Revista Giro SP nº. 5 - Novembro

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revista Edição 5 – Ano 1 – Novembro 2013

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Quadrinhos no cinema DC Comics e Marvel invadem as telonas!

America Expert R$ 12

Simone de Oliveira, empreendedora brasileira que consquistou os EUA

Cemitério da Consolação

Arte Tumular em um museu histórico a céu aberto

Autismo na infância

Aprenda como lidar, por Ana Carolina Grasso




é uma publicação mensal da Comander Editora Diretora Geral: Erika Pedrosa Diretor Administrativo Financeiro Asael Prando Departamento Jurídico Erico Olivieri Jornalista Responsável Yone Shinzato MTB 49976 Jornalistas Felipe Ribeiro Natália Prieto Ronnie Arata Coordenação Camila Ferreira Denis Le Senechal Klimiuc Felipe Ribeiro Departamento de arte Aline Inforsato Projeto Gráfico e Marketing Comander Assessoria e Marketing Colaboradores Ana Carolina Monteiro Grasso e Cláudio Duarte Fotos Alex Missaka, Caio Pimenta (SPTuris), Douglas Nscimento, Eduardo Leão, Fernando Anhê, Glaucia Garcia Carvalho, Kleber Shibuya, Laura Ammann, Leonardo de Moraes, Marcos Guimarães, Miguel Schincariol, Nilton Fukuda, Ronnie Arata e Yone Shinzato Administração, redação e publicidade Rua Jacirendi, 395 Tatuapé – São Paulo – SP CEP: 03080­‑000 Tels.: 011 2023 0400 / 011 2685 1765 www.revistagirosp.com.br Canais de comunicação

O verão se aproxima e São Paulo fervilha com esporte e lazer Estamos próximos do Natal e é verão, época em que a cida‑ de fervilha não só pela temperatura elevada, mas também pela quantidade de pessoas à procura de seus presentes e progra‑ mas para se entreter em meio ao calor de São Paulo: parques, praças, clubes, piscinas de todos os tamanhos e formatos – além de museus, cinemas, teatros e shoppings – lotam com a premissa de reunir família e amigos em suas confraternizações. Visitamos o Cemitério da Consolação, e conhecemos um verda‑ deiro museu a céu aberto (p. 50); conversamos com a psicóloga Ana Carolina Monteiro Grasso, a qual nos esclareceu sobre como lidar com o autismo na infância (p. XX); analisamos o porquê do sucesso dos filmes baseados em histórias em quadrinhos e, as‑ sim, discorremos sobre a variedade apresentada na telona (p. XX); acompanhamos a tragetória da brasileira que conquistou os EUA, ao levar empresas tupiniquins às terras norte-americanas e transformá-las em exemplos de sucesso, como é o caso de sua própria história (p. XX); entre outros assunto que, transformando São Paulo no centro da variedade cultural do Brasil. Com isso, a Revista Giro SP preparou um conteúdo especial, no qual discutimos não só a relevância da cultura e da arte em nossa cidade, mas também os limites entre o lazer e o esporte, os quais podem ser interpretados, em muitos casos, de maneira bastante similar. E São Paulo, em troca da quantidade de pessoas em busca por entretenimento, esbanja ofertas a tanta demanda. Então, apro‑ veitamos a elevada temperatura e suas expectativas, e oferece‑ mos a você, leitor da Giro SP, uma edição repleta de arte, cultura e lazer – com muito esporte, é claro!

Erika Pedrosa

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CAPA 50 Museu histórico a céu aberto

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ÍNDICE

FIQUE POR DENTRO 08 30 programas imperdíveis em SP – Torre do Banespa ARTE, CULTURA E LAZER 12 Estreias de novembro 22 A democracia além dos dez pinos 29 O amor e respeito aos animais como 32 Da retomada ao amadurecimento estilo de vida do cinema nacional 58 Hatha yóga clássico 42 Messias – O livreiro que resiste ao 64 Às boas compras, com moderação tempo e usa a tecnologia a seu favor 70 Palavras de um “mal­‑humorado” nato 66 37ª mostra internacional de cinema 80 Recíproca verdadeira de São Paulo 82 Quadrinhos no cinema ACONTECE EM SP 16 X Bienal de arquitetura de São Paulo – “Cidade: modos de fazer, COMIDA E BEBIDA modos de usar” 18 A revolução das Padarias


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50 24 38 46 60 62 78 87

De mala e cuia no trem do riso é CRONICAMENTE PAULISTA 40 As vilas da Mariana diversão garantida A cigarra e a formiga A Brasil Game Show – Feira para NEGÓCIOS 74 A brasilidade da America Expert todos os públicos Stanley Kubrick no Museu da Imagem 79 2º Passo: ambiente de marketing – análise do negócio e do Som Finalmente juntos AONDE VOCÊ QUER IR HOJE? Os boêmios de Adoniran 92 Roteiro de passeios Pedro e o Lobo

KIDS 26 Reforço escolar – De quem é a culpa 88 Como entender uma criança autista


FIQUE POR DENTRO

Texto Divulgação/SP Turis

30 SP programas IMPERDÍVEIS em

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Mercado Municipal

Mosteiro de São Bento

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Terraço Itália

Grandes museus da cidade

Bares e baladas

Parque do Ibirapuera

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Cantinas do Bixiga

Oscar Freire e Shopping Iguatemi

Restaurante Skye do Hotel Unique

Jockey Club

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Autódromo de Interlagos

Estádio do Pacaembu

Mega livrarias

Exposições da cidade

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Página 10

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Sala São Paulo

Torre do Banespa

Musical da Broadway

25 de Março, Brás e Bom Retiro

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Padarias 24 horas

Avenida Paulista

Museu da Língua Portuguesa e Pinacoteca

Zoológico e Jardim Botânico

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Spas com ofurô e massagem relaxante

Feiras: Liberdade e Praça Benedito Calixto

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Cafeterias internacionais

Centro Histórico

Centro de convenções paulistano

Quadra de escola de samba

Pico do Jaraguá

Pizzarias

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FIQUE POR DENTRO

4 Apreciar a vista da Torre do Banespa

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Símbolo da era progressista que atraiu milhares de imigran‑ tes e migrantes para a cida‑ de, o Edifício Altino Arantes – nome que recebeu na década de 1980 e mantém até hoje ­–, conhecido como Prédio do Ba‑ nespa, é uma atração imperdí‑ vel para quem procura desco‑ brir as proezas de São Paulo.

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Texto Tatiane Ribeiro/SP Turis Fotos Caio Pimenta

Torre do

Banespa

Construído a partir de 1939, está localizado no coração da cidade, próximo às ruas que no passado formavam o centro bancário do município: São Bento, XV de Novembro e Direita. Escolhido para se‑ diar o Banco do Estado de São Paulo, o prédio demorou oito anos para ser finalizado.

Foi Ademar de Barros, como governador eleito, que em 27 de junho de 1947 celebrou sua inauguração. Situado no ponto alto do centro velho, a inspiração da arquitetura veio do famo‑ so Empire State Building, em Nova Iorque. Com 161,22 me‑ tros de altura, seus 35 an‑


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Na próxima edição, confira um Musical da Broadway

dares, 14 elevadores, 900 degraus e 1.119 janelas, foi considerado nos anos 1940 a maior construção de concreto armado do mundo. Por qua‑ se 20 anos foi o mais alto da cidade, identificado facilmen‑ te pelo seu logotipo luminoso. Mas o que garante ainda mais o seu sucesso é a torre. Sua altitude proporciona perspec‑ tivas impressionantes. Do alto do mirante, o raio de visão é de 360º e atinge 40 Km. De lá é possível ver a Serra do Mar, o Pico do Jaraguá, os prédios da Avenida Paulista e as principais construções do centro. O lugar é visitado men‑ salmente por cerca de 5 mil pessoas. O fascínio já começa pelo saguão, com o belíssimo lustre de cristal nacional em estilo decô­ ‑eclético, com 13 metros de altura, 10 mil peças de cristal e 1,5 toneladas, feito no formato do edifício. O prédio foi privatizado em 2000 pelo grupo Santander­ ‑Banespa. A partir daí pas‑ sou a abrigar um museu onde estão reunidos mais de 2 mil objetos que fazem parte da história de quase 100 anos de existência ini‑ ciados com cultura cafeeira do Brasil e que originou ali o Banco Hipotecário e Agrícola do Estado de São Paulo. REVISTA GIRO SP | 11


FIQUE POR DENTRO Texto Denis Le Senechal Klimiuc

ESTREIA

01/11 litar com garra inaba‑ lável. Em 1999, foram (Adore) 2013 encontradas gravações de arquivos secretos do Superior De: Anne Fontaine. Tribunal Militar, com defesas de pre‑ Com: Naomi Watts, Robin sos políticos na ditadura pós­‑64, sendo Wright, Xavier Samuel, grande parte das gravações compostas James Frecheville, Ben pela voz do jurista aqui homenageado. Nes‑ Mendelsohn e Sophie Lowe. te documentário de Paula Fiuza, acompa‑ Anne Fontaine adapta o nhamos o caráter inigualável desse ícone da romance de Doris Lessing, sociedade brasileira. ganhadora do Nobel, para as telonas, junto ao rotei‑ rista Christopher Hampton O Mordomo da Casa Branca (Ligações Perigosas). A trama se passa (The Butler) 2013 entre quatro pessoas: duas mulheres e seus De: Lee Daniels. dois filhos – e o envolvimento de cada uma Com: Forest Whitaker, Oprah Winfrey, com o filho da outra torna todo o emara‑ Mariah Carey, John Cusack, Jane Fonda, nhado erótico em um esperado drama com Cuba Gooding Jr., Terrence Howard, Lenny as talentosas Naomi Watts e Robin Wright. Kravitz, James Mardsen, Vanessa Redgrave,

Amor Sem Pecado

Sobral – O Homem Que Não Tem Preço

Alan Rickman, Live Schreiber, Robin Williams e Melissa Leo.

Com elenco primoroso, Lee Daniels escre‑ ve, junto a Danny Strong, e dirige a história de (Nacional) 2012 um mordomo que serviu a oito presidentes De: Paula Fiuza na Casa Branca, por mais de 30 anos, nos Sobral Pinto foi um dos maiores defen‑ apresentando um paralelo entre serviços sores dos direitos humanos brasileiros, que prestados por ele e as mudanças ocorridas enfrentou todo o poderio da Ditadura Mi‑ em seus anos como empregado dos homens 12 | REVISTA GIRO SP


ASDENOVEMBRO mais poderosos do mundo. Mirando premia‑ ções, o filme estreia no início da temporada de possíveis candidatos, encabeçado por um inspirado Forest Whitaker.

Thor – O Mundo Sombrio (Thor – The Dark World) 2013

De: Alan Taylor. Com: Chris Hemsworth, Natalie Portman, Tom Hiddleston, Anthony Hopkins, Idris Elba, Kat Dennings, Rene Russo, Stellan Skarsgård, Jamie Alexander e Christopher Eccleston. Alan Taylor, conhecido por dirigir episódios de série importantes, como A Família Soprano, A Sete Palmos, Lost, Mad Men, Game of Thrones e Boardwalk Empi‑ re, substitui Kenneth Branagh na direção do segundo filme sobre o mítico deus do trovão, Thor. Agora, reconhecido como um dos grandes defenso‑ res de Os Vingadores, o herói parte em busca de uma defesa ainda maior: nosso universo. Pois Malekith, podero‑ so até mesmo para Odin, está destruindo tudo o que é precioso para Thor e, em consequência, para a humanidade. Inclusive sua amada Jane Foster.

08/11 Capitão Phillips (Captain Philips) 2013

De: Paul Greengrass. Com: Tom Hanks, Catherine Keener, Max Martini, David Warshofsky, Corey Johnson, Omar Berdouni e John Magaro. Paul Greengrass conquistou o mundo ao dirigir com grande competência e segurança o trágico Vôo United 93 – e handycam e travellings rápidos se tornaram marca do diretor. Agora, comanda Tom Hanks em uma verídica história sobre o Ca‑ pitão Richard Phillips que, em 2009, teve seu bar‑ co sequestrado por piratas Somali, sendo salvo pelas forças navais dos EUA. Com uma premissa conhecida e intrigante, o filme pode descambar para mais uma aventura marítima cheia de altos e baixos típicos de navegações entediantes ou ter o engrandecimento que o diretor até então tem demonstrado nas produções que assina, além de possivelmente angariar indicações a Tom Hanks, que há um bom tempo não aparecia em tão boa forma dramática.

Confia em Mim (Nacional) 2012

De: Michel Tikhormiroff. Com: Fernanda Machado, Mateus Solano e Bruno Giordano. REVISTA GIRO SP | 13


FIQUE POR DENTRO

Mari é uma renomada chef de cozinha, res‑ peitada por exemplificar em pratos seu talento e, após conseguir abrir seu restaurante, aju‑ dada por Caio, seu grande amor, ela começa a perceber que nem tudo são flores e aquele a quem entregou sua confiança pode ser, na verdade, o déspota que tirará sua felicidade.

15/11 Jogos Vorazes – Em Chamas (The Hunger Games – Catching Fire) 2013

De: Francis Lawrence. Com: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Sam Clafin, Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Lenny Kravitz, Donald Sutherland, Stanley Tucci, Toby Jones, Philip Seymour Hoffman, Jena Malone e Jeffrey Wright. Após o estouro de Jogos Vorazes, adapta‑ ção da primeira parte da trilogia escrita por Suzanne Collins, tornou­‑se claro que o apelo distópico renderia, ainda, excelentes bilheterias – o que talvez tenha feito com que a terceira parte seja dividida em dois filmes. Neste longa, Katniss Everdeen tem de lidar com as conse‑ quências causadas por sua atitude honrosa e heroica em sua participação nos jogos que, em consequência, geraram um início ainda silencio‑ 14 | REVISTA GIRO SP

so de revol‑ ta por parte de todos os distritos de sua Panem, o que levou com que o governo utilizas‑ se dessa premissa para se revoltar contra ela e sua participação como fagulha das revoltas.

22/11 A Música Nunca Parou (The Music Never Stopped) 2011

De: Jim Kohlberg. Com: Julia Ormond, J. K. Simmons, Lou Taylor Pucci, Tammy Blanchard, Mia Maestro e Kelly AuCoin. Henry é pai de Gabriel. O filho, após adquirir um tumor cerebral, é impedido por sua bio‑ logia de assimilar novas memórias. O pai, ao tentar constantemente se reaproximar do filho, luta contra a situação com uma força que, até então, desconhecia. Infelizmente, a situação de Gabriel não é nada boa, mas, fe‑ lizmente, Henry encontra uma maneira de se sintonizar a seu filho: através da música. Este drama independente parte para o time da‑ queles filmes que nos emocionam com uma história simples, mas edificante.


29/11 Crô

Nacional, 2013.

De: Bruno Barreto. Com: Marcelo Serrado, Alexandre Nero, Milhem Cortaz, Kátia Moraes e Carolina Ferraz. Após o término da novela Fina Estampa, da Rede Globo, o personagem de Marcelo Ser‑ rado recebeu tanta saudação que resolve‑ ram levá­‑lo ao Cinema, em filme homônimo. A trama se passa quando Crô, ao herdar a fortuna de Tereza Cristina, se torna milioná‑ rio e, em consequência, se cansa dessa vida de alto luxo, passando a procurar uma nova musa a quem possa dedicar­‑se integralmen‑ te. E, assim, se passa a trama dessa que, pro‑ vavelmente, será reconhecida como uma das comédias brasileiras mais assistidas do ano. E Bruno Barreto segura a bucha!

na Geórgia, onde há de‑ sertos de natureza pra‑ ticamente intocada e, por isso, mais agradável à per‑ sonalidade curiosa de am‑ bos. Mas, mesmo com um guia contratado para levá­‑los em se‑ gurança, eles sofrem um acidente envolvendo três moradores locais, o que faz com que a dinâmica do casal mude para sempre – de maneira irrevogável.

Planeta Solitário

The Loneliest Planet, 2011.

De: Julia Loktev. Com: Gael García Bernal, Hani Furstenberg e Bidzina Gudjabidze. Antes de se casarem, Alex e Nica aproveitam o último verão juntos e ainda solteiros para curtirem suas férias nas montanhas do Cáucaso, REVISTA GIRO SP | 15


ACONTECE EM SP

Texto e Fotos Divulgação

X Bienal de Arquitetura de São Paulo “Cidade: Modos de fazer, modos de usar” A Bienal de Arquitetura de São Paulo, realizada há 40 anos pelo IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil, chega à sua dé‑ cima edição com o tema Cidade: modos de fazer, modos de usar e, desta vez, se instala em locais francamente urbanos, espalhados em rede pela cidade. Refletindo sobre a cidade contemporânea, a Bienal incorpora a dimensão urbana na sua própria estrutura espacial. Assim, ao mesmo tempo em que visita a exposição, o público tem a experiência viva da cidade de São Paulo. A escolha dos locais que compõem a rede segue dois cri‑ térios básicos: a qualidade dos espaços, na relação entre arquitetura e uso, e a sua acessibilidade, por meio da ar‑ ticulação ao sistema de transporte de massa da cidade. Assim, é possível visitar toda a X Bienal a partir um siste‑ ma multimodal que tem o metrô como espinha dorsal.

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A rede A rede de espaços expositivos é com‑ posta pelos seguintes pontos: Centro Cultural São Paulo, SESC Pompeia, Mu‑ seu de Arte de São Paulo Assis Chateau‑ briand (MASP), Museu da Casa Brasileira, Centro Universitário Maria Antônia – USP (CEUMA), Praça Victor Civita, Associação Parque Minhocão e Projeto Encontros – Estação Paraíso do Metrô. Para conferir a programação completa, com locais, exposições e horários, acesse: arcoweb.com.br.

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COMIDA E BEBIDA

Texto Denis Le Senechal Klimiuc

A revolução das

Padarias!

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Paixão de todo paulistano, a deliciosa e básica mistura do café com leite e pão na chapa faz parte da rotina de milhões de pessoas, como diversas outras atribuições do dia a dia que sequer são notadas ou apreciadas. En‑ quanto o pão acompanha a história da capital paulista como verdadeiro compa‑ nheiro de jornadas longas ou reuniões em família, co‑ nhecido por sua variação e combinação com tantos in‑ gredientes quanto podem ser adicionados, o café é in‑ tegrante da sociedade bra‑ sileira desde os tempos áu‑ reos. O acompanhamento mútuo, então, torna­‑se uma combinação perfeita entre sabor e aroma, conquis‑

tando pessoa a pessoa, dia após dia. Mas tal combinação não seria a mesma se, com o de‑ senvolvimento da megalópo‑ le São Paulo, imigrantes de diversas etnias realizassem a façanha que mais orgulha a brasilidade em cada um: a culinária miscigenada desta cidade. Com isso, nada mais natural do que visitar o que há de melhor nessa mistura de ingredientes que, advin‑ dos de toda parte do plane‑ ta, se entrosam gerando as melhores receitas das pada‑ rias paulistanas. Hoje, esses estabelecimen‑ tos assumiram uma cono‑ tação diferente. Não é mais apenas aquele espaço físi‑ co no qual

se encontravam meia dúzia de pães franceses dispostos em prateleiras excessiva‑ mente simplórias e um leite de saquinho embaixo dos pães, em um refrigerador vazio. Ah, os tempos muda‑ ram! Padaria é sinônimo de variedade. De cheiro de trigo, água e sal fermentados e as‑ sados em meio a calabresas, frangos, requeijões, azeito‑ nas, ricotas, açúcar mascavo ou cristal. A disponibilidade de ingredientes, consequen‑ te da culinária brasileira, ri‑ quíssima em adaptações e misturas de gostos, tempe‑ ros e sabores, gerou os me‑ lhores experimentos – e São Paulo é o palco desse show de gastronomia através de suas superpadarias!

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COMIDA E BEBIDA

A Origem Antes de se explorar os pra‑ zeres das superpadarias pau‑ listanas, uma retrospectiva deve ser feita, sobre a história do pão: sim, ele é importante para se entender o contexto no qual se encontra hoje. Pois, de objeto de troca a moeda, o pão passou por tantas fases da história que é incrível como a mistura de trigo, água e sal obteve tamanho resultado, in‑ findável em uma busca sobre sua importância, mas progres‑ sista ao se pensar o quanto se evoluiu como resultado de tal mistura tão simples. Há indícios de que surgiu há 12 mil anos, na Mesopotâmia, como consequência a uma experiência com o cultivo de trigo; o primeiro pão assado, por sua vez, é datado de 9 mil anos atrás, no Egito. Dizem que, certa vez, ao deixar a mis‑ tura original exposta ao tempo, um indivíduo descobriu o poder

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da fermentação, cujo princí‑ pio é a ação das leveduras da mistura com o oxigênio. A par‑ tir desse momento, a manipu‑ lação do pão deu um grande passo em sua evolução. Outros grandes dissemina‑ dores do pão foram os roma‑ nos – ao se espalharem pela Europa, tornaram em diver‑ sos países a mistura uma forma prática de alimenta‑ ção. Nessa empreitada, a França a adotou e a aper‑ feiçoou de tal maneira que, séculos depois, o pão francês é... simplesmente, chamado de pão francês (tamanha a importância desse país)! Com tanto aperfeiçoamento, a panificação se transformou em hobby e parte integral da sociedade atual. Padocas brasileiras No Brasil, as vantagens gas‑ tronômicas oferecidas por uma superpadaria tiveram início no século XIX, quando os colonos do país trouxeram a receita e realizaram as pri‑ meiras fornadas. Desde en‑ tão, a padaria tornou­‑se sím‑ bolo da companhia matinal de todo cidadão, espalhada por bairros e centros em curtas ou longas distâncias. Em São Paulo, o termo po‑ pular “padoca” se disseminou

e transformou a cultura da venda de pães em ondas de oferta relacionadas à pani‑ ficação, laticínios e café. Em alguns períodos dos últimos 100 anos, foi primordial para o reconhecimento da cidade como geradora de empre‑ gos, por exemplo. Em outros, foi esquecida e reservada à venda até mesmo de produ‑ tos de limpeza, culminando em um semiesquecimento desmerecedor. Porém, com a neces‑ sidade de renovação, surgiu a revolução. No período crítico da história brasilei‑ ra e de São Paulo, as padarias deixaram de ape‑ nas evoluir e se tornaram sím‑ bolo da revolução paulistana. A partir da década de 1980, transformações advindas da necessidade de mudanças consequente a uma estagna‑ ção econômica e comercial, na qual a propaganda de uma padaria era apenas a oferta de pãezinhos, surgiu o aper‑ feiçoamento que culminou em tantas alterações. Aos poucos, donos de padarias sentiram a pressão do mercado ao no‑ tarem uma mudança isola‑ da, advinda de grandes chefs, como Olivier Anquier, que inau‑ guraram as primeiras super‑


padarias, com foco na variedade de pães, as‑ sim como seus recheios, doces, tortas, laticínios e frios, além do início da construção de super e hipermercados, os quais se transformaram em verdadeiros centros de compras, inabilitando pequenos pontos comerciais em relação a uma competição inviável. A partir desse ponto, pequenas padarias passaram a ofertar maior va‑ riedade, porém, ainda com

aspecto simples em seus ambientes. Havia pães com recheios diferentes, mas faltavam detalhes que cha‑ massem o consumidor com o sentido mais atraente para a alimentação: os olhos. O que, há 30 anos, começou em pequenos focos de mudança, entre oito a cinco anos atrás se transformou na grande revolução. O que era apenas o indício da evolução das padarias que, de pequenos pontos comer‑ ciais que vendiam pães, transformaram­ ‑se em pontos de abundância relacionada à prá‑ tica da panificação voltada a um público que aprendeu a ser exigente. Hoje, no ápice da revolução das padarias, acompanhamos uma mudança radical que independe do tamanho delas, mas coincide no objetivo: oferecer o melhor, da melhor maneira.

O antes e o depois O grande diferencial de uma boa padaria, em São Paulo, não é o seu tamanho, localiza‑ ção ou renome. É a qualidade de seus produ‑ tos e a importância dada a eles, que fica cla‑ ra ao consumidor logo em seu primeiro passo dentro do estabelecimento. A visão, grande atrativo de visitantes ávidos por um pão‑ zinho, é acompanhada do sentido parceiro para todas as horas: o olfato. E ambos fazem a cerimônia que transita por diversas regiões do cérebro, enquanto absorvem formatos, recheios, temperos e cores em uma mistura que entorpece o pensamento de qualquer um. O que dizer, então, sobre o grand finale: o gosto? As papilas gustativas aplaudem cada mordida bem dada em uma obra que, por de‑ finição simples, seria um pão. Mas, por lirismo, pode­‑se di‑ zer que é o festejo que fe‑ cha com chave de ouro uma experiência que só as me‑ lhores superpadarias tem a oferecer – e, veja bem, o super é atributo pela qualidade, não pela dimensão. É relevante os consumidores, buscadores do “algo mais”, a exis‑ tência de tantas superpadarias à disposição de nosso prazer gastro‑ nômico. Por isso, a Giro SP as home‑ nageia como verdadeiros integran‑ tes da sociedade paulistana, com o que a cidade tem de melhor a ser ofertado em termos gastronômicos. REVISTA GIRO SP | 21


ARTE, CULTURA E LAZER

Texto Ronnie Arata

A democracia além dos dez pinos Qual é o esporte? O obje‑ tivo é simples: derrubar dez pinos de 1,5 kg, com uma bola que varia de 6 a 16 libras. Acertou quem pensou no Boliche! E quando se coloca o boliche em pauta, vemos dois momentos bastante distintos que o envolvem: A diversão e a competição. Apesar de não ser um dos esportes mais populares no Brasil, há uma quantidade de pessoas que o praticam de uma maneira bastante séria. No entanto, para a grande maioria, o boliche é uma ati‑ vidade de lazer, diversão e até festa. Em poucos minutos de con‑ versa, Ubirajara Teodoro, mais conhecido como Bira, Gerente do Dragon Bowling, 22 | REVISTA GIRO SP

no Shopping Center Norte, consegue passar uma pers‑ pectiva muito interessante sobre esse esporte. O Bira, uma pessoa que po‑ demos chamar de “o filósofo do boliche”, nos traz um ponto de vista que vai além do obje‑ tivo de fazer o strike. Além de gerente de uma das principais casas de boliche de SP, Bira é federado e tem uma ampla visão do esporte e sua situ‑ ação no Brasil. Ou seja, nesta matéria, fugimos dos clichês do boliche. Não explicaremos as regras, a contagem de pontos, ou as técnicas utiliza‑ das pelos profissionais. Fala‑ remos do lazer, seja na hora de jogar com a família e ami‑ gos ou na hora da competição que vale medalha.

Bira comenta: “este é um esporte como qualquer ou‑ tro, mas a grande diferença é que o boliche é o esporte mais democrático de todos”. Inde‑ pendente de qualquer condi‑ ção, todos podem praticar o boliche e a diversão se torna disponível para a família, os netos e os avós. Alto, magro, jovem, idoso, homem ou mu‑ lher, todos podem se divertir. É mérito A vitória não é por conces‑ são, nem subjetiva, é sim‑ plesmente a soma dos pi‑ nos derrubados. É claro que a competição acontece! E quem fizer mais pontos e ga‑ nhar a partida, com certeza será por mérito e não porque os outros permitiram. Aliás,


essa é outra das frases do Bira: “Cada joga‑ dor compete com a sua própria média”. Naturalmente, todos querem vencer quando se está jogando, porém, a torcida pelo strike é coletiva! Se pararmos para observar, todos co‑ memoram quando alguém faz uma boa jogada. Outro hábito muito comum, o Bira conta, é o cumprimento após cada jogada, seja boa ou ruim. Se já não viu isso, leitor, preste atenção na próxima vez que estiver em uma casa de boliche. Mito: esporte caro Não podemos negar que os brasilei‑ ros têm um certo dom para o futebol, que qualquer rua pode virar um cam‑ po e qualquer muro uma trave. Porém, isto não significa que o futebol é um esporte barato, só porque é popular ou vice­‑versa. Segundo Bira é injusto comparar o custo de qualquer esporte, principal‑ mente do boliche. Dizer que o boliche é um esporte caro ou pensar que ele é elitizado, é errado. Todo esporte requer investimento de quem pretende levar a prática a um outro nível. Na diversão, o preço também não é desculpa. Duas horas de boliche com uma turma não deve sair mais caro do que o cinema ou duas horas de paintball.

Saúde No ponto de vista filosófico do Bira, além do boliche ser um ótimo exercício físico, ele ainda é desestressante. Ele conta que vários clientes do Dragon Bowling estão lá nas pis‑ tas, pelo menos, uma vez por semana, sem‑ pre no mesmo horário, provavelmente, de‑ pois do trabalho. Se jogam bem ou mal, na verdade, não importa muito. O que impor‑ ta é que quando colocam dez alvos na sua frente para você destruir e você os destrói, a sensação de alívio é muito grande. Seja pela diversão, pela competição ou pela saúde, o boliche, assim como várias outras atividades, tem motivos para fazer parte da vida dos paulistanos e, novamente, ninguém fica de fora. A dica fica para quem está sem ideia do que fazer no final de semana, para quem pretende fazer uma festa de aniversá‑ rio, para combinar um happy hour da empre‑ sa ou para os estressados. Já para quem pretende jogar profissional‑ mente, a dica é procurar o Bira lá na gerência do Dragon Bowling. REVISTA GIRO SP | 23


ACONTECE EM SP

Texto e Fotos Divulgação

DeMala e

Cuia

No

Trem do

Riso É diversão garantida Em cartaz há quatro anos, ininterruptos, mais de 40 mil espectadores já assistiram a peça no teatro Ruth Escobar Ator, dançarino, apresen‑ tador, diretor e escritor, Mi‑ neirinho de Maceió apresenta todas essas facetas no espe‑ táculo De Mala e Cuia no Trem

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do Riso, que traz 12 persona‑ gens em cenas curtas e nú‑ meros musicais, que estreou em 2010 e está em cartaz até hoje – ininterruptamente. A peça começa com uma proposta para o público em‑ barcar em um passeio de trem onde encontrará com

personagens hilários sempre em busca do sucesso, en‑ carnados pelo Mineirinho de Maceió, cuja inspiração é au‑ tobiográfica – ele escreve e di‑ rige a peça. A pantera cor de rosa que canta repente e é in‑ conformada com sua cor, um eleitor que não consegue pa‑


rar de rir e o maestro Olivett, que rege a plateia com grande versatilidade, estão entre as criações do ator. “O espetáculo foi inspirado nos entreatos das peças dos anos 1940, artificio muito usa‑ do quando se precisava ter a platéia entretida na troca dos cenários do palco – o que era feito manualmente à epoca”, explica Mineirinho de Maceio. Sobre Mineirinho de Maceió Mineirinho de Maceió é um showman – Ator, dançarino, apresentador e coreógra‑ fo. Participou de produções para televisão e passou por várias produções teatrais. Possui sua própria Cia Te‑ atral, Os Fanfarrões, cujo objetivo é passar aos seus espectadores a cultura po‑ pular brasileira e também a

importância de integrá­‑la e preservá­‑la em sua origina‑ lidade. Também é o criador da Dança Solta. Serviço Espetáculo: De Mala e Cuia no Trem do Riso Texto: Mineirinho de Maceió. Gênero: Comédia | Teatro de Revista Duração: 60 min. Direção: Mineirinho de Maceió Elenco: Mineirinho de Maceió Local: Teatro Ruth Escobar – Sala Miriam Muniz Endereço: R. dos Ingleses, 209 – Centro Tel.: 11 3289­‑2358 Ingresso: R$ 50 (R$ 25,00 meia­ ‑entrada). Aceita os cartões Amex, Mastercard e Visa Quando: Sábados às 19h00, até 30/11 Classificação Etária: 12 anos Mais informações: Não tem área para fumantes. Aceita cheques. Não tem ar­‑condicionado. Vende ingres‑ so pelo telefone. Tem acesso para deficiente. Tem local para comer. 80 lugares. Valet (R$ 20).

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KIDS

Texto Natália Prieto

Reforço escolar De quem é a culpa?

Tem família que todo final de ano escolar Na luta contra o relógio para passar de ano, passa pela mesma situação: as aulas não muitos pais recorrem imediatamente às au‑ foram produtivas, inúmeras reuniões com las particulares para reverter este quadro. A professores, recados, notas vermelhas e o preocupação e a pressão nessa fase dificulta aparente desinteresse do filho pelo estudo. Diante disso, o resultado não poderia ser di‑ ferente: recuperação. Mas afinal, por que isso acontece? Para evitar que cenas como essa se tor‑ nem corriqueiras é importante auxiliar o aluno em um planejamento de estudos e identificar as causas do baixo desempenho escolar. De acordo com a psicopedagoga Thalita Tomé, em primeiro lugar os pais precisam se certi‑ ficar que o filho não possui nenhum distúrbio de aprendizado, como discalculia e dislexia, para só depois pensar nas medidas que de‑ vem ser tomadas. “Após excluírem quadros de problemas de aprendizagem mais graves, os pais devem sentar com os filhos e juntos bolarem um plano de estudos que deve ser estendido para o período além da escola. Além disso, é importante conversar com os professores para entender melhor o com‑ portamento dentro da sala de aula e desta forma traçar a melhor saída para se dar bem não só na recuperação, mas para nunca mais enfrentar esse problema”. 26 | REVISTA GIRO SP


ainda mais o desenvolvimento do aluno, mas o foco não pode concentrar­ ‑se apenas na questão de passar ou não de ano e sim se o aluno adquiriu o conhecimento do conteúdo que foi passado. Ainda de acordo com a psicopedagoga, fa‑ zer um diagnóstico da situação para oferecer o atendimento adequado às necessidades da criança é um ótimo começo. “Questões como o motivo que incentivou a procura de ajuda, des‑ de quando a criança vem apresentando dificul‑ dades na escola, quais as disciplinas que apre‑ senta bom e mau desempenho, como é feito o acompanhamento escolar, como é a rotina da criança, como se organiza para estudar e fazer as lições da escola e até mesmo suas caracte‑

rísticas como pessoa”. A partir dessa avaliação é possível dizer se a criança se sairá melhor com um professor particular, aulas extras na escola ou em cursos extracurriculares. Toda criança tem um potencial para apren‑ der e caso ela esteja apresentando dificul‑ dades, é preciso entender quando e como essas dificuldades começaram. O ideal é não deixar que a criança se tor‑ ne dependente do reforço escolar ou que ele seja uma solução somente em épocas de provas. Pais e professores devem ajudar a desenvolver na criança o hábito de estudo, ajudá­‑la a se organizar entre as várias ativi‑ dades que tem e reservar um horário para as lições de casa e estudo/revisão da matéria. São as pequenas atitudes ao longo do ano que evitarão a terrível recuperação final. Para finalizar, a psicopedagoga afirma que o apoio dos pais é fundamental nessa época. “Os pais podem ajudar criando um ambiente propício para os estudos em casa, revisando as lições feitas ao voltar do trabalho, perguntar o que a criança aprendeu no dia. Outro aspecto im‑ portante é estar atento a cada melhora, a cada mudança de comportamento em rela‑ ção aos estudos e reconhecer o esforço e os resultados positivos que o filho vem demons‑ trando por meio do elogio”. A ajuda imediata para recuperar alguns pontos e passar de ano pode resolver a situ‑ ação no momento, mas a criança não absor‑ verá por completo o conteúdo e dessa forma não se desenvolverá de forma plena e abso‑ luta. Converse com ela e entenda suas dificul‑ dades e como juntos podem contornar esse quadro. Há muitos cursos extracurriculares que trabalham conteúdos escolares de for‑ ma divertida e despertam na criança o gosto pelo aprendizado. REVISTA GIRO SP | 27


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FIQUE POR DENTRO Texto Natália Prieto Fotos Divulgação

O amor e

respeito aos animais como estilo de

vida

Para além dos ró‑ tulos e estereótipos, adeptos do veganismo mostram que por trás dessa filosofia cresce um es‑ tilo de vida cada vez mais apto a quebrar paradigmas. Num universo em que 15,2 milhões de brasileiros (8% da popula‑ ção das principais capitais e regiões metro‑ politanas) são vegetarianos, segundo dados do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pú‑ blica e Estatística), é interessante chamar a atenção para um grupo em especial: aque‑ les que se declaram veganos, ou vegans. O

diferencial desse grupo reside no fato de que além de não consumirem nenhum tipo de carne e derivados como leite, ovos e mel; eles não utilizam produtos de origem animal, como couro, seda, lã, peles, penas (em brincos, colares e outros acessórios), entre outros. Ao contrário do que muitos pensam, os ve‑ ganos não se consideram radicais ou extre‑ mistas, como muitas vezes são rotulados, apenas são contra qualquer tipo de violência e de exploração animal e promovem a paz e um estilo de vida que tem como princípio o amor e o respeito a todos os animais. Com a crescente preocupação por uma vida mais ética e sustentável, o mercado de servi‑ ços veganos foi impulsionado por essa deman‑ da e hoje suas ofertas se estendem às áreas da saúde, beleza, lazer, cultura e gastronomia. Uma das empreendedoras pioneiras no setor alimentício é a jornalista carioca Fernanda Ca‑ pobianco, que fechou seu restaurante na Ci‑ dade Maravilhosa e foi para Nova Iorque em 2009 estudar gastronomia vegana. Adepta dessa filosofia há mais de 15 anos, ao abrir um restaurante na Big Apple, Fernanda

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FIQUE POR DENTRO

Fernanda Capobianco

tinha como um de seus gran‑ des desafios provar que essa alimentação poderia ser muito saborosa e atraente. “Quan‑ do criei o Vegan Divas, em 2010, as pessoas associavam o nome “Vegan” a algo sem gosto e hippie, mas hoje elas já entendem que esses doces são tão gostosos quanto os ‘originais’ e muito mais leves”, compara. Para criar suas de‑ liciosas receitas, a jornalista substitui ovos, leite e manteiga por ingredientes como amido da tapioca, leite de amêndoa, manteiga vegetal e óleo de coco. Para se ter uma ideia do sucesso de seus doces, entre sua fiel clientela estão celebri‑ dades como Madonna, Alicia Silverstone e Mick Jagger. Já em terras brasileiras, a chef Nathália Soares, 21 30 | REVISTA GIRO SP

anos, lidera o blog Chubby Vegan, negócio que ain‑ da não possui espaço físico, mas já é sucesso de vendas pela internet graças aos mais de 16 mil seguidores nas re‑ des sociais. Com média de 10 encomendas por semana, Nathália sempre divulga re‑ ceitas doces e salgadas em seu blog, promove cursos de culinária vegana em São Pau‑ lo e, dependendo do produto, também faz entregas para outros estados e cidades. “As pessoas simplesmente não acreditam que não utili‑ zo ingredientes como ovos e leite em minhas receitas (ri‑ sos). Ainda há um pouco de preconceito, mas a substitui‑ ção não é só perfeitamente possível, como mais saudável. Depois que me tornei vegeta‑ riana aprendi a comer muito

melhor, pois passei a explo‑ rar grupos alimentares que até então desconhecia”. En‑ tre suas especialidades es‑ tão opções como queijos ve‑ getais, creme de amendoim, pote de brigadeiro, cupcakes e tentadores salgadinhos, bo‑ los e tortas (as encomendas são para festas também). Quando o assunto é bele‑ za, a esteticista Liliana Maria Goes é enfática ao afirmar que cosméticos testados em animais, além de submeter os bichos à extrema tortura, con‑ têm componentes muito pre‑ judiciais à saúde. “Os consumi‑ dores precisam ficar atentos a alguns componentes como parabeno, usado para pro‑ longar a vida útil dos cosmé‑ ticos e inibir o crescimento microbiano, mas que também causa irritações cutâneas; e o


As ofertas de produtos e serviços veganos no Brasil ain‑ da são pequenas se compa‑ radas àquelas oferecidas por países desenvolvidos, mas com certeza há muitas (e ótimas) opções veganas em São Paulo que atraem pessoas de diver‑ sas idades e classes sociais. Se você ficou interessado em conhecer mais sobre esses serviços acompanhe a página da revista no Facebook. Rosana Tsibana

formaldeído, responsável pelo endurecimento de unhas e ali‑ samentos capilares que pode causar alergias, inchaço, que‑ da de cabelo, dor de cabeça e até mesmo câncer”. Ainda de acordo com Lilia‑ na, os benefícios dos produ‑ tos naturais para a pele são inúmeros, pois não são ingre‑ dientes tóxicos que agridem a pele ou causam qualquer tipo de irritação. Rosana Tsibana, fundado‑ ra da empresa vegana JMA – J´adore mes amis – segue a mesma linha, conciliando be‑ leza e cuidado com a preser‑ vação da natureza, da vida animal e do próprio homem. “Hoje contamos com a linha de cosméticos ‘Le Bidou’, volta‑ da tanto para animais quanto para os seus tutores. Nela utili‑

Beleza e Cuidado JMA – J´adore mes amis zamos extratos vegetais como jmabr.eco.br óleo de melaleuca, chá verde e cupuaçu, não utilizando coran‑ Gastronomia Chubby Vegan tes, parabenos e silicone”. A JMA – J´adore mes amis chubbyvegan.net/ também vende camisetas de conteúdo ativista, bandanas, Vegacy – Cozinha Vegetariana sacolas ecológicas, bottons e R.Augusta, 2.030 adesivos, que de forma alegre Tel: 3062­‑9989 e criativa utilizam muitas co‑ Formas de pagamento: res, estampas diferenciadas e MasterCard, Visa e tíquetes materiais ecologicamente cor‑ Bônus, Smart VR, Sodexho retos para expressar o desejo Pass, Ticket Restaurante, de participar da construção de Ticket Restaurante Eletrônico, um mundo de paz e respeito. Visa Vale. “Sem crueldade, sem destrui‑ ção e sem desperdício, esse Sorvetes Soroko é o lema da minha empresa”, R. Augusta, 305 Tel: 3258­‑8939 afirma Rosana. No site é possível comprar os produtos de todo lugar do Vestuário Brasil de forma segura e o pa‑ Será o Benedito gamento pode ser feito siste‑ seraobenedito.com.br ma B Cash ou Pag Seguro. REVISTA GIRO SP | 31


ARTE, CULTURA E LAZER

[3]

Texto Denis Le Senechal Klimiuc Fotos Douglas Nascimento [1] Nilton Fukuda [2] Miguel Schincariol [3] Glaucia Garcia Carvalho [4]

D

esde 1895, após a criação dos ir‑ mãos Lumiere tomar o mercado e surpreender o mundo inteiro, a co‑ municação ficou diferente. No Brasil, a inven‑ ção chegou um ano depois, em uma velocida‑ de rápida, tendo em vista a época. E, desde então, a cultura do país passou por transfor‑ mações significativas, culminando no exercí‑ cio constante da prática de cinematografia, englobando a cultura nacional em produções (pequenas), nas décadas de 1940 e 1950, até seu alcance massivo nos anos 1960 e 1970

Da retomada ao amadurecimento do

Cinema Nacional O país passou por grandes mudanças po‑ líticas e econômicas na década de 1980, quando o hiato audiovisual brasileiro avan‑ çava a longos passos. Com o fim da dita‑ dura, as primeiras eleições populares, a troca da moeda e a internacionalização consequente às importações, os costumes se transformaram de maneira lacônica. E, marcando o início da retomada do cinema brasileiro, Carlota Joaquina, A Princesa do Brazil (1995) é o primeiro passo para a mu‑ dança que ocorreria ainda mais tarde.

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A Retomada Após a retomada, então, o país passou a acompanhar a produção nacional com maior interesse. O que foi extinto com o fechamento da Em‑ brafilme, no início dos anos 1990, teve um processo in‑ verso em 1993, com a cria‑ ção da Lei do Audiovisual, que promovia novos investimentos em tal indústria nacional. En‑ tão, após Carlota Joaquina, A Princesa do Brazil ser con‑ siderado o primeiro trabalho marcante dessa retomada, outras obras começaram logo a serem produzidas, em maior escala e foco, com apelo ao grande público ao mesmo tempo que tramitavam pro‑ cessos relacionados às me‑ lhorias técnicas. E enquanto filmes com foco na realidade brasileira recebiam tratamen‑ to caprichado por parte de técnicas fotográficas, ceno‑ gráficas e de trilha instrumen‑ tal. Neste ponto, houve a iden‑ tificação do cinema nacional com o apelo europeu, ligado a histórias autorais, centradas nos dramas de seus persona‑ gens com maior afinco do que a produção hollywoodiana. Porém, após Central do Bra‑ sil (1998), de Walter Salles, ser

indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e ter a pri‑ meira atriz brasileira a rece‑ ber uma indicação – Fernanda Montenegro, em atuação mais do que reconhecida como merecedora de prêmios – o foco do Brasil passou a ser ainda maior em seu próprio cinema. E as possibilidades de investimentos se multiplica‑ ram com patrocínios de gran‑ des empresas e o incentivo do Governo Federal. Outros filmes brasileiros ti‑ veram destaque após a re‑ tomada, como O Que é Isso, Companheiro? (1997), de Bru‑ no Barreto, o qual também recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Filme Estran‑ geiro, O Auto da Compadecida (2000), de Guel Arraes, Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bodanzky, Abril Despeda‑ çado (2001), de Walter Salles, e o aclamado Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles. Este, por sua vez, causou tan‑ to alvoroço por sua narrativa e técnica, que alçou o país como grande foco de bons filmes, o que fechou, para muitos, a de‑ nominada retomada. A partir de 2003, a produ‑ ção nacional recebeu maior

apoio do público brasileiro, o que fez com que mais produ‑ ções entrassem em destaque diante de filmes internacionais – e o que alavancou a carreira de alguns diretores brasileiros, como os próprios Walter Salles e Fernando Meirelles, que con‑ duziram produções internacio‑ nais com a segurança exigida para grandes diretores. Após Hector Babenco lançar Carandiru, em 2003, houve uma miscigenação de carac‑ terísticas, as quais levaram o sentido autoral à leveza hollywoodiana, transforman‑ do, então, o costume de ir ao cinema assistir a filmes brasi‑ leiros em algo mais acessível, mesmo que a temática de determinadas obras seja pe‑ sada, pois a narrativa acom‑ panhada de esporádicas nu‑ ances de suavidade ao tema ajudou o grande público a se integrar ainda mais – e, em consequência, compreender ou aceitar sua própria realida‑ de, mesmo que esteja calcada em lirismo e humor negro. Mas foi em 2007 que o ama‑ durecimento do cinema nacio‑ nal junto ao marketing exigido para levar o público a assis‑ tir aos filmes brasileiros deu REVISTA GIRO SP | 33


ARTE, CULTURA E LAZER uma grande guinada positiva: o vazamento de um filme que falava sobre as táticas do Ba‑ talhão de Operações Policiais Especiais se tornou sensação na internet e na pirataria. E, mesmo assim, Tropa de Elite foi visto nos cinemas por mais de 2 milhões de pessoas, o que é considerável quando se fala sobre um filme que foi ampla‑ mente divulgado em barracas em feiras livres, através de có‑ pias piratas. Desde então, a produção tem se mostrado flexível, alter‑ nando entre obras marcantes por sua importância qualitativa e comédias escrachadas com alcance insuperável de público. Em 2011, Tropa de Elite 2: O Ini‑ migo Agora é Outro alcançou mais de 11 milhões de especta‑ dores e, hoje, é o filme nacional mais visto de nossa tortuosa mas promissora indústria cine‑ matográfica. O cinema brasileiro, portan‑ to, passa por um momento decisivo, no qual seu amadure‑ cimento é calcado através da grande produção nacional. Por isso, o que ainda é ausente, tal‑ vez, seja a forma de explorar a cultura e a população como mote voltado à divulgação, de maneira a utilizar das minú‑ cias disponíveis no marketing de cada filme para explorá­‑lo ao máximo em cada região na qual foi inserido. 34 | REVISTA GIRO SP

O Cinema em São Paulo A capital nacional da cul‑ tura foi construída em cima de tantas opções voltadas à arte, cultura e lazer em sua bem proporcionada exten‑ são que, em muitos pontos, o foco deixou de existir, dando lugar ao comércio e à indús‑ tria. Com isso, grandes salas de cinema em São Paulo se transformaram, a partir da década de 1970 com o início da decadência do cinema na‑ cional, em locais abandona‑

dos, quando não reutilizados como igrejas ou lojas. Na capital paulista, não é raro encontrar, ainda hoje, alguns desses cinemas sendo usados de outras formas. Poucos fo‑ ram salvos em relação à sua arquitetura e mobiliário, mas outros ainda estão à mercê do tempo, aguardando, talvez, o retorno de tempos áureos aos cinemas de rua da cidade. Dentre os clássicos cinemas da cidade, podemos destacar: [1]


Cine Bandeirantes Inaugurado em 1939, o Cine Bandeirantes, com capacida‑ de para 1800 lugares, foi consi‑ derado luxuoso e moderno em sua época e, em consequên‑ cia, teve constantemente suas sessões lotadas. Das paredes revestidas de veludo ao vitral da sala de espera, remeten‑ do aos bandeirantes que ge‑ raram seu nome, tal espaço foi rebatizado em 1966 como Cine Ouro, ao ser adquirido por outro proprietário. Com a de‑ cadência do cinema nacional, passou a exibir filmes eróticos e pornográficos e, em 1994, fe‑ chou suas portas. Hoje, funcio‑ na como estacionamento.

Cine Itapura Localizado no Glicério, o Cine Itapura teve sua época de ouro entre os anos 1940 e 1970, quando todos os cine‑ mas da capital paulista se en‑ contravam em ruas ao invés de grandes centros comerciais. Inaugurado em 1953, possuía capacidade para 919 pessoas e atraía o público através de uma programação variada de filmes e desenhos, os quais fa‑ ziam a felicidade das crianças aos domingos. Mas, a partir da década de 1970, sua decadên‑ cia foi inevitável, tornando­ ‑se abandonado junto à região na qual faz parte.

1939

2013

[1]

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ARTE, CULTURA E LAZER

Cine São Jorge Localizado na avenida Celso Garcia, na Zona leste de São Paulo, o Cine São Jorge foi fundado em 1945 e, com 2113 lugares, foi ponto obrigatório àqueles que buscavam por entretenimento nos anos dourados dos ci‑ nemas paulistanos. Fechado na década de 1970, hoje mantém sua fachada graças à Déc. 1990

conservação de sua personalidade original, dando destaque à construção que, apesar de não abrigar mais um cinema (hoje é pon‑ to de uma loja de calçados que, inaugurada assim que o cinema fechou, tornou­‑se tam‑ bém tradicional), ainda mantém o espírito que o levou ao reconhecimento.

[1] [1]

2013

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Marabá Localizado na renomada Avenida Ipiranga, o Cine Ma‑ rabá foi considerado ponto luxuoso, com sua sala de es‑ pera composta pela visão de um magistral lustre. Fecha‑ do por anos, hoje faz parte do Grupo PlayArte, o qual o transformou em um dos poucos cinemas de rua da capital, com foco na exibição de filmes do circuito comer‑

cial, ajudando a revitalizar a SESC. Além do Olido, no cen‑ tro de São Paulo. Com isso, região da República. apesar de grandes obras ar‑ quitetônicas perdidas e salas *** imponentes deixadas no pas‑ A região da Avenida Pau‑ sado, a cidade ainda oferece lista abriga diversos cinemas – e tenta manter o espírito que, mesmo com modifica‑ cinéfilo vivo – locais àqueles ções com o passar do tempo, que pretendem preencher ainda hoje funcionam e fazem seu espaço de arte, cultura e parte do circuito de cinemas, lazer com o que o cinema tem como o Gazeta, Bristol e Cine‑ de melhor a oferecer.

[2]

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ACONTECE EM SP

Texto Divulgação Fotos Eduardo Leão

Nesta bem­‑humorada adaptação de uma das fábulas mais conhecidas de La Fontai‑ ne, Noemi Gerbelli, a diretora Olívia da novela “Carrossel”, do SBT, faz três personagens – a Professora, a Formiga e a Cigarra, sob a di‑ reção de Isser Korik. Com números de mági‑ ca, manipulação de bonecos e trilha sonora original, a história mostra de maneira diverti‑ da a necessidade de se tolerar as diferenças alheias. Após estrear em São Paulo no Festival de Férias do Teatro Folha, em julho, a peça vai cumprir temporada no mesmo espaço, até 15 de dezembro, com apresentações aos sába‑ dos e domingos, às 16h.

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Na história, as personagens têm efeito simbólico, traçando um paralelo entre a es‑ sência humana e as características de cada inseto. Para a composição de cada papel, foi desenvolvido um trabalho de preparação corporal e vocal. “Quero fazer as crianças pensarem que são três atrizes em cena. É um pingue­ ‑pongue jogado dos dois lados por uma pessoa só. A peça fala sobre a im‑ portância de se conviver com as divergên‑ cias, porque o mundo é feito delas. Nenhu‑ ma criança sairá do mesmo jeito que entrou no teatro, porque encontrará emoção e vida”, diz a atriz Noemi Gerbelli.


O cenário concebido por Osvaldo Gonçalves (que também assina os figurinos) reproduz uma sala de aula, que lentamente, com visual arte‑ sanal, se transformará na árvore que é morada da Formiga e da Cigarra, onde serão represen‑ tadas as diferentes estações do ano. Quando a Cigarra e a Formiga contracenam, Noemi as representa manipulando bonecos. “Promete ser um ponto alto. É um elemento mágico que vai roubar a cena”, aposta a atriz que vai cantar e dançar na encenação. A trilha original de Gian Gerbelli inclui o blues “Tema da Cigarra” e o hip­‑hop “Tema da For‑ miga”. As letras são de Denise Crispun, auto‑ ra também da adaptação teatral da fábula. Colaboradora como redatora do programa “Tapas e Beijos”, da TV Globo, tem mais de 20 peças, entre adultas e infantis, encenadas no Rio e em todo Brasil, e vários livros infantis pu‑ blicados, e um de ficção científica para jovens. “Adoro trabalhar com clássicos, principal‑ mente para jovens e crianças. A Cigarra, por exemplo, é uma história exemplar, fala sobre

diferenças e a aceitação do outro. Mesmo que cada um tenha um jeito próprio de enca‑ rar a vida, temos de aprender a conviver. En‑ contrar um equilíbrio entre cantar e trabalhar, por que não?”, diz a autora. Local: Teatro Folha Temporada: até 15 de dezembro Horários: sáb. e dom. – 16h Ingresso: R$ 30,00 Duração: 50 min. Classificação indicativa: livre (a partir de 2 anos)

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CRONICAMENTE PAULISTA

Texto Denis Le Senechal Klimiuc

As Vilas da

Mariana

Mariana não sofria de nenhuma doença psi‑ cológica grave, nem sequer se sen‑ tia fragilizada com as situa‑

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ções apresentadas pelas coin‑ cidências atemorizantes do dia a dia. Sua ansiedade não era crônica, mas irônica diante de sua situação: desemprego por desacato à necessidade co‑ mum de alegorizar as facetas que o ambiente corporativo proporciona como conse‑ quência àqueles que de‑ sejam empregar certa ambição. Sua rotina, previa‑ mente passada entre as vilas paulistanas, determina o quão cor‑

riqueiro era seu desempenho como jovem bem apossada fi‑ sicamente. Não deixava trans‑ parecer sensualidade em suas noitadas à beira de uma calça‑ da, regada à cerveja e tabaco. Ao contrário: desejava cons‑ tantemente que o acesso a bares e casas noturnas fosse dificultado para outras fêmeas que, como contraponto a ela, organizavam suas vidas ape‑ nas para esbanjarem um pen‑ teado ou botas novas. Em dias úteis, passava suas quatro horas obrigatórias após as dezenove estudan‑ do e preparando seu intelec‑ to para dominar o mundo da publicidade, sem propaganda. Pois sua intenção era a co‑ municação através da arte da escrita e, por isso mesmo, a Vila Mariana representava tão bem sua personalidade: coincidência após coincidên‑ cia que ligavam seus nomes a idiossincrasias, como o desvio


tortuoso de avenidas e abra‑ ços, mútuos em sua concep‑ ção, difusos em seus sentidos. Mariana e a vila não se davam bem com os transeuntes que por elas passavam. Apenas aceitavam suas existências. Aos finais de semana, seu grande hobby era atravessar a cidade em busca de entreteni‑ mento expansivo proporciona‑ do pela outra vila, a Madalena. Ao contrário do personagem bíblico a qual é homônima, o bairro abraçava sem peso de consciência a diversida‑ de proposta por paulis‑ tanos de todos os cantos. Em bares,

botecos e casas noturnas. Em risos altos de conquistas, cho‑ ros lamuriantes de rompimen‑ tos e delírios esfuziantes de consumação em demasia de bebidas alcoólicas. Tudo se en‑ caixava, para ela e para a vila, como um acordo pré­ ‑nupcial de separação total de bens, em caso de divórcio. Mas, de certo, ha‑ via somente sua von‑ tade

de autodescoberta, cuja inicia‑ tiva se deu por conta de pra‑ zeres não alcançados perante um parceiro ou parceira. Pois Mariana não sentia diferença entre os sexos, mas os temia de formas contrarias: enquan‑ to o homem passeia livremen‑ te pela vontade constituída por uma sociedade vil, a mu‑ lher é cercada por falsos con‑ ceitos libertários. E, para Ma‑ riana, isso era apenas o inicio de um desejo por igualitaris‑ mo. Mas motivo suficiente para temer qual o sig‑ nificado do termo diferente.

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ARTE, CULTURA E LAZER

Texto e Fotos Yone Shinzato

Messias

O livreiro que resiste ao tempo e usa a tecnologia a seu favor

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A tecnologia facilita mui‑ to nossas vidas hoje em dia. Smartphones, tablets e e­‑readers permitem que te‑ nhamos acesso à internet e à informação, de uma maneira geral, com muita comodidade. Os leitores de livros digitais são, sem dúvida, uma grande conquista nos quesitos pra‑ ticidade e sustentabilidade pois, em um único aparelho, pode ser armazenada uma grande quantidade de pu‑ blicações sem ocupar muito espaço físico ou utilizar papel como matéria­‑prima. Apesar de todos os bene‑ fícios trazidos por essa pa‑ rafernália tecnológica e do investimento pesado das grande editoras nesse novo nicho de mercado, o legado dos livros tradicionais ainda é grande e teima em resistir ao tempo. Prova disso é a exis‑ tência de inúmeras livrarias e sebos localizados, principal‑ mente, na região central da cidade e dos inúmeros leitores que ainda preferem o bom e velho exemplar de capa dura e papel para folhear. Escondido entre os prédios históricos, fóruns e igrejas, o Sebo do Messias sobrevive desde os 1970 até hoje e im‑ pressiona pelo tamanho, or‑ ganização das prateleiras e a cordialidade do atendimento

dos funcionários. E é dessa forma que vai resistindo ao tempo e à concorrência cres‑ cente das publicações digitais e à era da internet. Messias Antônio Coelho, proprietário e livreiro há 38 anos, mineiro de Ganhães, conta­ ‑nos um pouco de sua trajetória que, inclusive, confunde­‑se com a história de São Paulo. Giro SP: O senhor começou como vendedor na LEX Edi‑ tora. Como surgiu a ideia de inaugurar o Sebo do Messias? E, na época, em 1970, diante do contexto histórico e político, quais eram as dificuldade de se projetar como livreiro? Messias: Hoje em dia, a in‑ ternet e os sites de busca fa‑ cilitam bastante as pesquisas por livros. Antigamente, no en‑ tanto, e pelo fato de não ter‑ mos o auxílio da web, a pro‑ cura era bem maior. Comecei em 1969, e muitos juízes, de‑ sembargadores, promotores, etc., pediam determinados li‑ vros e eu ia até os sebos, que na época eram três, atrás dessas obras e conseguia de‑ terminado livro que um cliente pedia e ganhava uns trocados em cima do que conseguia vender. E foi dessa forma que, aos poucos, foi crescendo a ideia de montar um sebo. No início de 1970, apareceu a pri‑

meira biblioteca de 5 mil livros que deu início à minha história em São Paulo e que é consi‑ derada, hoje, segundo muitos clientes, patrimônio da cida‑ de, por vender livros baratos, recuperar livros que seriam sucateados e pelo bom aten‑ dimento. Giro SP: Além de ser um li‑ vreiro há muito tempo, o se‑ nhor também é um leitor? Tem tempo para isso? Messias: Gostaria de ter tempo para ler, mas como diz o velho ditado, “casa de fer‑ reiro, espeto de pau”. Chego à loja às 7h da manhã, ape‑ sar que abrimos somente às 9h. Nessas duas horas, faço trabalhos internos. Duran‑ te o dia, há uma média de 400 atendimentos, o telefo‑ ne toca o tempo todo, temos uma equipe de 50 funcio‑ nários, saio daqui às 19:15h, chego em casa, janto, assis‑ to ao noticiário, tomo banho e, às 22h, já estou dormindo. Enfim, já tenho uma rotina bastante regrada. Então, in‑ felizmente, não tenho tempo para ler. Giro SP: Como é a rotina no Sebo dos Messias? Os clien‑ tes costumam ser fiéis? Messias: Um dos nossos di‑ ferenciais é a equipe bem REVISTA GIRO SP | 43


ARTE, CULTURA E LAZER treinada para dar o devi‑ do atendimento aos clientes. Além disso, as prateleiras são muito bem organizadas por assuntos, literatura estrangei‑ ra, ordem alfabética, tornan‑ do mais fácil a localização das obras. Há clientes que vêm sem‑ pre, pois a rotatividade é grande e temos novidades chegando todos os dias. Pas‑ so o dia todo comprando e negociando, há duas peruas na rua comprando livros, fora os que vêm vender as obras diretamente aqui. Giro SP: Como é se adaptar à geração internet? É possí‑ vel tirar proveito das novas tecnologias em benefício dos livros? Messias: A frequência na li‑ vraria é grande. No entanto, posso lhe adiantar que se eu não tivesse feito um site, in‑ vestindo pesado (e continuo investindo), a livraria do Mes‑ sias não existiria mais. Isso porque o site fez com que ti‑ vesse um impulso muito gran‑ de em continuar sendo o que somos e continuar ajudando. Nossa página é atualizada dia‑ riamente, então, sem dúvida, é muito importante para ala‑ vancar nossas vendas. Tenho uma equipe de 30 pessoas só para cuidar do site. Cadastra‑ 44 | REVISTA GIRO SP

mos uma média de mil livros por dia, inclusive, vendemos para o Brasil inteiro e até para o exterior. Só para lhe dar um exemplo de como a loja virtual atinge proporções que, às ve‑ zes, nem mesmo imagináva‑ mos. Ainda ontem ligou uma pessoa de Israel pedindo um livro que estava no site e de lá ele fez a reserva (há um prazo de 72 horas para retirar o pe‑ dido) e pediu para alguém aqui no Brasil retirar para ele.

Giro SP: E o senhor pretende parar de trabalhar quando? Messias: Uma vez, disse brincando a um repórter que pretendia trabalhar até os 99 anos. E férias não tiro há 22. E não faço questão nenhu‑ ma de tirar, pois gosto do que faço e nunca reclamei com minha família ou qualquer outra pessoa que estou can‑ sado, estressado ou exausto. Já fui para Europa, Estados Unidos, para várias localida‑


des do Brasil, então creio que já viajei o suficiente. Giro SP: E a família costu‑ ma se queixar que trabalha demais? Messias: Eles reclamam (ri‑ sos)! Minha esposa, os netos. Minhas filhas trabalham na loja virtual. Digo que preten‑ do trabalhar até os 99 anos, mas nunca se sabe o que pode acontecer amanhã, en‑ tão elas estão aí para dar se‑ quência a esse império.

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ACONTECE EM SP

Sem dúvidas, a maior feira de jogos da América Latina! Durante as feiras e even‑ tos que acontecem em São Paulo, as respectivas Sa‑ las de Imprensa costumam ser um ponto de encontro para jornalistas, assessores de imprensa e fotógrafos.

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Texto e Fotos Ronnie Arata

Um lugar tranquilo para se trabalhar, com uma boa in‑ fraestrutura, cobertura wi‑ reless, pontos de rede com bom cabeamento para no‑ tebooks e, inclusive, em algu‑ mas ocasiões, um café como cortesia – e seus quitutes. Na Brasil Game Show, no

entanto, a sala de imprensa é deserta! Afinal, há muito mais pra ver e aproveitar, fora dali. Como já é sabido, é de costume da organização de vários eventos, e não só da BGS, reservar o primeiro dia para os jornalistas e pro‑ fissionais da área.


Neste ano, o primeiro dia foi uma sexta­‑feira: um dia mais calmo, recomendado a quem pretendia gravar uma entrevista exclusiva ou fazer negócios. No entanto, foi no domingo, o segundo dia aberto para o público geral, que os pavilhões do Expo Center Norte lotaram! REVISTA GIRO SP | 47


ACONTECE EM SP

Quase um terço do publi‑ co total, que corresponde a 50 mil, puderam confe‑ rir as novidades do mundo dos jogos. Na soma total dos cinco dias, mais de 150 mil pessoas compareceram ao evento. E se você pensa que grande parte do públi‑ co é composto por garotos adolescentes, pode come‑ çar a pensar diferente. Não é preciso andar muito para perceber que garotas, mu‑ lheres, crianças e idosos se misturaram para homoge‑ neizar o público e compro‑ var que a diversão e os jo‑ gos são para todos. Entre muitos estandes, os participantes tiveram a chance de saborear tanto os lançamentos previstos 48 | REVISTA GIRO SP

para os próximos meses, quanto alguns títulos já dis‑ poníveis no mercado, en‑ tre eles: Battlefield 4, Call of Duty: Ghosts e Assassin’ Creed IV: Black Flag. O difícil

foi encarar a fila! A conside‑ rar o preço pouco acessível das plataformas, hoje, gran‑ de parte do público apro‑ veita a oportunidade para testar os jogos enquanto ainda não têm a plataforma em casa. Duas outras coisas, muito interessantes de se notar foram a evolução do merca‑ do mobile, que contou com empresas especializadas em desenvolvimentos ape‑ nas para smartphones e ta‑ blets e os jogos para a famí‑ lia, como os jogos de dança, com dispositivos de reco‑ nhecimento de movimento e os de esportes, direciona‑ dos para os pequenos, o que comprova, novamente, que a feira abrange um público muito amplo.


Se o leitor conhece a Comic­‑Con, famo‑ sa feira californiana de quadrinhos, ou se já é familiarizado com os diversos eventos de anime ocorrem em São Paulo, não se assustará com alguns personagens vivos andando pela BGS. Os cosplayers apro‑ veitaram a imersão dos personagens dos quadrinhos e animes no mercado de jogos e invadiram a BGS também. Alguns muito bons, inclusive.

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CAPA Texto Aline Inforsato Fotos Laura Ammann [1] Leonardo de Moraes [2]

Com mais de 150 anos, o cemitério da Consolação é a necrópole mais antiga de São Paulo e abriga mausoléus e túmulos suntuosos; obras de arte tumular, produzidas por artistas renomados e que ajudam a contar a história da cidade. 50 | REVISTA GIRO SP


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Museu histórico a céu aberto Quando se fala em cemi‑ tério, a primeira coisa que surge na mente é um ce‑ nário de horror. O imagi‑ nário coletivo da socieda‑ de brasileira relaciona o ambiente cemiterial com almas atormentadas, se‑ res vindos do além, es‑ píritos que assombram o mundo dos vivos,além de diversas supersti‑ ções que são incutidas na mente de todos des‑ de a infância. O medo e as crendices criadas acerca desses ambientes afasta

a maioria das pessoas dos cemitérios, mesmo assim há quem aproveite a tranquili‑ dade e o silêncio para ler, re‑ fletir, caminhar e até mesmo namorar. O que quase nin‑ guém imagina é que em meio às sepulturas, o paulistano pode também assistir a uma aula de história. No cemitério da Consolação existem vi‑ sitas monitoradas para que as pessoas conheçam mais sobre a história da cidade e de personalidades de imenso calibre histórico que ali jazem. Durante o passeio, guiado por Francivaldo Gomes, o vi‑ sitante encontra sepulturas de escritores, músicos, artis‑ tas, políticos, médicos e pro‑ fessores que deixaram um legado para a socie‑

dade paulistana e hoje têm seus nomes batizando bair‑ ros, praças, avenidas e ruas. As obras que homenageiam os sepultados carregam símbolos religiosos e de‑ monstrações de sofrimento, saudade e dor. Normalmen‑ te produzidas em mármore, granito ou bronze, as escul‑ turas e os mausoléus eram encomendados a escultores de formação europeia como Victor Brecheret, Luigi Bri‑ zzolara, Galileo Emendabil e Amadeu Zani. O intuito era representar a grandiosida‑ de, a importância e o po‑ der do sepultado e, claro, o sentimento da família e dos amigos. Destacam­ ‑se 300 sepul‑ turas dentre as 8500 exis‑

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CAPA [1]

tentes na necrópole, sendo o mausoléu do Conde Francisco Matarazzo uma das princi‑ pais atrações. Trata­‑se do maior mausoléu da América Latina, medindo 20 metros de altura, com espaço para o sepultamento de 30 pessoas. Foi construído pelo escultor Lui‑ gi Brizzolara, em 1925, na cidade de Gênova, Itália. Matarazzo era imigrante italiano e foi um dos ícones do poder econômico e da in‑ dústria brasileira. Próximo a administração localiza­‑se o túmulo da família Jafet, de ori‑ gem libanesa. Uma grande e bela obra de arte, executada pelo escultor Materno Giri‑ [1]

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CAPA baldi, no ano de 1932. A es‑ cultura representa um navio flutuando no espaço. Uma mulher deitada no topo, com expressão de tristeza, sim‑ boliza a saudade; na lateral esquerda há uma mulher embalando uma criança, representando a viuvez. Na

parte frontal, encontra­‑se o busto do patriarca da famí‑ lia, Nami Jafet, com um livro na mão, em homenagem a sua carreira de professor universitário no Líbano. Ou‑ tro Mausoléu importante é o da Sociedade Beneficente dos Chapeleiros, um túmulo

corporativo construído para os operários de João Adol‑ fo Schritzmeyer, proprietário de uma Fábrica de chapéus no vale do Anhangabaú, onde hoje se situa a esta‑ ção do metrô. O que mais impressiona no túmulo, além da questão social de relação

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de trabalho, é o enorme me‑ dalhão de bronze com uma ilustração em baixo relevo da fábrica de João Adolfo. A ilustração é bastante deta‑ lhada e mostra aos fundos da oficina uma horta regada por um ribeirão e tal planta‑ ção originou o nome do fa‑ moso Viaduto do Chá. Para quem considera exó‑ tico visitar e admirar mauso‑ léus, vale ressaltar que essa é uma prática comum no ex‑ terior. Cidades como Paris, Washington, Buenos Aires, Los

Angeles e Berlim recebem inúmeros turistas em suas necrópoles que apreciam a arquitetura e a arte tumular. História Até meados do século XVIII, era comum que os corpos fossem sepultados no inte‑ rior das igrejas, consideradas solo sagrado, com a intenção de facilitar a passagem das almas para o paraíso. Com os avanços da medicina, os hi‑ gienistas passaram a conde‑ nar a prática, e se descobriu

que o contato constante com restos mortais era um dos agentes causadores de do‑ enças. Por esse motivo o ve‑ reador Joaquim Antonio Al‑ ves Alvim defendeu, em 1829, a construção de um cemitério público em São Paulo. O pro‑ jeto levou quase 30 anos para ser aprovado, pois se choca‑ va com as tradições religio‑ sas. Após anos de debates e estudos de engenheiros, mé‑ dicos e higienistas, decidiu­ ‑se que o melhor local para a construção de um cemité‑

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CAPA

rio seria nos Altos da Conso‑ lação, pois se tratava de um ponto, na época, afastado da cidade, e que possuía altitu‑ de e ventos favoráveis, que diminuiriam a proliferação de doenças e epidemias.O cemi‑ tério foi inaugurado no dia 15 de agosto de 1858, contan‑ do com a doação do dinheiro para a construção da capela pela Marquesa de Santos e de parte do terreno de uma chácara, que pertencia a Marciano Pires de Oliveira.

Hoje o Consolação é conside‑ rado um cemitério elitista, mas nos primórdios de sua existên‑ cia atendia a população pobre, inclusive escravos, em covas gratuitas. O empresário Anto‑ nio José de Melo foi o primeiro a construir um túmulo feito na Europa, que seria remontado em São Paulo, no ano em 1871. Somente algumas décadas após o surgimento dos cemité‑ rios da Quarta Parada (1893) e do Araçá (1897), é que essa prática foi se multiplicando. O

vereador José Oswald No‑ gueira (pai de Oswald de An‑ drade) defendeu a reforma dos muros e do portão, em 1901. Segundo ele, o aspec‑ to ruim do cemitério não era condizente com a morada dos mortos de uma cidade como São Paulo. Tal reforma foi projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, tornan‑ do o local uma verdadeira atração turística, necrópole admirada, principalmente, por estrangeiros.

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Uma lenda viva

Atual administrador do cemitério, Franci‑ valdo Gomes, mais conhecido como Popó, ini‑ ciou sua carreira como sepultador no ano de 2000. Durante a visita, ele conta curiosida‑ des da sua história que, por vezes, mistura­ ‑se com a do cemitério. Ele compartilha momentos aflitivos, por exemplo, quando, durante um de seus últimos sepultamentos, precisou entrar na cova, para guiar a descida do caixão e acabou ficando preso por longos minutos, até que seus colegas conseguissem resgatá­‑lo. “Achei que ali aconteceriam dois

sepultamentos”, diz Popó, ao lembrar­‑se da falta de ar, causada pelo vácuo existente en‑ tre o caixão e a entrada da sepultura onde o falecido repousaria. Francivaldo tornou­ ‑se administrador por ser um funcionário dedicado, estudioso e apaixonado pela arte. Ele assistia de longe as visitas guiadas pelo antigo diretor, Délio Freire dos Santos, guardando todas as in‑ formações com sua memória impressionan‑ te. Sempre que tinha um tempo a sós com o homem de quem se tornou pupilo e amigo, aproveitava para pedir indicações bibliográ‑ ficas e se aprofundar no assunto. Em 2002, Délio, seu querido professor, faleceu, dei‑ xando em aberto uma agenda de visitas que precisava ser atendida. Popó acabou utili‑ zando os conhecimentos adquiridos para dar continuidade ao trabalho do ex­‑diretor. Hoje ele administra o espaço e atende os grupos de estudantes e turistas brasileiros e estran‑ geiros, interessados em conhecer o acervo histórico que ali se encontra. Popó, sem dú‑ vida, é um dos personagens que compõem a história do cemitério, e ao longo dessa jor‑ nada, desenvolveu sua filosofia: “Eu estudo a morte para melhor compreender a vida”.

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FIQUE POR DENTRO

Hatha

Texto Profo Dr. Claudio Duarte*

yó ga

Clássico

É visível que a prática do Hatha Yóga Clássico, méto‑ do pelo qual me especializei e cultivo grande prática em meu dia a dia, transforma a vida de milhares de pesso‑ as que, além de buscar uma alternativa relaxante à vida estressante, necessitam de algo que as faça desfrutar do bem estar tão almejado. Por isso, a partir desta edi‑ ção, a Giro SP trará ao leitor dicas fundamentais que, em um total de doze edições, le‑ varão ao leitor o que o Hatha Yóga Clássico tem de melhor a oferecer. Afinal, eis um novo método de emagrecimento com saúde! Muitas leitoras da Giro SP tem solicitado à redação al‑ 58 | REVISTA GIRO SP

gum tipo de método para emagrecerem e, se possí‑ vel, de uma forma natural e saudável. Então, utilizan‑ do os recursos e as praticas do Hatha Yóga Clássico, fui encarregado de atender às solicitações. Portanto, visando propor um passo muito sólido no sen‑ tido de emagrecer com saú‑ de às leitoras interessadas, aqui vai uma série de orien‑ tações consistentes – porém simples e fáceis – todas ad‑ vindas do Hatha Yóga Clássi‑ co, que poderão ser utilizadas pelas mesmas, praticando em um instituto ou escola, ou ainda em casa, dentro de um programa semanal agradável e possível.

A composição do método A fórmula do método As indicações para utilização do método As primeiras orientações práticas do método O modo correto de praticar Orientações importantes


1. Quando acordar, levante­‑se devagar, se espreguice com calma diversas vezes, para baixo e para os lados. Sorria para o novo dia;

5. Evite andar curvada(o) ou torta(o) para os lados. Procure caminhar de for‑ ma ereta, leve e graciosa, pois a leveza é da natureza humana.

2. Pela manhã, ao acordar, antes do al‑ moço, após o almoço, antes do jantar, que deve ser muito leve, após o jantar e antes de dormir, se espreguice tranquilamente, pois isto alivia tensões, rigidez, mal humor e dores no corpo;

6. Sentada(o), evite cruzar as pernas e procure manter a coluna ereta, sem ten‑ sões, e a cabeça na verticalidade da mesma.

3. Se possível, pela manhã, ao acordar, antes do almoço e antes do jantar – ou antes de dormir, pratique pelo menos 15 a 20 minutos de relaxamento simples, sempre inspirando e expirando somente pelas narinas, de forma calma, suave e profunda;

7. Sempre que possível, durante o dia, fe‑ che os olhos por alguns instantes e se obser‑ ve serenamente. Pode até se visualizar em uma floresta, ouvindo o som de rios, cacho‑ eiras e canto dos pássaros, e a brisa suave do vento passando pelo seu corpo. Esta ati‑ tude acalma, relaxa e traz equilíbrio interior.

4. Lembre­‑se de que a forma como você se alimenta e com o que você se alimenta, tem uma influência muito grande na busca dos resultados deste método;

Profo Dr. Claudio Duarte Unesco Member e Secretário Executivo da PACY Internacional/Colegiado REVISTA GIRO SP | 59


ACONTECE EM SP

Texto e Fotos Divulgação

No Museu da Imagem e do Som

Stanley Kubrick trará ao público a oportunidade de conferir mais de 500 objetos, fotos e documentos relacionados aos filmes produzidos e dirigidos por esse grande mestre do cinema internacional. A exposição acontece entre 11 de outubro de 2013 e 12 de janeiro de 2014 no MIS, em São Paulo A exposição Stanley Kubrick, feita em par‑ ceria com a Mostra Internacional de Cinema, foi inaugurada dia 11 de outubro de 2013 no MIS, Instituição da Secretaria de Estado da Cultura. Inédita na América Latina, ela apre‑ senta a singularidade das obras e influências do diretor na trajetória do cinema mundial a partir de centenas de documentos originais, como materiais em áudio e vídeo e diversos objetos de cena, documentos e fotos utili‑ zados em seus longas­‑metragens. A expo‑ sição tem curadoria original de Hans­‑Peter Reichmann, do Deutsches Filmmuseum de Frankfurt, e colaboração de Christiane Ku‑ brick, viúva do artista. O MIS também será sede da Retrospectiva Kubrick, aperitivo da 37ª Mostra Internacional de Cinema, que acontece entre os dias 11 e 17 de outubro. A programação se completa com dois encon‑ tros com Jan Harlan, produtor e cunhado de Kubrick. André Sturm, diretor executivo do MIS, concebeu e adaptou uma expografia ex‑ clusiva com o objetivo de proporcionar aos 60 | REVISTA GIRO SP

visitantes uma experiência sensorial inova‑ dora no rico universo desse cineasta norte­ ‑americano. “Cada espaço reserva grandes surpresas, e temos certeza de que essa ex‑ posição será inesquecível para cada um dos visitantes. A ideia é que ela incentive não só os admiradores de Kubrick, como também grande parte do público que desconhece o universo deste grande diretor”, afirma. A ce‑ nografia foi desenvolvida e executada pelo Atelier Marko Brajovic. Kubrick é autor de grandes clássicos do ci‑ nema e reconhecido pelas inovações técni‑ cas, diversidade e riqueza dos temas e con‑ ceitos apresentados ao longo de sua carreira como fotógrafo, diretor, roteirista e produtor. Mais do que trazer uma cronologia do artista, desde o início da sua carreira como fotógrafo nos anos 1940 até os últimos filmes que con‑ cebeu, a exposição apresenta a singularidade de sua obra e suas influências em seções de‑ dicadas a clássicos como Lolita (1962), 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), Laranja Me‑ cânica (1971) e O Iluminado (1980).


No primeiro andar o público é convidado a caminhar e conhecer o mundo da filmogra‑ fia do diretor e a se emocionar em espaços dedicados aos filmes Glória Feita de Sangue (1957), Dr. Fantástico (1964), Barry Lyndon (1975), O Iluminado (1980), Lolita (1962), 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968), Spar‑ tacus (1960), Laranja Mecânica (1971). No segundo andar estão materiais de A.I. – Inteligência Artificial (2001), projeto de Ku‑ brick dirigido por Steven Spielberg, Nascido para Matar (1987) e De Olhos Bem Fechados (1999). Na sequência, documentos, fotogra‑ fias e objetos de cena dos filmes Napoleão e Aryan Papers (Documentos Arianos), pro‑ jetos nunca realizados por Kubrick, podem ser vistos materiais destes filmes, em que observa­‑se o enorme trabalho de pesquisa de Stanley. Ao final do trajeto da exposição, o público é convidado a entrar em uma es‑ tação de áudio que apresenta os filmes de Kubrick a partir de uma perspectiva musical em que são apresentados os diferentes te‑ mas ou estilos musicais que o diretor utilizou para apresentar camadas de significados complexos ou acentuar o impacto emocio‑ nal/psicológico de uma cena ou sequência narrativa.

SERVIÇO Stanley Kubrick Endereço: Av. Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo Local Expositivo Térreo, Expositivo 1º andar e 2º andar Data: 11/10/2013 a 12/01/2014 Horários: 12h – 22h (Ter. – Sex.) | 10h – 22h (Sáb) |11h – 21h (Dom. e feriados) Ingresso: R$ 10 (inteira) e R$ 5,00 (meia entrada), à venda na recepção do MIS. Ou pelo site ingressorapido.com.br (R$ 20). Às terças­‑feiras a entrada no MIS é gratuita Tel: (11) 2117­‑4777 mis­‑sp.org.br

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Finalment

ACONTECE EM SP

Todo mundo já viu espe‑ táculo de improviso, comé‑ dia stand­‑up e de esquetes. Mas tudo isso “finalmente juntos” em uma única apre‑ sentação é inédito. Capita‑ neado por Bruno Motta, o elenco rotativo traz nomes de destaque da nova gera‑ ção de humor, como Murilo Couto (do “Agora é Tarde”, da Band), Marco Gonçalves e Renata Gaspar (do “SNL”, da RedeTV!), Edu Nunes (do 62 | REVISTA GIRO SP

Texto Divulgação Fotos Marcos Guimarães

“Amigos da Onça”, do SBT), Bella Marcatti, Gustavo Mi‑ randa e Adriana Ospina. Is‑ ser Korik assina a direção de cena. A comédia pode ser conferida às sextas­‑feiras e aos sábados, à meia­‑noite, até 14 de dezembro, no Tea‑ tro Folha. “A nova geração de co‑ mediantes é reconhecida por trabalhos de improviso, stand­‑up e esquetes, nos palcos e na internet. O público

tem comparecido e aprovado cada um desses gêneros, que até agora foram apresenta‑ dos separadamente. O espe‑ táculo dá um passo adiante e traz algo novo: a reunião de todos esses estilos numa apresentação que diverte do começo ao fim”, fala Bru‑ no Motta, um dos destaques da nova geração de comédia stand­‑up. Para desenvolver “Final‑ mente Juntos”, a inspiração


teJuntos dos comediantes veio de uma temporada assistindo a espe‑ táculos internacionais, tanto europeus quanto americanos. “Alguns dos melhores criado‑ res de humor improvisado da América Latina estão no Bra‑ sil e achei que era possível ter um espetáculo tão bom quan‑ to aqueles que me tiraram o fôlego”, afirma Bruno Motta.

Novos quadros foram criados especialmente, com formatos inéditos no Brasil. Durante a apresentação, o elenco aceita sugestões do público, mostra as melhores cenas de comédia de seu repertório e convida a pla‑ teia a participar da criação. O objetivo é só um: divertir do começo ao fim.

Teatro Folha Estreia: 16 de agosto Temporada: Até 14 de dezembro Apresentações: sexta e sábado Horário: 0h Ingressos: R$ 30 (setor 2) e R$ 40 (setor 1) Duração: 75 minutos Classificação indicativa: 12 anos

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FIQUE POR DENTRO

Texto Yone Shinzato

Às boas compras, c Guarde as economias, esteja conectado e anote aí na agenda: 29 de novembro. Se possível, fique atento a todas as promoções porque esse é o dia em que será realizada a versão brasileira do já mundialmente conhe‑ cido Black Friday. Mas aí você se pergunta: onde, quando e como surgiu a tão famosa data? Origens Comemorado desde a década de 60, segun‑ do o site Time and Date, o Black Friday ocor‑ re nos EUA na data posterior ao Dia de Ação de Graças, sempre na última sexta­‑feira do mês de novembro. Em alguns estados norte­ ‑americanos é decretado feriado. Enquanto alguns preferem aproveitar o dia para torrar o dinheiro em promoções com grandes des‑ contos e dar início às compras de fim de ano, outras pessoas optam por simplesmente ti‑ rar o dia e o restante do fim de semana para viajar ou visitar parentes e amigos.

Entre as várias teorias para as origens do nome “Black Friday”, há duas mais comuns. Uma delas é a de que as rodas dos veículos, em dias de tráfego intenso, deixavam marcas escuras no dia após a Ação de Graças nas estradas. A outra é a de que, antigamente, quando as mar‑ cações ainda eram feitas à mão, usava­‑se a cor vermelha para representar as perdas das empresas, enquanto o preto, black, o lucro. Os consumidores costumam aproveitar a data para, principalmente, adquirir produtos mais caros como, por exemplo, eletrônicos e eletrodomésticos por preços bem mais em conta. Nessa época, as lojas costumam abrir mais cedo, até de madrugada, e costumam praticar preços que chegam a ser 80% meno‑ res que em outras épocas do ano. O Black Friday é considerado o pontapé ini‑ cial para as compras de fim de ano e o grande responsável por gerar movimento na econo‑ mia dos EUA, tanto em relação às lojas físicas quanto na internet. E o sucesso é tamanho que vários países já aderiram a essa onda de descontos e promoções. Black Friday no Brasil A data virou febre por aqui em 2010 quan‑ do o Busca Descontos, site especializado em comparação de preços das principais lojas ele‑ trônicas do e­‑commerce nacional, trouxe a no‑ vidade, mas em moldes um pouco diferentes.

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com moderação Enquanto nos EUA as ofertas se estendem por uma série de estabelecimentos varejistas e na web, por aqui a grande febre são as promo‑ ções oferecidas pelo comércio eletrônico. No ano passado, foram necessárias apenas 12 horas para serem superadas as expecta‑ tivas de um ano inteiro para o Black Friday, que era a marca pré­‑estabelecida de R$100 milhões. Para 2013, as novidades são ainda maiores. Uma delas é a parceria do Busca Descontos com o Reclame Aqui, site que é muito útil aos consumidores que ficarem in‑ satisfeitos com o serviço prestado pelas lojas online. Através do botão “Denuncie”, disponí‑ vel no próprio site do evento,o internauta po‑ derá reclamar seus direitos. Confira a seguir algumas orientações de consumo retiradas do informativo “Guia de Comércio Eletrônico”*, do PROCON para que você possa usufruir da melhor forma possível as ofertas do Black Friday sem ter dores de cabeça. Boas compras! Reflita sobre seus interesses: não compre por impulso. Analise friamente a oferta. Em‑ bora os descontos possam lhe parecer muito atrativos, o valor final de suas compras pode comprometer seu orçamento. Responda, sin‑ ceramente, a quatro perguntas: • preciso realmente desse produto ou serviço? • tenho informações suficientes sobre ele? • tenho que comprar agora?

• essa decisão vai compro‑ meter meu orçamento? ‑ Identifique o fornecedor: ­ procure a identificação do site e de todos os demais fornecedores envolvidos em sua compra virtual (ra‑ zão social, CNPJ, endereço, telefone e ou‑ tras formas de contato além do email). Re‑ dobre seus cuidados quando o site exibir como forma de contato apenas um telefone celular; ­‑ Busque referências de fornecedores re‑ comendados por amigos ou familiares ou que possuam também estabelecimentos físicos. A consulta no cadastro de reclamações do SINDEC (cadastro nacional de reclamações dos Procons) e em redes sociais pode ser um bom instrumento para auxiliá­‑lo na escolha; ­‑ Verifique o registro de produtos e serviços: alguns produtos e serviços exigem registro em órgãos específicos. Por exemplo, é o caso de produtos de telecomunicações (telefo‑ ne celular, modem, tablets, etc.), que exigem registro na ANATEL; produtos e serviços de saúde, estética e alimentação precisam de registro na ANVISA; agências de viagens de‑ vem ter registro na EMBRATUR, entre outros. * Para ler todas as dicas, acesse o in‑ formativo do PROCON na íntegra em: procon.sp.gov.br/pdf/acs_guia_comercio_ eletronico.pdf REVISTA GIRO SP | 65


ARTE, CULTURA E LAZER

Texto Denis Le Senechal Klimiuc Fotos Ronnie Arata [1] e divulgação [2]

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37ª Mostra Inte Cinema de Entre os dias 18 e 31 de ou‑ tubro, a 37ª Mostra Interna‑ cional de Cinema de São Pau‑ lo trouxe à cidade ainda mais variedade cultural. O evento, mundialmente reconhecido por unir centenas de filmes que todo o planeta, abrange cineastas tão diversos quan‑ to é possível alcançar através da sétima arte. A Giro SP teve a oportuni‑ dade de conferir a coletiva de imprensa e a abertura da Mostra, ocorridas, respecti‑ vamente, nos dias 4 e 17 de outubro. Dentre diversos jor‑ nalistas, fotógrafos e até blo‑ gueiros presentes, o grande destaque desta edição se deu por conta da quantida‑ de de parcerias alcançada, graças a um trabalho árduo realizado pela produção, en‑ cabeçada pela diretora do evento, Renata de Almeida. Na coletiva do dia 4, a Giro SP esteve presente em um café 66 | REVISTA GIRO SP

da manhã, seguido pela apre‑ sentação dos patrocinadores deste ano, os quais tiveram a oportunidade de proferir um breve discurso. Em seguida, o filme ainda inédito dos dire‑ tores norte­ ‑americanos Joel e Ethan Coen, Inside Llewyn Davis, foi apresentado para a imprensa, com a finalidade de disponibilizá­ ‑lo para que jor‑ nalistas de diversos veículos pudessem assimilar o que a Mostra oferecerá ao grande público. Por sua vez, no dia 17, no Au‑ ditório do Parque do Ibirapue‑ ra, o evento de abertura da Mostra levou jornalistas, cine‑ astas e celebridades ao loun‑ ge, cuja arquitetura fantástica encobriu flashes e entrevistas. Com presença dos mesmos patrocinadores, tal abertura também aproveitou a oportu‑ nidade de parceiros e apoia‑ dores presentes, como o Go‑ verno do Estado de São Paulo

e a Prefeitura de São Paulo, além de contar com a apre‑ sentação de Marina Person e Serginho Groisman, que co‑ mandaram a noite, ao lado de Renata de Almeida, com bom humor e diversas informações relevantes ao evento. Além de proporcionar a oportunidade de assistir a diversos filmes de cineastas renomados pelo mundo a fora, a 37ª Mostra Internacio‑ nal de Cinema de São Paulo proporciona interação entre o público e ícones importan‑ tes para a indústria cinema‑ tográfica. Neste ano, Eduar‑ do Coutinho, grande crítico e cineasta, é homenageado ao lado do mestre do cinema mundial, Stanley Kubrick. Dentre os quase quatro‑ centos filmes, dispostos em 30 salas pela cidade de São Paulo, além de apresenta‑ ções especiais, como a da abertura, no vão livre do


ernacional de São Paulo MASP e no Parque do Ibira‑ puera. Outra característica do evento deste ano é, sem dúvida, seu alcance que, es‑ tipulado em cerca de 20% a mais do que no ano passado, tem a vantagem de abranger ainda mais cinéfilos e interes‑ sados no evento por englobar filmes de características tão diferentes quanto a home‑ nagem ao cinema coreano ao mesmo tempo em que uma obra rara, que ficou perdida por 70 anos, será apresenta‑ da ao público paulistano. Com alcance ampliado a ní‑ vel internacional, a 37ª Mos‑ tra Internacional de Cinema de São Paulo tem se prova‑ do um evento além do que é esperado em sua premissa. Com interação com o públi‑ co através de lançamentos de obras literárias ligadas ao mundo cinematográfico, en‑ contros com cineastas, críti‑ cos de cinema e jornalistas e

toda a gama disposta de fil‑ mes, tal Mostra eleva a capital paulista como um dos princi‑ pais pontos a serem visitados em todo o mundo, com en‑ foque no cinema mundial tão grande quanto diversos ou‑ tros grandes eventos, como Festival de Cannes, Berlim e Sundance. Retrospectiva Stanley Kubrick Um dos grandes atrativos deste ano é a parceria entre a organização da Mostra de Ci‑ nema e o Museu da Imagem e do Som, que trouxeram à São Paulo a exposição Stanley Ku‑ brick, que disseca a carreira do mítico diretor de cinema em suas obras, dispostas em salas distintas, as quais foram decoradas e climatizadas de acordo com cada obra. De Spartacus (1960), Lolita (1962), Dr. Fantástico (1964), 2001 – Uma Odisseia no Es‑ paço (1968), Laranja Mecâ‑

nica (1971), até O Iluminado (1980), Nascido para Matar (1987) e De Olhos Bem Fe‑ chados (1999), suas obras foram altamente relevadas ao nível no qual devem ser encaixadas: como obras­ ‑primas. (CONFIRA NA PÁGI‑ NA 64) Christiane Kubrick e Jan Harlan Com a homenagem pres‑ tada ao mestre Stanley Ku‑ brick, a 37ª Mostra Inter‑ nacional de Cinema de São Paulo teve o privilégio de contar com a presença do cunhado e braço direito do diretor, Jan Harlan, e sua vi‑ úva, Christiane Kubrick, com a qual era casado desde 1958. Na abertura da Mostra, a Giro SP teve a oportunidade de ouvir o discurso de am‑ bos, cujo foco foi a supos‑ ta agradável surpresa que Kubrick teria ao ser reco‑ REVISTA GIRO SP | 67


ARTE, CULTURA E LAZER

dos renomados cineastas Joel e Ethan Coen, vencedo‑ res do Oscar de Direção por Onde os Fracos Não Têm Vez provocou risos e exclama‑ ções típicas do humor ácido presente em sua filmografia. Donos de obras tão icôni‑ cas como Gosto de Sangue (1984), Arizona Nunca Mais (1987), Fargo (1996), O Gran‑ de Lebowski (1998), Quei‑ me Depois de Ler (2008), Um Homem Sério (2009) e Bravura Indômita (2010), os Coen não erraram, mais uma quando o diretor, acostu‑ vez, com Inside Llewyn Davis. mado ao cinza e asfalto de Nova Iorque, ousou ao des‑ [2] bravar a natureza da Irlan‑ da, onde as filmagens ocor‑ riam e, assim, sofreu alguns entraves, como picadas de insetos, arranhões de urti‑ cárias e até mesmo teve de fugir de um boi! Ao ser ques‑ tionado sobre o porquê de tantos machucados, Kubrick teria dito: “É bom que gos‑ tem desse filme, pois meu sangue está nele todo!”. [1]

nhecido de tal forma – algo que não aconteceu durante toda sua carreira, quando foi questionado pela po‑ lêmica levantada em seus filmes. Jan Harlan, relem‑ brando um possível Kubrick extasiado, exclamou: “Meus filmes expostos na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo? Meus filmes re‑ conhecidos dessa forma? Meus produtores concor‑ dando com minhas obras assim? Só posso estar so‑ nhando!”. Inside Llewyn Davis Em um momento emocio‑ Exibido como parte da nante, por sua vez, Christia‑ ne se lembrou de um caso abertura da 37ª Mostra In‑ ocorrido durante as filma‑ ternacional de Cinema de gens de Barry Lyndon (1975), São Paulo, o novo trabalho 68 | REVISTA GIRO SP


cantores igualmente preocu‑ pados em manterem­ ‑se ao menos alimentados, Llewyn vive em busca de reconheci‑ mento, após um rompimen‑ to brusco de sua dupla, com uma morte trágica. Além dis‑ so, dorme constantemente O filme nos apresenta a em diferentes lares, como fa‑ Llewyn Davis, talentoso, po‑ vor de amigos e casos amo‑ rém decadente, cantor de folk, no centro nervoso de tal [2] estilo musical: a Nova Iorque da década de 1960. Acostu‑ mado a cantar em casas no‑ turnas que apresentem ao menos meia dúzia de outros [2]

conhecido como, de fato, merece. E como bons realizadores que são, os irmãos Coen não deixam de insuflar o filme com metáforas e humor em cada sílaba proferida por seu elenco talentoso: Jason Isaacs segura o filme com uma tranquilidade assustadora, enquanto Justin Timberlake foge do típico galã ao compor um músico paca‑ to, Carey Mulligan surpreende com sua Jean sempre histé‑ rica e John Goodman rouba a cena nos poucos minutos em tela que possui. [2]

rosos rompidos em sua com‑ plicada e descontraída vida. Buscando viver um dia após o outro, Llewyn sofre com a falta de perspectiva com que sua vida o depara cons‑ tantemente. Aliás, sua irres‑ ponsabilidade nata diante de supostas obrigações que todos têm à sua volta o dei‑ xam deslocado, como se sua presença já desse consequ‑ ência a incômodos em quem o rodeia. Por isso, talvez, seu talento – letras e melodias melancólicas – não seja re‑

Por fim, uma obra rele‑ vante que, frente às tantas outras dos próprios Coen, empalidece pela simplici‑ dade narrativa, que destoa Llewyn Davis como um per‑ sonagens desgraçado por natureza – e sem conserto diante a sociedade.

Nota: 8. REVISTA GIRO SP | 69


FIQUE POR DENTRO

Texto Felipe Ribeiro

Palavras de um

“mal­‑humorado” nato

Paulistano da gema que sou, posso dizer que minha personalidade (ou pelo menos o que as pessoas acham que é minha perso‑ nalidade) vai ao encontro com o trejeito de um cidadão de São Paulo. A cara fechada e o foco muitas vezes são confundidos com o mau­‑humor. Infelizmente, para mim e para os meus conterrâneos, o estereótipo e os julga‑ mentos foram formados. Resultado: somos todos mal­‑humorados. Em minha defesa, digo que sou sério, mas que com um pouco mais de intimidade e confiança me solto e até me torno uma pessoa mais sociável, sem aban‑ 70 | REVISTA GIRO SP

donar minhas características fieis. O mesmo pode se dizer do paulistano. A diferença bási‑ ca é que dificilmente as pessoas me veem re‑ clamando da cidade, ou dos seus problemas, que não são poucos. Tento viver melhor a cada dia mesmo com tais obstáculos, e prefi‑ ro ver o que a cidade tem de bom. Mas, para o restante do Brasil, quem mora ou nasce em São Paulo tem por característica ser carran‑ cudo e “só” pensar em trabalho. Tolos. Esse é o ônus, na minha modesta opinião, de ser a cidade mais importante não só do Brasil, mas, do continente.


O que é necessário ressaltar é até que pon‑ to o mau­‑humor pode ser considerado ape‑ nas uma característica ou quando ele está atrelado a uma doença ou anomalia. Por isso, resolvi conversar com uma especialista para embasar mais o que eu disse acima, e as respostas me deram não só um alento, mas mostraram que existem, de fato, pessoas com problemas relativos ao humor que pre‑ cisam, além de um tratamento médico eficaz, ajuda e carinho. Entrevista com a psicóloga Renata Alarcon GiroSP: Como profissional, o que pode falar a respeito do mau humor? Renata: Mau humor é um estado negativo do afeto humano. Ele pode aparecer em si‑ tuações incômodas como quando sentimos calor em um dia muito quente, algo impor‑ tante não sai como esperado, pegamos mui‑ to trânsito etc. Quando acontece de forma esporádica é considerado como uma varia‑ ção do humor aceitável e não traz grandes prejuízos para o indivíduo. Já o mau humor frequente, aquela irritabilidade constante, quando nada está bom e encontra­‑se de‑ feito em quase tudo deve ser visto como um sintoma que, provavelmente, está relaciona‑ do a algum distúrbio ou doença.

transtorno específico do sono, ansiedade ou depressão. O estresse tem relação com o humor nega‑ tivo. Uma pessoa ansiosa e estressada tende a ser mais preocupada, ver mais dificuldade e ter um “filtro mental” mais focado no lado negativo das coisas. A depressão também apresenta como um dos sintomas, o mau hu‑ mor, pois tem como característica a tríade cognitiva negativa, que é a visão negativa de si, do mundo e do futuro. O mau humor crônico, que dura de vários meses a anos pode ser sintoma de uma

Giro SP: Quais doenças estão relacionadas a este tipo de comportamento? Renata: O mau humor frequente pode ser um sintoma e suas características precisam ser avaliadas para identificar a que está re‑ lacionado. Algumas pessoas acordam de mau humor e demoram um tempo para melhorar. Ge‑ ralmente esse tipo de mau humor está re‑ lacionado com uma qualidade de sono ruim podendo ser, por exemplo, sinal de algum REVISTA GIRO SP | 71


FIQUE POR DENTRO

pelos impulsos nervosos e influenciam dire‑ tamente os estados de humor. Além do mau humor, a distimia pode vir acompanhada de um ou mais desses sin‑ tomas: irritabilidade, autoestima baixa, al‑ teração do apetite e do sono, fadiga, difi‑ culdade de concentração, perda de prazer, insatisfação e desesperança. O tratamento da distimia é, geralmente, baseado em te‑ rapia medicamentosa com antidepressivos e psicoterapia.

doença chamada distimia. O termo distimia vem do grego, onde “dys” significa defeituoso e “thymia” refere­‑se ao órgão timo, que se acreditava controlar o humor, ou seja, humor defeituoso. Distimia é um tipo de depressão leve e crônica O indivíduo com distimia pode ser taxado de chato, mal­‑humorado, o que afeta o seu convívio social, podendo levar ao isolamento. Muitas vezes, por ser assim há vários anos, acredita que esse é um traço de sua per‑ sonalidade. Uma elevada porcentagem dos casos da doença (quando não tratada) pode progredir para um transtorno depressivo maior. É comum que a busca por ajuda ocor‑ ra somente nesse período, onde os prejuí‑ zos são maiores. Acredita­‑se que a distimia atinja de 3 a 5% da população, sendo mais frequente nas mulheres. Na distimia, assim como na depressão, há uma alteração na produção ou recapta‑ ção de neurotransmissores, principalmente da serotonina. Os neurotransmissores são substâncias químicas cerebrais responsáveis 72 | REVISTA GIRO SP

Giro SP: Quanto a vida estressante da cida‑ de pode contribuir para isso? Renata: A vida estressante pode contri‑ buir e muito para o mau humor. O excesso de informações, as cobranças, o trânsito, a correria do dia a dia, entre outras coisas, podem favorecer ao estresse. O estresse é um mecanismo evolutivo espetacular, que auxilia na defesa do organismo, que prepa‑ ra o indivíduo para enfrentar uma crise, um perigo. No estresse algumas substâncias são liberadas pelo organismo, entre elas a adrenalina e cortisol, que deixam o indivíduo em estado de alerta, pronto para luta ou fuga. O estresse bom, o “eustress”, auxilia o processo criativo, atenção, resolução de problemas e enfrentamento de crises. Po‑ rém, quando existe uma tensão contínua, instala­‑se o estresse negativo, o “distress”. Nesse estágio, há um desequilíbrio na libe‑ ração da adrenalina e o cortisol, deixando o indivíduo num estado de alerta constan‑ te, podendo ocasionar a elevação do açú‑ car no sangue, da pressão arterial, aumen‑ to dos batimentos cardíacos, alteração do sistema imunológico, deixando o organismo mais suscetível a doenças. Tudo isso eleva o gasto energético do organismo, contri‑


buindo para cansaço e fadiga. Há altera‑ ção do apetite, sono, memória e raciocínio. Além disso, há alteração na disponibilidade de neurotransmissores, fazendo com que o indivíduo apresente maior irritabilidade, in‑ tolerância, redução da autoestima, tristeza e mau humor. Giro SP: Quais tipos de preconceitos e pro‑ blemas de relacionamento pessoas sérias demais, por exemplo, sofrem? Elas geral‑ mente são tachadas de mal­‑humoradas? Renata: As pessoas ditas sérias demais podem ser taxadas de mal humoradas por apresentarem poucas expressões de felici‑ dade e serem de riso difícil. Mas essa é uma visão um tanto quanto simplista e, talvez, preconceituosa do sujeito. O mau humor tem mais a ver com a visão negativa da vida, irritabili‑ dade e insatisfação, do que com seriedade. Esse conceito equivo‑ cado pode fazer com que a pessoa considerada séria demais seja evitada ou, até mesmo, excluída de eventos alegres e festivos por não ser considerada bem humorada. Giro SP: Qual a relação do mau humor com a introspecção ou timidez? Renata: Não vejo uma relação direta do mau humor com introspecção ou timidez. O indivíduo mal humorado pode sofrer um isolamento social por se tornar uma pes‑ soa de difícil convivência. Muitas vezes ele mesmo se afasta das pessoas, por estar sempre insatisfeito. Já a introspecção está mais relacionada com a auto­‑observação e autoconhecimento e a timidez a uma inse‑ gurança emocional. REVISTA GIRO SP | 73


NEGÓCIOS Texto Erika Pedrosa Fotos Divulgação

Simone de Oliveira, 37 anos, CEO da Ame‑ rica Expert – empresa americana que auxilia empresários brasileiros nos EUA – tem uma historia tão interessante que parece enredo de novela. Há 10 anos, a carioca foi a Mia‑ mi acompanhar a banda Cidade Negra – na época ainda trabalhava como produtora mu‑ sical – e decidiu ficar por lá. Antes mesmo de a turnê acabar, Simone, formada em admi‑ nistração de empresas, já estava emprega‑ da numa consultoria que tinha vagas abertas para quem falasse português. Depois de muito trabalho e alguns anos de Miami, a brasileira percebeu que podia ga‑ nhar dinheiro ajudando os conterrâneos a se instalar em território americano. Então, abriu sua empresa de consultoria e hoje en‑ sina o caminho das pedras para quem quer iniciar uma operação, como comprar ou 74 | REVISTA GIRO SP

vender nos Estados Unidos. Em geral, são micro e pequenas empresas, que não fa‑ zem ideia de como iniciarão o processo de internacionalização. Nos primeiros anos da America Expert, ela assessorava em média quatro empresas por ano. “Durante a crise, foi uma seca só”, con‑ ta. O interesse de empresas brasileiras em se instalar nos EUA voltou a aumentar no início do ano passado. O motivo desse aumento também se deve ao acesso a financiamen‑ tos e os incentivos locais, que aumentaram por causa da crise, numa tentativa de atrair investimentos e gerar empregos. A Giro SP entrevistou essa brasileira que, além de talentosa empreendedora, é corajo‑ sa ao estabelecer uma empresa de um início um tanto quanto remoto. Confira as dicas de Simone de Oliveira!


Giro SP: Em algum momento de sua vida como produtora, havia passado por sua ca‑ beça sair do Brasil e ter seu próprio negócio em outro país, principalmente nos EUA, devi‑ do a burocracia que é mostrada pela mídia? Simone: Não. Na verdade, tudo aconteceu de repente e de forma natural. Sempre tive uma personalidade inquieta, buscando por algo mais, conhecer mais e aprender mais. Como administradora de empresas já tendo traba‑ lhado somente em empresas multinacionais, com uma bagagem multicultural, falando três idiomas fluentes, acredito ter ajudado, mas a verdade é que estava em uma fase de mudan‑ ça de vida e, claro, essa foi a maior delas.

comida brasileira e procuro cozinhar sempre que posso.

Giro SP: Você diz que atendia, em média, quatro clientes por ano. Todos foram bem sucedidos? Houve alguma desistência e, se houve, qual foi o motivo? Simone: As grandes maiorias dos clientes que abrem empresas no exterior conseguem, seja a curto, médio ou longo prazo, concretizar seus negócios. Porém, o sucesso está intima‑ mente ligado ao conhecimento e saber como se posicionar em um mercado desconhecido e com o maior potencial de consumo no mun‑ do. A falta deste conhecimento, sem a orien‑ tação de uma boa consultoria para auxiliar o Giro SP: Como foi seu começo em outro país empresário passo a passo do processo, é a em relação à adaptação da cultura, aos cos‑ principal razão de uma empresa vir a encer‑ tumes, idioma, legalização, ajudas, benefícios rar as suas operações em terras americanas. e outros fatores que foram importantes para Giro SP: Quais são os pré­‑requisitos reco‑ fixação em um local diferente do nosso habi‑ mendados para se montar uma empresa tat natural? Simone: Não foi nada fácil no início, pela cul‑ nos EUA? Simone: Planejamento é a palavra determi‑ tura e pela falta que eu sentia dos amigos e, principalmente, da minha família, que ficou no nante para o sucesso ou fracasso da emprei‑ Rio. Mas como o estilo de vida e o jeito de ser tada nos EUA. Para a abertura da empresa dos americanos me cativaram desde o come‑ em si, é feita com apenas um sócio, sem ca‑ ço, acredito que me ajudou muito na fase de pital social mínimo e cópia de passaporte dos adaptação. Aqui podemos fazer planejamen‑ sócios. Assim, a AE abre sua empresa, seja to em longo prazo e a população tem mais uma filial ou uma empresa nova, em cerca de acesso ao estudo e também à inclusão social. duas semanas, sem precisar alugar sala co‑ Eu sou muito grata aos EUA, pois me ensinou mercial ou contratar empregados. muito sobre igualdade, respeito, segurança e Giro SP: A America Expert oferece algum liberdade de expressão. Fez­‑me uma pessoa mais completa, sabendo balancear o melhor serviço para o investidor antes de se instalar dos dois mundos. E foi com esse propósito nos EUA, para saber se o produto ou servi‑ ço terá aceitação do público no mercado? A que a AE foi fundada. America Expert também faz o enquadramen‑ Giro SP: Todos nós aprendemos com as di‑ to do produto e/ou serviço nas legislações e ficuldades que encontramos e superamos. órgãos fiscalizadores? Simone: Nosso maior objetivo é cuidar de Qual foi a maior dificuldade que encontrou todo o ciclo do processo de negócio do nos‑ nesse processo de fixar­‑se nos EUA? Simone: Certamente foram as diferenças so cliente, que cobre desde a abertura da culturais e hábitos alimentares. Sinto falta da empresa nos Estados Unidos, passando pela REVISTA GIRO SP | 75


NEGÓCIOS Simone: O maior grau de dificuldade vai variar manutenção, de acordo com a lei americana, até a gestão do escritório ou até mesmo a de caso a caso e o que o empresário conhe‑ ce e está disposto a conhecer através de um residência do empresário. projeto de assessoria customizado para ele, Giro SP: Muitas vezes as micro e pequenas além da absorção e facilidade de se adaptar empresas têm dificuldade de fazer o custo e em mercados que irão exigir comportamentos o preço de seu produto e ou serviço aqui em completamente diferentes do que os empre‑ seu país de origem. A America Expert oferece sários praticam no Brasil, onde normalmente tem plena liderança em seu segmento. este tipo de serviço? Simone: Claro! Um negócio só é justificável Giro SP: O consumidor americano é bas‑ e viável quando o retorno é maior do que os custos, pelo menos em médio prazo. A AE tante exigente, então, como é a relação com ajuda a confirmar essa viabilidade através de produtos e serviços brasileiros? Existe algum cálculos de custo fixos, variáveis, identificação tipo de preconceito em relação à nossa na‑ de práticas e preços adotados na concorrên‑ cionalidade? Simone: Não existe preconceito, até mes‑ cia, impostos de importação e exportação, mo porque o Brasil está na moda e tem se entre outros. tornado exemplo de qualidade em cosméti‑ Giro SP: Qual é o maior grau de dificuldade cos, moda de praia e ginástica. O mercado encontrado para se instalar nos EUA e qual a americano é muito consumista e tem espa‑ maior garantia ou segurança que você pode ço para todos, porém, sem o entendimento de que no mercado tudo que é vendido tem oferecer para o empresário? que ser entregue ou que não existe um meio termo ou espaço para o famoso “jeitinho” e o que foi combinado tem que ser cumprido, se torna bastante compensador a pratica de negócios nos EUA. Giro SP: Qual o maior desafio do empresá‑ rio na ótica da America Expert? Simone: O maior desafio é perceber que nos EUA não existe a política do “jeitinho”, de tirar vantagem das coisas. Aqui a lei tem que ser cumprida. Por exemplo, não existe parce‑ lamento – comprou, pagou e o mesmo vale para os serviços. Pechinchar o preço, nem pensar. Essas são algumas práticas inaceitá‑ veis no mercado americano. Giro SP: Em que linha ou área os produtos e serviços são mais consumidos ou contrata‑ dos pelo público americano? 76 | REVISTA GIRO SP


Simone: Não há um serviço especifico ou “favorito” do publico americano. Mas, com certeza, a moda praia faz muito sucesso nos estados que têm praia, como é o caso de Miami, onde fica a nossa base. Giro SP: Sabemos que há muitas variações de valores de uma atividade para outra, mas qual a média de investimento em Reais para se montar uma micro empresa, desde a saída do empresário do Brasil até a consolidação da empresa, incluindo sua assessoria e levando em consideração o pacote completo da Ame‑ rica Expert para indústria e para serviços? Simone: Entre R$ 4.000,00 para a aber‑ tura da empresa e R$ 1.000,00 para manu‑ tenção da empresa; pacotes customizados para estudos de viabilidade podem variar de R$ 8.000,00 a R$ 40.000,00.

e deram muito certo, além de muitas pessoas que se inspiram neles para se aventurarem. Sa‑ bemos que há 50% de chance de dar certo e 50% de não dar certo, mas qual é o seu conselho para que estes pequenos empresários não so‑ fram dissabores em uma nação desconhecida? Simone: Planejamento, conhecimento do próprio negócio, informação e uma assesso‑ ria que possa fazer uma pesquisa de mercado antes de o negócio ser efetivado, contemplan‑ do desde o local onde ele deve se instalar até se o produto está adequado ao público alvo.

Giro SP: Por que você acha que o micro e pequeno empresário deveria procurar por seus serviços? Simone: Os serviços prestados pela Ameri‑ ca Expert têm sido cada vez mais procurados por brasileiros que querem expandir divisas. Tal movimento está afetando de forma posi‑ Giro SP: No Brasil, são conhecidos vários cases tiva os negócios para a empresa. Tanto que a de sucesso de brasileiros que se aventuraram perspectiva para 2013 é crescer 30% em re‑ lação ao ano passado. Atualmente, a empre‑ sa possui uma carteira com 110 clientes e com um índice de fidelização chegando a 100%. Giro SP: Além de reconhecida por conse‑ guir gerar sucesso de brasileiros nos EUA, quais são os principais serviços que a Ameri‑ ca Expert oferece? Simone: Abertura da empresa, proteção de patrimônio, endereço físico e virtual, assesso‑ ria contábil e tributária, processos de imigra‑ ção, seleção e contratação de funcionários, folha de pagamento, pesquisas e levanta‑ mentos, concorrentes, serviço de compras e identificação de fornecedores, elaboração de plano de negócios, estratégias, logística e re‑ gistro de marca são alguns dos principais ser‑ viços que a America Expert oferece àquele que busca gerar sucesso e, em consequência, ser um sucesso nos Estados Unidos. REVISTA GIRO SP | 77


ACONTECE EM SP

Texto Divulgação Fotos Alex Missaka e Kleber Shibuya

O espetáculo “Os Boêmios de Adoniran“ con‑ ta com um elenco de grande talento que visa o resgate e a difusão da história do samba pau‑ listano para o público em geral. Através das composições de Adoniran Barbosa e de uma história emocionante, jovens, adultos e idosos tem a oportunidade de conhecer um pouco mais da cidade de São Paulo. O espetáculo foi consagrando com sessões sempre lotadas e um grande sucesso de público e críticas. É uma história fictícia onde os personagens João e o velho Turco, revivem momentos de pura boemia e para compor a essência do espetáculo, os atores/ dançarinos contam com a presença de cinco músicos para in‑ terpretar as canções de Adoniran. O grupo aposta nestes momentos do espetáculo, para atrair as atenções da plateia. Teatro Shopping Frei Caneca ( 600 lugares ) Endereço: R: Frei Caneca, 569 – Consolação – São Paulo Telefone: (11) 3472­‑2229 / 3472­‑2229 Temporada: De 06/10 a 01/12 – Domingos as 19h Duração: 60min – Recomendação 12 anos Preço: R$ 60,00 – inteira – R$ 30,00 – meia ingressorapido.com.br / 4003 1212 78 | REVISTA GIRO SP


NEGÓCIOS

Texto Denis Le Senechal Klimiuc

Como elaborar um bom Plano de

Marketing

2º Passo Análise do negócio

em 10 passos O segundo passo para desenvolver um Plano de Marketing eficiente é anali‑ sar o próprio negócio, iden‑ tificando a empresa através dos denominados 5 W’s e 2 H’s: Who? (Quem?), What? (O Que?), When? (Quan‑ do?), Where? (Onde?) Why? (Por quê?), How? (Como?) e How Much? (Quanto?). São os questionamentos básicos que todo dono de empre‑ sa deve se fazer ao iniciar seu empreendimento. Cada questão leva a empresa a ser identificada como plane‑ jadora de seu futuro, pois as questões levam à total com‑ preensão de suas metas e objetivos.

A quem o produto/serviço é destinado? Quais aspectos geográficos e demográficos devem ser levados em conta? O que... É ofertado ao clien‑ te, ao público­‑alvo definido? Quais os detalhes do serviço/ produto deverão ser levados em conta? Quando... Será realizada a oferta do produto/serviço? Há um planejamento e cronogra‑ ma de inserção no mercado? É necessário identificar onde o produto/serviço será lançado. Pois o porquê de haver tal produto/serviço é fundamen‑ tal para ter conhecimento completo de sua existência, concluindo um ciclo de ques‑ tões básicas.

As outras duas questões complementares são efetiva‑ mente finalizadoras do tema. Como... É feita a introdução do produto/serviço no mer‑ cado? Quais são os meios utilizados para tal inserção? E quanto custa tudo o que deverá ser aplicado para o desenvolvimento de tal in‑ trodução. Esses foram alguns aspec‑ tos relevantes para a análise dos negócios. Se você efetuou a pesquisa do microambien‑ te, do macroambiente, fez a análise dos negócios seguin‑ do cada ponto, está prepa‑ rado para o próximo passo: a análise dos concorrentes, na Giro SP de dezembro!


FIQUE POR DENTRO

São Paulo tem orgulho de fazer parte da república na qual é a locomotiva e principal cidade. A Giro SP faz uma singela homenagem à Proclamação da República e conta um pouco da relação da nossa capital com a data.

80 | REVISTA GIRO SP

Texto Felipe Ribeiro

Feriado nacional desde 1949, o ato que ori‑ ginou Proclamação da República não aconte‑ ceu em São Paulo, cidade que não era nem sombra do que é hoje em tamanho e impor‑ tância. Apesar dos movimentos mais agudos em prol da mudança do regime que gover‑ nava o País (à época uma Monarquia) terem como sede o Rio de Janeiro, foi em Itu, cida‑ de do interior paulista, que as tratativas dos republicanos tiveram início, com a criação do Partido Republicano Paulista, o PRP, que já contava com o apoio do Exército, da classe média e até mesmo da Igreja Católica. O ob‑ jetivo central do partido, entre tantos outros, era a máxima descentralização do poder, já que éramos uma monarquia comandada por D. Pedro II e único País das Américas a ter, ainda, um regime com essas características.


Passado mais de um século desde a Procla‑ mação da República, pudemos observar uma mudança radical no cenário político e eco‑ nômico brasileiro. A mudança de capital e a reorganização dos estados são algumas das principais alterações no panorama do Bra‑ sil. Contudo, o que mais nos salta aos olhos em se tratando de importância econômica e cultural foi a evolução de São Paulo como o carro­‑chefe da nação. Mesmo com o centro político em Brasília, a capital bandeirante foi – e ainda é –ao longo dos anos a locomotiva do Brasil. Muito da his‑ tória da República pode ser contada por nos‑ sos museus, historiadores, bibliotecas e cen‑ tros culturais, além, é claro, por seu povo, que constantemente exigiu mudanças no rumo do País. As recentes manifestações que aconte‑

ceram por todo o território nacional tiveram início em São Paulo e, mesmo que em um contexto completamente diferente do que aconteceu em 1889, vimos nascer por aqui uma nova república que, mesmo de forma desordenada e até conflitante, mostra que está atenta. Ainda que de forma singela, podemos ver na cidade algumas homenagens à data comemo‑ rada no dia 15 de Novembro, como a Praça da República, no centro, e o quadro “Proclamação da República”, de Benedito Calixto, que está exposto na Pinacoteca de São Paulo. Portanto, paulistano, tenha sim muito or‑ gulho do seu País, de sua República, porque de uma forma ou de outra, São Paulo ajuda e muito o nosso Brasil, assim como o Brasil carrega São Paulo em seu seio.

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ARTE, CULTURA E LAZER

no

82 | REVISTA GIRO SP

Texto Denis Le Senechal Klimiuc Fotos Divulgação


“Com grandes poderes vêm grandes res‑ ponsabilidades”, diria o sábio tio Ben, de Homem­‑Aranha (2002). Sim, frases icôni‑ cas, que se tornaram parte do imaginário de cinéfilos de todo o mundo, estão pre‑ sentes em obras cinematográficas adap‑ tadas de histórias em quadrinho. Mas como o público reage à presença cada vez maior dessas adaptações? Não é nova a ideia de adaptar histórias em quadrinhos para o cinema, nem para a TV. Aliás, essa mídia impressa e o cinema

surgiram quase simultaneamente, no final do século XIX, com propostas visuais bas‑ tante parecidas. Cortes, ângulos e panora‑ mas sempre conversaram entre o cinema e as HQs, pois uma mídia agregou à outra de forma a se completarem tecnicamente. E assim o audiovisual e tal mídia impressa se interligaram, até o final dos anos 1980, após adaptações bem sucedidas ou não para a tela grande ou pequena, porém sem gran‑ des proporções de alcance. Quando Tim Burton apresentou seu Batman, em 1989, REVISTA GIRO SP | 83


ARTE, CULTURA E LAZER

não era esperado o sucesso comercial que o filme obteve. Agregando os personagens de Gothan City ao visual góti‑ co do diretor, o público não só o aprovou como o considerou um grande blockbuster. Des‑ de então, outros investimen‑ tos na franquia foram feitos, culminando na desastrosa alegorização de Joel Schu‑ macher em Batman & Robin, em 1997, causando um es‑ tranhamento do público tão grande que, por um tempo, 84 | REVISTA GIRO SP

não havia mais inte‑ resse por super­‑heróis no cinema. Porém, parale‑ lamente aos heróis hollywoodianos, outras produções tomaram forma e, apesar de não ter o al‑ cance de público tão grande quanto os populares Super­ ‑Homem e Batman, causa‑ ram impressão notável na crítica e nos fãs mais ávidos e críticos, como é o caso de Akira (1988), animação japo‑ nesa considerada, hoje, um clássico; Anti­‑Herói America‑ no (2003), o qual foi elevado a nível cult por emaranhar a história do personagem à narração do indivíduo que inspirou a própria história; Es‑ trada para Perdição (2002) e Marcas da Violência (2005) deram a certeza de que te‑ mas adultos podem se tor‑ nar filmes marcantes; ou o sul­ ‑coreano Oldboy (2003), o qual apresentou ao mundo a diversidade narrativa que o cinema e as histórias em quadrinhos podem se tornar se bem amarrados. A Retomada Como diversas áreas da cultura pop, o cinema passa por retomadas constantes, levantando questões já le‑ vantadas e readaptando­ ‑as com camadas diferentes, to‑

cando em pontos delicados como questões ligadas à au‑ tenticidade e originalidade. Com isso, o final dos anos 90 e início dos anos 2000 trouxe o início do que seria hoje con‑ siderado como grande trunfo da indústria cinematográfica lançadora de blockbusters: o nicho das adaptações de histórias em quadrinho com um toque de realidade. E as‑ sim surgiram Blade (1998) e X­‑Men (2000), os quais leva‑ ram ao público um novo pa‑ tamar, com foco na qualidade narrativa e técnica, homena‑ geando tanto suas obras ori‑ ginais quanto transformando efeitos visuais em partes in‑ tegrantes da narrativa. O público adorou. A reper‑ cussão de super­‑heróis ba‑ nhados a efeitos visuais con‑ vincentes e uma boa história a ser contada casou com a expectativa de cinema de qualidade com muito entre‑ tenimento. E, desde então, a receita é renovada através de tantos fil‑ m e s quanto é pos‑ sível assisti­‑los. A cada ano, em meio a block‑ buster, ao me‑ nos dois filmes são baseados em HQs. H o m e m ­ ‑Aranha (2002),


Hulk, O Demolidor, X­‑Men 2 e A Liga Extraordinária (2003), Mulher Gato, Homem­‑Aranha 2 e Hellboy (2004), Sin City, Quarteto Fantástico, Cons‑ tantine e Batman Begins (2005), X Men 3 e Super‑ man – O Retorno (2006), 300, Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, Moto‑ queiro Fantasma e Homem­ ‑Aranha 3 (2007) são filmes marcantes que levaram gen‑ te do mundo inteiro ao cine‑ ma. Mas, em 2008, com a DC Comics e a Marvel lançando O Cavaleiro das Trevas e Ho‑ mem de Ferro, outra leva de filmes começou a ser produ‑ zida – agora, com foco maior na interação com o público. DC Comics e Marvel O avanço tecnológico con‑ sequente ao aperfeiçoa‑ mento dos efeitos visuais, a criatividade de diretores renomados e a disponibili‑ dade de recursos financei‑ ros resultante de altas bilheterias formaram um ni‑ cho que, regado com bons

Nascido em 1922, em Nova Iorque, Stan Lee criou tantos persona‑ gens que torna­‑se difícil acreditar que uma única pessoa seja respon‑ sável pela proliferação de tanto super­‑heróis vagando mundo afora. De sua cabeça, saíram Homem­‑Aranha, Quarteto Fantástico, Demoli‑ dor, X­‑Men (Professor Xavier, Wolverine, Tempestade, Mística, Magne‑ to e tantos outros saíram de sua imaginação), Vingadores (Hulk, Thor, Viúva Negra, Gavião Arqueiro, Capitão América e Homem de Ferro!), entre tantos outros que ainda não se tornaram tão pop no cinema quanto seus predecessores. Uma grande curiosidade de sua carreira, nos últimos anos, é sua apa‑ rição constante e ínfima em todos os filmes baseados em personagens criados por ele. Desde um motorista de ônibus, um idoso atravessando a rua, alguém a ser salvo ou quase atingido por uma batalha violenta de seus super­‑heróis e vilões, até a persona de Hugh Hefner encarnada por ele ou o convidado de um casamento fantástico. Stan Lee está sempre ali, para desfrute dos fãs e respeito de todos nós, em suas mais de 20 participações.

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ARTE, CULTURA E LAZER enredos e personagens atraentes, de fácil identificação do público, produziu obras tão significativas que, em alguns casos, se torna‑ ram referência às demais produzidas depois. Enquanto O Cavaleiro das Trevas elevou o estudo de personagem como o verdadeiro cinema autoral é capaz de fazer, Homem de Ferro inaugurou o cinema pop, atraente e de qualidade, iniciando, também, uma série de filmes voltados a personagens da Marvel que culminaram no fechamento do primeiro arco em 2012: O Incrível Hulk (2008), Homem de Ferro 2 (2010), Thor (2011), Capitão Améri‑ ca: O Primeiro Vingador (2011), Os Vingado‑ res (2012) e Homem de Ferro 3 (2013). Há, também, o reinício de uma franquia com O Espetacular Homem­‑Aranha (2012) e a in‑ tegração de dois arcos, iniciado em X­‑Men: Primeira Classe (2011). Em novembro, será lançado Thor: Mundo Sombrio, o qual dará continuidade aos eventos ocorridos após a batalha em Nova Iorque, as armações de um poderoso inimigo e a prisão de Loki, irmão do deus do trovão. Por sua vez, a DC Comics, voltada a persona‑ gens mais sombrios e com maior exploração

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das agruras passadas por eles elevando re‑ flexões sobre as consequências de seus atos, reiniciou um arco voltado aos dois persona‑ gens principais com o lançamento do já citado Batman Begins (2005), O Cavaleiro das Tre‑ vas (2008), O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012) e O Homem de Aço (2013), despontan‑ do a oportunidade de reunir o tão aguardado e já mítico encontro de Batman e Super Ho‑ mem nos cinemas, previsto para 2015. Reunindo personagens de apelo popular a causas de fácil identificação, que fogem do simples ato de “defender o mundo, que está em perigo”, a nova leva de filmes baseados em quadrinhos unem bom humor, alcance dramático (em alguns casos, invejável até mesmo ao cinema autoral europeu), efei‑ tos visuais atraentes e seguem o padrão de respeito ao personagem, ao material que foi adaptado e, claro, ao espectador. A lista de filmes que levaram os quadrinhos ao cinema é extensa, voltada aos mais varia‑ dos gostos e público. Se faltou um personagem que você considera importante, mande para a redação da Giro SP o porquê ele é tão significa‑ tivo e apareça em nossa página no Facebook!


ACONTECE EM SP

Pedro e o Lobo, da Cia. Ima‑ go vai cumprir temporada no Teatro Folha, com apresen‑ tações aos sábados e do‑ mingos, às 17:40h, até o dia 15 de dezembro. Adaptação premiada da fábula musical russa, o espetáculo usa ma‑ nipulação de bonecos e téc‑ nica de teatro negro, sob a direção de Fernando Anhê. Um dos méritos da mon‑ tagem é apresentar para a garotada os sons de uma orquestra e os principais ins‑ trumentos musicais. Baseado

Texto Divulgação Fotos Fernando Anhê

PEDRO eo LOBO

em um antigo conto russo – sobre o menino valente que tenta capturar um lobo para salvar os bichos, seus ami‑ gos, na floresta, o composi‑ tor Sergei Prokofiev designou uma personalidade sonora para cada personagem ao criar a obra, em 1936. O passarinho é represen‑ tado pelo flautim; o gato, pelo clarinete; a pata, pelo oboé; o lobo, pelas trompas; os caçadores, pela percus‑ são (marimba); o avô pelo fagote; e Pedro, pelas cor‑

das. A base orquestral é pré­ ‑gravada; e o maestro Jamil Maluf narra em off a entrada de cada instrumen‑ to revelando aquilo que os liga aos personagens. Local: Teatro Folha Data: sábados e domingos até 15 de dezembro. Horários: 17:40h Sessão extra dia 15 de novembro Não haverá espetáculo no dia 12 de outubro Ingresso: R$30,00 Duração: 55 minutos Classificação indicativa: livre (3 anos) REVISTA GIRO SP | 87


KIDS

Texto Ana Carolina Monteiro Grasso*

Como entender um Tratado como patologia relacionada à dis‑ função global do desenvolvimento, o autismo é uma retenção psicológica que afeta a capaci‑ dade de comunicação, socialização e compor‑ tamento de um indivíduo. Para uma criança, o autismo pode representar diversas barreiras que, em fase de crescimento, tornam as difi‑ culdades exponencialmente maiores. A Giro SP entrevistou a psicóloga Ana Caro‑ lina Monteiro Grasso que, através de explana‑ ções bem elaboradas, explica como lidar com uma criança que possua essa característica tão marcante. Giro SP: Quais são as características que o autismo representa? Ana Carolina: O autismo é marcado por três características importantes: a dificuldade de comunicação (seja ela verbal ou não), dificul‑ dade de interação social e o aspecto restrito repetitivo e estereotipado dos comportamen‑

tos nos interesses e atividades. São encontra‑ das características assim desde o nascimento da criança, mas se tornam bem evidentes a partir dos dois ou três anos de idade. Giro SP: Como podemos identificar um indi‑ víduo autista? Ana Carolina: O autista não costuma fazer contato visual, seu olhar parece vazio e dis‑ tante; há pouca expressão facial, como au‑ sência de expressões de prazer ou dor; não teme perigos, é insensível à dor, tem alta sen‑ sibilidade a barulhos e ruídos; e também são avessos a afetos, carinhos, abraços e beijos. Giro SP: Uma criança tende a se comportar de diversas maneiras em sua fase pré­‑escolar. Como ter certeza de que tais características pertencem a um comportamento autista? Ana Carolina: Uma criança com autismo pos‑ sui grande tendência ao isolamento, além de não procurar entrar em contato, imitar ou cha‑ mar a atenção. Sua comunicação é restrita, não há tentativa em comunicar­‑se e a manifesta‑ ção de emoções, tais como alegria, prazer, sur‑ presa, tristeza, é ausente – somente a angústia costuma ser expressa. Não responde a ordens verbais e possui grande dificuldade em expres‑ sar suas necessidades. Ela também costuma fazer gestos repetitivos com as mãos e face. Giro SP: O que costuma interferir no dia a dia de uma criança autista? Como ela costu‑ ma reagir ao ambiente à sua volta?

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ma criança autista Com isso, a criança costuma repetir palavras, frases e músicas. Normalmente os sintomas de linguagem e a interação social na escola são os primeiros a chamar a atenção dos pais e professores, pois é na escolinha que a criança realiza seus primei‑ ros contatos sociais. É nesse momento que os professores detectam a alteração e costumam alertar os pais. A criança apresenta dificuldade de aprendizado, porém pode estar inserida no ensino regular, mas necessita de acompanha‑ mento individual, de um profissional especializa‑ Ana Carolina: Uma criança que possua au‑ tismo costuma captar mudanças no am‑ biente e em sua rotina como situações in‑ cômodas, reagindo de maneira negativa, surtindo efeito através de agressividade e hiperatividade. Também há a restrição de interesses, que é grande, costumando fazê­ ‑las brincar e reagir de maneira repetitiva a atividades e brincar com os mesmos obje‑ tos, não mostrando interesse por brinque‑ dos e jogos convencionais. Nas brincadeiras, a criança não fantasia, não simboliza, pre‑ fere lamber/comer a massinha de modelar, desmontar bonecas, empilhar livros etc. Giro SP: Como costuma ser a comunicação de uma criança com autismo? Quais sãos os aspectos que interferem em sua linguagem? Ana Carolina: A linguagem não aparece na idade habitual e quando aparece, notam­ ‑se particularidades, há um eco, ou seja, uma repetição imediata do que acabara de dizer. REVISTA GIRO SP | 89


KIDS

do para que lhe esteja assegurado o completo outras síndromes ou psicoses. Cabe ao médi‑ aprendizado dos conteúdos. co avaliar da melhor forma e eliminar outras doenças até mesmo físicas, como a surdez. Giro SP: O que os pais devem fazer, então, ao concluírem que seu filho tenha autismo? Quais Giro SP: Como é feito o tratamento dessa são os primeiros procedimentos que devem criança? ser tomados para concluir um diagnóstico? Ana Carolina: O tratamento psicológico é Ana Carolina: A intervenção e o diagnóstico particularizado, ou seja, é totalmente focado precoce são fundamentais, para que os pais para aquela criança em específico, é levado sejam orientados e a criança seja direcionada em conta o grau de comprometimento, as para o tratamento adequado. O diagnóstico é questões que necessitam ser trabalhadas clínico, não existe nenhum exame laboratorial e a disposição psicológica da criança e dos para comprovar o transtorno; ele pode ser re‑ pais. O tratamento psicológico é realizado em alizado por um pediatra, neurologista infantil, conjunto com a família, de preferência com a psiquiatra infantil, ou por psicólogos especiali‑ mãe, pois na maioria das vezes há um maior zados, porém, não é fácil fechar um diagnósti‑ contato diário com a criança e, muitas vezes, co de autismo, pois pode ser confundido com ela se sente mais mobilizada e angustiada 90 | REVISTA GIRO SP


frente à questão. Os pais são orientados em como lidar com a criança e também recebem apoio psicológico. Na terapia, são utilizadas técnicas mais regressivas, como o trabalho com água, terra e massa de modelar. Giro SP: Como podemos auferir o nível de Autismo? Como podemos cuidar para que as crianças se sintam confortáveis em seu dia a dia? Ana Carolina: O autismo é só uma parte da personalidade e, por ser criança, ela ain‑ da está se descobrindo e desenvolvendo­‑se, então não podemos medir suas capacida‑ des; devemos investir e acreditar no poten‑ cial dessa criança, facilitar a comunicação e

utilizar palavras simples, de fácil compreen‑ são, pois possuem um vocabulário limitado. E sempre priorizar e valorizar suas capacidades mais bem desenvolvidas. Giro SP: Como uma pessoa autista pode le‑ var sua vida? Ana Carolina: Na fase adulta, pode levar uma vida “normal” dentro de suas próprias li‑ mitações, consegue trabalhar e constituir fa‑ mília. Mas tudo isso depende muito do grau de comprometimento que o autista possui. A presença e o apoio da família durante a vida do autista é de grande importância para o seu desenvolvimento. Porém, a dificuldade de inte‑ ração sempre estará presente em algum grau e para isso, é de grande importância o acom‑ panhamento psicológico e fonoaudiológico, que servem para diminuir essas dificuldades.

Ana Carolina Monteiro Grasso é psicóloga graduada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e está Pós Graduando­ ‑se em Psicoterapia Junguiana. CRP 06/108458

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AONDE VOCÊ QUER IR HOJE?

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Shows O TEATRO MÁGICO Local: HSBC Brasil Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio Para compra de ingressos no local: de segunda a sábado, das 12h às 22h. Domingos e feriados: das 12 às 20h. Telefone: 4003 1212 hsbcbrasil.com.br/ingressorapido.com.br Datas: 15 e 16/11, às 22h Ingressos: de R$40 a R$300 DJAVAN Local: HSBC Brasil Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio Para compra de ingressos no local: de segunda a sábado, das 12h às 22h. Domingos e feriados: das 12 às 20h. Telefone: 4003 1212 hsbcbrasil.com.br/ingressorapido.com.br Datas: 08 e 09/11, às 22h Ingressos: de R$60 a R$240 SANDY Local: HSBC Brasil Rua Bragança Paulista, 1281 – Chácara Santo Antônio Para compra de ingressos no local: de segunda a sábado, das 12h às 22h. Domingos e feriados: das 12 às 20h. Telefone: 4003 1212 hsbcbrasil.com.br/i ngressorapido.com.br Data: 23/11, às 22h Ingressos: R$40 a R$180 YUSUF/CAT STEVENS Local: Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17955 – São Paulo. Para compra de ingressos no local: diariamente, entre 12 e 20h. Telefone: 4003 5588 credicard.com.br/premier.ticketsforfun.com.br Data: 16/11, às 22h; e 17/11, às 20h THIAGUINHO Local: Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17955 – São Paulo. Para compra de ingressos no local: diariamente, entre 12 e 20h. Telefone: 4003 5588 credicard.com.br/premier.ticketsforfun.com.br Data: 22 e 23/11, às 23h SARAH BRIGHTMAN Local: Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17955 – São Paulo. Para compra de ingressos no local: diariamente, entre 12 e 20h. Telefone: 4003 5588 credicard.com.br/premier.ticketsforfun.com.br Data: 28/11, às 21h30; e 29/11, às 22h NANDO REIS Local: Credicard Hall. Avenida das Nações Unidas, 17955 – São Paulo. Para compra de ingressos no local: diariamente, entre 12 e 20h.

Telefone: 4003 5588 credicard.com.br/premier.ticketsforfun.com.br Data: 06 e 07/12, às 22h Teatro AMOR, BRIGAS E NOVELA DAS 8 Local: Espaço Cultural Juca Chaves Rua João Cachoeira, 899 – Itaim Bibi Telefone: 3073 0044 compreingressos.com Data: 06/10 a 08/12; domingos, às 21h Ingresso: R$ 50 ROD HANNA ON BROADWAY Local: Teatro Bradesco Rua Turiassu, 2100 – 3º Piso Telefone: 3670 4111 ingressorapido.com Data: 25/11, segunda­‑feira, às 21h Ingresso: entre R$ 40 e R$ 160 FU YONG – A ETERNA FORTUNA NA MONTANHA SAGRADA Local: Teatro Bradesco Rua Turiassu, 2100 – 3º Piso Telefone: 3670 4111 ingressorapido.com Data: 27/11, quarta­‑feira, às 21h Ingresso: entre R$ 70 e R$ 180 TERÇA INSANA ESPECIAL DE FIM DE ANO Local: Teatro Bradesco Rua Turiassu, 2010 – 3º Piso Telefone: 3670 4111 ingressorapido.com Data: 03 e 04/12, às 21h Ingresso: entre R$ 40 e R$ 80 VESTIDO DE NOIVA Local: Teatro do Núcleo Experimental Rua Barra Funda, 637 – Barra Funda Telefone: 3259 0898 Data: Sexta e sábado, às 21h; domingo, às 19h Ingresso: R$ 30 A NOITE DAS TRÍBADES Local: Teatro Eva Herz Avenida Paulista, 2073 – Conjunto Nacional, 1º Piso Telefone: 3170 4059 Data: Sábado, às 18h; e domingo, às 19h Ingresso: R$ 50 TRIBOS Local: Teatro Tuca Rua Monte Alegre, 1024 – Perdizes Telefone: 3124 9600 Data: Sexta e sábado, às 21h30; domingo, às 18h Ingresso: R$ 60

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AONDE VOCÊ QUER IR HOJE? CAIS OU DA INDIFERENÇA DAS EMBARCAÇÕES Local: Instituto Cultural Capobianco Rua Álvaro de Carvalho, 97 – Centro de São Paulo Telefone: 3237 1187 Data: Sábado e domingo, às 20h Ingresso: R$ 30 CONTRAÇÕES Local: Centro Cultural Banco do Brasil Rua Álvares Penteado, 112 – Centro de São Paulo Telefone: 3113 3651 Data: Segunda, às 20h; Sábado, às 17:30h e às 20h; e domingo, às 18h Ingresso: R$ 10 A MULHER DO TREM Local: Espaço dos Fofos Rua Adoniran Barbosa, 151 – Bela Vista Telefone: 3101 6640 Data: Segunda e Domingo, às 20h; e sábado, às 21h Ingresso: R$ 30 TEM ALGUÉM QUE NOS RODEIA Local: Teatro Augusta Rua Augusta, 943 – Consolação Telefone: 3151 4141 Data: Quarta e quinta, às 21h Ingresso: R$ 30 Bares AMIGO LEAL Local: Rua Amaral Gurgel, 165 – Vila Buarque Contato: 3223 6873/amigoleal.com.br De segunda a quinta, das 16h à 0h; Sexta, das 16h à 1h; Sábado, das 12h à 0h Formas de pagamento: cartões de crédito, débito e dinheiro Capacidade do local: 100 pessoas BAR BRAHMA Local: Avenida São João, 677 – República Contato: 3367 3601/barbrahmaso.com De segunda a sábado, das 11h às 3h; e domingo, das 11h à 0h Formas de pagamento: cartões de crédito, débito e dinheiro Capacidade do local: 610 pessoas BAR LÉO Local: Rua Aurora, 100 – Santa Efigênia Contato: 3221 0247/barleo.com.br De segunda e terça, das 11h às 20h30; de quarta a sexta, das 11h às 21h; sábado, das 10h às 18h Formas de pagamento: cartões de débito, crédito e dinheiro Capacidade do local: 70 pessoas BAR DO NICO Local: Rua Moreira e Costa, 538 – Ipiranga Contato: 2273 4811/bardonicochoperia.com.br 94 | REVISTA GIRO SP

De terça a sábado, das 12h à 0h; domingo, das 12h às 16h Formas de pagamento: cartões de débito, crédito e dinheiro Capacidade do local: 200 pessoas BIRRERIA LA LEGIONE Local: Avenida do Cursino, 111 – Saúde Contato: 2935 6669 De terça a quinta, das 18h à 0h; sexta e sábado, das 18h à 1h Formas de pagamento: cartões de débito, crédito e dinheiro Capacidade do local: 50 pessoas Restaurantes ARTESANAL Local: Rua Itapura, 787 – Vila Gomes Cardim Contato: 2293 6162/2093 8812/artesanalpizzabar.com.br De segunda a quinta e domingo, das 18h à 0h; sexta e sábado, das 18h à 1h Capacidade do local: 130 pessoas Preço: até R$ 70 BABBO GIOVANNI Local: Rua Cardoso de Almeida, 407 – Perdizes Contato: 3825 4336/babbogiovannipizzaria.com.br De segunda a quinta, das 11h às 15h e das 18h à 0h; Sexta, das 11h às 15h e das 18h à 1h; Sábado, das 11h às 15h30 e das 18 à 1h; Domingo, das 11h30 às 15h30 e das 18h à 0h Capacidade do local: 180 pessoas Preço: até R$ 70 BRASCATTA Local: Rua Passo da Pátria, 1685 Contato: 3648 5898/brascatta.com.br De segunda a quinta, das 11h30 às 15h e das 18h às 23h30; Sexta, das 11h30 às 15h e das 18h à 0h30; Sábado, das 18h às 0h30; e Domingo, das 18h às 23h30 Capacidade do local: 156 pessoas Preço: até R$ 70 ACARAJÉ DA DONA INÊS Local: Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1144 – Vila Medeiros Contato: 2982 1243 De terça a sexta, das 12h às 22h; Sábado, das 12h às 23h; Domingo, das 12h às 17h Capacidade do local: 60 pessoas Preço: até R$ 70 BANANA VERDE Local: Rua Harmonia, 278 – Sumarezinho Contato: 3814 4828/bananaverde.com.br De terça a sexta, das 12h às 15h30 e das 19h às 23h; Sábado, das 12h às 16h30 e das 19h às 23h; Domingo, das 12h às 16h30 Capacidade do local: 62 pessoas Preço: até R$ 70 GOA Local: Rua Cônego Eugênio Leite, 1152 – Pinheiros Contato: 3031 0680/3097 9536/goavegetariano.com.br De terça a quinta, das 12h às 15h30; Sexta, das 12h às 15h30 e das


19h30 às 23h30; Sábado, das 12h às 16h30 e das 19h30 às 23h30; Domingo, das 12h às 16h30 Capacidade do local: 70 Preço: até R$ 70 PULEIRO Local: Rua Domingos de Morais, 2147 – Vila Mariana Contato: 5082 2362/puleiro.com.br De segunda a quinta, das 11h às 16h e das 18h às 23h30; Sexta, das 11h às 16h e das 18h à 0h; Sábado, das 11h à 0h; Domingo, das 11h às 23h30 Capacidade do local: 176 pessoas Preço: R$ 70 VANDIER CASA DE GASTRONOMIA Local: Alameda Lorena, 558 – Jardim Paulista Contato: 3057 2987/3884 4469/viandier.com.br De segunda a sábado, das 12 às 16h Capacidade do local: 40 pessoas Preço: até R$ 70 Exposições ALDO BONADEI Galeria Almeida e Dale Local: Rua Caconde, 152 – Jardim Paulista Contato: 3887 7130 De segunda a sexta, das 9h às 19h; sábado, das 10h às 13h

ARTE NO BRASIL: UMA HISTÓRIA DO MODERNISMO NA PINACOTECA DE SÃO PAULO Estação Pinacoteca Local: Rua General Osório, 66 – Santa Efigênia Contato: 3335 4990 De terça a domingo e feriados, das 10h às 18h EXPOPROJEÇÃO 1973 – 2013 Sesc Pinheiros Local: Rua Paes Leme, 195 – Pinheiros Contato: 3095 9400 Ter – Sex, das 10:30h às 21:30h; Sáb, dom e feriados, das 10h30 às 18h30 LASAR SEGALL – 50 OBRAS DO ACERVO Museu Lasar Segall Local: Rua Berta, 111 – Vila Mariana Contato: 2159 0400 De segunda, quarta, domingo e feriados, das 11h às 19h SEBASTIÃO SALGADO – GENESIS Sesc Belenzinho Local: Rua Padre Adelino, 1000 – Quarta Parada Ter – sáb, das 10h às 21h; Domingos e feriados, das 10h às 19h30 SP URBAN DIGITAL FESTIVAL Centro Cultural Fiesp – Ruth Cardoso Local: Avenida Paulista, 1313 – Bela Vista Todos os dias, das 20h às 6h

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