Caderno ABEA 28 - PROJETOS POLÍTICOS PEDAGÓGICOS: NOVAS EXPERIÊNCIAS – vol. 1

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XIII CONABEA - Congresso Nacional da ABEA XXIII ENSEA - Encontro Nacional Sobre Ensino em Arquitetura e Urbanismo

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SISTEMA DE AVALIÇÃO PEDAGÓGICA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO E PROGRAMA DE AVALIAÇÃO CONTINUADA ON-LINE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DO CTU/UEL 42 Eloísa R. Ribeiro Rodrigues43 44 Gilson Morales 45 Maria Bernadete de Morais França

Resumo O presente artigo relata as mudanças oriundas da implantação de novos projetos políticos pedagógicos na UEL, focando a discussão do papel da avaliação no processo de ensinoaprendizagem. Fala sobre o sistema de avaliação pedagógico implantado em 2005 no curso de Arquitetura e Urbanismo da Uel e resume a proposta de um procedimento de avaliação docente e discente (institucional) para os Cursos de Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil e Engenharia Elétrica, os quais constituem o Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU) da Uel. A proposta de avaliação institucional se dá através de um instrumento elaborado para funcionar através de um sistema on-line e encontra-se cadastrado oficialmente como Projeto de Ensino, no qual participam os três cursos mencionados. Todo esforço para construção de um instrumento de avaliação continuada através de um processo democrático e participativo cumpre parte das exigências de elaboração de novos Projetos Políticos Pedagógicos nos cursos da UEL, que estabeleceram-se através do novo Regimento Geral da universidade, implantado em 2004. Introdução Em 2003, a UEL – Universidade Estadual de Londrina, aprovou um novo regimento geral de suas atividades, o que passou a vigorar a partir de 2004, e modificou muitos procedimentos de regulamentação da relação ensino-aprendizagem, bem como da convivência da comunidade acadêmica. Entre as principais alterações do novo regimento, ficou clara a perspectiva de maior liberdade e autonomia dos cursos em geral, para implantação de Projetos Políticos Pedagógicos que refletissem as necessidades específicas de ensinoaprendizagem de cada curso. O regimento deu também mais ênfase na participação do aluno em muitas instâncias de acompanhamento do seu curso, ampliando assim os fóruns de discussão onde os alunos têm direitos garantidos de expor sua vivência com as atividades de ensino e aprendizagem. Foram alteradas as composições e atribuições dos Colegiados de Curso e um número maior de alunos ficou designado a ter assento em reuniões destinadas à discussão dos assuntos acadêmicos. Cada curso pôde propor seu Projeto Político Pedagógico próprio baseado na realidade de construção de conhecimento necessário à sua área, refletindo as peculiaridades do mercado de trabalho específico da profissão. Isso resultou num quadro inédito na UEL, já que os cursos não são obrigados a seguir um sistema único de graduação, mas ao contrário, podem construir seus projetos pedagógicos como reflexo de sua experiência de ensinoaprendizagem. Dessa forma, existem muitas realidades diferentes hoje na Uel, a partir de regras gerais pautadas no regimento da instituição, onde alguns cursos funcionam por módulos, outros seriados, alguns com realização de exame final, e outros não. Alguns cursos avaliam o desempenho de aprendizagem dos alunos através da tradicional escala numérica (0-10) e outros através de notas conceituais. Enfim, os cursos tem construído seus métodos de ensino a partir da reflexão sobre si mesmos.

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UEL - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA Arquiteta e urbanista, Mestre, professora assistente da UEL – ribeiro_53@hotmail.com Eng. Civil, Doutor, professor associado da UEL – gmorales@uel.br 45 Eng. Eletricista, mestre, professora assistente da UEL – mbmorais@uel.br 43

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É neste contexto de mudanças que o curso de Arquitetura e Urbanismo da UEL tem buscado uma reflexão sobre sua atual condição. Trata-se de um curso que tem método pedagógicos bastante tradicionais, no qual entre os principais problemas encontram-se as fragmentações de disciplinas que trabalham conteúdos isolados sem uma proposta de integração; a postura tradicionalista do “professor autoritário” que transmite o conhecimento e não ensina o aluno a construí-lo e a falta de diálogo entre professores que compõem o Colegiado do curso, visto que 07 departamentos diferentes ministram aulas na Arquitetura. O curso de Arquitetura vem discutindo seu sistema de avaliação em duas etapas diferentes: 1) a avaliação pelo professor dos conteúdos assimilados pelo aluno no sistema ensino aprendizagem; e 2) a avaliação das relações de aprendizagem do docente e discente, ou simplesmente avaliação institucional. Neste artigo pretende-se mostrar parte desse processo, com o objetivo principal de trocar experiências com seu pares. As mudanças têm sido motivo de longas e cansativas discussões, sendo que em algumas ocasiões a falta de referência sobre experiências com outros cursos poderia respaldar melhor uma escolha. Das duas etapas comentadas relativas ao sistema de avaliação no Curso de Arquitetura da UEL, a primeira (avaliação de conteúdos) foi discutida pelo Colegiado de Arquitetura em 2004 e implantado em 2005 e encontra-se, portanto, em seu primeiro ano de experiência. A principal questão que motivou a discussão de parâmetros qualitativos de avaliação foi a eliminação, após quase 10 anos de existência, do sistema de exame final. A segunda etapa refere-se à avaliação institucional (docente e discente) como parte do processo de mudança. Esta etapa encontrase em desenvolvimento. As duas serão relatadas como forma de compartilhar as dificuldades e reflexões experimentadas na UEL com as demais escolas de arquitetura no Brasil. O programa de avaliação continuada on-line dos cursos de graduação do ctu/uel Toda atividade de ensino pressupõe uma avaliação. É através da avaliação que afere-se como os objetivos foram satisfeitos. É também através da avaliação que observase como os procedimentos pedagógicos utilizados foram os mais adequados, se o desempenho dos profissionais foram satisfatórios e se a estrutura física e instrumental deu o suporte adequado para a consecução do processo ensino-aprendizado. Essa preocupação que tem se tornado a cada dia mais evidente diz respeito à formação global do discente, de forma que este desenvolva ao longo da graduação, aspectos não somente voltados para a tecnologia, mas também para a ética e o comportamento, de forma a garantir-se que o egresso seja um cidadão no sentido mais amplo da palavra. Muitos cursos, nos quais acentua-se a preocupação com a formação técnica, correm o risco de apresentar lacunas no que diz respeito à formação humanística e ao XIII desenvolvimento da cidadania, fato este que vem se refletindo na sociedade contemporânea em termos de comportamentos inadequados e carência de sensibilidade frente a problemas sociais e necessidades básicas, principalmente da fração mais carente econômica e socialmente da população. Muitos projetos político-pedagógicos apresentam excelentes alternativas pedagógicas e objetivos claros e bem direcionados para trabalhar-se os eixos de conhecimento estabelecidos para os respectivos cursos, porém muitos docentes desconhecem o conteúdo destes projetos e nem sempre estabelecem objetivos sintonizados com os objetivos maiores do projeto político-pedagógico de seu curso. Se o fazem, nem sempre os colegiados de curso têm um retorno do desenvolvimento das atividades acadêmicas e dos problemas que venham a ocorrer ao longo do percurso, a tempo de serem realizadas interferências no sentido de adequarem-se os procedimentos, as formas de avaliação e a verificação dos objetivos propostos.

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Tendo como objetivo atuar no sentido de aproximar a realidade da sala de aula buscando argumentos de discussão e mudança, os cursos do CTU – Centro de Tecnologia e Urbanismo

TEMA II – CRITÉRIOS QUALITATIVOS DE AVALIAÇÃO - SISTEMA DE AVALIÇÃO PEDAGÓGICA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO E PROGRAMA DE AVALIAÇÃO CONTINUADA ON-LINE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DO CTU/UEL

TEMA II – CRITÉRIOS QUALITATIVOS DE AVALIAÇÃO - SISTEMA DE AVALIÇÃO PEDAGÓGICA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO E PROGRAMA DE AVALIAÇÃO CONTINUADA ON-LINE DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DO CTU/UEL


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