MOLUSCOS E SAÚDE PÚBLICA EM SANTA CATARINA

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o tipo Cf é desdobrado em dois subtipos – no litoral e no extremo oeste aparece o subtipo Cfa, que tem verões quentes, apontado pela letra a – Cfa. Nessas duas regiões, as temperaturas dos meses mais quentes são sempre acima de 21ºC. Nas zonas elevadas do planalto, a temperatura média do mês mais frio é menor que 10ºC, e a letra b representa esse subtipo – Cfb. O estudo do clima de uma região não pode se limitar aos índices médios e estatísticos, como faz KÖPPEN. O resultado é incompleto e excessivamente generalizado. O conhecimento do clima implica necessariamente na compreensão da circulação atmosférica, isto é, na gênese do clima, que KÖPPEN não considera. Por esta razão, as classificações chamadas genéricas são as mais confiáveis. O sistema elaborado por STRAHLER (1986) é mais completo, porque permite que se faça uma análise dinâmica da atmosfera. Desta forma, aponta a gênese do clima local, que é mostrado na dinâmica atmosférica, elemento básico para entender-se o clima. Diz MONTEIRO (1958): “A classificação de Köppen, presa a médias, índices numéricos, tem uma função complementar, de modo nenhum desprezível, na caracterização dso tipos de climas locais”. MONTEIRO (2001), em sua tese de doutorado, faz uma excelente análise do clima do Estado, quando destaca a circulação atmosférica e a relaciona aos tipos de tempo encontrados ao longo do ano. A distribuição da fauna e da flora está intimamente ligada às características do clima de uma região. No estudo dos vetores de doenças transmissíveis em Santa Catarina, as condições climáticas exercem forte participação na sua distribuição. Por isto é conveniente fazermos uma breve resenha do clima no Estado (MONTEIRO, Carlos A. de F., 1958; MONTEIRO, Carlos A. de F., 1968; NÍMER, Edmond, 1977; MONTEIRO, Mauricy.A. & FURTADO, Sandra., 1995; MONTEIRO, Mauricy A., 2001). É conveniente ter-se em mente que as temperaturas médias não representam convenientemente as características climáticas de uma região. As temperaturas extremas do verão e do inverno é que impõem as condições de sobrevivência das espécies vivas, incluindo o homem. Inverno – O predomínio é da Massa Polar Atlântica (mPa), cuja sede é o anticiclone subpolar, que traz sempre tempo estável, com céu claro e temperatura em declínio e a pressão em ascensão. As geadas são comuns nas regiões elevadas. Os nevoeiros também são comuns em todo o território do Estado. Os anticiclones, ao moverem-se para o norte, têm duas trajetórias – no inverno, o deslocamento se faz principalmente no interior, e, no verão, a litoral é mais atingido por eles. As chuvas são trazidas pelas frequentes invasões da Frente Polar Atlântica (FPA), formada no encontro da massa polar com a Massa Tropical Atlântica (mTa), que invade o continente no outono e no inverno. Após a passagem da FPA, a mPa prevalece e puxa as temperaturas para baixo. No interior, as chuvas são mais volumosas que no litoral, por causa da presença da Baixa Pressão do Chaco, que influencia, mesmo no inverno, a formação da FPA e a atrai na sua direção tão logo ela é formada no extremo sul. Monteiro (1958) denomina a ação da Baixa do Chaco, sede da Massa Tropical Continental (mTc) de onda calor de noroeste, porque o aumento súbito da temperatura anuncia a chegada da FPA, que traz instabilidade do tempo. No litoral, os índices pluviométricos médios são menores, quase sempre abaixo de 100 mm/mês (MONTEIRO, 2001). Este fato se deve à

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