Hell Divine Nº06 - Novembro/2011

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Death Metal e de Grindcore, que, na maioria das vezes possuem uma gravação pior que outros estilos de música devido à densidade musical. A capa do álbum é totalmente compreensível, tendo uma relação clara com o tema principal abordado nas letras: teorias conspiracionais. Nota: 7.5 igor Scherer Sacrificed “The Path Of Reflections” Shinigami Records Vou confessar, não sou grande fã de bandas de metal com mulheres no vocal. Não é preconceito, apenas não faz meu estilo, gosto pessoal. Algumas bandas me surpreendem como o caso do System Divide, por exemplo. Quando recebi o novo álbum da banda mineira Sacrificed, não sabia o que esperar. E fui surpreendido – positivamente – mais uma vez. A introdução me lembrou dos primeiros discos do Angra, com aquele instrumental épico que traz uma leve ansiedade pelo que vem pela frente. Eis então que surge a primeira faixa do disco, “Solitude”, com um peso absurdo, totalmente inesperado! Belíssimo timbre das guitarras, bateria e baixo andando juntos em uma levada empolgante! Ótimo começo! A vocalista Kell Hell escolheu cantar de forma mais tradicional, fugindo do estilo lírico – muito utilizado nesse tipo de som. A construção das músicas é muito criativa e cativante logo na primeira audição. Fiquei muito impressionado com o peso do instrumental. O vocal também não fica para trás – vide a terceira faixa “Endless Sin”. As camadas de teclado também assumem um papel importante no resultado final, dando aquele brilho nas composições, sem soar forçado ou deslocado. A gravação está excelente e apenas trouxe mais qualidade às composições. A bela capa ficou sob a responsabilidade do experiente Carlos Fides. Destaque para a sequência matadora “Call Of Insanity”, “Red Garden” e “Prison Mind”, com muito peso, velocidade e toques de Prog e Tradicional Metal. Uma grata surpresa do nosso metal nacional e que vale muito a pena ser conferida de perto! Ótimo trabalho de estreia! Nota: 8.5 Pedro Humangous SCHRAT “Schattenwahn” ARTicaz A primeira coisa que notei nesse álbum foi a estruturação musical em si, que é muito sofisticada. Os elementos se encaixam de uma forma impressionante, além de soar inovador em muitas partes – em vez daquela “rajada” que começa e termina da mesma forma em todas as faixas. A primeira faixa, por ser instrumental, possui uma atmosfera muito bem trabalhada, fazendo você imaginar um funeral onde várias pessoas caminham chorando e carregando o caixão em direção à sepultura. O vocal feito por Nastrond também é um ponto alto, assim como os riffs das guitarras que variam do melancólico – atuando mais como elemento de fundo – ao totalmente pesado e distorcido que se destacam nas músicas. Não há como negar que as escalas nas guitarras foram realmente bem construídas, sendo apoiadas pelo ritmo da bateria, que também é bem variável e profissional, sem se limitar àquela típica metralhadora de bumbo que algumas bandas chegam a usar quase todo o tempo em certas faixas. A atmosfera que o instrumental transmite é sombria e macabra, isso pode ser notado no início de faixas como “Beschwörung”. O álbum tem um pouco mais de uma hora e nenhuma faixa me decepcionou. Volto a dizer que a estrutura musical é maravilhosa, soando inovadora, sombria e extrema, exatamente como uma banda decente de Black Metal deve soar, sem dar aquela sensação de “mais do mesmo”. Ao julgar pela produção, encarte e composição, deduzo que esse álbum foi planejado cuidadosamente e digo que todo o trabalho valeu apena. Parabéns para a banda, pois foi um dos melhores álbuns do gênero que ouvi esse ano. Nota: 10 Yuri Azaghal SEPULTURA “Kairos” Nuclear Blast Regressando a sua sonoridade mais clássica, outrora viva em álbuns como “Arise” e “Chaos A.D.”, o Sepultura surpreende positivamente com seu novo álbum, dadas as devidas proporções que a banda permite-se alcançar. Pode-se dizer sem medo que se trata do melhor álbum com Derrick Green, e olha que “Against” foi lançado no longínquo ano de 1998, ainda que, no decorrer desse tempo, alguns novos clássicos foram forjados, como “Choke”, “Sepulnation” e “Mindwar”. Entretanto, tudo o que o fã queria ouvir era um disco que pudesse ser apreciado de cabo a rabo, recheado de composições marcantes e repletas de riffs e solos, cozinha pujante e vocais agressivos. Com essa equação musical 41


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