design não solicitado

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12 passos para um design não solicitado (adaptado do texto original de Rory Hide ‘Unsolicited Architecture’)

1. Não espere o telefone tocar: tome a iniciativa. Arregace as mangas e crie você mesmo projetos e oportunidades de atuação. Aqueça o mercado de trabalho produzindo demanda para sua expertise profissional. Ensaie sem pressão e pratique sem finalidade comercial imediata. Lembre-se: existem muitas formas de recompensa, o dinheiro é apenas uma delas. 2. Proponha um problema, é a melhor solução. Designer, olhe em volta: o mundo precisa de você. Encontre desafios nas ruas, nos meios de transporte, no supermercado, nos serviços públicos, nas áreas de lazer. Podem ter um caráter social, ecológico, financeiro ou outra questão relevante. 3. Torne-se um especialista, assim é o conhecimento. Aprenda o quanto for possível sobre o problema. Leia livros, fale com formadores de opinião, consulte pesquisadores de outras áreas, vá as ruas e converse com quem é diretamente afetado por ele. Desenvolva sinapses e crie embasamento para lastrear sua abordagem. Sobretudo, aprenda a escutar. 4. Elabore seu próprio briefing: você é independente. Agora você tornou-se um especialista e sabe como atacar o problema. Lembre-se: a solução talvez dependa de muitos outros fatores, mas certamente o design terá um papel importante nesse processo - já que envolve planejamento, organização e otimização de recursos.

5. Desenhe sua proposta, talvez não seja um produto. Crie uma proposta que aborde o problema. Não se limite a restrições conservadoras de planejamento ou mesmo profissionais. Faça o que tiver que ser feito, sem pensar em um produto ou uma solução convencional.

9. Apresente suas ideias. Propostas parciais funcionam. Reúna todo seu trabalho em uma apresentação que descreva tanto o problema quanto a solução proposta. Ainda que seja uma solução parcial, vai ajudar a organizar seu ponto de vista e funcionará como algo em que pode se apoiar para agir.

6. Controle os dados e (con)vença no final. Dedique-se a coletar o máximo de informação acerca da viabilidade econômica de sua proposta. Compare os custos de implementação do seu projeto com o retorno que pode gerar, com os gastos que pode evitar ou com o valor agregado que proporciona. Use a matemática a seu favor.

10. Consiga apoio: demonstre a urgência de sua proposta. Divulgue seu projeto nos meios de comunicação que dispõe. Evidencie os benefícios que sua proposta pode gerar e apresente o caráter urgente de sua ideia. Como você estará se posicionando frente a uma questão importante por um viés não comercial o apoio deverá vir mais facilmente.

7. Junte-se a outros, vá atrás de boas cabeças. É natural que você precise de ajuda, sobretudo na hora de implementar a sua proposta. Não tenha medo de pedir. Encontre outras pessoas que estejam trabalhando com o mesmo problema, não importa se as ideias ou áreas de atuação sejam distintas da sua.

11. Tire da gaveta: procure parceiros e investidores. Agora que você tem todas as respostas é hora de colocar sua proposta em prática. Encontre parceiros para viabilizar seu projeto: pode ser o poder público, um investidor do setor privado ou procure meios de financiamento coletivo. Faça com que seus parceiros participem da transformação e também tenham crédito pela ideia.

8. Encontre uma brecha, aproveite o timing. É possível que sua proposta tenha que ir contra o status quo para que possa ser realizada. Procure brechas e oportunidades, assim você estará desenvolvendo mecanismos de atuação que ninguém vislumbrou antes. O timing de um projeto responde por boa parte de seu sucesso e aceitação.

12. Volte ao passo 2: encontre um novo problema. Agora que você tomou gosto por ações concretas e relevantes para a sociedade, é tempo de sair e encontrar outro problema a ser abordado. Contamine as pessoas a sua volta com esse espírito de colaboração e participação social. Multiplique-se!


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