Hell Divine Edição Janeiro de 2013 Nº13

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resenhas Anomally “While The Gods Sleep” Independente Algo extraordinário deve estar acontecendo na região do Açores, em Portugal. Diversas excelentes bandas estão surgindo de lá. “While The Gods Sleep” é o primeiro EP da banda Anomally, que já mostra suas garras por meio de cinco faixas extremamente bem arranjadas, dando vazão ao seu Death Metal repleto de melodia, além de uma camada suave de Gothic Metal. O trabalho já impressiona à primeira vista pela arte da capa, desenvolvida pelo conceituado (e cada vez mais atuante) Marcelo Vasco. O disco já começa como um carro desgovernado em alta velocidade, mostrando o lado mais extremo da banda, com guitarras nervosas, um vocal cavernoso e a inserção inteligente dos teclados criando um clima bem interessante para as composições. Logo me veio à mente seus conterrâneos do Moonspell, com algo de Arch Enemy. “Controlled By Oppression” se mostra uma escolha acertada para abrir o álbum e já nos prepara para o que possa vir pela frente. “Redrum” assume uma postura mais tradicional do Death Metal, mas nunca deixando de lado os sintetizadores e teclados, que funcionam como o diferencial e a marca registrada do grupo. Os riffs dessa música são simples, porém viciantes. Na sequência, temos “Cold”, uma das melhores faixas do EP em minha opinião. Bastante diversificada e versátil, essa música passeia por caminhos inesperados pelo ouvinte e surpreende de forma positiva – os vocais limpos do meio para o final se encaixaram perfeitamente ao som. “Pandora´s Box” chama pra si o lado mais denso, cadenciado e quase Doom da banda que, de alguma forma, me lembrou do Mastodon. “From Lust...”, que é uma introdução e serve como prelúdio, convida “To Screams!” para fechar o belo trabalho do Anomally. Um ótimo registro que só reforça ainda mais o status de Portugal de revelar ótimas bandas de Metal, seja ele qual estilo for. Nota: 8.0 Pedro Humangous Bad Salad “Uncivilized” Independente Alguém viu meu queixo por aí? Caiu em algum lugar. É essa a sensação que fica após ouvir “Uncivilized” da banda brasiliense Bad Salad. Um disco incrível, muito bem estruturado, composto e executado. A gravação está soberba e as músicas assustadoramente maduras e cativantes logo na primeira audição. Sim, é inegável a influência latente de Dream Theater, impossível não se lembrar dos gênios do Prog Metal, porém, em nada isso desmerece o trabalho aqui apresentado. As músicas são complexas, intricadas e quase todas ultrapassam os dez minutos. O ouvinte é convidado a uma viagem musical extremamente prazerosa, cheia de surpresas. Denis Oliveira (vocais), Caco Gonçalves (bateria), Thiago Campos (guitarras) e Felipe Campos (baixo) dão um show em termos de técnica, precisão e bom gosto. Todos os instrumentos estão devidamente afiados, encaixados cada um em seu lugar e funcionando muito bem em conjunto. As composições são grandiosas e transbordam feeling, sem deixar de lado os momentos mais agressivos – puxando um pouco para o estilo do Symphony X, por exemplo. A arte da capa e o encarte estão muito bonitos, deixando o pacote ainda mais completo. Seria injustiça da minha parte apontar qualquer destaque, todas as músicas estão absurdas e merecem ser ouvidas com atenção. Mais uma excelente surpresa que brota de nossas frutíferas terras. Sinta-se obrigado a ouvir esse disco! Nota: 9.5 Pedro Humangous 34


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