MOLUSCOS E SAÚDE PÚBLICA EM SANTA CATARINA

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Essas informações estão disponíveis na seção de “Noticias Ambientais” contida no endereço Oficial Internet do IBAMA/MMA <http://www.ibama.gov.br> (Sexta-feira 26/08/2005: Ibama publica normas para combate ao caracol-gigante-africano; Terçafeira 20/09/2005: Ibama discute combate ao Caramujo Africano). A arrogância cientifica é a negação da própria ciência Conforme SOUZA et al. (2007: 88), embora a maioria dos veículos de comunicação refira-se ao Achatina fulica como praga (sic): “... ele é apenas mais um exemplo do que pode acontecer com a introdução de espécies alienígenas em novos ambientes, sendo possível que a falta de acesso à informação adequada dificulte a compreensão em relação ao que se deve temer ou não desta espécie, o que faz com que os grupos humanos afetados dêem grande ênfase aos aspectos negativos do animal, fazendo com que as pessoas tenham por ele sentimentos que vão do medo à repulsa.” De acordo com FISCHER et al. (2005: 1, 9), como forma de alertar a comunidade (e objetivando um controle), foi veiculado na mídia que este molusco é transmissor de “graves doenças”, acarretando num alarde populacional que de imediato e como primeira consequência foi seguida pelo descarte de inúmeras criações remanescentes. Em consequência, os moradores dos locais infestados pelo gigante africano, além de sentirem-se incomodados e prejudicados, ficam apreensivos por causa dos problemas de saúde (sic): “... há relatos muito fantasiosos com relação aos agravos de saúde, alguns se relacionam a câncer, feridas, meningites, cegueira, febre, doenças e vermes.” Adequadamente, CARVALHO (2005: 1) esclarece que o caracol gigante africano tem sido equivocamente designado como “caramujo” no discurso veiculado pelos diversos meios impressos (nomenclatura esta própria das formas com hábitos aquáticos), provavelmente devido a uma “cultura do caramujo” formada por longas campanhas educacionais e sanitárias visando o controle de espécies vetoras da Esquistossomose. Entretanto, os gastrópodes pulmonados terrestres portadores de conchas devem ser corretamente denominados de “caracóis”, ficando a designação de “lesmas” para aqueles que não as possuem e “caramujos” para os gastrópodes aquáticos em geral. Ainda, e segundo o próprio CARVALHO (2005: 2), a única maneira do ser humano se tornar infectado com Angiostrongylus cantonensis, causador da Meningite Eosinofílica, verme recentemente detectado e reportado no Brasil (CALDEIRA et al. 2007 a, b; MALDONADO JÚNIOR et al 2010), é através do consumo de caracóis mal cozidos ou crus, sendo que não está comprovada a transmissão dos vermes através do muco produzido pelo caracol. Entretanto, como os vermes se alojam no caracol em locais próximos àqueles onde o muco é produzido, essa possibilidade de transmissão é sempre motivo de preocupação entre os sanitaristas. Trilhando a mesma linea de ação pública alarmista, o “Instituto Ambiental do Paraná – IAP”, com sede na cidade de Curitiba, desenvolve e divulga Folder visando o combate danos ambientais que dita espécie vem causando, principalmente no Sul do Brasil” (AMARAL, 2005; HÓRUS, 2005), sendo que na óptica e opinião do IBH (sic): “... Essa medida, junto com a falta de uma Legislação Federal específica para o produtor e para o produto, inviabiliza a Helicicultura, ou seja, a instalação de criatórios de escargot com fins comerciais”. As informações originais em detalhe disponíveis no endereço virtual do IBH, Fundação CEDIC <http://www.cedic.org.br/not.asp?noti=71> . Ainda, e segundo PAIVA (2005), a Infectologista Dra. Silvana Carvalho Thiengo, da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Rio de Janeiro, constatou infestação de indivíduos do “escargot” Helix pomatia (Linnaeus, 1758) por Angiostrongylus costaricensis Morera & Céspedes 1971.

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