa seguinte, a busca de financiamentos, chega naturalmente. O principal erro no processo, afirma o coordenador do 4CMBr, é a falta de uma busca precisa e clara sobre as soluções existentes para questões em co13 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

mum na realidade de diversos municípios. A consequência é um planejamento baseado no comodismo. Fica prejudicada também a transferência de tecnologia e conhecimento, tornando a administração cada vez mais refém de serviços paliativos. E há também a falta de recursos – humanos e financeiros. “Muitas vezes, a prefeitura não possui um corpo de funcionários qualificados para elaborar um projeto. Diante disso, encontra dificuldades em obter verba. E, sem projetos e recursos financeiros, o trabalho se torna mais difícil ainda”, diz Luis Felipe. A saída que aponta é investir nos funcionários públicos em todos os setores. Para De Lucca, a melhor solução é o intercâmbio de experiências: “Informar-se como gestores públicos de outros municípios enfrentaram problemas semelhantes é, na minha opinião, a melhor solução”. Ele ressalta que, no debate entre pares, normalmente não há interesses escondidos. “Ao conhecer casos de sucesso (e de insucesso, por que não?) de outras cidades, o gestor pode ter mais confiança em suas decisões”, completa.

DOMICÍLIOS COM COMPUTADOR 100% 80% 60% 40% 20% 0% Área urbana

Área rural Sim

Total

Não

Longe das Capitais O afastamento dos grandes centros urbanos ou a falta de uma articulação local para a ampliação de horizontes pode até ser considerado um problema tradicional para o Novembro 2009


REPORTAGEM processo de busca de soluções tecnológicas, como explica o professor De Lucca. Mas ele pondera: “Com a integração que a internet proporciona, cada vez mais os municípios estão se conversando, debatendo e conhecendo opções livres. E esse é o caminho que De Lucca sugere para os pequenos municípios, onde, muitas vezes, não há público e comunidades atuantes para realização de encontros e grupos de estudo. “O compartilhamento de conhecimento, o debate em busca de soluções conjuntas extrapola os limites das instituições municipais e os limites municipais. Por isso, listas de discussão, redes sociais e grupos de interesse, como o 4CMBr, são pontos de apoio fundamental”, explica. Acostumado à realidade das pequenas cidades, o coordenador do 4CMBr lembra de um importante detalhe: “Os municípios são os locais onde o cidadão acessa as políticas públicas que interferem diretamente na sua vida”. E esse é o papel que o Portal do Software Público Brasileiro busca cumprir, na tentativa de viabilizar um modelo econômico capaz de incentivar o desenvolvimento. “O 4CMBr vem incentivando os municípios a se organizarem em torno de uma grande comunidade”. A ideia é envolver toda o município, inclusive o setor privado. “Buscamos apresentar formas de contratações capazes de melhorar a gestão, dando oportunidade para os novos talentos locais”, explica. Além dessas dificuldades, a carência de mão de obra qualificada é outro obstáculo que De Lucca cita. “O comprometimento de uma prefeitura, por exemplo, com determinada solução informática é uma decisão muito sensível e, se a escolha for incorreta, o custo pode ser muito alto”. As soluções livres dão às prefeitu14 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

ras liberdade em relação a produtos e fornecedores, pois os softwares livres adotam padrões abertos e dão ao usuário a possibilidade de escolha do prestador de serviço, a qualquer momento. Na opinião de Luis Felipe, ainda falta às empresas prestarem atenção aos novos nichos de mercado e ao tão falado espírito inovador no mundo dos negócios. “Os prestadores de serviço devem observar os novos caminhos que a tecnologia traz em diversos setores da sociedade”, diz. Ele cita que a remuneração pelo trabalho, pelo serviço prestado em conhecimento livre, e não monopolizado, deveria ser uma das maiores apostas das empresas. Em sua opinião, a divulgação de informações e novas redes de colaboração e capacitação de profissionais é a saída para proporcionar o desenvolvimento sustentável das tecnologias abertas: “A união e a força deste ecossistema é que possibilita a implementação cada vez maior de programas de código aberto nas pequenas cidades espalhadas pelo Brasil”.

DOMICÍLIOS COM INTERNET 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Área urbana

Área rural Sim

Total

Não

Inclusão digital: Inclusão de pessoas A despeito de todas as ações empreendidas rumo à democratização da tecnologia, é consenso que o trabalho está apenas no início. O Ministério das Comunicações, por Novembro 2009


REPORTAGEM exemplo, já investiu R$ 134 milhões para disponibilizar a 5.354 municípios pelo menos um kit telecentro, composto de 10 computadores, câmera de monitoramento, impressora, aparelho de projeção, além de mesas e cadeiras. A montagem do telecentro se dá por meio de parcerias com as prefeituras, cuja contrapartida é disponibilizar o espaço e arcar com despesas de água, luz e outros. O acesso à internet também é cedido pelo Ministério gratuitamente. As máquinas rodam software livre, opção que se dá em razão de segurança e desempenho, além de tornar o projeto viável economicamente. Mas esse investimento não é suficiente se os gestores e a sociedade não se preocuparem com algo mais simples, porém não menos desafiador. “O que chamamos hoje de inclusão digital ainda é, infelizmente, só um processo de "digitalização". Colocam-se computadores, infra-estrutura de rede e internet, mas não se preparam os usuários nem o cidadão. No final, o investimento não dá o resultado esperado, porque ficou limitado ao básico, sem considerar o mais importante: as pessoas”, opina o professor De Lucca.

Arquivo pessoal

Educação e tecnologia

Cada vez mais, os recursos tecnológicos estão a serviço da Educação. Entretanto, qual tem sido a atitude de educadores frente ao ensino de tecnologia, sobretudo quando 15 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

se fala em software livre? Para o professor De Lucca, não resta dúvida de que o professor é a variável fundamental nessa equação. Contudo, ele lembra que, na realidade educacional brasileira, a postura dos ensinadores nem sempre é a ideal. “Acaba variando entre a negação da utilidade da tecnologia, pelo medo do desconhecido, principalmente quando confrontado com estudantes que já dominam a tecnologia com maior maestria do que eles”, analisa De Lucca. Para ele, a inclusão digital dos professores e de suas disciplinas demanda planejamento e apoio pelos órgãos competentes. Isso inclui considerar a sobrecarga de responsabilidades que têm, sobretudo no setor público. “Sem apoio dos órgãos e entidades que pensam estratégias para a educação, os professores têm sérias dificuldades em conhecer e colocar em prática ferramentas de software que poderiam ser muito úteis, desde softwares específicos educacionais até suítes de produtividade como o BrOffice.org”, afirma. Para De Lucca, O BrOffice.org pode ser uma forma de introduzir o conhecimento sobre software livre nas instituições de ensino. Ele defende que o processo pode muito bem iniciar pelo uso do aplicativo para a elaboração de textos, planilhas e apresentações. Além disso, há uma série de componentes, como os dicionários temáticos, o Vero (primeiro corretor lançado adaptado à reforma ortográfica da língua portuguesa) e o corretor gramatical. “Também para auxiliar nas atividades didáticas, em projetos que demandem criatividade, organização de ideias, pesquisa etc”, finaliza De Lucca.

Novembro 2009


http://www.flickr.com/photos/stephenm/148400367/sizes/o/

REPORTAGEM

Licínio de Almeida, Cordeiros, Piripa e Mortugaba – Sertão Baiano A triste realidade dos municípios do Sertão Baiano começou a ser mudada a partir do empenho do coordenador e idealizador do Projeto Aula Modelo, Rômulo Vinfield Gomes Ribeiro. O caçula do projeto é o município Licínio de Almeida, que é atendido há um mês. O professor, hoje mestrando em Ciências Educacionais, passou pela mesma falta de perspectiva que boa parte da comunidade enfrenta durante o período do Ensino Básico. Entretanto, mesmo tendo começado a graduação em Ciências da Computação sem esperança de conclusão, encontrou uma forma de mudar o cenário: “Com o passar dos meses, inciaram-se várias alternativas e sonhos. Vendo o que a informática me proporcionou depois que a conheci, isso se refletiu em propostas para erradicação do analfabetismo digital nessas localidades, que é quase 99.9%”, conta. E foi justamente por isso que Rômulo não enfrentou resistência alguma: “Quando não se tem contato com Software Proprietário no início do aprendizado, tudo é aceitável para os 16 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

Os municípios contam as suas histórias A revista fez um roteiro pelo Brasil, através das redes de relacionamento, para mostrar ao leitor ações que os municípios vêm empreendendo para incentivar o uso do BrOffice.org e do software livre. São histórias de qualificação de usuários, de inclusão digital, mas são histórias, sobretudo, de investimento em pessoas.

alunos.” Houve um único caso de uma professora que resistiu, mas não por achar ruim, e sim por comodismo, já que havia aprendido informática usando softwares proprietários. Os objetivos do coordenador, de promover educação juntamente com inclusão digital, são atingidos através de atividades dirigidas para crianças a partir dos 4 anos, seguindo por todas as faixas etárias. “No intuito de angariar elementos que viessem a dar corpo ao meu projeto, tive acesso aos softwares linux Educacional, BrOffice.org, Gcompris e Ekaaty Educacional, que juntos proporcionam uma harmoniosa integração do aluno e professor”, explica ao enfatizar a importância de educação e informática serem requisitos fundamentais para o desenvolvimento humano. Para desenvolver as atividades, são 63 computadores, sendo 21 em uma casa da comunidade. Todos os alunos da rede pública dos municípios são beneficiados. O orçamento, de R$ 262 mil para dois anos, inclui salário dos professores e técnicos, com deslocamento, alimentação e hospedagem além da montagem dos laboratórios. Novembro 2009


REPORTAGEM

Crédito: divulgação

O projeto, realizado em parceria entre entre prefeituras, Proinfo, Secretaria de Ciência e Tecnologia e o Instituto Anísio Teixeira, só se tornou viável a partir do uso de software livre. Hoje, a reflexão da comunidade sobre tecnologia só poderia ser uma, conforme explica Rômulo: “Todos percebem que através da informática mais uma barreira da desigualdade foi quebrada."

Porto Nacional - Tocantins Os professores do Curso de Ensino Médio Integrado - técnico em Informática, Givaldo Ferreira Corcinio Junior e Brunno Franklin de Lima Alves, precisavam atingir o objetivo de formar mão-de-obra para um setor em expansão e extremamente carente: o suporte ao usuário e manutenção de micros. O curso, que é público, e tem quatro anos de duração, conta com aproximadamente 100 alunos nas turmas de 2º e 3º anos. Os professores perceberam que era necessário compartilhar com colegas conhecimentos sobre software livre e formaram uma turma piloto com professores que se dispuseram a conhecer o BrOffice.org. "A repercursão positiva nos incentivou a transpor as barreiras da escola", dizem Givaldo e Brunno. Agora, eles 17 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

já têm turmas novas com os pais de alunos da escola e de outras instituições de ensino do bairro. Para superar as resistências, o caminho que eles seguiram foi o de incentivar a experimentação ."Os professores conseguiram identificar a lógica do uso que já vinham fazendo, sem uma grande curva de aprendizado para passar a usar o BrOffice.org", explicam. Outra experiência que trazem é a migração para o BrOffice.org nos computadores que os professores usam para as suas rotinas de trabalho. A receptividade tem sido boa, garantem. "Os professores querem "fazer seu trabalho" independente do software que está sendo usado. Entretanto, dificuldades de compatibilidade têm impedido uma adoção 100%", ressalvam. A estrutura da escola conta com 20 computadores para o uso dos alunos, todos com BrOffice.org. Mais três máquinas são exclusivas para os professores. Ao todo, mais de 120 pessoas são atendidas. A expansão do atendimento para toda a comunidade deve aumentar o número de beneficiados em seis vezes em 2010. Para desenvolver o projeto, os professores usaram a estrutura de hardware já existente. Sem software livre, garantem, seria inviável. Duque de Caxias – Rio de Janeiro Em Duque de Caxias, município localizado na Baixada Fluminense, Região Metropolitana do Rio de Janeiro, a inclusão digital é sinônimo de capacitação profissional para a geração de emprego e renda. Usando exclusivamente software livre, mais de 50 mil alunos já receberam treinamentos de informática básica e avançada. O projeto, desenvolvido pela Fundação de Apoio à Escola Técnica, Ciência, Tecnologia, Esporte e Lazer, Cultura e PolítiNovembro 2009


REPORTAGEM

Silva Jardim – Rio de Janeiro A Prefeitura de Silva Jardim desde 2002 utiliza somente suítes de aplicativos para escritório livres. O processo teve início quando eram no máximo 50 máquinas em toda a Prefeitura, conforme conta o professor de Inclusão Digital, Marcelo Massao. A primeira experiência foi com a versão 1.0 do OpenOffice.org, usada por bastante tempo. Em 2003, chegaram as primeiras instalações do BrOffice.org. A principal motivação para a migração estava relacionada ao custo de implantação ou atualização de uma solução proprietária. No início, houve resistência de usuários, que foram se acostumando aos poucos - a produtividade e o custo zero compensavam. Hoje, completamente aceito, o BrOffice.org está em 250 máquinas da prefeitura e a comunidade passou a conhecer outro benefício da migração: o formato aberto de documentos.

ções, com 10 máquinas. Todos usam software livre. A Coordenadora Geral dos Telecentros, Renata Fernandes Dias Coelho, conta que o uso de programas de código aberto teve resistências iniciais, em função de os usuários terem sido acostumados com plataformas fechadas. Mas, no decorrer do uso, a adaptação deslanchou e hoje os aplicativos OpenOffice.org e BrOffice.org fazem parte do cotidiano dos usuários. A prefeitura investiu na locação de salas, climatização, arca com a remuneração de cinco funcionários, taxas de luz, água e telefone, além dos suprimentos. Além disso, o poder público investe nos funcionários, custeando viagens para cursos e seminários. Conforme Renata, os projetos só são possíveis pelo uso de software livre.

Crédito: divulgação

cas Sociais (Fundec), mantido pela prefeitura desde 2005, estrutura cursos de 56 horas aula nos Centros Avançados de Ensino Profissionalizante. Os professores são profissionais da área de Tecnologia da Informação contratados pela Instituição ou através de convênios firmados entre instituições públicas de ensino.

Natal – Rio Grande do Norte

Felixlândia – Minas Gerais Em Felixlândia, município de 14 mil habitantes, cerca de 600 pessoas por mês são beneficiadas com cursos de profissionalização e de locais de acesso a equipamentos de informática desenvolvidos pela prefeitura. Dois telecentros montados pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia disponibilizam 10 máquinas e um terceiro local foi montado com o Kit Telecentro do Ministério das Comunica18 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

A professora de Ciências da Computação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Gláucia Melissa Medeiros Campos, conta que o Projeto Qualificação Tecnológica para Professores e Estudantes de Escola Pública do RN surgiu a partir da necessidade de qualificar usuários de Tecnologias da Informação no estado. “Infelizmente, muitas pessoas ainda se restringem a utilizar computadores para salas de bate-papos, mensagens curtas Novembro 2009


REPORTAGEM e Orkut acreditando, assim, fazerem parte de um mundo digital. É preciso ensiná-las a utilizar os computadores em benefício próprio”, explica. A partir disso, foram criados mecanismos para atender a alunos e professores da rede estadual de ensino. Com a ideia de software livre desde o início, por uma questão econômica e educacional, o projeto estava restrito ao laboratório da Universidade. Mas, com a chegada de mais equipamentos às escolas, a demanda aumentou, ampliando os níveis de atuação: “Primeiramente, os professores são incluídos digitalmente para posteriormente serem multiplicadores destes novos conhecimentos”, diz Gláucia. A professora universitária conta que houve resistências no que se refere ao uso do BrOffi

ce.org e outros softwares de código aberto, mas elas foram vencidas pela disposição dos integrantes do projeto a ultrapassar barreiras. A partir disso, conta, o caminho foi a dedicação e o diálogo com os usuários. “Nos sentimos motivados principalmente com o relato de alguns diretores que comentavam sobre resistência tanto dos professores como dos alunos em aprender outros softwares”, resume. Em vigor desde maio de 2009, mais de 160 já receberam treinamentos, por meio do trabalho de alunos bolsistas da UERN. O projeto Qualificação Tecnológica para Professores e Estudantes de Escola Pública do RN, que está presente em quatro escolas, deve iniciar uma nova etapa em breve, já que estão sendo estabelecidas parcerias com prefeituras do interior do estado.

USUÁRIOS QUE ACESSARAM INTERNET Nunca acessou

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Há mais de 12 meses Nos últimos 12 meses Há menos de 3 meses 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

MOTIVOS PELOS QUAIS NÃO TEM INTERNET EM CASA Custo/benefício não vale a pena Falta de disponibilidade de rede Não há necessidade / interesse Tem acesso a outro lugar Custo elevado / Não tem como pagar 0%

19 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

10%

20%

30%

40%

50%

60%

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REPORTAGEM Crédito: divulgação

Matões do Norte - Maranhão

Crédito: divulgação

Na zona rural e urbana do município que tem menos de 10 mil habitantes, as inscrições estão abertas no projeto “Educação para Todos”, criado pela prefeitura. O objetivo é treinar usuários de todas as faixas etárias para o uso de Tecnologias da Informação, usando BrOffice.org e outros programas abertos. O técnico em Processamento de Dados Raimundo Frazão conta que, inicialmente, serão 320 alunos beneficiados. A estrutura disponível é de quatro laboratórios de Informática com 32 computadores e internet banda larga, instalados na zona urbana e rural. “O uso de software livre facilita muito o processo, porque não precisamos fazer investimento com compra e licença e aquisição de software para setores da administração, sobrando dinheiro para investimento de equipamentos e capacitação”, explica Raimundo.

MOTIVOS PELOS QUAIS NÃO TEM COMPUTADOR EM CASA 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Custo elevado

Não há necessidade ou interesse Falta de habilidade / Não sabe usar Área urbana

Área rural

Total

USUÁRIOS QUE USARAM COMPUTADOR Nunca usou Há mais de 12 meses Nos últimos 12 meses Há menos de 3 meses 0%

10% 20% 30% 40% 50% 60%

Pesquisa completa disponível em: http://www.cetic.br/publicacoes 20 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Arquivo pessoal

e o planejamento

Por Rochele Prass

http://www.flickr.com/photos/kengo/17201022/sizes/l/

ENTREVISTA

O coordenador do Programa de Apoio Tecnológico aos Municípios Brasileiros, o 4CMBr, Luis Felipe Costa, 30 anos, é formado em Análise de Sistemas. Ele explica que a sua rotina profissional no 4CMBR (Comunidade, Conhecimento, Colaboração e Compartilhamento dos Municípios Brasileiros), é centrada no apoio à implantação de Software Livre.

Como foi o seu primeiro contato com o BrOffice.org? Luis Felipe: Foi no início do projeto, em 2005. Meu contato foi se estreitando a medida em que participava de eventos de SL, e na medida em que fui desenvolvendo trabalhos de consultoria para os municípios. Qual o recurso do BrOffice.org que mais impressiona ou que você considera importante apresentar durante as consultorias? Luis Felipe: Uma das coisas que me chamou a atenção foi o desenvolvimento do EDIDOC, software que gera documentação automática no BrOffice.org. Eu costumo ressaltar muito a 21 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

importância desse aplicativo para os procedimentos internos das prefeituras. O EDIDOC é muito conveniente para os setores administrativos, que necessitam gerar documentos padronizados e numerados sequencialmente. Ele facilita muito a organização, além de ser poderoso na recuperação das informações. Para você, software livre é apenas uma necessidade profissional? Luis Felipe: Não. Acredito muito que o SL é o melhor caminho para as soluções tecnológicas, dentro de uma visão em que compartilhar conhecimento é o primeiro passo para o desenvolvimento econômico e social Novembro 2009


ENTREVISTA do Brasil. Por isso, também sou militante de software livre há alguns anos e membro do Software Livre Rio de Janeiro, o grupo de pessoas que apoiam o software Livre no estado. Qual é o custo da falta de planejamento para os municípios? Luis Felipe: Sem um órgão, uma Secretaria de Informática, um gestor de TI e mesmo uma equipe para esclarecer estes benefícios do uso das TIC's nos municípios a Prefeitura acaba por gastar mais e ter menos resultados. Como fazer para iniciar um planejamento sem precisar “reinventar a roda”? Luis Felipe: É preciso aproveitar o trabalho de desenvolvimento colaborativo que municípios, como Fortaleza e outros mais estão adotando. Investem verbas públicas no desenvolvimento de softwares que podem ser

utilizados por outras prefeituras. Os Governos Municipais, Estaduais ou Federais não podem destinar recursos várias vezes para comprar uma mesma solução, que pode muito bem ser adaptada para sua realidade local, porque o código está lá disponível e o conhecimento é livre. E qual é a melhor estratégia? Luis Felipe: É estar em comunicação com os outros municípios, participar de eventos e congressos. Fazer "parte" desta rede municipal para entender os problemas e soluções encontradas pelos seus "vizinhos" e desta forma estar sempre de "olho vivo" nas oportunidades que o Governo Federal vem proporcionando. A formação de consórcios municipais também pode ser uma boa saída, reduzindo custos que podem ser compartilhados.

Acesse o site do 4CMBr para participar da rede de relacionamentos dos municípios: http://www.softwarepublico.gov.br/4cmbr

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22 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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REPORTAGEM

BrOffice.org se prepara para receber mais de 3 mil participantes no IV Encontro Nacional O mais importante evento da comunidade BrOffice.org já começou para mais de 40 pessoas que estão envolvidas diretamente nos preparativos do IV Encontro Nacional BrOffice.org. O evento se realiza nos dias 15 e 16 de abril, mas para colocar toda essa estrutura a funcionar, a equipe está trabalhando para que todos os detalhes, como a programação, a divulgação e o estabelecimento de parcerias, façam do Encontro um momento de grande produtividade e de aperfeiçoamento da suíte de escritório aberta que já conquistou mais de 12,5 milhões de usuários no Brasil. Reunir mais de 3 mil pessoas para dois dias de discussões e troca de informações sem que isso represente custos e tempo elevados para os participantes. Esse era um dos desafios do BrOffice.org, que há quatro anos integra estudantes, gestores, desenvolvedores e público interessados em tecnologias livres de todo o País. O caminho encontrado está na própria tecnologia: encontro por video-

conferência. O modelo, bem sucedido, se repete novamente no IV Encontro Nacional BrOffice.org (EnBro) que, em 2010, acontece nos dias 15 e 16 de abril, em pontos de transmissão localizados nos estados brasileiros. Carlos Braguini, um dos organizadores do evento, conta que a ideia surgiu da necessidade de agregar. “Tínhamos a opção de fazer igual a todos, ou seja, reunir uma quantidade de pessoas em algum local e fazer um encontro presencial. Mas, através de videoconferência, tínhamos a possibilidade de reunir os principais desenvolvedores da comunidade internacional, explica. Nesta edição do Encontro, terá ao menos um palestrante internacional que virá para o Brasil exclusivamente para participar do evento.

Por Rochele Prass

uma finalidade determinada, mas acabam se engajando e passam a integrar as listas de discussões e se tornam colaboradores em tempo integral. O objetivo da organização ao convocar voluntários, além de expandir as discussões sobre o BrOffice.org, é aproveitar conhecimentos e experiências individuais. Conforme Vera Cavalcante, líder do Grupo de Usuários BrOffice.org São Paulo (GuBro-SP), os eventos são sempre um ótimo momento de difundir informações sobre o BrOffice.org, reunindo usuários engajados no aprimoramento do aplicativo, o que contribui para que a suíte de escritório aberta e gratuita seja uma opção confiável e segura para empresas e usuários domésticos. "Este é apenas um exemplo de como as comunidades de software livre conseguem se articular para oferecer soluções tecnológicas seguras", afirma Vera.

Mobilização Para fazer funcionar tamanha estrutura, é necessário um grande envolvimento, aí é que entra o papel dos voluntários. São pessoas que chegam para

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http://www.broffice.org/anuncie_no_brofficeorg

“Seu produto aos olhos de quem realmente entende” Novembro 2009


REPORTAGEM Tenho a intenção de colaborar para melhorar a disseminação de software livre como o BrOffice.org - Luis Paulo Guimarães, 33 anos, desenvolvedor. Santa Isabel / SP. Pretendo colaborar com tudo que for necessário - Vanessa Laux, 28 anos, web design. Porto Alegre / RS. Quero colaborar na divulgação do evento e, possivelmente, organizando uma caravana em minha cidade para iO IV EnBro - Marcelo Massao, 34 anos, instrutor de Inclusão Digital. Silva Jardim / RJ. Meu objetivo é mostrar para as pessoas que há vários caminhos, existem softwares livres e que não é necessário pagar por um programa de computador e ele não ser realmente seu - Victor Augusto Zago Menegusso, 19 anos, estudante de Ciência da Computação. Curitiba / PR.

Junte-se a nós As convocações seguem a pleno vapor. Ao juntar-se à equipe, você pode contribuir com suas experiências e exercitar suas competências, num espaço de ampla visibilidade nacional. Para se candidatar, mande um e-mail para os endereços abaixo, dizendo como você gostaria de colaborar para o IV Encontro Nacional BrOffice.org: luizheli@openoffice.org / carlosbraguini@openoffice.org / filhocf@openoffice.org

Na rede Outra aposta que o IV EnBro está fazendo para se comunicar com integrantes da equipe de organização e, sobretudo, com o público em geral, é nas redes de relacionamento. O Twitter, que vem se tornando uma das ferramentas de comunicação mais populares no Brasil, já conta com um profile do IV EnBro. De acordo com o líder nacional do grupo de usuários BrOffice.org, e um dos organizadores do Encontro, Luiz Oliveira, os resultados gerados a partir da divulgação por meio do twitter são imensuráveis. “Postamos a informação lá e elas, rapidamente, repercutem entre centenas de pessoas, já que grande parte dos nossos seguidores replicam a mensagem no seu próprio profile, levando a informação para os seus contatos”, diz.

Seja um seguidor:

http:// 24 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

.com/IVEnBro Novembro 2009


4 e 5 de dezembro de 2009

Inscreva-se, participe! www.conisli.org.br

No mundo do software livre os interesses são inúmeros e a melhor escolha é entrelaçá-los, particularizando a pertinência e importância dos temas. Qualquer pessoa pode entrar de peito aberto no futuro sendo necessário apenas ouvir, apreender e assimilar o que realmente interessa. O conhecimento é o grande capital humano.

4 e 5 de dezembro de 2009 MIS – Museu da Imagem e do Som Av. Europa, 158-Jardim Europa, São Paulo,SP

John Maddog Hall, Sergio Amadeu Veja mais algumas atrações

Presença das comunidades: BROffice.org, Firefox, Perl, Ruby, PHP, Java, Python Aplicação da prova de Certificação LPI pelo Maddog Festival de Cultura Digital – Apresentações musicais, Flamenco, Mágico e muitas outras atrações Encontro das Empresas no “Open Business” 25 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista Novembro 2009 Fórum de Software Livre do Serpro - Regional São Paulo


DICA

Por Rubens Queiroz

Auto preenchimento de dados no Calc A ferramenta de planilha eletrônica da suíte BrOffice.org oferece alguns recursos que, embora simples, facilitam bastante a vida dos usuários. Este artigo irá demonstrar algumas dessas facilidades. O Calc possui um recurso muito interessante de auto preenchimento de células que funciona para diversos tipos de dados. Por exemplo, se quisermos completar doze células com os meses do ano, basta escrevermos “Janeiro” na primeira célula, selecionarmos em seguida a célula preenchida e arrastarmos para baixo ou para o lado, que as células serão preenchidas com os meses subsequentes. Não precisamos parar em doze meses, podemos auto preencher quantas células desejarmos. O sistema automaticamente reinicia tudo após chegar no mês de “Dezembro”.

Figura 1 No canto inferior esquerdo da célula contendo a palavra “Janeiro”, vemos uma pequena alça. Quando arrastamos esta alça para a direita (ou para baixo, se assim desejarmos), o Calc exibe automaticamente o valor do auto preenchimento para a última célula selecionada. As células selecionadas assumem um contorno vermelho. No nosso exemplo da figura 1, o último valor a ser selecionado é “Julho”. Ao soltarmos o mouse, as células assumem automaticamente uma sequência do valor iniciado em “Janeiro”.

Figura 2

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DICA Os valores de auto preenchimento não se restringem apenas a meses do ano. Podemos fazer o mesmo com números, datas, dias da semana, moeda.

Figura 3 A forma de auto preenchimento aceita também abreviações:

Figura 4 Na situação reversa, em que não desejamos que o Calc automaticamente preencha os campos com uma sequência, mas sim copiar um mesmo valor para múltiplas células, basta selecionar a célula desejada e pressionando simultaneamente a tecla <CTRL>, arrastamos o mouse até a última célula que desejamos preencher. O valor da primeira célula será então automaticamente copiado para todas as células. Outra forma de fazer isto é selecionar o valor desejado, copiar o valor da célula para a área de transferência (CTRL-C), selecionar todas as células para as quais desejamos copiar os valores, e colar o valor (CTRL-V). É só escolher a forma que mais lhe agrada. Mas ainda não acabou. Podemos fazer o auto preenchimento com mais de uma coluna. Na figura 5, desejo criar uma sequência com os valores da coluna A1 (valor 1) e da coluna A2 (valor 100). Basta selecionar as duas células e arrastar o mouse para a direita, até o ponto desejado.

Figura 5 27 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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DICA Podemos ver o número 8, ao final do campo delimitado. Este é o valor que será assumido pela primeira célula selecionada. Ao liberar o botão do mouse, temos o resultado:

IMAGEM Figura 6 Utilizamos neste exemplo apenas duas células, mas podemos utilizar muitas mais. Em todos os exemplos apresentados até o momento, utilizamos os recursos de auto preenchimento já definidos. Entretanto, podemos fazer as nossas próprias especificações. Para isto, no menu “Editar”, selecione a opção “Preencher” e em seguida “Séries...”.

Figura 7 28 | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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DICA Aparecerá então a tela a seguir:

Figura 8 Especificamos então o valor inicial da série (100), o valor final (400) e o incremento (30). Será criada a série de números seguindo estes parâmetros:

Figura 9 Lembre-se sempre: a série só será preenchida nas células selecionadas. No exemplo dado, foram selecionadas sete células, o que fez com que o último valor da sequência fosse 280. Da mesma forma, para trabalharmos com este tipo de auto preenchimento precisamos selecionar as células previamente.

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DICA

Por Herbert de Carvalho

Um dos grandes desafios dos projetos de utilização do BrOffice.org é a questão do suporte. É natural que as mudanças gerem uma certa insegurança nos usuários, uma vez que estes não querem perder produtividade em seu trabalho. A notícia de usar um programa novo chega a causar pânico em alguns deles, que têm de aprender uma nova forma de fazer a mesma coisa. Nós que utilizamos o BrOffice.org sabemos que ele faz, e faz isso muito bem. O que acontece é que os usuários normalmente decoram onde estão os recursos e se mudar a posição de um botão, muitas vezes não percebem que o recurso de que precisa está no botão ao lado. O erro mais frequente nos projetos de utilização do BrOffice.org em instituições está no fato de que estas apenas instalam o programa e deixam o usuário abandonado. Outras dão algum tipo de treinamento, mas depois deixam os usuários sem nenhum auxílio, achando que ter treinado resolve tudo. Algumas poucas se preocupam com o suporte por algum tempo e depois também deixam os usuários de lado.

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DICA Diante desse quadro e da preocupação de dar aos gestores de informática uma ferramenta que possa auxiliá-los neste processo, a barra de ferramentas desenvolvida pela Comunidade BrOffice.org é uma poderosa aliada. Esta barra de ferramentas possui uma série de

recursos. Qualquer projeto de migração, uma vez que ela possui recursos que vão facilitar o acesso a informações relacionadas ao BrOffice.org e integrar toda a comunidade de usuários num único local onde informações podem ser trocadas tanto online quanto offline.

Ela funciona nos principais navegadores utilizados (IE, Firefox e Safari) e o propósito não é substituir o suporte, mas dar aos usuários mais uma fonte de ajuda, em caso de necessidade.

Instalando a Barra de Ferramentas BrOffice.org. Usando seu navegador preferido (recomendamos o Firefox), a barra de ferramentas pode ser instalada através do endereço http://brofficeorg.ourtoolbar.com/.

Clique no botão "Free Download". Logo abaixo da barra de ferramentas do seu navegador, deve aparecer um aviso de que este site pretende instalar um programa. Clique em "Permitir" para que a instalação prossiga.

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DICA Uma nova janela aparecerá para instalar o programa. Aguarde alguns segundos e clique em "Instalar agora".

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A instalação prosseguirá até o final e, ao ser concluída, deve-se reiniciar o navegador. A página de boas vindas será aberta, assim como a barra do BrOffice.org aparecerá na barra de ferramentas do navegador.

Além disso, será aberta uma janela de configuração de alguns recursos extras da barra. O primeiro é um notificador de e-mail. Com ele, você pode ser avisado de e-mails novos que chegarem em sua caixa. A segunda opção permite que você defina o sistema de busca personalizado do BrOffice.org como padrão para pesquisas na web. A Terceira define a página da Barra de Ferramentas BrOffice.org como sua página padrão. Para os usuários do Windows, deve aparecer uma outra opção para a instalação de um Recurso de Multimídia de Rádio, em que algumas emissoras online podem ser configuradas.

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DICA Observação: Se você está usando esta barra de ferramentas no trabalho, verifique com o administrador de rede de sua instituição se é permitido o uso deste recurso. Se você está atrás de um Firewall/Proxy, pode ser que ele não funcione. Além disso, um sistema de alertas da Barra de Ferramentas irá aparecer no canto inferior direito do seu navegador. Este é um recurso muito interessante e útil. Todos os usuários da Barra receberão alertas sobre informações que forem relevantes. Recomendamos que você mantenha este recurso habilitado.

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Usando a Barra de Ferramentas BrOffice.org. Ícone de configurações O primeiro detalhe a ser observado é que a Barra de Ferramentas BrOffice.org é um projeto comunitário. Em função disso, os recursos que serão descritos abaixo poderão ser modificados na medida em que a comunidade de usuários sugerirem alterações que forem relevantes. Clicando no ícone BrOffice.org seremos direcionados para a página oficial do projeto. O menu de opções deste ícone permite que você indique um amigo, visite outras páginas relacionadas ao projeto da barra de ferramentas, atualizações da barra, bem como configurar os recursos que você deseja ou não que apareçam.

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DICA Área de Pesquisas na Web Este recurso permite que você faça buscas gerais os específicas na web. Se você trocar a opção "Ir", para a opção "Broffice", suas pesquisas serão feitas apenas em sites que contenham tutoriais sobre o BrOffice.org em português. Se clicar no "Pincel amarelo" ao lado da opção de pesquisa, as palavras pesquisadas irão receber um destaque na página de pesquisa.

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Aplicativos O menu de opções dos Aplicativos oferece uma série de recursos extras que tornam a barra de ferramentas útil para as atividades do dia-a-dia, além de entretenimentos. Nele temos calculadora (Calculator), lista de tarefas (Todo), Sudoku, Conversor de Unidades (Unit Converter), Jogo Invaders, tradutor de termos (Babylon), bloco de notas (Notes), pesquisa na Wikipédia e a opção de instalar outras aplicações muito interessantes (More Gadgets).

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DICA Previsão do tempo O ícone de previsão do tempo permite que se verifique as condições climáticas das principais cidades brasileiras. Para deixar sua cidade como previsão padrão, basta clicar no ícone e clicar na opção "Mudar a localização".

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Comunidade On-line Este, com certeza, é um dos mais úteis recursos da barra. Ao clicar neste ícone, você terá acesso a uma sala de chat onde poderá interagir em tempo real com os integrantes da comunidade que estiverem on-line.

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DICA Twitter O Twitter é a nova onda do momento. Trata-se de um microblog para escrever de qualquer assunto. Até o momento, este ícone abre opções sobre BrOffice.org de algumas fontes. Estamos abertos a sugestões de dicas de outros membros do Twitter que possam aprimorar o recurso. Links úteis

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Este ícone oferece uma série de links para páginas web que tenham alguma relação com o BrOffice.org. Até o momento, a lista contém o que existe de melhor em termos de dicas, páginas, apostilas e recursos sobre BrOffice.org. Também, solicitamos a todos que deem suas dicas de sites úteis sobre BrOffice.org. Links úteis Como a comunidade está sempre realizando encontros em todo o Brasil, incorporei à barra um atalho para a agenda BrOffice.org. Os principais eventos da comunidade estarão visíveis na agenda para que você possa estar informado sobre os principais eventos da comunidade.

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DICA Notícias Este ícone dá acesso a uma série de notícias, via RSS, de vários sites ligados ao software livre e a tecnologia. Basta passar o mouse sobre os sites que as notícias mais recentes aparecerão ao lado.

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Como explicado no início, nada é capaz de substituir o apoio pessoal da equipe de TI de uma instituição em qualquer projeto de migração de sistemas. Contudo, ao oferecer ao seu usuário um recurso que coloque à sua mão a possibilidade de obter ajuda de forma rápida, você certamente estará tornando este processo menos doloroso e oferecendo melhores condições de sucesso ao final da caminhada. Esperamos que a comunidade abrace esta iniciativa fazendo críticas, dando sugestões de melhorias e principalmente ajudando aqueles que precisam de nossa colaboração.

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Criando Extensões BASIC

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http://www.flickr.com/photos/geoff1f/127355648/

TUTORIAL

Por Noelson A. Duarte

O Calc pode converter todas as letras de um intervalo de células em maiúsculas. Mas, carece de um comando direto para transformar a primeira letra de cada palavra em maiúscula. Neste artigo, apresentamos alguns conceitos sobre o ambiente BASIC, desenvolvendo uma solução simples para o problema acima. Os leitores interessados apenas na extensão, podem encontrá-la no portal http://www.broffice.org.

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TUTORIAL Criando a biblioteca Uma biblioteca BASIC contém os módulos, diálogos e arquivos de configuração. Os últimos, criados automaticamente. Para criar a biblioteca, carregue o BrOffice.org e ative o diálogo Organizador de Macros, comandando: - Ferramentas >> Macros >> Organizar Caixas de Diálogo - Selecione a aba <Bibliotecas>

A lista Biblioteca exibe os nomes das bibliotecas existentes no Local selecionado, sendo que: Minhas macros e caixas de diálogo: contém as bibliotecas armazenadas na área do usuário; Macros e caixas de diálogo do BrOffice.org: contém as bibliotecas armazenadas na área compartilhada por todos os usuários; Documentos ativos: contém as bibliotecas armazenadas dentro do documento selecionado. Nossa biblioteca ficará na área do usuário, então: - Na lista Local, selecione <Minhas macros e caixas de diálogo>; - Clique sobre o botão de comando <Nova...>; - No diálogo, digite o nome <TamLetra> para a biblioteca e clique sobre <Ok>.

Acabamos de criar a biblioteca. Mas, não feche o diálogo Organizador. Criando a interface gráfica Precisamos de uma caixa de diálogo que ofereça algumas opções ao usuário, então: - Na lista Biblioteca, selecione TamLetra; - Clique sobre o botão Editar.

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TUTORIAL Note que a janela do IDE Basic foi ativada, na sua parte inferior temos abas com os nomes dos módulos e diálogos existentes na biblioteca. Em nosso caso, apenas uma aba Module1.

Para ativar a janela de edição de diálogos:

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- Clique com o botão direito do mouse sobre a aba Module1; - Selecione Inserir > Caixa de Diálogo do BASIC

Identifique os controles existentes na caixa de ferramentas, posicionando o ponteiro do mouse sobre os ícones. Em nosso diálogo vamos usar: dois botões de opção, linha horizontal, caixa de seleção, caixa de grupo e dois botões.

Após desenhar os controles no diálogo, altere a propriedade Rótulo de cada um deles conforme a figura acima (abra o diálogo Propriedades com um clique duplo sobre qualquer controle). Defina a propriedade Estado do primeiro botão de opção para Selecionado. Defina a propriedade Tipo do Botão do botão Converter para OK e a do botão Cancelar para Cancelar. Selecione o diálogo (clique sobre a borda) e altere a propriedade Título. Após o desenho da interface gráfica, vamos ao código BASIC. O Código Fonte Clique sobre a aba Module1 para retornar ao editor de código, selecione e apague todo o seu conteúdo. Então, use o código fonte abaixo: ' Extensão que converte as letras iniciais das palavras ' numa célula ou intervalo de células para maiúsculas. ' Autor: Noelson A. Duarte, em Fev 2008. '__________________________ Sub ConverterLetrasIniciais oDoc = thisComponent oSelec = oDoc.getCurrentSelection()

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TUTORIAL If (Not oSelec.supportsService("com.sun.star.sheet.SheetCellRange")) Then MsgBox "Selecione a célula ou o intervalo de células!", 48, "Erro" Exit Sub End If DialogLibraries.loadLibrary ( "TamLetra" ) oDialogo = CreateUNODialog (DialogLibraries.TamLetra.Dialog1) iResp = oDialogo.execute() If iResp = 0 Then Exit Sub End If bMinusc = False If oDialogo.Model.CheckBox1.State = 1 Then bMinusc = True End If bNome = False If oDialogo.Model.OptionButton2.State = 1 Then bNome = True End If LetrasIniciaisMaiusculas (oSelec, bNome, bMinusc) End Sub

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Sub LetrasIniciaisMaiusculas (oSel As Variant, bNomeProprio As Boolean, bMinuscula As Boolean) vEnd = oSel.getRangeAddress() nrLinhas = vEnd.EndRow - vEnd.StartRow nrColunas = vEnd.EndColumn - vEnd.StartColumn tipoTexto = com.sun.star.table.CellContentType.TEXT For i = 0 To nrLinhas For j = 0 To nrColunas oCelula = oSel.getCellByPosition(j, i) If oCelula.getType() = tipoTexto Then sConteudo = oCelula.getString() If bMinuscula Then sConteudo = LCase(sConteudo) End If If bNomeProprio Then novoCont = LetrasNomeProprio(sConteudo) Else novoCont = TodasIniciaisMaiusculas(sConteudo) End If oCelula.setString(novoCont) End If Next j Next i End Sub Function TodasIniciaisMaiusculas (sCadeia) As String vPalavras = Split (sCadeia) For i = 0 To UBound(vPalavras) letra = UCase(Left$(vPalavras(i),1)) Mid(vPalavras(i), 1, 1, letra) Next i TodasIniciaisMaiusculas = Join(vPalavras()) End Function Function LetrasNomeProprio (sCadeia) As String vExcluir = Array("e","da","de","do","das","dos") vPalavras = Split (sCadeia) For i = 0 To UBound(vPalavras) bExcluir = False For j = 0 To UBound(vExcluir) If LCase(vPalavras(i)) = vExcluir(j) Then vPalavras(i) = LCase(vPalavras(i)) bExcluir = True Exit For End If Next j If Not bExcluir Then letra = UCase(Left$(vPalavras(i),1)) Mid(vPalavras(i), 1, 1, letra) End If Next i LetrasNomeProprio = Join(vPalavras()) End Function

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TUTORIAL Vamos testar a nossa macro: - Abra um novo documento do Calc; - Preencha uma pequena extensão de células com texto; - Selecione a extensão; - Comande Ferramentas > Macros > Executar Macro; - Expanda a entrada Minhas Macros; - Expanda a biblioteca TamLetra e selecione Module1; - Selecione a rotina principal ConverterLetrasIniciais; - Comande Executar.

Recursos que facilitam a execução de uma tarefa beneficiam outros usuários. O BrOffice.org, via extensões, simplifica a distribuição e instalação de novos recursos. Vejamos como transformar a nossa macro numa extensão.

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Exportando como extensão No BrOffice.org, uma extensão é um arquivo “zip” contendo código e arquivos correlatos. Seguem os passos para criar uma extensão simples, a partir da nossa biblioteca Basic: - Ferramentas > Macros > Organizar caixas de diálogo; - Clique sobre a aba Bibliotecas; - Selecione Minhas macros e caixas de diálogo; - Selecione a biblioteca TamLetra e comande Exportar; - No diálogo, marque Exportar como extensão e clique sobre Ok; - No diálogo Exportar, defina a pasta e um nome (scTamLetra) para a extensão; - Clique sobre o botão Salvar; - Feche o diálogo Organizador de Macros.

Verifique, na pasta de destino, que um novo arquivo scTamLetra.oxt foi criado. Arquivos “.oxt” são identificados pelo sistema como Extensão do BrOffice.org. Os usuários podem instalar a extensão através do Gerenciador de Extensão: - Ferramentas > Gerenciador de Extensão ...

E, depois, usar o diálogo Seletor de Macros para executá-la: - Ferramentas > Macros > Executar macro ...

Finalmente, a extensão desenvolvida ao longo do artigo, encontra-se no portal do BrOffice.org [1]. Referência: [1] http://www.broffice.org/files/scTamLetra.oxt

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http://www.flickr.com/photos/665 68868@N00/3080423428/sizes/ o/

RESUMO DO MÊS Governo Gaúcho rejeita pedido de impugnação feito pelo BrOffice.org e ASL

A justificativa do Governo foi que os computadores terão dual-boot e os professores que aderirem ao programa Professor Digital, que prevê linha de financiamento especial pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul, poderão optar em usar BrOffice.org ou a suíte proprietária, além do SO Linux. Esta informação, no entanto, não consta no edital que motivou a mobilização das comunidades SL. O pregão eletrônico acabou acontecendo em 13 de novembro. A Lenovo Brasil apresentou a proposta com o menor preço, oferecendo laptops por 1.563 reais para cada um dos 80 mil portáteis. Mais informações:

OpenOffice.org supera milhões de downloads

cem

100 Million downloads of V3 O número foi registrado desde que a versão 3.0 do software foi anunciada, há pouco mais de um ano. Entretanto, o índice de usuários do aplicativo é bem maior, já que muitas pessoas fazem a instalação a partir de Cds, outros sites que disponibilizam o download, além das instalações a partir das distribuições Linux.

BrOffice.org é a primeira ONG a PATROCINAR a OooCon2009

http://listas.broffice.org/pipermail/gubro-rs/2009-November/thread.html http://wiki.broffice.org/wiki/gubro/gt/juridico http://www.celic.rs.gov.br/index.php?menu=editaldetalhe&id=820&link=aW5kZXgucGhw http://www.compras.rs.gov.br/coe/ConsultaLicitacaoLote.do?idLote=84154&contextoSite=Celic

Livro Aprendendo BrOffice.org Exercícios Práticos

Foi lançado no dia 14/11, na Feira do Livro de Porto Alegre, desenvolvido pela Seção de Treinamento do Centro de Informática da UFPel (Universidade Federal de Pelotas), o livro “Aprendendo BrOffice.org – Exercícios Práticos”. A obra é acompanhada de um CD Rom com o material utilizado para a realização dos exercícios e com as respostas para correção. Os endereços para baixar o programa e apostilas, entre outros itens. Fonte: http://ccs.ufpel.edu.br/wp/2009/11/11/livro-aprendendo-broffice-%e2%80%9...

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Aconteceu no início do mês o OpenOffice.org Conference 2009, em Orvieto - Itália, reunindo os principais desenvolvedores do OpenOffice.org mundial, discutindo sobre o desenvolvimento e horizontes do projeto. O Brasil, com muito esforço, tem participado desse evento sendo praticamente o único representante da América do Sul. No entanto, este ano, estamos começando a mudar esta realidade. É a primeira vez que temos dois brasileiros participando do projeto, interagindo pessoalmente com os líderes dos projetos, além de ser a primeira vez que uma ONG patrocina financeiramente o OooCon.

OpenOffice.org ajuda a desenvolver mouse open source A WarMouse, em parceria com a comunidade OpenOffice.org, apresentaram no inicio de novembro o OpenOfficeMouse (OOMouse), desenvolvido especificamente para usuários da suíte de aplicativos OpenOffice.org. fonte: http://pcworld.uol.com.br/noticias/2009/11/09/mouse-open-source-tem-18-b... mais informações: http://openofficemouse.com/

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