L d 54 a babel dos leds

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R$ 19,20

Museo Chileno de Arte Precolombiana, Santiago (Chile) 1 e mais: Eataly, SĂŁo Paulo (Brasil) | Victoria Theatre, Singapura | Grand-Place, Bruxelas (BĂŠlgica)


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LIGHTFAIR 2015: BABEL DOS LEDS E A BUSCA PELO VERMELHO Texto: Gilberto Franco e Thiago Gaya | Fotos: divulgação

Foi realizada entre os dias 3 e 5 de maio a 26ª edição da Light Fair International, evento que se alterna anualmente entre a costa leste e oeste dos estados Unidos. Após duas edições na Filadélfia, a tradicional conferência norte-americana retornou a Nova York e bateu recorde de público e expositores. Vinte e nove mil e novecentas profissionais de 89 países puderam conferiram as novidades apresentadas por 600 empresas distribuídas em 25.000 m2 de área de exposição. Ao que tudo indica, a busca pela eficiência do LED já atingiu a zona de conforto. Já deixou para trás, e com folga, a barreira dos três dígitos quando se tratam de lumens por watt. E os preços internacionais continuam a cair. Uma das consequências boas é que se começa a ver mais e mais fabricantes procurando nichos alternativos de mercados, investindo, por exemplo, na busca pela excelência de cor, cada um buscando suas próprias ferramentas, com resultados muito interessantes. A SORAA, por exemplo, ao desenvolver o substrato do LED no mesmo material do semicondutor (GaN) – mesmo sendo este um material dispendioso – aposta nos benefícios dessa tecnologia, dentre eles a possibilidade de se concentrar uma maior emissão de luz por área, o que permite precisões ópticas nunca antes alcançadas. Permite, também, uma maior extensão do espectro de luz do LED, que passa

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a ser praticamente idêntico ao da luz natural – mais rico em violetas, cianos e vermelhos do que o LED tradicional. Esse aperfeiçoamento tornou o produto bem mais atraente como alternativa real para lâmpadas halógenas, entrando, inclusive com certa tranquilidade, no mercado residencial e de museus – mercados especializados, onde a questão da qualidade é primordial em relação à do custo. Uma aposta da empresa é que, ao se conseguir aumentar a quantidade de emissão luminosa por área do semicondutor, conseguirão reduzir a matéria-prima empregada, relativizando, portanto, seu custo, e tornando seus produtos mais e mais competitivos. Outra vantagem dos LEDs SORAA é a variedade de filtros que os acompanha, tanto para se trabalhar as aberturas de fachos como as temperaturas de cor, ou, ainda, a combinação de ambos, o que amplia muito seu poder de alcance em diversas aplicações (foto 1). A GE, por sua vez, apostou na invenção (e patente) de novos fósforos, voltados especificamente para a produção do vermelho – uma das cores que ainda faz falta nos LEDs tradicionais. Segundo pesquisas realizadas por especialistas da empresa, um certo“exagero” nos vermelhos, mesmo que além do que exigido pelos critérios convencionais de reprodução de cores, seriam preferíveis aos usuários, particularmente no mundo do merchandising. E demonstram isso com

displays comparativos contendo roupas multicores, onde é visível a preferência dos usuários pelo display que contém esse novo LED, frente ao outro com o LED comum. Trata-se da tecnologia TriGain. A Nichia, por sua vez, investe na precisão, eficiência e redução do custo de seus produtos, sem dar tanta importância à continuidade do espectro, já que, argumentam seus pesquisadores, não haveria necessidade de se preencher tão homogeneamente o espectro de emissão do LED. Afinal, o olho humano possui apenas três receptores de luz e “compensa” perfeitamente as lacunas. Em contrapartida, estão oferecendo comercialmente LEDs com inacreditáveis 200lm/W, sempre mantendo uma precisão de binagem de 3 steps de McAdam – o que garante mínima variação de tonalidade entre LEDs dessemelhantes (foto 2). Apostam, em suma, no LED como uma commodity a ser produzida em escala mundial e para o maior número possível de segmentos. Em paralelo, lighting designers, ansiosos por descobrir seus próprios critérios de preferência nessa Babel, promovem pesquisas, visando jogar “luz” sobre a questão da reprodução de cores e das tonalidades. É o caso de Kevan Shaw, que submeteu para análise diferentes temperaturas de cor e IRCs sobre obras de arte de características diversas, envolvendo como “cobaias” estudantes, museólogos, diretores de museus, curadores e lighting designers. Cada participante da pesquisa ficou encarregado de analisar quais combinações de temperaturas de cor e IRCs, em sua visão pessoal, reproduziriam melhor diferentes tipos de pinturas. Os resultados, ainda não definitivos, foram apresentados em uma palestra durante o congresso que ocorre paralelamente à Feira; a pesquisa pode ser vista no endereço www.kevan-shaw.com/blog/comments/ kslds_led_preference_experiment

Colimadores de Silicone A Dow Corning fez uma aposta nova nesta Feira, lançando a tecnologia do silicone agora aplicada a colimadores de LEDs (foto 5), em substituição ao tradicional metacrilato. A grande vantagem do material, segundo eles, é permitir uma moldagem em formas novas, com curvaturas reversas, impossíveis de se obter com o material antigo, e que, por sua vez, permite que os colimadores evitem todo escape de luz em ângulos indesejados, aumentando, portanto, o aproveitamento de luz no facho e evitando ofuscamentos.

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LED Drivers Com a evolução, dos LEDs outro componente passa a protagonizar a cena da iluminação: os drivers. Dentre as soluções apresentadas na Feira, chama a atenção a linha EcoSystem H-Series da Lutron (foto 3), que permite uma dimerização livre de flicker e de problemas de compatibilidade entre controle e luminárias. Os controles permitem dimerização gradual até 1%, eliminando o “solavanco” final, muito comum na dimerização dos LEDs, e criando uma experiência semelhante à de uma incandescente.

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Flexibilidade e interatividade As questões físicas e químicas roubaram a cena na Feira, cujo foco foi realmente o componente LED. As luminárias ficaram em um segundo plano. No entanto, cabe destacar a OminiPoint da Osram (foto 4), vencedora do prêmio Produto Mais Inovador do Ano, conferido pela Lightfair. Um downlight de LED desenvolvido para aplicações que exigem flexibilidade, particularmente merchandising. O conjunto de LEDs, fixados em toda a superfície da calota interna da luminária, é controlado por meio de um dispositivo wireless e aplicativo Android, e pode ser acendido alternadamente, determinando, assim, a orientação, abertura, forma e distribuição do facho de luz. 5

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