Entender a mulher #1

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Especial Publicitário

Por que as mulheres morrem mais de cardiopatias? Elas estão mais preocupadas com doenças ginecológicas do que com o coração?

A prevenção do câncer de mama, útero e ovários foi incorporada pelas mulheres como uma avaliação praticamente obrigatória. Até pouco tempo o câncer era considerado quase uma sentença de morte, enquanto as doenças cardiovasculares, além de estarem mais relacionadas ao sexo masculino, eram negligenciadas pelas mulheres devido à conhecida proteção hormonal conferida pelos estrógenos quando elas estão em idade fértil, diminuindo o risco dessas doenças. Esse cenário mudou com a inserção da mulher no mercado de trabalho, bem como devido aos hábitos e ao estilo de vida pouco saudáveis. Assim, os fatores de risco para as doenças cardiovasculares passaram a ter maior impacto nas mulheres. Como o estilo de vida está relacionado com o aumento de casos de doenças do coração?

O hábito de cozinhar e ingerir alimentos processados e industrializados, que são mais ricos em sódio e carboidratos, a maior ingestão de álcool, a vida sedentária e o hábito de fumar, além do estresse e da vida competitiva em decorrência do desempenho de múltiplas tarefas, penalizaram igualmente as mulheres, aumentado as taxas de doenças do coração.

A pressão psicológica, as frustrações, a competição e a ansiedade também são fatores de risco?

Sem dúvida. O estresse causado por inúmeras situações (trabalho, família e filhos) é um gatilho para o aumento da liberação de catecolaminas, substâncias que elevam a pressão arterial e podem causar arritmias cardíacas. Como a combinação de anticoncepcionais e cigarros prejudica a saúde da mulher?

O hábito de fumar e o uso de anticoncepcionais são muito preocupantes e determinam maior risco. Isso porque ambos (nicotina e hormônios) alteram a agregação das plaquetas, podendo levar à obstrução de vasos sanguíneos. Muitas mulheres alegam não ter tempo para praticar esportes ou se alimentar bem. O que a doutora aconselharia para essas pacientes?

Não existe mágica. O conselho é tentar não fazer do tempo de trabalho um período totalmente sedentário. Use a escada em vez do elevador, evite o estresse com técnicas de relaxamento e procure se alimentar de forma saudável. Eu recomendo às mulheres que reflitam sobre as consequências do seu estilo de vida e “ponham-se na sua agenda”, arranjando um tempo para si. Além, claro, de visitar o médico regularmente.

Em que sentido a má alimentação contribui para o aumento das cardiopatias nas mulheres?

Aumentando o peso corporal, elevando a pressão arterial e as taxas de açúcar, de colesterol e de triglicérides, todos reconhecidos como os fatores de risco cardiovascular tradicionais. O ideal é uma alimentação balanceada e o mais natural possível, além da prática de exercícios físicos.

Dra. Maria Eliane Campos Magalhães Médica cardiologista do setor de Hipertensão Arterial e Lípides do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É coordenadora do Centro de Hipertensão Arterial do Hospital Pró Cardíaco e foi Presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia-Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro no biênio 2007-2009.

Informações adicionais disponíveis à classe médica mediante solicitação. Bula e informações adicionais disponíveis no interior desta publicação.


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