TEORIAS DE APRENDIZAGEM

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30 Aprendizagem combinatória Acontece quando a nova idéia não está hierarquicamente acima nem abaixo da idéia já existente na estrutura cognitiva à qual ela se relacionou de forma não-arbitrária e lógica. A nova idéia não é exemplo nem generalização daquilo que se usou como âncora para ela na estrutura cognitiva do indivíduo. Esta âncora é necessária para que se possa estabelecer uma aprendizagem de fato significativa. Um exemplo deste tipo de aprendizagem é o caso do uso de metáforas. As novas idéias, mesmo que não se tenha feito todas as pontes possíveis com as idéias já existentes na estrutura cognitiva do indivíduo, podem progressivamente ir se interconectando umas com as outras, através do trabalho intelectual consciente do indivíduo, que busca e estabelece estas relações ( reconciliação integrativa). Fatores internos para a aprendizagem significativa A disposição do indivíduo em aprender significativamente é o principal fator. Podem ser divididos em duas classes: 1. Fatores cognitivos Existem três fatores relativos à estrutura cognitiva do indivíduo e que devem ser considerados no processo ensino-aprendizagem: a) A existência de idéia (s) âncora (s) à (s) qual (is) pode se conectar, por subordinação, superordenação ou de forma combinatória, uma nova idéia que se deseja ensinar. b) A extensão em que a tarefa que se deseja assimilar é discriminável das idéias que lhe servirão de âncora. Ou seja, pode acontecer de as idéias que se usam como base a partir das quais as novas idéias serão internalizadas, e estas novas idéias, serem muito próximas para o aprendiz, de modo que ele pode misturá-las, confundi-las ou reduzir uma a outra. c) A clareza e a firmeza das idéias que servirão como âncoras determinam o nível e a estabilidade do aprendizado da nova idéia. Caso aquilo que se utilizou como âncora não seja suficientemente “sólido” para o aluno, pode acontecer que âncora e ancorado se percam ou não se discriminem de forma adequada. 2. Fatores afetivo-sociais O mais relevante é a disposição do aluno para aprendizagem significativa. Mesmo que o material (ou a aula) seja potencialmente significativo para o estudante, ele pode optar por simplesmente decorá-lo (aprendizado mecânico). Vários fatores podem levar o estudante a este tipo de postura, desde o fato de estar acostumado com aulas e avaliações que exigem respostas idênticas a um gabarito pouco flexível e alheio às suas características individuais (como maturidade matemática e estilo de redação), até o fato de não ter tempo, estímulo ou material adequado para uma aprendizagem significativa. 3. Fatores externos para aprendizagem significativa Nesta classe se enquadram os fatores sobre os quais os professores têm acesso e podem manipular “livremente” de modo a propiciar as melhores condições possíveis para que os alunos possam aprender significativamente. São denominados fatores externos, porque estão relacionados a condições exteriores ao aluno (aula, material instrucional,...) que caracterizam o ambiente escolar/ acadêmico, no qual ele está inserido. Diz-se que a aula e o material instrucional de apoio são potencialmente significativos, quando, satisfeitas as condições internas, este material possibilita a aprendizagem significativa do aluno. Para tal, condição indispensável a ser obedecida é que as novas idéias sejam propostas de maneira não-arbitrária, fazendo-se referência lógica e clara com idéias âncoras já presentes na estrutura cognitiva do estudante.


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