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INTERAÇÃO ESTRATÉGICA

ano XXii • nº 268 Março de 2015

Pesquisa inédita da Advantage revela que a confiança é considerada fator crítico para o trabalho colaborativo. Para que ela se estabeleça, é preciso que indústria e varejo trabalhem a continuidade dos temas e o cumprimento do que foi prometido em todos os níveis GERANDO RESULTADO

CONFIANÇA

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EDITORIAL

União de forças A colaboração entre parceiros ganha importância, e a informação é cada vez mais relevante, seja para adequação do sortimento e satisfação do shopper, seja para eficiência de processos. A Advantage Group Brazil, que avalia anualmente a visão que o canal farma tem dos fabricantes e, em contrapartida, a visão que estes têm do varejo, concedeu os dados de sua pesquisa, realizada em 2014, com exclusividade ao Guia da Farmácia. Entre o que foi apurado, verificou-se um novo fator: confiança. O quesito foi considerado crítico para o trabalho colaborativo. Foi possível mensurar que 72% dos varejistas e 68% das indústrias consideram a confiança no parceiro como um fator fundamental para a construção de negócios colaborativos. Acompanhe a reportagem de capa na íntegra e saiba como ganhar eficiência, melhorar o relacionamento com os seus parceiros e se diferenciar no mercado em que atua. Outro assunto de grande destaque fica por conta do número de Fusões e Aquisições (F&A) que atingiu 818 transações no ano passado, aumento de 3% em relação

DIRETORIA Gustavo Godoy, Marcial Guimarães e Vinícius Dall’Ovo EDITORA-CHEFE Lígia Favoretto (ligia@contento.com.br)

ao ano anterior, gerando o melhor resultado histórico – uma transação a mais do que as realizadas em 2011, que detinha o recorde até então. O ano de 2014 foi marcado pela forte presença de estrangeiros, que foram compradores em 399 operações (47% do total), aumento de 10% na relação anual. Dentro desse contexto, a movimentação do canal farma ganha destaque. Veja ainda que as indústrias fabricantes de genéricos iniciaram 2015 com boas notícias. Com a queda da patente de 15 moléculas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o registro de uma série de medicamentos genéricos. A medida deve ampliar a oferta de produtos à população brasileira, já que os produtos chegarão ao mercado com preços 35% menores que os praticados pelos medicamentos de referência, conforme determina a lei. Além disso, o movimento deve ajudar a prescrição de genéricos a ganhar mais representatividade. Boa leitura. Lígia Favoretto Editora-chefe

DEPARTAMENTO COMERCIAL EXECUTIVAS DE CONTAS Jucélia Rezende (jucelia@contento.com.br) Luciana Bataglia (luciana@contento.com.br) ASSISTENTES DO COMERCIAL Juliana Guimarães e Mariana Batista Pereira

EDITORA-ASSISTENTE Flávia Corbó

DEPARTAMENTO DE ASSINATURAS Morgana Rodrigues

ESTAGIÁRIA DE REDAÇÃO Carine Pessoas

COORDENADOR DE CIRCULAÇÃO Cláudio Ricieri

EDITOR DE ARTE Junior B. Santos

DEPARTAMENTO FINANCEIRO Fabíola Rocha e Cláudia Simplício

ASSISTENTES DE ARTE Rodolpho A. Lopes e Flávio Cardamone

ASSESSORIA TÉCNICA E LISTA DE PREÇOS Kátia Garcia e Antônio Gambeta MARKETING E PROJETOS Luciana Bandeira

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72% dos varejistas e 68% das indústrias consideram a confiança no parceiro como um fator fundamental para a construção de negócios colaborativos

ANALISTA DE MARKETING Lyvia Peixoto MARKETING DIGITAL Andrea Guimarães Noemy Rodrigues COLABORADORES DA EDIÇÃO Revisão Maria Elisa Guedes Textos Adriana Bruno, Egle Leonardi, Flávia Corbó, Kathlen Ramos, Marcelo de Valécio, Rodrigo Rodrigues, Tassia Rocha e Vivian Lourenço Diagramação Suelen Gregorio Colunistas Gustavo Semblano, José Roberto Securato Junior, Marcela Spatini Lorencette Dias, Silvia Osso, Silvio Laban e Tatiana Ferrara

> www.guiadafarmacia.com.br Guia da Farmácia é uma publicação mensal da Contento. Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010. Tel.: (11) 5082 2200. E-mail: contento@contento.com.br Os artigos publicados e assinados não refletem necessariamente a opinião da editora. O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade única e exclusiva das empresas anunciantes.

IMPRESSÃO Abril Gráfica CAPA Shutterstock FOTO: SHUTTERSTOCK

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SE PERSISTIREM OS SINTOMAS O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

ESTE MEDICAMENTO É CONTRAINDICADO NO CASO DE SUSPEITA DE DENGUE.

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SUMÁRIO

E MAIS 8 20 26 32 50 56 76 88 94 100 106

#268 MARÇO 2015

130 12 > ENTREVISTA O presidente interino da Anvisa, Jaime César de Moura Oliveira, revela, em entrevista exclusiva ao Guia da Farmácia, as prioridades do órgão para 2015

38 > MERCADO Analistas acreditam que a má fase da economia brasileira não deve espantar os investimentos estrangeiros, principalmente no setor de varejo farmacêutico

62 > PESQUISA CAPA

Estudo da Advantage Group Brazil revela que a colaboração entre indústria e varejo ganhou importância e tornou-se fundamental para adequação do sortimento, satisfação do shopper e eficiência de processos

80 > CASES Empresários do varejo farmacêutico contam como conseguiram utilizar a Atenção Farmacêutica para fidelizar clientela e expandir os negócios ERRATAS • A lei que transforma a farmácia em estabelecimento de saúde e coloca o farmacêutico como protagonista na promoção da saúde da população é a 13.021/14 e não a 13.201/14, como publicado na matéria Protagonistas da saúde no varejo, edição 266, pág. 31. • Com o propósito de evitar confusões, esclarece-se que o termo “marca”, publicado nas reportagens do Suplemento Especial Intercambialidade, que circulou junto da revista Guia da Farmácia, 6

GUIA ON-LINE ANTENA LIGADA ATUALIZANDO GUIA DA FARMÁCIA RESPONDE POLÊMICA ACESSO ESTRATÉGIA DEBATE CAPACITAÇÃO EMPREENDEDORISMO TRIBUTOS

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ESPECIAL SAÚDE 114 120 126

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CORAÇÃO DPOC HIPERIDROSE

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GESTÃO MIX ATUALIDADE SORTIMENTO BELEZA PELE CUIDADOS CATEGORIA OPORTUNIDADE EVENTO SEMPRE EM DIA SERVIÇOS

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LOGÍSTICA Marcela Spatini Lorencette Dias TREINA PDV FARMA Tatiana Ferrara OPINIÃO Silvio Laban VAREJO Silvia Osso CONSULTOR JURÍDICO Gustavo Semblano TENDÊNCIA José Roberto Securato Junior

edição 266, no mês de janeiro de 2015, refere-se aos medicamentos de referência, terminologia comum e de uso recorrente no mercado, e não deve ser entendido como menção aos medicamentos similares, ou ainda, a tudo que não seja medicamento genérico. • Diferente do que foi publicado na seção Entrevista, edição 267, pág., 17, a empresa que faz parte da joint venture Supera Farma junto com Eurofarma e Cristália é a MSD e não a Medley. A informação concedida, em entrevista, pelo Dr. Ogari de Castro Pacheco, presidente do laboratório Cristália, foi transmitida da forma correta.

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CONTEÚDO EXTRA NO PORTAL (A PARTIR DO DIA 15 DE CADA MÊS) PREOCUPAÇÃO COM A SAÚDE Apesar de ser a principal causa de morte entre os brasileiros, as doenças cardiovasculares não são as que mais preocupam a população. Saiba o porquê.

INFORMAÇÕES PRECIOSAS Os dados colhidos a partir de programas de fidelização devem ser utilizados de maneira estratégia para alavancar os negócios. 8

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MOVIMENTO ANTIVACINA Pesquisa revela que número de jovens americanos que se mostram contrários à aplicação de vacinas vem crescendo. FOTOS: SHUTTERSTOCK

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NOVO TESTE RÁPIDO DE HIV/ SÍFILIS OBTÉM REGISTRO DA ANVISA

WALMART BRASIL CONTRATA FARMACÊUTICOS

SUA OPINIÃO É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS Para fazer elogios, críticas ou dar sugestões ao Guia da Farmácia, escreva para a redação: Rua Leonardo Nunes, 198, Vila Clementino, São Paulo (SP), CEP 04039-010 ou ligia@contento.com.br. Queremos saber o que você pensa!

CONTEÚDO APROVADO

Sou estudante de Farmácia das Faculdades INTA de Sobral (CE). Desde já, quero parabenizar o Guia da Farmácia por destacar, no mês de janeiro, o farmacêutico e sua atuação. Esse profissional possui inúmeras atribuições em nossa sociedade que merecem ser divulgadas, aumentando, assim, sua valorização. Aniellís de Sousa Azevedo, em e-mail enviado ao Guia da Farmácia

PROFISSÃO RECONHECIDA

Parabéns a todos meus colegas farmacêuticos, que trabalham por amor, apesar de ainda não sermos vistos com a importância que merecemos. Jorge Rebelo, em comentário postado no Portal do Guia da Farmácia

ALERTA IMPORTANTE

LABORATÓRIO LANÇA INSULINA INALÁVEL PARA DIABÉTICOS NOS ESTADOS UNIDOS

ALFÂNDEGA BLOQUEIA MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE

As pessoas ficam se preocupando em engordar, enquanto que o perigo está no surgimento das superbactérias. Lina Alves, em resposta à nota Tomar muito antibiótico aumenta as chances de engordar, publicada no Portal do Guia da Famácia no dia 30/01

PERGUNTE E NÓS RESPONDEREMOS!

Se você tem dúvidas ou qualquer tipo de curiosidade sobre o mercado, empresas ou sobre suas atribuições, escreva para nós! Nossos colunistas estão de plantão para atendê-lo na seção Guia da Farmácia Responde. Veja mais na pág. 32.

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ENTREVISTA - ANVISA

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Futuro no diálogo e na

internacionalização

O DESAFIO DA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA PARA 2015 ESTÁ NA DISPOSIÇÃO DO ÓRGÃO EM AUMENTAR A CONVERSAÇÃO COM OS SETORES, NO INTUITO DE GANHAR DESTAQUE E INSERÇÃO ESTRANGEIRA

N

POR RODRIGO RODRIGUES

Na linha de frente das recentes polêmicas do mercado brasileiro de farmácia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está de presidente novo desde outubro de 2014. Com a saída de Dirceu Barbano no ano passado, o advogado Jaime César de Moura Oliveira assumiu o cargo interinamente e permanece na cadeira, mesmo depois de definidos os principais nomes do novo Ministério do segundo governo Dilma Rousseff. Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), Oliveira é mestre em Saúde Pública pela própria USP e também em Regulação de Biotecnologia pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra. Na Anvisa desde 2011, já fez parte de diversas diretorias antes de ocupar a presidência do órgão. Foi ainda subchefe adjunto e substituto do subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República (SAJ). Com tanto trânsito pelas esferas decisórias do governo, não é difícil imaginar que seja efetivado no cargo pelo atual ministro da Saúde, Arthur Chioro, e continue comandando a Agência, que tem entre os desafios para 2015 a implementação da rastreabilidade de medicamentos e o reaparelhamento das vigilâncias sanitárias municipais pelo País. Jovem e cheio de fôlego, Oliveira desconversa sobre o desejo de permanecer ou não no cargo, mas diz que não encara como “monstruosas” as pressões do mercado farmacêutico e de setores organizados da área médica e farmacêutica dentro da entidade.

Sem deixar de responder a nenhuma pergunta – mesmo as mais espinhosas –, o presidente interino da Anvisa conversou com a reportagem do Guia da Farmácia em São Paulo (SP). Guia da Farmácia • Muito se reclama da falta de estrutura e capacitação das vigilâncias sanitárias locais na concessão de documentos para novas farmácias ou certificados de competência delas. Como o senhor vai encarar o problema? Jaime César de Moura Oliveira • Capacitação das vigilâncias existe o tempo todo. Capacitação técnica e de gestão. A Anvisa faz isso por meio do Sírio Libanês, em São Paulo, dentro do programa chamado Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROAD), que é aquele em que você destina recursos para uma determinada atividade que interessa dentro da saúde, em que as entidades filiadas conseguem abater essa formação de interesse público do imposto de renda. O problema que temos nas vigilâncias sanitárias é a rotatividade gigantesca. Enquanto os profissionais da Anvisa têm um concurso concorrido e remuneração boa, esta não é a realidade em várias partes do Brasil. Existem regiões em que a estrutura de trabalho é reduzidíssima, assim como a remuneração. E isso não atrai tantos bons quadros para trabalhar. E há o erro – muitas vezes da própria vigilância sanitária local – de como ela se “vende” como gestor público. A vigilância sanitária não se apresenta como uma solução, para que haja um desenvolvimento econômico e social qualificado ali, com proteção à saúde, conside2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA - ANVISA

‘‘SIMILARES QUE FORAM AVALIADOS PELA ANVISA E TIVERAM A EQUIVALÊNCIA TERAPÊUTICA CERTIFICADA IRÃO GERAR MAIOR COMPETIÇÃO NO SETOR. INDEPENDENTEMENTE DISSO, A DECISÃO DA INTERCAMBIALIDADE FOI TOMADA AGREGADA NUMA OUTRA DE INTENSIFICAÇÃO DO MONITORAMENTO DO MERCADO, A PARTIR DA DIVULGAÇÃO DESSA LISTA DE MEDICAMENTOS’’ rando questões de risco, etc. Às vezes, ela se apresenta como aquela que não dá licença para coisas importantes. Existe uma cultura grande que precisa ser mudada, o que não acontece de uma hora para outra. Guia • Mas o que está sendo feito em termos práticos para melhorar essa realidade das vigilâncias locais? Oliveira • O que já existe na Anvisa em relação a isso é que foi feita uma pesquisa de vigilância sanitária em 2012 e 2013, que trouxe dados importantes para nós. Coisas que nem imaginávamos. Para aprofundar os pontos principais dessa pesquisa, foi feito um convênio com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que vai ajudar a entender melhor e atacar o problema. Nós já identificamos determinados grupos de municípios no País que têm déficit de estrutura que impedem até a execução das ações de vigilância sanitária. Antes, quando sobrava algum recurso de orçamento no fim do ano, nós repassávamos de forma homogênea para todas as vigilâncias locais. Agora, pegamos os municípios mais deficientes e destinamos os valores a eles. Isso certamente vai ajudar a criar alguma estrutura por lá. A aproximação com os legislativos também está sendo levada para os estados, a fim de chamar a atenção da classe política para que eles invistam mais recursos nas vigilâncias locais e não tratem esses órgãos como o “patinho feio” da gestão. Há muita coisa para ser mudada nesse sentido, mas algo já está sendo feito. 16

Guia • O senhor fala muito sobre a Anvisa estar se inserindo internacionalmente e se articulando com agências sanitárias ao redor do mundo. Como é esse processo e como ele ajuda o Brasil? Oliveira • Existe um movimento internacional grande no sentido de integrar mais as agências reguladoras, no nível de decisão. Negociações internacionais sobre temas de regulação sanitária são muito variadas e existem em grande número. E não há uma coordenação sobre isso. Esse grupo, que se chama International Coalition of Medical Regulatory Authorities (ICMRA), foi criado e composto por chefes das agências reguladoras e o objetivo é colocar uma governança mais adequada nas decisões internacionais que existem em matéria de regulações sanitárias. E um dos grandes enfoques é a necessidade de uma maior integração das agências, num sentido de compartilhamento dos trabalhos que elas fazem, não apenas no aspecto de informações. A Anvisa faz parte do grupo desde o início, em 2012. Inclusive a proposta de trabalho dessa forma partiu da Anvisa e depois foi bem-aceita por outras agências, como o Food and Drug Administration (FDA) norte-americano, que percebeu essa necessidade e a oportunidade de implementação. Na última conferência mundial de saúde, foi discutida e aprovada uma resolução da Organização Mundial de Saúde (OMS) que tratou do fortalecimento das autoridades nacionais reguladoras e maior integração entre elas. Então é um movimento que está muito forte e deve dar resultados positivos. Guia • Isso vai acabar com a burocracia e a longa espera dentro da Anvisa na concessão de patentes de medicamentos, por exemplo? Oliveira • Em matéria de patentes, não interfere, por hora. É um movimento de médio e longo prazo, porque envolve negociações internacionais. Mas pode culminar no reconhecimento preferencialmente recíproco de trabalhos executados de uma agência reguladora em relação a outra. Então, se uma agência já emitiu determinado certificado e avaliou determinado produto, essa avaliação pode ser compartilhada e pode integrar e facilitar o processo de decisão do outro agente. O que nós temos de concreto em relação a isso é um projeto-piloto, feito por Estados Unidos, Brasil, Canadá e Austrália, com o Japão de observador, que chama de Medicines Devices Single Audit Project (MDSAP). Essas entidades acertaram um modelo de credenciamento de terceiros, que são especializados em inspeção de boas práticas. E eles fazem essa inspeção, trazem o relatório e, com base nele, as empresas inspecionadas são cer-

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tificadas ou não. Esse é um embrião desse processo. O prazo de execução desse projeto-piloto é até o fim de 2016, se não me engano. É uma integração complicada de ser feita, mas uma vez dando bons resultados, certamente esse modelo de utilização de terceiros para realização de inspeções internacionais num ambiente multilateral de agências vai ser expandido na área de medical devices. Guia • Esse é um processo que pode agilizar os registros internacionais. Mas nacionalmente também há muita reclamação dos laboratórios em relação a prazos e certificações de novos produtos. Como o senhor vai melhorar isso? Oliveira • Não é uma pessoa só que toca um processo como esse. Estou há quatro anos dentro da Anvisa. No momento respondo interinamente pela presidência, mas esse é um trabalho antigo, que já é feito pelos diretores e gestores da Agência, implementando medidas que possam melhorar as respostas que a Anvisa dá para a sociedade de forma geral. Em relação a essas inspeções internacionais e nacionais, no passado recente, já houve mudanças significativas. Porque, antes, havia um grupo maior de produtos que precisavam da certificação para se conseguir o registro. Foram feitas reavaliações desses produtos, mantidas as condições de certificação aos produtos de maior risco – classes 3 e 4 – e retirados da classe 1 e 2 desse tipo de necessidade. Então houve avanços positivos. A possibilidade de uso de entidades terceiras vai ser uma oportunidade de alargar o hall de atores disponíveis para fazer inspeções e, lógico, diminuir ainda mais os prazos. Existem discussões dentro da Anvisa também para saber se todos os produtos de classe 3 ou 4 precisam ter esse certificado ou podem usar documentos que sinalizam o cumprimento de boas práticas emitidas por outras agências. Também houve um aporte de mais 314 servidores para a Agência em 2013. Então, há ações anteriores feitas para diminuir prazos e, certamente, a Anvisa, de forma geral, trabalha para melhorar isso. Guia • Como o senhor enxerga essa polêmica entre médicos e farmacêuticos sobre a prescrição farmacêutica, aprovada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF)? Oliveira • A prescrição médica é uma atividade que diz respeito apenas à classe médica. O ato médico foi editado nesse sentido. Logicamente que é bom que haja uma interação para resolver problemas comuns entre a Anvisa e as entidades médicas e farmacêuticas. Mas prescrição, exceto em hipóteses legais previstas em lei

– como a Lei dos Genéricos, etc. –, não é assunto de competência e atribuição da Anvisa responder. Guia • Tornada lei em 2009, a rastreabilidade de medicamentos ainda não saiu do papel. Ela vai avançar finalmente em 2015? Oliveira • Existe uma resolução estabelecendo o prazo final para implementação da rastreabilidade para lotes-piloto. É um evento teste a respeito do sistema todo de rastreabilidade, com prazo até o fim deste ano. Existem normas que serão ajustadas nesse período a respeito da implementação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos. É uma exigência legal estabelecida desde 2009. De fato, havia um prazo de cumprimento em que foi feita uma tentativa de cumprir dentro de um determinado modelo, mas que não se revelou viável. Esse modelo foi desconstituído e criado o novo modelo que está em debate. Guia • Recentemente, a Anvisa liberou o registro de alguns medicamentos genéricos inéditos no País e criou a lista de medicamentos similares equivalentes, no intuito de colocar mais competidores no mercado e baratear preços. Há uma política dentro do novo governo de derrubar ainda mais os preços? Oliveira • A questão de preços, eu coloco da seguinte forma: logicamente que quanto mais medicamentos podem ser substituídos por outros que existirem no mercado, tanto maior o nível de concorrência que existe entre eles. Afinal, as opções para o consumidor se tornam maiores. Similares que foram avaliados pela Anvisa e tiveram a equivalência terapêutica certificada e colocados na lista, é lógico que, com a divulgação que a Anvisa faz, há maior competição no setor. Independentemente disso, a decisão da intercambialidade foi tomada agregada numa outra de intensificação do monitoramento do mercado, a partir da divulgação dessa lista. E esse monitoramento está sendo feito, mas as conclusões ainda não as temos, porque a lista começou a ser divulgada dia 2 de janeiro deste ano. Qualquer conclusão é prematura. Guia • O senhor diz que por hora faz uma gestão interina na Anvisa. Mas tem o desejo de ficar? Quando deve sair a decisão final de quem assumirá o cargo de forma efetiva? Oliveira • A decisão de quem ocupa ou não a presidência não é uma questão importante. A Anvisa funciona por intermédio de uma diretoria. Essa diretoria sendo qualificada reflete no bom funcionamento. O tempo em que isso vai ser decidido ou não é o tempo do ministro da Saúde e da presidente da República. Independentemente de quando essa decisão virá ou não, a Anvisa está desempenhando as fun2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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ENTREVISTA - ANVISA

ções dela normalmente com as reuniões e processos caminhando normalmente, graças à qualificação da diretoria. Guia • Nos últimos anos, a pressão da indústria farmacêutica foi enorme em torno da Anvisa, com interesses que às vezes não condizem com o bem-estar público. O senhor está preparado para administrar essa crescente pressão? Oliveira • Na verdade, a conotação que se dá para as demandas que são geradas pelos setores farmacêuticos ou pela sociedade é de pressão, mas elas não são pressão necessariamente. São muitas vezes demandas legítimas, vindas até de pacientes, do governo e de entidades profissionais. A Agência tem de ser permeável a todo tipo de demanda. E permeável no sentido de ser aberta a fim de que esses tipos de propostas cheguem e para que essas demandas sejam qualificadas, e não se perca tempo com coisas que não tenham base técnica de discussão. O trabalho de todo o corpo diretivo da Agência é criar a permeabilidade e a classificação da demanda. A Anvisa tem uma missão institucional que não pode ser tida como difícil porque existem esses pedidos. Mas a missão da Anvisa é clara: é uma agência pautada por qualidade de produtos que entram no mercado e a obrigação é garantir qualidade e segurança desses produtos para a população. Qualquer demanda que ultrapasse essa linha não pode ser acatada pela entidade. Por isso, a dificuldade que se imagina no gerenciamento dessas demandas não é tão monstruosa. Guia • O senhor fala em tornar a Anvisa “permeável” como grande missão da Agência em 2015. Mas como isso vai se dar na prática? Oliveira • Ela já vem criando essa permeabilidade de várias formas. O que é fundamental em qualquer instituição pública – e na Anvisa não é diferente – é transparência. Quanto mais escancarada a Agência, onde todo mundo conhece os processos de decisão, sabe como são feitas as normas e como são tomadas as decisões, isto consolida uma pressão social sobre a Anvisa que faz com que ela consiga se transformar permanentemente e possa dar respostas para uma sociedade que se transforma de forma constante. Não adianta você colocar uma conformação agora na Agência, porque daqui a cinco anos não será mais a mesma. Então, quanto mais você conseguir escancarar a Anvisa, melhor. Guia • Parece bem interessante na teoria... Mas na prática, o que vai ou já está sendo feito de concreto para tanto? 18

Oliveira • Passos para isso já foram dados. Reuniões públicas da diretoria colegiada, transmissão pela internet, possibilidade de manifestação dentro da diretoria, colocação dos prazos da Agência na internet, consultas públicas de Resoluções da Diretoria Colegiada (RDCs), etc. Isso precisa ser um processo contínuo e ser escancarado. Outro movimento que é importante acontecer também é tracionar toda a atividade de agência para o pós-mercado e abandonar tudo que for possível do pré-mercado. Guia • O que isso significa? Oliveira • Significa compartilhamento de responsabilidade. Ou seja, eu não preciso ficar olhando o que vocês sabem o que tem de ser feito e posso concentrar meus esforços em monitorar para ver se os setores estão de fato cumprindo as normas. É muito mais do que ficar olhando papelada. Para isso, passos estão sendo dados também. Essa rede de laboratórios que pode fazer análise fiscal, se conseguirmos ampliar, é um passo importante para isso. No setor de cosméticos, por exemplo, esse passo foi dado porque o próprio mercado deu segurança para a Agência de que segue boas práticas de forma homogênea, que não dá problema, etc. Então, esse movimento do pré-mercado para o pós-mercado tem de ser feito também com medicamentos. Vai facilitar a introdução de novos produtos, vai possibilitar a chegada deles com mais rapidez para o consumidor, etc. Tudo isso sem perder o controle. Porque é importante a agência sanitária ter esse tipo de controle. E outro pilar fundamental é que a Anvisa ganhe cada vez mais expressão em termos regionais e mundiais. Guia • O que de bom isso pode trazer a mais para o Brasil? Oliveira • O Brasil é um mercado produtor gigantesco, é uma plataforma de exportação para a América Latina inteira e o mercado consumidor interno tem crescido cada vez mais. Então, o País precisa investir muito nessas parcerias com outras agências, porque ele tem a possibilidade de fazer isso e é uma tendência absolutamente inevitável. É uma onda que a gente tem de surfar. O perfil dos nossos funcionários, principalmente na área de gestão, precisa se aproximar cada vez mais dos executivos que existem no setor privado. Eles têm de ser cobrados por resultados. Dependendo do nível de gestão que possui dentro da agência, pode esquecer, porque não vai trabalhar oito horas por dia. Vai trabalhar catorze ou quinze horas. O profissional que está ocupando uma posição desse porte tem de fazer isso, porque se não fizer, não dá conta do recado.

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ANTENA LIGADA

VAREJO DE MEDICAMENTOS A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ENFRENTA MUDANÇAS ESTRATÉGICAS EM 2015. NOVAS REGRAS DETERMINAM O FUTURO DO SEGMENTO POR TASSIA ROCHA

REGULAÇÃO SANITÁRIA

Foi publicada, em 20 de janeiro de 2015, a Lei 13.097/15, que traz uma série de inovações para o trabalho da vigilância sanitária no Brasil, atualizando normas legais, algumas com mais de 40 anos de existência. Essa publicação é a continuação da atualização dos marcos legais que se iniciou com duas outras importantes alterações na legislação sanitária nos últimos anos, a Lei 13.043/14 e o Decreto 8.077/13. A nova lei traz inovações que vão alterar a forma de se fazer a regulação sanitária no País, dando mais flexibilidade à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) para priorizar as situações de risco que mais impactam na vida do cidadão e no desenvolvimento do setor produtivo. • http://portal.anvisa.gov.br 20

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NORMAS ESTABELECIDAS

Foi publicada, no fim de janeiro de 2015, a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC 4/2015, de 28 de janeiro de 2015. A norma dispensa as notificações de produção de lotes-piloto de medicamentos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir de agora, os fabricantes nacionais de medicamentos estão dispensados de encaminhar notificações sobre a produção dessas mercadorias. Ainda assim, as regras de produção de lotes-piloto para realização dos testes necessários ao registro ou pós-registro dos produtos continuam valendo. • http://portal.anvisa.gov.br FOTOS/ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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CUSTO MENOR

Um novo medicamento para tratar a endometriose deve chegar às farmácias até 35% mais barato do que o tratamento atualmente disponível. Esse novo produto terá um custo menor porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu recentemente registro para uma indústria farmacêutica produzir a versão genérica desse medicamento. De acordo com a especialista em vigilância sanitária da Anvisa, Stefania Piras, o genérico, apesar de ter um custo menor, tem a mesma fórmula do produto de referência para tratar a doença. • http://portal.anvisa.gov.br

VAREJO SOFRE QUEDA

O fluxo de consumidores no comércio teve queda de 5,2% em janeiro de 2015 quando comparado ao mesmo mês de 2014, de acordo com o Índice de Consumidores do Varejo Mensal (ICV 30). O índice, divulgado pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) em parceria com a Virtual Gate, empresa especializada no monitoramento de tráfego de pessoas em lojas, reflete uma evidente diminuição de consumidores nas lojas durante o primeiro mês de 2015. “O resultado reforça o cenário de retração apresentado no comércio nos últimos meses”, destaca o presidente da SBVC, Eduardo Terra. Na opinião do executivo, o novo pacote fiscal do governo, que não incentiva o consumo, é preocupante do ponto de vista de negócios. “As medidas do governo, apesar de tardias, estão no caminho certo, porém faz-se necessária uma atenção especial ao segmento. Manter a situação atual por um período mais longo pode impactar diretamente no Produto Interno Bruto (PIB) de 2015”, avalia. • www.sbvc.com.br

EVENTO CANCELADO

Em um comunicado oficial enviado à imprensa e demais players do setor farmacêutico, a Econofarma informou que a 13ª edição do evento não será realizada neste ano, conforme o previsto, devido ao cenário econômico atual. “Honrar a confiança que o mercado depositou na feira Econofarma e preservar o sucesso de nossos projetos é a nossa missão”, dizia a nota. Novas informações a respeito dos planos para 2016 deverão ser divulgadas. • www.econofarma.com.br 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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EXPANSÃO DE MERCADO

A multinacional americana Pfizer começou, neste ano, o processo de consolidação das operações de sua atividade em saúde humana em um único local no Brasil, que fica na cidade de Itapevi, na Grande São Paulo. Dona de marcas e produtos, como Lípitor, Celebra, Centrum, Advil, Viagra e Magnésia Bisurada, a farmacêutica se estrutura para atender à expansão do mercado brasileiro, bem como elevar as exportações para a América Latina. A companhia está concluindo investimento de US$ 27 milhões, com recursos próprios, nesse projeto. Com isso, ela aumenta sua capacidade de produção de 20 milhões para 48 milhões de unidades ao ano na indústria de Itapevi. • www.pfizer.com.br

DESEMPENHO ECONÔMICO

Os fabricantes de medicamentos registraram um crescimento de 11,4% na venda direta para as redes de farmácias do País no ano passado, indica levantamento do IMS Health. O presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antônio Britto, porém, reclama que, apesar de o desempenho do mercado se manter acima dos dois dígitos há três anos, as altas não passam dos 11% . “Se não fossem os problemas econômicos, o avanço seria ainda maior”, diz. • www.imshealth.com • www.interfarma.org.br

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NOVO CURSO RÁPIDO NO TREINA PDV FARMA

Agora, no mês de março, o Treina PDV Farma, plataforma de cursos on-line para o varejo farmacêutico da Contento Comunicação, oferece gratuitamente o curso rápido Como implementar a Atenção Farmacêutica nas farmácias e drogarias . O curso em vídeo apresenta conceitos e benefícios relacionados à Atenção Farmacêutica, etapas para implantar o serviço na farmácia ou drogaria, planejamento e execução e o que diz a legislação. Para acessar o curso, basta preencher um pequeno cadastro. Na plataforma, estão disponíveis ainda diversos cursos rápidos gratuitos, além de um programa de capacitação composto por 12 módulos, ferramentas interativas, avaliações e certificados. O programa de capacitação requer o investimento de um pequeno valor anual: um ótimo custo-benefício para capacitação de toda a equipe da farmácia. Para conhecer e experimentar, acesse: • www.treinapdvfarma.com.br Informações sobre compra, visite a loja Contento (www.lojacontento.com.br) ou ligue (11) 5082 2200

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CAMPANHA EM AÇÃO

No início do mês de fevereiro deste ano, a Cifarma lançou a campanha de mídia da linha Probentol. Ela é composta por 4 produtos: Probentol Baby, Probentol Derma Solução, Probentol Derma Creme e Probentol Derma Hair Spray, sendo este o carrochefe da linha e o único dexpantenol na versão spray. O coquetel de lançamento aconteceu na matriz da empresa, em Goiânia (GO), com a presença de farmacêuticos, gerentes e proprietários de redes de farmácia e algumas drogarias independentes da região, além de um bate-papo entre blogueiras e a agência O.F., responsável por toda a campanha de mídia do produto. A linha Probentol está na internet, por meio do site www.probentol.com.br e nas redes sociais, como Instagram e Facebook. O comercial da linha Probentol está sendo veiculado em rede nacional pela Globo, SBT, Record, Rede TV e Gazeta. • www.cifarma.com.br

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PIS/COFINS

O aumento do Programa de Integração Social/Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) sobre a importação de bens e serviços, estabelecido por medida provisória publicada no fim de janeiro de 2015, surpreendeu a indústria farmacêutica, que não esperava ser incluída na alteração. As fabricantes de medicamentos, no entanto, são isentas do pagamento desses tributos graças a um decreto. “A isenção foi determinada em 2008, mas a presidente Dilma pode revogar esse decreto a hora que quiser”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. • www.sindusfarma.org.br

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A Lactase Natulab é uma preparação em pó solúvel de lactase, enzima digestiva responsável por degradar a lactose (açúcar do leite). O suplemento é destinado para preparação de alimentos lácteos, visando à quebra da lactose e proporcionando melhor qualidade de vida aos indivíduos que possuem intolerância à lactose. O produto está disponível nas apresentações com 30 sachês de 2 g de 10.000 FCC ALU ou 4.000 FCC ALU. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.naturelifenutricao.com.br 26

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Certas doenças reumatológicas, como a osteoartrite e a lombalgia crônica, exigem uso continuado e de longo prazo de analgésicos e anti-inflamatórios, muitas vezes administrados várias vezes ao dia – o que pode ser fator complicador à adesão ao tratamento e uso correto da medicação, agravando o caso e postergando a melhora. Para garantir melhor qualidade de vida aos pacientes portadores das doenças mencionadas, a Marjan Farma acaba de lançar Permear (extrato de Haspagophytum procumbens mais concentrado), o anti-inflamatório de uso crônico em dose única diária, que garante um tratamento mais prático e cômodo. MS 1.0155.0232.008-0 www.marjan.com.br FOTOS: DIVULGAÇÃO

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OMCILON®-A ORABASE E OMCILON®-A “M”

ASPEN PHARMA

Os planos de aquisição do Grupo Aspen Pharma, maior fabricante de medicamentos similares e genéricos do Hemisfério Sul, seguem em ritmo crescente. A companhia acaba de adquirir os produtos Omcilon®-A Orabase e Omcilon®-A “M” da Bristol-Myers Squibb. A partir de agora, a Aspen passa a ser a detentora da marca e dos direitos de desenvolvimento, fabricação e comercialização desses produtos. O Omcilon®-A (Orabase) é referência para tratamentos de aftas e estomatites. Já o Omcilon®-A “M” (pomada e creme) é indicado para o alívio das inflamações e coceiras causadas por doenças de pele. MS 1.0180.0084 (Ocilon®-A Orabase) MS 1.0180.0084 (Omcilon®-A “M”) www.aspenpharma.com.br

ESALERG GOTAS ACHÉ

O Aché Laboratórios lança Esalerg Gotas para o tratamento de rinite alérgica e urticária. A nova apresentação é exclusiva entre os produtos que contêm a molécula desloratadina, oferecendo comodidade e facilidade também para crianças e idosos. O Esalerg Gotas é encontrado em embalagens de 20 ml e concentração de 1,25 mg/ml, sem corante e sem açúcar. A novidade veio para ampliar o portfólio da companhia, que já contava com Esalerg Comprimidos e Xarope, indicado a adultos e crianças a partir de seis meses. MS 1.0573.0465 www.ache.com.br 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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HEMIFUMARATO DE QUETIAPINA TEUTO

O Laboratório Teuto aumenta seu portfólio mais uma vez com o lançamento do Hemifumarato de Quetiapina comprimido genérico. A quetiapina é um agente antipsicótico atípico indicado para o tratamento da esquizofrenia e no de manutenção do transtorno afetivo bipolar e dos episódios de mania e depressão associados ao mesmo. Ainda apresenta reduzida suscetibilidade aos efeitos colaterais extrapiramidais (espasmos musculares, incapacidade de se manter imóvel, parkinsonismo, movimentos involuntários) em comparação aos antipsicóticos típicos. O Hemifumarato de Quetiapina está disponível em caixas com 14 e 28 comprimidos de 25 mg e caixas com 28 comprimidos de 100 mg e de 200 mg. MS 1.0370.0596.001-5 (25 mg com 14) MS 1.0370.0596.002-3 (25 mg com 28) MS 1.0370.0596.011-2 (100 mg com 28) MS 1.0370.0596.023-6 (200 mg com 28) www.teuto.com.br

RELVAR® ELLIPTA® GSK

A GlaxoSmithKline (GSK), uma das principais companhias farmacêuticas e de saúde do mundo, e a empresa de biotecnologia Theravance, Inc. (NASDAQ: THRX) anunciam o lançamento no Brasil de RELVAR® ELLIPTA®, primeiro tratamento de dose única diária que associa um corticosteroide inalatório (CI) a um beta2-agonista de longa ação (CI/LABA) para o tratamento de asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica). O lançamento ocorre após a recente aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em outubro de 2014. Relvar (FF/VI) é uma combinação do CI, furoato de fluticasona “FF”, com o LABA, vilanterol “VI”. Foram aprovadas duas apresentações de FF/VI para o tratamento de asma (100/25 mcg e 200/25 mcg) e uma apresentação para o tratamento da DPOC (100/25 mcg). Todas as apresentações são administradas uma vez ao dia usando Ellipta, um novo dispositivo inalatório para pó seco (DPI). MS 1.0107.0299 www.gsk.com.br

TAMARINE® LINHA DE E CHÁS PRE PREMIUM

NATURELIFE SUPLEMENTOS ALIMENTARES

O Grupo Natulab lança por meio da Naturelife Suplementos Alimentares a linha de Chás Premium. A família é formada pelos chás Vale Sono (camomila, melissa, maracujá e laranja), que alivia o estresse e a ansiedade; Diuré (chicória, chá verde, carqueja e hibisco), que auxilia na eliminação de toxinas do organismo e ajuda no controle da pressão arterial; Digest (erva-doce, boldo, erva-cidreira, carqueja e camomila) que ajuda no processo de digestão, diminuindo o desconforto provocado pela má digestão. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.naturelifenutricao.com.br

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HYPERMARCAS

Segundo pesquisas, muitas mulheres contam com a ajuda de um fitoterápico diariamente, porém algumas vezes o estresse, a correria do dia a dia e a má alimentação influenciam ainda mais no bom funcionamento do intestino e uma solução mais potente é necessária. Pensando nisso, a marca Tamarine® desenvolveu mais uma opção fitoterápica em cápsulas com 12 mg, o dobro da concentração das atuais de 6 mg. As novas cápsulas mais concentradas (12 mg) são indicadas para aqueles dias mais difíceis, quando nada parece fluir ou para consumidores mais resistentes; já as de 6 mg são indicadas para o dia a dia e pacientes mais sensíveis ou gestantes. As duas versões oferecem conforto e segurança aos consumidores, já que possuem ação previsível de 8 a 10 horas. MS 1.7817.0023 www.hypermarcas.com.br

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FREX CLEAN-T ALLERGAN

Chega ao mercado o Frex Clean-T, uma espuma inovadora desenvolvida para oferecer o máximo de segurança ao médico e ao paciente antes de procedimentos cirúrgicos nos olhos, protegendo inclusive dos sintomas de blefarite - inflamação geralmente causada por ácaros e bactérias oculares. Com rapidez e eficiência, o produto elimina impurezas que se depositam nas pálpebras e nos cílios, evitando infecções e inflamações na região ocular. Frex Clean-T é livre de corantes, hipoalergênico e tem pH neutro, podendo ser utilizado diariamente. MS 25351.176217/2014-8 www.allergan.com.br

COLIKIDS ACHÉ

Para abrir um novo caminho na prevenção e tratamento da cólica do lactente, o Aché Laboratórios traz ao Brasil o Colikids – L. reuteri DSM 17938, uma nova perspectiva para o equilíbrio da microbiota intestinal de bebês. Conhecido mundialmente por sua eficácia e segurança, o produto contribui para a saúde intestinal e melhora da qualidade de vida da família. Diferente de outros probióticos, o Colikids – L. reuteri DSM 17938 é isolado do leite materno e é gastrorresistente, ou seja, resiste à acidez gástrica do estômago, às enzimas e aos sais biliares intestinais, o que garante sua eficácia. O produto está disponível na apresentação em gotas para bebês. MS 6702700010010 www.ache.com.br

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IBUPRIL® TEUTO

O Laboratório Teuto disponibiliza ao mercado seu mais novo produto, o Ibupril® 400 mg com a inovadora cápsula gelatinosa mole (cápsula líquida), onde o princípio ativo encontra-se em forma líquida no interior de uma cápsula gelatinosa, proporcionando início de ação mais rápido. O Ibupril® é indicado no alívio temporário da febre e de dores de leve a moderada intensidade, como dores de cabeça, dores musculares, enxaqueca, de gripes e resfriados comuns, de artrite e dor de dente. O produto é encontrado nas apresentações com 10 ou 36 cápsulas gelatinosas moles, sendo esta última dividida em 12 blísteres com 3 cápsulas cada. MS 1.0370.0076.034-4 (apresentação com 10 cápsulas) MS 1.0370.0076.036-0 (apresentação com 36 cápsulas) www.teuto.com.br

STRIVERDI® RESPIMAT® (OLODATEROL) BOEHRINGER INGELHEIM

A Boehringer Ingelheim lança no Brasil o Striverdi® Respimat® (olodaterol), indicado para o tratamento de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Com mais esse lançamento, a companhia reforça seu amplo portfólio para o tratamento de doenças respiratórias. A DPOC é uma doença pulmonar que causa dificuldade para respirar e inclui a bronquite crônica e o enfisema pulmonar, cujos sintomas são: tosse, expectoração e falta de ar crônica e progressiva. Striverdi® Respimat® é um broncodilatador beta-adrenérgico de longa ação e uso uma vez ao dia que promove o relaxamento do músculo liso dos brônquios e bronquíolos pulmonares. A medicação inalatória é administrada por meio do dispositivo Respimat®, que produz uma névoa suave e permite que o paciente tenha uma maior deposição da substância no pulmão praticamente sem esforço. MS 1.0367.0171.001-9 www.boehringer-ingelheim.com.br

ACETATO DE CIPROTERONA + ETINILESTRADIOL MELCON

Lançamento Melcon que auxilia no tratamento de doenças femininas. O genérico acetato de ciproterona + etinilestradiol Melcon é indicado para o tratamento de doenças relacionadas aos hormônios andrógenos na mulher, tais como a acne, principalmente nas formas pronunciadas e naquelas acompanhadas de seborreia, inflamações ou formações de nódulos (acne papulopustulosa, acne nodulocística); queda excessiva de cabelos; casos leves de hirsutismo (excesso de pelos) e Síndrome de Ovários Policísticos (SOP). O genérico acetato de ciproterona + etinilestradiol Melcon está disponível nas seguintes apresentações: caixa contendo 21 e 63 comprimidos. MS 1.5589.0004.001-6 (21 comprimidos) MS 1.5589.0004.003-2 (63 comprimidos) www.melcon.com.br

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KIT - INTYMA CARE E PROMAN CIFARMA

A Cifarma disponibiliza no mercado o Kit - Intyma Care e ProMAN, ideal para a higiene íntima do casal. O kit é composto por um sabonete íntimo feminino, Intyma care, e um sabonete íntimo masculino, ProMAN. Sabe-se que o pH da região íntima de homens e mulheres não são iguais, por isso diferentes cuidados são necessários. Intyma Care limpa suavemente a região íntima feminina e deixa sensação de conforto e frescor, com pH compatível com essa região do corpo. O ProMAN Sabonete íntimo masculino possui pH fisiológico à região íntima masculina e possui ativos com ação antibacteriana, fungicida e também proporciona sensação de frescor. MS 2.4130.0019.001-0 MS 2.4130.0001.001-2 www.cifarma.com.br

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OSTRAT® TEUTO

Chega ao mercado o mais novo medicamento similar do Laboratório Teuto. Trata-se do Ostrat®, produto que possui o alendronato de sódio como princípio ativo. Este é utilizado para tratamento de osteoporose, condição onde o osso é removido mais rápido do que é formado, de forma que ocorre a perda de massa óssea e, consequentemente, o enfraquecimento do osso. A doença torna os ossos suscetíveis a fraturas decorrentes de atividades diárias ou pequenas lesões que normalmente não fraturariam um osso normal. Ostrat® é um potente inibidor específico da reabsorção óssea, o qual reverte a progressão da osteoporose. É encontrado na concentração de 70 mg em caixas com 4 comprimidos. MS 1.0370.0603.002-1 www.teuto.com.br

GEROMAX PRÓ HAIR

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O Grupo Natulab está lançando no mercado, por meio da Naturelife Suplementos Alimentares, o Geromax Pró Hair um suplemento alimentar em cápsulas com vitaminas e minerais. O produto contém nutrientes que deixam os cabelos mais fortes, bonitos e saudáveis. MS Produto isento de registro, conforme RDC 27/10 www.naturelifenutricao.com.br

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PARA ABERTURA DE DROGARIA, É OBRIGATÓRIO MENCIONAR NO CONTRATO SOCIAL QUEM SERÁ O FARMACÊUTICO RESPONSÁVEL TÉCNICO? 32

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G U S TAV O S E MB L ANO

PERGUNTA ENVIADA POR ROMULO CASTRO, SÓCIO DE UMA FARMÁCIA EM ABERTURA, NO RIO DE JANEIRO

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Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal)

Não, não é necessário e explico. Há uma diversidade de normas (leis, decretos, resoluções, portarias, etc.) que dispõe sobre os requisitos para a abertu abertura de um estabelecimento farmacêutico, como uma drogaria. A norma matriz, no entanto, continua sendo a Lei Federal nº 5.991/73, que estabelece os requisitos básicos do varejo farmacêutico, trazendo importantes definições como as de farmácia, drogaria, droga, medicamento, insumo farmacêutico, entre outras. Essa lei estabelece, em seu artigo 22, que o pedido de licença sanitária seja instruído com: a) prova de constituição da empresa; b) prova de relação contratual entre a empresa e seu responsável técnico, quando for o caso; c) prova de habilitação legal do responsável técnico, expedida pelo Conselho Regional de Farmácia. A prova da constituição da empresa é feita pela apresentação dos atos constitutivos, que podem estar em um contrato social ou um estatuto social, por exemplo. A comprovação da relação contratual entre a empresa e seu responsável técnico se dará pela apresentação dos próprios atos constitutivos (contrato social, estatuto social), se o farmacêutico for sócio, ou pela apresentação da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), se o farmacêutico for empregado. O terceiro requisito se dá pela apresentação da carteira de identidade profissional expedida pelo Conselho Re-

gional de Farmácia (art.19, Lei Federal nº 3.820/60), que atestará a habilitação legal do responsável técnico. Observe que não é obrigatório que o nome do farmacêutico conste do contrato social, uma vez que não é obrigatório que tal profissional seja sócio da empresa, podendo ser um empregado, como ocorre em 99% dos casos. Isso porque somente se tornam sócias pessoas que possuem pelo menos afinidades e visões convergentes para o negócio e a Constituição do Brasil dá uma ampla liberdade para a constituição das empresas, com poucas restrições, inexistindo obrigatoriedade de farmacêuticos como sócios de farmácias. Na Europa, a situação varia de país para país, mas apresento, de forma exemplificativa, alguns países que somente permitem que farmacêuticos sejam proprietários de farmácias: Alemanha, Espanha e França. No seu caso específico, para a simples abertura da empresa, não é necessário mencionar no contrato social o nome de qualquer farmacêutico. Não posso deixar de falar, no entanto, que ao menos em tese, podem haver leis estaduais, distritais ou municipais exigindo outros requisitos, pois a própria Lei Federal nº 5.991/73 autoriza em seu artigo 21 que a legislação local estabeleça outros parâmetros (por exemplo: no Rio de Janeiro, exige-se a metragem mínima de 70 m2 para a abertura de drogarias), mas nunca uma exigência como essa. 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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LOGÍSTICA

Atuação do farmacêutico no processo

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ANTES DE CHEGAR ÀS PRATELEIRAS, OS MEDICAMENTOS PERCORREM UM TRAJETO E SÃO MONITORADOS A FIM DE MANTER SUA INTEGRIDADE

MAR CEL A S PATINI L ORENC ETTE D IAS Farmacêutica responsável pela filial de São José do Rio Preto da Ativa Logística 34

Visando garantir ainda mais a qualidade de vida e saúde de todos, cada vez mais o profissional farmacêutico vem ganhando espaço no mercado de trabalho. Entre todas as áreas de atuação, podemos destacar a importância do profissional no setor de transporte e logística de medicamentos e produtos para saúde. Vale ressaltar que antes de chegar às prateleiras das farmácias, drogarias, clínicas médicas e hospitais, os medicamentos e produtos relacionados à saúde percorrem um trajeto e são monitorados a fim de manter sua integridade. As atribuições do farmacêutico na transportadora vão além de garantir que esses medicamentos não sofram alterações em suas propriedades farmacológicas. O profissional também fica responsável por: • Zelar pelo cumprimento da legislação vigente; • Permitir somente o transporte de produtos registrados e de empresas autorizadas junto ao órgão competente; • Organizar e implantar, para o conhecimento de todos, o Manual de Boas Práticas de Transporte e Medicamentos; • Adequar a área física da empresa; • Assessorar a empresa no processo

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de regularização em órgãos profissionais e sanitários competentes; • Treinar os funcionários; • Identificar e não autorizar o transporte de cargas incompatíveis no mesmo veículo; • Vistoriar as condições dos veículos, se estes atendem às exigências para o transporte de medicamentos; • Elaborar procedimentos de rotina, tais como: registro e controle de temperatura e umidade das áreas monitoradas e controladas, limpeza dos veículos, controle de pragas. Diante de todas essas funções, pode-se perceber que a presença do profissional é cada vez mais indispensável e, como prova disto, no dia 19 dezembro de 2014, a classe farmacêutica conseguiu mais uma conquista, foi aprovada a Lei Estadual 15.626 que “Torna obrigatória a presença do farmacêutico responsável técnico nos quadros das empresas transportadoras de medicamentos e de insumos farmacêuticos”. O destaque da profissão é de grande relevância para a saúde da sociedade, tudo isso é resultado do trabalho e dedicação, ampliando suas áreas de atuação. O transporte e logística são mais uma dessas. fOTO: dIVulgAçãO

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TAT IANA FE RRARA Consultora de varejo e membro do Conselho de Ética Farmacêutica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) 36

A Atenção Farmacêutica é um tema atualmente muito discutido no meio farmacêutico. O termo originalmente surgiu nos Estados Unidos como pharmaceutical care, traduzido para cuidados farmacêuticos. Entretanto, no Brasil, foi adotado como Atenção Farmacêutica. Com a publicação da RDC 44/09, a prestação do serviço pelo farmacêutico foi regulamentada. Todavia poucas farmácias e drogarias efetivamente o oferecem. Existe uma série de dúvidas que os profissionais têm sobre a Atenção Farmacêutica, como, por exemplo: O que realmente é Atenção Farmacêutica? Qual a diferença entre assistência farmacêutica e Atenção Farmacêutica? Quais os benefícios da implantação de serviços para a drogaria e o paciente? Como implementar o serviço de Atenção Farmacêutica na drogaria? O que a legislação diz sobre os serviços farmacêuticos? Muito confundida com assistência farmacêutica ou com um atendimento atencioso, a Atenção Farmacêutica é um serviço em que o paciente

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será atendido pelo farmacêutico em um local apropriado e o tratamento pelo qual o paciente está passando será discutido e avaliado. Para a farmácia oferecer esse tipo de serviço, pode ser considerado um diferencial e também uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Uma das principais dificuldades enfrentadas é a implantação do serviço na farmácia. Os modelos desenvolvidos em hospitais são pouco aplicáveis à realidade da farmácia. Esta deve seguir um modelo próprio de Atenção Farmacêutica. Dentro da plataforma Treina PDV Farma, da Contento Comunicação, você poderá acompanhar o módulo sobre Atenção Farmacêutica, que tem por objetivo esclarecer esses pontos e auxiliar a farmácia e o farmacêutico na implementação do serviço. Esse é um trabalho que pode representar uma diferença enorme na vida dos pacientes, uma oportunidade para a farmácia e realização profissional ao farmacêutico.

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MERCADO

Fusões e aquisições batem recorde em 2014 COM MAIS DE 800 TRANSAÇÕES, MERCADO TEVE O MELHOR ANO DA HISTÓRIA NO BRASIL. MOVIMENTO DEVE SE MANTER EM 2015, PREVEEM ANALISTAS, COM DESTAQUE PARA OS NEGÓCIOS NO VAREJO FARMACÊUTICO

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POR MARCELO DE VALÉCIO

Copa do Mundo, eleições e queda na economia não influíram no apetite de investidores brasileiros e, principalmente, internacionais por companhias no Brasil. O número de Fusões e Aquisições (F&A) no País atingiu 818 transações no ano passado, aumento de 3% em relação ao ano anterior, gerando o melhor resultado histórico – uma transação a mais do que as realizadas em 2011, que detinha o recorde até então, segundo pesquisa da KPMG. O ano de 2014 foi marcado pela forte presença de estrangeiros, que foram compradores em 399 operações (47% do total), aumento de 10% na relação anual. “O Brasil continua sendo foco de investimentos de empresas do exterior, pois aos olhos internacionais, ainda oferecemos boas oportunidades”, revela o sócio da KPMG em assessoria de fusões e aquisições, Luís Motta.

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“Apesar dos riscos, temos um mercado consumidor robusto, em que o crescimento de 1% representa muita coisa se comparado a diversos países. Talvez as transações caiam em 2015, por conta do cenário econômico adverso. Mas os investidores pensam no longo prazo, e as expectativas para o País são positivas”, avalia Motta. “É evidente que um cenário econômico aquecido é sempre melhor para qualquer tipo de negócio, entretanto, quando o tema são F&A, o que conta mesmo é prazo alongado. As empresas que participam desses processos veem uma oportunidade de mercado e suas visões têm um horizonte maior, mesmo que, no presente, o momento pareça desfavorável”, argumenta o consultor da Desenvolva Consultoria e Treinamento, Fernando Ferreira. “O número de transações depende de vários fatores, que podem depender ou não do aquecimento da economia”, faz coro o diretor executivo da Capital Invest – FOTO/ILUSTRAÇÃO: SHUTTERSTOCK

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MERCADO

M&A Advisors (www.capitalinvest-group.com), Nestor Casado. Fator principal é a diferença de expectativas entre donos de empresas e investidores, sustenta o executivo. “A quantidade de transações aumenta quando os investidores estão mais otimistas do que os empresários, pois, neste caso, estão dispostos a pagar mais do que o mínimo exigido. Em 2008, por exemplo, os investidores tiveram um pessimismo recorde, sendo que 2009, com pouco mais de 400 transações, foi o pior ano dos últimos nove. Portanto, o número de 2014 – mais de 800 transações, número similar a 2011 e 2012, e ligeiramente superior a 2013 – reflete a expectativa de 2013, quando ainda estavam mais otimistas do que os empresários, com a avaliação de uma eventual virada do cenário político-econômico pelas eleições em 2014”, diz Casado. “Deve-se levar em conta o senso de oportunidade”, acrescenta o sócio da área de F&A da Deloitte Reinaldo Grasson. “Quando o cenário não está bom, surgem as opções e as transações são facilitadas, pois os valores são menores. Também é preciso ponderar que o endividamento está maior com os governos do que com as empresas”, diz o consultor. Outro fator a se considerar é a liquidez do mercado, que pode vir de várias fontes, como fundos e empresas capitalizados, financiamento fácil e de baixo custo. “O interesse internacional existe, pois as empresas precisam diversificar. Além disso, há liquidez no mercado global, por isso o fluxo de capital não anda no mesmo compasso do que a economia”, pontifica o professor de Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (EAESP/FGV), Oscar Malvessi. “Além do que, para as empresas de fora, é mais interessante adquirir um negócio em andamento, podendo corrigi-lo, do que partir do zero”, completa o professor. Mais um fator a se cogitar é que existe um tempo entre a manifestação de interesse e a efetivação da transação, pois o processo completo de negociação pode demorar até um ano, período em que muita coisa pode acontecer. “Geralmente, nos casos de F&A, os investimentos são para períodos de cinco a dez anos ou mais”, adiciona Grasson.

DADOS APURADOS Realizada trimestralmente, a Pesquisa de Fusões e Aquisições da KPMG apura as operações efetivamente concluídas e divulgadas que envolvam empresas estabelecidas ou com presença no Brasil. O levantamento de 2014 demonstrou que não houve grandes picos de negociações, mas estabilidade ao longo do ano. 40

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No primeiro semestre, foram 406 transações e 412, no segundo período do ano. A pesquisa também sinalizou maior busca das companhias brasileiras por internacionalização. Foram 44 empresas de capital majoritário nacional adquirindo firmas no exterior, um crescimento de 20% em relação a 2013. As empresas brasileiras também aumentaram as negociações com estrangeiros para aquisição de capital de empresa estabelecida no Brasil. Foram 43 negócios em 2014 contra 37, do ano anterior. Já as transações envolvendo apenas empresas de capital brasileiro registraram o pior desempenho dos últimos cinco anos, com 331 operações. “Um dos motivos para o crescimento dos negócios está relacionado à lei que alterou as normas de análise e aprovação dessas negociações no âmbito do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”, aponta a professora do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA), Teresa Cristina Zanon. “De fato, o Brasil se instrumentalizou bem com as regras de concorrência, seguindo padrões internacionais de proteção ao mercado e ao consumidor. Hoje, o Cade antecipa as operações de F&A, o que facilita e dá segurança ao processo”, complementa Malvessi.

OCORRÊNCIAS RECORRENTES A série histórica de fusões e aquisições no Brasil mostra um crescimento praticamente contínuo desde 2002, destaca o professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), William Nozaki. “A exceção situa-se no biênio 2008-2009, marcado pela insegurança e pela instabilidade decorrentes da crise financeira global.” Em 2002, houve 389 operações de F&A, em 2010, este número quase dobrou, chegando a 726, saltando para 816 no ano seguinte. “Os dados evidenciam a consolidação da conglomeração empresarial como uma importante estratégia de mercado, independente das oscilações de curto e médio prazo em termos de crescimento econômico. A concentração e a centralização de capitais buscam criar proteções contra a concorrência no mercado nacional e, eventualmente, criar melhores condições para que as empresas possam competir no mercado internacional”, diz Nozaki, lembrando que outro dado interessante observado em 2014 é o aumento do número de aquisições, mais do que de fusões. “Além disso, há uma reconfiguração patrimonial e uma consolidação em novos patamares entre as próprias empresas brasileiras, mas com presença marcante do capital internacional.”


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MERCADO

O percentual de transações fechadas por investidores estrangeiros nos últimos anos tem sido de aproximadamente 55%, em média, contabiliza Casado. Os dois anos ‘fora da curva’ foram 2002 e 2004. “Em 2002, com menos de 40% das transações de capital estrangeiro, os analistas internacionais ficaram com receio da descontinuidade do Plano Real e a volta da inflação. Como o Brasil não mudou substancialmente sua política econômica durante os anos subsequentes, o investidor estrangeiro recuperou rapidamente sua confiança no País, e 2004 foi um ano recorde de transações de capital estrangeiro, com quase 70% do total.” Desde 2004, o percentual tem se mantido relativamente estável entre 50% e 60%, com a exceção de 2008, em que apenas 40% de transações foram de capital estrangeiro, impactado pela crise de crédito e de liquidez que afetou mais os países desenvolvidos do que o Brasil.

O QUE ESPERAR DE 2015? “O movimento de fusões e aquisições deve se manter em alta. Isso porque o número de empresas à venda é maior neste momento do que há um ano, e ainda existem fundos relativamente capitalizados”, avalia Casado. “Contudo, como apenas uma minoria dos investidores estratégicos enxerga o cenário atual como uma oportunidade, pode haver uma gradual diminuição do número de transações”, diz. “Acredito que deve cair, pois o risco do País aumentou e teremos um ano difícil”, avalia Motta, da KPMG. Já o professor de pós-graduação do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ), Robert Woolley Filho, acredita que o movimento de F&A se mantenha em alta para empresas estrangeiras, porque a desvalorização do real frente ao dólar torna o Brasil ‘mais barato’. “Para os players locais, a abertura de capital e investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) são alternativas para financiar operações de F&A. Entre os potenciais compradores, estão fundos de private equity que investem em participações em empresas, por ser mais sensíveis a preço e variação cambial, e devido ao porte e tipo de operação, são mais ágeis para realizar operações e investimentos.”

SETOR FARMACÊUTICO O ano passado também foi robusto para fusões e aquisições no setor da indústria farmacêutica global, segundo a pesquisa anual Firepower Index, realizada pela Ernst & Young (EY), que mede a capacidade das empresas far42

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O ESPAÇO PARA CONSOLIDAÇÃO DO VAREJO É BASTANTE AMPLO, SE COMPARADO COM MERCADOS MADUROS, COMO OS ESTADOS UNIDOS, ONDE AS DROGARIAS INDEPENDENTES REPRESENTAM MENOS DE 20% DAS VENDAS TOTAIS macêuticas em financiar fusões e aquisições com base na força de seus balanços e sua capitalização de mercado. Segundo o levantamento, em 2014, a arrecadação com F&A em farmacêuticas subiu para mais de US$ 200 bilhões. Grandes laboratórios voltaram a fazer negócios, gastando quase US$ 90 bilhões. Seus principais negócios visaram à aquisição de empresas fora de seu core business e focadas no desenvolvimento de terapias para doenças crônicas, como câncer e diabetes. Contudo, farmacêuticas especializadas foram as que mais investiram no setor, aplicando mais de US$ 130 bilhões em novas aquisições. Para o sócio da área de Transações da EY, Sergio Almeida, a participação de grandes empresas nas fusões e aquisições do setor vem caindo devido à perda de algumas patentes. “Enquanto em outros países as fusões buscam complementar portfólios, no Brasil, elas ocorrem para aumentar a eficiência na produção”, afirma. A expectativa é de que 2015 seja um ano desafiador e altamente competitivo para empresas que desejam crescer por meio de aquisições, uma vez que elas enfrentarão a escassez de oferta e um aumento na competição. Segundo o relatório, as grandes farmacêuticas devem continuar a enxugar seus portfólios e fazer aquisições importantes para desenvolver ou manter massa crítica nas principais áreas terapêuticas. No Brasil, apesar de a indústria de medicamentos não ter atingido sua maturidade, o mercado é bem mais internacional do que o varejista, lembra Casado, da Capital Invest – M&A Advisors. Dos 20 maiores fabricantes, 12 são multinacionais e destas, 11 já fizeram alguma aquisição ou joint venture desde a sua entrada no Brasil. “O que estamos enxergando hoje são multinacionais médias, que procuram expandir sua atuação no País via aquisição, com o intuito de comprar capacida-

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MERCADO

PRINCIPAIS PRINCI AIS MOVIMENTAÇÕES NO SETOR FARMACÊUTICO ENTRE 2011 E 2013

abril 2011

agosto 2011

novembro 2011

Amgen adquire Bergamo

Fusão entre Droga Raia e Drogasil

HSBC Capital adquire Medquímica

agosto 2011

setembro 2011

fevereiro 2012

Fusão entre Pacheco e Drogaria SP

Avert Pharmaceuticals compra Zurita

Valeant compra Probiótica

Fontes: Merger Market/Bourne P./Capital Invest

des de importação, fabricação, registro, distribuição e marketing, para conseguir comercializar com êxito produtos que já distribuem em outros países.” No segmento de genéricos, em que apenas quatro empresas representam 80% das vendas, não parece provável maior consolidação, na visão do consultor. Já no segmento de prescrição, a consolidação deverá ser menos agressiva localmente, pois as patentes resguardam os laboratórios da livre concorrência, ainda que os investimentos em P&D sejam realizados num cenário global. “Este ano, o processo de consolidação no País deve ficar em compasso de espera”, prevê o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini. “As empresas vão esperar, pelo menos, até o fechamento do primeiro trimestre para tomar decisões. Hoje, as expectativas não são boas, tendo em vista os problemas econômicos presentes e seus possíveis desdobramentos num futuro próximo.” Já no varejo farmacêutico, as fusões e aquisições poderão ocorrer de forma mais intensa, pois há um movimento forte por consolidação em toda a cadeia de valor. “De um lado, as redes médias estão perdendo competiti44

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vidade em relação às grandes, e a tendência é de que foquem em mercados de nicho, que sejam adquiridas pelas grandes, ou que terminem fechando. Apenas os municípios menores estarão isentos desta tendência”, acredita Casado, lembrando que essa dinâmica força uma consolidação dos fornecedores. “Depois das fusões, as grandes redes começaram a otimizar seus processos de compras, preservando parte dos fornecedores em comum e reduzindo drasticamente o número de fornecedores que antes apenas vendiam a uma das empresas fusionadas. A tendência é de que os laboratórios médios que deixaram de vender às grandes redes terminem reduzindo seu tamanho, sejam adquiridos por fabricantes maiores ou fechem”, frisa o diretor da Capital Invest – M&A Advisors.

OPORTUNIDADE NÃO ALTERADA O espaço para consolidação do varejo é ainda bastante amplo, se comparado com mercados maduros, como os Estados Unidos, onde as drogarias independentes representam menos de 20% das vendas totais. “No Brasil, as drogarias independentes representam 50% das vendas, enquanto os maiores varejis-

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março 2012

maio 2012

fevereiro 2013

Valeant adquire Pelenova Biotecnologia

UCB adquire Meizler

CVS Caremark compra Onofre

maio 2012

janeiro 2013

Takeda compra Multilab

Profarma adquire Drogasmil e Farmalife

tas representam apenas 5% das drogarias brasileiras, porém com 36% do total das vendas. Ou seja, as redes vendem sete vezes mais do que a média do setor, o qual implica em uma rentabilidade muito superior à média”, afirma Casado. “A tendência do varejo farmacêutico brasileiro é a mesma da dos Estados Unidos: poucas redes grandes, ao contrário da Europa, onde em alguns países as pequenas redes ainda se sustentam”, revela a economista da GO Associados, Mariana Orsini. Empresas de rentabilidade superior têm maior capacidade financeira e, portanto, podem ser mais agressivas no marketing e em descontos e terminam debilitando ainda mais as independentes, que acabam fechando ou sendo adquiridas, frisa Casado, que, contudo, faz uma ressalva. “O processo não é eterno, pois dos 5.563 municípios brasileiros, menos de 20% são atrativos para as grandes redes. O fato de um mercado competitivo e maduro contar com grandes players, que aproveitam suas escalas para oferecer bons serviços e produtos com melhor preço, é naturalmente bom. O que deve ser evitado é o monopólio, pois o consumidor sempre deve ter alternativa”, diz Casado.

“A concentração de mercado é vantajosa para a economia do País quando os ganhos de eficiência provenientes das fusões são repassados aos consumidores via redução dos preços, possibilidade de aumento de investimentos em tecnologia e inovação”, completa Mariana. Entre os movimentos do varejo farmacêutico, destaca-se o interesse de grandes redes internacionais pelo mercado brasileiro, caso da CVS, com mais de 7 mil lojas nos Estados Unidos, que comprou a Onofre, com apenas 44 lojas. “O intuito era ‘testar a temperatura, antes de mergulhar na piscina’. Apenas dois anos depois, familiarizada com o mercado brasileiro, a empresa está conversando com as maiores redes brasileiras para novas aquisições. Outro potencial entrante é a Walgreens, concorrente direta da CVS nos Estados Unidos, que já fez uma oferta pela BR Pharma no fim do ano passado”, revela Casado. “O perfil de clientes da Onofre – consumidores das classes A/B – e a centralização em São Paulo não fizeram com que a CVS competisse diretamente com grandes redes”, explica Teresa Cristina, professora do Provar/FIA. “Ela precisará buscar uma aquisição ou fusão de uma rede maior para aumentar sua capilaridade no mercado e atender a todos os perfis de consumidores.” 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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OPINÃO

Resoluções a ser trabalhadas

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O OBJETIVO É QUE OS VAREJISTAS ELABOREM SUAS PRÓPRIAS LISTAS DE AFAZERES E, SOBRETUDO, SE ESFORCEM PARA REALIZAR AQUILO QUE SE COMPROMETEREM A FAZER

SILVIO LABAN Coordenador dos cursos MBA Executivo em Gestão de Saúde e Certificate in Healthcare Management do Insper 48

Tipicamente, é no início de um novo ano que nos preocupamos em traçar metas e estabelecer resoluções. Mas nunca é tarde para executá-las. Além das questões regulatórias, em constante mutação, todos os setores, incluindo o varejo farmacêutico, deverão enfrentar um quadro econômico e de consumo bastante desafiador. Por um lado, trata-se de um cenário preocupante; por outro, representa uma oportunidade para colocar “ordem na casa” focando esforços, recursos e energia em melhorar a competitividade e a produtividade das operações. A revista Time listou as 10 resoluções mais comuns e aproveitamos para condensá-las em três resoluções, bem como adaptá-las a fim de contribuir com a reflexão quanto à conduta a ser adotada em sua rotina de trabalho. São elas: 1. Abandonar maus hábitos e entrar em forma: Algumas questões para reflexão: • Por que fazemos as coisas da forma que fazemos? • Podemos repensar a forma e aquilo que fazemos ou deixamos de fazer? • Utilizamos da melhor forma possível nossos recursos materiais e humanos? • De que forma a produtividade dos

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diversos recursos disponíveis vem sendo medida e aprimorada? • A tecnologia utilizada tem promovido simplificações nos processos que envolvem colaboradores e clientes? • Os clientes estão satisfeitos com os níveis de serviço que oferecemos na loja? 2. Aprender algo novo: Neste sentido, vale se perguntar: • Nossos clientes percebem as novidades que apresentamos? • Temos acompanhado a evolução de nossos clientes quanto a seus hábitos de consumo? • E quanto ao uso da tecnologia por eles? Faz sentido pensar em comércio eletrônico, redes sociais e numa estratégia digital? 3. Investir mais tempo com os clientes e colaboradores. Cabe questionar: • Que mecanismos temos utilizado para, de forma estruturada, ouvir os colaboradores? • Incentivamos os colaboradores a participar e a contribuir com sua experiência e conhecimento do cliente? • E para os clientes, que mecanismos estão em operação? • Os clientes são incentivados a se comunicarem e recebem retorno de suas contribuições e informações? FOTO: DIvUlgAçãO

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POLÊMICA

Compasso de espera CRIAÇÃO DA CATEGORIA DE MEDICAMENTOS SIMILARES EQUIVALENTES ABRE DISCUSSÃO SOBRE A INTERCAMBIALIDADE ENTRE TODAS AS CATEGORIAS DE MEDICAMENTOS EXISTENTES NO MERCADO

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Começou a valer, no dia 1º de janeiro deste ano, a norma da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que estabelece a intercambialidade de medicamentos de referência com os chamados “medicamentos similares equivalentes”. Como se sabe, os similares equivalentes são uma nova categoria de medicamentos atestada e testada pela Agência, que garante a eficiência terapêutica do tratamento medicamentoso idêntica ao dos produtos originais. Os testes impostos para os novos similares são os mesmos exigidos aos fabricantes de genéricos no País, o que garante fidelidade da fórmula e dos efeitos terapêuticos dos produtos. Considerada um avanço por várias entidades da área de Saúde, a norma que estabelece os “similares equivalentes” garante segurança pa-

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POR RODRIGO RODRIGUES

ra os pacientes na troca de medicação mais cara por uma mais barata, além da opção do genérico. Contudo, a portaria da Anvisa restringe a intercambialidade apenas entre os medicamentos de referência com os similares equivalentes, não abrangendo a troca direta entre as três categorias, como os genéricos, por exemplo. Em outras palavras, se um médico prescreve ao paciente uma receita com um medicamento de referência, o farmacêutico deverá consultar a lista de similares equivalentes publicada pela Anvisa e verificar se consta um equivalente para aquela marca que seja seguro ao paciente. Ao comprovar a similaridade na lista, o farmacêutico pode oferecer ao paciente a possibilidade de troca pelo produto que for mais barato. Entretanto, caso o receituário médico seja prescrito com o nome específico do similar equivalente, o farmacêutico não pode oferecer um genérico deste mesmo produto, por exemplo. FOTO: SHUTTERSTOCK

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O mesmo acontece se o receituário for prescrito com o nome de um genérico. Mesmo tendo a opção de um medicamento similar equivalente mais barato, a intercambialidade entre eles não é autorizada pela Agência da mesma forma.

DADOS DIVERGENTES Para alguns representantes do setor farmacêutico, há uma incongruência entre a decisão da Anvisa e o direito de decisão e concorrência em real entre as três categorias de medicamentos existentes nas prateleiras. “Uma vez que todos passarão a apresentar entre si mesma biodisponibilidade e bioequivalência, do ponto de vista farmacológico (da ação desempenhada no organismo humano) não haverá mais nenhuma diferença entre eles”, diz o assessor especial do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Marivaldo Carvalho. A opinião é compartilhada pelo presidente do Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro (CRF-RJ), Marcus Áthila. Ele defende que as três categorias sejam tratadas da mesma forma, para que o consumidor obtenha ainda mais ganhos. “Com as novas regras, a confiabilidade dos novos similares é idêntica a de outros medicamentos. É fato que já existem no mercado muitos similares que têm o preço muito mais em conta que o próprio genérico, que por lei deve custar 35% menos que a medicação de referência. Essa restrição prejudica o consumidor, já que também é fato que muitos médicos hoje prescrevem o medicamento genérico na receita, devido ao grande alcance dessa categoria entre os brasileiros”, argumenta Áthila. Na opinião da consultora de varejo e farmacêutica membro do Conselho de Ética Farmacêutica do CRF-SP, Tatiana Ferrara, é preciso alertar a população que ainda há medicamentos similares no mercado que não passaram pelos testes exigidos pela Anvisa e, portanto, por isso que a lista foi disponibilizada no site da Agência para consulta. De acordo com a portaria da Agência, até 31 de dezembro deste ano, os medicamentos que não apresentarem os testes exigidos, deverão sair sumariamente do mercado. A visão de Tatiana, no entanto, diz que a partir do momento da certificação não haverá incompatibilidade entre as três categorias: “A grande maioria dos medicamentos similares (que estão no mercado) já apresentou os testes à Anvisa. Esses testes devem comprovar que o medicamento similar tem ação igual a do medica-

mento de referência. Quando os testes são Testes realizados corretamente e apresentados e garantem a eficácia dos aprovados pela Anvisa, a troca é possível, similares pois a ação é igual (entre qualquer categoria). Com isso, a diferença entre as categorias será basicamente o preço, já que, em termos de segurança e eficácia, os medicamentos intercambiáveis serão idênticos”, avalia. Apesar de concordar que é preciso colocar o assunto na pauta prioritária da Anvisa, o novo presidente da Agência, Jaime César de Moura Oliveira, alerta para questões técnicas que restringem a intercambialidade geral das categorias. “Existem aspectos técnicos importantes nesse debate todo, porque quando se faz uma comparação com um medicamento, você faz com outro medicamento. E se esse medicamento é um equivalente farmacêutico deste outro, a intercambialidade pode ocorrer entre eles sem problema. Você não faz uma comparação com vários produtos. Então, esse debate tende a crescer e ele é importante porque é bom que a população entenda os limites dessa intercambialidade, para não achar que tudo é intercambiável com tudo”, avalia o executivo. Oliveira diz que a liberação deve ser fruto de novas discussões na diretoria colegiada da Anvisa, mas não dá prazos para que isto aconteça. “Esse assunto já vem sendo discutido pela Anvisa durante um bom tempo. O que foi feito agora foi a divulgação de uma lista de medicamentos a respeito dos quais a Agência já fez uma avaliação de bioequivalência desses produtos em relação ao de referência. Isso significa que aqueles medicamentos, que estão na lista do site, são intercambiáveis com os produtos de referência e absolutamente seguros. Contudo, esse novo debate está começando. Vai depender de cada produto específico, porque todos os medicamentos genéricos e similares são testados contra um de referência. Não são testados entre si. Então, a afirmação técnica que pode haver é que eles são intercambiáveis com o de referência. O que é grande evolução e a informação tecnicamente correta. Para liberação geral, talvez seja preciso impor novos testes e não é uma coisa que acontece do dia para a noite, não cabendo também só ao presidente deliberar sobre o assunto”, declara Oliveira. Enquanto esse novo passo não é dado dentro da Agência, os farmacêuticos devem continuar consultando a lista de medicamentos equivalentes na lista da autoridade sanitária até o dia 31 de dezembro de 2015. 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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VAREJO

A fórmula 1 e o

desempenho das equipes

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NA VIDA EMPRESARIAL E NAS FARMÁCIAS, É PRECISO MELHORAR, TODO DIA, A ATUAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS. TODOS PRECISAM TRABALHAR EM SINCRONIA

SILVIA OS S O Palestrante e consultora especializada em treinamento, desenvolvimento e marketing de varejo. É autora dos livros Atender Bem Dá Lucro, Programa Prático de Marketing para Farmácias e Administração de Recursos Humanos para Farmácias E-mail siosso@uol.com.br 54

O ano das corridas de Fórmula 1 começa neste mês e sabemos que o nível de competição é um dos mais estressantes. Um calendário de competições e contratos milionários fazem parte desse “circo”, que além da destreza dos pilotos, conta com a participação importante e determinante das equipes. A maioria das corridas é definida nas paradas de box, o famoso pit stop. As equipes investem parte do orçamento no desenvolvimento dos chefes de equipe, líderes e mecânicos que, além de grande habilidade, precisam de um alto grau de trabalho em conjunto, coordenação, liderança e motivação. Na vida empresarial e nas farmácias, tudo tem de ser feito da mesma forma. É preciso melhorar, todo dia, o desempenho dos funcionários. Não adianta ter apenas um excelente “chefe de equipe”, é preciso que todos trabalhem em sincronia, de forma a alcançar resultados como num pit stop de Fórmula 1. Quanto mais cada um puder, quiser, tiver permissão ou for incentivado para o ótimo, melhor será o time como um todo em seu desempenho. Para desenvolver esse tipo de mentalidade, a maioria das escuderias de Fórmula 1 utiliza o “employeeship” que, de uma maneira simplista, é uma forma de auxiliar o colaborador a se desenvolver por sua própria iniciativa e permanentemente. Uma empresa que adota essa ferramenta como política delega ativamente poder e responsabilidades aos funcionários de forma que eles queiram, por iniciativa própria, assumir poder pelos resultados da empresa. Quando a empresa dá oportunidades para o desenvolvimento pessoal, acaba atraindo e retendo funcionários competentes, criando

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um ambiente em que todos ficam motivados dando o melhor de si. Há alguns aspectos dessa ferramenta que as escuderias costumam usar, como: colocar as pessoas em primeiro lugar; ter pessoal qualificado; delegar poder para gerentes e funcionários; administrar para todos. Já os funcionários, têm consciência de que são corresponsáveis pelo sucesso da equipe. Se estiverem dando o melhor de si mesmos, não só a empresa se beneficiará com isso, mas o próprio colaborador será o maior beneficiado. A cultura do employeeship existe quando todos: trabalham para que o time vença; investem com o coração no sucesso do time; demonstram responsabilidade, lealdade e iniciativa; utilizam suas habilidades e praticam outras para obter flexibilidade; procuram ter o mesmo ritmo e o mesmo vigor; são avaliados em relação a conseguir resultados e a não conseguí-los; praticam à exaustão a sua posição; identificam-se com o foco do negócio; estão dispostos a fazer mudanças instantâneas; têm habilidades profissionais, relacionais e aprendem a compartilhar o sucesso. A equipe deve ser entendida como “nossa equipe”; deve saber transpor obstáculos; e deve ser uma equipe inteira, para dar seu máximo. O bom líder de equipe é respeitado, ajuda todos a alcançar o sucesso e recompensa o bom desempenho dos colaboradores. Funcionários, gerentes e empresários precisam conhecer esses caminhos para implementar uma verdadeira parceria dentro da farmácia ou drogaria. Essa é a melhor estratégia para se criar um negócio rentável com clientes satisfeitos, serviços de valor reconhecido e funcionários realizados. FOTO: DIVULGAÇÃO

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ACESSO

Obtenção ampliada

A ANVISA REALIZOU UMA FORÇA-TAREFA E APROVOU O REGISTRO DE UMA SÉRIE DE GENÉRICOS INÉDITOS, QUE DEVEM BENEFICIAR A POPULAÇÃO COM TRATAMENTOS MAIS BARATOS

O POR FLÁVIA CORBÓ

O ano de 2014 não foi o que a indústria de genéricos esperava. O desempenho das vendas ficou abaixo das expectativas do setor. Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), com base nos indicadores do IMS Health, apontam que foram comercializadas 871,7 milhões de unidades de genéricos no ano passado, aumento de 10,6% sobre 2013. A estimativa era de que a expansão poderia chegar a 15% no ano. Já a venda de medicamentos totais (incluindo todas as categorias) atingiu 3,12 bilhões de unidades, alta de 7,8% sobre o ano anterior. A receita, no mesmo período, foi de R$ 65,8 bilhões, aumento de 13,3% sobre 2013. O faturamento das indústrias de genéricos foi de R$ 16,25 bilhões, crescimento de 18,5% sobre 2013. Mesmo com uma expansão acima de dois dígitos, para a presidente da Pró Genéricos, Telma Salles, o desaquecimento da economia no ano passado e o acesso mais limitado à saúde foram os culpados pelo crescimento aquém do esperado. Depois de amargar os resultados obtidos no ano passado, as indústrias fabricantes de genéricos iniciaram 2015 com boas notícias. Com a queda da patente de 15 moléculas, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou o registro

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de uma série de medicamentos genéricos. “Houve um esforço dentro da Anvisa para que isso acontecesse. Por levar acesso e beneficiar tanto população quanto governo, os registros foram priorizados por um conjunto de esforços. Isso prova que é possível aumentar a agilidade dentro do órgão”, conta Telma. A medida deve ampliar a oferta de produtos à população brasileira, já que os produtos chegarão ao mercado com preços 35% menores que os praticados pelos medicamentos de referência, conforme determina a lei. Além disso, o movimento deve ajudar a prescrição de genéricos a ganhar cada vez mais representatividade. Pesquisa do Instituto Close Up, responsável por auditar o receituário no País, indica que os medicamentos genéricos já respondem por 65% do volume das prescrições médicas no Brasil. A chegada de uma leva de produtos a menor custo também deve exercer uma pressão natural no mercado. “Como os genéricos funcionam como um regulador de mercado, os preços tendem a cair significativamente após os lançamentos, beneficiando o consumidor”, diz Telma. De acordo com o diretor comercial da unidade de genéricos da Eurofarma, Jorge Alberto Alves de Sá, o crescimento do portfólio dos genéricos traz ainda mais uma vantagem. “Permite aos médicos que prescrevam um medicamento de qualidade e segurança comprovadas por testes de bioequivalência, garantindo a intercambialidade, ou seja, a substituição segura do medicamento de referência.” FOTO: SHUTTERSTOCK

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ACESSO

LISTA DE NOVOS MEDICAMENTOS GENÉRICOS - 2015 MOLÉCULA

PRODUTO DE REFERÊNCIA

LABORATÓRIO DO PRODUTO DE REFERÊNCIA

ATACAND HCT

ASTRAZENECA BRASIL

INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

EMS GERMED CANDESARTANA CILEXETILA, HIDROCLOROTIAZIDA

CAND CILE+HIDRO MG

LEGRAND NOVA QUÍMICA

ANTI-HIPERTENSIVO

SANDOZ DO BRASIL NOVA QUÍMICA CANDECOR HCT

NOVA QUÍMICA

CANSARCOR HCT

LEGRAND

ERTAPENEM

INVANZ

MERCK SHARP DOHME

ANTIBIÓTICO

ETORICOXIBE

ARCOXIA

SUPERA RX

ANTI-INFLAMATÓRIO

NOVARTIS

IMUNOSUPRESSOR

AFINITOR

EVEROLIMO

CERTICAN EULEXIN

FLUTAMIDA

FLUTAMIDA MG

MERCK SHARP DOHME SANDOZ DO BRASIL APOTEX

ONCOLÓGICO/CÂNCER DE PRÓSTATA

TEFLUT

BLAUSIEGEL

FULVESTRANTO

FASLODEX

ASTRAZENECA BRASIL

ONCOLÓGICO/ CÂNCER DE MAMA

NALBUFINA

NUBAIN

CRISTÁLIA

ANALGÉSICO

RALOXIFENO

EVISTA

BIOLAB-SANUS FARMA

ANTIOSTEOPOROSE

LILLY

DISFUNÇÃO ERÉTIL

VFEND

PFIZER

ANTIFÚNGICO

APROZIDE

SANOFI-AVENTIS

BART H

MOMENTA FARMACÊUTICA

IRBESAR+HIDROCL MG

EUROFARMA

MEBEVERINA

DUSPATALIN

ABBOTT

ANTIESPASMÓDICO (INTESTINO IRRITADO)

NITAZOXANIDA

ANNITA

FARMOQUÍMICA

ANTIPARASITÁRIO

ESTRADIOL, ACETATO NOMEGESTROL

STEZZA

MERCK SHARP DOHME

CONTRACEPTIVO

TEMOZOLOMIDA

TEMODAL

MERCK SHARP DOHME

ONCOLÓGICO/CÉREBRO, PELE, ENTRE OUTROS

ADCIRCA TADALAFILA

CIALIS CIALIS DIÁRIO

VORICONAZOL

HIDROCLOROTIAZIDA, IRBESARTANA

ANTI-HIPERTENSIVO

Fonte: Pró Genéricos 58

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Mas a adoção desses novos medicamentos deve demorar um pouco, segundo Telma. “Todas as vezes em que surge uma opção eficaz e segura, a população tende a aderir, mas primeiro é preciso ganhar conhecimento a respeito da existência dos novos medicamentos. No primeiro ano, os genéricos não tendem a tomar o mercado do de referência. Isso costuma ocorrer depois de dois a três anos. Depende da oferta, se houver outros três genéricos da mesma molécula, por exemplo.” Entre os novos genéricos, existem medicamentos para tratamento de hipertensão, osteoporose, disfunção erétil, antibióticos e anti-inflamatórios, entre outras indicações terapêuticas, incluindo tratamentos de alta complexidade, como câncer de próstata, cérebro, pele e de mama. Há medicamentos bem conhecidos que ganharão versões genéricas, entre eles: o antibiótico Arcoxia (princípio ativo Etoricoxibe), o Cialis, para disfunção erétil (princípio ativo Tadalafila) e o anti-hipertensivo Atacand HCT (Candesartana Cilexetila, Hidroclorotiazida).

NÚMEROS DE DESTAQUE Desde que a Pró Genéricos começou a monitorar o mercado, em 2001, os consumidores brasileiros conseguiram economizar R$ 55,4 bilhões com a aquisição de medicamentos genéricos até 2014. Com a aprovação das novas drogas, a economia deve aumentar consideravelmente, já que o conjunto das que ganharam versões de medicamentos genéricos somou R$ 600,3 milhões em vendas nos últimos doze meses móveis encerrados em novembro de 2014. Para este ano, as perspectivas são boas, considerando os planos de expansão de algumas das principais fabricantes de genéricos do País. A Eurofarma tem como meta chegar ao mercado logo após a expiração de uma patente e, sempre que possível, à frente da concorrência. Por isso, a empresa trabalha em cima de um planejamento de lançar 20 novos produtos ao longo de cada ano. Em 2014, apresentamos o primeiro genérico olmesartana + hidroclorotiazida e também o promestrieno. Neste ano, já colocamos no mercado tadalafila e azitromicina suspensão. Temos excelentes expectativas para 2015”, aposta Alves de Sá. Para que as metas sejam alcançadas, a Eurofarma investe 6% de suas vendas líquidas em pesquisa, desenvolvimento e inovação. “Ao todo são, aproximadamente, 200 projetos no nosso pipeline que inclui: desenvolvimento de genéricos e similares, inovações incrementais e radicais. O valor atribuído ao desenvolvimento de cada produto varia muito em função da complexidade, valor do ativo, testes de bioe-

O PAPEL DO FARMACÊUTICO O farmacêutico é um profissional de saúde com profundo conhecimento técnico que deve pautar sua atuação no ponto de venda de forma ética para orientar pacientes e dispensar os medicamentos de maneira segura. Seu papel é fundamental na orientação e educação do paciente. “O farmacêutico tem como papel indicar ao consumidor a melhor opção farmacêutica. O bom atendimento deve seguir a prescrição médica, mas, sempre que possível, o profissional deve repassar a informação de que há opções mais acessíveis, com a mesma segurança e eficácia. Isso significa garantir acesso, pois há muitos pacientes que deixam de seguir o tratamento porque não têm condições financeiras”, destaca a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos), Telma Salles.

quivalência e, no caso de produtos novos no País, de estudos clínicos”, conta. O Centro de Pesquisa & Desenvolvimento da EMS também recebe 6% do faturamento anual do laboratório em investimentos. Além disso, a companhia conta com parcerias internacionais de licenciamento de produtos inéditos no mercado brasileiro e da parceria técnico-científica com o laboratório de pesquisa italiano MonteResearch. O resultado mais recente desse investimento foi o lançamento de quatro moléculas e quatro apresentações no mercado de genéricos. São elas: Candesartana Cilexetila, Candesartana Cilexetila + Hidroclorotiazida, Pantoprazol (apresentação com 42 comprimidos), Oxalato de Escitalopram (apresentação 15 mg), Valsartana + Hidroclorotiazida (apresentação 320 + 12,5 mg), Dicloridrato de Pramipexol e Sibutramina A empresa não fornece informações isoladas para cada medicamento, mas afirma que continuará trabalhando para permanecer chegando à frente e disponibilizar primeiramente às farmácias e drogarias os principais lançamentos de medicamentos, tanto de genéricos quanto de prescrição médica, Over the Counter (OTC), entre outros. “Em 2015, nosso foco será contribuir para medicamentos que auxiliem no tratamento de asma, dor, depressão, contracepção, doenças cardiovasculares e disfunção erétil”, revela o laboratório. 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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14h às 21h

Confira a programação completa e faça a sua inscrição no hotsite abaixo: www.abradilan.com.br/farma2015

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Apoio

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XI Congresso agenciaenne.com.br

A arte do negócio é saber unir a estratégia e a inovação para ter uma tropa talentosa

Maestro

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João Carlos Martins

Paulo

Waldez

Tema A Música Venceu

Tema Construindo uma Tropa de Elite

Tema Competitividade em Quatro Tempos: Estratégia, Qualidade, Inovação e Talento

Storani

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Segmentos em Exposição

Visitantes

• Medicamentos MIPs, Similares, Genéricos, de Referência e Oficinais • Produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos • Produtos Nutricionais, Apiterápicos e Fitoterápicos • Suplementos Alimentares • Produtos para a Saúde e Produtos Infantis • Empresas Prestadoras de Serviços ao Setor

• Empresários do Setor de Saúde • Executivos de Laboratórios Farmacêuticos • Distribuidores de Medicamentos • Proprietários de Farmácias e Drogarias Independentes • Executivos das Redes de Farmácias

Expositores e Visitantes

Passagens Aéreas e Hospedagens

Informações, valores e condições: E-mail: dinamica@dinamicaeventos.com.br Fone: (85) 3433-6959

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Expo Center Norte - Rua José Bernardo Pinto, 333 Vila Guilherme - São Paulo - SP - CEP 02.055-000

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PESQUISA

Confiança como elo propulsor RESULTADOS DE UM ESTUDO DA ADVANTAGE GARANTEM QUE FABRICANTES E VAREJISTAS DESENVOLVAM PLANOS DE AÇÃO QUE ATENDAM ÀS RESPECTIVAS NECESSIDADES E PRIORIDADES UM DO OUTRO

O POR EGLE LEONARDI

O canal farma está em rápida transformação, o que faz com que indústria e varejo demandem maior profissionalização. Nesse contexto, a colaboração entre parceiros ganha importância, e a informação é cada vez mais relevante, seja para adequação do sortimento e garantia da satisfação do shopper, seja para eficiência de processos. Esses são alguns dos resultados da pesquisa de 2014 da Advantage Group Brazil, que avalia anualmente a visão que o canal farma tem dos fabricantes e, em contrapartida, a visão que estes têm do varejo, ou seja, um ponto avalia a performance do outro, numa via de mão dupla. É uma visão 360 graus que pode, inclusive, contar com comparativos internacionais.

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Essa metodologia mostra também a percepção que os fabricantes têm de seus clientes e os varejistas de seus fornecedores em diferentes níveis hierárquicos e áreas funcionais. Isso tudo é feito simultaneamente. “Assim, com base nos resultados, fabricantes e varejistas podem desenvolver planos de ação com seus parceiros, atendendo às respectivas necessidades e prioridades e assegurando, desta forma, o uso mais eficiente dos recursos”, fala a diretora da Advantage Group Brazil, Ana Fioratti. Como a pesquisa é repetida anualmente (entre maio e junho), é possível também avaliar o impacto das mudanças implementadas, dispondo de um parâmetro bastante preciso que permita realizar os ajustes de percurso ao longo do tempo. Neste ano, foi ampliado o nível de informações fornecido por segmento, ou seja, medicamentos de refeILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK

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rência, Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), higiene pessoal e nutrição. Os laboratórios, varejistas e distribuidores usam as informações da Advantage para ganhar eficiência, melhorar o relacionamento com os seus parceiros e se diferenciar no mercado em que atuam. Por meio da pesquisa, podem-se conhecer as prioridades de atuação para varejistas e indústrias, além das melhores práticas nos mercados de atuação das empresas. “Temos quatro programas contínuos na Advantage Group Brazil: Supermercados, Cash & Carry, Farmácias e Atacadistas. É possível avaliar as performances dos parceiros comerciais neses canais isoladamente e, a partir dos resultados, traçar diagnósticos e planos de ação para trabalhar parcerias e melhorar os negócios de ambos os lados”, lembra Ana. Os programas são divididos em sete dimensões, abordando todos os pilares de relacionamento entre a indústria e o varejo. Em cada um desses pilares, são abordados fatores relevantes para o sucesso do relacionamento entre os parceiros. Adicionalmente são realizadas entrevistas para aprofundar as oportunidades e fortalezas de cada um dos setores e empresas participantes, proporcionando um amplo leque de temas para ser abordados pelas empresas na busca de relações de sucesso. “Um novo fator foi inserido em 2014 nos programas: a avaliação do quesito confiança, considerado fator crítico para o trabalho colaborativo. O tema já foi bastante estudado pelos acadêmicos e é um dos fatores mais cruciais para a colaboração”, ressalta. Ela defende que um ponto fundamental para a confiança se estabelecer é a continuidade dos temas e o cumprimento do que foi prometido em todos os níveis (não somente nas etapas de planejamento, mas durante a execução dos projetos em lojas), que gerem um negócio bom e sustentável para ambos os lados. Vale lembrar que, segundo a diretora, 72% dos varejistas e 68% das indústrias consideram a confiança no parceiro como um fator fundamental para a construção de negócios colaborativos. Para a responsável pelo desenvolvimento do canal farma direto da Unilever, Mariana Takada, “a pesquisa é importante para entender se estamos no caminho certo com nossos clientes. Ela nos dá clareza em qual área estamos bem e em quais precisamos melhorar, e isso nos ajuda a evoluir e nos superarmos cada dia mais”. A especialista menciona que a pesquisa é um canal de comunicação indireto das farmácias com a indústria. O varejo pode falar sobre todas as percepções sem filtros ou receios, com objetivo na melhoria e evolução da relação. Isso contribui bastante no desen-

volvimento dos negócios e faz com que os players sejam mais eficientes e assertivos.

BENEFÍCIO DE TODOS O mercado farmacêutico está em um período de transformação e os programas da Advantage auxiliam, não somente na busca de temas críticos para ambos os lados e definição de prioridades, mas também para o entendimento das razões de sucesso de outros setores – busca de benchmarking – facilitando o acesso a assuntos que guiaram a profissionalização de outros canais, como os supermercados, cujo entendimento dos temas e customização ocasionará a melhoria do canal farma. Além disso, a diretora da Advantage destaca que as indústrias têm acesso não somente às principais tendências do canal farma como um todo – assuntos decisivos, prioridades, maiores oportunidades – mas também a dados específicos de sua empresa, podendo trabalhar em planos personalizados para cada um dos clientes. “Já os varejistas poderão ter acesso à avaliação de sua empresa especificamente, podendo aferir suas fortalezas e oportunidades frente ao setor. As empresas usam os dados de nossos estudos em seu planejamento estratégico e acompanhamento anual do planejamento”, comenta Ana.

COLABORAÇÃO: DA TEORIA À PRÁTICA Para a diretora da Connnect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin, o ambiente atual, mais dinâmico, complexo, altamente competitivo, de mais acesso e opções, tem gerado profundo impacto na relação varejo-fornecedor, exigindo mudanças nos mais variados aspectos da relação. Para que os produtos cheguem ao consumidor final, é necessário que haja interação entre todos os elos da cadeia. Todos, sem exceção, dependem do cliente. É uma dependência mútua que tem levado varejistas e fornecedores ao mesmo objetivo comum: o de atrair, engajar, converter e satisfazer o shopper para criar fidelidade à marca, ao ponto de venda e estimular a recompra. “Além disso, eles têm de unir forças para traçar estratégias conjuntas que permitam atender a este objetivo. Isso inicia um movimento de sair de relações meramente comerciais para a adoção de uma postura mais colaborativa com real orientação para o cliente: o consumidor – seja como usuário ou como shopper”, explica ela. É por meio da colaboração em todos os pilares da relação varejo-fornecedor que a cadeia de abastecimento poderá gerar melhor resultado para o cliente final em termos de disponibilidade de produto, de tempo empregado no pro2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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PESQUISA

cesso de compra, de preço, de melhor experiência, sendo capaz de obter benefícios e resultados sustentáveis. “Mapear e compartilhar conhecimentos e objetivos é a chave para uma colaboração bem-sucedida. Cada vez mais empresas buscam instrumentos e ferramentas de mensuração e monitoramento do processo na prática”, defende a especialista. O objetivo dessas ferramentas é monitorar resultados, avaliando se as ações desenvolvidas no modelo estão atendendo ou não às expectativas de ambos os parceiros e, com isso, servir de apoio para facilitar o processo de tomada de decisão, a otimização dos recursos e a busca de melhores resultados. Para adotar o modelo colaborativo, exige-se uma série de comportamentos imprescindíveis aos envolvidos direta ou indiretamente com o projeto, como engajamento (do top management e de toda a equipe), cultura colaborativa, adaptação, estrutura, comunicação, disponibilidade, comprometimento, cooperação, saber lidar positivamente com conflitos, interdependência, poder e confiança. Fátima explica que a confiança, conforme colocado por Spekman (1988), é o pilar central de uma parceria estratégica. Morgan e Hunt (1994) defendem que a confiança é o maior determinante de uma relação com compromisso. Soma-se ainda a necessidade de se ter um profundo conhecimento no negócio, senso analítico, tendo capacidade de planejar, controlar e executar. “No Brasil, boa parte das redes varejistas e seus fornecedores, para não dizer a maioria, não possui instrumentos para avaliar as relações de parceria, se as mesmas estão atingindo os resultados esperados ou não. Esse fator dificulta identificar em qual estágio de colaboração estamos na prática”, ressalta ela. Segundo Ana, 2014 se mostrou um ano bastante desafiador para o atingimento de resultados. Nesse contexto, a colaboração ganha ainda mais importância, pois estabelece uma vantagem competitiva entre parceiros. O canal farma mostra-se com os melhores resultados e, além do grande foco nos medicamentos de referência e MIPs, os varejistas ampliaram a sua atuação para setores de beleza e saúde como higiene pessoal, dermo e nutrição. A indústria de higiene pessoal, por exemplo, tem no canal farma um vetor importante de crescimento e diferenciação de seus produtos. O grande ponto para evolução diz respeito ao supply (do inglês, fornecimento). Os temas ficam ainda mais críticos em um cenário de consumo menos acelerado. “Quando avaliamos o canal farma, percebemos que houve grandes mudanças nos últimos anos. É um dos canais que passa por uma maior transformação, e indústrias e vare64

jistas têm de se adaptar rapidamente às necessidades do shopper que tem – cada vez mais – definido as farmácias como um canal primário para busca de produtos fora dos tradicionalmente vendidos nestas lojas”, pondera a diretora da Advantage. Entre as principais transformações no canal farma, estão o crescimento de categorias tradicionais no canal alimentar, maior formalização do trabalho (com planos de negócios eficientes), concorrência (impactos de genéricos, farmácias populares e entrada de players internacionais), novos segmentos (dermo e nutrição), desafio da definição de sortimento (segmentos x marcas x SKUs) e tamanho das lojas. Vale salientar que o canal farma começa a investir mais fortemente em gerenciamento de categorias com foco imediato na definição de sortimento e na busca de maior entendimento do shopper. “Nesse contexto, é cada vez mais importante que indústria e varejo trabalhem em conjunto para determinar prioridades, desenhar planos de negócios, buscar diferenciação para os consumidores e inovação na forma de apresentar os produtos. A colaboração com os parceiros comerciais e logísticos vira um fator determinante para o sucesso”, diz Ana.

MEDIDA DE SATISFAÇÃO Percebe-se praticamente uma estagnação na evolução dos parceiros comerciais. As notas de Net Favorable (que vão de -100 a +100) ficam praticamente estáveis ao longo do tempo. NET FAVORABLE Medida de Satisfação

-100

+100

DEFENSORES 1. Uma das melhores empresas 2. Melhor do que a

Acima da média

maioria das empresas 3. Similar às demais empresas

Dentro da média

4. Pior do que a maioria das empresas 5. Uma das piores empresas

Abaixo da média

DETRATORES

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que poderiam agilizar e aprofundar o acesso do shopper aos lançamentos da indústria e inovações oferecidas ao mercado”, comenta Ana.

TOME NOTA Advantage é uma empresa canadense especializada na condução de programas de benchmarking da indústria e varejo e que se expandiu internacionalmente, com atuação em 61 países. Tem 25 anos de experiência em Programas de Benchmarking – Indústria e Varejo – e está presente no Brasil desde 2004. Esse programa de pesquisa é desenvolvido anualmente e é intitulado Advantage Mirror.

Mas o que está por trás desses números? Parceiros estão cada vez mais exigentes, profissionais e críticos. As demandas têm aumentado em ambos os lados frente aos investimentos feitos no canal. Alguns quesitos não evoluíram consistentemente (como supply), impactando as avaliações do setor. Há uma grande diversidade na avaliação dos parceiros: existem indústrias e varejistas muito bem avaliados e outras empresas ainda muito transacionais.

Indústria avalia Varejo

2012

2013

2014

8

6

5

O que piora? • Troca de informações (comercial/operação). • Introdução de itens. • Acesso gerência sênior. • Trabalho corporativo para evitar ruptura. O que melhora? • Implementa plano de negócios. • Padrão de exposição nas gôndolas. • Comunica a estratégia da empresa. • Cria demanda voltada para o shopper.

VAREJO AVALIA A INDÚSTRIA

2012

2013

2014

Indústria avalia Varejo

8

6

5

Na avaliação dos temas em que a indústria mais evoluiu ao longo do tempo, na visão do varejo, estão o foco no canal farma (mais recursos, iniciativas customizadas, entendimento do shopper) e colaboração (desenho de planos de negócios, aproximação de vários níveis das empresas). Os temas em que as indústrias pouco evoluíram ou pioraram estão relacionados, de forma crítica, ao supply.

Varejo avalia Indústria

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17

18

AVALIAÇÃO MÚTUA DE DESEMPENHO NET FAVORABLE

AVALIAÇÃO MÚTUA DE DESEMPENHO NET FAVORABLE

Varejistas e indústrias tornam-se mais exigentes ao longo do tempo.

INDÚSTRIA AVALIA VAREJO A avaliação dos temas de varejo que mais e que menos evoluíram na visão da indústria inclui os temas em que os varejistas mais evoluíram: trabalhar e implementar planos de negócios, maior foco no shopper, busca de uma exposição excelente e maior transparência e comunicação de sua estratégia. Já os temas que pouco evoluíram ou que pioraram estão relacionados à troca de informação, introdução de produtos e SKUs e ruptura. “Estamos falando de processos 66

AVALIAÇÃO MÚTUA DE DESEMPENHO NET FAVORABLE

Varejo avalia Indústria

2012

2013

2014

19

17

18

O que piora? • Lead time. • Processo de emissão de faturas/não conformidade. • Fill rate. • Senso de urgência de equipe. O que melhora? • Recursos. • Iniciativas customizadas. • Planos de negócios estruturados. • Foco no shopper. • Planejamento colaborativo.

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C C M M Y

Y CM

CM MY

MY CY

CY CMY

CMY K K

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PESQUISA

DEZ TEMAS PRIORITÁRIOS NO VAREJO Ao avaliar os assuntos colocados como os mais críticos para os varejistas do canal farma, percebe-se uma grande concentração em fatores relacionados ao supply. Porém observa-se também o ganho de importância da colaboração e das equipes no atingimento de negócios satisfatórios para ambos os lados.

PRIORIDADES PARA COOPERAÇÃO DO FORNECEDOR TOP MANAGEMENT E COMERCIAL

RANKING DE PRIORIDADES 2014

PRIORIDADES PARA COOPERAÇÃO DO FORNECEDOR

2014

PRIORIDADES

IMPORTÂNCIA (1)

IMPORTÂNCIA (1)

Fornece um nível de investimento apropriado e flexível que nos permite atingir os objetivos planejados.

82

2.

Entende e responde a estratégias, objetivos e necessidades específicas da nossa empresa.

78

3.

Trabalha bem conosco/ fácil de fazer negócios.

77

1.

Entrega os pedidos no prazo solicitado.

87

4.

Cria e mantém um clima de cooperação e confiança.

75

2.

Entrega pedidos completos/ alta % de fill rate.

87

5.

Qualidade do contato com as pessoas do fornecedor.

74

3.

Fornece um nível de investimento apropriado e flexível que nos permite atingir os objetivos planejados.

84

6.

A equipe trabalha com senso de urgência adequado para atender às nossas necessidades.

74

4.

Entrega pedidos precisos.

81

7.

O planejamento de negócios conosco é feito utilizando um processo colaborativo.

73

5.

Entende e responde a estratégias, objetivos e necessidades específicas da nossa empresa.

80 8.

70

6.

Trabalha bem conosco/ fácil de fazer negócios.

79

Trabalha conosco no desenvolvimento de planos de categorias, que nos ajudam a obter um crescimento sustentável/lucratividade.

7.

Trabalha proativamente conosco em previsões para evitar rupturas.

79

9.

Comunica de forma clara a estratégia de sua companhia.

67

Possui um prazo de processamento de pedidos que consistentemente atende às nossas necessidades.

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Gestão eficiente de lançamento de novos produtos.

67

8.

9.

A equipe trabalha com senso de urgência adequado para atender às nossas necessidades.

75

Qualidade do contato com as pessoas do fornecedor.

73

10.

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Prioridades com base nas respostas de todos os respondentes do canal – Canal Farmácias

PRIORIDADES

1. TOTAL VAREJO FARMA RANKING DE PRIORIDADES

Prioridades com base nas respostas dos respondentes executivos, gerência sênior e gerentes de categoria/compradores do canal – Canal Farmácias

10.

Nas equipes comercial e top management (alta gerência), destacam-se a importância dada ao compartilhamento das estratégias, entendimento das necessidades dos parceiros comerciais e planos de ação consistentes – e acompanhados com indicadores – que trabalhem os temas críticos e de dife-

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PESQUISA

renciação dos parceiros comerciais. Nesse sentido, a colaboração veio para ficar. Há que se determinar quem são os parceiros estratégicos para cada uma das empresas.

PRIORIDADES PARA COOPERAÇÃO DO FORNECEDOR LOGÍSTICA RANKING DE PRIORIDADES 2014

Prioridades com base nas respostas dos respondentes responsáveis por inventário e logística do canal – Canal Farmácias

PRIORIDADES

IMPORTÂNCIA (1)

1.

Entrega os pedidos no prazo solicitado.

87

2.

Entrega pedidos completos/ alta % de fill rate.

87

3.

Entrega pedidos precisos.

81

4.

Entende e responde a estratégias, objetivos e necessidades específicas da nossa empresa.

81

5.

Trabalha proativamente conosco em previsões para evitar rupturas.

79

6.

Possui um prazo de processamento de pedidos que consistentemente atende às nossas necessidades.

77

7.

Tem um sistema de embalagem e carga que evita avarias durante todo o processo de armazenagem e distribuição.

71

8.

Alinhamento de métricas de supply chain.

70

9.

Desenvolve e implementa programas na cadeia de suprimento que são efetivos na redução de rupturas em nossas lojas.

70

O serviço de atendimento a seus clientes é eficiente e de fácil acesso.

69

10.

DEZ TEMAS PRIORITÁRIOS NA INDÚSTRIA Os temas mais críticos, na visão da indústria, estão relacionados à execução nas lojas. Os laboratórios sinalizam que investem muitos recursos em planejamento e gostariam de ver as lojas de seu cliente refletindo este investimento. Um fator crítico e muito destacado tem relação aos processos de introdução de itens e produtos. Há oportunidades para ambos os lados na busca de garantir para o shopper rapidez no acesso aos produtos alinhados às suas necessidades.

ITENS MAIS BEM AVALIADOS Percebemos grandes diferenças entre os temas colocados como destaque positivo pelo varejo quando focamos os segmentos. Setores mais maduros, como medicamentos de referência e MIPs, têm sua melhor performance no trabalho de apoio às suas marcas, introdução de novos produtos, atendimento de qualidade, entendimento do shopper. Enquanto isso, os setores mais novos – dermo, nutrição e Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC) – estão se destacando em equipes mais focadas no canal farma, comunicação das estratégias para o canal, busca de um relacionamento mais sustentável e construção de confiança entre os parceiros.

AS MAIORES OPORTUNIDADES PARA O SEGMENTO Os temas de maior oportunidade são, em sua maioria, relacionados ao supply (com exceção ao segmento de nutrição ainda em estágios preliminares de relacionamento). Os indicadores básicos como fill rate, lead time e alinhamento de métricas são os mais mencionados pelos varejistas.

O QUE OS PLAYERS FAZEM DIFERENTE Os varejistas que se destacam no canal farma são empresas bastante preocupadas com a execução nas lojas (fator muito mencionado pela indústria), relações comerciais mais sustentáveis (foco em sell out e relacionamento colaborativo) e desenvolvimento de planos de negócios para as categorias. Destaques dos TOP 3 Varejistas CANAL FARMA

Para os times de logística, destacam-se os assuntos relacionados aos fundamentos do negócio: garantir um abastecimento excelente para os parceiros, bem como outros ligados ao relacionamento entre áreas técnicas de ambas as empresas na busca de eficiência em processos, melhor disponibilidade de produtos nas lojas e diminuição de custos na cadeia. 70

Relações Comerciais Desenvolvimento de negócios/categorias Execução em lojas Abordagem estratégica do negócio, clima de confiança, gestão de categorias/itens, colaboração para evitar rupturas, qualificação da equipe.

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PESQUISA

PRIORIDADES PARA COOPERAÇÃO DO VAREJISTA RANKING DE PRIORIDADES

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PRIORIDADES

IMPORTÂNCIA (1)

1.

Implementa o plano de negócio acordado conosco.

83

2.

Trabalha colaborativamente conosco para estimar vendas e necessidades de estoques para evitar rupturas de produtos em promoção.

83

3.

As pessoas estão prontamente disponíveis, seja por telefone ou e-mail.

78

4.

Os planos e programas acordados são executados apropriadamente em todas as lojas.

78

5.

As lojas mantêm um alto padrão de exposição nas prateleiras.

78

6.

As lojas executam os planos de promoção e vendas de acordo com o acordado.

78

7.

A organização tem um sistema de compras ágil.

77

8.

É uma boa empresa para se fazer negócios.

76

9.

Possui um eficiente processo de gestão de logística.

76

10.

As pessoas são qualificadas, habilitadas e experientes.

75

11.

Cria e mantém um clima de cooperação e confiança.

72

12.

Compartilha informações suficientes para permitir um efetivo planejamento de produção.

71

13.

É ágil na introdução de novos itens ou programas de cobertura regional/nacional.

70

14.

Os profissionais da empresa têm autoridade e a utilizam para execução imediata de estratégias e planos acordados.

69

15.

Investe/utiliza processos e tecnologias de supply chain.

69

16.

Tem uma abordagem estratégica de negócios.

68

17.

Trabalha produtivamente de forma a construir negócios lucrativos para ambas empresas.

68

18.

Cria demanda de produtos com programas de marketing focados no cliente/consumidor.

68

19.

Compartilha informações como parte do processo de gerenciamento/desenvolvimento de categorias.

68

20.

A organização apresenta uma comunicação efetiva entre seus departamentos.

67

21.

Possui um eficiente processo de pagamento.

67

22.

Comunica claramente objetivos e estratégias da companhia e das categorias em que atuamos.

65

23.

A organização oferece rápido acesso à gerência sênior, quando necessário.

65

24.

Busca lucratividade por meio do equilíbrio entre maximização de vendas aos consumidores e compras eficientes.

65

25.

Trabalha de maneira colaborativa para otimizar a eficiência da cadeia logística.

64

26.

Utiliza uma abordagem eficiente de gestão de categorias/itens.

61

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RESULTADOS CONSOLIDADOS

PRINCIPAIS DESAFIOS

• 2014 foi um ano marcado por desafios com o varejo e a indústria buscando proteger os seus negócios. • Farma apresenta melhor performance que outros canais. • Varejo e indústria não evoluíram no principal tema sinalizado em 2013: Supply. • Varejistas e indústrias intensificam trabalho colaborativo: vantagem sustentável de negócios, diminuição dos riscos e maior conhecimento do shopper. • Definição de sortimento é um dos principais desafios do setor farma segundo varejistas.

• Canal em rápida transformação: indústria e varejistas mais críticos, demandando maior profissionalização, processos e indicadores de performance, maior profundidade e frequência na troca de informação, compartilhamento das estratégias e desenho e acompanhamento de planos de negócios. • Colaboração entre parceiros ganha importância nesse contexto, focando não somente o relacionamento vendas-compras, mas também o top management e áreas operacionais – logística, customer service e lojas. • Informação é cada vez mais importante, seja para adequação do sortimento e satisfação do shopper ou para eficiência de processos (informações para planejamento de produção, acompanhamento e correção de rupturas e métricas de avaliação alinhadas). • Supply é a área com maior oportunidade para ambos os lados. • Segmentos têm estágios diferentes de desenvolvimento de negócios e parcerias e exigirão focos distintos dos parceiros comerciais.

Destaques das TOP 3 Indústrias CANAL FARMA

PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES NO CANAL FARMA • Crescimento de categorias tradicionais no canal alimentar; • Maior formalização do trabalho: planos de negócios; • Concorrência/canal: impactos de genéricos, farmácias populares e entrada de players internacionais; • Novos segmentos: dermo e nutrição; • Desafio da definição de sortimento: segmentos X marcas X SKUs; • Tamanho das lojas.

Nível de serviço satisfatório Excelência em trade marketing Desenvolvimento de negócios/categorias • Previsão de rupturas/Investimento em logística. • Desenvolvimento de planos de negócios. • Apoio aos programas do varejista. • Iniciativas customizadas. • Otimização do sortimento. • Insights que geram valor para o negócio, colaboração para evitar rupturas, qualificação da equipe. As indústrias de maior destaque no canal têm melhores indicadores de supply, excelência em trade marketing e foco em categorias, que são quesitos colocados como críticos para os varejistas. 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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PLENANCE - rosuvastatina cálcica. 10 mg em embalagens com 10 ou 30 comprimidos revestidos. 20 mg em embalagens com 30 comprimidos revestidos. Uso oral e uso adulto e pediátrico (acima de 10 anos de idade). Indicaçõ com hipercolesterolemia. Redução do LDL-c, colesterol total e triglicérides elevados; aumento do HDL-c em pacientes com hipercolesterolemia primária (familiar heterozigótica e não familiar) e dislipidemia combinada (mista) [Fredrickson t HDL-c, não-HDL-c/HDL-c, ApoB/ApoA-I e aumento da ApoA-I nessas populações. Tratamento isolado de hipertrigliceridemia [hiperlipidemia de Fredrickson tipo IV]. Redução do colesterol total e LDL-c em pacientes com hipercolesterolem redução de lipídios (como por ex.: aférese de LDL), se tais tratamentos não forem suficientes. Retardo ou redução da progressão da aterosclerose. Em crianças e adolescentes de 10 a 17 anos de idade está indicado para redução do Contraindicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula; em pacientes com doença hepática ativa Também está contraindicado durante a gravidez e a lactação e em mulheres com potencial de engravidar, e que não estão usand Contraindicações: em pacientes que consomem quantidades excessivas de álcool e/ou que tenham história de doença hepática. É recomendado que os testes de enzimas hepáticas sejam realizados antes e por 12 semanas após o início da terapia e no caso de efeitos musculoesqueléticos, como mialgia, miopatia e, raramente, rabdomiólise, sendo sua frequência maior no uso pós-comercialização com doses mais altas. Os níveis de creatinaquinase (CK) devem ser medidos na presença de qua elevados (> 10 vezes o limite superior de normalidade, LSN) ou suspeita de miopatia. Houve relatos muito raros de uma miopatia necrotizante imunomediada caracterizada clinicamente por fraqueza muscular proximal persistente e elevaçã rosuvastatina. Testes neuromusculares e sorológicos adicionais podem ser necessários. Tratamento com agentes imunossupressores podem ser requeridos. Foi observado um aumento da incidência de miosite e miopatia em pacientes que e fíbrico, incluindo genfibrozila, ácido nicotínico, antifúngicos do grupo azóis e antibióticos macrolídeos. Deve ser prescrito com precaução em pacientes com fatores de predisposição para miopatia (insuficiência renal, idade avançada e hipotir O tratamento deve ser temporariamente interrompido na presença de condição aguda grave sugestiva de miopatia ou que predisponha ao desenvolvimento de insuficiência renal secundária à rabdomiólise (sepse; hipotensão; cirurgia d controladas). Foi observado aumento dos níveis de HbA1c e de glicose sérica e, em alguns casos, este aumento pode exceder o limiar para o diagnóstico do diabetes, principalmente em pacientes com alto risco de desenvolvimento do diabet asiáticos comparados aos caucasianos. Crianças e adolescentes de 10 a 17 anos de idade: a avaliação do crescimento linear (altura), peso, índice de massa corpórea e características secundárias de maturidade sexual pelo estágio de farmacológicos não revelaram evidências de efeito sedativo da rosuvastatina, não sendo esperado que afete a capacidade dos pacientes em dirigir veículos ou operar máquinas. Este medicamento contém lactose (0,0916g/comprimido d intolerância à lactose. Gravidez e lactação: lactação: Categoria de risco na gravidez: X. Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas ou que possam ficar grávidas durante o tratamento. tratamento. A segurança da rosuvastatina duran métodos contraceptivos apropriados. Interações com medicamentos, alimentos e álcool: varfarina: varfarina: pode aumentar a razão internacional normalizada (INR), sendo recomendada sua monitoração tanto no início, ajuste de dose ou término entre rosuvastatina e fenofibrato tinha sido observada, uma interação farmacodinâmica pode ocorrer. A genfibrozila, o fenofibrato e outros ácidos fíbricos, incluindo o ácido nicotínico, podem aumentar o risco de miopatia quando administrad aumento da exposição sistêmica à rosuvastatina, em combinação com ritonavir. Antiácidos: diminuição da concentração plasmática da rosuvastatina. ácido fusídico: estudos de interação com rosuvastatina e ácido fusídico não foram co foram relatados na experiência pós-comercialização com a administração concomitante de rosuvastatina e ácido fusídico. Os pacientes devem ser rigorosamente monitorados e a suspensão temporária do tratamento com rosuvastatina po não reduz a concentração de cortisol plasmático basal ou prejudique a reserva adrenal, deve-se ter cautela se a rosuvastatina for administrada concomitantemente com fármacos que podem diminuir os níveis ou a atividade de hormônio alterações de exames laboratoriais: comuns (≥ 1% e < 10%): 10%): cefaleia, mialgia, astenia, constipação, vertigem, náusea e dor abdominal. Incomuns (≥ 0,1% e < 1%): 1%): prurido, exantema e urticária. Raras (≥ 0,01% e < 0,1%): 0,1%): miopatia Rabdomiólise, ocasionalmente associada ao dano da função renal. Efeitos laboratoriais:: como com outros inibidores da HMG-CoA redutase, foi observado aumento relacionado à dose, das transaminases hepáticas e da CK em um peq pacientes tratados com a rosuvastatina. Foram observados testes de análise de urina anormais (teste de fita reagente positivo para proteinúria) em um pequeno número de pacientes tomando rosuvastatina e outros inibidores da HMG-CoA r diminui ou desaparece espontaneamente com a continuação do tratamento e não é um indicativo de doença renal aguda ou progressiva. Experiência pós-comercialização: muito raras: raras: artralgia; icterícia e hepatite; perda da memória. necrotizante imunomediada (como com outros inibidores da HMG-CoA redutase, a frequência relatada para rabdomiólise no uso pós-comercialização é maior com as doses mais altas administradas), neuropatia periférica, depressão, distú de idade: O perfil de segurança da rosuvastatina é semelhante em crianças ou adolescentes e adultos embora elevações de CK > 10 x LSN e sintomas musculares após exercício ou aumento da atividade física, que se resolveram mesmo crianças e adolescentes. Entretanto, as mesmas precauções e advertências para os pacientes adultos são também aplicáveis para crianças e adolescentes. Posologia: hipercolesterolemia primária (incluindo hipercolesterolemia familia dose inicial habitual de 10 mg/d. Uma dose inicial de 5 mg pode ser considerada para populações especiais de pacientes, quando necessária. Em hipercolesterolemia grave (incluindo hipercolesterolemia familiar heterozigótica), ou aque Hipercolesterolemia familiar homozigótica: homozigótica: dose inicial de 20 mg/d.. Em crianças e adolescentes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica a dose usual é de 5 mg a 20 mg/d. A dose deve ser apropriadamente titulada para atingir o o população.Em crianças e adolescentes com hipercolesterolemia familiar homozigótica a experiência é limitada a um pequeno número de pacientes (idade igual ou maior que 8 anos). Em idosos, em pacientes com insuficiência renal de lev Plenance® não deve exceder 10 mg/d. A faixa de dose habitual se aplica a pacientes com insuficiência hepática de leve e moderada. Foi observado aumento da exposição sistêmica à rosuvastatina em pacientes com insuficiência hepática de 5 mg de rosuvastatina deve ser considerada para pacientes descendentes asiáticos Foi observada uma concentração plasmática aumentada de rosuvastatina em descendentes asiáticos. O aumento da exposição sistêmica deve ser leva controlada com doses diárias de até 20 mg. Polimorfismo genético: genético: genótipos de SLCO1B1 (OATP1B1) c.521CC e ABCG2 (BCRP) c.421AA têm mostrado serem associados com um aumento da exposição rosuvastatina (AUC) em compara recomenda-se uma dose máxima de 20 mg de rosuvastatina, uma vez ao dia. Terapia concomitante: concomitante: a rosuvastatina é um substrato de várias proteínas transportadoras (por exemplo, OATP1B1 e BCRP). O risco de miopatia (incluindo rabd que podem aumentar a concentração plasmática da rosuvastatina devido às interações com essas proteínas transportadoras (por exemplo, ciclosporina e alguns inibidores de protease, incluindo combinações de ritonavir com atazanavir, lop necessário, considerar a interrupção temporária da terapia com rosuvastatina. Em situações em que a coadministração destes medicamentos com rosuvastatina é inevitável, o benefício e o risco do tratamento concomitante e ajustes da pos dose: ciclosporina (aumento da exposição sistêmica à rosuvastatina, para uma faixa de dose de 10 a 40 mg de rosuvastina, esta associação não é recomendada); genfibrozila (aumento de exposição sistêmica à rosuvastatina, pacientes em dose: Cintia Delphino de Andrade CRF-SP nº 25.125. LIBBS FARMACÊUTICA LTDA/ CNPJ 61.230.314/0001-75/Rua Alberto Correia Francfort, 88/Embu-SP/Indústria Brasileira /PLENANCE-MB01-14/Serviço de Atendimento LIBBS: 08 consultado. Documentação Científica e informações adicionais estão à disposição da classe médica, mediante solicitação. REFERÊNCIAS: 1.ROSENSON, R.S. Statins: actions, side effects, and administration. UptoDate[Online]. [Online]. rosuvastatin versus atorvastatin, simvastatin, and pravastatin across doses (STELLAR Trial). Am J Cardiol., v.92, p.152–60, 2003. 3.STONE, N.J. et al. 2013 ACC/AHA Guideline on the Treatment of Blood Cholesterol to Reduce Atherosclerotic O. et al. ECLIPSE Study Investigators. Efficacy and tolerability of rosuvastatin and atorvastatin when force-titrated in patients with primary hypercholesterolemia: results from the ECLIPSE study. Cardiology,, v.111, n.4, p.219-28, 2008. 5.RID protein. N Engl J Med.,, v.359, n.21, p.2195-207, 2008. 6.CROUSE, J.R. An evaluation of rosuvastatin: pharmacokinetics, clinical efficacy and tolerability. Expert Opin Drug Metab Toxicol. 2008 Mar;4(3):287-304, 2008. 7.McKENNEY, J.M. E 47, 2005. 8.OHSFELDT, R.L. et al. Cost-effectiveness of rosuvastatin 20 mg for the prevention of cardiovascular morbidity and mortality: a Swedish economic evaluation of the JUPITER trial. J Med Econ,, v.15, n.1, p.125-33, 2012. 9.GUIA DA

Contraindicação: Doença hepática ativa. Interações: Não deve ser usado em associação Anuncio.indd 2

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O PACIENTE NÃO VAI LUTAR

PARA VENCER O COLESTEROL SE O MÉDICO NÃO DER A ELE O EQUIPAMENTO CERTO.

e idade). Indicações: tratamento adjuvante à dieta quando a resposta à dieta e aos exercícios é inadequada em pacientes sta) [Fredrickson tipo IIa e IIb]. Diminuição da ApoB, não-HDL-c, VLDL-c, VLDL-TG, e das razões LDL-c/HDL-c, C-total/ hipercolesterolemia familiar homozigótica, tanto isoladamente quanto como adjuvante à dieta e a outros tratamentos de para redução do colesterol total, LDL-C e ApoB em pacientes com hipercolesterolemia familiar heterozigótica (HeFH). ue não estão usando de métodos contraceptivos apropriados. Precauções e Advertências: Advertências: deve ser usada com cautela erapia e no caso de qualquer elevação da dose, e depois periodicamente (por exemplo, semestralmente). Foram relatados a presença de quaisquer sinais ou sintomas sugestivos de miopatia. O tratamento interrompido em níveis notadamente rsistente e elevação da creatinoquinase sérica durante o tratamento ou após a descontinuação de estatinas, incluindo a m pacientes que estavam recebendo outros inibidores da HMG-CoA redutase junto com ciclosporina, derivados do ácido avançada e hipotireoidismo) ou em situações em que pode ocorrer um aumento nos níveis plasmáticos da rosuvastatina. otensão; cirurgia de grande porte; trauma; alterações metabólicas, endócrinas e eletrolíticas graves; ou convulsões não vimento do diabetes mellitus. Estudos de farmacocinética mostraram aumento na exposição em pacientes descendentes al pelo estágio de Tanner em pacientes pediátricos que utilizam rosuvastatina, é limitada ao período de um ano. Testes 16g/comprimido de 10 mg e 0,1832 g/comprimido de 20 mg), portanto, deve ser usado com cautela em pacientes com osuvastatina durante a gravidez e a lactação não foram estabelecidas. Mulheres com potencial de engravidar devem usar e dose ou término do tratamento. fenofibratos/derivados do ácido fíbrico: embora nenhuma interação farmacocinética uando administrados concomitantemente com inibidores da HMG-CoA redutase. Inibidores da protease, ciclosporina ciclosporina: dico não foram conduzidos. assim como com outras estatinas, eventos musculares relacionados incluindo rabdomiólise m rosuvastatina pode ser apropriada. Apesar de estudos clínicos terem demonstrado que rosuvastatina em monoterapia dade de hormônios esteroidais endógenos, tais como cetoconazol, espironolactona e cimetidina. Reações Adversas e < 0,1%): 0,1%): miopatia (incluindo miosite), reações de hipersensibilidade (incluindo angioedema), rabdomiólise e pancreatite. da CK em um pequeno número de pacientes em tratamento com rosuvastatina. Foi observado aumento da HbA1c em es da HMG-CoA redutase. A proteína detectada foi principalmente de origem tubular. Na maioria dos casos, a proteinúria erda da memória. Rara:: aumento das transaminases hepáticas. Frequência desconhecida: desconhecida: trombocitopenia, miopatia a, depressão, distúrbios do sono (incluindo insônia e pesadelos), ginecomastia. Crianças e adolescentes de 10 – 17 anos solveram mesmo com a continuação do tratamento, foram observados com maior frequência nos estudos clínicos com sterolemia familiar heterozigótica), dislipidemia mista, hipertrigliceridemia isolada e tratamento da aterosclerose: ozigótica), ou aqueles pacientes que necessitam atingir metas agressivas de redução de LDL-C, dose inicial de 20 mg. da para atingir o objetivo do tratamento. A segurança e eficácia de doses maiores que 20 mg não foram estudadas nessa iência renal de leve a moderada, usar a faixa de doses habitual. Para pacientes com insuficiência renal grave, a dose de uficiência hepática grave; portanto, o uso de doses superiores a 10 mg deve ser cuidadosamente avaliado. A dose inicial mica deve ser levado em consideração no tratamento destes pacientes cuja hipercolesterolemia não for adequadamente AUC) em comparação com SLCO1B1 c.521TT e c.421CC ABCG2. Para os pacientes com genótipo c.521CC ou c.421AA, atia (incluindo rabdomiólise) é maior quando rosuvastatina é administrado concomitantemente com certos medicamentos com atazanavir, lopinavir, e/ou tipranavir). Sempre que possível, medicamentos alternativos devem ser considerados e, se te e ajustes da posologia de Plenance® devem ser cuidadosamente considerados. Interações que requerem ajuste de atina, pacientes em uso desta combinação não devem exceder a dose de 20 mg/d). Reg.MS 1.0033.0170/Farm. Resp.: dimento LIBBS: 08000-135044. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. A persistirem os sintomas, o médico deve ser UptoDate[Online]. [Online]. New York: Wolters Kluwer: Oct 16, 2014. 2.JONES, P.H. et al. Comparison of the efficacy and safety of uce Atherosclerotic Cardiovascular Risk in Adults, J Am Coll Cardiol, Nov 7, n.13, pii: S0735-1097, 2013. 4.FAERGEMAN, 19-28, 2008. 5.RIDKER, P.M. et al. Rosuvastatin to prevent vascular events in men and women with elevated C-reactive McKENNEY, J.M. Efficacy and safety of rosuvastatin in treatment of dyslipidemia. Am J Health-Syst Pharm Pharm,, v.62, p.10333, 2012. 9.GUIA DA FARMÁCIA. São Paulo: Contento, v.22, n.266, 2015. Suplemento Lista de Preços.

ociação com a genfibrozila. Anuncio.indd 3

PLENANCE: A POTÊNCIA QUE SÓ

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1-4

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A MELHOR

ESCOLHA PARA UMA VIDA PLENA.6-9

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ESTRATÉGIA

Força que vem da união EM VEZ DE EMPREENDER GRANDES RECURSOS FINANCEIROS E HUMANOS PARA CRIAR UM PROGRAMA DE FIDELIZAÇÃO, SE ASSOCIAR A UMA PLATAFORMA DE COALIZÃO PODE SER UM CAMINHO MAIS FÁCIL E IGUALMENTE RENTÁVEL

T

POR FLÁVIA CORBÓ

Todos os anos, uma empresa perde, em média, 10% de seus clientes. Se o índice de perda fosse reduzido pela metade, os ganhos das companhias poderiam crescer em mais de 30%. Cientes disso, varejistas começaram a explorar maneiras de retenção. Especialistas afirmam que ações de fidelização custam até nove vezes menos que o movimento de captação de novos clientes. Elaborar promoções mirabolantes a fim de atrair o consumidor que passa na porta da loja também não é das estratégias mais eficientes, já que se trata de uma medida cara e pode não funcionar para um cliente que busca muito mais que preço.

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A saída encontrada, então, foi investir em programas de fidelização, que permitem que o consumidor acumule pontos a cada compra e, posteriormente, os troque por algum benefício. A estratégia mostrou-se eficiente, mas, ao mesmo tempo, onerosa, já que exigia da loja a adoção de um banco de dados informatizado, conhecido como Big Data, além de uma equipe capacitada. Nesse programa, instalado nos computadores, por exemplo, são armazenadas todas as informações relevantes sobre quem é cada um dos clientes. Com esses dados, é possível formar uma base de clientes e, a partir do histórico de cada um, criar o atendimento inteligente, baseado em ações personalizadas e ofertas pertinentes. “Houve uma evolução desde os últimos ILUSTRAÇÃO/FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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anos, quando tudo o que havia era um acúmulo de pontos. Agora, a partir da identificação dos clientes, criam-se vantagens segmentadas. A personalização aumenta o engajamento”, avalia o diretor da Gouvêa de Souza – GS&MD, Eduardo Yamashita. O que já era eficiente começou a ficar ainda melhor com a chegada de empresas detentoras de programas de coalizão, que possibilitam que O presidente da Netpoints, o acúmulo de pontos em deCarlos Formigari, acredita terminada loja seja trocado que há um desafio em por benefícios em uma série formar a cultura de fidelização no Brasil de outros locais, pertencentes à mesma plataforma. Além de ser mais vantajoso para o consumidor, também há benefícios ao varejista associado. “Quando o varejista opta por entrar em uma plataforma multiparceiros, toda esta base de infraestrutura e de contratualidade, regulamento com o consumidor, é centralizada no administrador do programa. Não há necessidade de um investimento alto e nem é preciso gerir algo que não seja o core business da loja, como pontos e prêmios. A plataforma também oferece menos riscos, já que ela conta com especialistas que cuidam do sistema”, explica o presidente da Netpoints, Carlos Formigari.

SISTEMA DE OPERAÇÃO Entre os serviços oferecidos pelas empresas de multiparceiros, estão o cadastramento de clientes e a análise de comportamento de cada consumidor, baseada na ces-

O CONCEITO DE ACÚMULO DE PONTOS PARA TROCA POR BENEFÍCIOS AINDA É MUITO NOVO NO BRASIL. HÁ PAÍSES EM QUE OS PROGRAMAS DE FIDELIZAÇÃO JÁ EXISTEM HÁ MAIS DE 20 ANOS E METADE DA POPULAÇÃO ESTÁ CADASTRADA

ta de compras, tíquete médio e frequência. A partir dos dados obtidos, estudiosos elaboram ação de Costumer Relationship Management (CRM), como ativação de cliente, rentabilidade, recuperação de clientes e até pesquisas com os consumidores. “A análise de dados é uma das etapas mais complexas dentro da nossa operação. Contamos com 400 pessoas para cuidar disso”, revela o presidente da Dotz, Roberto Chade. Para o executivo, boa parte das empresas brasileiras ainda trabalha no escuro. Toma decisões baseadas na intuição e não em dados. “É preciso investir em informação. Nesse sentido, varejistas on-line têm vantagem maior. Eles já trabalham com muitos dados. Foram eles que resgataram a importância de conhecer quem é o consumidor”, complementa. Com essas informações, as empresas conseguem basear suas decisões estratégicas com foco no cliente, desenvolver relacionamento e aumentar o gasto do consumidor na loja, comunicar promoções, fidelizar e angariar novos clientes. Mas melhorar o relacionamento com o consumidor está longe de ser o maior objetivo dos programas de coalizão. “Fidelidade é importante, mas os negócios devem ser pautados em resultados. A fidelidade é o caminho”, destaca Chade. Com mais de 13 milhões de cadastrados, a Multiplus é um dos exemplos brasileiros de sucesso. Quando a empresa surgiu no Brasil, em 2010, possuía 110 parceiros comerciais. Hoje, já são 477. De acordo com o presidente da Multiplus, Roberto Medeiros, o sucesso das empresas de coalizão está nas diversas oportunidades de fazer negócio. Com o lançamento de determinada oferta, o programa pode ajudar o varejista a reduzir estoque, direcionando a compra de tal produto; transmitir mensagens dos parceiros; fidelizar e conquistar novos clientes; reduzir a necessidade de dar descontos financeiros; e dar destaque a determinado ponto de venda, como foi o caso do Ponto Frio, que desejava ser visto como um local para se adquirir aparelhos celulares. Com o lançamento da oferta de troca de pontos por um celular da marca Apple, a Multiplus conseguiu aumentar em 23% as vendas na rede de eletroeletrônicos, sendo que 89% das pessoas que compareceram às lojas eram novos clientes. Além de trazer benefícios aos varejistas, as plataformas de coalizão possuem o cuidado em não atender a empresas concorrentes diretas. Para evitar esses conflitos, a Netpoints divide o Brasil em cerca de 50 regiões, de 2 a 3 milhões de habitantes cada. Dentro de cada uma dessas áreas, a empresa mapeia os prin2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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ESTRATÉGIA

cipais players do varejo, em diferentes categorias, com farmácias, supermercados, postos de gasolina e vestuário, formando uma cesta de compra de uma família. “A partir disso, selecionamos os três líderes de cada segmento em determinada região e apresentamos nossa plataforma e oferecemos um contrato de exclusividade. Ou seja, a partir do momento em que uma farmácia de tal região se associa a nós, não teremos outro parceiro do mesmo segmento na mesma área”, detalha Formigari, da Netpoints.

DESAFIOS PRESENTES

QUEM FAZ

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muito concentrados nas classes A e B. “É muito importante que o programa faça parcerias com empresas locais, em todas as unidades da federação, para agregar mais valor e motivar o cliente, que terá um leque maior de opções para pontuar”, declara a diretora comercial das farmácias Pague Menos, Patriciana Rodrigues. Primeiramente, a rede iniciou a parceria nas praças de Fortaleza, Belo Horizonte, Campinas e em mais 20 cidades. Mas sendo a única rede do varejo farmacêutico presente em todos os estados, em 2012, a Pague Menos expandiu a parceria para todo o País. “Isso tem se mostrado eficiente na entrega do que a Pague Menos busca, que é exclusividade no setor, diferencial e percepção de vantagem para o cliente”, afirma a executiva. Atualmente, o perfil de consumidores da rede que se utilizam do sistema Dotz está concentrado nas classes A, B e C, sendo esta última responsável por 45% da base. São clientes instruídos, 93% apresentam segundo grau completo ou mais, igualmente divididos entre homens e mulheres. “O programa foi muito bem-sucedido. O investimento feito pela Pague Menos se pagou em seis meses”, conta Chade, presidente da Dotz.

E CO N TEÚDO

Em 2005, a rede de farmácias Pague Menos lançou o cartão ‘Sempre Pague Menos’, com o objetivo de fidelizar clientes com descontos exclusivos concedidos no ato da compra. Mais que isso, a estratégia possibilitava a formação de um banco de dados para ações de marketing direto, com informações, como faixa etária, escolaridade, local de residência, profissão do cliente, assim como a patologia para a qual comprava medicamentos. Com os dados, seriam elaboradas estratégias para grupos selecionados. Dois anos depois, a rede decidiu dar mais robustez ao programa de fidelização e optou por se associar à Dotz, que oferecia a possibilidade de ter acesso a um maior número de pessoas aos programas de pontuação, antes

Rede Pague Menos decidiu se aliar à Dotz para incrementar o programa de fidelização criado em 2003

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O conceito de acúmulo de pontos para troca por benefícios ainda é muito novo no Brasil. Enquanto a pioneira Multiplus desembarcou por aqui em 2010, há países em que os programas de fidelização já existem há mais de 20 anos e metade da população está cadastrada em algum tipo de programa de fidelidade. “Aqui, não há nenhum programa que tenha mais de 20 milhões de clientes cadastrados, o que daria 10% da população. Há um desafio de formar a cultura de fidelização, mas acreditamos que, dentro dos próximos três a quatros anos, o cenário já terá mudado muito”, aposta Formigari. Dado o fato de que o consumidor médio brasileiro ainda desconhece os programas de fidelidade, a empresa coloca as lojas de troca dentro dos próprios varejistas, sejam produtos da própria loja ou de alguma outra empresa parceira. “O consumidor não precisa entrar em um site, ligar para uma central; se ele quiser, pode trocar ali imediatamente.” A estratégia tem dado certo. Cerca de 95% da troca de pontos realizada por clientes da Netpoints é feita dentro do próprio varejo. “Dessa forma, o consumidor ganha confiança e vê que o programa funciona mesmo. Essa talvez seja a chave do sucesso para formar a cultura de acúmulo de pontos.”

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Atenção Farmacêutica nas redes OS SERVIÇOS PRESTADOS NAS FARMÁCIAS TÊM BENEFICIADO A POPULAÇÃO E SÃO IMPORTANTES FERRAMENTAS DE FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

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POR EGLE LEONARDI

Buscando prestar um serviço de saúde com qualidade à população e, com isto, conquistar a fidelização de seus clientes, muitas redes de farmácias começaram a implantar os serviços de Atenção Farmacêutica (AF) em suas unidades. Algumas delas têm aumentado a carteira de clientes por conta da indicação de quem já recebeu esse atendimento diferenciado. As farmácias têm dado um passo à frente e iniciado um novo ciclo no mercado farmacêutico brasileiro. Esse passo se reflete na Resolução 586, de 29 de agosto de 2013, do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e, mais recentemente, na publicação da Lei Federal 13.021/14,

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que institui no País a prescrição farmacêutica e resgata a farmácia como estabelecimento de saúde. Assim, as normas trazem uma nova posição do farmacêutico na farmácia e novas oportunidades de gerar lucros e fidelizar clientes. Exemplos disso são os cases de algumas redes, grandes e pequenas, que apostam nesse novo modelo e passam a prestar importante serviço aos consumidores de medicamentos e à comunidade onde estão inseridas, como as redes Minas-Brasil, Unicom, Farmácia Verde, Pague Menos, entre outras. Claro que há aquelas que não consideram o serviço viável no momento. Por exemplo, a rede Farma & Cia ainda não o implantou. O diretor da empresa, FOTOS: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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AS FARMÁCIAS TÊM DADO UM PASSO À FRENTE E INICIADO UM NOVO CICLO NO MERCADO FARMACÊUTICO BRASILEIRO. ESSE PASSO SE REFLETE NA RESOLUÇÃO 586, DE 29 DE AGOSTO DE 2013, DO CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF) E, MAIS RECENTEMENTE, NA PUBLICAÇÃO DA LEI FEDERAL 13.021/14, QUE INSTITUI NO PAÍS A PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA E RESGATA A FARMÁCIA COMO ESTABELECIMENTO DE SAÚDE Marcelo Martins, explica que os motivos da inexistência de um local específico vão desde espaço físico até a falta de profissionais preparados para tal responsabilidade. “Acredito que essa implantação ocorrerá se houver de fato uma demanda específica para isso. Vejo uma proposta simples na teoria, porém ainda complexa na prática”, ressalta. Já o diretor farmacêutico da rede Minas-Brasil, Luciano Guedes, diz que, desde o início, suas lojas já trabalham com um espaço exclusivo para a Atenção Farmacêutica. No local, são prestados serviços, como aferição da pressão, determinação da glicose, aplicação de injeção, perfuração do lóbulo auricular (colocação de brincos) e realização de curativos. “O serviço foi instituído para contribuir com o sucesso do tratamento (adesão), facilitar o acompanhamento individual quanto à evolução clínica de cada caso, além de fortalecer os laços com o cliente”, fala ele. Assim, a AF possibilita a fidelização do cliente, pois ele retornará sempre à farmácia. As instalações físicas destinadas à atividade possuem 4m2 por 3m2 – tamanho superior ao projeto que apresenta dois por um. Na manipulação, a sala para Atenção Farmacêutica tem mesa e sistema computadorizado.

“Os eventos não são agendados. Em alguns casos, a necessidade do serviço é identificada no atendimento ao cliente e o mesmo é encaminhado ao setor. Em outros, é realizado o atendimento quando o cliente pergunta sobre sua existência no balcão ou quando já conhece o setor destinado à prestação do serviço e o procura sem auxílio de atendentes ou vendedores”, comenta Guedes. A Drogaria Minas-Brasil, maior rede de farmácias do norte de Minas, possui 26 lojas em Montes Claros (MG). Há lojas com espaço para manipulação, onde é feita a prescrição farmacêutica, com registro manual e em sistema informatizado.

SUPORTE DIFERENCIADO O diretor da rede Unicom, Hernan Silva, explica que suas lojas oferecem Atenção Farmacêutica há 20 anos. No espaço de 16m², são feitas a orientação ao paciente sobre medicamentos, aferição de glico-

Mesmo antes da Lei 13.021/14, a rede Minas-Brasil já tinha espaço para Atenção Farmacêutica 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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A Atenção Farmacêutica é considerada parte do plano de negócio da Farmácia Verde. Indicação de clientes aponta que a estratégia funciona

se e pressão e informações sobre diabetes. “Temos o Serviço de Atendimento ao Paciente (SAP), para dar um suporte diferenciado ao cliente. A partir dele, são passadas as informações para seu médico”, lembra o diretor. Ele comenta que o atendimento é agendado com os farmacêuticos, mas eles não fazem a prescrição, somente oferecem a orientação. “A marca Unicom é referência em bom atendimento para qualquer tipo de paciente, uma vez que não vendemos somente medicamentos, mas materiais hospitalares e temos lojas completas para o tratamento do paciente portador de diabetes”, destaca. Assim, diabéticos e hipertensos contam com atendimento diferenciado por meio de um cadastro exclusivo nas lojas Unicom. Esse cadastro é feito pelos farmacêuticos das unidades e permite a construção de uma relação terapêutica efetiva, identificando, com os que estão em tratamento, os principais problemas e o estado de saúde em geral. “Os farmacêuticos atuam de forma responsável, dentro de seu escopo de trabalho, e dão orientações quanto ao uso dos medicamentos, possíveis interações e, quando necessário, podem encaminhar a outros profissionais da saúde”, diz Silva. O intuito é reafirmar o compromisso de funcionar como um shopping da saúde e um centro de atenção à comunidade, contribuindo para melhorar a qualidade de vida das pessoas. 82

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As drogarias da Unicom ainda dispõem de artigos de higiene e prateleiras completas de perfumaria, maquiagem e um portfólio para o mercado da beleza. A rede possui 15 lojas em Brasília, Goiânia e Palmas e faz parte do Grupo Unicom, detentor também de lojas de produtos cirúrgicos, hospitalares e de bem-estar. Já o farmacêutico proprietário da Farmácia Verde, Genilson Lima, diz que seu diferencial com relação às demais é justamente a Atenção Farmacêutica – serviço idealizado antes da abertura das lojas, em Lajedo (PE). Ela sempre fez parte do seu plano de negócio. No espaço, são feitas a aferição de pressão arterial, de temperatura corpórea, acompanhamento farmacoterapêutico e prescrição farmacêutica. “O serviço foi implantado porque sabemos que a maior e melhor arma do bom farmacêutico é justamente ele, pois podemos promover o bem-estar e a saúde para os nossos clientes/pacientes”, lembra Lima. Ele diz que, entre os resultados positivos que tem colhido, está o reconhecimento profissional de suas farmácias e, consequentemente, do farmacêutico. “Outro fator muito interessante que venho observando são as indicações que nossos clientes/pacientes fazem para outras pessoas, e esses resultados vêm crescendo cada dia mais.”

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Antes do atendimento nas lojas, a Pague Menos investiu no SAC Farma, que recebeu 80 mil ligações em 2013

O espaço dentro da farmácia não é grande: contém um birô (mesa de escritório), duas cadeiras (para o paciente e o acompanhante) e o ambiente tem ar-condicionado. O atendimento não exige hora marcada. “Se o meu cliente/paciente chegar à farmácia com a intenção de uma consulta farmacêutica, convido-o a entrar e daí a realizo”, enfatiza Lima. A prescrição farmacêutica é documentada por meio de software específico para a ação.

ATENDIMENTO GRATUITO As Farmácias Pague Menos disponibilizam, de forma gratuita, duas modalidades de atendimento: o SAC Farma, que iniciou atividades em 1997; e o Clinic Farma, em operação desde o julho de 2014. Criado em 2000 como um serviço complementar às filiais, o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) das Farmácias Pague Menos passou a demandar um atendimento mais amplo por farmacêuticos 24 horas. O SAC Farma é o único no Brasil em operação ininterrupta durante todos os dias do ano, pelo telefone 0800 2751313. A equipe é constituída por 18 farmacêuticos e mais de 150 estagiários de faculdades de Farmácia. 84

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“Os profissionais apresentam expertise em diferentes áreas de conhecimento em saúde, proporcionando uma interação produtiva, rápida, confiável e ampla na solução das dúvidas dos clientes internos e externos”, observa a coordenadora técnica farmacêutica e gerente do SAC Farma, Cristiane Feijó. O SAC Farma estreita relações com os clientes e estabelece um importante canal de comunicação por meio de diferentes atividades. A relação inclui orientação farmacêutica, posologia, comparação entre fármacos, substituição similar, dúvidas sobre medicamentos genéricos, medicamentos controlados pela Portaria 344/98 (do Ministério da Saúde), contraindicações, associações medicamentosas, apresentações, esclarecimento sobre tratamentos médicos, análise da compreensão das receitas médicas que não estão legíveis ou dúvidas no tratamento prescrito, entre outros temas relativos à saúde. Segundo Cristiane, as dúvidas mais frequentes se referem ao uso de medicamentos genéricos, ao programa Aqui Tem Farmácia Popular, posologia e sintomas relacionados ao uso de medicamentos e problemas de saúde. Destacam-se ainda questionamentos sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), quanto ao uso de anticoncepcionais e o envio de receituários médicos para análise e identificação. “É um serviço pioneiro no Brasil, pelo qual nos dedicamos a atender a população a partir de informações difundidas por um grupo técnico altamente qualificado e selecionado, em plena conformidade com a legislação atual. Agimos sempre pautados pela ética e transparência”, explica a executiva. Em 2013, o serviço registrou mais de 80 mil atendimentos. Para Cristiane, o sistema serve bem à demanda atual. “Não é necessário ser cliente da rede para ter acesso ao serviço. Em todos esses anos, já percebemos um expressivo aumento no índice de fidelização, com usuários que nos acompanham desde 2000 e que passaram a ser nossos clientes. Nossa atuação é acompanhar o tratamento para auxiliar o paciente a obter resultados efetivos”, completa.

ATENDIMENTO EM LOJAS Além do serviço telefônico, as Farmácias Pague Menos também implantaram o Clinic Farma. O serviço dispõe de uma sala de Atenção Farmacêutica,

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o qual já está disponível em cinco unidades da rede e em ágil expansão. O sistema começou a funcionar na unidade junto à matriz, em Fortaleza (CE), e a intenção é chegar a, no mínimo, uma loja em cada capital brasileira nos próximos meses. “O projeto é inovador, com sala e metodologia especialmente destinadas ao acompanhamento, à capacitação dos farmacêuticos e ao envolvimento da equipe. Temos como objetivo colaborar com a equipe de saúde para orientar e monitorar o tratamento prescrito, visando à maior adesão ao tratamento e à melhoria do quadro de saúde do paciente. Sempre que necessário, encaminhamos o cliente para o atendimento médico e tratamento específico”, diz Cristiane. No atendimento realizado no Clinic Farma, são oferecidos cuidados e acompanhamento do uso dos medicamentos, suas interações, melhor esquema posológico, serviços como aferição da pressão arterial, glicemia capilar e temperatura corpórea. A equipe de farmacêuticos compreende mais de 2 mil colaboradores, que estão recebendo treinamentos direcionados para se adaptar a esses procedimentos. O serviço traz inúmeros benefícios aos clientes, que são convidados a receber o acompanhamento durante as compras de medicamentos. “O farmacêutico, muitas vezes, é o último profissional de saúde ou mesmo o único que o paciente aciona após a prescrição médica. É seu dever fazer com que os clientes tenham o máximo benefício com a terapia medicamentosa”, analisa Cristiane. O acompanhamento segue recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto ao uso correto dos medicamentos e ao aprimoramento da saúde pública. As Farmácias Pague Menos contam com mais de 720 lojas e estão presentes nos 26 estados da Federação e no Distrito Federal, com mais de 20 mil colaboradores, que atuam em cerca de 280 municípios. Com sede na capital cearense, a rede ocupa a 2ª colocação no ranking da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), em relação ao número de lojas.

NOVO EXEMPLO De acordo com o diretor da rede Farma&Farma, Rinaldo Ferreira, quase todas as suas farmácias têm, 86

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FARMÁCIAS E DROGARIAS QUE PRESTAM O SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA AOS CONSUMIDORES E À COMUNIDADE ONDE ESTÃO INSERIDAS SAEM À FRENTE DA CONCORRÊNCIA E CONSEGUEM FIDELIZAR UM NÚMERO MAIOR DE CLIENTES pelo menos, uma sala para Atenção Farmacêutica, identificada como Sala de Serviços Farmacêuticos, Sala de Atenção Farmacêutica ou Sala do Farmacêutico. “A implantação teve início em 2002, quando começamos a dar cursos e fazer oficinas com nossos farmacêuticos. A partir de 2004, todos os projetos de farmácias Farma&Farma continham a Sala de Serviços Farmacêuticos”, explica. No espaço, são feitos o seguimento farmacoterapêutico, revisão e gestão da medicação, consulta farmacêutica, pequenos curativos, aferição de pressão arterial e de glicemia, aplicação de injetáveis (inclusive vacinas) e colocação de brincos. O diretor defende que a Atenção Farmacêutica contribui para o uso racional de medicamentos, à recuperação e manutenção da saúde do paciente e também caracteriza a farmácia como estabelecimento de saúde e o farmacêutico como profissional de saúde. “Muitas farmácias têm conquistado a fidelização dos pacientes com a Atenção Farmacêutica, e algumas têm conseguido, além disso, ganho econômico interessante”, menciona Ferreira. Ele diz que, na maioria das vezes, o serviço é oferecido na dispensação de medicamentos, para os pacientes que necessitam. Nesse momento, é realizado o agendamento e o paciente é orientado a levar todos os medicamentos que utiliza. A consulta deve demorar em torno de 30 minutos. “A prescrição farmacêutica deve ser registrada em uma via para entregar ao paciente e se não for registrada no prontuário dele, deve ser arquivada uma cópia da prescrição na farmácia”, lembra o executivo.

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A importância da vacina

COM O PROCESSO DE VALORIZAÇÃO DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA, É IMPORTANTE QUE O PROFISSIONAL RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO NA FARMÁCIA CONHEÇA OS MITOS E AS VERDADES A RESPEITO DA IMUNIZAÇÃO POR FLÁVIA CORBÓ 88

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A primeira vacina foi criada há mais de 200 anos pelo médico Edward Jenner, que observou que as vacas apresentavam feridas similares às provocadas pela varíola no corpo dos humanos. As moças responsáveis pela ordenha, que comumente acabavam infectadas pela doença bovina, adquiriam uma versão mais suave da doença, ficando imunizadas ao vírus humano. A partir dessa observação, o médico recolheu o líquido que saía dessas feridas e o injetou em pequenos arranhões criados por ele nos braços das pessoas. Os pacientes tinham febre por alguns dias, mas saravam e ficavam imunizados contra a doença. Mais tarde, foram preparados concentrados do vírus da varíola vaccinia, que recebeu o nome de vacina (derivado de vacca, no latim). Desde então, a vacinação de qualidade se tornou uma das formas mais importantes na prevenção de doenças infecciosas, impedindo que novas epidemias assolassem o mundo, como havia acontecido com a peste negra e a gripe espanhola. Mas mesmo representando tamanho avanço na medicina, as vacinas sempre foram alvos de polêmica e desconfiança. O primeiro questionamento feito a respeito da segurança das vacinas deu-se quando o médico Andrew Wakefield publicou um trabalho em que estabelecia uma relação entre a vacina tríplice e o autismo. De acordo com o artigo científico, a imunização provocava uma alteração que fazia o intestino absorver toxinas. Após o alarde criado entre a comunidade médica e pais de crianças vacinadas, foram desenvolvidas diversas pesquisas e estudos com a intenção de comprovar ou rebater a tese. Nada ficou provado. Notou-se que o autismo não era mais frequente em vacinados. A única relação estabelecida foi que a doença é quase sempre diagnosticada em crianças em torno de um ano ou um ano e meio, exatamente durante o primeiro esquema de vacinação. A polêmica foi suficiente para fazer crescer o número de surtos de sarampo. E, apesar de Wakefield ter sido investigado e, por fim, ter perdido o registro médico diante de evidências de manipulação de dados, há quem ainda acredite na relação entre a vacina tríplice e o autismo. Recentemente, a atriz norte-americana Alicia Silverstone causou alvoroço ao afirmar que não vacinaria seu filho por conta dos riscos de desenvolvimento da doença.

O Brasil passou por uma situação que colocou em xeque a segurança das vacinas. Após uma campanha do Ministério da Saúde que buscava a imunização de adolescentes e jovens contra o Papilomavírus Humano (HPV) – principal infecção viral transmitida pelo sexo no mundo –, muitos questionamentos foram feitos. Alguns pais reclamavam que a vacinação estimulava a sexualidade precoce, enquanto outros faziam relatos de reações adversas sofridas pelas suas filhas, como paralisia temporária dos membros inferiores. O governo brasileiro reafirmou a segurança da vacina e deu continuidade à campanha. Mas, afinal, entre tantas dúvidas e polêmicas, quais são as reais eficácia e proteção oferecidas pela vacinação? Dois especialistas em imunologia respondem às questões mais comuns a respeito do tema.

PERGUNTAS FREQUENTES 1) Muitas vacinas ao mesmo tempo sobrecarregam o sistema imune? Não há nenhuma evidência de algum prejuízo com vacinações múltiplas. Vacinas aplicadas isoladamente ou combinadas/simultâneas (várias ao mesmo tempo) demonstraram respostas similares, mas nada que sugira qualquer sobrecarga ao sistema imune. “Houve uma discussão sobre vacinação concomitante antipneumococcia e antizoster que prejudicaria a resposta à antipneumococcia, mas nada foi confirmado objetivamente”, garante o infectologista do Hospital Albert Einstein, Dr. Jacyr Pasternak. Para o médico sanitarista e responsável pelo setor de vacinas do Lavoisier Medicina Diagnóstica, Dr. Ricardo Cunha, há somente uma ressalva a fazer: “Devemos refletir sobre o número de picadas a que se deve submeter uma criança ou adulto, em um mesmo momento.” 2) “Já que todo mundo é vacinado, não preciso vacinar meus filhos?” Muitos pais pensam dessa forma errada e se beneficiam da responsabilidade dos demais pais que vacinam seus filhos corretamente. “Se todos pensarem assim, teremos um grande número de pessoas desprotegidas e o ressurgimento de várias doenças que estão sob controle pela vacinação”, alerta o Dr. Cunha. Uma criança não vacinada, mesmo que em ambiente com várias outras vacinadas, não está isenta do risco de contrair doenças que podem ser prevenidas pela vacinação. “Vários estudos mostram que crianças não vacinadas contra sarampo apresentam uma chance 20 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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vezes maior de contrair a doença do que as vacinadas. Quando um grupo resolve que não vai vacinar seus filhos, são criadas condições para epidemias neste grupo”, complementa o Dr. Pasternak. 3) Vacinas não previnem 100% das doenças que pretendem evitar? Não existe nenhuma vacina 100% eficaz, mas elas já se provaram excelente caminho para a erradicação ou diminuição drástica do número de casos de diversas doenças. De acordo com o Dr. Pasternak, as vacinas do sarampo e da varicela previnem 95% dos casos e, ainda por cima, atenuam a doença caso ela seja adquirida. A vacina contra a influenza tem uma eficiência menor, algo em torno de 75%, dependendo do surto e das cepas que são usadas na vacina. “Tão importante quanto a eficácia de uma vacina é a cobertura desta vacina na população. Quando temos um grande número de pessoas vacinadas, o risco diminui sensivelmente, graças à chamada ‘imunidade de rebanho’”, reforça o Dr. Cunha. 4) Vacinas dão doença? Vacinas compostas de antígenos (vírus ou bactérias) mortos são incapazes de causar doença. Já aquelas produzidas com antígenos vivos poderiam causar doenças em pessoas com o sistema imune muito debilitado em função de outras enfermidades, neste caso, a vacina é contraindicada. Mas, de acordo com o Dr. Pasternak, a chance de uma vacina se reverter em uma forma patogênica é muito rara. Por exemplo: na vacina oral contra a poliomielite, que compreende três cepas de vírus vivos e atenuados, um caso em 2 milhões pode causar pólio. “Em casos raríssimos, a vacina da febre amarela, quando aplicada pela primeira vez, pode levar à doença. Ambas as vaci-

FARMÁCIAS E DROGARIAS PRECISAM CRIAR UMA DEMANDA ADEQUADA AOS SERVIÇOS QUE PRETENDEM OFERECER. APÓS A APROVAÇÃO DA LEI 13.021/14, ELAS PASSAM A SER ESTABELECIMENTOS PRESTADORES DE SERVIÇOS 90

VACINA NA FARMÁCIA Com a aprovação da Lei 13.021/14, as farmácias e drogarias passam a ser estabelecimentos prestadores de serviços, destinados a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva. Ou seja, os serviços farmacêuticos ganharam ainda mais importância. Mas para prestar um atendimento diferenciado, é preciso criar uma estrutura adequada à demanda dos serviços que se pretende oferecer e que esteja de acordo com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É preciso ter um local apropriado para o farmacêutico atuar como profissional de saúde e aplicar seus conhecimentos em benefício da população. O primeiro passo é obter a autorização da Anvisa para ofertar serviços, como a aplicação de vacinas. O processo ainda inclui a adequação da loja, que deve ter uma sala onde haja cadeira e mesa para receber o cliente. O espaço precisa ter o tamanho, o mobiliário e a infraestrutura adequados aos serviços que pretendem ser oferecidos. No que diz respeito ao atendimento ao cliente, o farmacêutico deve estar preparado tecnicamente para implantar serviços diferenciados.

nas não têm qualquer risco quando aplicadas pela segunda ou mais vezes.” 5) Vacina tríplice ou vacina do sarampo dão autismo? Não. Diversos estudos comprovaram que a associação da vacina contra o sarampo e o autismo não existe. Trata-se de uma infeliz publicação que causou essa polêmica, mas que já foi rebatida e cientificamente comprovada. Não há associação entre a vacina e a doença. 6) Doenças, como catapora e sarampo, não necessitam de vacinação, já que são mais facilmente tratáveis? Não é verdade. O sarampo já foi uma das principais causas de mortalidade infantil no Brasil. Trata-se de uma doença que, muitas vezes, desenvolve complica-

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deriva de trabalhos que mostram que jovens, que juram se manterem castos até o casamento, têm maior incidência de aborto induzido e de adquirir doenças sexualmente transmissíveis.” 9) Vacina pode estar relacionada a alguns eventos adversos? Sim. Como todo e qualquer outro medicamento, reações adversas podem ocorrer em decorrência da vacinação, mas, em geral, são discretas e de curta duração. “Vacinas estão entre os produtos médicos mais testados e seguros, mas mesmo assim, estão sujeitas a causar alguma reação adversa”, diz o Dr. Cunha. As vacinas tríplice e a antitetânica isolada podem ocasionar dor e uma reação chamada de vagal: sudorese, palidez e até perda rápida da consciência. Já infecções no local de vacinação, normalmente, ocorrem por erro técnico ou falta de assepsia de quem a aplica, como em qualquer injeção. “Para que as reações adversas sejam minimizadas, é importante que seja feito um questionário sobre as condições gerais do paciente e histórico passado da pessoa que será vacinada.”

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ções graves e possui difícil tratamento. A catapora, da mesma forma, pode se apresentar de maneiras severas e pode levar à morte, sem falar do grande desconforto e cicatrizes da doença. “Pessoas com déficit imunológico podem desenvolver essas doenças em suas formas severas, podendo levar à morte”, alerta o Dr. Cunha. Ou seja, “não é porque alguém teve catapora quando criança e se curou que não deve vacinar os filhos contra catapora”, completa o Dr. Pasternak. 7) Por que vacinar crianças tão pequenas e que não saem de casa? Crianças recém-nascidas não saem com frequência de casa, mas os pais e familiares saem e são os responsáveis por levar os agentes causadores das doenças para dentro do domicílio e infectarem os recém-nascidos. “A gente eventualmente ouve esta bobagem: vamos deixar para quando forem mais velhas, mas primos, vizinhos, amigos e outros entram... E com eles podem entrar patógenos, mesmo que eles não estejam doentes, sejam apenas portadores”, relembra o Dr. Pasternak. 8) A vacina contra o HPV favorece a promiscuidade sexual? “O que favorece a promiscuidade sexual é a falta de orientação”, opina o Dr. Cunha. A vacina contra o HPV não evita outras doenças sexualmente transmissíveis, nem tampouco evita uma gravidez indesejada. Dessa forma, nada muda em relação aos cuidados que se deve ter em relação às medidas de prevenção estabelecidas. Segundo o Dr. Pasternak, não há nenhum evidência disso. “Na verdade, entre tantos mitos sobre a vacina contra HPV e educação sexual, o único dado objetivo

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CAPACITAÇÃO

Preparo essencial NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS, NOVAS EXIGÊNCIAS FORAM CRIADAS EM TORNO DA PROFISSÃO DE FARMACÊUTICO. ENTIDADES DE ENSINO E PROFISSIONAIS PRECISAM REVER CONCEITOS PARA SE MANTEREM ATUALIZADOS POR FLÁVIA CORBÓ 94

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Desde a década de 1970, a expansão do mercado farmacêutico, o crescimento da concorrência e as inúmeras exigências regulatórias foram empurrando o farmacêutico para longe do balcão e, consequentemente, para longe do contato com o consumidor. Aos poucos, esse profissional passou a ser visto apenas como um dispensador de medicamentos que lida com questões burocráticas. Para recuperar o papel de agente de saúde que os farmacêuticos tinham décadas atrás, o Congresso Nacional aprovou a Lei 13.021/14 que resgata a prática de serviços de Atenção Farmacêutica. Assim que as diretrizes contidas na lei começarem a sair do papel e passarem a ser aplicadas na prática nas farmácias brasileiras, a função do farmacêutico junto à população ganhará novos contornos e uma gama mais ampla de exigências. A perspectiva de mudança gera uma dúvida: com a formação atual, os profissionais de farmácia estão aptos a atuar em prol da saúde da população, como um braço de uma equipe multidisciplinar de saúde, ou seria necessária alguma mudança na grade curricular dos cursos? Atualmente, o conteúdo disseminado nas faculdades de farmácia é determinado a partir das Diretrizes Curriculares do Ministério da Educação (MEC), que determinam o perfil de formação do estudante de cursos superiores e quais disciplinas devem ser aplicadas. Também são levadas em consideração as normas relacionadas ao âmbito profissional, elaboradas pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF). Periodicamente, as matrizes curriculares dos cursos precisam passar por atualizações para acompanhar as alterações das profissões, as necessidades da população e as demandas do mercado de trabalho. “Nos últimos vinte anos, muitos novos fármacos e medicamentos foram introduzidos na terapêutica e a isto se aliam novos mecanismos de ação farmacológica e novas empregabilidades clínicas, que exigem um farmacêutico atualizado e capacitado para orientar devidamente os usuários.

Além disso, novas legislações sanitárias e de regulamentação da atuação farmacêutica são implementadas, exigindo mudanças de postura profissional e uma maior necessidade de atualização de conhecimentos técnicos e sociais”, complementa o professor do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), Lincoln Cardoso. Apesar da constante necessidade de atualização, o MEC informou que não estão previstas mudanças nas diretrizes que visem atender às exigências da Lei 13.021/14. De acordo com o órgão, as universidades têm liberdade para fazer ajustes, desde que se atendam às exigências de formação. “No caso específico da formação farmacêutica, nos dois últimos anos, mudanças significativas aconteceram na regulamentação da profissão e, consequentemente, provocarão alterações na formação oferecida pelas Instituições de Ensino Superior (IESs) com cursos de Farmácia, especialmente as relacionadas com as atribuições clínicas do farmacêutico. Em muitos cursos, as alterações serão pequenas e, em outros, mais significativas”, avalia a coordenadora da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), professora Marise Bastos Stevanato. Mesmo ciente da necessidade de certos ajustes, Marise acredita que, no modelo atual, a formação do farmacêutico na graduação já o torna um profissional de saúde apto a prestar assistência farmacêutica. E aqueles cursos que, por ventura, ainda não têm esse foco, não terão outra saída a não ser se adaptarem. “Muitos cursos de Farmácia do Brasil já formam farmacêuticos com atribuições clínicas bem delineadas; entretanto, com certeza, aprimoramentos serão bem-vindos. Para aqueles que ainda não o fazem, obrigatório será, pois serão preteridos pelos interessados em ser farmacêuticos, que vêm com esses ideais clínicos.”

DEFASAGEM REGISTRADA Ainda que haja excelentes cursos superiores de Farmácia no Brasil, quando comparados com os de instituições estrangeiras, nota-se certo descompasso. A carga horária do curso de graduação em Farmácia é estabelecida pela Resolução CNE/CES nº 4, de 6 de abril de 2009, que a definiu como 4 mil horas. Por ser 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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CAPACITAÇÃO

BOLSO DO FARMACÊUTICO O piso da categoria farmacêutica é determinado pelo Sindicato dos Farmacêuticos, órgão que negocia as convenções coletivas de trabalho dos profissionais junto aos empregadores (comércio varejista e atacadista de medicamentos, indústria, hospitais e laboratórios clínicos) em cada estado. O piso salarial no estado de São Paulo é determinado por área de atuação e diferencia-se em cada região, mas, em geral, para o profissional que atua em farmácia/drogaria no estado de São Paulo, é de R$ 2.460.

bem menor que a grade curricular de outros países, como Estados Unidos, Canadá, algumas localidades na Europa e até mesmo na América do Sul, a brasileira, portanto, não tem tempo hábil para formação em todas as competências e habilidades estabelecidas. “Em função disso, os cursos enfatizam aquelas que se aproximam da sua realidade loco-regional, de sua experiência institucional e dos formadores/ professores, entre outros”, aponta Marise. Diante dessa defasagem entre o tempo de curso e a quantidade de conteúdo a ser ministrado, o farmacêutico brasileiro, que deseja ter destaque no mercado de trabalho, não pode deixar de investir na educação continuada. A velocidade das novas descobertas, da introdução de novos procedimentos, competências, habilidades e atitudes exigem a atualização. Quem não se atualiza pode até conseguir ingressar no mercado, mas não se mantém. Cientes dessa necessidade, diversas instituições investem em cursos para capacitação farmacêutica. As opções são variadas: existem os de pós-graduação Lato sensu (especializações e residências), Stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado), cursos livres e os essenciais oferecidos pelas próprias entidades de classe, como os conselhos regionais e federal, que são gratuitos ao farmacêutico e abordam temas fundamentais ao exercício diário da profissão, com conteúdos teóricos e práticos, discussões de casos clínicos e dinâmicas de grupo. Há ainda cursos que visam aprimorar o conhecimento do farmacêutico em uma patologia específica, a fim de 96

que o profissional possa dar um atendimento mais preciso à população. É o caso do curso de Aprimoramento em Diabetes para Farmacêutico (Aprifarma), criado pela ADJ Diabetes Brasil, a partir de uma solicitação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A Agência nos pediu que chamássemos entidades farmacêuticas dos 27 estados brasileiros para ministrar um curso presencial sobre Diabetes, já que a presidente Dilma Rousseff tinha acabado de lançar o programa Saúde Não Tem Preço, em que todos os medicamentos para diabetes eram disponibilizados à população”, conta o coordenador-geral do Aprifarma, Sérgio Metzger. Durante dois anos, a entidade promoveu uma edição do curso em cada capital. Devido ao sucesso alcançando, a ADJ iniciou uma parceria com uma empresa de tecnologia e criou o curso via internet. Hoje, por meio remoto, o farmacêutico consegue fazer um curso de nove horas, divido em oito módulos. Atualmente, cerca de 900 farmacêuticos realizam o curso por mês.

CAPACITAÇÃO IDEAL De acordo com Cardoso, professor do ICTQ, o varejo está carente de profissionais farmacêuticos especializados e capacitados, que sejam capazes de implementar projetos exequíveis e viáveis que transformem farmácias e drogarias em verdadeiros estabelecimentos de saúde. “Não basta fidelizar clientes, uma vez que este procedimento muitas vezes custa muito caro por envolver promoções, descontos ousados, premiações, material gráfico de divulgação, entre outros custos. A grande diferença consiste em estabelecer relacionamentos com o cliente. Os estabelecimentos farmacêuticos, independentemente do seu porte e capital econômico, precisam estreitar o relacionamento com o seu público-alvo por meio de soluções concretas de saúde”, acredita. Diante do novo momento do mercado, os cursos que incluem a Atenção Farmacêutica, com foco em farmacoterapia e prescrição farmacêutica, são os que mais vão de encontro às necessidades atuais. “Busque tornar-se um profissional capacitado em habilidades gestoras e clínicas. É aí que está o gargalo: nossas faculdades não formam farmacêuticos

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CAPACITAÇÃO

CONFIRA ALGUNS CURSOS DE EDUCAÇÃO CONTINUADA DO SETOR

ADJ

Aprifarma é um curso on-line de capacitação em diabetes, com duração de nove horas, dividido por oito módulos. O profissional ainda conta com suporte de 20 horas/mês para consultar livremente o conteúdo disseminado.

O curso Marketing do Varejo Farma possui aulas presenciais, voltadas para a capacitação de profissionais da indústria e do varejo, que atuem na área de marketing. Entre o conteúdo ministrado, estão conceitos sobre comportamento dos shoppers, gerenciamento por categorias e ações no ponto de venda (PDV), incluindo novos conceitos como Varejo 3.0.

SENAC

Desde 1962, a entidade trabalha um portfólio de cursos no segmento, que vai desde aulas para inserção do profissional no mercado, como o de Capacitação de Balconista de Farmácia, passando pelo curso Técnico em Farmácia, além dos de aperfeiçoamento e pósgraduações lato sensu/especializações.

Ambas as entidades assinaram um termo de cooperação técnica que prevê uma série de ações para capacitar as micro e pequenas empresas (MPEs) do segmento de drogarias e farmácias do estado. O objetivo da parceria é orientar farmacêuticos empreendedores ou com interesse em abrir seus próprios negócios sobre como fazer a gestão de farmácias e drogarias.

ICTQ

CRF-SP e SEBRAE

Com cursos em diversas regiões brasileiras, a entidade se propõe a formar especialistas, por meio de uma metodologia ativa e dinâmica de ensino de pós-graduação. O objetivo é que esse profissional se torne peça-chave para os resultados da empresa farmacêutica que representa, seja ele proprietário ou colaborador.

Presente no mercado há mais de 20 anos, a Contento Comunicação, antiga Editora Price, é especializada no desenvolvimento, na gestão e na produção de conteúdos customizados para o varejo farmacêutico. A experiência adquirida trouxe a certeza de que é preciso conhecer a fundo o público-alvo para oferecer informação única e relevante. O objetivo central é disseminar informação, cultura e entretenimento, contribuindo para o desenvolvimento da livre iniciativa e para a melhoria da educação e da qualidade de vida no País. Entre os títulos estão: Guia da Farmácia, Essencial, o programa de capacitação profissional Treina PDV Farma e diversos cursos customizados voltados aos gestores farmacistas e profissionais farmacêuticos.

com esse perfil. Por isso a capacitação, por meio de especialização de qualidade, se torna uma escolha fundamental para o sucesso do profissional.” Marise, do CRF-SP, ressalta que, embora exista uma tendência de ampliação da formação clínica para o 98

ESPM

Contento

farmacêutico, esta não a única área importante. A formação tecnológica do farmacêutico é e deverá continuar sendo tão importante quanto, e isto significa que ampliar uma especialidade não determina o enxugamento das outras, inclusive das análises clínicas.

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EMPREENDEDORISMO

Sangue novo DESTEMIDOS, JOVENS EMPREENDEDORES GANHAM DESTAQUE TAMBÉM NO VAREJO FARMACÊUTICO, EXPLORANDO PEQUENAS CIDADES DO PAÍS

C

POR RODRIGO RODRIGUES

Criativos, cheios de gás e dispostos a desafiar a lógica do mercado, os jovens são hoje a grande mola propulsora do empreendedorismo no Brasil. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), nos últimos dez anos, o número de jovens que resolveram apostar no negócio próprio até os 30 anos de idade praticamente dobrou, passando de 370 mil para 700 mil pessoas com empresas abertas atualmente. Seja em empresas de tecnologia ou no comércio tradicional, esses novos empresários estão disputando pal-

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mo a palmo com os mais velhos o mercado brasileiro, desafiando o pessimismo e dispostos a cavar o próprio espaço com muito sucesso também pelo interior do País. É o caso da farmacêutica Ana Carolina de Barros, do Mato Grosso. Ela abriu a primeira farmácia aos 27 anos em Minas Gerais, ao lado da sócia Fernanda Hipólita, que, na época tinha, a mesma idade. Cansadas de trabalhar para terceiros sem muito retorno financeiro, as duas aproveitaram a experiência numa empresa de consultoria de regulação farmacêutica para se aventurarem no varejo mineiro. ILUSTRAÇÃO/FOTO: SHUTTERSTOCK/DIVULGAÇÃO

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EMPREENDEDORISMO

A experiência deu tão certo que hoje, aos 32 anos, Ana Carolina administra cinco lojas com um faturamento bruto de mais de R$ 800 mil mensais. “Quando a gente é jovem, tem gás e muito pique para enfrentar os desafios de montar um negócio próprio e atingir objetivos. O início é feito de muito trabalho. Quando você percebe, está trabalhando muito mais que antes. Mas a felicidade e a busca pelo objetivo parecem dar mais energia para seguir em frente e desviar de obstáculos como a alta burocracia”, conta Ana Carolina. Por conta da mudança de cidade do marido, a jovem transferiu-se para a pequena Primavera do Leste, no Mato Grosso, levando consigo a experiência de Minas. Junto com outra sócia, Cláudia Roder, ergueu duas novas lojas por lá. As cinco drogarias são filiadas à Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), usando as bandeiras Droga Rede (Minas Gerais) e Ultra Popular (Mato Grosso).

PERFIL DE GÊNERO Além de desafiar a lógica de cautela do mercado em novos investimentos e expansão, Ana Carolina é uma exceção também até entre os jovens empreendedores brasileiros. Segundo pesquisa do Sebrae, o perfil do jovem empresário brasileiro hoje é 72% de homens, de 26 e 31 anos, formados ou pós-graduados. Em outro levantamento feito com brasileiros de diversas faixas etárias, o Sebrae perguntou a homens e mulheres se eles desejavam abrir um negócio próprio. Enquanto entre os homens, cinco em cada dez responderam sim, entre as mulheres, apenas duas demonstraram o mesmo desejo. Mesmo assim, as mulheres representam hoje 2,6 milhões de empreendedoras no Brasil, que conta atualmente com 8,7 milhões de micro e pequenos empresários. Impulsionadas justamente pela juventude e determinação semelhantes às de Ana Carolina e as duas sócias, as mulheres representam 50% dos jovens empreendedores surgidos nos últimos dez anos, de acordo com dados também do Sebrae. O segredo do sucesso, segundo a empresária, é o trabalho duro e investimento em divulgação e relacionamento com o cliente: “Abrir um negócio próprio não é manter a loja aberta 24 horas e esperar que o cliente venha até você apenas. Também é preciso correr atrás do cliente e mostrar que você existe. Por isso, nas nossas lojas, temos um investimento pesado em marketing e divulgação. Não basta só vender barato ou fazer pro102

Aos 27 anos, Ana Carolina (ao centro) abriu a primeira farmácia. Cinco anos depois, ela administra cinco lojas, com faturamento bruto de mais de R$ 800 mil

moção. É preciso mostrar o que está sendo feito para o cliente”, comenta.

SONHO DE SER O PRÓPRIO PATRÃO O mineiro Ronan Gabriel de Almeida, de 26 anos, se encaixa justamente nesse perfil clássico do jovem empreendedor brasileiro do sexo masculino. Graduado em Farmácia, ele trabalhou desde o fim da faculdade no varejo farmacêutico. Cerca de um ano e meio depois de se formar, decidiu que era a hora de se arriscar e conquistar a independência profissional e financeira. Com ajuda e empréstimo de familiares, ingressou na mesma franquia do antigo chefe, se tornando colega de associativismo e virando o próprio patrão pela primeira vez. Apesar de formado em Campinas, cidade considerada a segunda maior do estado de São Paulo, com 1,14 milhão de habitantes, foi na pequena Itapira que o jovem empresário resolveu se instalar em busca do sucesso. Com pouco mais de 70 mil habitantes, o município fica a cerca de 170 quilômetros da capital paulista e virou o porto seguro de Almeida na escalada de formação de um negócio próprio. “Da abertura para cá, se passaram aproximadamente um ano e dois meses, mas ampliamos o número de empregados de dois para cinco, em virtude do grande

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EMPREENDEDORISMO

movimento da loja. Eu mesmo estou na empresa o tempo todo, ajudando no atendimento e conversando com cada cliente de forma exclusiva. Antes da abertura, rodei mais de cem drogarias, em várias cidades do País, comparando preço de todas as concorrentes, na tentativa de entender como elas funcionavam e até onde ia o limite de preço que podiam praticar. Desde o início, já sabia que a escolha certa do local e do mercado significaria metade do passaporte para o sucesso e não me arrependo de ter me instalado por aqui”, relembra. Com apenas 14 meses de vida, a farmácia de Almeida já consta entre as que mais faturam na bandeira da qual ele faz parte no estado de São Paulo. Por mês, o empresário tem um faturamento bruto de quase R$ 300 mil, o que é um fenômeno para uma cidade do tamanho de Itapira. Ele faz parte de um contingente de empreendedores que cada vez mais migram para o interior do País em busca de espaço. Embora elas representem apenas 25% do total de novos empreendimentos abertos no País, o Sebrae já detectou um aumento da procura de oportunidades nas pequenas cidades e trabalha com linha de crédito e orientação exclusiva para quem busca abrir empresa nas mesmas. “De cada R$ 10,00 gastos no Brasil, R$ 4,00 correspondem ao consumo efetuado nas cidades do interior. Esse cenário confirma a existência de um ambiente promissor para os pequenos negócios, uma vez que metade da população brasileira vive nessas cidades e essas regiões vêm apresentando um crescente desenvolvimen104

to econômico nos últimos 12 anos”, destaca o presidente nacional do Sebrae, Luiz Barretto. De acordo com o Sebrae, o consumo fora das capitais e regiões metropolitanas no Brasil soma hoje cerca de R$ 827 bilhões ao ano, o equivalente a 38% do total do consumo no País. “É perceptível que o ambiente de negócios nas cidades grandes e médias tem apresentado uma saturação. O custo de vida e operação é alto, assim como os salários dos empregados, a logística e o transporte. Os próprios brasileiros têm buscado alternativa de vida em cidades menores. É por isso que resolvemos abrir a loja em Itapira, percebendo o poder aquisitivo crescente das pessoas aqui e o baixo custo de vida e operacional”, afirma o empresário Almeida. Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), mostram que uma em cada quatro franquias brasileiras está fora das capitais e das regiões metropolitanas, o que faz dessas regiões um expressivo mercado a ser explorado por novos empreendedores. Oportunidades somadas ao ímpeto empreendedor dos jovens, diz o presidente do Sebrae, certamente são uma conta que só tem a dar bons frutos para o Brasil e o mercado brasileiro de varejo farmacêutico. “O empreendedorismo é, sim, uma alternativa desejada por muitos jovens e é isso que a gente tem de fazer. Dar conhecimento, informação e ter uma relação mais direta com eles, para estimular novos negócios e oportunidades e ajudar o País a crescer sem medos e receios”, avaliou Barretto durante palestra em São Paulo.

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TRIBUTOS

Mais controle e menos impostos A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL CRESCE A CADA ANO E O VAREJISTA PRECISA TER CONTROLE SOBRE AS FINANÇAS DO NEGÓCIO PARA NÃO PAGAR MAIS IMPOSTOS DO QUE REALMENTE PRECISA

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POR RODRIGO RODRIGUES

O Brasil é um dos países com maior carga tributária do mundo. De toda a riqueza produzida no Brasil, em 2013, 35,95% dela foi para pagar impostos naquele ano, segundo dados da Secretaria Nacional da Receita Federal divulgados no fim de dezembro do ano passado. Com isso, a carga tributária brasileira [valor de todos os impostos pagos pelos cidadãos e empresas em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB)] bateu novo recorde em 2013. O recorde anterior para a carga tributária havia sido registrado em 2012, quando o peso dos impostos somou 35,86% do PIB nacional.

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Os números mostram que foram arrecadados, em 2013, em tributos federais, estaduais e municipais, cerca de R$ 1,74 trilhão. Enquanto isso, o PIB do mesmo período somou R$ 4,84 trilhões. Em 2012, a arrecadação de impostos e contribuições havia somado R$ 1,57 trilhão, enquanto o PIB do mesmo período totalizou R$ 4,39 trilhões. O último ano em que a carga tributária registrou queda foi em 2009 – em consequência da crise financeira internacional e dos seus efeitos sobre a arrecadação de tributos. Com tantos impostos e taxas, os micros e pequenos empresários brasileiros precisam ficar alertas para entender o que pagam e não pagarem impostos sem necessidade. Um FOTOS: SHUTTERSTOCK

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TRIBUTOS

erro de previsão ou cálculo pode ser o início da derrocada de um negócio saudável e rentável. “Muitos empresários no Brasil recolhem imposto, mas não sabem o que estão pagando. O contador passa a informação, mas eles não sabem o que têm de pagar de fato, por que ou qual a melhor forma de fazer isto. Às vezes, reclamam que pagam muito imposto, mas não sabem nem se está certo ou errado. Eles desconhecem como colocar impostos na formação de preço de venda, por exemplo, e isto tem de estar incluso”, diz a consultora do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, de São Paulo (Sebrae-SP), Sandra Fiorentini. Uma das formas de evitar o pagamento errado de impostos e até diminuir o valor que se recolhe é a escolha correta e apurada do regime de tributação da empresa. Todos os anos, os micros e pequenos empresários têm até o dia 31 de janeiro para definir qual o regime de tributação que quer usar daquele mês em diante. Essa opção pode ser alterada todos os anos, dependendo da realidade da empresa no exercício e pode resultar em pagamento de até 40% menos impostos.

NOVA NORMA Em 1º de janeiro de 2015, começou a vigorar a lei nacional do “Super Simples”, que visa reduzir a carga tributária dos micros e pequenos empresários e eliminar parte da burocracia no recolhimento de ao menos oito tributos obrigatórios para as pequenas e médias empresas. Esse novo regime de tributação é uma evolução do antigo “Simples” e o valor de teto de faturamento para adesão é diferente para cada estado brasileiro, depende da participação desse estado no PIB nacional. Nos estados do Amapá e Roraima, por exemplo, o teto de faturamento será de até R$ 1,26 milhão por ano. Já no Acre, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rondônia, Sergipe e Tocantins, o teto de faturamento será de R$ 1,8 milhão anuais. Nos estados do Ceará, Maranhão e Mato Grosso, o limite de faturamento será de R$ 2,52 milhões por exercício anual. Entretanto, nos estados faltantes, como São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal, o teto estipulado pela Secretaria da Receita Federal para fazer parte do “Super Simples” será de R$ 3,6 milhões de faturamento por ano. Dessa forma, o empresário que estiver dentro dessa faixa de faturamento da empresa pode optar em recolher os impostos por essa categoria ou não. Contudo, é preciso ter cuidado na escolha, principalmente entre as farmácias 108

O PROBLEMA É QUE A MAIORIA DAS PEQUENAS DROGARIAS NÃO TEM CONTROLE TOTAL DAS RECEITAS QUE ENTRAM NO CAIXA, O QUE PODE CAUSAR APURAÇÃO INCORRETA DO VALOR A SER RECOLHIDO PELA EMPRESA e drogarias com mais de uma filial, que funcionam dentro do mesmo Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Quando o faturamento bruto das pequenas e médias empresas começa a se aproximar do teto do “Super Simples”, por exemplo, é hora de rever a tributação e verificar se vale a pena ou não se manter no regime simplificado. Isso porque, dentro do teto de R$ 3,6 milhões, por exemplo, existem várias alíquotas de recolhimento de impostos. Se o empresário tem um faturamento de até R$ 180 mil por ano, por exemplo, pelo Simples, o recolhimento vai ser de 4%. De R$ 180 mil até R$ 360 mil, o valor da alíquota já passa para 5,47%, e assim por diante. Já as empresas que têm o faturamento entre R$ 3,4 milhões e R$ 3,6 milhões, que é o teto, esse mesmo valor triplica e passa para 11,61% de recolhimento. Nesses casos, o empreendedor que opera com baixa margem de lucro pode recolher menos tributos se optar pela modalidade do lucro real ou presumido. Num cálculo simples, as empresas que operam com lucro muito abaixo de até 8% das receitas anuais podem ter mais vantagens no lucro presumido, segundo especialistas ouvidos pelo Guia da Farmácia.

FATORES POSITIVOS E NEGATIVOS As empresas cujo custo com a mão de obra for inferior a 20% sobre o faturamento não terão vantagem operando pelo Simples. Isso acontece por causa da forma como o imposto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é calculado e a alíquota incidente na faixa de faturamento daquela empresa dentro do teto de cada Estado. “Empresas com poucos funcionários e inscritas no Simples podem recolher à Previdência Social uma contribuição maior do que se optassem por outro regime, em virtude desse imposto estar embutido na alíquota nesse regime”, diz o advogado tributarista da Mauus Consultoria em gestão, Pedro Avvad.

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TRIBUTOS

Nas companhias que apuram pelo lucro real ou pelo lucro presumido, este tributo é calculado conforme um percentual da folha de pagamento e o número real de funcionário. Portanto, quem tem poucos funcionários pode acabar recolhendo mais optando pelo regime tributário do Simples. Na prática, em certos casos, quanto menor a folha de pagamento, maior será a alíquota de INSS a ser recolhido no Simples.

REALIDADE DO VAREJO FARMACÊUTICO Os impostos oriundos da folha de pagamento dos empregados são os que mais pesam nas contas de uma micro ou pequena empresa, como a maioria das farmácias independentes do País. No fim de 2014, havia uma expectativa de que a presidente Dilma Rousseff incluísse o setor varejista de farmácia no pacote de desoneração da folha de pagamento sancionado em novembro. O setor tinha sido incluso na medida provisória discutida no Congresso, mas foi vetado pela presidente no ato da promulgação do dispositivo. O ato desapontou o setor, principalmente pela carga alta de impostos incidente nos produtos comercializados pelos varejistas farmacêuticos. Outro problema reside na questão da substituição tributária. Como o produto fim da drogaria é o medicamento, ele está sujeito a várias alíquotas de Imposto de Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) – que são pagas pela indústria e, portanto, poderiam ser descontadas do cálculo tributário da farmácia. 11 0

O problema é que a maioria das pequenas drogarias não tem controle total das receitas que entram no caixa, o que pode causar apuração incorreta do valor a ser recolhido pela empresa. Ou seja, quando um medicamento “X” é produto sujeito à substituição tributária no ICMS, por exemplo, a indústria recolhe o valor do imposto para o restante da cadeia de contribuintes, sendo que a drogaria de pequeno porte deve excluir a receita destes itens da sua base de cálculo. Descontada essa receita, o faturamento total da farmácia cai, levando-a para um outro patamar de pagamento da alíquota. O problema é justamente esse, se a drogaria não tiver um controle dos itens vendidos, fica difícil fazer a apuração correta do valor que precisa ser recolhido. Para isso, o comerciante precisa ter um controle eficaz para classificar todos os itens do estoque, tanto na classificação de ICMS quanto para PIS e Cofins. “Quanto mais controle o comerciante tem do próprio estoque e da entrada de recursos, maior a chance dele recolher menos imposto e fazer corretamente os cálculos de faturamento da empresa. Se ele tem esse controle rigoroso, optar pelo lucro presumido pode resultar numa economia significativa para as finanças da empresa em relação ao Simples, em virtude dos créditos financeiros da substituição”, diz o contador presidente executivo do escritório Olímpia Contábil, Marcos de Souza. Para Sandra, do Sebrae-SP, o microempresário precisa ter relacionamento bem estreito com o contador para entender essa variações e tentar achar o mecanismo mais vantajoso de arrecadação. Ter um bom software de cálculo de alíquotas é uma outra dica dada pela consultora para não se prejudicar. “No atual quadro tributário, quanto mais controle, mais chances do comerciante e empregador serem prejudicados pela cascata de impostos”, declara.

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É DE SUMA IMPORTÂNCIA QUE O VAREJO FARMACÊUTICO SEJA ASSESSORADO NÃO APENAS POR ADVOGADOS E CONTABILISTAS, MAS POR BONS ENGENHEIROS E ARQUITETOS

GUSTAVO S E M BLANO Advogado e consultor jurídico da Associação do Comércio Farmacêutico do Estado do Rio de Janeiro (Ascoferj) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (Anfarmag), regional estado do Rio de Janeiro. Atualmente, cursa pós-graduação em Direito da Farmácia e do Medicamento na Faculdade de Direito de Coimbra (Portugal) 11 2

Considerando que uma farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a oferecer assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva (art. 3º, Lei 13.021/14), mas que, antes de tudo, é um estabelecimento comercial, deve-se ter em mente que a vigilância sanitária e o Conselho Regional de Farmácia (CRF) não são os únicos órgãos públicos que podem fazer exigências normativas. Praticamente todos se lembram das normas trabalhistas e tributárias e que seu descumprimento permitirá ações de fiscalização, sanções, entre outros. No entanto, quase ninguém se lembra de que a farmácia também deve obedecer a normas urbanísticas, das quais, as mais relevantes – e exigidas – são aquelas contidas em leis chamadas de “Código de Obras”, “Código de Edificações”, “Código de Obras e Edificações”. Com a inesquecível tragédia da boate Kiss ocorrida no Rio Grande do Sul há 2 anos, os órgãos de vigilância sanitária de alguns municípios passaram a atuar de forma conjunta com os órgãos municipais de urbanismo, sobretudo para a análise da estrutura dos imóveis onde funcionam estabelecimentos farmacêuticos, com ou sem a manipulação de medicamentos.

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A fiscalização propriamente dita vem sendo feita por fiscais de secretarias municipais de urbanismo que verificam se estão sendo obedecidas as regras sobre, por exemplo, jiraus, mezaninos, marquises, etc. O Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo, por exemplo, define o jirau como sendo o “mobiliário constituído por estrado ou passadiço instalado a meia altura em compartimento” e define que ocupe no máximo 30% da área do compartimento. Já o Código de Edificações do Município de Porto Alegre, por sua vez, permite a construção de mezaninos e jiraus desde que permitam passagem livre com altura mínima de 2,20 metros e não ocupem 33% da área do compartimento em que forem instalados. O Código de Obras e Edificações do Município do Rio de Janeiro é um pouco mais generoso na dimensão dos jiraus: até 50% da área útil do compartimento onde for construído. Apenas nesses três exemplos, se verifica a diferença da legislação sobre o limite das dimensões dos jiraus em relação à área do compartimento onde forem construídos: 30% (São Paulo), 33% (Porto Alegre) e 50% (Rio de Janeiro). Tal postura da administração pública é salutar, pois acidentes podem ocorrer em qualquer lugar e a qualquer hora. FOTO: DIVULGAÇÃO

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CORAÇÃO

Os males do âmago ALÉM DOS FATORES DE RISCO MAIS CONHECIDOS, COMO OBESIDADE, TABAGISMO E SEDENTARISMO, PROBLEMAS DE ORDEM EMOCIONAL TAMBÉM AUMENTAM AS CHANCES DE SE DESENVOLVER UMA DOENÇA CARDIOVASCULAR P O R F L ÁV I A C O R B Ó

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Por ser a maior causa de morte ao redor do mundo, as doenças cardiovasculares são amplamente debatidas no setor da saúde e massivamente divulgadas por meio da imprensa e campanhas públicas informativas. Mesmo assim, a taxa de mortalidade, internação e invalidez segue a níveis alarmantes. Nos países desenvolvidos, os problemas de coração e circulação são responsáveis por 35% das mortes. As nações menos desenvolvidas começam a trilhar o mesmo caminho, à medida que a população melhora a faixa de renda e tem acesso a um novo estilo de vida. No Brasil, já chegam a um terço do total de falecimentos. O resultado é que, todos os anos, mais de 17 milhões de pessoas perdem a vida em decorrência de complicações no sistema cardiovascular, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Somente no Brasil, 1,5 milhões de pessoas falecem vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em seguida, surge o infarto agudo do miocárdio como o segundo grande vilão da saúde do brasileiro. Os cidadãos com mais de 40 anos são as principais vítimas, incluindo as mulheres, que hoje mantêm um ritmo de vida similar ao dos homens

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e apresentam tantos problemas de saúde quanto eles. “Elas têm medo de morrer de câncer de mama, mas se esquecem de cuidar do coração, que é de fato o que mais traz risco de morte”, reflete o presidente do Grupo de Estudos em Cardiologia Comportamental da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Dr. Mauricio Wajngarten. O mais alarmante em relação ao volume de vítimas das doenças cardiovasculares é que cerca de 80% dos casos poderiam ser prevenidos, pois se desenvolvem a partir de fatores evitáveis, como hipertensão, diabetes, obesidade, tabagismo, sedentarismo e estresse. O perigo dessas doenças e comportamentos é disseminado com frequência, mas a população segue cometendo os mesmos erros. “O conhecimento científico nem sempre reflete na prática clínica e nem em medidas de saúde pública. As crianças estão cada vez mais acima do peso e, mesmo assim, se encontram alimentos gordurosos nas escolas públicas e privadas. E para os pais, é mais fácil dar ao filho dinheiro para comprar lanche do que preparar uma refeição. A sociedade se acomodou”, alerta o supervisor do Setor de Cardiologia Clínica do Hospital do Coração (HCor), Dr. Ricardo Pavanello. O quadro se agravou ainda mais com a ascensão da classe C que, tão festejada do ponto de vista econômico, FOTO: SHUTTERSTOCK

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ESPECIAL SAÚDE

CORAÇÃO

SÍNDROME DO CORAÇÃO PARTIDO Mulheres de meia-idade são as maiores vítimas de uma doença que ocorre, em 85% dos casos, após uma situação pontual que leva a um estresse físico ou emocional muito forte, como morte de algum parente, assalto, discussão, perda de emprego ou divórcio. O trauma faz com que haja uma diminuição aguda da contração de parte do ventrículo esquerdo. Ou seja, metade do coração para de se contrair, por isso a cardiopatia de Tsokubo é chamada de síndrome do coração partido. O paciente costuma apresentar recuperação rápida e boa, não deixando sequelas maiores. Apesar das manifestações iniciais alarmantes, os sintomas costumam cessar dentro de alguns dias.

tornou-se preocupante do ponto de vista da saúde. “Pessoas que tinham limitações, hoje podem se dar ao luxo de comer sem critério. Os alimentos pouco nutritivos, com muito carboidrato e gordura, são muito mais baratos e mais apetitosos para quem acabou de ter acesso a eles”, opina o Dr. Pavanello. “Além disso, pessoas com pouca renda não têm tempo de cuidar de si.”

CARDIOLOGIA COMPORTAMENTAL Os fatores de risco mais conhecidos, como tabagismo, obesidade e sedentarismo, devem ser divulgados, em busca de uma conscientização, mas há outros problemas causadores de doenças cardiovasculares que são bem menos discutidos, mas que apresentam igual dano à saúde da sociedade. De acordo com o Dr. Wajngarten, da SBC, existem cinco grandes classes de comportamentos classificados como de risco. O primeiro deles é o físico, que envolve as causas citadas acima, mais amplamente comentadas. Os quatro demais envolvem questões emocionais e psicológicas. São eles: emoções negativas (depressão, ansiedade, pessimismo, raiva e hostilidade), estresse crônico, isolamento social e falta de propósito de vida. Ainda não há muitos estudos que comprovam os efeitos físicos que esses comportamentos negativos causam ao ser humano, mas já é comprovado que afetam o desejo de cuidar da saúde e a adesão ao tratamento. 11 6

Segundo o Dr. Wajngarten, pelo menos 50% das pessoas que possuem alguma doença cardiovascular não tomam as medidas necessárias para tratar a questão. Não mudam estilo de vida, nem tomam os medicamentos necessários. Ao analisarmos o porquê dessas resistências, percebemos que existem mais de cem fatores, entre eles, aspectos psicossociais muito importantes. “Existem pessoas que alegam não tomar os medicamentos por não terem dinheiro, mas, mesmo quando há uma opção gratuita, não o fazem. Pode ser por depressão, dificuldade de memória. Há inúmeras razões que desconhecemos, inclusive o fenômeno cultural, que influência na percepção que as pessoas têm da doença. Como não se sentem mal, acham que não há nada errado e se recusam a tomar o medicamento.” Em uma pesquisa realizada com os pacientes do Hospital Albert Einstein, quase a metade deles, que realizaram um checkup geral e tinham risco médio a moderado alto de desenvolver doenças cardiovasculares, achava que não tinha nenhum problema. “O mesmo foi notado em um estudo com crianças obesas, em que boa parte dos pais não achava que elas estavam acima do peso. Há uma percepção errada, que é muito perigosa”, alerta o Dr. Wajngarten.

COMO EVITAR Cerca de dois terços de todo o custo do tratamento de doenças cardiovasculares são gastos nas internações, portanto, o investimento em ações de prevenção reduziria o número de casos e os gastos com o problema. Mas, por enquanto, o cenário de prevenção não é nada positivo. A população está envelhecendo, o que fará com que surjam cada vez mais pessoas com problemas cardíacos, muitas delas sem dinheiro para arcar com planos de saúde particulares, o que irá sobrecarregar o sistema público de saúde. “Ou prevenimos, incentivamos a vida saudável, controlamos a saúde mental da população, ou os fatores de risco só irão aumentar”, destaca o Dr. Wajngarten. A boa notícia é que há iniciativas que se mostraram eficazes, como a lei que proíbe o fumo em vários ambientes. Pesquisas mostram que o consumo de cigarro caiu, o que é muito positivo, já que o tabaco aumenta em cinco vezes a chance de uma complicação cardiovascular. “É preciso minimizar e prevenir fatores de risco para obter resultados”, afirma o Dr. Pavanello, do HCor, sugerindo que o combate foque as crianças, já que a obesidade infantil no Brasil é crescente. De acordo com o cardiologista da SBC, Dr. Carlos Alberto Machado, falta colocar em prática um plano de enfrentamento das doenças crônicas, que deve

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FATOS QUE COMPROVAM QUE A SAÚDE MENTAL INFLUENCIA NA SAÚDE FÍSICA • A depressão dobra o risco de infarto e morte cardíaca. • Ansiedade generalizada, transtorno de pânico, estresse pós-traumático, transtorno obsessivocompulsivo aumentam o risco de eventos cardíacos. • Pessoas otimistas apresentam melhor recuperação de infarto do miocárdio e outros procedimentos cardíacos. • Pessimistas têm maior risco de sofrer eventos cardíacos, como Acidente Vascular Cerebral (AVC),

e apresentam maior taxa de mortalidade. • O desemprego, número de vezes em que se perdeu o emprego e o tempo de desocupação se correlacionam com maior risco de infarto. • O aumento de risco de infarto após múltiplas perdas de emprego é de magnitude semelhante a de outros fatores de risco tradicionais, como tabagismo, diabetes e hipertensão.

Falta de aderência ao tratamento em deprimidos

% de pacientes não aderentes

Não aderência: < 80% da prescrição 35 30 25 20 15 10 5 0 Sem depressão

Depressão moderada

Depressão severa/moderada

Fonte: Grupo de Cardiologia Comportamental do Hospital Israelita Albert Einstein

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nicos. De acordo com o médico da Unidade de Terapia Intensiva e membro do Grupo de Cardiologia Comportamental do Hospital Albert Einstein, Dr. Fernando Morita, o profissional de saúde precisa prestar informações claras sobre os benefícios, possíveis efeitos adversos e duração do tratamento. “Avaliar sem julgar ou criticar a má aderência, verificar a presença de possíveis efeitos colaterais e evitar o uso de termos técnicos também são atitudes que ajudam a aumentar a adesão ao tratamento”, enumera.

E CO N TEÚDO

ser baseado em quatro pontos principais: controle da obesidade, aumento do exercício físico, cessação do tabagismo e controle do consumo de álcool. “Essas medidas são comuns para o enfrentamento de todas as principais causas de morte dos brasileiros, doenças cardiovasculares, câncer e acidentes.” A falta de aderência medicamentosa é outro problema que acabará acarretando um alto número de complicações, internações e até morte. De acordo com uma pesquisa do Hospital Albert Einstein, quando se trata de doenças crônicas, a adesão ao tratamento é de apenas 50%, isto porque boa parte das pessoas toma a medicação apenas quando os sintomas se fazem presentes. Há diversos fatores para que metade dos pacientes descuide da saúde, entre eles, comunicação inadequada do profissional da saúde, custos, falta de conhecimento em saúde, fatores psicológicos/ comportamentais, complexidade do regime terapêutico e discrepância na percepção do risco. O farmacêutico pode ser de grande valia, devido ao contato mais próximo e mais frequente com os doentes crô-

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As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte de brasileiros, mas não são o mal mais temido pela população. Saiba mais. www.guiadafarmacia.com.br

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DPOC

O complicado ato de inspirar e expirar A DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA É A 4ª MAIOR CAUSA DE MORTE NO MUNDO E A 5ª NO BRASIL. APROXIMADAMENTE 12% DA POPULAÇÃO ACIMA DE 40 ANOS É PORTADORA DO PROBLEMA. ESTIMA-SE QUE HAJA 210 MILHÕES DE CASOS NO MUNDO POR VIVIAN LOURENÇO

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Dificuldade para respirar, perder o fôlego e inevitavelmente deixar de fazer as tarefas mais fáceis do dia a dia. Tudo isso acomete os fumantes. Os malefícios do tabaco são inúmeros e os alertas estão por toda parte, até mesmo nas caixas dos cigarros. Alguns se preocupam com o risco de câncer no pulmão, de enfisema e até mesmo de impotência sexual, mas muitos não abandonam o vício. Até os anos 50, os malefícios causados pelo cigarro eram subestimados. Mas durante alguns invernos da última década, pesquisas e observações realizadas na Inglaterra e nos Estados Unidos mostraram um aumento importante das

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visitas de fumantes aos prontos-socorros, assim como um crescimento da mortalidade de indivíduos com queixas respiratórias crônicas. Os tabagistas apresentam maior risco de desenvolver infarto do miocárdio, Acidentes Vasculares Cerebrais (AVCs) e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que pioram sensivelmente durante o outono e o inverno, aumentando a chance de morte durante este último. É certo que a exposição a gases nocivos e fumaça também são responsáveis por causar a DPOC, porém, o tabagismo ainda é o fator de risco principal. A doença causa dificuldade para respirar e inclui a bronquite crônica e o enfisema, cujos sintomas são: tosse, expectoração e falta de ar crônica. Sua FOTO/ILUSTRAÇÃO: SHUTTERSTOCK

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Quando manifestada, ocorre uma inflamação crônica dos brônquios e a destruição das paredes dos alvéolos pulmonares.

PRINCIPAIS SINAIS Assim como outras doenças que atingem os pulmões, a DPOC faz com que o paciente sinta falta de ar, sendo que alguns relatam casos de tosse e chiado. A tosse pode ser seca, mas, habitualmente, ocorre expectoração pela manhã, explica o pneumologista do Hospital Samaritano de São Paulo, Dr. Mauro Gomes. No início dos sintomas, é comum a pessoa apresentar apenas um pigarro constantemente. A falta de ar é progressiva, sendo no início apenas aos esforços, como subir uma escada ou uma ladeira, mas torna-se mais grave com o passar do tempo e pode chegar a ocorrer nas mínimas atividades do dia a dia, inclusive com a necessidade do uso de oxigênio suplementar. Nas fases mais avançadas, há falta de ar até no repouso, perda de massa muscular e cianose (coloração azulada da pele ou das mucosas) de extremidades. Com a evolução da doença, a falta de ar torna-se limitante, impedindo o doente de realizar as mínimas atividades habituais do dia a dia, como tomar banho ou comer. A DPOC acaba sendo incapacitante ao longo dos anos, como acrescenta o coordenador da comissão de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), Dr. Fernando Lundgren.

INCIDÊNCIA DO PROBLEMA

evolução é progressiva e irreversível, além de deteriorar a qualidade de vida do acometido. Segundo o pneumologista e coordenador do centro de tratamento do tabagismo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Ciro Kirchenchtejn, de forma geral, durante o inverno, estação em que o ar se apresenta mais frio e seco, a inversão térmica provoca o aumento de poluentes, como o dióxido de enxofre e outras partículas tóxicas, e acaba agredindo e ressecando a mucosa que reveste as narinas, assim como a garganta e os brônquios. As agressões costumeiras da estação em conjunto com a fumaça do cigarro, que já sai de uma brasa a poucos centímetros da boca, carregada de milhares de substâncias tóxicas, podem potencializar os danos pulmonares.

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A DPOC acomete cerca de 20% dos fumantes. Estima-se que, no Brasil, existam aproximadamente 50 milhões deles. Portanto, devem existir perto de 10 milhões de pacientes com a doença, no País. De acordo com o Dr. Lundgren, entre 4 a 7 milhões de brasileiros maiores de 40 anos são portadores da patologia, ou seja, entre 8% a 12% da população adulta. A incidência da doença é mais comum em adultos fumantes e em ambos os sexos. A incidência nas mulheres tem aumentado significativamente nos últimos anos.

MANIFESTAÇÃO E CUIDADOS O tratamento medicamentoso, geralmente feito com broncodilatadores, corticoides e anti-inflamatórios, previne as exacerbações e tem como objetivo reduzir as crises e evitar a progressão da 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

DPOC

doença. Segundo o Datasus, a DPOC mata cerca de 40 mil pessoas por ano no Brasil. A projeção da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que a doença será a terceira maior causa de morte no mundo até 2030. A DPOC pode evoluir e o paciente pode apresentar quadros com infecções respiratórias de repetição, o que leva a uma acentuação aguda dos sintomas, esclarece o Dr. Gomes. Essa situação é comumente conhecida como “crise de bronquite” e cientificamente chamada de exacerbação da doença. Em muitas dessas situações, há necessidade de internação para o tratamento. Com o passar do tempo, as crises podem aumentar em número e intensidade e a única maneira de impedir sua evolução é a cessação do tabagismo. O Dr. Lundgren aponta que os pacientes expostos à fumaça de cigarro, ou queima de biomassa, estão mais sujeitos a apresentar os sintomas, como

A DPOC ACOMETE CERCA DE 20% DOS FUMANTES. ESTIMA-SE QUE, NO BRASIL, EXISTAM APROXIMADAMENTE 50 MILHÕES DELES. PORTANTO, DEVEM EXISTIR PERTO DE 10 MILHÕES DE PACIENTES COM A DOENÇA, NO PAÍS pigarro ou tosse, e redução da capacidade de realizar exercícios ou mesmo atividade física. Os especialistas, porém, salientam que nenhuma medicação reverte a doença. O objetivo principal é

SAIBA MAIS • A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença progressiva e debilitante que acomete os pulmões e interfere na respiração normal. É caracterizada pela obstrução do fluxo aéreo e inflamação dos pulmões diante de gases e partículas nocivas. • A DPOC atinge pessoas com mais de 40 anos, mas eventualmente pode acometer pessoas mais jovens. • Cerca de 210 milhões de pessoas no mundo têm DPOC. • No Brasil, a DPOC atinge mais de 7 milhões de pessoas. Somente 12% dos pacientes são diagnosticados e destes, apenas 18% recebem tratamento. • O principal fator de risco para a DPOC é o tabagismo. Os sintomas principais são falta de ar, que se manifesta inicialmente quando realizado um grande esforço, mas que se torna progressiva, atrapalhando as atividades diárias. Tosse e produção de expectoração,

principalmente pela manhã, também são queixas comuns. A DPOC prejudica a qualidade de vida dos pacientes, já que as simples atividades de rotina se tornam cada vez mais difíceis. Por exemplo, o paciente pode ter dificuldade para tomar banho em pé, pentear os cabelos, lavar a louça, subir poucos lances de escada, se alimentar e até mesmo andar pela casa. • Apesar de não haver cura da DPOC, o tratamento melhora muito os sintomas e a qualidade de vida do paciente. É preciso uma abordagem multidisciplinar (médico, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo) no tratamento e para que ocorra diminuição dos prejuízos pessoais, sociais e econômicos do paciente com DPOC. • O tratamento deve começar com uma mudança do estilo de vida, principalmente deixando de fumar e passando a fazer uso de medicamentos broncodilatadores para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Fonte: Associação Brasileira de Portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (ABP DPOC)

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DPOC

PERGUNTAS IMPORTANTES PARA O DIAGNÓSTICO 1. Tem mais de 40 anos? 2. Tem tosse na maior parte do dia?

4. Cansa-se mais facilmente que outros de sua idade?

3. Tem expectorado muco ou catarro na maior parte do dia?

5. É ou foi fumante?

Se o paciente responder SIM a três dessas perguntas, há mais chances de possuir DPOC.

Fonte: Novartis

evitar a sua progressão e otimizar os mecanismos respiratórios, priorizando os seguintes aspectos: • Evitar infecções respiratórias (antibióticos e vacinas). • Cessar o tabagismo. • Medicamentos broncodilatadores (inalatórios e orais). • Controle da inflamação crônica (corticoide inalatório e/ou oral). • Reabilitação pulmonar, trabalhar o condicionamento, treinar formas de poupar esforço nas atividades físicas cotidianas. 124

• Oxigenioterapia domiciliar para os casos indicados, após medidas de gasometria arterial. Como a doença é irreversível, o uso de medicamentos é essencial para a melhoria da qualidade de vida do seu portador. “Hoje, os broncodilatadores são os medicamentos de escolha”, orienta o Dr. Lundgren. Segundo o Dr. Gomes, do Hospital Samaritano, os medicamentos aliviam a sensação de falta de ar, melhorando a capacidade de realizar as atividades diárias.

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HIPERIDROSE

Suor excessivo tem explicação DOENÇA PODE TRAZER SITUAÇÕES DE DESCONFORTO AOS ACOMETIDOS, PREJUDICANDO O CONVÍVIO SOCIAL. MAS O MERCADO JÁ OFERECE SOLUÇÕES BASTANTE EFICAZES PARA O ALÍVIO DOS SINTOMAS, SEM A NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO CIRÚRGICA P O R K AT H L E N R A M O S 126

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A hiperidrose é uma doença caracterizada pelo excesso de transpiração, que vai além de um patamar considerado normal. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que cerca de 3% da população apresente sudorese excessiva, em maior ou menor grau. Somente no Brasil, seriam aproximadamente 6 milhões de pessoas. “Quando exposto ao sol ou na prática de exercício físico, o corpo transpira para auxiliar na regulação da temperatura corporal. O suor tem um importante papel fisiológico na saúde. Mas em alguns casos, a pessoa apresenta sudorese excessiva, acometendo regiões específicas do corpo, caracterizando a hiperidrose”, explica o diretor do departamento de cirurgia torácica da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Dr. Marcio Botter. Assim, quem sofre com hiperidrose, mesmo nos momentos de repouso corporal, pode sofrer com o suor excessivo. Isso porque, a doença nem sempre está relacionada com estímulos externos de temperatura, pois pode ser originada por questões emocionais, hereditárias ou outras doenças. Em situações mais intensas, os portadores permanecem a maior parte do dia com as mãos ou axilas umedecendo roupas ou tudo em que tocam, o que pode deixá-los desconfortáveis e estressados. E esse constrangimento pode interferir, relevantemente, no convívio social e ambiente profissional dos acometidos. Na maioria dos casos, o que ocorre é a chamada hiperidrose primária e, para este problema, inexiste uma causa aparente. Tal condição é considerada uma desordem genética e, de fato, são relatados históricos semelhantes em uma mesma família. “Quando o suor excessivo afeta axilas, mãos e pés, sem nenhuma doença envolvida, é chamado de hiperidrose primária, ou focal. Geralmente, a primária não tem causa específica e pode ser hereditária. Afeta entre 2% e 3% da população em todo o mundo, mas menos de 40% de quem sofre com isso procura auxílio médico”, afirma o diretor técnico do Laboratório Osler do Brasil, Paulo Guerra. Se a sudorese ocorre devido a uma condição médica, é chamada de hiperidrose secundária. “Nesse caso, a doença está associada ao hiper-

CERTAS MEDIDAS PODEM, EM ALGUMAS SITUAÇÕES, MINIMIZAR AS MANIFESTAÇÕES DE SUOR, PRINCIPALMENTE NOS CASOS MAIS LEVES. PARA QUEM SOFRE DE HIPERIDROSE, UMA BOA NOTÍCIA É QUE É POSSÍVEL TRATAR A DOENÇA COM FÓRMULAS TÓPICAS QUE POSSUEM, NA COMPOSIÇÃO, O CLORETO DE ALUMÍNIO tireoidismo, à obesidade, menopausa e a distúrbios psiquiátricos. O suor pode ocorrer no corpo todo ou em apenas uma área”, explica Guerra.

ATENÇÃO AOS PRIMEIROS SINAIS A hiperidrose é uma doença que pode afetar pessoas de qualquer idade. Normalmente, as primeiras manifestações começam a surgir ainda na infância, se agravando durante a puberdade e a adolescência. “A hiperidrose pode se manifestar em mãos, pés, axilas, rosto, sob as mamas, na região inguinal e no couro cabeludo, partes do corpo que contêm maior número de glândulas sudoríparas. Nas hiperidroses primárias de fundo emocional, os sintomas desaparecem durante o sono ou sedação”, conta a farmacêutica responsável pelo desenvolvimento de produtos da Granado, Simone Nascimento. A médica com pós-graduação em Dermatologia e diretora médica da Clinique des Arts, Dra. Luciana Macedo de Oliveira, explica que esse suor não tem odor porque, na transpiração, são perdidos 95% de água e 5% de eletrólitos (como sódio, potássio, cálcio e magnésio). No entanto, a possibilidade de odores mais fortes não está eliminada. “Devido ao excesso de suor, pode acontecer uma proliferação de bactérias que se alimentam da sudorese e, com isto, surgir o cheiro desagradável”, adverte. O Dr. Botter diz que a literatura médica reporta incidência maior de hiperidrose em determinados grupos étnicos, em especial, orientais e judeus. A razão disso, até o momento, é desconhecida. Outro importante fa2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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ESPECIAL SAÚDE

HIPERIDROSE HIPERIDROSE

tor de predisposição é a história familiar. Crianças com suor em excesso nas mãos e nos pés, com parentes nas mesmas condições, são sérias candidatas a manifestar a desordem a partir da puberdade ou mesmo antes dessa fase. Segundo Guerra, a hiperidrose pode acometer mais mulheres (60%) do que homens (40%). No entanto, estudos não comprovam que o universo feminino seja mais suscetível à doença. “Culturalmente, elas procuram atendimento médico com maior frequência do que os homens e, por isto, registram mais casos”, argumenta.

ALÍVIO AOS SINTOMAS Certas medidas podem, em algumas situações, minimizar as manifestações de suor, principalmente nos casos mais leves. “Costumamos orientar os pacientes a evitar, por exemplo, alguns tipos de alimentos, chamados termogênicos, que aumentam a temperatura corporal e, consequentemente, pioram a transpiração. São eles, gengibre, canela em pó, pimentas, café, refrigerantes, chás verdes e outros”, destaca o Dr. Botter, acrescentando que outra medida é o uso de roupas que favoreçam a absorção e evaporação da umidade. O especialista aconselha, ainda, a evitar locais de elevada temperatura, situações de grande estresse emocional e, inclusive, a portar, sempre que possível, peças de roupas para eventuais trocas no decorrer do dia. Para alguns pacientes, o tratamento da hiperidrose é cirúrgico e denominado simpatectomia videotoracoscópica. Alguns especialistas também utilizam o método de aplicação local de toxina botulínica, substância usada para suavizar rugas de expressão facial. Nessa segunda opção, a aplicação é realizada diretamente na pele, por meio de múltiplas injeções cutâneas nas mãos ou axilas. No entanto, alguns produtos também podem trazer resultados satisfatórios. “Para quem sofre de hiperidro128

se, uma boa notícia é que é possível tratar a doença com fórmulas tópicas que possuem, na composição, o cloreto de alumínio”, destaca a Dra. Luciana. O Laboratório Osler do Brasil, por exemplo, oferece o Perspirex, disponível em duas apresentações: Perspirex Roll-on, para axilas, e Perspirex Loção, para aplicação em mãos e pés. “A exclusiva fórmula à base de álcool e cloreto de alumínio bloqueia a produção de suor nas glândulas sudoríparas antes mesmo que este alcance a pele”, explica Guerra. A reação do produto nas glândulas forma uma espécie de tampão de gel, que é eliminado, naturalmente, com as células mortas da pele, fazendo com que o produto tenha uma ação prolongada, sem que exista qualquer efeito adverso. “Perspirex reduz o suor em 40%, por até 72 horas, com uma única aplicação, e oferece proteção contra suor e odor por até cinco dias”, garante. Já a Vichy oferece o Creme Dermocosmético Antitranspirante Eficácia Reforçada, indicado para casos de transpiração intensa e hiperidrose. Sua formulação conta com sais de alumínio (25%) e Água Termal de Vichy. “Os usuários devem aplicar uma fina camada do produto sobre as axilas limpas e secas. Na primeira semana, utilizar o produto durante quatro dias seguidos e, na segunda semana, em três dias alternados. A partir da terceira semana, duas aplicações sucessivas são suficientes. A região permanece seca e fresca”, afirma a gerente de comunicação científica de Vichy, Fernanda Balbi. A Granado também oferece uma opção, que pode ser usada como desodorante, tanto nas axilas quanto nas mãos, e ajuda em casos de hiperidrose. É o Talco Cremoso Antisséptico que, formulado com base vegetal, facilita a absorção. O produto combate a transpiração e as bactérias causadoras do mau cheiro, inibindo o crescimento do fungo Trichopyton mentagrophytes, um dos principais causadores das micoses.

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GESTÃO

Atenção para o mix O OUTONO-INVERNO PEDE QUE O SORTIMENTO SEJA REVISTO E QUE OS PRODUTOS DE ALTO GIRO DO VERÃO CEDAM ESPAÇO PARA AQUELES MAIS PROCURADOS QUANDO A TEMPERATURA COMEÇA A BAIXAR

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POR ADRIANA BRUNO

Parece cedo, mas na verdade já é hora de consultar o histórico de vendas da temporada dos dias mais frios do ano anterior e iniciar o processo de revisão e atualização do mix do período. Produtos com forte apelo no verão devem começar a ceder espaço para aqueles que “combinam” e se adaptam às necessidades do consumidor. De Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPC), além de itens, como inaladores,

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umidificadores e nebulizadores, a farmácia deve se preparar para aquecer as vendas quando os termômetros registrarem temperaturas mais baixas. O histórico de vendas é importante para que o varejista tenha uma base de informações para ajudá-lo na tomada de decisão sobre o percentual de incremento do nível de estoque e do mix, pois geralmente ele já possui, no ponto de venda (PDV), os produtos que irão sofrer o aumento de demanda. “No entanto, para evitar um excesso de estoque e consequentemente de dinheiro parado, o varejista precisa anaFOTO: SHUTTERSTOCK

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lisar o quanto essa demanda tende a aumentar”, indica o executivo do Grupo Invent, Wilton Oliveira. Ele ressalta ainda que a própria indústria irá sugerir incremento baseado nos itens que aumentam o giro nesta fase do ano. “Caso a indústria não o faça proativamente, o que considero difícil, pois eles já estão inclusos no planejamento, o varejista pode consultá-los”, diz. Oliveira destaca que o ideal é que esse processo de revisão tenha início com antecedência entre 60 e 90 dias, sendo que é possível negociar ainda com maior antecedência e combinar os prazos de entrega. “Mas deve-se ter certeza de que os fornecedores são confiáveis e irão honrar com a entrega mesmo em caso de aumento da demanda no mercado como um todo, obviamente que, neste caso, o risco é maior, mas pode ser uma alternativa em tempos de fluxo de caixa apertado”, recomenda. Ficar atento ao movimento das indústrias, às campanhas publicitárias e aos lançamentos é praticamente uma obrigação do varejista que não quer perder venda e busca oferecer uma experiência de compra satisfatória para seus clientes o ano todo. O sócio fundador da Improve Consultoria, Plínio de Oliveira Júnior, lembra que as indústrias de higiene e beleza costumam realizar grande investimento em novos produtos baseados em estudos feitos, tanto no Brasil como no exterior, e ressalta a importância do acesso do varejo a informações de mercado. “Os compradores poderiam solicitar em seus contatos com a indústria a possibilidade de receber uma cópia desses estudos num formato mais sucinto. Outro passo que poderia ser feito seria realizar seu próprio estudo, identificando as tendências do mercado de beleza. Assim, é possível detectar quais produtos não podem ficar fora das gôndolas ou ainda em pontos de exposição específicos”, recomenda.

MAIS ATENÇÃO NO PERÍODO O outono-inverno é marcado por uma mudança no comportamento das pessoas tanto no âmbito social, elas ficam mais reclusas, saem menos nos dias mais frios, como na forma de consumir. O charme do inverno se traduz na preocupação em prevenir doenças respiratórias comuns no período, como gripes e resfriados e, portanto, tudo o que for indicado para a prevenção ou o tratamento dos sintomas destas doenças deve estar em destaque na loja, sempre de acordo com a legislação vigente. Itens de perfumaria e cosméticos, como hidratantes mais espessos, indicados para tratar o ressecamento da

O QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO PARA DEFINIR O MIX • Localização da loja; • Poder aquisitivo do público da região; • Perfil do público; • Formato da loja (pequeno, médio ou grande); • Frequência de visitas dos clientes à loja; • Histórico de vendas das categorias mais vendidas no período, com análise de ao menos três anos; • Lançamentos e novidades da indústria; • Demanda do consumidor.

pele, além de um mix de colorações e esmaltes atualizados com as cores da estação, também passam a fazer parte da cesta de compras do shopper. “O destaque deve estar em produtos correlacionados com os que trarão o consumidor ao ponto de venda. É evidente que uma pessoa resfriada irá buscar um medicamento para isso, por que não expor vitaminas e lenços? O consumidor irá automaticamente associar esses produtos com prevenção e como consequência do resfriado, possibilitando que o ponto de venda aumente seu tíquete médio com produtos correlacionados. O inverno é um período sazonal muito bem definido e, portanto, o aumento na demanda pelas categorias de produtos citados é praticamente automático”, indica o gerente de consultoria da GS&MD – Gouvêa de Souza, Marcelo Menta Jr. No outono-inverno, segundo Oliveira, o consumidor tende a ser mais rápido no processo de compra. “Ele geralmente irá comprar para atender à sua necessidade na farmácia e não será tentado a um processo longo de pesquisa. Obviamente que tudo precisa estar de forma coerente, inclusive o preço, mas é importante levar em consideração que a pesquisa de preços para itens de rápido consumo tende a diminuir um pouco. Outro fator é que ele se utiliza mais da Atenção Farmacêutica, portanto, é importante reforçar com o time a necessidade do bom atendimento”, diz.

PLANEJANDO O QUE SERÁ VENDIDO Um dos pontos cruciais da definição ou mesmo atualização do mix é que o trabalho deve ser alinhado com a definição do público-alvo da farmácia, para não investir errado e ficar com produto parado em gôndola. Oliveira, 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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GESTÃO

CATEGORIAS QUE MERECEM DESTAQUE • Antigripais; • Lenços descartáveis; • Hidratantes; • Colorações para cabelos; • Esmaltes; • Vitaminas; • Soro fisiológico para inalação; • Termômetros; • Óleos hidratantes para o corpo; • Hidratantes para o rosto; • Protetores solares; • Protetores labiais; • Maquiagem; • Inaladores, nebulizadores e umidificadores de ar; • Cremes hidratantes para cabelos; • Gel antisséptico (álcool gel).

do Grupo Invent, destaca que o varejista também deve avaliar a disponibilidade de capital de giro ou parcerias com fornecedores para incrementar o nível de estoque de determinados itens, lançamentos relacionados a essa época do ano, além de trabalhar o layout da farmácia para que o consumidor perceba rapidamente a presença dos itens na loja. Antes de comprar, Oliveira recomenda analisar se efetivamente o incremento de estoque dos itens sazonais não irá impactar na disponibilidade do mix de produto recorrente da farmácia. “Além disso, é necessário saber quais são as condições especiais geralmente ofertadas pela indústria e pelos distribuidores para fechamento de pacotes; neste caso, é importante validar se as condições concedidas são atrativas como um todo e não somente nos itens que tendem a aumentar a demanda”, indica. O período de compras deve ser planejado, levando-se em consideração o desempenho dos últimos anos (de três a cinco), buscando identificar padrões de crescimento ou queda em cada linha de produto, sem se esquecer dos lançamentos. “Existe uma grande expectativa com novos produtos de beleza de alta tecnologia 132

para o cuidado da pele, rejuvenescimento, clareamento dos dentes, emagrecimento e cuidado dos cabelos”, conta Oliveira Júnior. Para ele, os produtos para a estação outono-inverno devem estar disponíveis com, no mínimo, 15 dias de antecedência nas lojas. “Não podemos esquecer que deve estar tudo alinhado, chegada dos produtos em loja versus marketing (tanto visual como boca a boca dos funcionários), transformando o atendimento de informação para consultoria por parte dos atendentes. Atenção nessas últimas palavras, pois para um atendente dar consultoria em higiene e beleza, o mesmo deve ter total conhecimento dos produtos”, ressalta.

MAIOR GIRO Geralmente, os itens relacionados às doenças respiratórias são os de maior impacto no período e, por esta razão, é importante aumentar o nível de estoque e estar atento ao sortimento de todos os produtos relacionados, desde um umidificador até um medicamento prescrito, passando por itens de perfumaria, como lenços de papel. “É comum as farmácias focarem apenas no MIP e esquecer que também existe o aumento de consultas médicas em urgência e emergência e, tendencialmente, os médicos irão prescrever mais”, diz Oliveira. O executivo do Grupo Invent ainda alerta que as demais categorias já comercializadas pela loja também precisam ser trabalhadas. “O varejista não pode privilegiar o mix de inverno em detrimento ao habitual; por mais simples que seja, é muito importante reforçar este ponto, pois muitas vezes, devido ao impacto de caixa pelo aumento do nível de estoque do mix de inverno, corre-se o risco de pensar em diminuir outros produtos e categorias, o que é algo arriscado”, alerta. Mas de nada adianta tanto cuidado com a definição do mix e o processo de compra se os produtos não despertarem a atenção do consumidor. Para isso, eles devem estar espalhados estrategicamente dentro da loja de forma que o cliente adquira o produto desejado e acabe visualizando outros itens que passariam despercebidos. “É importante trabalhar lugares como as pontas de gôndola, onde podem ser colocados produtos da estação; ilhas específicas também dão um bom resultado, desde que não atrapalhem a circulação da loja”, orienta Oliveira Júnior.

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MIX

Os reis dos MIPs

AS CATEGORIAS DE ANALGÉSICOS E ANTITÉRMICOS SÃO UMA DAS MAIS PROCURADAS PELOS CONSUMIDORES DENTRO DAS FARMÁCIAS E DROGARIAS. É PRECISO TRABALHÁ-LAS BEM, DESDE A DISPENSAÇÃO RESPONSÁVEL ATÉ A EXPOSIÇÃO CORRETA NAS GÔNDOLAS POR FLÁVIA CORBÓ

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A

Apesar de ser uma sensação desagradável, a dor é necessária. Sem ela, o ser humano não conseguiria sobreviver, pois serve como alerta de que há algo errado que precisa ser combatido antes que evolua para infecções ou até danos irreversíveis. Quando a dor é aguda, a defesa do organismo costuma ser simples, basta afastar ou evitar o foco da dor, como tirar a mão da chama quando sentir que está queimando. Mas quando ela se torna um problema constante, normalmente, é preciso fazer uso de medicamentos que ajam no foco do problema. Processo semelhante ocorre com a febre. Apesar de vir acompanhada de sintomas desagradáveis, como dor no corpo, cansaço, sonolência e mal-estar, a elevação da temperatura corporal serve como um sinal de que o organismo foi agredido por um agente externo ou por uma doença dos órgãos internos. Ou seja, a febre não é uma doença, mas, sim, uma reação do organismo contra alguma anomalia. Muitas vezes, é o mecanismo de defesa ideal para ajudar o sistema a livrar-se do agente agressor. Por ser processos que ocorrem com certa frequência, medicamentos para combater dor e febre estão entre os itens mais adquiridos pelo consumidor dentro das farmácias e presença indispensável na caixa de medicamentos que todo brasileiro mantém em casa, a famosa “farmacinha”. Segundo dados do IMS Health, em 2014, foram vendidos mais de 200 milhões de unidades de analgésicos, o que representa quase R$ 3 bilhões em venda e 4,7% do mercado total de medicamentos. Quando somados os antigripais e antitérmicos, o número torna-se ainda mais representativo. No ano passado, o mercado farmacêutico arrecadou pouco mais de R$ 2 bilhões com a venda de 107 milhões de unidades da categoria. Apesar da convivência próxima com essa classe medicamentosa, o consumidor não tem profundo conhecimento a respeito do que está ingerindo ou dando aos seus filhos. Por ser vendidos sem a necessidade de prescrição médica, o consumo acaba sendo banalizado. Dentro de um atendimento responsável, cabe ao farmacêutico explicar aos cliente as

ALÉM DA DISPENSAÇÃO RESPONSÁVEL, A VENDA DE ANALGÉSICOS E ANTITÉRMICOS PRECISA ESTAR ASSOCIADA A UMA BOA EXPOSIÇÃO DENTRO DA FARMÁCIA. A QUANTIDADE DE PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO É ENORME, PORTANTO, CABE AO VAREJISTA TORNAR A ESCOLHA DO CONSUMIDOR MAIS FÁCIL E ASSERTIVA características dos produtos à venda, a diferença entre eles e a ação no organismo. Inclusive, desde setembro de 2013, está em vigor a prescrição farmacêutica, que permite que o profissional indique ao consumidor produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica.

O QUE SÃO? Os analgésicos são medicamentos divididos em três classes: os não opioides, os opioides (narcóticos) e os adjuvantes (que são administrados por outra razão que não dor, mas podem contribuir com a minimização da dor). A seleção e a prescrição de medicamentos analgésicos estão veiculadas à avaliação de vários fatores, como: intensidade de dor do paciente, origem, localização, se é uma dor aguda ou crônica, intermitente ou constante, generalizada ou localizada, latejante ou não, entre outros. “Normalmente, os analgésicos não opioides são os mais utilizados, pois servem para as dores menos intensas e mais corriqueiras, durante um período curto, e estes medicamentos apresentam propriedades analgésica, antipirética, antitrombótica e anti-inflamatória”, detalha a professora titular e farmacêutica responsável pela Farmácia-Escola, da Universidade de São Paulo (FCF-USP) e professora titular do curso de Farmácia da Universidade Guarulhos (UnG), Maria Aparecida Nicoletti. 2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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MIX

DADOS DO SETOR ANALGÉSICOS

ANTIGRIPAIS E ANTITÉRMICOS

200 milhões

107 milhões

R$ 2,9 bilhões

R$ 2 bilhões

Representatividade de

Representatividade de

4,7%

3,3%

do total de vendas de medicamentos.

do total vendas de medicamentos.

de unidades vendidas.

em vendas.

de unidades vendidas.

em vendas.

Fonte: IMS Health

O mecanismo de ação dos analgésicos anti-inflamatórios não opioides (ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e dipirona sódica) se dá por meio da inibição da enzima ciclooxigenase, que acarreta na diminuição da formação de precursores das prostaglandinas e dos tromboxanos a partir do ácido araquidônico, minimizando a ação destes mediadores no termostato hipotalâmico e nos receptores de dor (nociceptores), segundo explica Maria Aparecida. Quanto à ação analgésica específica do paracetamol, não há uma definição taxativa. “Ele pode atuar predominantemente inibindo a síntese de prostaglandinas no sistema nervoso central e, em menor grau, bloqueando a geração do impulso doloroso no nível periférico. A ação periférica pode ser decorrente também da inibição da síntese de prostaglandinas ou da ação de outras substâncias que sensibilizam os nociceptores frente a estímulos mecânicos ou químicos”, aponta Maria Aparecida. Já a ação dos antitérmicos (antipiréticos) transcorre no início do processo, na inibição da enzima responsável pela elevação da temperatura corpórea. Entretanto, é preciso ressaltar ao consumidor que os antitérmicos agem no alívio do sintoma (elevação de temperatura corpórea), mas não na causa do problema gerador do sintoma apresentado.

ALERTAS NECESSÁRIOS Apesar de se tratarem de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), é preciso orientar que o 136

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paciente tenha a mesma atenção em relação às demais classes medicamentosas. O farmacêutico é o profissional mais indicado para orientar o consumidor quanto aos benefícios e efeitos adversos de medicamentos dentro das farmácias e drogarias. Como na classe dos analgésicos e antitérmicos existem medicamentos com diferentes princípios ativos e também diversas associações, a ação farmacológica e efeitos adversos podem ser diferentes. “Caso seja solicitado, o farmacêutico deve aconselhar o consumidor a ler a rotulagem e a bula dos medicamentos e orientá-lo quanto à forma de administração (posologia), duração do tratamento, modo de ação e possíveis reações adversas, contraindicações e interações com outros medicamentos e/ou alimentos. Também cabe ao farmacêutico orientar o cliente a recorrer ao médico, caso os sintomas persistam”, orienta a vice-presidente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Marli Martins Sileci. A automedicação e a autoprescrição não devem ser praticadas ou incentivadas, já que mesmo os MIPs podem provocar reações indesejáveis e, às vezes, não controláveis, além de mascarar sintomas importantes para um diagnóstico preciso, dependendo de como são utilizados em dosagem, finalidade e as possíveis interações que poderão ocorrer. “A simples administração de um medicamento contendo ácido acetilsalicílico às crianças que apresentem problemas como catapora ou ainda gripes cau-

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1. Em relação as embalagens antigas de 20 e 100 comprimidos.

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MIX

PLANOGRAMA IDEAL

DOR E FEBRE

DOR DE CABEÇA

DOR E FEBRE

DOR E FEBRE

DOR DE CABEÇA

STOPPER

DOR DE CABEÇA

TESTEIRA

FAIXA DE GÔNDOLA

Não existem regras, mas baseadas em pesquisas junto ao shopper, algumas empresas sugerem segmentar o sortimento por subcategoria, neste caso, por tipo de dor: cólica, febre, dor de cabeça e dor muscular. Veja os exemplos a seguir: Figura 2 – Planograma quantitativo Nesse caso, são considerados os produtos que participam de cada subcategoria, fracionando Figura 1 – Planograma qualitativo o espaço de exposição conforme a participação O conceito é fracionar o espaço que será de demanda dos produtos e o tamanho das dedicado à categoria, de acordo com a embalagens que compõem cada subcategoria. participação de demanda das subcategorias. 1 DOR E FEBRE CÓLICA 11%

DOR DE CABEÇA 27%

2 DOR E FEBRE

1 DOR E FEBRE

2 DOR E FEBRE

FEBRE 34%

FEBRE 34%

DOR DE CABEÇA 27% DOR MUSCULAR 28%

DOR MUSCULAR 28% Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip)

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sadas por vírus influenza poderá gerar dano hepático grave”, destaca Maria Aparecida. O uso equivocado do paracetamol (ou acetaminofeno) também pode acarretar riscos à saúde. Como o medicamento apresenta um efeito analgésico menos intenso, a tendência é de que, por conta própria, o paciente aumente a dosagem, o que pode provocar lesões hepáticas. A dose máxima recomendada é de 4 g, ou seja, o consumo de quatro comprimidos de 750 mg ao dia já excederia o limite seguro e o risco de intoxicação é eminente. O problema pode ocorrer se o paciente tomar inicialmente dois comprimidos de paracetamol e ingerir, durante o dia, outros comprimidos que contenham este fármaco em associação. Vale lembrar que o paracetamol, frequentemente, está presente na composição de outros medicamentos, como os antigripais. “Outra consideração a ser comentada é que pacientes tomam o paracetamol para alívio da dor em presença de dores reumáticas ou musculares quando já estão tomando medicamento anti-inflamatório, como o diclofenaco, e esta situação poderá aumentar o risco de lesão nos rins, principalmente em pessoas acima de 40 anos”, alerta Maria Aparecida. Apesar de não ser obrigatória a receita médica, analgésicos e antipiréticos são medicamentos e, portanto, deverão ser utilizados com orientação do profissional da saúde, considerando a enormidade de fatores incidentes e que poderão comprometer a saúde do indivíduo. 140

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EXPOSIÇÃO ADEQUADA Além da dispensação responsável, a venda de analgésicos e antitérmicos precisa estar associada a uma boa exposição dentro da farmácia. A quantidade de produtos disponíveis no mercado é enorme – medicamentos mais populares chegam a ter mais de 50 similares e cinco genéricos – portanto, cabe ao varejista tornar a escolha do consumidor mais fácil e assertiva. A Abimip acredita que é de fundamental importância que os analgésicos e antitérmicos sejam posicionados do lado de fora do balcão. “O consumidor deve ter pleno acesso aos MIPs, desta forma, o ideal é que eles fiquem expostos em gôndolas. A maioria das empresas prefere a exposição entre o balcão de medicamentos e o checkout da loja, sempre no autosserviço. O objetivo é entregar a melhor experiência de compra para o shopper, dando-lhe autonomia de escolha”, diz Marli. Quanto à organização dentro da loja, a melhor opção é distribuir os produtos conforme a indicação terapêutica – medicamentos para gripe em uma mesma prateleira, para dor de cabeça em outra, e assim sucessivamente. “No caso da categoria dos analgésicos e antitérmicos, sugere-se denominá-la de “Dor e Febre”, por exemplo, e se possível comunicar o nome dessa categoria utilizando testeira, faixa de gôndola e stopper. Os produtos agrupados e a comunicação eficiente da categoria fazem com que o shopper navegue de forma intuitiva e o ajuda a economizar tempo, que é um dos ‘bens’ mais preciosos nos dias atuais”, aconselha Marli.

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Princípio(s) Ativo(s): cafeína, dipirona sódica e mucato de isometepteno. Indicações: como analgésico e antiespasmódico. Registro MS 1.5584.0380. Fevereiro /2015. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.

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Aliados do organismo QUANDO CONSUMIDOS COM RESPONSABILIDADE, OS ANTI-INFLAMATÓRIOS AJUDAM NA DEFESA DE AGENTES QUE DESEQUILIBRAM O BOM FUNCIONAMENTO DO CORPO POR FLÁVIA CORBÓ

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Frequentemente, o organismo precisa se defender de algum desequilíbrio ou dano nos tecidos, causados por agentes externos. Na tentativa de defesa, surgem as inflamações, processo útil e benéfico para que se restabeleça. Esse é um meio natural de reparação, que só deve ser combatido quando as manifestações clínicas agudas (tumor, calor, rubor e dor) são intensas e desconfortáveis, com repercussão sistêmica e caráter subagudo ou crônico, ou, ainda, quando manifes-

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tações sintomáticas podem ter resultados incapacitantes, como deformidades e perdas funcionais. Para que a etapa de recuperação do organismo não seja prejudicada, é preciso ter muita cautela no tratamento da inflamação. Processos inflamatórios localizados e limitados podem ser tratados apenas com medidas não medicamentosas, como compressa de gelo, repouso e imobilização. Já quando se observam outros comprometimentos, o tratamento pode incluir os anti-inflamatórios. FOTO: SHUTTERSTOCK

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Para que o farmacêutico consiga orientar o cliente de maneira precisa, é fundamental conhecer a fundo as características dessa classe medicamentosa. Primeiramente, diferenciar as duas existentes: Anti-Inflamatórios Esteroides (AIEs) e os Não Esteroides (AINEs). De acordo com a farmacêutica e mestranda em Biotecnologia na Universidade Federal do Tocantins, Nadine Cunha Costa, as diferenças são grandes entre as duas classes, porém, ambas possuem apenas um ponto em comum: a inibição da síntese de eicosanoides, mediadores químicos que funcionam como mensageiros do sistema central e exercem controle sobre diversos sistemas do organismo humano, como a inflamação e a imunidade. “Os principais representantes do grupo dos eicosanoides inibidos pelos AINEs são as prostaglandinas, as prostaciclinas e os tromboxanos. Os AINEs, basicamente, atuam sobre as enzimas prostaglandinas sintetases, mais conhecidas como ciclooxigenase-1 (COX-1) e sobre a ciclooxigenase-2 (COX-2)”, explica Nadine, destacando que, apesar da variedade de AINEs disponível no mercado, todos eles compartilham, em maior ou menor grau, propriedades analgésicas, antitérmicas, anti-inflamatórias e antitrombóticas. “Entre os AINEs mais comuns, estão ácido acetilsalicílico, naproxeno sódico, diclofenaco, ibuprofeno, nimesulida, piroxican, entre outros. Eles agem no organismo por diferentes vias da inflamação, diminuindo-a e consequentemente aliviando sintomas, principalmente a dor”, complementa a gerente médica da Consumer Care da Bayer, Dra. Juliana Machado. Quanto aos AIEs, a ação sobre o processo inflamatório ocorre a partir da inibição da transcrição de citocinas iniciadoras da inflamação, como as interleucinas (IL) 1, 2, 3 6; interferon-y, fator de necrose tumoral (TNF), algumas quimiocinas e a expressão das enzimas cicloxigenases. “Consequentemente, ocorre a diminuição do acúmulo e função de células que participam das reações inflamatórias e imunes, como linfócitos, células naturais killers, monócitos. Esses, por sua vez, quebram toda a cascata da inflamação, inibindo diretamente a Fosfolipase A2. Por isso os AIEs são conhecidos também como glicocorticoides e imunossupressores”, explica Nadine. Essa classe medicamentosa exerce efeitos sobre quase todas as células, influenciando todo o metabolismo. Também interfere nas células sanguíneas, 144

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influenciando na cascata inflamatória. Sua utilização é reservada para situações mais crônicas e específicas, uma vez que tem vários efeitos adversos. Devido a essas características, os anti-inflamatórios esteroides possuem tarja vermelha e, portanto, só podem ser vendidos sob prescrição médica.

EVOLUÇÃO DOS FÁRMACOS O mecanismo de ação dos anti-inflamatórios é base de muitos estudos, por isso a eficácia e segurança dessa classe medicamentosa aumentaram ao longo dos anos. “Houve bastante evolução. Os anti-inflamatórios mais modernos geralmente são mais específicos e tendem a causar menos efeitos colaterais”, pontua a Dra. Juliana. Comumente, os AINEs são prescritos para combater manifestações sintomáticas musculoesqueléticas em pacientes com artrite reumatoide, polimiosite, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose sistêmica progressiva, poliarterite nodosa, granulomatose de Wegener, espondilite anquilosante e entesopatias. Demonstram eficácia em serosites lúpicas (pleurite e pericardite). “São também usados como adjuvantes no tratamento da gota aguda e em osteoartrose, artroplastia e fibrose cística”, acrescenta Nadine. Já os AIES podem ser empregados para diversas outras finalidades: doenças de origem alérgica, inflamatória ou autoimune. Exemplo: asma, renite alérgica, vitiligo, psoríase, miastenia grave, urticária, doenças de pele, etc. Apesar de concordar com a melhora dos medicamentos, a farmacêutica Nadine acredita que ainda há espaço para aperfeiçoamento. “É um campo que necessita de muitos estudos para que os fármacos possam bloquear de maneira mais específica cada etapa do processo inflamatório, apresentando ainda menos efeitos colaterais (gastrite, úlcera, colites, etc.).”

USO RESPONSÁVEL Os anti-inflamatórios estão sempre presentes na caixa de medicamentos dos lares brasileiros, que os utilizam para combater dor, edemas e outras alterações provocadas por processos inflamatórios. O que poucos conhecem são os efeitos adversos que o consumo inadequado desses medicamentos pode acarretar ao organismo. “São inúmeros os casos de intoxicação provenientes do uso indiscriminado desses medicamentos, e é significativo o nú-

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Outras apresentações: Gel 30 e 60g. Indicações: No tratamento local de inflamações de origem traumática nos tendões, ligamentos, músculos e articulações. Registro MS : 1.5584.0305 - Outubro / 2014

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DISPENSAÇÃO POLÊMICA Em 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou regras para restringir a venda indiscriminada de antibióticos. O modelo mostrou-se eficaz e, agora, as atenções voltam-se para a falta de controle na dispensação dos medicamentos tarja vermelha, como os anti-inflamatórios esteroides. A legislação determina que essa classe de medicamentos só deve ser vendida com prescrição médica, já que pode causar efeitos colaterais nocivos, mas, na prática, a realidade é outra. “Um paciente com um quadro de alergia tópica causada pelo uso de um determinado tipo de cosmético, não espera ir ao pronto atendimento; para ser atendido, ele procura imediatamente um farmacêutico”, exemplifica a farmacêutica e mestranda em Biotecnologia na Universidade Federal do Tocantins, Nadine Cunha Costa. Uma das explicações para a falta de cuidado na venda dos anti-inflamatórios são as consequências menos graves que o uso indiscriminado destes medicamentos provoca. “A restrição à venda de antibióticos ocorreu devido ao aparecimento de bactérias super-resistentes aos antibióticos. O uso indiscriminado de antibióticos fortalece as bactérias e dificulta o tratamento adequado, por este motivo, o antibiótico deve ser usado somente quando receitado pelo médico”, ressalta a gerente médica da Consumer Care da Bayer, Dra. Juliana Machado.

mero de pacientes que vão a óbito pelo mesmo motivo”, alerta Nadine. E, mesmo assim, as vendas de anti-inflamatórios seguem crescendo ano após ano. Entre dezembro de 2013 e o mesmo mês de 2014, a participação de mercado dos anti-inflamatórios cresceu 3,6%, segundo dados fornecidos pelo IMS Health. Somente no ano passado, o brasileiro gastou mais de 2,3 bilhões de reais na compra desse tipo de medicamento. Em 2010, quando o Brasil já era um dos campeões mundiais em consumo de anti-inflamatórios, a cifra não passava de R$ 1,5 bilhão. Os números são preocupantes porque, no caso dos anti-inflamatórios, as consequências do uso irresponsável são muitas e algumas delas graves. A intoxicação com Ácido Acetilsalicílico (AAS), por exemplo, pode levar a choque cardiovascular e insuficiência respiratória. Em idosos e crianças, a consequência pode ser fatal. Já o diclofenaco pode causar vômito, diarreia, cefaleia, hemorragia gastrointestinal e convulsões.

DISPENSAÇÃO CORRETA As farmácias e drogarias têm papel relevante no combate à automedicação. Para isso, é preciso investir na assistência farmacêutica plena, com a presença de um profissional farmacêutico atuante, responsável e habilitado pelos cuidados relacionados aos medicamentos e pelas orientações necessárias 146

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ao paciente. “A responsabilidade de zelarmos pela saúde da população deve ser a principal razão para que as pessoas continuem acreditando nos serviços prestados por cada um de nós. A importância dos primeiros cuidados inerentes à atenção básica são fundamentais para uma farmacoterapia eficaz e, por vezes, a ‘primeira porta’ de atendimento é exatamente na farmácia”, reforça Nadine. Para oferecer um atendimento de qualidade, a dispensação dos anti-inflamatórios deve ser feita a partir da anamnese farmacêutica para identificação da origem do processo inflamatório. Somente depois de avaliado, prossegue-se com a melhor conduta terapêutica com ação específica. “O anti-inflamatório deve ser prescrito baseado na história clínica e em outras doenças e medicamentos que o paciente utilize, a fim de minimizar os eventos adversos. Por exemplo, se o paciente for idoso ou apresentar disfunção renal, poderá ter necessidade de uma diminuição da dose normalmente administrada”, detalha a docente do curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp), Patricia Moriel. E mesmo pacientes sem histórico delicado ou aparente condição de risco devem receber uma orientação diferenciada. “O ideal e mais seguro é que o consumidor saiba exatamente se o que está comprando realmente é o que ele está precisando. Mesmo que seja uma cartela com quatro comprimidos”, acredita Nadine.

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Respiração confortável e tranquila OS CUIDADOS COM A SAÚDE ESTÃO NO TOPO DA LISTA DE PREOCUPAÇÕES DOS BRASILEIROS. DESSA FORMA, A CORRIDA POR INALADORES E UMIDIFICADORES DE AR TORNA-SE CONSTANTE POR VIVIAN LOURENÇO

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 600 milhões de pessoas no mundo já sofrem com diferentes tipos de doenças respiratórias. No Brasil, esse número ultrapassa a casa de 18 milhões, o que representa mais de 90 mil internações e 15 mil mortes (50% dos óbitos por pneumonia em idosos). Além disso, de acordo com cientistas e relatórios da Organização das Nações Unidas (ONU), se nada for feito para combater o aquecimento global, a previsão é de que a temperatura possa aumentar cerca de 6ºC até o ano de 2100. Para se ter uma ideia, uma variação de 5ºC a 8ºC só seria considerada normal em um período de mil anos. Diante desse panorama, um pouco mais da metade da população mundial estará totalmente vulnerável às doenças respiratórias no fim do século 21. O aumento de problemas respiratórios e alérgicos será, em grande parte, consequência da contaminação do ar pela emissão de gases tóxicos. A elevação da temperatura, somada à baixa umidade do ar, estimulará a proliferação de epidemias. “Ficar em ambientes sem ventilação facilita a troca de vírus, uma vez que a contaminação é feita principalmente de pessoa para pessoa. Elas ficam mais suscetíveis à contaminação por viroses respiratórias. O clima seco pode interferir ao deixar as vias respiratórias mais desidratadas do que o normal, facilitando a entrada de vírus e bactérias nocivos”, orienta o coordenador médico do pronto atendimento do Hospital Santa Paula, Dr. Alex Freire. Dois grandes aliados, que amenizam o desconforto e trazem maior bem-estar, são os inaladores e umidificadores de ar. Com a facilidade de fazer uso dos produtos na própria residência, os consumidores optam pela aquisição dos aparelhos em farmácias e drogarias, por ser consideradas estabelecimentos de saúde. Com o término do verão e proximidade do outono/inverno, é imprescindível abastecer as gôndolas com portfólios promissores.

A FUNÇÃO DE CADA UM Uma das medidas para evitar doenças respiratórias é respirar ar de boa qualidade, já que

CUIDADO COM A HIGIENE DOS INALADORES O coordenador médico do pronto atendimento do Hospital Santa Paula, Dr. Alex Freire, alerta que pouco se fala do risco de contaminação por higiene inadequada. Além da solução medicamentosa, a máscara e o copo reservatório são consideráveis fontes de contaminação quando não realizada a limpeza ideal. Aliás, são autênticas portas de entrada para uma doença respiratória. Uma das bactérias que pode se instalar no inalador é a Pseudomonas aeruginosa, responsável por infecções respiratórias e pneumonias. Chega a contaminar 35% dos nebulizadores de portadores de fibrose cística. Os dados dos usuários contínuos reforçam a preocupação: apenas 15% dos pacientes crônicos, portadores de fibrose cística, utilizam rotineiramente alguma técnica de desinfecção de seus nebulizadores. Já entre os asmáticos, 62,5% deles limpam seus aparelhos e acessórios diariamente. A ação do nebulizador é transformar o medicamento em pequenas partículas e possibilitar a sua penetração nos pulmões. Se não houver uma higienização correta, fungos e bactérias podem acompanhar a medicação. Então, o que deveria servir de aliado no tratamento pode virar um grande vilão.

nessas circunstâncias a presença de vírus e bactérias é praticamente inofensiva à saúde humana. “Uma alternativa é a utilização de umidificadores e purificadores de ar, uma vez que os aparelhos auxiliam na prevenção de diversas doenças”, explica o gerente comercial da NS Indústria de Aparelhos Médicos, Maurício Parizi. Além dos umidificadores, os nebulizadores, ou inaladores, também são bastante procurados pelos consumidores. Eles são dispositivos que auxiliam no tratamento de problemas respiratórios eventuais, e que não exigem uso contínuo, entre eles gripes, resfriados e pneumonias. No inalador, também é possível associar vários medicamentos com efeitos e funções diferentes e o consumidor tem a possi2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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bilidade de aumentar ou diminuir suas doses conforme o estado do paciente e o caso. “Os inaladores auxiliam no tratamento de problemas respiratórios, gripe, resfriado, rinite, sinusite, bronquite e asma”, destaca Parizi. Os umidificadores, atualmente, já fazem parte da linha de utensílios domésticos, principalmente em famílias em que há crianças, idosos ou pessoas com algum tipo de alergia respiratória. A procura cresce com a proximidade dos dias mais frios e secos que facilitam o aparecimento de problemas de saúde, como rinite, sinusite, bronquite e asma, relata Parizi. “No sudeste e centro-oeste do Brasil, o inverno é normalmente seco, por isso a venda de umidificadores se intensifica nesse período. As vendas também são boas quando o verão é seco, pois o aumento da umidade ambiente cria uma sensação maior de bem-estar”, explica o diretor de produto e comércio exterior da Mondial, Jacques Ivo Krause.

COMO ELES FUNCIONAM Os umidificadores têm a função de pulverizar água no ar com a quebra das partículas de água, transformando-a em uma névoa úmida, que é lançada no ambiente por um pequeno ventilador interno, como destaca Krause. “Um umidificador coloca no ambiente até 320 mL de água por hora, quando está em sua capacidade máxima.” O uso do aparelho é importante porque a umidade do ar mantém a saúde em dia e evita problemas mais sérios, como alergias e doenças graves. Isso é explicado pelo fato de o ar deixar todo o sistema respiratório igualmente seco e irritado, e a poeira do ambiente proliferar mais bactérias e ácaros. A umidificação do ambiente atua, segundo Parizi, de forma eficaz na prevenção de doenças respiratórias; quando o nível da umidade relativa do ar fica abaixo de 40%, há ressecamento das mucosas, o que segundo alguns estudiosos reduz os anticorpos, deixando o organismo predisposto a infecções. É por esses motivos que os umidificadores amenizam os problemas respiratórios, pois eles ajudam a manter a umidade do ar, evitando assim os desconfortos que a baixa umidade traz. “Além de melhorar o bem-estar geral do ser humano nos ambientes”, complementa Krause.

ORIENTAÇÃO DE USO Para que os umidificadores ajam de forma eficien150

te, é necessário que o farmacêutico oriente o consumidor para a escolha do melhor produto e a maneira mais eficiente de utilizá-lo. O uso dos umidificadores não tem horário, alerta o diretor de produto e comércio exterior da Mondial. Se o ar estiver seco, é importante ligar o aparelho para aumentar a umidade ambiente. Para o uso correto, fazer a limpeza no reservatório de água é essencial, a fim de se obter a boa qualidade do ar úmido produzido pelo aparelho. “Deve-se limpar o reservatório somente utilizando água e sabão neutro, sempre antes de abastecer o reservatório de água e antes de utilizar o equipamento. Alguns modelos possuem um filtro que remove as impurezas do ambiente que deve ser removido para limpeza periodicamente ou quando for constatado que o mesmo está com acúmulo de impurezas”, orienta a gerente de marketing da Soniclear, Talita Almeida. É muito importante demonstrar ao consumidor, na hora da compra, se o umidificador oferece um design que favoreça a limpeza do reservatório de água e se o usuário consegue colocar a mão dentro deste reservatório para conseguir remover toda a sujeira do ambiente depositada nele, pois em muitos modelos, o consumidor encontra esta dificuldade e, sem perceber, acaba respirando um ar impróprio, úmido, mas cheio de impurezas.

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COMO TRABALHAR A CATEGORIA Por ser um sortimento tão importante, Parizi, da NS, destaca que, para explorar o potencial dos inaladores e umidificadores de ar, é importante uma boa exposição dos produtos nos pontos de venda (PDVs), aliados a isto, estão venda associada, divulgação em mídia (encartes, revistas, etc.) e materiais de merchandising. “Além disso, é importante contar com atendentes/ balconistas treinados e atentos para a venda associada em que surge a oportunidade de oferecer o inalador no momento em que o cliente/consumidor adquire o medicamento para inalação, por exemplo.” Uma opção é disponibilizar a esses colaboradores treinamentos constantes para mantê-los seguros e estimulados a vender os produtos. Com tantas opções no mercado, fica difícil escolher o inalador corretamente, por isso é necessário orientar o shopper. Para a escolha, o Dr. Freire, do Hospital Santa Paula, ressalta que o shopper deve ser orientado da seguinte maneira:

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a) A capacidade de nebulização (por exemplo: em um determinado modelo é de 0,33 mL/min e em outro é de 0,8 a 1,2 mL/min); b) O tamanho das partículas, já que quanto menor a partícula, melhor para ser inalada. Mas nesse item, o tamanho das partículas não varia muito de acordo com o modelo do aparelho; c) A potência (determinado modelo gasta 70 watts por ser ar comprimido, e outro, 20 watts apenas, por ser ultrassônico); d) A possibilidade de usar na vertical e na horizontal (muito importante, pois os pequenos, na maioria das vezes, não aceitam fazer as nebulizações por muito tempo, e aí podemos aproveitar enquanto eles dormem. Alguns modelos possuem a solução fisiológica e medicamento acoplados na máscara, dificultando o seu uso deitado. Outros possuem o reservatório junto à máquina, permitindo o uso na horizontal); e) O reservatório de soro/medicamento descartável (alguns modelos possuem copinhos descartáveis, evi-

tando a proliferação de fungos e bactérias). Devido ao alto valor agregado dos inaladores e umidificadores e à importância das margens que esta categoria de produto representa no faturamento da farmácia, é necessário ter muita atenção na exposição, alerta a gerente de marketing da Soniclear. O umidificador de ar deve ser exposto o ano todo, tanto no período de estiagem, em que o índice de umidade relativa do ar é baixo, como também no verão, quando aumenta o uso de ar condicionado. “É ideal que a farmácia exponha o umidificador ligado em cima do balcão de atendimento para que o consumidor possa ter acesso ao produto e obter a percepção dos benefícios oferecidos por ele”, orienta Talita. Devem sempre estar expostos nos locais de mais circulação, onde o consumidor possa facilmente visualizar. Nas pontas de gôndolas e prateleiras próximas aos caixas e nos locais de destaque da farmácia, como também na entrada da loja, com a exposição em pilhas de caixas.

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BELEZA

SOS cabelos CONSUMIDORAS DEVEM MANTER AS MADEIXAS HIDRATADAS ANTES E DEPOIS DO VERÃO. SAIBA QUAIS SÃO OS PRODUTOS DE REPARAÇÃO QUE NÃO PODEM FALTAR NAS GÔNDOLAS

A POR TASSIA ROCHA

Ah, nada como o verão! A estação mais aguardada do ano vai embora e como herança, infelizmente, ficam os fios secos e quebradiços. Na hora de cuidar das madeixas, consumidores não medem esforços e investem em produtos que proporcionam beleza, força, equilíbrio e que eliminam ou amenizam os prejuízos causados pelos dias ensolarados. Neste período, os principais danos são o desbotamento da cor (no caso dos cabelos com coloração) e o ressecamento dos fios, que proporcionam uma aparência de cabelo sem vida, opaco e sem brilho, além de aumento de volume e frizz. Esses danos são

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causados pela exposição excessiva a sol, vento, água do mar, cloro da piscina e à umidade presente na praia. “O principal cuidado para recuperar os fios dos efeitos causados pelo verão é uma boa hidratação, com uma máscara potente, que proporcione uma nutrição profunda dos fios. A exclusiva tecnologia da linha OX Oils combina os poderosos óleos essenciais de cálamo, mirra e oliva, que nutrem intensamente os fios sem pesar”, afirma a gerente de marketing das marcas OX e Karina, Debora Alexandre. Ela informa que o creme de tratamento, por exemplo, possui uma textura cremosa que penetra na fibra profundamente, hidratando e protegendo-a contra os danos, além FOTO/ILUSTRAÇÃO: FELIPE MARIANO/SHUTTERSTOCK

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MITOS E VERDADES Sol em excesso danifica os fios. Verdade. O sol abre as escamas do fio, que perde água e nutrientes e fica áspero e opaco. Mar e piscina devem ser evitados. Verdade. Para piorar, a água do mar, por conter sal, favorece a desidratação da fibra capilar, enquanto o cloro da piscina altera a cor da tintura. Secador e chapinha são prejudiciais aos cabelos. Verdade. Se usados em excesso, podem desidratar. Produtos em excesso deixam o cabelo pesado. Verdade. Aplicados de forma incorreta também podem tirar o brilho das madeixas. Leave-in auxilia no tratamento dos fios. Verdade. O uso do leave-in controla o volume de cabelos cacheados, mas pode servir também como um nutriente. O ideal é usar somente xampu sem sal. Mito. O xampu sem sal tem a vantagem de ser menos agressivo. O que não exclui o uso de outros xampus após o período de recuperação dos fios. Fonte: especialista em transplante capilar e graduado em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e especialista em cosmiatria e cirurgia dermatológica, pela Universidade de Buenos Aires, Dr. João Carlos Pereira

de proporcionar maciez extrema. “O ideal é realizar o tratamento uma vez por semana, ou até duas, em caso de fios muito ressecados”, aconselha Debora. Para um cuidado mais intensivo, uma boa opção também são as ampôlas de tratamento que, em dose única de alta concentração, penetram na fibra capilar e repõem os nutrientes necessários para um cabelo mais macio, nutrido e protegido contra os danos. O produto deve ser aplicado

ATUALMENTE, A CONSUMIDORA BUSCA CONHECIMENTO E INFORMAÇÕES DIRETAMENTE NA INTERNET. AO CHEGAR AO PDV, JÁ ESTÁ CONSCIENTE DO QUE NECESSITA. O FARMACISTA AUXILIA DE FORMA MAIS CONSULTIVA, PELA DISPONIBILIDADE DE MARCAS OU ESPECIFICAÇÕES PONTUAIS

LINHAS DE TRATAMENTO Saiba quais são os produtos da categoria denominada como pós-xampu mais procurados pelo shopper e a finalidade de cada um: Condicionador: repõe suavemente os nutrientes retirados pelo xampu, proporcionando maciez, hidratação, brilho e desembaraço; Creme para pentear: creme sem enxágue, um finalizador. Conta com propriedades emolientes que facilitam o desembaraçar dos fios, controlam o volume e reduzem o frizz; Leite para pentear: trata-se de um finalizador mais leve. Uma das principais maneiras de uso é para a manutenção do cabelo cacheado durante o dia, ajudando a modelar, eliminar o frizz e definir os cachos; Máscara: responsável por proporcionar uma nutrição mais profunda dos fios. Deve ser usada uma vez por semana; Ampôlas: ajudam a restaurar os fios com uma dose única de tratamento; Sérum: um concentrado de óleos, silicones e vitaminas. O produto hidrata, protege, repara as pontas duplas e elimina o frizz; Ativador de brilho: potencializa o brilho dos fios.

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CONSUMO DE PÓS-XAMPU NO BRASIL A categoria de pósxampu representa

para o faturamento da cesta de Higiene & Beleza, e é composta por

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segmentos principais:

Condicionador:

Creme de tratamento:

Creme para pentear:

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do faturamento de pós-xampu;

do faturamento de pós-xampu;

do faturamento de pós-xampu;

7,6%

3,5%

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do faturamento da cesta de Higiene & Beleza.

do faturamento da cesta de Higiene & Beleza.

do faturamento da cesta de Higiene & Beleza.

Pós-xampu tem uma penetração bem desenvolvida

(93,6%)

e atinge

43 milhões de lares.

Dentro de pós-xampu, o segmento que mais se destaca é o de condicionador, que tem a maior penetração e maior frequência de compra. Fonte: Nielsen

mecha a mecha, após lavar os cabelos normalmente, e eles devem ser massageados por 5 minutos. Informe ao consumidor que seu uso deve ser semanal ou, em caso de um desgaste mais profundo nos fios, pode ser utilizado mais de uma vez por semana. Segundo o gerente de marketing de Dove e Seda, Diego Guareschi, os produtos precisam atender à necessidade e ao tipo de cabelo de cada consumidora. “As linhas desenvolvidas pela Unilever levam em consideração o tipo de fio de cabelo das brasileiras. Aqui, usamos muitos tipos diferentes de química e o fator climático influencia bastante. Por isso é muito importante utilizar produtos que hidratem os fios e resgatem o brilho de cabelos ressecados. E como vivemos em um ritmo corrido, o foco dos nossos produtos é em resultados rápidos, já nas primeiras utilizações”, afirma Guareschi. Depois deste tipo de tratamento, os cabelos ficam protegidos por um agente condicionante que se deposita sobre a fibra capilar protegendo-a, reduzindo os danos acumulados. Os benefícios dos condicionantes ajudam, também, a melhorar a resistência aos desgastes sofridos 156

pelos fios. O resultado é um cabelo mais suave, liso, brilhante, forte e com aspecto mais leve.

MIX DE QUALIDADE Com tantos benefícios, fica difícil abrir mão de produtos que auxiliam o dia a dia dos consumidores sempre atentos às novidades. Ter opções de preços e produtos no ponto de venda (PDV) é fundamental para garantir o sucesso de vendas e fidelização do cliente. O gerente nacional de execução e trade da Flora, Andrelino Lopes, recomenda sempre agrupar o mix dessas subcategorias por marcas, uma vez que a consumidora não tem o hábito de comprar um xampu de uma marca X, e um condicionador de uma marca Y, independentemente de variáveis como preço ou promoção. “Atualmente, a consumidora busca conhecimento diretamente na internet. Ao chegar ao PDV, já está consciente do que necessita para atender à determinada demanda, e ainda bem esclarecida sobre as características de seu cabelo. O farmacista auxilia de forma mais consultiva, pela disponibilidade de marcas ou especificações pontuais”, completa.

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Marcas indesejadas OS PRODUTOS PARA TRATAMENTO E MANUTENÇÃO DE UMA DERME BONITA E SAUDÁVEL SÃO SUCESSO NO PONTO DE VENDA. MAS É PRECISO ATENÇÃO, CADA CONSUMIDOR POSSUI NECESSIDADES DISTINTAS E A ESCOLHA PELO PRODUTO CERTO É FUNDAMENTAL PARA A ELIMINAÇÃO DAS MANCHAS, ALERGIAS OU CICATRIZES

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Quando o assunto é cuidado com a pele, não existe diferença entre homens e mulheres, jovens, adultos, idosos, raça ou classe social, o desejo será sempre o mesmo: manter a derme linda e saudável. Diante desse cenário, as temidas manchas podem causar aborrecimento, além de exigirem uma rotina de cuidados rígidos. Elas podem existir desde o nascimento ou surgir ao longo da vida, devido a diversos fatores, como exposição solar excessiva, envelhecimento natural da pele, alergias, ou cicatrizes oriundas de espinhas, traumatismos ou de casos mais graves, como o câncer.

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POR TASSIA ROCHA

Um dos três principais motivos que levam, principalmente, as mulheres a buscar tratamento são as manchas na pele, ficando atrás apenas de acne e micose. Essa preocupação é recorrente porque elas podem aparecer muito antes da chegada dos 30 anos de idade. As manchas amarronzadas pequenas e irregulares podem surgir já aos 20 anos em decorrência, principalmente, do abuso da exposição solar. “Os principais fatores que levam ao surgimento delas são a exposição à radiação Ultravioleta (UV), disfunções hormonais e hiperpigmentação pós-inflamatórias. A produção de melanina aumenta sensivelmente em FOTO/ILUSTRAÇÕES: SHUTTERSTOCK

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Alívio da sensação de peso e cansaço nas pernas e pés1,2

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resposta à radiação UV, o que causa manchas na pele. Já os hormônios estrógeno e progesterona podem causar maior incidência da pigmentação, aumentando a incidência, porém esse mecanismo de ação ainda não foi totalmente compreendido pela ciência”, afirma o departamento de comunicação da Johnson & Johnson. No caso de alergias e cicatrizes, elas podem proporcionar em primeiro lugar muito prurido (coceira) seguido de vermelhidão, dor e desconforto, afetando muito a qualidade de vida do paciente. Além disso, nessa situação, a pele não se encontra íntegra, podendo desencadear infecções secundárias. As manchas afetam a uniformidade do tom, causam irregularidades na pele, deixando-a com um aspecto envelhecido. Além de problemas que afetam diretamente a derme, o aparecimento de manchas também pode atingir o psicológico da pessoa, podendo sofrer exclusão frente à sociedade. “As alergias podem ter caráter hereditário, genético (como, por exemplo, a dermatite atópica), ou pela redução cada vez maior do contato com agentes externos. Já as cicatrizes se formam após algum processo de

injúria, seja ele necessário, como um pós-parto ou pós-laser, ou inesperado, como uma queimadura doméstica ou corte. Por fim, as manchas podem ter caráter hereditário ou hormonal (gravidez, por exemplo). Porém, hoje em dia, já se sabe que a causa mais comum é a exposição solar crônica”, afirma a gerente de comunicação científica de La Roche-Posay, Gisele Canavaci.

PREVENÇÃO POSSÍVEL Se o uso de protetor solar no rosto e nas outras áreas expostas ao sol virar rotina, vários tipos de manchas já estarão sendo prevenidas, isso porque os raios solares têm efeito cumulativo e, mesmo que no momento da aplicação nada seja perceptível, em alguns anos, as manchas podem surgir. É fundamental que os consumidores saibam qual filtro solar é ideal ao seu tipo de pele e façam uso de um produto próprio ao rosto e outro para o corpo. Segundo a analista da marca Cicatriclin, Bruna Lopes, usar creme hidratante após o banho e beber muita água deixam a pele hidratada e mais protegida também. “Uma

ORIENTAÇÃO AO CONSUMIDOR Prevenção de alergias Como se trata de uma situação específica de cada indivíduo, primeiramente, deve-se confirmar a existência da mesma por meio de um teste com um alergista. Após identificado, o paciente deve evitar o contato com agentes que poderão desencadear a alergia. Tratamento: corticoides tópicos, anti-histamínicos ou imunomoduladores, dependendo do caso e da gravidade da alergia. Como agem: controlam a alergia com a inibição de mediadores inflamatórios no sistema imunológico, reduzindo os sintomas. Prevenção de cicatrizes Evitar exposição solar e proteger a área afetada com uso de filtro solar e a aplicação de cicatrizantes à base de Pantenol e agentes oclusivos e emolientes. Tratamento: filtro solar com Fator de Proteção Solar (FPS) no mínimo 30 e o uso de cicatrizantes à base

de Pantenol e agentes oclusivos e emolientes. Como agem: controlam o processo fisiológico de cicatrização (como, por exemplo, a produção de colágeno) para que não haja o aparecimento de cicatrizes hipertróficas ou queloides. Além disso, eles formam uma proteção contra agentes externos, evitando infecções. Prevenção de manchas Utilização de filtro solar no mínimo FPS 30. Tratamento: produtos clareadores com ativos inibidores de tirosinase, ácidos, como, por exemplo, retinoico, glicólico, kójico, LHA, anti-inflamatórios e antioxidantes. Como agem: os clareadores inibem ou regulam a produção exagerada de melanina por meio da inibição da enzima tirosinase. Além disso, a presença de ácidos estimula a renovação celular, fazendo com que as células mortas sejam eliminadas e a pele torne-se mais iluminada.

Fonte: gerente de comunicação científica de La Roche-Posay, Gisele Canavaci

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MANCHAS E SUAS PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES Saiba quais são os casos mais comuns que acometem a população: Melasma É uma hipermelanose muito comum, caracterizada por máculas irregulares, geralmente bilaterais e simétricas, de cor castanho ou castanho-acinzentado. A maior incidência ocorre: • Mulheres: 90%. • Fototipos IV e VI. • Altos índices de radiação solar. Predomina na face, mas pode ocorrer no colo (V do decote) e nos braços. Na face, as regiões mais afetadas são malares (maçãs do rosto), fronte (testa), lábio superior, mento (queixo) e região mandibular. Lentigo Solares São máculas largas, planas, castanho-claro com bordas arredondadas e bem definidas, que aparecem devido

ao histórico repetido de exposição solar. Predominam na face e dorso das mãos, mas podem acometer o braço, colo, pescoço e as costas. Hiperpigmentação pós-inflamatória É qualquer processo inflamatório que ocorra na pele, como, por exemplo: dermatoses inflamatórias, infecciosas, traumas mecânicos e procedimentos dermatológicos. O mais popular são as hiperpigmentações pós-inflamatórias desencadeadas após a acne. Efélides Popularmente conhecidas como sardas, são caracterizadas por manchas arredondadas de cor castanho ou marrom. São causadas pela exposição excessiva continuada da pele ao sol e acometem principalmente pessoas de pele clara. As sardas predominam na face, no colo e nos braços.

Fonte: departamento de comunicação da Johnson & Johnson

pele bem cuidada é mais difícil de ser agredida. E a visita regular ao médico anualmente, mesmo sem apresentar sintomas (manchas), é ideal para manter a boa saúde da pele e prevenir doenças mais graves.”

ATENDIMENTO CERTEIRO Mesmo com a receita médica, feita após uma consulta com o dermatologista, os consumidores desejam mais informações no ponto de venda (PDV) no momento da compra. Saber qual produto será usado, qual finalidade e quantas vezes ao dia deve ser aplicado podem ser dúvidas bastantes rotineiras e decisivas para a utilização dos itens desejados. O profissional de farmácia tem um papel fundamental na orientação e auxílio ao shopper. Segundo pesquisas realizadas pela Johnson & Johnson, as consumidoras de dermocosméticos declaram que existem muitos produtos nesta categoria e fica difícil escolher qual é o melhor para seu tipo de pele ou necessidade. Explicar os componentes e adequações, orientar, tirar dúvi162

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das, despertar e recomendar o uso correto, muitas vezes, acabam por converter não somente a venda inicial, mas também a venda de produtos complementares, aumentando o tíquete da categoria. Como o desembolso dessa categoria é alto, o shopper necessita de informações para não errar na compra do produto. A exposição dos itens deve ser feita sempre dentro dos móveis da marca ou da loja e adota um racional diferente conforme a estação do ano. No verão, por exemplo, proteção solar recebe maior foco e visibilidade. Produtos de tratamento e anti-idade devem estar nas melhores prateleiras, pois são itens de maior valor agregado e que precisam ser desenvolvidos. Os dermocosméticos devem ser organizados de forma que gerem maior visibilidade para a categoria e facilitem a navegação pelas marcas dentro deste universo. Trabalhe os materiais disponíveis para educar o shopper no PDV e melhorar sua experiência de compra. Com a orientação correta, ele pode complementar sua compra com outros produtos.

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CUIDADOS

Primeiros socorros CATEGORIA DEIXA DE OFERECER APENAS OS ITENS BÁSICOS PARA ENTREGAR DIVERSOS PRODUTOS COM MAIOR VALOR AGREGADO. ENTENDA OS SEGREDOS PARA LUCRAR COM A ‘FARMACINHA’ DO CONSUMIDOR

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POR KATHLEN RAMOS

Presente na grande maioria dos lares brasileiros, a categoria de primeiros socorros mostra-se fortalecida e bastante promissora no País, sobretudo entre shoppers com crianças e idosos em casa, que precisam de recursos para tratar pequenos ferimentos com agilidade. Segundo dados do IMS Health – 2014, fornecidos pela 3M do Brasil, somente a fatia que engloba curativos adesivos e fitas movimentou cerca de R$ 465 milhões em valor e, em volume, 88 milhões de unidades. E os resultados da indústria apontam para crescimento, conforme afirma o diretor de consumer health da VivaSanté, Nicolas Lang.

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“A categoria de curativos registrou alta de 14% em 2014 em relação a 2013”, disse. E são diversos os fatores que levam a esse resultado, segundo aponta a gerente de marketing da divisão de Cuidados Pessoais da 3M do Brasil, Camila Gallo. Entre eles, está o crescimento do canal farma acompanhado pelo desenvolvimento de categorias de consumer health care e Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs) que ficam fora do balcão. “Esses produtos estão ganhando cada vez mais espaço e destaque nas farmácias por estar na categoria de alta rentabilidade”, justifica. Com mais espaço no ponto de venda, a indústria também se mobiliza para o aprimoramento da FOTOS: SHUTTERSTOCK

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MODELO DE EXPOSIÇÃO Após identificar o sentido do fluxo do corredor, deve-se fazer uma exposição horizontal da categoria, segundo ensina a gerente de trade marketing da Cremer, Cristiane Luzzi. “A exposição recomendada baseia-se na importância financeira das subcategorias e marcas”, afirma. Para atrair a atenção do consumidor, de acordo com a gerente de marketing da divisão de Cuidados Pessoais da 3M do Brasil, Camila Gallo, pode-se, ainda, utilizar recursos, como organizadores de fitas e curativos para destacar e organizar os produtos na gôndola, facilitando a escolha; além do uso do clip-strip (aplicação que divulga o produto diretamente na gôndola, fazendo com que o consumidor não se esqueça de comprá-lo) para o cross merchandising com os produtos mais diferenciados, a fim de aumentar a visibilidade e as compras por impulso.

categoria nas gôndolas, fazendo parcerias com as farmácias e trazendo, assim, melhores soluções de compras ao consumidor. “A indústria tem investido no desenvolvimento da categoria na farmácia por meio da educação do consumidor e dos profissionais da loja, sugerindo ações e expositores no ponto de venda e investindo em comunicação”, conta a especialista da 3M. Outro motivo para o fortalecimento da cesta de primeiros socorros está na inovação. Afinal, a cate166

goria cresceu com a extensão do mix “básico” para produtos de maior valor agregado e diferenciados, como curativos e fitas à prova d’água, curativo para bolhas ou para grandes feridas, fita protetora para os pés, curativos hidrocoloide, entre outros. “A grande mudança que ocorreu é que, há alguns anos, tínhamos muita oferta dos mesmos itens. Agora, estamos em fase de transição, com a entrada de novos players, oferecendo produtos que atendem a novas necessidades e que irão contribuir para o crescimento da categoria, gerando mais espaços para esses produtos nas farmácias”, analisa Lang. O crescimento do setor de home care, bem como da população idosa no Brasil, também são alavancas para o desenvolvimento do setor. Felizmente, as farmácias compartilham desses resultados, uma vez que são destino para as compras de primeiros socorros. “O canal farma é essencial para esse mercado, pois torna fácil ao consumidor final o acesso aos produtos”, comenta Lang.

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OS SEGREDOS PARA ALAVANCAR AS VENDAS Ainda existem muitas oportunidades para aumentar as vendas da categoria de primeiros socorros no canal farma. Um estudo interno da 3M identificou que, se uma farmácia trabalhar com o mix adequado com destaque para os itens de maior valor agregado e com o planograma e materiais de trade, pode ter um crescimento entre 30% e 50% no sell-out (porcentagem que pode variar muito de acordo com o ponto de venda). Acompanhe algumas medidas capazes de elevar os resultados: Mix com valor agregado: uma forma de alavancar as vendas é trabalhar, além dos produtos básicos, um sortimento com produtos diferenciados e de maior valor agregado, que alavanque o tíquete médio da categoria. Assim, contemplar além de produtos para limpeza, assepsia e proteção do ferimento, podem-se oferecer produtos para alívio de dores musculares, batidas e contusões. Opções ao consumidor: recomenda-se a otimização de marcas, oferecendo as líderes das subcategorias, a marca de qualidade e uma alternativa de preço. Um exemplo é a farmácia trabalhar não só os curativos tradicionais plásticos, de baixo preço, como também dar destaque para as versões especiais, como aquelas à prova d’água ou licenciadas. Orienta-se, ainda, a exclusão de

marcas com pouca relevância em share em valor, mercado ou participação no portfólio da categoria como um todo. Adaptação ao perfil do público e da loja: as escolhas sobre o melhor mix devem respeitar o perfil do público da farmácia, considerando também o tamanho do estabelecimento. O foco deve ficar nas principais marcas da categoria, privilegiando as extensões de linha em detrimento de um grande número de marcas. Lançamentos: para novidades, ou produtos inovadores, recomenda-se o uso de materiais de ponto de venda, como os displays organizadores de fitas e curativos ou clip-strips. Vale, ainda, a participação em ofertas e revistas; e a realização de treinamentos com os balconistas, que muitas vezes são influenciadores na decisão de compra. Cross merchandising e outras ações: para potencializar as vendas, vale ‘casar’ as vendas de alguns produtos com correlatos. Um exemplo é unir a categoria de curativos com podologia. São produtos que, em geral, não estão na lista de compra e a maior parte das vendas ocorre por impulso. Ações diferenciadas, como distribuição de amostras aos consumidores e material explicativo nas gôndolas, também são válidas.

Fontes: gerente de marketing da divisão de Cuidados Pessoais da 3M do Brasil, Camila Gallo; diretor de consumer health da VivaSanté, Nicolas Lang; e gerente de trade marketing da Cremer, Cristiane Luzzi

Para algumas linhas de produtos, as farmácias são indispensáveis. “Não temos a informação do total da categoria, mas falando da linha de primeiros socorros Nexcare, 90% é vendido no canal farma”, revela Camila. E, segundo ela, o mark-up médio que o canal utiliza para a categoria de fitas e curativos varia entre 60% e 70%.

LIMPEZA, ASSEPSIA E PROTEÇÃO Quando o shopper precisa de produtos para tratar ferimentos, deve encontrar produtos para limpeza, assepsia e proteção, considerados básicos. Entre eles, os mais importantes são gaze, algodão, ataduras, fitas, esparadrapos, curativos adesivos, antisséptico, água boricada e oxigenada, pomada para 168

dores musculares. “Na categoria de fitas, é importante a farmácia ter a versão microporosa, que deixa a pele transpirar e é mais indicada para peles sensíveis; e o esparadrapo impermeável que é indicado para fixação de gaze e atadura”, aconselha Camila, acrescentando que, em curativos adesivos, a recomendação da 3M é que a farmácia tenha, além do produto tradicional, os curativos infantis licenciados e curativos diferenciados. A ideia, assim, é que a loja detenha os produtos básicos e, sempre que possível, disponibilize itens de maior valor agregado. “Os produtos com mais valor agregado são muito importantes porque são eles que trazem todo o crescimento da categoria e permitem aumentar o tíquete médio”, mostra Lang, da VivaSanté.

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Os bebês exigem toda a atenção das mães mesmo antes do nascimento. Da gravidez ao parto, a mulher enfrenta a expectativa e a ansiedade para conhecer o filho. Com tantas dúvidas e receios, as farmácias devem orientá-las para a escolha adequada de cada produto. E todo esse carinho é refletido em cuidado. Por isso, essas consumidoras, geralmente, são exigentes na hora de escolher os produ-

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tos para seus filhos. Esse é um dos motivos que fazem as indústrias do setor de cuidados infantis investirem cada vez mais em novidades e produtos diferenciados, aliando tecnologia e cuidado. Essa busca se reflete no ponto de venda (PDV). O sortimento de fraldas infantis vem ganhando cada vez mais espaço e visibilidade dentro das farmácias e drogarias e já representa 43% do volume da categoria infantil e cresce 15% em média ao ano. O FOTOS/ILUSTRAÇÃO: SHUTTERSTOCK/FELIPE MARIANO

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CATEGORIA

sortimento possui consumidoras geralmente fiéis a atributos (não necessariamente a marcas), que prezam por conforto e qualidade em vez de preço. Segundo dados do Instituto Euromonitor de 2013, a rotina da troca de fraldas é a mais importante para o setor de cuidados infantis, com 65% de representatividade. Nesse cenário, a diretora de marketing de higiene infantil e saúde da Hypermarcas, Jurema Aguiar de Araújo, acrescenta que, considerando esse mercado, por exemplo, com o crescimento das classes C e D, tem-se notado uma sofisticação dos produtos. “Os consumidores têm preferido produtos mais caros, porém de melhor qualidade”, avalia. Segundo pesquisa da Nielsen, nos dez primeiros meses de 2013, o mercado faturou cerca de R$ 3,3 bilhões – alta de 14% frente ao mesmo período de 2012. Os dados Euromonitor ainda apontam que os produtos infantis representaram 4,4% (R$ 3,7 bi) do faturamento total da lista de produtos de Higiene Pessoal e Cosméticos (HPC) em 2012. O Brasil ocupa a posição de segundo no mundo com 13,4% de participação. O primeiro continuam sendo os Estados Unidos com 16,8%. Em vista desses números do mercado, os produtos para bebês podem ser estratégicos para o aumento da cesta de compras. Enquanto o gasto médio no canal farma por lares sem bebês fica em R$ 70,00, o gasto médio em lares com bebês fica em R$ 235,00, é 237% maior. “Se olharmos a cesta de compras, a principal categoria comprada por lares com bebês é a fralda descartável (70%), seguida por leite em pó (11,5%) e o pós-xampu (3%)”, aponta a gerente da marca Huggies® (Kimberly-Clark), Tatiana Honorato. A consultora especialista em varejo e comportamento do consumidor, Fátima Bana, ressalta a importância da categoria para o canal farma. “Ainda que o sortimento seja maior nesse formato, com ações e promoções diferenciadas, é indispensável a presença do produto nas farmácias, ainda que com uma variedade menor”, pontua. “Além disso, pode ser criado o ‘cantinho do bebê’ na farmácia, o que sempre estimula a compra de fraldas e de produtos relacionados aos cuidados com o bebê, gerando a experimentação de novas marcas e o aumento do tíquete-médio.”

INOVAÇÕES CONSTANTES A tendência é investir cada vez mais em tecnologia e na seleção da matéria-prima utilizada na fabri172

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RAIO-X DO MERCADO DE FRALDAS DESCARTÁVEIS INFANTIS • Atributos mais valorizados: poder de absorção e conforto. • Gasto médio mensal: R$ 300,00. • Visitas ao ponto de venda: duas a três/mês. • Tipo de compra: planejada. • Canais preferidos pelo shopper: farma e alimentar. • Atrativos valorizados: embalagens com fraldas grátis e brindes correlatos. • Divisão da categoria: econômica, valor, premium e super premium. Fontes: Hypermarcas, Kimberly-Clark e Nielsen

cação dos produtos. No mercado de fraldas infantis, as mães buscam principalmente qualidade (marca) e preço. As embalagens promocionais com fralda grátis também são um atrativo para as consumidoras. “A fralda precisa ser pensada para suportar o constante movimento das crianças, além de se ajustar perfeitamente ao corpo delas, já que, na maioria dos casos, o tipo e a quantidade de fluidos são maiores do que um absorvente higiênico feminino precisa suportar. Nota-se também uma evolução tecnológica muito mais acelerada nesse mercado, que exige a constante redução da gramatura, busca por maior suavidade e mobilidade, ou redução de ruídos”, destaca a gerente de marketing de higiene e medicina da Dow para a América Latina, Beatriz Goldaracena. Além disso, a gerente ainda destaca que, em todo o mundo, a redução de gramatura no backsheet (última camada do produto, ou seja, o fundo da fralda), tem sido uma tendência muito importante nesse mercado. A redução de espessura da fralda vai além do backsheet – ela se reflete em todos os componentes da fralda. Apesar de as gramaturas variarem conforme a marca, essa diminuição também tem a ver com a produção de novas resinas e busca por melhor processamento no momento da formação da fralda. “Existe tendência de buscar a suavidade, sim. Importante na América Latina, a tecnologia de não tecidos está muito presente no Brasil.

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CATEGORIA

A ROTINA DE TROCA DE FRALDAS É A MAIS IMPORTANTE PARA O SETOR DE CUIDADOS INFANTIS, POR ISSO A CATEGORIA APRESENTA CRESCIMENTO DE 14% Jurema, da Hypermarcas, exemplifica dizendo que as marcas PomPom, Cremer Disney e Sapeka passam por rigorosos testes de qualidade – o que traz cada vez mais segurança para as mães e conforto aos bebês. Quando se trata de produtos para seus filhos, as mães prezam, antes de qualquer coisa, pela qualidade. Assim, produtos e marcas que sejam recomendados e tenham a chancela de especialistas médicos, parentes e amigos próximos têm uma grande chance de ser comprados pela consumidora que é mãe. A gerente da marca Huggies ® acrescenta que a compra de um produto para o bebê tem alto valor emocional para elas, sendo assim, sempre buscam comprar o melhor que podem para seus filhos. “Para fraldas, se preocupam com absorção, conforto, resistência e design.”

COMO TRABALHAR NO CANAL FARMA Lidar com a limitação de espaço físico é um dos maiores desafios para a venda de fraldas em farmácias e drogarias. De acordo com o diretor de consultoria da GS&MD – Gouvêa de Souza, Artur Motta, o importante é que o varejista exponha todo o seu mix para que o shopper visualize facilmente o produto na loja, inclusive com variedade e preços competitivos. “Em termos de layout, é recomendável criar uma área onde estejam agrupados todos os produtos para bebês, de modo a estimular a venda por impulso e a lembrança de aquisição da categoria”, ressalta. O executivo lembra ainda que, por se tratar de uma categoria com bom grau de fidelidade, é fundamental que não ocorra desabastecimento de produtos. “Por pelo menos dois anos, a compra será frequente, por isso, investir em ações diferenciadas 174

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para atrair o shopper ao ponto de venda, com promoções e sortimento adequado, assim como packs promocionais – do tipo compre a fralda e leve um lenço umedecido – farão com que ele volte com frequência à farmácia, não apenas pela conveniência, e, sim, pela variedade de produtos e estratégias de fidelização”, diz. Além disso, a exposição dos produtos deve garantir uma boa visibilidade das embalagens, facilitando a identificação visual por parte do shopper. Algumas fraldas mais específicas, como para uso em praia e piscina, são boas oportunidades de vendas, pois são compras ocasionais decorrentes da necessidade e o consumidor poucas vezes possui estes modelos em estoque. A exploração de cestões e também ilhas de exposição na loja são fundamentais para garantir o melhor abastecimento da loja, e para potencializar o espaço da categoria é muito importante explorar o cross merchandising com produtos correlatos, tais como lenços umedecidos, creme antiassaduras, xampus, sabonetes líquidos, colônias, hidratantes, hastes flexíveis, entre outros. Nas gôndolas, as fraldas devem estar dispostas começando pelas super premiuns, seguidas das premiuns, valor e econômicas, da esquerda para a direita. Fraldas com diferenciais, como as noturnas ou para piscina também ficam na parte de cima do expositor. A diretora-geral da Mind Shopper, Alessandra Lima, defende que a exposição está diretamente ligada ao tamanho da loja. “As lojas independentes costumam ser menores, portanto, recomendamos a exposição nas gôndolas das rotinas de banho, pós-banho e dos itens menores de troca de fraldas (creme e lenços), deixando os cestões para as fraldas”, diz. “Esses cestões, por sua vez, devem ficar próximos aos demais itens e não isolados da categoria, tampouco devem ficar na entrada da loja, pois, dessa forma, o varejista perde a oportunidade de ter o shopper circulando pela loja e comprando mais produtos”, lembra. Por esses motivos, é fundamental que o planograma considere a hierarquia de decisão de compra do shopper, ou seja, como ele decide a compra, se por marca, embalagem, preço, tamanho, etc. As áreas mais importantes são aquelas que estão ao alcance dos olhos. Vale ressaltar que o planejamento de cada categoria deve ser individualizado de acordo

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CATEGORIA

EXPOSIÇÃO IDEAL Em farmácias menores: as fraldas podem ficar junto com os itens de perfumaria. A sugestão é de até três módulos, com uma exposição horizontalizada, ou seja, itens de perfumaria em cima e fraldas expostas nas prateleiras mais baixas. Em farmácias maiores: aproveite a oportunidade de expor todos os produtos no mesmo espaço, apresentando ao shopper uma solução de mundo infantil. Nesse cenário, entram todos os produtos relacionados a bebês e crianças, ou seja, além da perfumaria e de fraldas, devem constar produtos de puericultura, leites e alimentação. Lembrando que as fórmulas infantis não podem ser expostas próximas à puericultura. Se houver espaço, verticalize as fraldas no fim do fluxo da perfumaria infantil. • Os produtos devem ser expostos por linha/ performance e dentro disto, um bloco de marcas para a gôndola ficar mais harmoniosa e facilitar a compra do shopper. Assim teremos, da esquerda para a direita, os produtos super premiuns, os premiuns, os especiais e os básicos. • A exposição das marcas deve ser feita verticalmente. • Na parte superior, ficam os tamanhos menores e na inferior, os tamanhos maiores. • Fraldas diferenciadas, como fraldas para piscina, fraldas de vestir, enfim, tudo o que tem tecnologia e é diferenciado merece destaque.

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com a estratégia e perfil da loja, perfil do público, entre outros. Diferentes shoppers, diferentes necessidades, diferentes lojas, diferentes planogramas. “No geral, produtos com maiores margens ficam na altura dos olhos e início do fluxo; produtos com alto giro, no fim do fluxo; e produtos de rotina, no meio”, explica a diretora da Connect Shopper e consultora de varejo e shopper marketing, Fátima Merlin.

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O comportamento de compra de artigos para bebês é um reflexo das diferentes experiências que as mães têm com a maternidade. Elas relacionam a compra desses itens com um ato de cuidado. Por isso, é necessário criar um ambiente que remeta ao lúdico e que seja acolhedor, além de proporcionar uma experiência de compra diferenciada capaz de trazer a sensação de zelo com a criança.

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A marca Baby Dove realizou o estudo “Ouvindo Mães Reais”, que entrevistou mais de mil mães com crianças de até 3 anos de idade, para entender como elas lidam com as emoções, pressões e ansiedades da maternidade. Entre as conclusões, a pesquisa aponta que 92% das mulheres afirmam que ser mãe é um dos momentos mais felizes de suas vidas, dando ênfase à transformação que a maternidade promove na vida da mulher. Porém, 86% FOTO: SHUTTERSTOCK

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CANTINHOS ESPECÍFICOS Destinar uma área restrita à categoria infantil no ponto de venda (PDV) organiza a loja e garante maior fluxo de consumidores no local, sugerindo a melhor compra para o consumidor. Algumas vantagens, como promoções, ações de merchandising ou itens diferenciados como kits especiais que dão ainda mais movimento na loja. • Agrupamento por condições de uso, ou seja, agrupar itens como, por exemplo: para banho, seguido de pós-banho, ter outro para troca de fraldas e cuidados orais; • Protetor/bloqueador solar infantil merecem e garantem maior visibilidade se expostos em gôndolas exclusivas do segmento e também junto à gôndola dos produtos infantis. Isso orienta o consumidor e garante que ele encontre a categoria que busca. Ainda dentro dessa mesma característica de exposição, a gôndola pode ser subdividida em duas fases: produtos destinados a bebês e crianças.

admitem sentir a pressão de ser a mãe perfeita e 75% sentem-se incapazes de lidar com a situação algumas vezes. Muitas sentem-se pressionadas a agir de acordo com o que os outros dizem ser o melhor jeito de ser; e isto as faz questionar suas próprias escolhas – 40% das mães brasileiras se sentem sobrecarregadas com a quantidade de informações e conselhos de familiares, enquanto 58% às

vezes questionam as escolhas que fazem para seus filhos. Outra parcela de 72% questiona se o que está fazendo como mãe é bom o suficiente. O desafio de equalizar os inúmeros papéis desempenhados pela mulher moderna também é uma fonte de preocupação – 63% relatam sentirem-se culpadas por voltar ao trabalho. A aparência é outro fator levado em conta por 56% das mulheres que se veem fortemente pressionadas pela mídia e sociedade para recuperar a aparência física logo após o nascimento do bebê. A mesma parcela de mães (56%) sente que a aparência de seus filhos é um reflexo da sua, tanto como mãe quanto como mulher.

EXPOSIÇÃO Gôndolas organizadas e produtos nos espaços adequados são ferramentas que facilitam a compra dos consumidores e elevam o tíquete médio da loja. A seguir, algumas dicas da Johnson & Johnson: • Mantenha a categoria próxima à perfumaria adulta; • Abra a exposição com cuidados bucais infantis. Na sequência, coloque banho, pós-banho, troca de fraldas, e termine a exposição com fraldas, que são geradoras de fluxo de pessoas para o corredor; • Aproveite para colocar absorventes de seio e creme para rachadura junto com a rotina de troca de fraldas a fim de que a mãe possa ver e lembrar-se de comprar esses produtos; • Alocação de categorias correlatas em um único espaço: higiene, alimentos, acessórios. Essa tática, além de proporcionar facilidade ao consumidor, estimula a experimentação de novos produtos e a compra por impulso de categorias que não constam na lista de compras.

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OPORTUNIDADE

COMPORTAMENTO DE COMPRA DAS MÃES EM PUERICULTURA A puericultura é dividida entre leve e pesada e, dentro destes universos, ela é segmentada pelas rotinas: • Alimentação (mamadeira, bicos, itens de limpeza da mamadeira, prato, colher, babador, tira leite, almofada para amamentação, etc.); • Banho (banheira, esponjas, cortador de unha, termômetro da água, brinquedo para banho, etc.); • Pós-banho (escova, pente, tesoura, etc.); • Diversão e desenvolvimento (móbile, músicas, livrinhos, mordedor, tapetes de atividades, brinquedos, etc.); • Outros (chupeta, fita para fralda, inalador, umidificador de ar, etc.); • Passeio (carrinhos, andadores, cangurus, bolsa); • Elas interagem com a categoria para conhecer itens novos e que atendem às fases de desenvolvimento do seu filho. Fonte: gerente Shopper & Gerenciamento por Categoria da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes

Em contraponto a todas as dúvidas, os anseios e questionamentos, a boa notícia é que a maioria das mães confia em suas habilidades e instinto materno (79%), e concorda que não existe um “jeito certo” de ser mãe – 85% delas sabem, instintivamente, o que é certo para o seu bebê.

COMPORTAMENTO DE CONSUMO Refletindo o resultado da pesquisa, as empresas do setor orientam o farmacêutico a criar um espaço exclusivo para o bebê onde a mãe encontre de maneira simples e rápida todos os produtos e categorias que procura, além de ter um pouco de educação e informação sobre a categoria. De acordo com a gerente Shopper & Gerenciamento por Categoria da Johnson & Johnson, Patrícia Gimenes, o canal farma reúne produtos e marcas mais específicas, fácil acesso (muitos estabelecimentos e alguns 24 horas), rápido para comprar, sem filas. E as compras deste tipo de produto geralmente são para atender a uma necessidade do momento ou da faixa etária do filho. “Como boa parte das mães compra ou ganha os itens da categoria antes do bebê nascer, ela já tem os produtos em casa. A visita ao ponto de venda é estimulada por presente, para substituir algum item ou a troca do mesmo por causa da idade.” O mais novo conceito na categoria de cuidados com o bebê é o Baby Care Center, como explica a gerente de gerenciamento de categoria da P&G, Elaine Rocha. É um espaço dentro da loja específico e exclusivo para produtos de bebê, para oferecer ao consumidor uma melhor experiência de compra, com tudo que ele precisa ao alcance das mãos, com sortimento ideal e organização. Dentro dele, os produ182

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tos podem ser divididos por grupos, bem sinalizados e organizados, por tarefas: banho, troca de fraldas, diversão, etc. “Esse Baby Care Center caracteriza-se por ambientes diferenciados, com peças de merchandising, iluminação, cores, música e aroma. Deve-se buscar, também, a educação do shopper, por meio de dicas práticas na gôndola e folhetos educativos. Como categoria-destino, a categoria de fraldas auxilia as vendas de outros produtos infantis, trazendo maior rentabilidade para o varejo. Quando bem organizados, por versão, e com materiais de comunicação, esses ambientes alavancam a venda de fraldas descartáveis e, assim, as vendas da categoria infantil crescem como um todo.” Esses espaços lúdicos e decorados, com boa sinalização e o maior volume de informações possível sobre os produtos são elementos que tornam a compra da categoria infantil mais agradável e eficiente. Isso é explicado pelo fato de que muitos desses produtos têm sua compra planejada e são itens de destino ao ponto de venda (PDV). O mix de higiene e beleza possui categorias de destino, rotina, conveniência ou oportunidade. O PDV pode explorar na exposição cada um deles, buscando oferecer ao consumidor um sortimento completo para que toda a compra seja realizada. Sendo assim, é importante também ter opção de produtos por idade da criança, hoje já são dois públicos com necessidades diferentes: Baby – para crianças de zero a 2 anos que precisa de uma linha completa para banho, pós-banho, troca de fralda – produtos mais focados na saúde e kids, para as crianças de 3 a 10 anos, com xampus, pós-xampus, géis, colônias, quando as necessidades além de serem voltadas para a saúde, passam a incluir também a beleza.

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TENDÊNCIA

Do digital ao físico DESDE 1911, A NRF, MAIOR FEIRA DE VAREJO DO MUNDO, PROMOVE A DISCUSSÃO DAS TENDÊNCIAS DO SETOR VAREJISTA E DO MERCADO DE CONSUMO

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J OSÉ ROBE R TO SEC UR ATO J UNI O R Vice-presidente do Ibevar, sócio fundador da Saint Paul Advisors e da Saint Paul Capital Partners e copresidente da Academia de Varejo 184

Falar de maneira precisa onde e quando surgiu o comércio é, praticamente, uma tarefa impossível. Neste contexto, a única certeza que temos é de que as primeiras trocas comerciais ocorreram nos primórdios da civilização. À medida que o tempo foi passando, essas negociações foram se tornando cada vez mais complexas. A partir do momento em que o homem descobriu o valor dos metais, o comércio, de certa maneira, passou a ser realizado de forma menos amadora. No decorrer do tempo, surgiram os bancos, as financeiras, as bolsas de valores e as grandes lojas atacadistas e varejistas. Para termos uma ideia da importância do varejo na economia, nos últimos anos, mais de 40 milhões de brasileiros passaram a fazer parte do mercado de consumo. Na última década, ele cresceu acima do Produto Interno Bruto (PIB) do País. A previsão para 2015 é de que ele apresente uma expansão de 5,5% a 6%. E não é importante apenas para a economia nacional. Desde 1911, a National Retail Federation, dos Estados Unidos, realiza anualmente o Retail’s BIG Show, considerada a maior feira de varejo do mundo. O evento promove a discussão das tendências do setor varejista e do mercado de consumo, bem como as diretrizes para o futuro. A edição de 2015 contou com a presença de, aproximadamente, 1.800 empresários brasileiros, além de representantes de países, como a Alemanha, França e, claro, os Estados Unidos. Um dos destaques deste ano foi a palestra “New Digital Divide”. Nela, executivos da Deloitte, JCPenney e GameStop Corporation apresentaram dados de uma recente pesquisa, desenvolvi-

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da pela primeira vez, sobre como o mundo digital impacta o varejo. Mesmo com uma grande influência do e-commerce nos dias de hoje, pudemos perceber o quão importante ainda é a loja física. Em sua apresentação, o presidente da GameStop Corporation (loja especializada no mercado de games), Tony Bartel, contou a história da empresa e como eles se reinventaram dentro do segmento. E ressaltou a loja física como peça estratégica fundamental para fortalecer o relacionamento pessoal e, a partir dele, impulsionar o engajamento digital. Essa foi a tônica da maior parte das palestras. Mais do que sobreviver, ao se reinventarem, as lojas físicas poderão prosperar. Além de vender, elas precisam estar conscientes de que também podem promover encontros, oferecer entretenimento e se preocupar com o bem-estar e a segurança de seus consumidores. Sobretudo, no que se refere à invasão da privacidade. Os produtos devem ser vendidos, sim, mas não de maneira invasiva por meio de mensagens via smartphones, e-mails e afins. Apesar das facilidades oferecidas pelo avanço da tecnologia, nada substituirá a interação real entre o cliente e o produto. Outro ponto a ser considerado são as estratégias que deverão ser utilizadas para estimular a fidelização dos clientes. Por meio da interação entre a tecnologia e os espaços físicos, a participação dos próprios vendedores será imprescindível para ajudar a conquistar a confiança e, consequentemente, a lealdade dos consumidores. Se há algum tempo eram considerados concorrentes, hoje, devem convergir para uma total integração. Portanto, vida longa às lojas, pois o tijolo não morreu. FOTO: DIVULGAÇÃO

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EVENTO

Os caminhos sugeridos pela NRF 2015

MILHARES DE PESSOAS ESTIVERAM PRESENTES NA MAIOR FEIRA DE VAREJO DO MUNDO PARA CONFERIR AS TENDÊNCIAS QUE DEVEM DOMINAR O MERCADO NOS PRÓXIMOS ANOS

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POR FLÁVIA CORBÓ

Há tempos que o real se mostra bem desvalorizado perante o dólar. Mesmo assim, todos os dias, brasileiros desembarcam nos Estados Unidos dispostos a gastar boa parte dos rendimentos em compras no território norte-americano. Por que tamanha fascinação, mesmo diante de condições desfavoráveis? De acordo com os especialistas em varejo, o preço tem pouca relevância frente às experiências inovadoras que são possíveis viver em um mercado de consumo muito mais maduro que o do Brasil.

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E não são só os turistas que se deixam encantar com as novidades encontradas nas lojas dos grandes centros comerciais americanos. Todos os anos, milhares de empresários, gestores e acadêmicos reservam o início do mês de janeiro para viajar até Nova York e participar da maior feira de varejo do mundo: a National Retail Federation (NRF). Em 2015, não foi diferente. Mais de 33 mil congressistas, sendo 1,8 mil brasileiros, compareceram ao evento para conferir as novidades de 575 expositores e assistir a 100 palestras de grandes nomes do varejo mundial a respeito das tendências que devem ditar o comportamento do conFOTOS: DIVULGAÇÃO

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EVENTO

sumidor nos próximos anos. Para tornar a experiência ainda mais rica, muitos não se contentaram apenas em circular pelo local da feira, mas programaram visitas a lojas para ver como os conceitos são aplicados na prática. Ao término do evento e da viagem, chega o momento de absorver todo o conteúdo observado e definir como – e o que – pode ser aplicado à realidade, ainda mais considerando as diferenças entre o mercado de consumo brasileiro e o norte-americano. “Quão capazes são nossos varejistas de captar esses consumidores que já têm acesso às inovações disponíveis nos mercados estrangeiros?”, indaga o presidente do conselho consultivo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Roberto Meier. Apesar do desanimador cenário econômico, o executivo acredita que as expectativas são boas, já que o varejo brasileiro segue apresentando crescimento na casa de dois dígitos, operando em um País cujo Produto Interno Bruto (PIB) se arrasta para crescer um percentual mínimo. Mas

NÃO SE DESCUIDE DO ATENDIMENTO! A loja física precisa se renovar e a tecnologia é uma grande aliada neste processo, mas cuidar do atendimento ainda é fundamental. Por isso, invista no treinamento dos colaboradores. “Nada substitui as pessoas. Elas são o maior ativo de uma empresa. Se o vendedor está de cara amarrada, nenhuma experiência inovadora que eu possa vir a ter na loja vai valer a pena”, lembra a executiva da NL Suporte à Gestão, Graziela Nasser. Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e professor titular da Faculdade de Economia e Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Claudio Felisoni de Angelo, ter uma equipe que ofereça um atendimento invejável é a melhor maneira de se diferenciar, porque todo o resto é copiável. “Pesquisas mostram que empresas do mesmo setor, independentemente do tamanho, convergem para um crescimento médio. As grandes crescem porque investem em inovação, mas logo perdem porque passam a ser copiadas. Por outro lado, as pequenas conseguem crescer também porque replicam modelos de sucesso. Há um gap entre inovação e cópia.” É nesse espaço que o bom atendimento faz a diferença.

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para que o desempenho do varejo nacional siga descolado das dificuldades econômicas, é preciso ter o conteúdo visto na NRF 2015 como guia para as mudanças que se fazem necessárias. A geração pós-guerra está se aposentando e será cada vez menos representativa no mercado de consumo. É chegada a vez da geração “Y”, que, apesar de ganhar menos que os antecessores, é muito mais poderosa, uma vez que com um smartphone na mão tem o poder de controlar as tendências, exigir experiência, sem perder no preço. “Estamos passando por um momento de transformação. Competir por preço é muito caro, é preciso buscar outros atributos para fazer a diferença. E não se trata de competir com o universo on-line. É preciso criar um modelo sem rupturas de negócio, sem fronteiras”, acredita Meier. No entanto, vale ressaltar que antes de promover revoluções, é preciso ter controle sobre a operação-padrão, principalmente em um cenário instável como o Brasil atual. As empresas devem executar bem aquilo a que se propõem antes de criar novas estratégias e investir em inovações. “Olhar para o que já se faz e fazer melhor. Buscar efetividade nas operações. Às vezes, nos esquecemos do básico, por isso não avançamos”, lembra a sócia diretora da GS&AGR, Ana Paula Tozzi.

TENDÊNCIAS REAIS Para que os profissionais brasileiros que não puderam estar presentes na NRF 2015 tivessem acesso aos principais temas abordados na feira e uma orientação de como tirar a teoria do papel, algumas entidades realizaram eventos, com palestras que apresentaram os principais destaques. “Prática sem conceito firme é aventura. Ideias precisam ser operacionalizadas”, apontou o presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) e professor titular da Faculdade de Economia e Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), Claudio Felisoni de Angelo. De todo o conteúdo apresentado no evento internacional, essas entidades extrairam alguns pontos-chaves, que já são realidade lá fora e devem ser adotados pelos varejistas que desejam permanecer atrativos. Confira: 1) Aumento da globalização Na abertura da NRF Big Show, a Deloitte Consulting divulgou o ranking global do varejo, que lista as 250 maiores empresas do mundo segundo o faturamento. A lista deste ano aponta para uma crescente internacionalização do varejo. Além da relação contar com duas empresas brasileiras – Lojas Americana e Magazine Luiza –, o número de empresas que atuam fora do seu país de origem vem crescendo.

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EVENTO

Em 2013, havia 15 empresas multinacionais atuando no Brasil. No ano seguinte, o número saltou para 22. Agora, em 2015, já são 29 empresas estrangeiras operando em território nacional. “Caminhamos para um varejo global. No ano que vem, esperamos que o número cresça. Estamos vivendo o fenômeno Forever 21”, exalta o sócio da BTR Educação e Consultoria e presidente da SBVC, Eduardo Terra, se referindo à gigante americana do varejo de moda, que desembarcou no Brasil no ano passado, com planos agressivos de expansão. No setor farmacêutico, essa internacionalização é mais tímida, mas já deu os primeiros passos no País. Dois anos após a rede de farmácias norte-americana CVS Caremark adquirir parte da Onofre, agora estaria de olho no grupo formado pelas Drogarias São Paulo e Pacheco. Segundo analistas, três propostas já teriam sido feitas, sendo a mais recente delas com valores superiores a R$ 6 bilhões. Por enquanto, as ofertas teriam sido recusadas. 2) Avanço na customização Ter um produto exclusivo, produzido a partir das suas preferências e gostos pessoais sempre foi algo desejado. O problema estava em fechar a conta: tanto em relação à rentabilidade do varejista, quanto para a acessibilidade do consumidor. Parece que algumas empresas americanas conseguiram acertar os fatores da equação. Principalmente aquelas que customizam experiências e não somente produtos. 190

De acordo com Terra, uma das empresas que melhor traduzem o conceito para a prática é o portal de comércio eletrônico Amazon. Após efetuar algumas compras pelo site, o consumidor passa a acessar uma home com destaques pensados estrategicamente, que levam em consideração hábitos de consumo, gosto pessoal e preferências. A tecnologia também possibilitou novas formas de customização. A mais inovadora delas é a impressão em 3D, que pode ser utilizada para as mais variadas finalidades, desde joias, maquinário, alimentos e próteses do corpo humano. Antes de essa técnica ser desenvolvida, para se construir um protótipo de uma peça de um motor, por exemplo, era preciso primeiro modelar manualmente a peça, para depois enformar e fazer o molde. 3) Resgate da loja física Na NRF do ano passado, um dos temas mais debatidos foi o futuro das lojas físicas. Na ocasião, muitos afirmavam que ela estava fadada a desaparecer, diante da falta de competitividade com o comércio on-line. Passado um ano, os discursos ganharam novos tons e trouxeram alívio aos empresários de varejo tradicional. “The brick is the new black”, defendeu o presidente da Levi’s, James Curleigh, dizendo algo como: o tijolo é a moda da vez. Ou seja, a loja física está viva. “Mas não é a mesma loja de vinte anos atrás”, ressalta Terra. “Tem muito mais integração com o celular.” A afirmação nos leva à palavra Omnichannel, tão citada na edição de 2014 da NRF. Alguns

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especialistas afirmam que o termo já não é tão adequado, pois o consumidor não deseja apenas ver uma padronização entre o universo virtual e físico. O que ele busca é uma integração, a queda de barreiras e uma interação simultânea. Uma das lojas que melhor trabalham esse conceito é a Game Stop, rede de lojas de videogame. Do sofá de casa, o cliente pode montar uma wishlist com os produtos que ele deseja comprar. Ao entrar na loja física com o smartphone ligado, um aparelho chamado beacon – que conecta-se ao smartphone por meio do bluetooth – “lê” os pedidos daquele cliente e envia uma mensagem ao sistema da loja. Em poucos instantes, imagens dos jogos selecionados na wishlist começam a ser exibidas nos telões espalhados pela loja. “O espaço físico tem de ser mais que um showroom, tem de oferecer interação”, aponta Terra. Antes visto como rival, o comércio eletrônico pode inclusive ajudar no aumento do fluxo das lojas físicas. Pesquisas apontam que cerca de 40% dos clientes que circulam em uma loja já visitaram o site antes. O universo on-line, portanto, deve funcionar como um convite à visitação ao ambiente físico. E uma vez que o consumidor tenha sido atraído, cabe aos funcionários fazerem com que a experiência valha a pena. “O vendedor tem de ser um consultor, que entende profundamente da marca. Ele tem de ser capaz de dar informações que o consumidor ainda não tenha encontrado por si só na internet. Treinamento

de colaborador precisa ser visto como investimento e não custo”, alerta a diretora de coordernação da Academia de Varejo do Ibevar, Patricia Cotti. 4) Convívio entre o velho e o novo Apesar da geração “Y” não saber viver sem o smartphone nas mãos e fazer filas nas lojas da Apple a cada vez que a marca lança um novo modelo de celular, engana-se quem pensa que esta geração não valoriza o antigo ou, como costuma-se dizer hoje em dia, o vintage. Marcas com conceitos modernos como a fast fashion Urban Outfiters e o mercado de alimentos saudáveis Whole Foods são exemplos de que é possível encontrar equilíbrio. Entre as araras de roupas com o design do momento e alimentos orgânicos, são vendidos discos de vinil, por exemplo. 5) Execução da inovação e tecnologia Atenção varejistas: chegou a hora de parar de apenas testar as tecnologias vindas do exterior e começar a colocá-las em prática. O selfcheckout deixou de ser tendência há 15 anos nos Estados Unidos e por aqui só é visto em lojas conceito ou projetos-piloto. “O varejo brasileiro precisa enfrentar esse desafio e fazer a tecnologia sair do papel. Não adianta implementar em apenas uma loja, precisa ser em toda a rede”, afirma Terra. Um dos conceitos que precisam ser mais bem aproveitados no Brasil é o Big Data, sistema capaz de armazenar uma enorme quantidade de informações, que, pos2015 MARÇO GUIA DA FARMÁCIA

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CONCLUSÕES Anote os pontos-chaves da NRF 2015: • O Brasil vai enfrentar um período de crescimento lento, mas o varejo brasileiro é capaz de apresentar desempenho melhor; • Para seguir competitivo, é preciso investir na execução. Fazer bem o básico; • Novas tecnologias devem firmarse, como a impressão 3D; • É preciso investir na cultura organizacional, pois é algo que não pode ser copiado, ao contrário da tecnologia; • Consumidor premium não está mais concentrado apenas nos grandes centros; • Serviços são uma fonte relevante de diferenciação; • A loja física não vai acabar!; • Os consumidores precisam ser transformados em fãs da marca; • Ambiente físico e on-line precisam estar fundidos, sem barreiras.

teriormente, podem ser analisadas para ajudar a traçar caminhos estratégicos de uma companhia. “Todo mundo diz que usa, mas ninguém sabe exatamente o que é”, desafia Felisoni, do Ibevar. Para o acadêmico, a tecnologia não pode ser usada apenas como um adereço. Ela deve servir ao varejista em três pontos-chaves: monitorar o comportamento do consumidor, otimizar os processos internos da loja e oferecer dados de análise de desempenho do negócio. 6) Poder da curadoria Como a loja física mostrou que tem fôlego para continuar existindo, novos investimentos estão sendo feitos no ambiente de loja, para que ela converse com esse consumidor cada vez mais exigente. Como o shopper está sempre conectado às últimas novidades e tendências, a loja precisa manter-se sempre ‘fresca’. De acordo com a fundadora da Vimer Visual Merchandising, Camila Salek, a nova onda é promover uma renovação, tanto da vitrine quanto dos produtos expostos no interior, a cada 21 dias. “Investimentos antes destinados a mídia estão se voltando novamente para a loja física.” Mas a renovação não pode levar em conta apenas os produtos que estão em promoção ou que estão acumu192

lados em estoque. Eles devem refletir o conceito da marca, conversar com os desejos daquele consumidor específico e envolvê-lo. “Para ser diferente, é preciso ir muito além de um serviço ou produto. É necessário contar uma história convincente”, destaca o vice-presidente do Ibevar, José Securato Jr. Dentro desse universo, outro conceito que vem sendo muito trabalhado no varejo norte-americano é o da ‘prateleira infinita’. Os produtos escolhidos a dedo para seguir expostos na loja não precisam estar todos em estoque. O consumidor pode escolher e receber em casa depois, ou então, pegar na loja dali a alguns dias. “Ofereço tudo, mas não tenho na loja. Sortimento maior, com estoque menor”, detalha Terra. 7) Novos modelos de varejo O ranking global do varejo elaborado pela Deloitte Consulting não leva em conta empresas que operam apenas no universo on-line. Caso levasse, o resultado seria muito diferente. Portais de consumo como Alibaba e Taobao faturaram mais que o Walmart – maior varejista do mundo – em 2014. As lojas físicas têm espaço, mas precisam se renovar, porque as ameaças são poderosas. Foi o que fez o Carrefour, com a criação do aplicativo Carrefour Drive, em que o consumidor realiza as compras pelo smartphone e depois passa para retirá-las na loja, sem nem sair do carro, em um esquema que ganhou o nome de pick-up store. A tendência ainda é novidade, mas já foi responsável por 6% das vendas de todo o varejo alimentar dos Estados Unidos no ano passado. 8) Marcas com propósito O DNA da marca precisa ser definido antes do sortimento. Ou seja, com base no que a empresa se propõe a ser e a imagem que deseja passar é que se escolhem os produtos e serviços a ser vendidos, não o contrário. O varejo farmacêutico tem um exemplo clássico de como essa estratégia faz toda a diferença. As maiores redes de farmácias dos Estados Unidos – CVS Caremak e Walgreens – operam ambas com 8 mil lojas espalhadas pelo país. No entanto, a CVS faturou o dobro que a concorrente no ano passado. Por que tamanha discrepância? Segundo Terra, a Walgreens investiu massivamente em produtos de conveniência, como alimentos e bebidas, para fazer frente aos supermercados. Já a CVS, concentrou os esforços em criar um conceito e não um portfólio de produtos. “A rede decidiu que queria vender saúde e, a partir dessa premissa, foi diversificando os serviços. Hoje, quase todas as lojas contam com uma clínica farmacêutica, que oferece consultas rápidas ao cliente, sem necessidade de agendamento prévio.”

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A importância de saber escutar

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QUANTAS VEZES O TRABALHO É DIFICULTADO OU A OPORTUNIDADE DE MANTER RELACIONAMENTOS SIGNIFICATIVOS É PERDIDA POR NÃO SABERMOS OUVIR O QUE COLEGAS E CLIENTES TÊM A DIZER?

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O escutar é fundamental para construirmos boas relações. Quando você, de fato, está escutando uma pessoa falar, certamente está utilizando grande parte dos seus canais sensoriais. Usar os canais sensoriais no diálogo significa estar totalmente presente, pois está visualizando a expressão do rosto da pessoa, ouvindo o tom da voz e, muitas vezes, colhendo a percepção do que realmente está por detrás de uma simples pergunta. De fato, o não saber escutar também causa muitos problemas para as pessoas, seja dentro das empresas, no contato com clientes, na atenção com os colegas de trabalho ou, ainda, quando estamos no nosso círculo social. Veja o atendimento da empresa, por exemplo – um agente operador pode acabar gerando conflitos desnecessários com um cliente ou não conseguir atendê-lo de

imediato, simplesmente por não saber ou não estar preparado para escutá-lo. Por vezes, acontece de o agente interromper o cliente, despejando informações, antecipando respostas e esquecendo-se de apenas escutar o outro lado. O que o cliente realmente quer e precisa de você? No atendimento, é importante escutar com atenção ao que o cliente está dizendo, antes de dar uma resposta qualquer. Não se antecipe. Apenas escute! De forma idêntica, um colega de trabalho se aproxima para resolver um problema e nem bem termina de se expressar e já estamos dando opiniões e sugestões. Isso acontece porque não nos preparamos para ouvi-lo, aliás, muitas vezes, nem sequer estamos interessados no que ele tem a dizer. Então, respondemos o “achamos” sem apreciar de fato o que foi dito.

Precisamos nos preparar para escutar o que a outra pessoa está nos falando. Em minha opinião, isso significa nos colocarmos numa postura predisposta a receber a mensagem do outro, decodificar, compreender, analisar e responder adequadamente conforme a situação exige. Do mesmo modo, será importante mantermos uma escuta ativa. De acordo com Reynaldo Polito, um dos maiores comunicadores e de exponencial conhecimento nessa área, quando escutamos ativamente, estamos transmitindo diversas coisas à pessoa que fala, incluindo: interesse, respeito e demonstração de que somos a pessoa certa com quem ela pode falar. Em resumo, para que você possa criar relacionamentos mais significativos no seu trabalho e na sua vida pessoal, saiba escutar as pessoas de verdade. Você só tem a ganhar com isso.

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