EM Curitiba 04

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EDIテァテグ 04 ABRIL 2015

CURI TIBA

MODA cultuRA nOivAs

teatro


EDITORIAL

MERDA (!) Longe de querer te ofender, apenas explicamos que a expressão é um tipo de “boa sorte”, num linguagem cênica - por assim dizer. Sorte para encarar as páginas que se seguem, afinal, uma imersão está preste a acontecer. Neste momento, encaramos a vida como um monumental ensaio aberto, em que as falas – já não ensaiadas – nos fogem o tempo todo. Foi assim que produzimos a quarta edição da revista EM Curitiba. Por mais determinadas que fossem as ações, a improvisação foi quem coordenou. Mas, os bons atores que participam desta empreitada, conduzirão a plateia em sua interpretação. Em meio à efervescência teatral pela qual passamos a esta época do ano, não haveria tema mais propício a se discutir do que todos os desdobramentos possíveis da arte cênica nas categorias de nossa querida revista. Por aqui, também mudamos alguns personagens. Uns saem dos palcos para ocupar a plateia, outros fazem sua grande entrada na construção de uma nova cena que se chama: 2015. Sim, teremos muitas novidades durante o ano na produção, não apenas da revista EM Curitiba, como também dentro do portal EVEN MORE e do ANUÁRIO DAQUI. Mas, hoje, é dia de falar de roupa, maquiagem, filme, livros e festas de uma forma totalmente diferente. Os caminhos pela qual a moda pode se enveredar na produção artística, o intercâmbio das técnicas de maquiagem cênica para o nosso cotidiano, a inspiração da arte na produção de festas e as histórias mais deliciosas – dignas de roteiro; serão algumas das coisas que você encontrará dentro das próximas páginas. Isso, além de falar daquele que é o estopim do assunto nesta época do ano: o Festival de Curitiba. Por isso, fique atento. O terceiro sinal já soou, a plateia está instalada e as cortinas vão se abrir para que você, leitor, se delicie nestas páginas inspiradas numa das artes mais antigas produzidas pela humanidade: o Teatro.



EXPED IENTE

#4 Bruna Cardinale (Mega Model Sul) fotografada por Mariana Quintana Beleza: Lilian Marchiori

Diretora de Redação: CARMELA SCARPI (carmela@evenmore.com.br) Diretora Executiva: HARRIETE SCARPI Projeto Gráfico e Diagramação: Lizi Sue Redação: CARMELA SCARPI, BEATRIZ MATTEI, MONIQUE BENOSKI, RENATA ORTEGA. Colaboradores: KELLI GIORDANO, LILIAN MARCHIORI, MARIANA QUINTANA, MEGA MODEL SUL (MEI WELLER). Revisão: CARMELA SCARPI A revista digital EM Curitiba é uma publicação produzida pela equipe do grupo Even More. Todos os direitos são reservados. É proibida a reprodução de qualquer tipo de conteúdo sem a autorização prévia e por escrito. Todas as informações técnicas, bem como anúncios e opiniões expressados, são de responsabilidade dos autores que estes assinam. Serviço de atendimento ao consumidor: contato@evenmore.com.br Anúncio e Publicidade: contato@evenmore.com.br



SUMÁRIO

MODA 10

O Figurino da Plateia

14

Diga-me o que vestes, e te direi quem és

22

Caracterização Cênica

30

Máscaras


CULTURA NOIVAS 46

68

50

74

52

52

Dos Palcos Ă s telas O Manoel o Carlos e o Karan Terceiro Sinal

Foi assim que aconteceu Os roteiros de uma vida

ENTREVISTA Sob Medida



MODA


MODA

Imagem Divulgação

O FIGU DA PL

10

CURITIBA


URINO ATEIA Um dress code descomplicado para assistir a uma peรงa de teatro

por Carmela Scarpi

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MODA

“Conforto é o que as pessoas buscam hoje”. E foi assim que a consultora de imagem, Laurize Ruzza, começou sua avaliação para esta matéria. Numa rotina cada vez mais intensa de trabalho, compromissos e – por que não – eventos sociais; o grande desafio diário é compor roupas com elementos individuais que se adaptem a diferentes momentos ao longo de um dia, sem tirar sua atenção pela falta de comodidade. Há quatro anos no ramo da moda, Laurize não só presta consultoria como é proprietária de uma loja multimarcas, onde procura aconselhar suas clientes dentro desta proposta. “Não existe mais o paradigma da roupa para sair e roupa para trabalhar. O que manda é a versatilidade, a moda está muito assim. A adequação depende de elementos individuais e saber como trabalhá-los”, define. Para trabalhar este conceito, de easy chic, Laurize aceitou o desafio de sugerir três diferentes composições para ir ao teatro – conforme a peça e horário. Num espaço tão democrático, é claro, o estilo e a personalidade são quem determinam. Mas, às vezes, as possibilidades infinitas dificultam as escolhas e, como ninguém resiste a uma dica de moda, seguem as escolhas da consultora:

PeÇA ANTeS DAS 18H “É uma ocasião à tarde. Você, provavelmente, estará em algum compromisso, ou sai de um almoço e vai direto para o teatro, por exemplo. O preto e branco facilita na opção por outra cor, afinal ele combina com qualquer uma - tanto forte, como mais sóbria. E, quando você opta por uma cor viva, ela acaba por realçar o preto e branco, o que deixa o visual ainda mais sofisticado. A calça tem uma referência mais oriental nos desenhos, com toque indiano, que, inclusive, é uma tendência forte para o inverno. O tecido leve da calça misturado com um possível tricô da cor da regata darão um contraste bacana, despojado.” 12

CURITIBA


PeÇA DePOIS DAS 18H “Essa é uma proposta mais folk - uma tendência forte de hoje, inspirada no estilo musical que mescla elementos folclóricos com referências do rock. Nessa composição, você pode incluir também um item bem clássico, como um colar de pérola, mas na cor preta, para ficar mais atual e compor bem a roupa. É uma ocasião em que você está com uma regata de seda, uma saia básica na mesma cor, joga um quimono que está em alta também - e um colar de pérola. Uma mistura de peças neutra, mas com um elemento de destaque nos mesmos tons. É uma roupa sofisticada, que você vai do dia à noite, tranquilamente.”

COQUeTel De lANÇAMeNTO OU ÓPeRA “O vestido é legal para uma ocasião à noite, por que o azul escuro com a renda remete a um glam noturno. Como é um teatro, o comprimento dele não é nem midi, nem mini. Ele fica numa altura confortável, o que te deixa bem vestida, independente da idade. Tem a sobreposição da renda para dar o glamour, o que o torna um vestido coringa para uma ocasião noturna. Uma ópera, ou uma peça que exija um traje mais refinado. O paletó dá um contraste entre o vestido e o casual, compondo o que chamamos de casual chic, ou easy chic. Também é de um tecido confortável, que não amassa.”

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Diga-me o que vestes,

e te direi quem és

O papel do figurinista na criação de um personagem por Carmela Scarpi ilustrações: Gustavo Krelling

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MODA

Para construir um personagem é preciso traçar sua personalidade. No teatro, além de trejeitos, voz; a caracterização é passo fundamental no convencimento sobre aquela pessoa que nasce. E, vestir alguém que supostamente ainda não existe, não é tarefa fácil. O profissional de figurino, que assina a exteriorização de uma nova criatura, é peça chave para trazer união a todo o contexto cênico, dialogando constantemente entre a arte e a moda.

E esta permeabilidade entre diferentes

ele repensou e transferiu seus estudos

campos de atuação reflete também na

para Curitiba, onde continuou na faculdade

origem

figurino.

de Artes Visuais. Mas, foi o contato com

Gustavo Krelling, por exemplo, teve seu

os professores de Música o que abriu suas

primeiro contato com o trabalho aos 14

portas para a atual participação nas óperas

anos, numa peça da companhia da qual

da cidade, sendo que, este ano é um dos

participava em sua cidade natal, Jaraguá do

selecionados para participar da Quadrienal

Sul – SC. Essa paixão que nascia, somada

de Praga (veja o Box).

ao fascínio pelo carnaval brasileiro, o levou

“Eu gosto mais de trabalhos que têm inclinação à fantasia. Mas já fiz peças com roupas mais ‘normais’, revela Gustavo.”

dos

profissionais

de

ao Rio de Janeiro onde iniciou seus estudos em Indumentária na UFRJ. De lá para o estágio no barracão da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, foi um passo. Sua experiência durou de 2006 a 2013, mesmo depois que já havia se mudado para Curitiba. “Tive um aprendizado muito grande, porque [no barracão] você lida com marceneiro, pintor, escultor. E fora que a necessidade do nosso trabalho é constante”, comenta. Pela pouca idade e a falta de adaptação, 16

CURITIBA

Figurino confeccionando por Gustavo Krelling para a ópera La Didon


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fotografia: Mariana Kaminski

MODA

Já Isbella Fonseca, veio pelo cominho

de assistente para produtora de figurino e,

contrário. Estudante do curso de Moda

daí, para figurinista, propriamente. Hoje,

da Faculdade Estadual de Santa Catarina,

trabalha por conta própria e seu forte está

ela queria habilitar-se em estilismo, porém,

na área de cinema e publicidade, muito

quando se deparou com as questões

embora esteja envolvida com uma nova

mercadológicas que envolviam a profissão,

peça que está prevista para estrear em

decidiu procurar novos caminhos. Mesmo

maio chamada, Urubu Comum - direção de

dentro da universidade, ela chegou a

Carolina Meinerz.

trabalhar com o figurino de peças do curso de teatro.

Para Isbella e Gustavo o mercado é algo a se observar. Apesar de existir uma

Mas, foi quando se mudou para Curitiba

frenquência de trabalhos, quando se trata

que começou a trabalhar como assistente

de teatro as verbas são curtas e muitas

neste ramo do figurino mesmo. Construindo

vezes o que determina é a improvisação.

sua carreira dentro da empresa, ela passou

“Você tem que se virar, uma vez fiz uma

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CURITIBA


ópera do período barroco e não havia

disposição são elementos indispensáveis.

verba para as perucas, então fiz de rolinhos

“Às vezes, ninguém precisa compreender.

de papel higiênico, você acaba trabalhando

As pessoas podem não ter esse acervo,

com materiais alternativos.”, conta Gustavo.

mas você precisa ter, porque então você

Na questão de procedimento, ambos

é capaz de fazer colagem e fruir questões

concordam que o melhor desta área é a

para trabalhar. Você consegue justificar

possibilidade de construção do personagem.

sua referência” explica Krelling. “Ter um

Desde as conversas com diretor, atores e

conhecimento de história da moda é

iluminação. Cada detalhe deve ser pensado

importante. Por que é uma amarração

para transmitir o que se deseja. “Gosto de

que você faz errado, já desconstrói a

participar dos primeiros ensaios, pois é

mensagem”, comenta Isbella.

quando você vê os atores se interagirem, é legal pegar isso para perceber a cadeia em que eles estão entrando. É uma troca dos dois lados. Porque o ator também tem a construção do personagem, então tem que ter o diálogo.”, conta Isbella. A partir destes detalhes que se constrói a proposta. Se será um caso de desenho e confecção das peças, ou de busca em brechós e lojas. “Eu gosto mais de trabalhos que têm inclinação à fantasia. Mas já fiz peças com roupas “normais”. Fiz um no presídio do Ahú que tinha uma inspiração na ditadura. Já fiz óperas em que o figurino era com roupas de dia a dia – para transformar em uma coisa mais contemporânea”, revela Gustavo. Independente do caminho, a pesquisa e WWW.EVENMORE.COM.BR 19


MODA

O mercado

publicitário Apesar das dificuldades financeiras e a grande crítica pela falta de reconhecimento do trabalho de figurino, principalmente em editais públicos, o mercado não se restringe ao teatro. Para além do cinema, inclusive, a grande demanda por figurinistas está na área da publicidade.

Adriana Vaini, por exemplo, sempre atuou

quis assumir a assinatura de trabalho

no segmento, que tem suas vantagens

sozinha, pelo tamanho da responsabilidade

e desvantagens em relação à criação

envolvida. O procedimento nesta área é: “a

propriamente. Para ela, é o lugar em que o

produtora te contrata como freelancer, e

trabalho de figurino não tem romantismo

faz uma reunião com todo mundo, diretores

algum. “Eu comecei a trabalhar com

e clientes. Nela falamos dos personagens,

figurino em 2007/08, quando eu conheci

como eles serão, quais cores devem ser

uma figurinista daqui e no dia seguinte fui

usadas, etc. Depois te pedem uma pesquisa

para o set como assistente”, conta Adriana.

de referências, em cima da personalidade

Sempre atuando em dupla, ela nunca

do personagem. Você faz uma pasta, envia

20

CURITIBA


e vai afinando a ideia com essas pesquisas. Isso com cada um dos personagens da campanha”, explica.

Quadrienal de Praga

Essa vida, inclusive, foi o que levou Adriana a ter hoje, seu próprio negócio.

Realizada a cada quatro anos, a

“O brechó surgiu porque comecei e ter

Quadrienal de Praga (PQ) é o maior

um acervo de roupas que não podíamos

evento de cenografia do mundo.

devolver. Daí que tive a ideia e, tempos

Realizada desde 1967, ela surgiu após

depois, ela veio a se concretizar”. Hoje,

o sucesso da exposição de František

exclusivamente com o brechó, ela percebe

Tröster, na Bienal de Artes de São

que a vida corrida de produtora de figurino

Paulo, em 1959. A mostra contava a

na área publicitária tem que ser encarada

história da evolução da cenografia na,

com muita paixão e vontade. “É uma vida

então, Tchecoslováquia. Nos três anos

de uma semana que vale por um mês”.

seguintes a mostra se manteve, o que

Seja no ritmo frenético da publicidade ou

levou à idealização de um evento

das dificuldades orçamentárias do teatro/

fixo para divulgar trabalhos de artista

cinema, a questão está na capacidade do

envolvidos no teatro.

profissional de se renovar a cada trabalho.

O prêmio mais importante é a Triga

Afinal, novos personagens pedirão novas

de Ouro, entregue à melhor exposição.

pesquisas, e as roupas que lhe couberem

Prêmio este conquistado pelo Brasil

deverão ser pensadas a cada roteiro.

na última competição, em 2011 e, anteriormente, em 1995. Com foco na cenografia, uma das categorias disputadas é a de melhor figurino, em 2014 Gustavo Krelling e José Miguel Marcarian estão na competição, que será realizada entre 18 e 28 de junho na capital da República Tcheca.

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MODA

caracterização

CÊNICA

A MAQUIAGeM É PARTe DA UNIDADe TeATRAl, e, MUITAS VezeS, SUAS TÉCNICAS PODeM INFlUeNCIAR UM MUNDO PARA AlÉM DAS CORTINAS. por Carmela Scarpi

fotografia: Mariana Quintana 22

CURITIBA


Personagem. A própria palavra transporta

vídeo e fotografia.

quem lê a alguém que é criado. Um ator, que

Com toda a experiência no ramo, Lilian

interpreta um personagem, é alguém que

admite que a maquiagem muitas vezes

constrói uma pessoa fictícia. E, no teatro

é deixada a cargo dos próprios atores.

principalmente, parte desta construção é

Tanto por conta da facilidade de acesso

vista através da maquiagem.

aos materiais e à informação, quanto pela

A caracterização cênica representa um dos

questão orçamentária – que muitas vezes

muitos símbolos que auxilia na transmissão

assombra o teatro, mesmo em relação a

de determinada mensagem que se quer

verbas públicas destinadas à produção.

passar durante a peça. Para Lilian Marchiori,

Porém, quando personagens são muito

atriz e maquiadora, é uma das peças que

específicos, ou necessitam de caracterização

compõem a unidade. “Para quem enxerga

especial, a participação do maquiador é

lá de longe, aquele personagem pode

indispensável.

não parecer ter nada, mas qualquer traço

Como método de trabalho é preciso

modificado é importante para a linguagem”,

enxergar a unidade da peça. “Vai desde um

diz. Sua história com o teatro vem de

naturalismo, que seria nada – mesmo – até

formação. Durante a faculdade de Artes

chegar num expressionismo, digamos assim,

Cênicas, Lilian auxiliava em algumas peças

que seria essa exacerbação das linhas e

como maquiadora, sem intuito profissional.

traços da expressão”, define. Isso tudo diante

Mas, o tempo e seu desempenho chamaram

de um mesmo texto. Para Lilian, é preciso

a atenção de alguns colegas. “As pessoas

compreender o que o diretor pretende.

acabavam me chamando [para maquiar],

“Você assiste ao espetáculo e faz uma

e eu criei um paralelo entre maquiagem

proposta, artisticamente, mas, adequando-

e atuação”, conta Lilian. De lá para cá, ela

se àquele signo esperado da peça. Deve-se

encaminhou-se para as áreas audiovisuais,

pensar em tudo, como seria na praticidade,

tanto em publicidade como em cinema;

linguagem e valores também”, explica.

continuou com o teatro e hoje está estabilizada na área de propaganda em WWW.EVENMORE.COM.BR 23


MODA

Dos palcos para a vida Como curiosidade Lilian comenta que muitas das técnicas do teatro alcançam a rotina das pessoas. Mesmo que exista uma diferença gritante entre os tipos de maquiagem conforme a ocasião, por exemplo, a maquiagem de cinema para a de teatro; alguns truques acabam ultrapassando essas barreiras. O

exemplo

mais

recente

é

a

maquiagem 3D. Indispensável nos trabalhos de caracterização em peças, o jogo de luzes e sombras, que transformam as pessoas, chegou ao conhecimento do público na hora da produção para festas. Passando pela moda, em fotografia, Lilian acredita que a técnica, hoje, agrade muito às pessoas que queiram enaltecer ou disfarças características em ocasiões do cotidiano, principalmente na maquiagem para festas, com estudos de visagismo, por exemplo. Nesta proposta, contudo, sempre vale lembrar sobre aquele assunto do começo da matéria, o personagem. É preciso respeitar seus traços, para não acabar se transformando em um. Para visualizar melhor o trabalho de caracterização,

Lilian

desenvolveu

três

personagens na mesma modelo. E você confere as transformações, aqui: 24

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Peça:

O santo e a porca Autor:

Ariano Suassuna Personagem: Caroba – durante sua busca por dinheiro para casar-se com seu noivo Pinhão, a empregada; caracterizada por uma nordestina miserável; utiliza a esperteza para gerar toda a intriga que envolve a peça. WWW.EVENMORE.COM.BR 25


MODA

Peça:

O grande circo místico Autor:

Adaptação do poema de Jorge de Lima (A túnica Inconsútil), musicada por Chico Buarque de Holanda e Edu Lobo e Naum Alves de Souza. Personagem: Lily Braun – pertencente ao cabaré, ela mescla linguagens quando se entrega ao personagem do circo Otto. Porém, cansada da ingenuidade dele, ela passa do sonho ao pesadelo, para a autodilaceração.

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MODA

Peça:

Romeu e Julieta Autor:

William Shakespeare Personagem: Julieta – a filha da família dos Capuletos se apaixona pelo filho único da família Montecchio, Romeu. Acontece que a briga mortal entre os clãs torna o amor impossível, o que culmina em um final trágico.

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MรกsMODA

car30

CURITIBA

as


No jogo entre a comédia e a tragédia,

ou tudo à maquiagem ou tudo ao figurino Modelo: Bruna Cardinale (Mega Model Sul) Beleza (rostos): Lilian Marchiori Beleza: Kelli Giordano Fotografia: Mariana Quintana Styling e Produção: Carmela Scarpi

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MODA

Lily braun 32

CURITIBA


An茅is: Dri Chede | Brinco: Dri Chede | Body: Ovelha Negra Underwear | Cinto: The Address. Love | Colar: Dri Chede | Flor: The Address.Love | Luvas: Ovelha Negra Underwear |Pulseiras: Dri Chede e Rodrigo Alarc贸n | Voilette: The Address.Love WWW.EVENMORE.COM.BR 33


MODA

Anéis: Dri Chede | Brinco: Dri Chede | Body: Ovelha Negra Underwear | Cinto: The Address.Love | Colar: Dri Chede | Palhaço: The Address.Love | Luvas: Ovelha Negra Underwear |Pulseiras: Dri Chede e Rodrigo Alarcón | Voilette: The Address.Love 34

CURITIBA


An茅is: Dri Chede | Brinco: Dri Chede | Body: Ovelha Negra Underwear | Cinto: The Address.Love | Colar: Dri Chede | Luvas: Ovelha Negra Underwear |Pulseiras: Dri Chede e Rodrigo Alarc贸n | Voilette: The Address.Love WWW.EVENMORE.COM.BR 35


MODA

caroba 36

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Anéis: Rodrigo Alarcón Blusa: ABÔ Tricot Brinco: Rodrigo Alarcón Colar: Rodrigo Alarcón Saia: ABÔ Tricot Turbante: Acervo pessoal Vasos: Acervo pessoal WWW.EVENMORE.COM.BR 37


MODA Anéis: Rodrigo Alarcón Blusa: ABÔ Tricot Brinco: Rodrigo Alarcón Colar: Rodrigo Alarcón Saia: ABÔ Tricot Turbante: Acervo pessoal Vasos: Acervo pessoal

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CURITIBA


Anéis: Rodrigo Alarcón Blusa: ABÔ Tricot Brinco: Rodrigo Alarcón Colar: Rodrigo Alarcón Saia: ABÔ Tricot Turbante: Acervo pessoal Vasos: Acervo pessoal

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MODA

julieta 40

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Arranjo de cabelo: The Address.Love Brinco: The Address.Love Camisa: Arad Tailored Jeans Pulseira: The Address.Love Saia: Harriete Scarpi Sapato: Carmim Tiara: The Address.Love

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MODA

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CURITIBA


Arranjo de cabelo: The Address.Love Brinco: The Address.Love Camisa: Arad Tailored Jeans Pulseira: The Address.Love Saia: Harriete Scarpi Sapato: Carmim Tiara: The Address.Love

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CULTURA


CULTURA

Imagem Divulgação

Dos palcos às telas

46

por Beatriz Mattei CURITIBA


Imagem Divulgação

Em sintonia com o evento de abril que acontecerá em Curitiba, é hora de falar do teatro no mundo cinematográfico. Desde os clássicos “Sapatinhos Vermelhos”, “Fantasma da Ópera”, passando por “Porque choram os homens”, até o comercial “Burlesque”, a relação entre cinema e teatro tem se mostrado bem íntima. E, nesse sentido, um dos filmes que mais me marcaram foi “Anna Karenina”. O longa, baseado no romance homônimo do

a história de uma rica e interessante mulher

escritor russo Liev Tolstói, consegue retratar

russa, vivida por Keira Knightley, que - infeliz

não só a história da obra, mas também a

com o casamento - acaba por se envolver com

crítica que o autor fez à sociedade russa do

o charmoso pretendente da sobrinha, anos

século XIX.

mais novo. Assim, além de ter que enfrentar

Para isso, os produtores levaram figurinistas,

o próprio marido e o divórcio, Anna ainda vive

atores e auxiliares de direção para dentro do

uma loucura provocada pelo preconceito da

teatro, em que se deixa claro a exposição de

elite em que vivia.

comportamentos, os flagrantes das relações e,

Sei que o enredo parece um tanto previsível

principalmente, a mulher como mero enfeite.

e, realmente, é até difícil de ser lido, mas,

Aqui, o local acaba se tornando um dos

a representação do luxo que rodeava a

personagens principais da obra, pois a

aristocracia

fotografia faz questão de mostrar que a

acompanhado

filmagem foi feita nesse espaço fechado.

compositores russos e do ambiente de

Cordas para mover os cenários, a iluminação

denúncia trazido pelo teatro, faz desse longa

e ferros estruturais aparecem o tempo todo.

ser um dos únicos a superar o romance escrito.

daquela por

época, músicas

muito próprias

bem de

Para quem não sabe, “Anna Karenina” conta WWW.EVENMORE.COM.BR 47


CULTURA

Imagem Divulgação

Além desse título, também recomendo “Anônimo”, que mesmo não se passando em um teatro, tem tudo a ver com essa manifestação artística. Isso porque coloca em questão a autoria das peças atribuídas a William Shakespeare. A origem humilde do dramaturgo combinado

não queria ser influenciada por estúdios de

com as viagens feitas por Edward de Vere, o

distribuição, assim, a obra tem alguns “poréns”

Conde de Oxford, por cidades descritas em

relacionados a andamento. No entanto, eles

“Romeu e Julieta” e “Otelo”, faz desse um

são suficientes para cansar ou estragar o

verdadeiro candidato a autor. Além disso, o

conjunto da obra.

Conde é famoso por ter vivido uma vida muito semelhante com a retratada em “Hamlet”. Desse modo, o filme - de uma maneira bem inteligente; questiona, provoca e até convence que o famoso dramaturgo Shakespeare, talvez não tenha escrito as obras que todos dizem ter lido. É bem verdade que o orçamento do filme veio inteiramente do bolso do diretor que

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CURITIBA

Rhys Ifans represenanto o Conde de Oxford em Anônimo. Keira Knightley como Anna Karenina em filme de mesmo nome.


Imagem Divulgação

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CULTURA

O Manoel o Carlos

eo

Karam

fotos reprodução

[Trecho do livro “Sobre livros: Um painel contemporâneo da prosa ficcional realizada em Curitiba”, 2009, de Renata Ortega] Filho de mãe catarinense e pai paranaense, Manoel Carlos Karam (1947-2007) nasceu na cidade de Rio do Sul, em Santa Catarina. Durante a infância, dividia-se entre os dois estados, estudando lá e passando as férias aqui. Aos 19 anos, mudou-se definitivamente para Curitiba – “Eu tenho a missão de tomar esta cidade”, brincava –, onde passou a trilhar, pouco a pouco, um caminho de genialidade por entres as pedras da literatura nacional. 50

CURITIBA


Iniciando a conquista da capital paranaense a que foi predestinado, na juventude, dedicouse a duas paixões: cursou Jornalismo, na Universidade Católica do Paraná, e lá mesmo iniciou sua estreita relação com o teatro, arte que o levou ao encontro direto da literatura (sua terceira paixão). “Jornalismo e literatura são duas coisas opostas, mas que, na minha vida, começaram e se desenvolveram paralelamente. Me lembro que o jornalismo para mim começou a existir via rádio. Meu avô ouvia muito rádio e eu me acostumei com ele, passei a me interessar pela informação, pela notícia. Ao mesmo tempo, ainda na escola, eu tive a sorte de ter um professor de português que me incentivou a ter gosto pela literatura. Me encantei pelos livros... Já o teatro, este sim eu comecei por acaso”, revelou em entrevista concedida ao programa Persona, da TV UFPR, em 2004. Entre uma aula e outra, em uma manhã de inverno do não tão longínquo 1969, um grupo de estudantes conversava na cantina da Universidade Católica. Diante de uma conservadora Curitiba, que fazia teatro com idealismo e amor, tiveram a brilhante ideia de criar uma companhia universitária: nasciam, então, o grupo XPTO e o dramaturgo Manoel Carlos Karam. Influenciado pela herança teatral do pai, seu primeiro texto dramático foi o polêmico O velório de Joaquim Silvério dos Reis, espetáculo que ficou famoso na época por matar uma galinha, no palco, a cada apresentação. “Depois disso, chegamos até mesmo a ter Denise Stoklos como atriz principal de uma peça e Cristovão Tezza na iluminação, ou na sonoplastia...”, recordou na entrevista televisiva de 2004. Nos dez anos que se seguiram, o jornalista manteve um intenso envolvimento com a dramaturgia. Embora seu interesse pelos livros tenha surgido muito antes, naquele período, o teatro tomou conta por completo de sua literatura. Escreveu e encenou textos como Hotel luar do sertão, Doce primavera, Fulano de tal e Urubu; concluindo, ao todo, 20 peças dramáticas. Dono de um estilo que misturava ironia, humor e observação crítica, era fascinado pela lapidação da língua portuguesa, ‘a ourivesaria da palavra escrita’. Em seus textos predominaram a ordem direta, as estruturas simples, mesmo nos enredos mais engenhosos e imbricados. Técnico brilhante, sempre encontrava uma fórmula elegante de expor o pensamento; constantemente naquele tom de voz tranquilo e cordial, mas com firmeza e decisão. Amante dos chapéus, no inverno e no verão, e das repentinas mudanças do clima curitibano, Manoel Carlos Karam se despediu da cidade em dezembro de 2007. Mais que uma biblioteca com três mil volumes, doada à Prefeitura de Curitiba, e alguns textos inéditos, ele deixou um vácuo na produção da literatura local. Uma inconformidade diante da não divulgação de um escritor tão inconformado, tão genial.

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CULTURA

por Monique Benoski

ter cei ro sinal Festival de Teatro de Curitiba completa seus 24 anos com mais de 400 espetรกculos 52

CURITIBA


Idealizado, em 1992, por Leandro Knopfholz - atual Diretor Geral - e Carlos Eduardo Bittencourt; o Festival de Teatro de Curitiba é o maior evento teatral do Brasil. Sua primeira edição, organizada com a ajuda de Cássio Chamecki e Victor Aronis, reuniu apenas 14 espetáculos. Hoje, ultrapassa os 400.

A Ópera de Arame, um dos principais cartões

estreias nacionais e procura mostrar também

postais da cidade de Curitiba, foi projetada

algumas produções internacionais. “Acredito

pelo arquiteto Domingos Bongestabs e

que o grande sentido do Festival é continuar

construída no tempo recorde de 30 dias

crescendo e ser sempre fiel à proposta inicial

para marcar a criação do Festival. O espaço

que é trazer essa diversidade cultural para

foi inaugurado com o espetáculo “Sonhos de

Curitiba”, comenta.

uma Noite de Verão”, de Shakespeare, numa

A Mostra Oficial possui curadoria especial

montagem inédita do Grupo Ornitorrinco.

e sempre reúne estreias nacionais, grandes

Contabilizando seus 24 anos, o Festival já

espetáculos internacionais e as principais

reuniu mais de sete mil espetáculos, sendo

produções do teatro brasileiro. O Fringe, que

600 na Mostra Oficial, 6.200 no Fringe e 350

faz parte do Festival de Teatro desde a sua

nos Eventos Paralelos (Guritiba, Mish Mash

sétima edição, reúne várias Mostras Especiais,

e Risorama). O que já garantiu ao evento

sem curadoria, e abre espaço para centenas

uma plateia geral de mais de 4,8 milhões de

de produções de todo o Brasil. Por isso, o

pessoas de todo o Brasil.

Fringe tornou-se a vitrine mais democrática

Segundo Leandro Knopfholz, o Festival traz

do teatro brasileiro, fora da agenda comercial

sempre uma programação que privilegia as

do eixo Rio-São Paulo. WWW.EVENMORE.COM.BR 53


CULTURA

vale ou não vale Para quem participa ativamente do evento, o Festival pode representar a dor e a alegria do teatro em uma única edição. Alguns dos nomes mais ativos da cidade dão sua opinião sobre todo o projeto, na sua forma atual. 54

CURITIBA


imagem reprodução

George Sada-ator, diretor, dramaturgo, sonoplasta, maquiador de espetáculo, figurinista, cenógrafo, professor de teatro e fundador da Cena Hum Academia de Artes Cênicas.

VANTAGENS: George acredita que, além

peças de menor publicidade, ainda afirma:

de haver uma movimentação cultural por

“Elas acabam se diluindo no meio de tantas.

toda a cidade durante o Festival, as pessoas

É um trabalho exaustivo pra que no final

tendem a direcionar os seus compromissos

quem sabe tenham até prejuízo”;

para uma atividade artística. “Curitiba fica

Sada também acredita que o público se

em destaque no cenário nacional. Ele traz

sente enganado no meio de tantas peças,

os olhares de todo o Brasil para a cidade e

já que os breves releases às vezes não dão

para o fazer teatral aqui da capital. É a mes-

um panorama satisfatório sobre o conteúdo

ma coisa que eu acho que acontece com

do espetáculo.

o Festival de Danças de Joinville”, afirma

Outra

Sada.

posicionamento de muitas pessoas, que

CRÍTICA - O diretor acredita que o Festi-

distorcem o propósito do evento. “Vejo

val precisa ser melhor elaborado no sentido

muitas pessoas falando que assistiram peças

de avaliar a qualidade dos espetáculos ano

de famosos. Já fiz de propósito de perguntar

após ano. “Tem uma quantidade enorme de

“qual foi a peça?” e a pessoa não sabia nem

peças sendo apresentadas ao mesmo tem-

o nome. Às vezes tem gente que acha mais

po, os atores precisam disputar a conquista

importante falar o que assistiu ao invés de

do público e no final não tem nada, além

saber que aquilo foi um instrumento de

das críticas de jornais, que avalie se os es-

mistificação ou de alteração emocional na

petáculos estão progredindo ou regredindo

sua própria vida”, conclui

crítica

do

diretor

reside

no

tecnicamente”, comenta. E em relação às WWW.EVENMORE.COM.BR 55


imagem reprodução

CULTURA

Giselle Lima - sócia gerente do Pé no Palco Atividades Artísticas desde 2007, também é coordenadora responsável por todos os projetos de âmbito cultural do teatro desde 2002.

VANTAGENS - Para Giselle, uma das

Giselle

principais vantagens

o

visibilidade do Festival, de alguma forma,

encontro que acontece com artistas de

possa mostrar, para quem só frequenta

diversos lugares, com os quais podem surgir

teatros nessa época, que os grupos e

novos projetos. “Talvez eu assista uma peça

companhias realizam eventos artísticos o

de uma companhia que tem a ver com o

ano todo na cidade.

trabalho que eu faço, então isso gera uma

CRÍTICA - A diretora afirma que o Festival

afinidade e, quem sabe, consigo contatos e

de Teatro é uma grande vitrine para os ar-

apresentações nas cidades dessas pessoas.

tistas de Curitiba, porém, tem a impressão

Isso é muito legal”, fala.

de ser muito mais fácil ser de fora para par-

A diretora também acha que mostrar o

ticipar da Mostra Oficial do que da própria

potencial paranaense faz parte dos eventos,

cidade. “Eu interpreto isso como se quem é

mas fica muito triste ao ouvir histórias de

daqui não tivesse o mesmo valor que quem

algumas pessoas que só vão ao teatro na

é de fora”, lamenta.

época do Festival. “As mídias fazem uma

Para a diretora, outro erro do Festival de

cobertura muito grande nesse período.

Teatro de Curitiba é a quantidade de es-

Parece que os olhares midiáticos se voltam

petáculos. “Quantidade não é sinônimo de

para o teatro “da cidade”, ou pelo menos que

qualidade”, diz.

do

Festival

é

vai acontecer aqui, somente nessa época e depois que acaba não tem mais cobertura”. 56

CURITIBA

tem

esperanças

de

que

essa


imagem reprodução

João Luiz Fiani - ator, diretor, dramaturgo, iluminador e cenógrafo. Idealizador do primeiro teatro independente do Estado do Paraná, o Teatro Lala Schneider.

VANTAGENS - De acordo com João Luiz

Fiani, é que a revista do Festival precisa ser

Fiani, o Festival de teatro trouxe a grande

melhor dividida. “Às vezes colocam stand-

vantagem da visibilidade para o mercado

up no setor de comédia, mas não é comé-

teatral de Curitiba, porque o que mais falta

dia. Comédia é um tipo de teatro, stand-up

hoje aqui é uma projeção de mídias, de

é praticamente outro tipo de evento. Para

divulgação. “Com o Festival de Teatro isso

fazer stand-up não é preciso ser ator, não

é suprido. Todo mundo fala no assunto, fala

é preciso ter registro profissional, pode ser

que vai assistir. E isso realmente faz com

qualquer um, mas para fazer comédia e es-

que as pessoas frequentem mais o teatro”.

tar no festival com um espetáculo de teatro

CRÍTICA - Para o diretor, o evento sofre de

é necessário ser ator profissional. Stand-up

um problema que é o inchaço no número

é uma coisa, comédia é outra.”, diz.

de espetáculos. “Eu falo faz tempo e insisto que o festival tinha que ser um pouco menor. Não por causa das peças, que continuam tendo público, mas por causa do público. O festival tem como objetivo que as pessoas consumam teatro e por isso ele tinha que ser um pouco menor para facilitar a escolha das pessoas”, afirma. Outro problema que existe no Festival, para WWW.EVENMORE.COM.BR 57


CULTURA

senta que lá vem história Mas, para além da validade ou não do Festival, acontece que o momento de efervescência cultural também é placo das mais variadas lembranças cômicas, ou trágicas.

58

CURITIBA


foto: Mariza Tezelli

George Sada - “Eu participei do primeiro

João Luiz Fiani - “Durante o Festival, o mais

Festival de Teatro de Curitiba como ator, em

desafiador, para nós do Lala Schneider, é

1992, e eu interpretava Caim. Apresentamos

estarmos em cartaz aqui no Teatro Lala, no

essa peça no Festival e, um tempo depois,

Teatro Fernanda Montenegro, no Teatro

voltamos no Guairinha. Em uma das cenas,

Edson D´Ávila, no Teatro Paulo Autran,

tinha um momento no qual Caim falava

no Teatro João Luiz Fiani e, às vezes, em

com Lúcifer. Nós colocamos na frente do

mais espaços. Então, nós ficamos de cima

cenário de madeira, um córrego bem fininho

para baixo atravessando a cidade o tempo

com estopa e querosene, só pra parecer o

todo. Uma vez, aconteceu de a peça estar

fogo do inferno. Só que nesse dia, o cara

no horário de começar e o ator ainda

que fazia isso foi substituído por outro que

estava no meio do caminho para chegar

colocou uma garrafa de querosene achando

no teatro. Tivemos que enrolar a plateia e

que era a quantidade certa. Na hora que

pensar rápido em algo que pudesse segurar

ele colocou o fogo, eu senti um calorão nas

o espetáculo. Acho que independente dos

costas e quando olhei tava o cenário inteiro

erros em cena que sempre acontecem,

pegando fogo no Guairinha, tinha fumaça

o principal é que o ator se concentre no

em todos os cantos. Nunca vou esquecer

trabalho e faça um espetáculo bem feito.

disso”.

Acho que isso é o mais importante”.

WWW.EVENMORE.COM.BR 59


CULTURA

foto divulgação

Gisella Lima - “Há alguns anos, vieram

e equipamentos deles. Eu tentei ligar para

portugueses com dois espetáculos aqui

a organização do Festival, demorou horas

para o Festival. Eles são uma companhia

para alguém chegar e, mesmo assim, não

seríssima de Portugal, que viaja o mundo

resolveram o problema. Quem abraçou a

inteiro com suas peças e estavam em um

causa dos portugueses fui eu.

elenco grande. Esses espetáculos não

Achei uma injustiça, um grupo super

foram projetados para serem exibidos num

profissional, que é premiado em vários

espaço alternativo como é o Pé no Palco.

países, que estava pela primeira vez no

Por alguma razão, talvez falta de preparo

Brasil, ser tratado sem o cuidado que deveria

da organização do Festival naquela época,

ter sido. Então eu tive que transformar o

inscreveram eles pra se apresentarem aqui.

Pé no Palco junto com eles, em três dias,

Em nenhum momento eu imaginei que os

porque o espetáculo iria estrear. Se eles

espetáculos deles fossem tão grandiosos.

não tivessem chegado três dias antes e

Eu os recebi, mostrei o espaço e eles

se não tivessem uma equipe técnica tão

levaram um susto, pois se deram conta

competente, eles não teriam tido tempo

de que seria muito pequeno. Como não

hábil. No fim, as peças aconteceram e eu fiz

tinha ninguém do festival comigo nesse

de tudo pra que eles fossem embora com

momento, eu tive que auxiliá-los. Eles

uma impressão melhor do que eles foram

me falaram que estavam para chegar do

recebidos. Essa foi com certeza uma das

aeroporto dois containers com os cenários

situações mais marcantes que eu vivi”.

60

CURITIBA


foto divulgação

WWW.EVENMORE.COM.BR 61


CULTURA

gos tou ? Então fique de olho que ainda é tempo

62

CURITIBA


24º Festival de Teatro de Curitiba

O Festival de Teatro de Curitiba, este ano, trará - dos dias 24 de março a 5 de abril - 29 espetáculos na Mostra principal; dentre eles sete estreias nacionais e quatro atrações internacionais. Isso tudo além dos incansáveis 393 espetáculos no Fringe. Fora deste roteiro original, os espetáculos e apresentações especiais serão: Mostra de Teatro Universitário Grutum!, Gloriah Vigor Mortis, Mostra Pé no Palco 20 anos, I Mostra Pernambucana de Teatro para Infância e Ilíada Homero Grécia 2016. Se você achou que era bastante, fique atento para os eventos simultâneos ao Festival, que também agitam a cidade: Gastronomix, Guritiba, Mish Mash e Risorama. Dessa lista, ainda dá tempo de comparecer no Mish Mash – que terá direção artística de Rafael Barreiros, o Palhaço Alípio, da Cia dos Palhaços – e nas apresentações infantis do Guritiba. Mas para que ficar falando? Confira o quadro a seguir e saiba o que ainda te espera

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CULTURA

24º festival de teatro de curitiba 29 Espetáculos 24 a 05 de abril preços: 70 e 60 (int.) 35 e 30 (meia)

Fringe 393 Espetáculos 25 a 05 de abril preços: 0 à 60

64

CURITIBA


mostras especiais Grutun!

gloriah vigor

mostra pé no palco

13 Espetáculos

mortis

8 Espetáculos

24 a 05 de abril

3 Espetáculos

1 Exp. Fotográfica

27 a 05 de abril

27 a 05 de abril

preços: 48 e 24

preços variados

preços: 10 e 20

i mostra pernambucana de

Hilíada homero grécia

teatro para infância

2016

5 Espetáculos/ 4 Oficina/ 3 palestras

10 Espetáculos

31 a 05 de abril

29 a 05 de abril

preços variados

preços variados

eventos simultaneos Gastronomix

Guritiba

28 e 29 de março

28 a 05 de abril

Mish mesh

risorama

04 e 05 de abril

26 a 31 de março

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NOIVAS


NOIVAS

foi assim que...

aconteceu

fotografia: Emerson CorrĂŞa 68

CURITIBA


A hist贸ria de Juliane e Daniel em sua estreia nos palcos da vida de casados WWW.EVENMORE.COM.BR 69


NOIVAS

“ A decisão de casar no teatro não foi minha, mas do casal. A minha formação acadêmica é em teatro, sou formada em Licenciatura em Teatro pela FAP. e o Dani sempre gostou, além de ser arquiteto e músico. No período do nosso namoro - mesmo

evidência, não escondidos. E seria um lugar

no comecinho, quando a gente conversa

– uma caixa preta – em que ele poderia

sobre casamento, mas sem pressão alguma

desenvolver um cenário. E foi o que ele fez.

– surgiu esse comentário da minha parte,

A ‘pira’ foi mais dele do que minha. Eu

porque eu sempre tive esse desejo: ‘Nossa,

queria isso, por viver em um ambiente

imagina quando eu casar; eu penso, sei lá,

teatral, mas eu acho que eu não pirava tanto

talvez num teatro.’ Joguei um verde, assim.

visualmente quanto ele, né? Audivelmente,

E na mesma hora ele estalou os olhos e

assim. Então surgiu deste ‘verde’ que eu

disse:‘Sério? Eu nunca imaginei que alguém

joguei no ar e ele amou.

toparia casar em um teatro! Por que eu acho

Na época do nosso casamento mesmo,

um lugar perfeito para um casamento. A

uma coisa que não poderia mudar era o

acústica é perfeita, os convidados assistirão

teatro. Nós fomos a todos! Nos mantidos

confortáveis, pois o local é agradável. E a

pela Fundação Cultural, ninguém abriu

música fica perfeita!’.

a porta porque não era o perfil da casa

Para ele era importante ter os músicos em 70

CURITIBA

– foi o retorno que todos deram. E dos


fotografia: Emerson Corrêa

teatros particulares, nós fomos a alguns;

girando atrás. Nisso ele estava com muitos

mas optamos pelo Fernanda Montenegro,

projetos e não conseguia parar para pensar

pelas cortinas. Elas são vermelhas. E lá tem

em uma solução. Foi aí que eu sugeri um

aquele ‘carão’ de teatro mesmo, né? Então

guarda-chuva, bem grande - no sentido de

a escolha foi por este motivo.

proteção, guardar e zelar - e começamos a

O

noivo

foi

muito

presente,

principalmente nessa parte da decoração,

viajar na ideia do guarda-chuva. O

Dani

então

se

lembrou

de

um

layout. Foi ele quem determinou tudo.

fornecedor conhecido e, chegando lá,

Cor, essas coisas, foi ele quem escolheu.

vimos diversos modelos branquinhos. Foi

Foi um noivo maravilhoso. Na decoração,

aí que ele pensou no lustre com diversos

nós pensávamos em cataventos – por

guarda-chuvas brancos, onde ele jogaria

que tem a questão de duas cores que ao

luz cênica para que mudassem de cor.

girar torna-se uma só, e cada um de nós

Além disso, todo o resto da decoração foi

seria uma cor. Só que o catavento não

ele quem desenhou. Ele não queria muita

ficaria viável, queríamos um catavento

coisa, pois não queria que fosse um altar WWW.EVENMORE.COM.BR 71


NOIVAS

de igreja. Não que na fosse um altar, mas

a cerimônia, mesmo quem no começo

não com ela cara típica, mas um espaço

estava com um pé atrás em relação ao local,

para nós dois estarmos.

ficou só elogios. Elogio, atrás de elogio.

O pastor que celebrou a cerimônia era,

Principalmente por causa da acústica e do

na época, da nossa Igreja e ele logo topou

conforto. Claro, todo mundo se emocionou,

realizá-la. Ele até começou com: ‘Embora

fizemos votos extensos.

nós estejamos num teatro, isso não é ficção’

Foi muito emocionante. Nós fizemos até

(risos). ‘Não é um faz de conta’, fez uma

uma brincadeira com o convite, anexamos

brincadeira neste sentido. Quando acabou

uma entrada do teatro com ‘Casamento

‘Foi muito emocionante. Nós fizemos até uma brincadeira com o convite, anexamos uma entrada do teatro com ‘Casamento Juliane e Daniel’

72

CURITIBA


Juliane e Daniel’ e tal. Para entrada, nós

E eu lembro que, quando entrei, estava

escolhemos entrar pela plateia, porque pelas

na minha cabeça um: ‘Será que não está

coxias ficaria muito cara de espetáculo.

muito simples’, nós tínhamos colocado

E também por que o corredor era longo,

poucas coisas no palco, mas quando eu vi,

então a gente teria essa oportunidade- que

até falei um: ‘NOSSA’, foi de arrepiar ver

é só uma vez na vida, né? – de caminhar

todo aquele cenário, com a luz, a música e

por ali. Deu um minuto e 53! Eu fui beeem

os convidados.”

devagar (risos).

Juliane Friedrich

fotografia: Emerson Corrêa

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NOIVAS

fotos reprodução

OS ROTEIROS DE UMA VIDA Quando as histórias reais parecem até uma peça ensaiada Por Carmela Scarpi

74

CURITIBA


foto reprodução

As peças de teatro servem-se da vida para

ou quinto elenco. E quem estava no primeiro

inspirar as mais incríveis histórias de amor.

era a Rosana. E nós tínhamos umas músicas

Nada mais justo do que a vida aproveitar a

gravadas em CD, para fazer o playback.

deixa para servir-se desta arte e construir seus

Já ouvia a voz dela na gravação do elenco

próprios roteiros. E, nesta cena, é que Marcos

original”, relembra Marcos. Segundo Rosana,

Damaceno e Rosana Stavis se encontraram.

neste período em que Marcos era estagiário

Ela atriz, ele diretor e dramaturgo, o casal hoje

no Guaíra, eles se cruzavam pelos corredores

faz parte da Marcos Damaceno Cia de Teatro,

algumas vezes.

que tem seus ensaios no quintal de casa, literalmente.

Mas, o encontro mesmo só veio a acontecer em 2003, quando ele preparava seu trabalho

A história, compartilhada há 11 anos,

de conclusão de curso, na FAP com a produção

começou quando, num projeto do Teatro

de um roteiro original e convidou Rosana para

Guaíra, Marcos rodou o estado com as

compor o elenco. “Ela relutou um pouco,

apresentações de uma peça. “Eu era o quarto

mas acabou aceitando”, revela. Nesta mesma WWW.EVENMORE.COM.BR 75


NOIVAS

foto reprodução

época a Cia de Teatro surgiu e Rosana, que

existem suas desvantagens, por que a gente

também participava da banda Denorex 80,

não desliga. Mas é nossa vida, não consigo

aproveitou para alugar o espaço que Marcos

nem separar”, diz Marcos.

dispunha para os ensaios.

Mariana Malhadas e Carlos Henze, por sua

Com toda essa aproximação, eles se

vez, não tiveram um início dentro dos palcos,

envolveram afetivamente. Hoje, o teatro não

mas trouxeram a referência do teatro para um

é apenas profissão, mas faz parte da história

momento mais do que especial de suas vidas:

deles. “Nós acabamos evoluindo como ser

o casamento. Apresentados por amigos em

humano, como casal e profissionais. Quando

comum, foi a internet que os uniu de verdade,

existe um amor, existe a possibilidade. Amor

lá em 2001. Já uma dançarina eventual do

pela profissão ou um pelo outro. Isso reflete

Folclore Ucraniano Poltava, Mariana parou

em todo o trabalho”, comenta Rosana. “Nós só

por conta da faculdade, mas decidiu retornar

temos a ganhar. A gente consegue aprofundar

suas atividades artísticas em 2005, quando

ainda mais nossa intimidade. Claro que

também apresentou para Carlos, a dança.

76

CURITIBA


foto reprodução

Dividindo a vida de bailarinos esporádicos,

valsa”, lembra Carlos. Durante as conversas

eles decidiram tornar o casamento algo mais

sobre a apresentação, surgiu a ideia de

temático. “A primeira ideia foi alguma coisa

ensaiar mais quatro casais - que faziam parte

medieval, mas não conhecíamos um lugar

dos dançarinos do clube - e emendar a dança

que comportasse. Pensamos na decoração

deles quando a valsa dos noivos terminasse e;

também e achamos um pouco ‘batido’. Foi aí

logo após a performance, iniciasse o baile de

que pensamos em um baile de máscaras, e

máscaras para todos os convidados.

disso fomos à história do Fantasma da Ópera”, conta Mariana.

Tudo foi planejado em segredo. Os ensaios com os casais foram mantidos longe

Dentro da proposta, o coreógrafo do Clube

do conhecimento de todos. Numa viagem

Poltava, à época, criou uma dança para a valsa

a Gramado, eles compraram, na Casa das

dos noivos. “Ele que fez a coreografia. A gente

Máscaras, algumas das peças, incluindo a do

passou a música tema do Fantasma da Ópera,

noivo, que imitava a meia máscara do próprio

ele editou e montou a coreografia para a nossa

Fantasma. Muito embora o segredo da dança WWW.EVENMORE.COM.BR 77


NOIVAS

foto reprodução

se mantivesse, eles buscaram colocar alguns

só fosse aberto quanto anunciado. A dança

elementos do roteiro dentro dos detalhes do

do casal aconteceu apenas com a música

casamento. “Aproveitando a deixa da música

de referência. Quando finalizada, cada um

e da valsa, colocamos outros elementos da

deles voltou para o centro com sua máscara,

história no casamento. O convite tinha um

quando também os outros casais entraram e

lacre com a rosa e o a fita preta. Em cada uma

os convidados puderam descobrir, afinal, o

das mesas tinha uma rosa vermelha com o

que havia dentro do saquinho.

laço”, conta o casal.

“Até hoje as pessoas lembram e falam do

Ninguém desconfiou. Segundo Mariana,

tema que a gente escolheu. Quando a gente

apenas uma menina de 10 anos percebeu

terminou de dançar vimos gente apontando,

a referência, enquanto ela o entregava os

tinha gente chorando, foi bem emocionante”,

convites durante um chá de panela, mais

lembram. Hoje, as máscaras estão enquadradas

ninguém. Na hora da festa, o cerimonial

e enfeitam os corredores da casa de Mariana

entregou a cada convidado, antes da valsa, um

e Carlos, uma de frente para a outra.

saquinho com a máscara, pedindo para que 78

CURITIBA



foto: Roman Fotografias

ENTREVISTA

80

CURITIBA


ENTREVISTA

SOB

MED IDA Conversamos com a estilista Harriete Scarpi para saber mais sobre o universo da confecção exclusiva


ENTREVISTA

Even More: Quando e como você começou sua carreira como estilista? Harriete Scarpi: Sempre gostei de roupas exclusivas e que transmitissem o meu jeito de ser, por esse motivo mandava fazer do jeito que eu queria. As pessoas com quem eu convivia, profissional e socialmente, sempre me perguntavam onde eu comprava aquilo que usava. Foi quando me dei conta de que poderia ser minha profissão.

EM: Quando você decidiu trabalhar apenas com confecção sob medida? E por quê? HS: Aos 25 anos, por uma necessidade de aumentar os rendimentos mensais, comecei a confeccionar roupas exclusivas e com peças únicas para o público que tinha esse tipo de exigência.

EM: Qual o processo para criação de um modelo individualizado? HS: Temos uma equipe para elaborar nossos modelos, consiste em uma primeira entrevista com a estilista para definir estilo e gosto. Depois de elaborada a criação e desenhado o croqui, é feita uma moulagem com as medidas do cliente. Com a prova desta moulagem para adaptação na silhueta, é que o vestido propriamente será confeccionado. Depois de finalizados todos os serviços de acabamentos à mão, isso vai para o bordado, se necessário. Tudo isso com o acompanhamento direto da estilista.

EM:Qual o maior receio das noivas em comprar um modelo “no papel”? HS: Hoje em dia, com a correria da vida e a facilidade do mercado de atacado, as pessoas têm a praticidade e a facilidade de comprar tudo pronto e de se interessar mais por grifes. A exclusividade perdeu seu espaço por ser uma mão de obra demorada e mais cara. As pessoas perderam o costume de mandar fazer uma roupa. Quando chega na hora do casamento a mulher sente a necessidade de um modelo único e aí vem a insegura de nunca ter mandado fazer uma roupa sob medida. 82

CURITIBA


EM: Assim como o figurino é para o teatro, um vestido de noiva deve ser pensado dentro da personalidade do indivíduo. Para conseguir captar a essência dessa personalidade você acredita que é uma questão de talento ou prática? HS: Talento, prática e sensibilidade.

EM: Tem alguma história em que o vestido ressaltou ainda mais a personalidade de alguma cliente e que tenha te marcado? HS: Todos evidentemente sempre ressaltam a personalidade de quem veste, mesmo porque esse é um cuidado que eu tenho por ser um vestido único. Uma cliente, uma vez, me pediu um vestido estilo medieval, ela queria que seu vestido parecesse com o de um filme de época e ela tinha os cabelos crespos e ruivos. Na época chegou a me emprestar os filmes de Romeu e Julieta e do Rei Arthur para eu usar de inspiração. Ela era muito linda e ficou tudo maravilhoso. Mas, a que mais me marcou foi uma noiva oriental, que queria homenagear o pai, no ano em que foi comemorado os 100 anos da imigração japonesa no Brasil. Nós elaboramos um quimono em shantung de seda, com todos os detalhes exigidos na cultura oriental, ela estava maravilhosa.

EM: Para aqueles que começam hoje no mundo da moda, qual dica você daria para quem quer seguir no ramo da confecção exclusiva sob medida? HS: Primeiro definir em que segmento da moda deseja trabalhar, afinal são muitos. Depois se especializar na área que escolheu, e não se esquecer de que, para se conseguir o que deseja, é preciso ter interesse, criatividade, persistência e determinação.

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