Revista Livro Zero numero 3 - Forum do Campo Lacaniano SP

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Lacan aponta que, no grafo, a direção das setas mostra a ruptura e não a supressão da hierarquia. Ele acrescenta que a demonstração ficará por conta da experiência a ser recolhida. Na segunda versão da "Proposição" consta que o AME se constitui pelo fato de “a Escola o reconhecer como psicanalista que comprovou sua capacidade. É isso que constitui a garantia proveniente da Escola, destacada desde o começo. Sua iniciativa compete à Escola, na qual é admitido com base em um projeto de Trabalho e sem consideração para com a proveniência nem para as qualificações” (LACAN, 1967b/2003, p. 249). Desde já, apontamos que a “capacidade” não nos parece ser uma “aptidão”. Notadamente, em 1967 o AME está no lugar do sintoma, em contraposição à alteridade indicada para o AE. Sintoma como significado que retorna do Outro, qual uma mensagem invertida. Sintoma que se interpõe entre o fading do sujeito e a prova pela castração que se localiza nesse momento como “[-φ]”, articulando as versões do objeto a: [$◊a]. Trata-se da escrita do fantasma que antecede – logicamente –, no grafo, à escrita do sintoma. Essa prova pela castração é concomitante da queda do Sujeito suposto Saber e da destituição subjetiva. Lacan logo se preocupa com os enunciados que passarão no dispositivo sobre esse des-ser, no que refere à destituição subjetiva.

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