Caderno ABEA 28 - PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS: NOVAS EXPERIÊNCIAS – vol. 1

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do ensino de graduação dos cursos envolvidos, eliminando possíveis distorções e equívocos no desenvolvimento das atividades pedagógicas de forma a não haver prejuízos na formação discente e nos processos pedagógicos estabelecidos para cada atividade. Possibilitará também a discussão e a socialização do pensamento e do julgamento de cada membro da comunidade universitária envolvida, contribuindo para o amadurecimento do cidadão e o exercício da cidadania através do desenvolvimento do espírito crítico, da visão de grupo e da valorização da escola como órgão promotor do crescimento do ser humano em todos os seus aspectos. O SISTEMA DE AVALIAÇÃO PEDAGÓGICA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANSIMO A ultima parte deste documento traz em caráter de contribuição alguns elementos que tem servido de base para as discussões de reformulação do Projeto Político Pedagógico (PPP) do nosso curso, as quais podem fomentar discussões mais amplas entre outros cursos. Como dito no inicio, a implantação do novo Regimento Geral na Uel desencadeou a reformulação do PPP em diversos cursos, devido ao fato de alterações gerais a serem regulamentadas. Entre essas alterações, o sistema de avaliação acadêmico levou a reflexões mais profundas em cada curso por duas principais razões: em primeiro lugar a modificação da média geral da UEL de 7,0 para 6,0; em segundo, a possibilidade dos cursos definirem sobre a realização ou não do exame final. O exame final no curso de Arquitetura e Urbanismo foi implantado pela da mudança do sistema universal de crédito para seriado e após muitos anos de funcionamento com questionamentos sobre sua eficácia e finalidade, foi severamente discutido no Colegiado de curso. Com a abertura proporcionada pelo Regimento Geral, que deu aos cursos mais autonomia em seus PPP´s para discutirem suas especificidades, o colegiado de arquitetura decidiu por sua extinção baseado na elevada carga de disciplinas práticas do curso, em especial disciplinas de desenvolvimento de projeto (de arquitetura, de urbanismo ou de paisagismo), para as quais o processo de desenvolvimento com participação efetiva do aluno dificilmente pode ser substituído por uma prova teórica de caráter final, que não recupera o valor da aprendizagem enquanto processo. O método de ensino do projeto no curso de arquitetura tem fortes referências em sua prática profissional e a avaliação deve ser uma conseqüência disso. Tal pensamento leva a algumas reflexões sobre a prática profissional, que oportunamente podem e devem ser incorporadas tanto no ensino quanto em seu processo de avaliação. Outro aspecto a ser pensado é que a construção civil é uma industria atípica e cujo processo de produção varia de produto para produto. São raras as vezes em que se tem produção seriada de produtos. Além deste fato, o grande volume de obras a serem construídas bem como a urgência característica do meio, têm ensejado que a atividade de projeto seja desenvolvida de maneira bastante amadora. Este problema deve ser enfrentado por todos os segmentos da cadeia produtiva da construção civil, iniciando por um ensino adequado do processo, e não igualmente amador. No dia-a-dia observa-se o desenvolvimento de projetos que não fundamentam-se numa visão sistêmica da construção. A construção é um grande sistema, composto por vários subsistemas, que por sua vez ainda decompõem-se em novos subsistemas (agregado ao foto que a construção precisa ser entendida como um subsistema de outros maiores ainda). Este encadeamento é responsável pela inter-dependência entre todos os aspectos e fatores envolvidos e deixa claro que não há a menor possibilidade de se abordar um dado aspecto da construção como algo estanque, independente e isolado.

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desenvolvimento de melhores procedimentos de aprendizagem, ora apresentadas para reflexão junto aos demais cursos: 1) É fundamental que pratique-se a produção de projetos de arquitetura, observando seu caráter multidisciplinar. Devem-se realizar projetos de edificações em que seus diversos elementos componentes e funções sejam considerados quanto às suas inevitáveis interferências. Os projetos deverão ser apresentados ao longo do curso em ordem crescente de complexidade, isto é, o número de fatores intervenientes nos projetos deve crescer na medida em que se avança no curso. Em resumo, o aluno deverá aprender que ele participa de um time que projeta uma edificação e que cabe a ele o papel de projetista da arquitetura da edificação. 2) Cabe também desenvolver nos alunos a habilidade de gerenciar e coordenar os conflitos de demandas sobre aspectos técnicos que o processo de projeto de uma edificação impõe. Ao final ele deverá ter condições de assumir o papel de capitão do time de projetistas da edificação. 3) A questão da prática da abordagem sistêmica deverá ser colocada de maneira que a fase de projeto seja vista como uma parte importante de uma obra. O aluno deverá perceber que a fase inicial e anterior ao desenvolvimento do projeto, as fases posteriores de construção e de operação / manutenção também precisam ser consideradas durante a fase de projeto. Portanto, os projetos a serem elaborados precisam ser colocados de uma forma contextualizada e neste sentido, o nível de complexidade deverá ser crescente ao longo do curso. 4) Deverá se dar ênfase também ao estudo de condicionantes externas de uma obra. Em suma as questões econômicas, psicológicas, culturais, sociais e políticas compõem a primeira fase e por isso precisam ser entendidas pelos arquitetos, que serão agentes transformadores de realidades. 5) Também se deve procurar desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe e entender e dialogar com os diversos projetistas complementares, devendo também ter condições de projetar o processo de produção e de manutenção. 6) Finalmente, pensar as questões de qualidade de projeto, as definições de qualidade, dos procedimentos de gestão da produção de projeto e de controle de qualidade que deverão ser abordadas ao longo do curso. Pautados nessas premissas que refletem a realidade da profissão (ou parte dela) o processo de ensino e sua conseqüente avaliação não poderia ser aceito de outra forma, portanto, que não o continuo, evolutivo e participativo. O projeto não é um produto que aparece pronto de uma aula para outra. Nesse contexto evolutivo da própria profissão, foram reestruturados os procedimentos de avaliação no curso de Arquitetura e Urbanismo da UEL, distribuídos em três grupos, conforme a atividade acadêmica, a saber: TGI – trabalho de graduação interdisciplinar, regulamentado em documento próprio; Estágio Curricular - regulamentado em documento próprio; Disciplinas: são divididas em três grupos, a saber: teóricas, teóricas/práticas, e práticas respeitando a proporcionalidade professor-aluno conforme Diretrizes Curriculares vigentes, para as quais os Programas de Disciplinas devem prever os instrumentos de avaliação inerentes a dinâmica das atividades de ensinoaprendizagem, contemplando no mínimo: - teóricas: realização de no mínimo duas avaliações teóricas e individuais por semestre/período letivo; outras a critério do professor;

Esta prática equivocada de produção de projetos não tem sido questionada dentro das Escolas de Arquitetura e de Engenharia. O arquiteto precisa ser formado para dominar esta prática e nesse sentido algumas ações tem sido pensadas como premissas ao

- teóricas/práticas: realização de no mínimo uma avaliação teórica individualizada por semestre/período letivo conjunta ou não com trabalhos práticos; realização de no mínimo um

TEMA II – CRITÉRIOS QUALITATIVOS DE AVALIAÇÃO - SISTEMA DE AVALIÇÃO PEDAGÓGICA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO E PROGRAMA DE AVALIAÇÃO CONTINUADA ON-LINE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DO CTU/UEL

TEMA II – CRITÉRIOS QUALITATIVOS DE AVALIAÇÃO - SISTEMA DE AVALIÇÃO PEDAGÓGICA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO E PROGRAMA DE AVALIAÇÃO CONTINUADA ON-LINE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DO CTU/UEL


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