Ensino Magazine edição183

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maio 2013 Diretor Fundador João Ruivo

Diretor João Carrega Publicação Mensal Ano XVI K No183 Distribuição Gratuita

Suplemento Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico. Autorização nº DE01482012SNC/GSCCS

Augusto santos silva, Ex-Ministro

Escola Pública corre riscos Augusto Santos Silva já chefiou vários ministérios: foi ministro da Educação, da Cultura, da Defesa, e dos Assuntos Parlamentares. Docente na Universidade do Porto, diz que a escola pública pode não resistir aos cortes previstos para o setor da educação.

entrevista

Já chegámos ao Eduardo Madeira C

www.ensino.eu Assinatura anual: 15 euros

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investigação

Robôs do IPCB e Minho brilham no Nacional C

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politécnico

Portalegre ganha na bioenergia C

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Politécnico

Idanha paga propinas a alunos da ESGIN C

lusofonia

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Português é o 5º mais falado na internet P 25 C

pub

fadista apresenta novo trabalho

O fado de Cuca Cuca Roseta acaba de apresentar o seu novo trabalho discográfico. Chama-se Raiz e é a fadista quem assina a maior parte das composições.

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João Vasco H

Coordenação Portugal

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Ensino Jovem pub

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augusto santos silva, ex-ministro

Escola pública corre riscos 6 Augusto Santos Silva já chefiou vários ministérios: foi ministro da Educação, da Cultura, da Defesa, e dos Assuntos Parlamentares. Docente na Universidade do Porto é também um dos rostos do Partido Socialista mais respeitados. Em entrevista ao Ensino Magazine diz que a escola pública pode não resistir aos cortes previstos para o setor da educação. Defensor do sistema binário no ensino superior, Augusto Santos Silva avisa que se está a preparar o encerramento de instituições no interior do país. De caminho acusa o Ministério da Educação e os sindicatos de terem um pacto e diz que na escola há desesperança e medo. Em momentos de crise, como a que o país e a Europa, atravessam, há sempre a tentação de se cortar em várias áreas, sendo a educação uma das mais afetadas. A escola pública, tal como a conhecemos, corre perigo? A resposta depende do tipo da gestão de orçamento que se fizer. O Ministério da Educação, na atual configuração, incluindo o ensino superior, é um dos maiores ministérios do Estado, pelo que é inconcebível processos de contenção de despesa que não impliquem esse ministério. No entanto, - e como o mandato de Maria de Lurdes Rodrigues demonstrou, entre 2005 e 2009 -, é possível gerir o orçamento do Ministério da Educação de modo a gastar relativamente menos fazendo mais. As margens de ineficiência do ministério eram grandes e, tanto quanto sei, ainda há algumas, designadamente em matéria de gestão de pessoal docente. Os horários zero ou mobilidade de professores continuam a custar ao país dinheiro mal utilizado. Tenho, contudo, muitas dúvidas de que o sistema público de educação resista, com a qualidade que hoje tem, a cortes como aqueles que estão programados no documento de estratégia orçamental. Como as medidas equivalentes a esses cortes não estão detalhadas, não poderei, para ser honesto, dizer muito mais que isto. Referiu o mandato de Maria de Lurdes Rodrigues. Nesse período houve uma contestação elevada por parte dos professores, sobretudo devido a algumas medidas que foram tomadas como as aulas de substituição (hoje já pacíficas), a escola a tempo inteiro ou o processo avaliativo. Mas hoje a escola parece estar mais nervosa… Eu não fiz nenhum estudo científico sobre essa matéria, mas conheço muitos professores e escolas. O sentimento que mais encontro é um misto de medo e desesperança. As pessoas estão desesperadas, com muito pouca esperança e muito medo. E este é um facto que me preocupa. Se os professores, que são uma classe profissional altamente qualificada, com condições de trabalho razoáveis se comparadas com outros trabalhadores, estão com

medo, o que sentirão os reformados, os pensionistas, ou os funcionários públicos pouco qualificados? Esse medo resulta de que fatores, da mobilidade especial? Resulta de muitas coisas que aconteceram. E todas essas coisas surgiram de um denominador comum: aquilo que se pensava que estava garantido, os direitos que pensávamos estarem seguros, ou as expetativas que considerávamos seguras ficaram em causa. E no momento em que fica em causa a pensão que uma pessoa recebe em função dos descontos que fez, ou o salário a que tem direito, ou – no caso da função pública -, a estabilidade do vínculo profissional, o medo instala-se. E é esse medo que tem impedido os professores de se manifestarem como num passado recente? Não apenas. Evidentemente que esse medo e a desesperança limitam os movimentos dos professores que protestam, se zangam e exprimem angústia e hostilida-

de, mas que têm mais dificuldade em agir pela positiva, em se manifestar e em se organizar. Mas nesta matéria importa sublinhar dois aspetos: os professores têm-se manifestado, o que deixou de acontecer foram manifestações específicas de professores e de sindicatos. E isso verificou-se com as manifestações de 15 de setembro e agora em março, por exemplo, onde participaram milhares de docentes, só que numa iniciativa onde estavam outros movimentos cívicos. E estas manifestações chegaram a juntar três gerações da mesma família. O segundo dado é a astenia da iniciativa dos sindicatos, em particular da FENPROF. E isso é que é surpreendente. Na prática vigora uma espécie de pacto entre os sindicatos e o Ministério da Educação. Esse pacto consiste no seguinte: o Ministério da Educação congelou a avaliação dos professores e os sindicatos respondem com uma contestação naquele limite que se fosse ultrapassado seria um escândalo nacional. E esse pacto, pelo que me apercebo, está em vigor, o que é muito triste. A criação dos mega agrupamentos de

escolas está a avançar no país, criando organismos com mais de três mil alunos com escolas, muitas vezes, afastadas. Isso é governável? Há vantagens pedagógicas nessas estruturas, ou lógica é reduzir? Isso é muito desaconselhável. Eu defendo os agrupamentos. Estava no Ministério da Educação quando eles se iniciaram. Mas os agrupamentos eram constituídos por razões de ordem pedagógica e organizativa. Tratava-se de por em comum e em articulação as escolas pelas quais passavam sucessivamente ao longo da sua escolaridade o aluno. E Portugal era um caso muito estranho nessa matéria, pois havia poucos países em que uma criança entrava para um jardim de infância, saía para uma escola para fazer o 1º ciclo, voltava a sair para o 2º ciclo e ainda voltava a sair para concluir o 3º ciclo. Por isso, o agrupamento que ligue entre si escolas do 1º ciclo e jardins de infância, ou escolas de 1º, 2º e 3º ciclo, garante que a mesma direção, o mesmo corpo de docentes e a mesma instituição acompanhe a criança/jovem ao longo da sua escolaridade básica. ;

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Mas a direita criticou os agrupamentos da altura?

do Partido Socialista tomaram para racionalizar as coisas sem ofender os direitos, tenham aprendido a lição.

A direita sempre contestou os agrupamentos, mesmo quando eram feitos nessa lógica, em que uns tinham 300, outros 500 ou mais de 1000 alunos. Agora, por razões exclusivamente financeiras e com o único intuito de “permitir” libertar professores – isto é de os despedir -, foram constituídos agrupamentos sem nenhum critério. Como bem referiu na sua pergunta anterior, a principal questão não é a dimensão em número de alunos. Não há um número mágico. Um estabelecimento pode ser bem gerido com 200 ou com 2000 alunos. O problema está na extrema dispersão territorial que constituem os agrupamentos. O objetivo essencial é tornar excedentários professores e funcionários.

Essa reordenação pode ser feita também com uma mais justa distribuição das vagas no ensino superior? Defendo uma lógica de competição entre as escolas do ensino superior. O Ministério da Educação deve acompanhar a própria dinâmica da demografia escolar. O que já não faz sentido é instituições universitárias canibalizarem formações tipicamente politécnicas, como acontece na área do turismo, por exemplo. O contrário já não é possível, pois nenhum politécnico poderá dar um curso de medicina. Recentemente os politécnicos apresentaram um estudo onde é referido que essas instituições se deveriam designar de Universidades de Ciências Aplicadas, à semelhança do que acontece noutros países da Europa. Em seu entender a mudança de designação poderia trazer mais valias a todo o sistema?

No ensino superior a rede de universidades e politécnicos abrange todo o território nacional. O sistema binário continua a fazer sentido? Sim. Até porque não estão ainda exploradas todas as suas potencialidades. A lógica de constituição de um sistema binário assenta na progressiva generalização do ensino superior. Hoje devemos ter um em cada três jovens, entre 18 e os 23 anos, a frequentar o ensino superior. O que nos coloca na média dos países da OCDE. Esses jovens são diferentes entre si e têm diferentes objetivos e expetativas. Por isso, o ensino superior deve ser suficientemente diversificado para poder acolher essa diversidade. A organização entre um setor mais próximo da investigação científica e das ciências fundamentais (universitário) e outro mais próximo da vida económica e profissional, ligado diretamente às tecnologias, às formações de natureza profissional como nas engenharias, na educação e nas artes (politécnico), é útil. A rede binária permitiu ao país, em pouco menos de 15 anos, cobrir todo o seu território com instituições de ensino superior. Instituições, que como se nota bem no interior do país, para além de serem uma oferta de educação, são um importantíssimo fator de dinamismo económico e social local. O que seria hoje o interior do país sem instituições de ensino superior? Há capitais de distrito em que elas constituem um dos poucos polos de dinamismo que as populações têm.

Não é pelo nome que a coisa se resolve. Mudando de assunto. Mostrou preocupação de se estar a preparar o maior ataque à coesão territorial do país desde os tempos de Oliveira Salazar. Isso significa uma litoralização do país nas áreas estratégicas, como educação, a saúde, entre outras? Significa a litoralização do país, o qual fica encolhido nas áreas económicas. Não conheço, hoje, nenhuma política de medida económica destinada a apoiar o interior do país. O que tenho visto é a sucessiva derrogação e eliminação de todas as medidas de política pública destinadas a incentivar a atividade e a radicação no interior do país. Os incentivos fiscais foram eliminados, os poucos benefícios de que o interior gozava em matéria de acessibilidades foram eliminados, com a introdução de portagens. Todos os projetos de melhoria das acessibilidades e, portanto de diminuição dos custos das pessoas e das empresas, foram eliminados tanto na ferrovia como na rodovia, e não vejo nenhuma expressão política que se quer afirme a voz do interior no quadro da atual maioria.

E quando se fala em reorganização da rede. Essas instituições correm perigo? Temo que sim. Mas também digo que se se está a preparar o que parece, e o que parece é o encerramento de várias instituições de ensino superior no interior do país – politécnicas e universitárias -, isso só será concretizado se as pessoas deixarem. Se houver resistência essa medida, que é tão violenta, não conseguirá avançar. Contudo, tenho que falar com cuidado porque o ministério não diz o que quer fazer, não só neste como noutros domínios. Espero que não seja o encerramento das instituições aquilo que o ministério quer fazer. Há outra alternativa bem mais interessante e positiva.

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Mas há fundos comunitários que se destinam a promover essa coesão…

E qual é essa alternativa? Considero que não devem estar abertos cursos que ninguém quer, ou que se devam inventar alunos que não existem. É preciso adequar a rede do ensino superior à evolução da demografia escolar. A própria Lei prevê formas de organização e cooperação entre instituições, que permitem que elas adquiram massa crítica sem terem que encerrar. Falo dos consórcios, de formas de organização supra locais. Não vejo porque é que os politécnicos, por exemplo no distrito de Santarém, se esti-

verem em perda de alunos não se organizem e adquirem a massa crítica de que precisam. Essa sempre foi uma medida defendida pelo ministro Mariano Gago, o que é certo é que as instituições nunca se entenderam nessa matéria… Eu não gosto de assumir o papel daquela personagem de banda desenhada, o Calimero, que estava sempre a queixar-se de o tratarem mal. Espero que as instituições, as forças vivas ou os grupos que resistiram tanto a medidas que os governos

O erro mais crasso deste Governo é a não utilização dos fundos comunitários em matéria de coesão regional. Aliás eles hoje estão a ser usados para tapar buracos orçamentais. O atual Governo tomou uma medida correta que foi aumentar a taxa de comparticipação comunitária: Hoje, pode obter 100% financiamento com apenas 10% de esforço próprio. Mas essa medida só faz sentido se os fundos estiverem disponíveis. K   

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Mário Camões foi distinguido nos Estados Unidos

Aluno português é o melhor na Florida 6 O estudante português Mário Camões, foi considerado o melhor aluno do programa Master of International Business da Florida International University (Universidade da Florida, Estados Unidos da América). O prémio distinguiu Mário Camões como tendo sido o melhor aluno, finalista em 2013, numa avaliação e votação efetuada pelo corpo docente da escola de gestão daquela universidade. Mário Camões explica que “o prémio é importante até porque traduz o reconhecimento de um longo ano de trabalho, não só meu, mas também dos meus colegas de equipa. Para além disso, trata-se de uma boa forma

de dar estímulo positivo a um estudante, algo que não estava tão habituado em Portugal”. O aluno do Master of Science in Business Administration e licenciado em Gestão pelo ISCTE Business School viveu o último ano nos Estados Unidos, para frequentar o programa Master of International Business da Florida International University onde se encontrava em regime de dual-degree. Mário Camões explica que “o prémio distinguiu o estudante que, graduando-se em 2013, mais se destacou tanto em termos de resultados académicos como de contribuição para as discussões nas aulas.

Neste sentido, o meu trabalho foi caraterizado pelo rigor e atenção à qualidade dos projetos que desenvolvi, e, também, pela vontade em contribuir positivamente para as discussões nas aulas. Esta última é importante já que, na maioria das unidades curriculares nos EUA a participação é muito valorizada”. Depois de um ano a vi-

ver fora de portas, Mário Camões diz que sempre tentou acompanhar as mudanças vividas no país. Mas há uma que o preocupa em especial: “o desemprego jovem atinge valores acima dos 40%. Esta preocupação não é fundada unicamente no problema que representa tamanha percentagem, mas também no desperdício de capital humano de excelência”. K

Mário Camões com outra estudante portuguesa

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Governo defende formação nos media

Literacia é crucial 7 O secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional considera que “a literacia mediática assume uma importância crescente à luz da revolução digital que tem vindo a operar nos media uma progressiva fusão dos serviços tradicionais com a Internet”. Numa declaração lida por Pedro Berhan, diretor do Gabinete para os Meios de Comunicação Social, a 11 de maio, no encerramento do 2º Congresso Literacia, Media e Cidadania, em Lisboa, Pedro Lomba salientou: “é inegável que esta transição trouxe oportunidades e vantagens muito significativas (…). Contudo, esses novos caminhos não compõem um efeito benéfico para a sociedade, no seu todo, se não forem acompanhados de uma utilização responsável e informada dos no-

vos meios de comunicação social”. Assim, “formar para o uso crítico e esclarecido dos meios de comunicação social é um imperativo da cidadania”. O Congresso, que teve como objetivo constituir um momento privilegiado de reflexão e debate sobre como tornar os cidadãos cada vez mais esclarecidos e críticos face aos media e ao ecossistema mediático a que estão sujeitos, reuniu esta sextafeira e sábado, 10 e 11 de maio, no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, cerca de 200 participantes, oriundos de vários meios profissionais e países, em sessões plenárias e paralelas – com cerca de 90 comunicações livres. Uma das comunicações foi apresentada pelo editor do Ensino Magazine, Vitor Tomé, e esteve centrada na formação de professores na área da Educação para os Media.K

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Conselho Geral da UTAD

Universidade de Évora

6 José da Silva Peneda é o novo presidente do Conselho Geral da Universidade de Trásos-Montes e Alto Douro, tendo sido eleito, a 19 de abril. O novo presidente é uma das personalidades mais influentes na vida económica, social e política dos nossos dias. Desempenha atualmente o cargo de presidente do Conselho Económico e Social, foi ministro no governo de Cavaco Silva e deputado pelo distrito de Bragança. A eleição ocorreu após a tomada de posse das personalidades cooptadas do Conselho Geral da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, designadamente

6 No âmbito do 1.º Ciclo de Estudos em Turismo, a Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora realizou, no passado dia 15 de maio, uma conferência intitulada “Hotelaria, Inovação e Desenvolvimento Regional”. A iniciativa teve como principal objetivo o debate e a reflexão sobre o papel da hotelaria para o desenvolvimento regional do Alentejo. Por outro lado, procurou analisar a forma como a hotelaria usa a inovação associada às características singulares da região para se destacar no mercado e contribuir deste modo para o desenvolvimento. Segundo a organização da conferência, a inovação é imprescindível para o crescimento e desenvolvimento do turismo numa região. A conferência contou com as

Silva Peneda preside

António Barreto, Fernando Bianchi de Aguiar, José da Silva Peneda, Luis Rochartre, Pedro Lourtie e Sérgio Figueiredo. O secretário do órgão é agora Victor Ribeiro dos Reis e o novo Conselho Geral, face à so-

licitação do Reitor, para acerto do calendário eleitoral de todos os órgãos de gestão da UTAD, aprovou também o regulamento para a eleição do futuro Reitor, que terá lugar no próximo dia 5 de julho. K

Eficiência Energética no Abastecimento de Água

Hotelaria em debate

Coimbra faz tese 6 Os Sistemas de Abastecimento de Água, quando sujeitos a pressões excessivas podem utilizar válvulas redutoras de pressão para dissipar essa energia. Este equipamento está sujeito a grande desgaste e acaba por ocasionar um desperdício de energia. Uma solução desenvolvida na Universidade de Coimbra pode alterar esta realidade. A investigação, que acaba de vencer o Prémio Melhor Tese 2012, atribuído pelas Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro, propõe a utilização de bombas a trabalharem como turbinas em sistemas de abastecimento de água, uma solução que apresen-

ta grandes vantagens, como explica o coordenador do Mestrado Integrado em Engenharia Ambiental, José Alfeu Sá Marques: “além de ter um tempo de vida muito maior, é um sistema que transforma o prejuízo em lucro, ou seja, aproveita a energia em excesso para produzir energia, a qual pode ser usada localmente ou ser vendida à rede elétrica nacional”. De acordo com o estudo desenvolvido, o sistema que utiliza bombas a funcionarem como turbinas em sistemas de abastecimento de água «produz energia elétrica limpa, no valor médio de 1100 euros mensais, e o

custo do equipamento é amortizado em 4 anos. Se o sistema for implementado em todo o país, em locais onde se verifiquem condições adequadas, os ganhos poderão ser significativos. São energias renováveis limpas que estão a ser desperdiçadas», observa o Docente da FCTUC. O Estudo de viabilidade técnica e económica de utilização de bombas como turbinas em sistemas de abastecimento de água foi desenvolvido pelo aluno João Guilherme Carreira Vaz Correia no âmbito da sua tese de Mestrado, orientada pelos professores José Paulo Lopes de Almeida e José Alfeu Sá Marques. K

UTAD

Estacionar em Vila Real 6 Os alunos de Engenharia de Reabilitação e Acessibilidade Humanas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro organizaram uma ação de sensibilização, a 30 de abril, na cidade de Vila Real, contra o estacionamento abusivo em lugares reservados a pessoas com mobilidade reduzida. Criaram uma situação insólita de ocupação de uma zona vasta de estacionamento, ao todo 25 lugares, com cadeiras de rodas e promoveram a filmagem do comportamento dos condutores na Av. Almeida Lucena, junto ao Jardim da Carreira de Vila Real. Através desta iniciativa, que teve a colaboração da Câ-

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mara Municipal e PSP, concluiuse que muitos lugares foram abusivamente ocupados, não

havendo respeito pelos espaços reservados a pessoas com mobilidade reduzida. K

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seguintes intervenções: Sérgio Guerreiro, Diretor do Departamento de Estudos e Planeamento do Turismo de Portugal; José Santos, SecretárioGeral da Entidade Regional de Turismo do Alentejo; Elisabete Mendes, Diretora do Departamento de Gestão Pedagógica e Certificação do Turismo de Portugal, Rita Duarte, da Associação da Hotelaria de Portugal, Jaime Serra, Docente do 1.º Ciclo Estudos em Turismo da Universidade de Évora; Luís Ahrens Teixeira, Diretor da Herdade da Cortesia Hotel, Maria Ana Alves, Administradora do Alentejo Marmoris Hotel & SPA e Duarte Cunha, Diretor do L’AND Vineyards Luxury Wine Resort. Refira-se que a iniciativa foi planeada e executada pelos alunos da unidade curricular de Planeamento de Eventos e Animação Turística. K


Tesouros da BISA

e terá momentos de animação dedicados a este tema. K

T O Núcleo Museológico do Instituto Superior de Agronomia vai organizar uma exposição que visa promover o património relativo aos mais de 100 anos de história dedicados à formação de profissionais nos domínios da Agricultura, Floresta, Tecnologia e Arquitectura Paisagista. A Exposição decorrerá entre os dias 20 de maio e 15 de julho de 2013, das 10 às 16 horas, no Salão Nobre do ISA, espaço da antiga biblioteca que remonta a 1917. Com esta primeira iniciativa pretende-se expor uma amostra tão representativa quanto possível do extraordinário acervo bibliográfico existente na Biblioteca. K

Psicologia e Design

Digital na Educação T O e-Learning Lab da Universidade de Lisboa vai organizar um seminário sobre Tecnologias Digitais nos Mestrados em Ensino, no próximo dia 22 de maio, a partir das 10 horas, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa. K

III Feira de Educação Especial T O Banco de Informação de Pais para Pais (BIPP) e a Comissão Social Inter-Freguesias de Santa Maria de Belém e de São Francisco Xavier (CSIF Belém Xavier) organizam a III Feira de Educação Especial, que se realiza no dia 31 de maio, entre as 10h00 e as 18h30, no Jardim Vasco da Gama (em frente ao Mosteiro dos Jerónimos), em Lisboa. A feira é composta por stands de mais de 30 instituições que desenvolvem trabalho e apoiam crianças e jovens com necessidades educativas especiais e visa ser um local de troca de experiências e aquisição de conhecimento na área de educação especial. Pela primeira vez a feira é temática (Filmes Portugueses)

T O ISPA vai lançar em junho uma formação em Psicologia e Design com o objetivo de levar os participantes a adquirir conhecimentos e desenvolver competências no âmbito do comportamento do consumidor e da decisão de compra. A iniciativa, em colaboração com o IADE, Creative University e UP Partner, The Touchpoint Agency, é dirigida a empresários, gestores, diretores de marketing, diretores criativos, gestores de clientes, diretores de publicidade, diretores comerciais, fotógrafos, gestores de produto, designers, criativos e webdesigners, de empresas e organismos públicos e privados e ainda estudantes universitários de qualquer ano das áreas de Gestão, Psicologia, Marketing e Publicidade. K

Reitor de Évora na Bélgica T O Reitor da Universidade de Évora participou na Assembleia Geral e na Conferência Anual da European University Association (EUA), que teve lugar na Universidade de Ghent, na Bélgica, nos dias 11 e 12 de abril. A Presidente da EUA, Helena Nazaré, presidiu à Assembleia Geral, onde se procedeu à eleição de três membros da Direção (em substituição de outros que terminaram o seu mandato), à apreciação do Relatório e Contas, à aprovação do Plano de Atividades e a uma alteração estatutária. Na Conferência, além de reitores (ou seus representantes) das instituições associadas na EUA, participaram também investigadores, representantes de associações estudantis europeias e outras entidades, tendo-se debatido abordagens estratégicas para a internacionalização, que o reitor da Universidade de Évora considerou particularmente úteis, dada a atual relevância do tema e a qualidade das intervenções. K

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Aveiro, Porto e Minho

Robótica em alta 6 A equipa FC Portugal 3D (projeto conjunto das Universidades de Aveiro, Porto, e Minho) venceu o RoboCup German Open 2013, na liga de Futebol Robótico Simulado 3D, tendo marcado 19 golos e sofrido 6. O RoboCup German Open 2013 (Campeonato Europeu de Futebol Robótico) de-

correu entre 26 e 28 de abril em Magdeburgo, Alemanha. Depois de uma fase de grupos muito disputada, a equipa FC Portugal derrotou na final a equipa magmaOffenburg (Alemanha) por 4-3 na marcação de Penalties. A equipa FC Portugal, projeto que teve início em 2000, já ganhou

três campeonatos mundiais e sete campeonatos europeus, tendo conquistado mais de 25 troféus internacionais. A Liga de Simulação 3D é uma competição em que duas equipas de 11 robôs humanóides totalmente autónomos jogam futebol através de um simulador. K

Escola de Engenharia da UMinho

João Monteiro preside 6 João Monteiro, professor catedrático, é o novo presidente da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, tendo tomado posso a 3 de maio, no campus de Azurém, em Guimarães. Para o triénio 2013/16 vai ter como vice-presidentes os professores António Gomes Correia, Rosa Maria Castro Fernandes Vasconcelos e Guilherme Augusto Borges Pereira. A cerimónia de investidura conta com o reitor António M. Cunha e está aberta à comunidade. João Monteiro iniciou a carreira na Universidade do Minho em 1980, após a licenciatura em

Engenharia Eletrotécnica pela Universidade do Porto. Obteve o doutoramento em Engenharia de Sistemas e Informática em 1991 e a agregação em 2003. É professor catedrático do Departamento de Eletrónica Industrial desde 2007. Foi (cor)responsável por várias dezenas de projetos de I&D financiados pela FCT, Agência da Inovação, empresas e programas europeus. Exerceu o cargo de pró-reitor da UMinho (200509) e de diretor do Centro Algoritmi (1998-2006, 2010-2013), sendo ainda o coordenador do grupo de Sistemas Embebidos deste centro de investigação. K

Prémio Europeu do Inventor

Valdemar Rua ADVOGADO

Av. Gen. Humberto Delgado, 70 - 1º Telefone: 272321782 - 6000 CASTELO BRANCO

Portugal estreia-se 6 Pela primeira vez, há uma patente portuguesa candidata ao Prémio Europeu do Inventor, que é atribuído pelo Instituto Europeu de Patentes (EPO) desde 2006. A tecnologia nacional aumenta o volume da cortiça através de um processo inovador baseado em micro-ondas.

A inovação intitula-se “Process of expanding cork through microwave radiation” e envolve investigadores do Grupo 3B’s da Universidade do Minho, da Corticeira Amorim (CA), do Instituto Politécnico de Lisboa e da Universidade Técnica de Lisboa. Esta patente disputa o galardão

entre 15 candidatos, estando nas três melhores da categoria Indústria. O júri do prémio, responsável por escolher os candidatos e o vencedor, inclui personalidades internacionais nas áreas da política, negócios, media, ciência e investigação.K

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Festival de Robótica

Robôs da EST vencem

6 A Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco obteve um primeiro e um terceiro lugares no Festival Nacional de Robótica, o qual decorreu no final de abril, em Lisboa. As equipas albicastrenses, compostas pelos docentes dos Cursos de Engenharia Industrial e CET de Automação e Manutenção Industrial (Paulo Gonçalves e Pedro Torres), pelo Técnico Superior José Sequeira e pelos alunos João Pinto, Tiago Martins, Ruben António, Júlio Dinis, obtiveram uma excelente participação. O robô ESTCAR, alcançou o primeiro lugar na prova de Condução Autónoma – Rookie. Este robô foi construído no âmbito do Curso de Especialização Tecnológica (CET) de Automação e Manutenção Industrial, fazendo parte do projeto final de dois alunos do curso.

Escola Superior de Saúde Já o robô KIKA, na prova de Condução Autónoma – Challenge, obteve a terceira posição. Para os membros da equipa, “os resultados agora alcançados premiaram o espírito e empenho da equipa para superar as dificuldades das provas”. A participação do IPCB no Festival Nacional de Robótica teve

início no dia 24 de abril com a apresentação da investigação “On the development and simulation of a Robotic Ultrasound Guided System for Orthopedic Surgical Procedures”, pelo docente Paulo Gonçalves, no âmbito dos projetos HIPROB e ECHORD em execução no Laboratório de Robótica e Equipamentos Inteligentes do IPCB. K

No IPCB

Volta ao emprego

6 O Instituto Politécnico de Castelo Branco acolheu, dia 14 de maio, a iniciativa “Volta de Apoio ao Emprego”, organizada pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, o Instituto do Emprego e Formação Profissional e a rede de centros Europe Direct, com o objetivo de divulgar oportunidades de emprego e formação. Esta sessão de informação, a quarta de um conjunto de treze que serão realizadas em diversas localidades de norte a sul do país, serviu, também, para apresentar soluções para a melhoria da empregabilidade, através de formação profissional, estágios ou experiência internacional de voluntariado, assim como sugestões sobre como aumentar a probabilidade de sucesso de uma candidatura e formas de aceder a quase 1,5 milhões de vagas de emprego disponíveis a nível europeu. Na sessão de abertura, José Carlos Gonçalves, vice-presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, congratulou-se com este “projeto patrocinado pela União Europeia que, na atual conjuntura económica, tem de ter políticas pró-ativas para a empregabilidade e para o desenvolvimento de ações que possam facilitar o acesso aos mercados de trabalho. Para o IPCB, tudo o que for iniciativas que promovam, divulguem, estimulem ações de empregabilidade e facilitação desse processo de acesso ao mercado de trabalho são da maior importância. O Politécnico de Castelo Branco como organização e instituição responsá-

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Rastreios gratuitos em maio 6 A Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias do Instituto Politécnico de Castelo Branco, através do Curso de Cardiopneumologia, realiza durante todo o mês de maio, rastreios cardiovasculares e respiratórios gratuitos. A iniciativa surge inserida no âmbito da comemoração do mês do coração. Durante este período serão realizados exames de cardiologia (eletrocardiograma, holter e ultrassonografia cardíaca), exames da circulação dos vasos do pescoço e da aorta abdominal, prevalência de hipertensão

arterial (HTA) e provas de função respiratória ou estudo do sono. De referir que as doenças cardiovasculares são a maior causa de mortalidade e morbilidade na sociedade moderna sendo de extrema importância a deteção e o controlo destas patologias e dos seus fatores de risco. Os exames de cardiologia têm como população alvo indivíduos com patologia cardíaca, antecedentes de enfarte agudo do miocárdio, sintomas como palpitações, tonturas e cansaço fácil. K

Na Polónia

Crianças da cidade ganham prémios vel por formar quadros técnicos especializados, com competências e saberes, obviamente que pode dar um contributo muito válido para o desenvolvimento económico, para a criação de valor ao nível das empresas e das organizações. É de todo nosso interesse, também, que nossos alunos diplomados possam de facto ter resposta no mercado de trabalho para as capacidades que acabaram de adquirir”. Já António Realinho, diretor do centro de informação Europe Direct Beira Interior Sul, lembrou que “esta iniciativa tem por finalidade promover a empregabilidade a nível europeu e, principalmente, nas regiões onde estamos inseridos e colocar á disposição dos cidadão e do seu conhecimento todos os dispositivos que existem para o efeito, para que as pessoas possam enquadrar-se nelas a nível europeu. Também é importante que os jovens perce-

bam que dispõem de um conjunto de programas que lhes podem ser úteis para a sua vida profissional e que existe uma grande mobilidade a nível europeu”. Também Carlos Faria, diretor do Centro de Emprego e Formação Profissional de Castelo Branco, salientou a importância desta sessão para “divulgar oportunidades de emprego a nível europeu” e, ao mesmo tempo, ser uma ação “para ajudar quem está desempregado”. A sessão prosseguiu depois com as intervenções dos técnicos superiores do Serviço de Emprego de Castelo Branco Jorge Diogo e Lurdes Neves. Patrícia Oliveira, EuroConselheira do Centro de Emprego da Covilhã falou das “Oportunidades de emprego ao nível Europeu”, enquanto João Pedro Luz, do Gabinete de Relações Internacionais do IPCB, do “Programa LLP (Aprendizagem ao Longo da Vida) e Empregabilidade”. K

6 A Escola Superior de Educação (ESE) participou no concurso internacional de marcadores de livros promovido pela Biblioteca Pública de Varsóvia, Polónia, tendo sido premiadas cinco crianças portuguesas, na categoria dos oito anos, de turmas das professoras cooperantes da ESE, Elisa Correia e Sara Vieira. Os alunos albicastrenses premiados pela Biblioteka Publiczna W DZ. Ursus, de Varsóvia foram Carolina Santos e António Lameiras Mendes, com o 2º prémio ex aequo; Laura Fonseca, Martin Heitor e Tomás Calmeiro, com o 3º prémio ex aequo. Neste projeto de elaboração de marcadores de livros a partir de contos tradicionais e de histórias sujeitas ao tema ”Viagem”, de autores contemporâneos de literatura para crianças. Participaram alunos do 3º ano de escolaridade da Escola

EB1 do Valongo e do Agrupamento de Escolas João Roiz de Castelo Branco. A participação no certame foi coordenada pela docente Maria da Natividade Pires e o projeto apresentado foi desenvolvido por duas alunas do IPCB/ESE, Cátia Gaspar e Raquel Teixeira, no âmbito do Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico. O Sunshine Bookmark Contest 2013 teve, entre outros, o patrocínio do Ministério da Educação da Polónia, do Ministérios da Cultura, Biblioteca Nacional e Secção Polaca do IBBY - International Board on Books for Young People. Participaram no concurso 2000 crianças e jovens da Bulgária, Indonésia, Irlanda, Itália, Polónia, Portugal, Roménia e Ucrânia. O concurso tinha várias categorias, por idade e por nacionalidade. K


Impacto importante na região

IPCB gere 20 milhões

6 Em 2012 o Instituto Politécnico de Castelo Branco teve um orçamento de mais 20 milhões de euros, terminando o ano com uma execução orçamental positiva de 491 mil e 35 euros. O impacto que a instituição tem na região é significativo, já que a este orçamento acrescem os valores indiretos gastos pela comunidade académica (por exemplo, os 4600 alunos) na região. Os dados foram apresentados pelo presidente do IPCB, Carlos Maia, durante a apresentação do relatório de atividades do ano passado. Por si só o Politécnico de Castelo Branco representa cerca de 18% da população da cidade. Apesar dos sucessivos cortes orçamentais a que a instituição tem sido sujeita por parte do Orçamento de Estado (de 2010 até hoje a receita do Orçamento de Estado que lhe foi atribuída reduziu de 18 para 13 milhões de euros, isto apesar do número de alunos ter aumentado em cerca de 200), o Politécnico continua a figurar como uma das mais bem geridas do país. Carlos Maia destaca a gestão criteriosa da instituição. “Todas as semanas fazemos uma reunião do Conselho de Gestão,

onde tentamos ser o mais rigorosos possível, sem por em causa o funcionamento da instituição”, explica. O presidente do IPCB adianta que “os dirigentes do Politécnico estão sensibilizados nesta matéria”. Apesar desse esforço, Carlos Maia refere que a instituição tem salvaguardado os seus vetores fundamentais, como o são o ensino ou a investigação. O esforço do IPCB é ainda mais destacado pelo facto do “Politécnico albicastrense ter das propinas mais baratas do

ensino superior em Portugal”. A este propósito, Carlos Maia destaca a política que a instituição tem implementado no sentido de facilitar o pagamento de propinas aos alunos que estão em dificuldades ou em incumprimento. “Nós não queremos expulsar nenhum aluno do IPCB por essas razões. Nunca o fizemos e não o queremos fazer”, justifica, para acrescentar: “temos feito planos flexíveis de pagamento (10 meses)”. Neste momento haverá cerca de 10% dos alunos com propi-

nas em atraso, mas Carlos Maia, lembra que essa percentagem foi maior. “Há um ano e meio as verbas em dívida eram de 600 mil euros, hoje não chegam aos 200 mil. Tudo temos feito para solucionar o problema desses alunos, para que eles se mantenham no Instituto”. Qualidade assegurada Com 379 docentes e 230 funcionários, o Instituto Politécnico de Castelo Branco foi o mais procurado do interior do país

pelos candidatos ao ensino superior (um dos modos de entrada – há outros como os alunos que frequentaram Cursos de Especialização Tecnológica [CET’s] ou os maiores de 23, por exemplo). O presidente do IPCB destacou a qualidade de ensino ministrada, e a implementação do sistema interno de garantia de qualidade (95% implementado) e a certificação do processo formativo. Carlos Maia referiu ainda que “ao nível da formação dos professores, o objetivo é que, em 2014, 60% do corpo docente esteja doutorado”. Já no que respeita a infraestruturas, Carlos Maia sublinhou a construção do bloco pedagógico da Escola Superior de Artes Aplicadas. “Uma obra que finalmente avançou, na qual a Câmara de Castelo Branco assumiu a componente nacional do investimento, e que, apesar dos atrasos, deverá estar pronta em novembro. Esperamos que o segundo semestre do próximo ano letivo já se inicie nas novas instalações”, disse. Neste capítulo, também o centro de zoonoses está concluído, devendo a sua inauguração ser feita a curto prazo. K

De Ciências Aplicadas

Politécnicos viram Universidades?!

6 O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) pretende mudar a designação dos institutos para “Universidades de Ciências Aplicadas”. A ideia foi defendida na última semana, durante um encontro em Lisboa, no Conselho Nacional de Educação. A ideia já não é nova, mas ganhou um novo fôlego com a apresentação de diversas propostas por parte do CCISP. O órgão presidido por Joaquim Mourato recorda que “Portugal é o único país que mantém a designação instituto politécnico”. Outros países de referência neste tipo de ensino, como a Alemanha e a Holanda. No entender do CCISP a designação Instituto Politécnico tem tido “implicações negativas para as instituições, bem como para o país, ao nível do reconhecimento e atratividade internacional”. A posição do CCISP é fundamentada no relatório encomen-

dado ao “Center for Higher Education Policy Studies (CHEPS)” da Universidade de Twente, na Holanda. Um estudo que dá exemplos de outros países que optaram por esta designação, por ser mais atrativa para captar alunos de fora, nomeadamente a Alemanha e a Holanda. De acordo com o relatório, os politécnicos, à escala interna-

cional, “criaram serviços para a mobilidade dos estudantes. Treinaram os professores ativamente para ensinar em Inglês, de forma mais sistemática do que as universidades” e têm sido “muito ativos na criação de programas em Inglês”. No entender do CCISP deve ser dada a cada instituição a oportunidade de apresentar um

projeto, em que manifeste a posição que pretende ocupar no Ensino Superior português, sem ficar em causa o núcleo da sua matriz politécnica. Uma das questões a que a mudança de designação pode originar poderá estar relacionada com o tipo de graus atribuídos pelas instituições. Neste momento, por Lei, os Politécnicos

estão impedidos de ter cursos de doutoramento, independentemente do facto de terem, ou não, corpo docente para o fazerem. Há áreas específicas em que os politécnicos estão muito bem preparados para puderem ministrar esses cursos, mas estão impedidos por Lei. A intenção do CCISP é permitir que os politécnicos possam oferecer desde cursos mais curtos até doutoramentos profissionais. A proposta do Conselho passa também pela integração no Ensino Superior dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET) ou a criação dos Cursos Superiores Especializados, com duração de dois anos. Outra das propostas diz respeito à criação de centros de investigação aplicada, em articulação com as empresas e um programa próprio de financiamento na Fundação para a Ciência e Tecnologia é outra proposta. K

MAIO 2013 /// 09


Seminário Estágios Erasmus

Erasmus são oportunidade

6 “Os estágios Erasmus são uma oportunidade e uma maisvalia para o mercado de trabalho globalizado que temos hoje”, salientou Nuno Mangas, presidente do Instituto Politécnico de Leiria e da Associação Politécnica, na abertura do Seminário Estágios Erasmus, que reuniu em Leiria, a 19 de abril, centenas de estudantes dos sete politécnicos membros do Consórcio Erasmuscentro. Nesta mesma linha, Rui Antunes, presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, atual coordenador do Consórcio, referiu que a União Europeia é o espaço de trabalho que está disponível para todos os estudantes, chamando a atenção para a “boa imagem que os profissionais portugueses têm lá fora, sendo que a qualidade da sua formação é muito reconhecida”. A internacionalização foi mote para todas as intervenções, e realçado também por Maria do Céu Crespo, diretora da Agência Nacional Proalv, para quem Portugal está, atualmente no “top four” dos consórcios Erasmus, juntamente com a Espanha, a França e a Alemanha, tendo sido, inclusiva-

mente, convidado para organizar a reunião europeia dos consórcios Erasmus, que decorrerá no terceiro trimestre de 2013. “Estes estágios são uma forma de aliar a cultura da academia à cultura da empresa, proporcionando aos estudantes uma experiência muito

rica e que fará toda a diferença no seu futuro profissional”. Joaquim Mourato, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), e presidente do Politécnico de Portalegre, salientou os exemplos do que já se faz de relevante ao nível

da cooperação, nomeadamente internacional, por exemplo com as parcerias com Macau, com o Brasil, no programa Ciência Sem Fronteiras – que trará para Portugal 4.500 estudantes brasileiros nos próximos três anos, o programa Poliempreende, entre outros. “No atual contex-

to do País, o ensino superior tem a obrigação de trazer boas notícias e mostrar bons exemplos e casos de sucesso. O Consócio Erasmuscentro e a sua capacidade de unir e otimizar o que de melhor de faz em cada um dos seus institutos politécnicos, é um desses exemplos”, salientou o presidente do CCISP. Quanto ao Consórcio Erasmuscentro, o balanço é, para Rui Antunes, extremamente positivo, com cerca de 300 estágios já realizados neste ano letivo, “o que mostra que, juntos e em cooperação, os politécnicos do centro uniram-se para fazer mais e melhor, numa experiência de sucesso, que já está a fazer diferença para muitos estudantes”. Nuno Mangas relevou também este espírito de cooperação do Consórcio, que “mostra que podemos cooperar e competir em diferentes áreas”, salientando também a necessidade de aumentar as bolsas para estágios: “somos oito politécnicos do centro, já incluindo Tomar que se juntará a nós em breve, e representamos mais de 50 mil estudantes, pelo que podemos e devemos ambicionar fazer ainda mais estágios”. K

Moscars Al-Hurria International Film Festival, considerado o maior evento de cinema independente, no médio oriente. Ainda durante o mês de abril, Bruno Carnide foi selecionado para o FESTIN – Festival de Cinema Itinerante de Língua Portuguesa, com a curta-metragem de ficção Do Not Stop, que esteve em exibição dia 6 de abril no Cinema São Jorge, em Lisboa. Em Terra Frágil foi ainda selecionado para o Index - Festival de Cinema e Experimentação, organi-

zado pela Vastaplateia - Associação Cultural pela Arte Experimental, que decorreu em Tomar também este mês de abril, e vencedor do Prémio CinEuphoria 2012. Bruno Carnide nasceu em 1987, é natural de Leiria, e mostrou desde cedo que o seu percurso artístico e profissional seria na sétima arte. Licenciando-se em Som e Imagem na ESAD.CR, promoveu vários eventos e festivais de música e cultura, iniciando-se no cinema em 2009 com a curta-metragem de animação. K

Diplomado do IPL vence no Egito

O filme de Carnide 6 Bruno Carnide, diplomado da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria), foi um dos vencedores do Moscars AlHurria International Film Festival, festival internacional de filmes do Egito, com a curta-metragem de ficção Em terra frágil, que arrecadou o prémio Best DOP – melhor diretor de fotografia. Bruno Carnide viu dois dos seus trabalhos selecionados para este reputado festival internacioPublicidade

010 /// MAIO 2013

nal, a curta vencedora “Em terra frágil” e o videoclip “Back to the future”, da banda indie Nice Weather for Ducks. O festival terminou no dia 17 de abril, e recebeu 103 filmes de 25 países. Os trabalhos de Bruno Carnide partilharam a representação da bandeira portuguesa com apenas mais um trabalho, o documentário It Goes On (produzido em Portugal), da egípcia Theresa Khalil. Em Terra Frágil foi distinguido com o Best DOP by Public Votes, nesta 3.ª edição do


IPSantarém

Investimento de 1,7 milhões de euros

Rio Maior faz jornadas

Portalegre ganha na bioenergia

6 A Escola Superior de Desporto de Rio Maior, do Instituto Politécnico de Santarém vai organizar, a 28 de maio, as II Jornadas Nacionais de Comunicação de Marketing no Desporto. O evento decorre no âmbito do curso de licenciatura em Gestão das Organizações desportivas. Os temas em debate centram-se em torno do aumento da notoriedade dos programas desportivos, da atração de participantes para programas desportivos e de espectadores para eventos desportivos, no âmbito da oferta de serviços e eventos promovidos por diversos tipos de organizações desportivas: privadas lucrativas, associativas e públicas. Pretende-se fornecer aos profissionais pela gestão das organizações desportivas uma visão sobre a função da comunicação de marketing no desporto, dar a conhecer e discutir práticas de comunicação de marketing no desporto desenvolvidas por organizações desportivas nacionais. K

6 O Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) vai criar um centro de bioenergia, num investimento superior a 1,7 milhões de euros, em terrenos pertencentes ao IPP, revelou à agência Lusa um dos parceiros do projeto. O anúncio foi feito à margem da apresentação da primeira mostra e congresso internacional dedicados à bioenergia em Portugal, a qual se realiza em Portalegre de 23 a 25 de maio e que reúne 50 expositores de vários países da Europa e dos Estados Unidos da América (EUA). Tiago Gaio, da Agência Regional de Energia e Ambiente do Norte Alentejano e Tejo (AREANATejo), adiantou que a iniciativa pertence ao Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) e que deverá estar implementada em “2014 ou 2015”. “O IPP pretende criar uma incubadora de empresas, ou seja, uma nave com pequenas unidades industriais para piloto e de teste na área da bioenergia, com diversas unidades a funcionar e com diferentes biocombustíveis”, explicou. O centro, segundo Tiago Gaio, vai contar também com um la-

boratório “especializado em tudo o que seja análise, investigação científica, estudos e projetos na temática daquilo que é a bioenergia a nível industrial”. De acordo com Tiago Gaio, o projeto vai “nascer” no campus da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) de Portalegre, contando com uma estrutura física com “alguma envergadura”. “A candidatura e o contrato foram aprovados em novembro de 2012, estão terminados os pro-

jetos de especialidade e a obra deverá arrancar muito em breve, pelo menos no espaço de seis meses”, disse. Este projeto, numa primeira fase, conta com um investimento superior a 1,7 milhões de euros, sendo comparticipado pelo programa comunitário InAlentejo, com uma verba superior a 1,5 milhões de euros. A criação do centro surge no quadro do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT)

e do Parque de Ciência e Tecnologia do Alentejo (PCTA), que juntou todas as instituições de ensino superior da região, bem como empresas e instituições de desenvolvimento regional, com projetos complementares e articulados. “A AREANATejo, em conjunto com várias dezenas de parceiros, é um dos parceiros que apoia a concretização. Temos um protocolo com o IPP para alavancar a instalação e a concretização deste projeto”, disse. K

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Fisioterapia para portadores de fibromialgia

Setúbal oferece 6 A Escola Superior de Saúde de Setúbal, através do departamento de Fisioterapia, oferece a todas as pessoas com Fibromialgia uma 2ª edição do programa de sessões de fisioterapia. A decisão foi tomada atendendo à procura registada na 1ª edição. As sessões iniciaram-se a 13 de maio e decorrem até 5 de julho na Escola Superior de Saúde do IPS (Setúbal), mediante inscrição. A participação é totalmente gratuita e é realizada em colaboração com a Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica (Myos). A fibromialgia é um estado caraterizado por um conjunto de sintomas cuja presença é permanente, tais como dores musculares, fadiga e distúrbios de sono, entre outros. Em Portugal, cerca de 350 mil pessoas sofrem da doença, sendo os adultos, entre os 20 e os 50 anos, os

International Tranining

Saúde é em Setúbal mais afetados, com maior incidência nas mulheres do que nos homens. Existem diversas abordagens terapêuticas para o controlo da fibromialgia e dos seus sintomas, entre as quais o exercício físico. Os organizadores desta iniciativa referem que “com a implementação

deste programa, baseado na combinação de sessões educativas e de exercício, pretende-se promover a literacia e a capacitação dos indivíduos com fibromialgia para gerir a sua condição clínica, bem como melhorar os seus níveis funcionais e reduzir a dor e a fadiga”. K

6 A Escola Superior de Saúde de Setúbal está a organizar a 2ª edição do International Tranining on Social Inclusion, que decorre, pela primeira vez em Portugal, de 12 a 24 de maio de 2013. Este curso, financiado pelo programa Lifelong Learning/ Erasmus, é fruto de uma candidatura de instituições de ensino superior de sete países europeus, liderada pela Hungria, e tem como objetivo estudar as desigualdades sociais e promover a aquisição de competências na área da inclusão social em futuros profissionais de três áreas: cuidados de saúde, apoio social e educação. Na iniciativa participam 28 estudantes e 14 docentes das áreas da saúde, educação e serviço so-

cial oriundos da Bélgica, Finlândia, Hungria, Itália, Portugal, Roménia e Turquia. Depois de um primeiro módulo, de aprendizagem à distância, os participantes reúnem-se no nosso país para um segundo módulo presencial, estruturado em torno dos seguintes temas: igualdade, liberdade, tolerância e inclusão, abrangendo as problemáticas da pobreza, da multiculturalidade, e da exclusão social. Através de aulas teóricas, workshops, trabalhos em grupo, visitas a instituições, visitas guiadas à cidade, entrevistas, diários reflexivos, jogos interculturais e portefólios, acentua-se a relevância da sensibilidade cultural, da comunicação intercultural, da cooperação, da partilha e da equidade. K

Melhores alunos do IPV distinguidos

Bolsas por Mérito 6 Os Serviços Centrais do Instituto Politécnico de Viseu foram palco da cerimónia solene de entrega das Bolsas por Mérito aos melhores alunos do IPV do ano letivo 2010/2011, uma iniciativa que decorreu a 8 de maio e que contou com a presença do presidente do IPV, Fernando Sebastião, e da vicepresidente, Paula Carvalho. O presidente do Politécnico de Viseu considerou que “este ato solene visa reconhecer publicamente os melhores alunos do IPV e o seu trabalho de excelência”, pois “para haver desenvolvimento económico é fundamental a aposta na qualificação das pessoas”. Afirmou ainda que “quem tem formação superior tem vantagem em relação a pessoas menos quali-

ficadas, mais evidente se tornando esse facto nos tempos de crise em que vivemos”. A Bolsa, no valor unitário de 2.425 euros, é atribuída pelo Ministério da Educação e da Ciência aos melhores alunos de cada ano letivo. No processo de seleção dos candidatos foram contemplados com bolsa por mérito pelo seu trabalho de excelência catorze alunos do IPV: Abraão Ferreira (Desporto e Atividade Física, ESEV), Alfredo Marcos (mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações, ESTGV), Américo Marques (Educação Ambiental, ESEV), Carla Almeida (Secretariado de Administração, ESTGL), Carlos Almeida (Desporto e Atividade Física, ESEV), Chris-

tophe Gonçalves (Engenharia Agronómica, ESAV), Daniela Teixeira (mestrado em Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria, ESSV), Fernando Silva (ESTGV), Filipe Murtinheira (mestrado em Engenharia de Construção e Reabilitação, ESTGV), Isabel Dias (mestrado em Enfermagem de Reabilitação, ESSV), Jorge Gomes (mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações, ESTGV), Luís Mineiro (mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações, ESTGV), Luís Martins (mestrado em Engenharia de Construção e Reabilitação, ESTGV) e Vítor Figueiredo (mestrado em Sistemas e Tecnologias de Informação para as Organizações, ESTGV). K

www.ensino.eu 012 /// MAIO 2013

Projeto de Resolução 688/XII

Viseu está contra 6 “Demasiado generalista e vago, o que o torna muito vulnerável ao eventual desconhecimento por parte de alguns deputados da realidade dos factos”. É desta forma que o Conselho Geral do Politécnico de Viseu entende o projeto de Resolução 688/XII que foi discutido na Assembleia da República no dia 8 de maio. Embora concorde “com a necessidade de clarificação deste sistema binário”, o Conselho Geral considera que o IPV “tem feito um trabalho notável de afirmação a nível nacional e regional”, pelo que se “aproximou e em alguns casos ultrapassou,

o nível qualitativo das universidades”. Tendo em conta os números de alunos e cursos, bem como o impacto na região, o Conselho Geral considera que o futuro do IPV “tem de passar pela sua evolução para um modelo de Universidade de Ciências Aplicadas e não por qualquer retrocesso”, não podendo “perder competências”, mas sim reforçando-as, ”através da requalificação dos CET´s em cursos superiores de curta duração. É um caminho positivo mas, em caso algum, se podem perder quaisquer outras competências como os mestrados”. K


Jornadas Nacionais

Guarda com saúde

Guarda debate educação T Uma Conferência Internacional sobre Formação de Professores para a Educação em Empreendedorismo vai decorrer no IPG nos dias 7 e 8 de junho. A iniciativa vai ter lugar nas instalações da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD), onde vão ser apresentadas comunicações de autores da Finlândia, Letónia, Nigéria, Eslovénia, África do Sul, Espanha, Turquia, Reino Unido e Portugal. Segundo Carlos Reis, diretor da ESECD, esta não é uma iniciativa só para docentes, ligados à formação de professores. “O tema é abrangente e deve suscitar o interesse de outras pessoas”. Os interessados podem obter mais informações em www.ipg.pt/entenp2013. K

Conferência sobre Pedagogia Social T Na Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD) do Instituto Politécnico da Guarda decorreu, no passado dia 16 de maio, uma conferência subordinada ao tema “¿Qué es la Pedagogía Social? Bases y fundamentos”. A referida conferência Publicidade

foi proferida pelo Prof. Fernando López Noguero, da Universidade Pablo de Olavide (Sevilha). K

Curso de Turismo e Lazer T No âmbito do plano de atividades do Núcleo de Curso de Turismo e Lazer da ESTH/IPG promoveu, a 13 de maio, a comemoração do dia do Curso de Turismo e Lazer. Nesse dia, durante a manhã, decorreu uma sessão plenária onde foi debatida a internacionalização do turismo; no período da tarde teve lugar uma ação de formação teórico-prática subordinada à temática do Geocaching. Durante o dia esteve patente, no átrio da ESTH/IPG, uma exposição de livros sobre Turismo e Hotelaria. K

Dia dos Cursos na ESECD T A Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto vai promover, a 30 de maio, o Dia dos Cursos. Das atividades previstas fazem parte palestras proferidas por ex-alunos, na parte da manhã. Para o período da tarde estão programadas palestras, de profissionais ligados às áreas dos cursos da Escola. K

6 O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) promoveu no passado 3 de maio, as VI Jornadas Nacionais sobre Tecnologia e Saúde. Para o presidente do Instituto Politécnico da Guarda, estas jornadas têm “consolidado, edição após edição, o seu perfil de evento científico e de espaço informativo interdisciplinar”. De acordo com Constantino Rei, “ao longo destes seis anos, foi possível conjugar um conjunto de esforços que guindaram esta iniciativa a um incontestado patamar no contexto da divulgação de projetos, soluções, linhas de pesquisa e novas tecnologias orientadas para o setor da saúde”. Na sessão de abertura, o presidente do IPG considerou que “se num primeiro momento as Jornadas foram encaradas como um marco diferenciado na calendarização académica do IPG, rapidamente foram suscitando o interesse de muitas entidades e instituições, projetando-se dentro e fora do país”. Aludindo a algumas alterações introduzidas na estruturação do programa, o presidente do Instituto Politécnico da Guarda afirmou que a experiência resultante da sua organização conduziu “à opção por

novos desafios objetivados numa maior abrangência de conteúdos, diversidade de oferta informativa. Contudo, a perceção clara da evolução conjuntural foi dando indicadores para as necessárias adaptações, sem que houvesse lugar a qualquer corte com os objetivos iniciais; ou seja, a informação, a formação o incremento do diálogo entre investigadores, futuros diplomados, profissionais de saúde e empresas”. No final das Jornadas, a Comissão Organizadora considerou que a iniciativa correspondeu às expectativas e cumpriu os objetivos propostos. O cientista Carvalho Rodrigues

comentou que estas jornadas “estão já consolidadas e fazem história”, destacando ser muito positivo irem já na sexta edição. O investigador Álvaro Rocha disse ao nosso jornal que estas “jornadas são estratégicas para a região”, evidenciando o papel que incumbe ao Politécnico da Guarda. Por seu turno, o Presidente do Conselho de Administração da ULS, Vasco Lino, realçou o “papel nuclear do IPG ao nível destas temáticas e na aproximação das instituições”. As VII Jornadas Nacionais sobre Tecnologia e Saúde, a promover pelo Instituto Politécnico da Guarda, ficaram já agendadas para finais de abril de 2014. K

IPG

Aluna vence concurso 6 Ana Luisa Sá, aluna finalista da Licenciatura em Restauração e Catering da Escola Superior de Turismo e Hotelaria foi a vencedora do concurso gastronómico “O Mar ao Meu Gosto”. Esta iniciativa foi organizada pela Fileira do Pescado com vista à promoção e divulgação do pescado português. O objetivo do concurso passava pela criação de uma receita original, elaborada com pescado português, que fosse de execução fácil, nutritiva e custasse menos de 2 euros por pessoa. Depois de apurada, entre muitos candidatos, para a grande final que decorreu, no dia 8 de maio, na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, a receita de Salada Fria de Cavala com Maionese de Enguias, apresentada por Ana Luísa conquistou o mais alto lugar do pódio da competição, após deliberação do júri. Este era composto pelo Chef José Avillez, Alexandra Bento (bastonária da Ordem dos Nutricionistas) e Ana Paula Queiroga (representante da Fileira do Pescado). Para a classificação final, foram

analisados diversos parâmetros, tais como a apresentação dos pratos, as técnicas de confeção, a conjugação de sabores, o valor nutritivo e o preço final do prato. Como prémio, Ana Luísa Sá foi contemplada com a oportunidade de efetuar um mês de estágio na cozinha do restaurante Belcanto, com o Chef José Avillez e, ainda, um prémio de 500 euros em material para a ESTH/IPG. Após a entrega dos prémios, António Melo, subdiretor da ESTH/ IPG, sublinhou a importância da participação dos estudantes nestas

iniciativas. Para António Melo, “estas ações promovem a investigação, a inovação e o desenvolvimento de parcerias entre os diversos agentes do setor e ainda estimulam o espírito criativo e empreendedor dos participantes”. Por outro lado, o Chef João Ramalho, docente da ESTH, considerou “este prémio é a prova de que o caminho a seguir é efetivamente a aposta na qualidade dos produtos nacionais e trabalhá-los com respeito, em benefício da nossa gastronomia e dos nossos clientes”. K

MAIO 2013 /// 013


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Escola Superior de Hotelaria e Turismo de Seia

João Lagos faz protocolo 6 A Escola Superior de Turismo e Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda assinou, recentemente, um protocolo de cooperação com a João Lagos Sport SA, empresa responsável por toda a logística do Portugal Open. Refira-se que esta empresa é uma das mais conceituadas no que diz respeito à organização de eventos desportivos. A assinatura do documento, que contou com a presença de Anabela Sardo, diretora da ESTH, do Subdiretor da ESTH, António Melo, e do responsável da empresa, João Lagos, visa promover o desenvolvimento de atividades de formação, proporcionar aos estudantes da ESTH/IPG a participação em demonstrações, eventos ou outras ações bem como a promoção recíproca das duas entidades. Esta colaboração poderá ainda passar pela concessão de estágios curriculares ou extracurriculares a

estudantes da ESTH/IPG. No final da cerimónia oficial, que decorreu no complexo desportivo do Jamor, em Oeiras, Anabela Sardo considerou que a assinatura deste protocolo “mostra o dinamismo da ESTH/IPG e revela, uma vez mais, a intrínseca vontade de ligar a academia ao mundo empresarial, reforçando o empe-

nho para formar os estudantes, tendo em conta a aquisição de conhecimentos teóricos, mas também técnicos e práticos, porquanto se proporciona o contacto direto e intensivo com o mundo do trabalho naquelas que são as áreas fundamentais da Escola: o Turismo, a Hotelaria e a Restauração”. K

Ceni faz congresso

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Melhor poster para Viana

6 Helena Santos Rodrigues e Liliana Alves, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, foram as vencedoras do Prémio ao Melhor Poster apresentado na 5ª Conferência Internacional em Capital Inteletual, realizada em abril, em Bilbao. A votação esteve a cargo dos Investigadores presentes na conferência, que tiveram em consideração a proposta de investigação inova-

dora apresentada e o contributo científico do poster para o desenvolvimento da investigação em capital intelectual. Na mesma conferência, realizaram-se, adicionalmente, as apresentações de três papers por parte dos colegas João Faria e Guiomar Pereira que foram consideradas muito relevantes para o avanço da investigação científica na área. K

Desporto em Viana

Setúbal

6 O Centro de Integração e Inovação de Processos (CENI), do qual faz parte o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), organiza em colaboração com a Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS) e o Pólo das Tecnologias de Produção (ProduTech), a 46ª Conferência CIRP sobre Sistemas de Produção, em que se pretende discutir como atingir os objetivos de desenvolvimento económico e de criação de riqueza através de sistemas industriais competitivos. CIRP é a sigla da Academia Internacional para a Investigação em Engenharia da Produção. O evento decorre entre 29 e 31 de maio, no Hotel do Mar, em Sesimbra, e inclui comunicações por oradores convidados e sessões paralelas de discussão, cruzando-se a perspetiva científica com a de projetos industriais. Os temas das comunicações são: Evolução dos paradigmas e desafios dos sistemas industriais, por Jack Hu, da Universidade de Michigan, Estados Unidos; Modelação dos sistemas industriais, por Tulio Tolio, do Instituto de Tecnologia Industrial e Automação - Conselho Nacional de Investigação (ITIA-CNR), Itália; Caminhos para sistemas de produção sustentada na Europa, por Daniel Brissaud, da Universidade de Grenoble, França; Perspetivas da indústria para a re-industrialização e criação de valor na Europa, por Engelbert

Capital inteletual

Westkämper, do Instituto Fraunhofer IPA, Alemanha; e Sistemas de fabrico: técnicas e competências para o futuro, por George Chryssolouris, da Universidade de Patras, Grécia. A conferência conta também com a presença de António de Melo Pires, diretor executivo da Volkswagen Autoeuropa que apresenta uma comunicação sobre a Relevância do capital humano para o contexto de sistemas de produção sustentável e João Paulo Oliveira, Administrador da Bosch Portugal, orador na palestra sobre Fatores estratégicos de competitividade. A organização explica que «a enfâse vai ser posta na importância dos sistemas de produção para o desenvolvimento sustentado das sociedades, em diferentes regiões do globo, através do fornecimento de produtos com valor acrescentado, criação de empregos e melhoramento do nível de vida das pessoas». O CENI é uma associação de natureza privada e sem fins lucrativos que tem como missão «a criação de uma rede dinâmica de cooperação para a execução de projetos conjuntos, envolvendo instituições de ensino superior, estruturas empresariais, outras entidades públicas e privadas e profissionais de reconhecidas competências», explica a direção. O ProduTech, por seu lado, é uma rede articulada de fornecedo-

res de tecnologias de produção que pretendem responder aos desafios e aos requisitos de competitividade e sustentabilidade da indústria transformadora, com soluções inovadoras, flexíveis, integradas e competitivas. O seu programa de ação integra atividades e projetos nas vertentes da Cooperação, Internacionalização e Inovação e desenvolve-se em estreita colaboração com os principais sectores utilizadores e com entidades do sistema científico e tecnológico. O CIRP foi fundado em 1951 com o objetivo de, através da cooperação internacional, discutir do ponto de vista científico temas relacionados com ciência e tecnologias associadas à produção. A organização possui cerca de 500 membros, de cerca de 46 países diferentes, incluindo Portugal, e a sua atividade consiste no desenvolvimento da ciência, através da cooperação entre os seus membros, e promoção da aplicação industrial dos seus resultados, com recolha de informação da indústria sobre as suas necessidades e tendências de evolução. Internacionalmente é conhecido pelas designações College International pour la Recherche en Productique ou The International Academy for Production Engineering. O evento conta com o apoio das empresas Bosch, Sage, Adega de Palmela, Pioneer e Autovision. K

Mestrado e escola nova

6 O curso de Mestrado em Atividades de Fitness que foi submetido a aprovação pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo à tutela, acaba de ser aprovado, na sequência da acreditação por parte da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. Vem assim associar-se à Licenciatura em Desporto e Lazer, a Escola Superior de Desporto e Lazer, localizada em Melgaço, que detém mais uma oferta formativa, agora pós-graduada.

A Escola Superior de Desporto e Lazer, a mais recente do Politécnico de Viana, encontra-se no entanto a crescer a um ritmo considerável como é possível constatar, quer ao nível da sua oferta formativa, quer ao nível da investigação que está a liderar em vários cenários, quer ainda ao nível da sua participação em projetos vocacionados para a comunidade e para o desporto”, comenta o diretor a propósito da aprovação e breve abertura do novo curso. K

13º MatViseu

Escola de primavera

6 O 13º MatViseu – Escola de primavera, decorre de 18 a 25 de maio, nas instalações da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu, sendo que cada participante irá assistir a dois momentos distintos: duas palestras com a duração de 1,5h cada e duas sessões com a duração de 6h cada. O encontro está acreditado no âmbito da formação contínua de professores, tendo a duração

de 15 horas ao qual correspondem 0,6 créditos. A organização está a cargo da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu e da Delegação Regional do Centro da Sociedade Portuguesa de Matemática, e tem como objetivo a divulgação da Matemática e suas aplicações através de troca de experiências, conhecimentos e ideias entre pessoas com gosto pela Matemática. K


IPLeiria

CeteMares arranca em Peniche 6 A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM), do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), vai iniciar a construção do edifício do projeto CeteMares, a curto prazo, disse o presidente da instituição, Nuno Mangas. O CeteMares será coordenado pelo Grupo de Investigação em Recursos Marinhos (GIRM) e estará localizado no porto de pesca de Peniche. Esta unidade adotou os recursos marinhos e a biotecnologia marinha como linhas de investigação principais e tem como missão a criação, o desenvolvimento e aplicação do conhecimento associado

aos recursos marinhos, de forma a promover a inovação na sua utilização e contribuir para o desenvolvimento de novos produtos. “O espaço permite o desenvolvimento de atividades nas áreas da aquacultura, pescas, biotecnologia marinha, tecnologia alimentar e biologia e ecologia marinhas”, adiantou Nuno Mangas. Segundo o responsável, estas áreas serão “desenvolvidas sempre em parceria com instituições e empresas, desenvolvendo investigação aplicada para responder a problemas concretos do tecido empresarial

e industrial, das autarquias e de outras entidades públicas e privadas”. O projeto, que representa um investimento de três milhões de euros, suportado com fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional, no âmbito do Programa Mais Centro, “assumirá um caráter inovador e singular no contexto das zonas portuárias nacionais”.

Para Nuno Mangas, “a importância estratégica do Porto de Pesca de Peniche, que é um dos mais importantes a nível nacional em termos de valor de pescado descarregado em lota, justifica a existência de uma infraestrutura de cariz científico e tecnológico e de apoio às atividades económicas da fileira da pesca”. O responsável considera

que a infraestrutura será “relevante para o desenvolvimento do IPL, a curto prazo, na área das ciências do mar”, e “contribuirá para o aumento da sua atratividade”. Nuno Mangas referiu ainda que o CeteMares é um projeto “estruturante” para o instituto, uma vez que o IPL está a fazer “uma aposta forte na investigação científica de suporte aos mestra-

dos e aos doutoramentos e também de suporte à investigação aplicada”. A infraestrutura destinase “fundamentalmente” a investigadores, “que podem ser professores da escola, bolseiros de investigação, estudantes de mestrado que desenvolvam a sua tese integrada em projetos de investigação ou investigadores convidados”. K

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Ensino superior

Instituto de teologia fecha em Viseu 6 O Instituto Superior de Teologia de Viseu, que dá atualmente formação a menos de 30 seminaristas, vai fechar no final deste ano letivo, uma situação que está a preocupar o bispo da diocese, Ilídio Leandro. “Por razões diversas, o ensino da teologia em ordem ao sacerdócio no Instituto Superior de Teologia, que tinha aqui a funcionar as dioceses de Guarda, Lamego, Bragança e Viseu, termina no fim deste ano”, anunciou Ilídio Leandro aos jornalistas. O bispo explicou que, atendendo à diminuição de alunos e à orientação da Congregação da Educação Católica, em Roma, “a Faculdade de Teologia (da Universidade Católica) decidiu que só ficam a ministrar esta formação teológica em ordem ao sacerdócio os seus três polos de Lisboa, Porto e Braga”. Atualmente, os bispos das quatro dioceses estão em diálogo com os polos de Braga e do Porto com o objetivo de assegurar “as melhores condições para que os seminaristas possam ter academicamente, e também numa linha de seminário, as melhores condições para continuarem a sua formação teológica”, contou.

Ilídio Leandro avançou também que os quatro bispos decidiram constituir um seminário único, “um tipo de seminário interdiocesano, numa perfeita comunhão, onde haverá um reitor e cada diocese dará um padre”. O bispo de Viseu garantiu ter defendido quanto pôde a existência de um Instituto Superior de Teologia no centro interior do país. Lembrou que houve esforços no sentido de que “se fizesse um Instituto Superior de Teologia com Viseu e Coimbra”, sendo que a Coimbra estavam associadas as dioceses de Portalegre, Castelo Branco, Leiria e Aveiro e a Viseu as dioceses de Guarda, Lamego e Bragança. “O andar da história leva-nos, neste momento, a lamentar que o centro interior fique sem um instituto de formação teológica e um instituto de formação sacerdotal”, frisou. As quatro dioceses têm neste momento 26 alunos, sendo cinco da diocese de Viseu. “É um número bastante reduzido. Está um pouco difícil inverter o estado de coisas, dado o número de seminaristas”, admitiu. K

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Genética

Beja codifica sobreiro 6 Do I Encontro Ibérico sobre o Declínio do Montado, organizado pelo Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (CEBAL), no Instituto Politécnico de Beja, resultou a intenção do CEBAL em descodificar o código genético do sobreiro, através de um projeto “pioneiro a nível internacional”. No âmbito da primeira fase do “GenoSuber - sequenciação do genoma do sobreiro”, a equipa do projeto, através de um estudo preliminar a nível molecular, já selecionou 50 sobreiros puros, a partir dos quais, “em breve”, vai ser identificado o sobreiro cujo genoma (código genético) será sequenciado, disse à Lusa Sónia Gonçalves, do CEBAL. “Os sobreiros são árvores que se cruzam frequentemente com outras espécies de ‘quercus”, como as azinheiras, resultando muitas vezes em híbridos do ponto de vista genético”, ou seja, com misturas de ADN, “embora visualmente sejam sobreiros”, explicou. Por isso, através de vários critérios, foi necessário selecionar os 50 sobreiros puros, que estão situados em zonas de São Brás de Alportel e Loulé (Algarve), da Herdade dos Leitões (Alentejo) e da Companhia das Lezírias e identificados por coordenadas GPS e foto identificação. A equipa já efetuou uma colheita de folhas dos sobreiros, das quais extraiu ADN Publicidade

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quintagente.blogspot.pt/H

e realizou uma análise através de marcadores moleculares, o que permitirá identificar os sobreiros com menor variabilidade, disse, referindo que os resultados estão a ser analisados para se identificar o sobreiro cujo genoma será sequenciado. Estes são os primeiros resultados da primeira fase do “GenoSuber” e que vão ser divulgados durante a apresentação oficial do projeto, que vai decorrer na sexta-feira, em Beja, integrada no I Encontro Ibérico sobre o Declínio do Montado. Segundo Sónia Gonçalves, a descodificação do genoma vai permitir “um avanço no conhecimento e melhoramento genético” do sobreiro, “a espécie florestal com maior interesse económico e social em Portugal”,

que é líder e o responsável por cerca de 1/3 da produção mundial de cortiça. Durante a apresentação, adiantou, vai ser assinado um protocolo de colaboração entre o CEBAL e a maior empresa mundial de produtos de cortiça, a Corticeira Amorim, que vai associar-se ao projeto, devido à sua “importância” para a fileira florestal. A associação da Corticeira Amorim é “muito importante”, porque vai ser “um dos principais financiadores privados do projeto” e servir de “interlocutor” com a fileira florestal, o que vai permitir à equipa “perceber quais os problemas que a produção e a transformação da cortiça têm” para “poder orientar a investigação” no sentido de os resolver. O “GenoSuber”, que arrancou no passado mês de janeiro e deverá durar dois anos e meio, vai “trazer uma nova dimensão” à fileira florestal portuguesa, ao abrir a possibilidade de delinear estratégias de melhoramento da espécie, “com importantes repercussões a médio e longo prazo no setor” da cortiça, explicou Sónia Gonçalves. O projeto, que envolve outras cinco instituições, além do CEBAL, e 28 investigadores, está orçado em 1,1 milhões de euros e será financiado em 85% por fundos comunitários, sendo a verba restante assegurada por privados. K Publicidade

Politécnico de Beja

Vito Carioca toma posse 6 Vito Carioca tomou posse, no passado dia 20, para o seu segundo mandato enquanto presidente do Instituto Politécnico de Beja. Vito Carioca foi eleito por maioria absoluta no Conselho Geral da instituição. Vito Carioca foi empossado pelo presidente do Conselho geral da instituição, João Paulo Râmoa. K


Na Escola Superior de Gestão do IPCB

Idanha-a-Nova paga propinas a alunos 6 A Câmara de Idanha-a-Nova está a implementar um conjunto de medidas que visa apoiar financeiramente os alunos que venham estudar para a Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, a qual está sedeada na vila raiana. A ajuda pode passar pelo apoio no pagamento de propinas, no alojamento, em estágios e em trabalho temporário. Armindo Jacinto, que em junho assumirá as funções de presidente da autarquia, explica que “este ano letivo o apoio abrangerá cerca de 400 alunos da Escola Superior de Gestão”. No entanto, assegura, que “o apoio é aberto a todos os alunos que reúnam as condições”. Condições que passam pelo ressenceamento e pela residência no Concelho de Idanha-a-Nova. O programa prosseguirá também para o próximo ano letivo, pelo que os alunos que vierem a frequentar a Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico de Castelo Branco, poderão usufruir da medida. Armindo Jacinto considera a medida importante: “numa altura em que as famílias portuguesas atravessam grandes dificuldades económicas, não queremos que

Armindo Jacinto, anuncia medidas de apoio aos estudantes da Escola Superior de Gestão do IPCB

esse fator seja impeditivo de que os seus filhos possam continuar a estudar no ensino superior. Aqueles que escolherem a Escola Superior de Gestão poderão usufruir de um conjunto de medidas que pretendem garantir melhores condições aos alunos”, justifica. O autarca de Idanha-a-Nova, lembra que “a maioria dos candidatos ao ensino superior se encontra no litoral do país, pelo que ainda terão que suportar as portagens na A23, o que vem prejudicar as instituições de ensino superior do país. Com estas medidas criaremos condições para que mais estudantes

possam ingressar na Escola Superior de Gestão, a qual tem parcerias com algumas das melhores universidades do mundo, como Berkeley, nos Estados Unidos, ou a Metropolitan University of Manchester”. Paralelamente ao pagamento de propinas, os alunos podem ainda beneficiar de estágios profissionais e curriculares, os quais envolvem diversas instituições e associações. As medidas lançadas pela Câmara de Idanha-a-Nova, estão divididas em quatro eixos, que Armindo Jacinto considera estratégicos e essenciais para apoiar os alunos. “No regulamento de apoio aos es-

tratos sociais desfavorecidos iremos canalizar apoios financeiros para as propinas dos alunos”. O apoio ao pagamento das propinas terá em conta diferentes aspetos como o rendimento das famílias ou os encargos que elas têm com os estudos em Idanha-aNova (alojamento, livros, alimentação, etc). Armindo Jacinto explica que as medidas de apoio estão a ser implementadas; pela Câmara, mas envolvem a própria Escola Superior de Gestão, empresários e personalidades diversas, que em conjunto formam uma comissão de acom-

panhamento. “Os alunos e as famílias interessadas em aderir a este programa de apoio devem contatar a escola”, explica o vice-presidente da autarquia. O apoio ao alojamento é outra vertente anunciada pela autarquia de Idanha-a-Nova. O apoio aos alunos que escolham a Escola Superior de Gestão do IPCB surge também na possibilidade dos estudantes poderem desenvolver algumas das suas atividades nas infraestruturas hoteleiras que a Câmara de Idanhaa-Nova possui, casos da Pousada de Monsanto e do Restaurante Sra. da Graça. K

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Numa iniciativa da PIN, do IPCB e da ANP

Educação Especial reúne em Castelo Branco

6 Mais de centena e meia de educadores e professores de todo o país reuniram-se, em Castelo Branco, na passada semana, no seminário de Educação Especial e Inclusiva “Nós e os Laços”. A organização esteve a cargo da Pró-Inclusão – Associação Nacional de Docentes de Educação Especial (PIN), em colaboração com o InstiPublicidade

tuto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) e a Associação Nacional de Professores - Secção de Castelo Branco (ANP-CB). O seminário, que ocupou todo o dia de sábado, contou com duas conferências: uma sobre Redes Sociais e Multideficiência, proferida por Clarisse Nunes da ESE de Lisboa; e outra a cargo de David Rodrigues, presidente da PIN e

que abordou a problemática das Abordagens Ecológicas à Educação Inclusiva. Durante o seminário decorreram ainda duas mesas redondas, uma sobre Educação Especial: Opções e Perspectivas, coordenada por Helena Mesquita da ESE de Castelo Branco, e outra sobre Inclusão com as TIC, coordenada por João Ruivo, do Instituto Piaget. Durante as mesas redondas foram apresentadas várias comunicações sobre estas temáticas, por vários especialistas, de que destacam as de Luísa Beltrão, Ana Rosa Trindade, Joaquim Colôa, Rosário Quelhas, Isabel Vaz e Manuela Polme. No intervalo dos trabalhos os participantes tiveram oportunidade de assistir a uma peça de teatro, O Retratista, levada ao palco do auditório da Escola Superior de Tecnologia, pelos alunos da APPCDM de Castelo Branco, a uma exploração de técnicas expressivas, dinamizada por Luzia Lima-Rodrigues, do Instituto Piaget. E à assinatura de um protocolo entre a PIN e a Associação Pais em Rede. Os docentes presentes no seminário Nós e os Laços reafirmaram a necessidade de defender a educação inclusiva e a equidade na escola pública, não apenas através do discurso. Mas, sobretudo através de práticas efectivas. Reconheceram que apesar das políticas de “travagem” do processo de inclusão, esta fez avanços significativos nas últimas décadas e que

para que a inclusão não seja uma mera utopia, se revela urgente: a) rever-se a formação de professores (seja ela inicial ou contínua); b) investir na intervenção precoce; c) repensar a transição para a vida pós-escolar; d) desenvolver práticas educativas eficazes e eficientes; e) a tónica tem de deixar de estar centrada na pessoa com deficiência e passar para o contexto; f) desenvolver trabalho cooperativo; g) o papel da escola tem de despertar inteligências/interesses; h) redefinir o papel dos docentes; i) avaliar e reavaliar as práticas diárias; j) criar um sentimento de confiança e desenvolver uma cultura de esperança. No final, David Rodrigues, presidente da PIN, reiterou a importância de se estreitarem laços entre todos os agentes educativos em prol da educação de todas as crianças e jovens. Para tal deixou o desafio a todos os presentes para se tornarem em “protagonistas improváveis”, numa constante descoberta dos “Nós e dos Laços” das nossas Escolas. K

Curso

Gestão em Tomar 6 O Instituto Politécnico de Tomar mantém abertas as candidaturas para o curso avançado em Gestão Estratégica de Recursos na Administração Pública, promovido pela Escola Superior de Gestão de Tomar. A formação tem por objetivo proporcionar o desenvolvimento de conhecimentos e competências adequados ao exercício de funções dirigentes na Administração Pública, nomeadamente uma formação altamente qualificada nos 018 /// MAIO 2013

aspetos cultural, científico, técnico e profissional, que assente numa cultura de administração pública profissional e tecnologicamente avançada, por forma a favorecer a qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão. Esta formação permite desenvolver competências técnicas e transversais dos titulares dos cargos de direção superior ou de potenciais candidatos a cargos de direção da Administração Pública. K


Escola Tecnológica da Zona do Pinhal

Certificação garantida 7 A Petroensino, entidade detentora da marca Escola Tecnológica e Profissional da Zona do Pinhal, em Pedrógão Grande, acaba de ser acreditada pela Direção Geral do Emprego e Relações do Trabalho, em seis áreas de educação e formação: marketing e publicidade, gestão e administração, ciências informáticas, eletricidade e energia, hotelaria e restauração, e segurança e higiene no trabalho. A acreditação é uma operação de validação técnica e de reconhecimento da capacidade de uma determinada entidade para intervir no âmbito da formação profissional (organizar e realizar cursos, mas, também, diagnosticar necessidades

de formação, avaliar impactos...). Assim, a partir de agora, todos os alunos no caso de terminarem os respetivos cursos com aproveitamento poderão ter acesso a um Certificado de Formação Profissional, emitido pelos serviços administrativos da escola, reconhecido oficialmente. “Trata-se de um reconhecimento oficial, que só vem reforçar aquilo que a escola vem garantindo aos seus alunos, encarregados de educação e empresas da região, desde início, que é um ensino de excelência, sempre com foco na qualidade, no bem-estar do aluno e na tentativa de melhoria contínua dos serviços prestados”, referem os responsáveis pela instituição. K

Atividades

Etepa anima cidade 7 A Escola Tecnológica e Profissional Albicastrense realizou, dia 4 de maio, diversas atividades de animação no centro cívico da cidade de Castelo Branco. Pintura, animação de rua, dança, ginástica, música, fotografia e meditação, foram alguns dos ingredientes deste evento, que animou o centro da cidade. Além da inauguração da exposição

no edifício dos antigos CTT, junto à Sé, ao longo do dia atuaram a Banda Filarmónica da Aldeia de João Pires, o Grupo de Percussão Escola Cidade de Castelo Branco, Escola de Dança Silvina Candeias, Aladinos da Arrifana, Grupo Braço de Ferro, DJ Enigma e, para encerrar o programa, subiram ao palco o grupo Musicalbi. K

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Labour Market

Aftebi internacional 7 O Internacional Congress on Safety and Labour Market 2013, que decorreu na Covilhã a 8 e 9 de maio, contou com o alto patrocínio de entidades como ACT, AFTEBI e UBI, além do apoio da Ordem dos Engenheiros e da Organização Internacional do Trabalho. O evento, que decorreu no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da

Saúde da UBI, visou ser como um tempo e espaço de debate de um vasto conjunto de preocupações sentidas por empresários, trabalhadores, parceiros sociais, membros das Administrações Públicas, central e local, Governo, Parlamento, Presidência da República, para além de organizações internacionais e pelos mass media. K

Olimpíadas da CriAtividade

Caramulo mais criativo

7 A Escola EB 2,3 do Caramulo acaba de conquistar um primeiro e um terceiro lugares na Final Nacional das Olimpíadas da CriAtividade 2013 que decorreu no Porto. A equipa Mentes Criativas do Caramulo, do 6º ano, constituída por Carolina Silva, Daniela Gomes, Filipa Pereira e Joana Martins, conquistou o 1º lugar nacional como “Future Problem Solver”, na modalidade casos, escalão pré-olímpico OCJ. “As árvores do futuro”, equipa constituída por Bianca Cardoso, Diana Costa e Maria Inês Ferreira, do 8º ano, ficaram em 3º lugar na modalidade Comunidade, escalão olímpico OCM. Também as professoras Catarina Vieira e Castro, Isabel Pereira e Isabel Firme foram consideradas as melhores a nível nacional pela equipa pedagógica internacional, na modalidade Casos, escalão Adultos, tendo assim obtido certificação como Avaliador CriAtivo do Torrance Center. K

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crónica salamanca

La Universidad, con las venas abiertas 6 Todos sabemos que los organismos vivos lo son porque han sido capaces de dotarse de instrumentos de apoyo y canales de comunicación y transformación de energía vital, llámese por ejemplo savia, o la sangre en el reino animal. También conocemos por experiencia vital y por comprensión científica y racional que esa especie de circuito cerrado, el sistema circulatorio para el caso que nos ocupa, se defiende, busca taponar con rapidez una herida, una rotura del mismo, que podría ocasionar la pérdida excesiva de sangre, y finalmente la muerte si la sangría fuera superior a la capacidad de regeneración autónoma. En otras palabras, y en lenguaje coloquial y usual, el ser vivo se desangra si no recibe el apoyo, la medicina oportuna, sea esta cirugía, tratamiento farmacológico, apósitos, descanso, dosis mayores de vitaminas, lo que fuera necesario. Si por razones graves de accidente, enfermedad, falta de capacidad de reposición, de alimentación, el organismo no es capaz de taponar la hemorragia y sus venas abiertas, de reponer las plaquetas necesarias para oponerse a la sangría, se va a producir finalmente la muerte de ese ser , de ese organismo vivo. Desde que en el siglo XIX, bajo influencia del positivismo, las emergentes ciencias sociales adoptan a veces criterios explicativos de origen positivo, tomados de las ciencias naturales, comienzan a comprenderse la sociedad y sus organizaciones como organismos vivos, que permiten explicar

con más precisión su vida interna y los procesos de cambio que se producen en el devenir cotidiano. La universidad pública, que no es una empresa privada, como institución creada por la sociedad para ofrecer servicios, elevar y transmitir su cultura y moralidad a un grado superior, formar los mejores profesionales, crear conocimiento científico, generar recursos, innovación y desarrollo en el entorno donde se sitúa, es un organismo vivo que forma su propio circuito de vida, pero que a su vez es interdependiente con otras instituciones y organismos públicos que, todos ensamblados, dan forma y criterio a una determinada sociedad. Si se interrumpe ese flujo de vida e interdependencia por alguna extraña circunstancia, si no corre la sangre, la vida y el alimento en los niveles adecuados, ese organismo enferma y puede morir, o resultar socialmente inútil, al fin una rémora o carga añadida. La universidad como institución y organismo, capaz de vida autónoma y de generar la ciencia, la cultura, los profesionales, el desarrollo que demanda la sociedad, para defender su identidad de universidad precisa del concurso armónico de recursos humanos. Los hombres, las personas, son las que hacen al fin valiosas o inoperantes las instituciones y las universidades. Los recursos humanos aquí están bien representados en los profesores, los estudiantes, y las personas que apoyan como técnicos la docencia , la investigación y otros servicios formativos. Todos son inexcusablemente im-

prescindibles y necesarios, para funcionar armónicamente, para hacer posible una buena universidad. Por tanto, para que pueda hablarse de universidad se necesita un número determinado de alumnos dispuestos a aprender y estudiar los saberes (como diría el Rey Alfonso X el Sabio en el siglo XIII) , un adecuado claustro de maestros o profesores decididos a enseñar con solvencia, y unas condiciones materiales suficientes para lograr una actividad formativa armónica. Si uno de estos tres sectores de personas que dan forma y viabilidad a la institución queda aminorado o enfermo, la universidad no es posible, falla y finalmente puede llegar a morir y desaparecer. Esta reflexión viene motivada por una valiente declaración institucional frente al peligro de aminoración y desmembramiento que se cierne hoy sobre la universidad en España, sometida por el gobierno a restricciones excesivas que dificultan e impedirán sostener un más que aceptable nivel de funcionamiento, alcanzado y reconocido en los últimos cuarenta años. Con motivo de la presentación del Plan Estratégico de la Universidad de Salamanca, hace muy pocas semanas, y ante autoridades políticas del máximo nivel y competencias, el Rector de la Universidad, Daniel Hernández Ruipérez, habló alto y claro. Dijo de forma responsable, pero rotunda y con profunda convicción, que nuestra universidad apostaba por un Plan Estratégico serio para los próximos años, pero que tal plan sería inviable sin los profesores

Redacção, Edição, Administração Av. do Brasil, 4 R/C Apartado 262 Telef./Fax: 272324645 6000-909 Castelo Branco www.ensino.eu ensino@rvj.pt Director Fundador João Ruivo ruivo@rvj.pt Director João Carrega carrega@rvj.pt Editor Vitor Tomé vitor@rvj.pt

suficientes y ¡bien seleccionados y formados! Más aún, que con el modelo impuesto por las autoridades (que impide contratar profesores más allá de la tasa de reposición del diez por ciento), la universidad se desangra, “tiene las venas abiertas” (son palabras textuales suyas que nosotros hemos adoptado para título de cabecera de este artículo). El rector ya lo viene diciendo en discursos oficiales, en entrevistas y declaraciones: es preciso modificar en la universidad este sistema de reposición y contratación de profesores, que lo que está pretendiendo es desmantelar la universidad pública, desactivarla, reconvertirla, desangrarla, y eliminarla al fin. Hay que taponar esta hemorragia, hay que cerrar las venas de la universidad que hoy están abiertas, por donde puede desangrarse y morir. El neoliberalismo es lo que tiene, y no sólo para la universidad pública. K José Maria Hernández Díaz_ Universidad de Salamanca jmhd@usal.es

Universidad

Salamanca presenta proyecto TimePyme

6 La Universidad de Salamanca ha presentado, en el auditorio del Centro Internacional de Tecnologías Avanzadas, CITA, de la Fundación Germán Sánchez Ruipérez en Peñaranda de Bracamonte, Salamanca, el proyecto TimePyme sobre desarrollo de servicios digitales comunes para mejorar la competitividad de las PYMES de Tierra de Peñaranda. Durante el mismo, Óscar Martín Herrera, CEO de Mutantia, ha impartido una charla sobre «TIC, redes sociales y mail marketing para la difusión de tiendas virtuales». El proyecto consiste en la instalación de 30 tiendas virtuales a diferentes Pymes de Peñaranda de

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Bracamonte y su comarca. Cada tienda tiene una plantilla gráfica personalizada y se ha generado una estructura de información de

acuerdo a los intereses de cada PYME. Como complemento a la instalación y configuración de tiendas virtuales, se ha llevado a cabo un proceso de formación a los empresarios seleccionados. Cada empresario ha recibido 8 horas de formación que le capacitan para gestionar la tienda virtual. Adicionalmente, se realiza un servicio de asesoría y asistencia telefónica y por email a los empresarios participantes en el proyecto. Además, reciben hosting y soporte técnico gratuito. Asimismo, se está creando un sistema de información web que presentará datos de las empresas

Publicação Periódica nº 121611 Dep. Legal nº 120847/98

de Peñaranda de Bracamonte y su comarca con especial hincapié en información geolocalizada: BracamontePYME (www.bracamontepyme.com), que dispondrá de una aplicación de consulta para teléfonos móviles. Los objetivos de este portal son: crear un punto de información y de encuentro de las PYME de Peñaranda de Bracamonte y su comarca; disponer de información de las empresas de la comarca que puedan ser atractivas para otras empresas interesadas en hacer negocios en la comarca; crear un directorio geolocalizado de las empresas de Peñaranda y establecer nexos de unión entre ellas. K

Editor Gráfico Rui Rodrigues ruimiguel@rvj.pt Serviço Reconquista: Agostinho Dias, Vitor Serra, Júlio Cruz, Cristina Mota Saraiva, Artur Jorge, José Furtado e Lídia Barata Serviço Rádio Condestável: António Reis, José Carlos Reis, Luís Biscaia, Carlos Ribeiro, Manuel Fernandes e Hugo Rafael. Guarda: Rui Agostinho Covilhã: Marisa Ribeiro Viseu: Luis Costa/Cecília Matos Portalegre: Maria Batista Évora: Noémi Marujo noemi@rvj.pt Lisboa: Jorge Azevedo jorge@rvj.pt Nuno Dias da Silva Paris: António Natário Amsterdão: Marco van Eijk Edição RVJ - Editores, Lda. Jornal Reconquista Grafismo Rui Salgueiro | RVJ - Editores, Lda. Secretariado Eugénia Sousa Francisco Carrega Rogério Ribeiro Relações Públicas Carine Pires carine@rvj.pt Colaboradores: Albertino Duarte, Alice Vieira, Antonieta Garcia, António Faustino, António Trigueiros, António Realinho, Ana Castel Branco, Ana Caramona, Ana Rita Garcia, Belo Gomes, Carlos Correia, Carlos Semedo, Cecília Maia Rocha, Cristina Ribeiro, Daniel Trigueiros, Dinis Gardete, Deolinda Alberto, Elsa Ligeiro, Ernesto Candeias Martins, Fernando Raposo, Florinda Baptista, Francisco Abreu, Graça Fernandes, Helena Menezes, Helena Mesquita, Joana Mota (grafismo), Joaquim Cardoso Dias, Joaquim Serrasqueiro, Joaquim Bonifácio, Joaquim Moreira, João Camilo, João Gonçalves, João Pedro Luz, João Pires, João de Sousa Teixeira, João Vasco (fotografia), Joaquim Fernandes, Jorge Almeida, Jorge Fraqueiro, Jorge Oliveira, José Felgueiras, José Carlos Moura, José Pires, José Pedro Reis, Janeca (cartoon), José Rafael, Luís Costa, Luis Lourenço, Luis Dinis da Rosa, Luis Souta, Miguel Magalhães, Miguel Resende, Maria João Leitão, Maria João Guardado Moreira, Natividade Pires, Nuno Almeida Santos, Pedro Faustino, Ricardo Nunes, Rui Salgueiro, Rute Felgueiras,Sandra Nascimento (grafismo), Sérgio Pereira, Susana Rodrigues (U. Évora) e Valter Lemos Contabilidade: Mário Rui Dias Propriedade: RVJ - Editores Lda. NIF: 503932043 Gerência: João Carrega, Vitor Tomé e Rui Rodrigues (accionistas com mais de 10% do Capital Social) Clube de Amigos/Assinantes: 15 Euros/ Ano Empresa Jornalistica n.º221610 Av. do Brasil, 4 r/c Castelo Branco Email: rvj@rvj.pt Tiragem: 20.000 exemplares Impressão: Jornal Reconquista - Zona Industrial - 6000 Castelo Branco


Editorial

Salvar a democracia e a escola pública 7 A democracia parlamentar e a “escola de massas”, que convergiu na escola pública, constituíramse como dois dos grandes mitos ideológicos forjados no seio das mais avançadas sociedades industriais do século passado. À primeira era conferida a missão de criar uma sociedade fraterna, totalmente baseada na igualdade dos cidadãos. À segunda foi pedido que também ela se democratizasse, abrindo as suas portas a todas as crianças e jovens que a quisessem frequentar. São, ainda hoje, dois projectos de uma generosidade indiscutível e que, apesar das fragilidades com que muitas vezes se defrontam, não encontraram ainda melhor alternativa, no respeito pela liberdade de escolha e no pleno exercício da cidadania. Porém, temos que admitir que a democracia parlamentar não impediu que a riqueza se concentrasse em cada vez menos mãos e que o fosso entre os mais ricos e os pobres fosse cada vez maior. Como não conseguiu erradicar a maior das chagas sociais que nos envergonha:

a da exclusão social, que engrossa a fileira dos que têm fome, dos que não têm abrigo, dos que não têm direito à saúde e dos que viram negado o direito a um trabalho. E também temos que reconhecer que a escola pública, ainda não conseguiu que a igualdade do acesso se transformasse numa igualdade de sucesso; assim como tarda a que a escolaridade seja por todos entendida como um valor indutor da inclusão, da promoção social e da meritocracia. O professor, que é simultaneamente cidadão e educador, vê-se confrontado com esse duplo dilema: o de ajudar a construir uma sociedade mais justa e o de erguer uma escola gratificante para quantos nela trabalham e nela se revêem: alunos, docentes, funcionários, pais e membros da comunidade local. Confrontados entre o desejo de realizar cada vez mais e a pressão burocrático-administrativa e desprezo dos governos, sentem frustrados e menorizados na sua profissionalidade. Sentem-se assim, não por incapacidade, mas porque

são profissionais responsáveis e de dedicação para lá dos limites do imaginável. Mas sentem-se assim também porque tardam em perceber que o seu desencanto é a medida resultante de uma indirecta e subjectiva avaliação das políticas educativas e dos responsáveis da educação que as protagonizaram. Os professores são intelectuais livres. É certo. Mas num aparelho de Estado centralizador, como o é o nosso, também são chamados a serem dóceis funcionários executores de medidas de política educativa, das quais por vezes discordam e para as quais só episodicamente são chamados a opinar. Daí resulta um estranho equívoco: muitos docentes assumem como derrota profissional a falência desta ou daquela medida de governo. Entendem que foram o problema, quando, de facto, os normativos burocráticoadministrativos não os deixaram ir em busca da solução. Se querem que os professores assumam, em plenitude, toda a responsabilidade do que ocorre

na escola, então revela-se indispensável que eles a si chamem a gestão integral dos destinos das instituições educativas. Não há responsabilidade total sem completa autonomia. Não deve ser exigida a prestação de contas a quem não foi autor dos objectivos a contratualizar e da missão a cumprir. Por isso, antes de se julgar e avaliar os professores, antes de julgar e divulgar o ranking das escolas, urge avaliar e classificar as medidas educativas que estes e aquelas foram obrigados a protagonizar, muita das vezes contra natura. O Estado e as famílias demitemse todos os dias de objectivos educativos que só a eles deviam ser remetidos e dos quais contratual e socialmente se responsabilizaram. Alguns jovens são levados a acreditar que a escola é terra de ninguém. Onde a ética e a deontologia fica à porta da sala de aula e onde todo o individualismo exacerbado pode substituir o trabalho honesto e colaborativo. Muitos professores são apanhados em curvas mais apertadas da sua profissão porque são induzidos

a julgar que foram formados para serem exclusivamente gestores de conflitos numa arena que, em algumas escolas, resvala o limite do bom senso e da decência. O Estado e as famílias pedem à Escola que os substituam. E apontam o dedo acusador quando a máquina falha por excesso de carga profissional, emocional ou administrativa. Assim não! É que mais cedo do que a razão aconselharia talvez haja muitos professores que já tenham percebido que mais vale pronto recusar que falso prometer. K João Ruivo _ ruivo@rvj.pt Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

primeira coluna

É preciso saber ouvir o povo 7 A reorganização da rede de ensino em Portugal, aliada às medidas de austeridade já anunciadas, está a deixar marcas na escola pública. Uma escola que se quer a tempo inteiro e que, no ensino obrigatório, deve ser gratuita para todas as crianças e jovens portugueses ou a residirem no nosso país. Na escola pública vive-se hoje um clima de medo e de falta de esperança. Os alunos sentem isso, os professores e os funcionários também, o mesmo sucede com os pais e encarregados de educação. Não há avaliação dos professores como a realizada nou-

tros tempos próximos, mas há a ameaça da mobilidade especial, dos mega-agrupamentos, e do encurtamento das atividades extracurriculares no 1º ciclo. Um 1º ciclo que este ano voltou a ter exames nacionais de 4º ano, os quais na língua portuguesa viram litoralizado o discurso narrativo nos textos apresentados (no país real há muitas crianças que nunca viram o mar, nem foram à praia, do mesmo modo que há muitas outras que nunca viram a neve), que transportaram os alunos para as escolas sede de agrupamento (uma lógica que não convenceu pais nem alunos), e que deu a maioridade a

crianças de 9 e 10 anos, as quais assinaram um termo de responsabilidade em como não levavam para dentro da sala o telemóvel. Não leiam nestas palavras alguma oposição da minha parte aos exames nacionais. Sou daqueles que defendem a realização de exames nacionais, mas entendo que não seria necessário tanto ruído à sua volta. Mas a reorganização da rede de ensino pode atingir também universidades e politécnicos. É assim porque não há dinheiro, nem há alunos, dizem muitos dos que defendem a teoria que é a fechar serviços que o país progride. Não, não tem que ser assim, digo eu.

A maioria das instituições de ensino superior não contribuiu para o défice, tem conseguido alocar nos seus orçamentos elevadas verbas provenientes de receitas próprias que não as do Estado. Tem conseguido, através de projetos de investigação, ou de inovação, fundos comunitários. Mas tem, acima de tudo, qualificado o país, dando-lhe uma coesão territorial que mais nenhumas outras instituições conseguirão dar. Governar não é uma tarefa fácil e tomar decisões numa altura como a que agora atravessamos também não. Mas há um ditado democrático que deve imperar em todos os momentos, se-

jam eles fáceis ou difíceis. Deve saber-se escutar o povo. E hoje, mais que nunca, importa saber ouvir também os de dentro, tendo sempre a certeza de que ninguém vai beneficiar com o fecho do que quer que seja… K João Carrega _ carrega@rvj.pt

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humorista

Já chegámos ao Madeira

6 É um argumentista e ator anticrise. Trabalho não falta ao humorista que escreveu para Herman José e insuflou vida aos “bonecos” de Sócrates, Relvas e agora Jorge Jesus. Eduardo Madeira na primeira pessoa, em estado de graça. É um dos atores da comédia teatral «Toc Toc», que está em exibição no Teatro Tivoli, em Lisboa. Nela desfilam seis personagens acometidas por fobias e um transtorno obsessivo compulsivo (TOC) distinto. Com o País mergulhado numa crise, esta peça pode funcionar como uma espécie de Portugal no divã? Para ser sincero, nunca tinha visto esta comédia por essa perspetiva que coloca. Mas não deixa de ser interessante. Com efeito, o País está a viver um momento de algum desequilíbrio e de alguma esquizofrenia. Admito que alguns destes transtornos que são representados na peça se possam aplicar à forma de atuar dos políticos que nos governam. Esquizofrenia política, bem entendido. Basta ver o exemplo recente, em que o Primeiro-Ministro anunciou cortes nas reformas e 48 horas depois apareceu o ministro Paulo Portas a garantir que não ultrapassaria esse limite. Então em que é que ficamos? Esquizofrenia é sinónimo de fragmentação. A prática política é fracionada e dificilmente inteligível aos olhos dos cidadãos? Acho que sim. Este tipo de manobras

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políticas, muitas vezes, só servem para confundir e para baralhar. Os cidadãos ficam sem perceber o que é que se pretende com certas políticas. O humor em tempos de crise pode ser terapêutico? Sem dúvida. O humor e a boa disposição podem servir de válvula de escape, em especial às pessoas que estão a atravessar uma fase complicada e precisam de descomprimir. Estou certo que muitos dos que se dirigem ao teatro para ver esta peça o façam para descontrair e esquecer, durante duas horas, os temas relacionados com as troikas, o governo, etc. Disse um dia numa entrevista que «o público só percebe piadas de futebol e do Goucha». Quer isso dizer que a escassa formação de boa parte da população faz com que só perceba o humor fácil e menos elaborado? Deixe-me só ressalvar isto: Quando me refiro ao Goucha, não são as piadas que o Manuel Luís Goucha diz, mas as piadas que fazem em relação a ele. Já são tantas, que perdem a graça. Sobre a sua pergunta em concreto, acho que o português tem mais facilidade em perceber a piada mais direta e mais básica, porque também não tem um humor tão elaborado como outros povos. Mas os portugueses gostam muito de rir e têm sentido de humor. Curiosamente não têm é sentido de humor sobre eles próprios.

Quer dar um exemplo concreto? O português gosta de ouvir falar mal do português, mas só quando não faz parte do grupo. Quando percebe que também está a ser gozado, já não acha tanta piada…

não é algo que ostensivo. Agora usar de forma gratuita uma «arma» apenas para despoletar o riso acho criticável. Creio que se houvesse uma Convenção de Genebra para o humor essa seria uma arma ilegal e que não se podia utilizar (risos).

Não sabemos rir da nossa própria desgraça? O português não é muito de se rir de si próprio. Os ingleses, por exemplo, têm um sentido do ridículo absolutamente incrível. Fazem piadas sobre as coisas mais sagradas e com um espírito que só eles têm.

Mas admite que há colegas seus que cometem alguns excessos? Por vezes constatamos que há os que enveredam pela lógica do «vale tudo». Também é preciso compreender que surgiram muitos humoristas. A concorrência é muita e admito que alguns achem que esse é o caminho mais fácil para o sucesso. Contudo, não me revejo nisso. Prefiro ter mais trabalho e construir, passo a passo, uma carreira mais sólida.

Há uma herança do passado que nos faz ter receio de passar o risco? Penso que sim. Há algo que vem de muito longe que é dizer «cuidado, com isso não se brinca». Como ator e argumentista que é, o bom senso é o único critério para que o humor que se escreve ou representa não ultrapasse a linha do razoável? Eu defendo que se pode brincar com tudo, agora há o limite do bom gosto e do bom senso que deve ser observado. Existe uma zona em que se percebe que é ofensa, não é humor inteligente, é só gozo, puxar pela parte mais escatologia, pelo vernáculo, etc. Aliás, a personagem que eu encarno no «Toc Toc», diz muitas asneiras, por causa do Síndrome de Tourette de que a pessoa padece, mas é algo tem um enquadramento lógico,

Em que domínios se sente mais confortável: teatro, stand up comedy, televisão ou argumentista? Eu tenho procurado provar a mim mesmo que sou bom em todas as áreas do humor. Na escrita, a fazer canções, ator de teatro e televisão, como em stand up comedian, etc. O feed back do público e da critica tem-me feito perceber que sou multifacetado dentro da área que escolhi para minha atividade. Começou a colaborar com as Produções Fictícias em 1997. O seu fundador, Nuno Artur da Silva, disse em entrevista ao nosso jornal que é a «travessa da fábrica das piadas». Tem a noção que entrou para uma fábrica do humor em ;


Portugal? Tive a felicidade e o orgulho de coincidir com uma série de cabeças que marcaram o que é o humor no nosso país. O Nuno Markl, o João Quadros, o José Pina, o Ricardo Araújo Pereira, o Rui Cardoso Martins, o Miguel Góis, o José Diogo Quintela, a Maria João Cruz, o Luís Filipe Borges, o próprio Nuno Artur da Silva. O próprio Bruno Nogueira também pode ser incluído neste enorme grupo de argumentistas que marcaram decisivamente uma nova vaga do humor em Portugal. Posso mesmo dizer que houve o germe uma nova geração de humoristas.

que é explicado sobremaneira devido ao seu lado quase picaresco. Por exemplo, não se sabe como é que fizeram os cursos e o povo percebe que são ambos artistas à portuguesa bem sucedidos, que dizem umas coisas aqui e outras acolá. São personagens de folhetim que davam um romance como protagonistas bem falantes. Qual é a sua opinião sobre o ministro das Finanças? O ministro Vítor Gaspar, à sua maneira, também é uma personagem que acho muito piada. Aquela forma exasperante de se expressar é única, principalmente quando está muito calmo e placidamente a explicar como é que nos vai ao bolso.

Para si e para outros, Herman José é o rei. Acha-se uma espécie de herdeiro dele? Sim, todos nós escrevemos para ele. Sempre foi a referência máxima para muitos de nós que começámos nas Produções Fictícias. Ou seja, o Herman era o maior e somos um bocadinho os herdeiros e os filhos de uma determinada maneira de fazer humor.

Também escreveu para o «Contra Informação», um programa que marcou uma época. Recebeu recados ou informações de políticos que se queixaram dos textos ou dos bonecos? Aqui e ali há uns zum zuns de algum descontentamento, mas nunca ninguém ousou dizer na nossa cara as suas próprias queixas. Isso revela que ainda somos um país democrático. Há uns políticos que são mais sensíveis do que outros ao humor que os visa. Uns sentemse tocados, outros têm mais fair play e poder de encaixe. Mas todos eles fazem um esforço para não passar a ideia que se sentiram atingidos.

Li que começou a destacar-se ainda em criança, no colégio, a fazer piadas com os filmes de Charlie Chaplin para deleite da turma. Nasce-se humorista? É vocação, talento e algum suor e lágrimas? É basicamente uma vocação que nasce connosco. Saber o timing certo para despontar, o que faz rir, identificar o nervo. O Woody Allen diz o seguinte: «não se é humorista e comediante, nasce-se». Estou de acordo. Nós não escolhemos, é uma coisa que nos escolhe a nós. Pelo que diz há um sentido de oportunidade associado a esta carreira artística. Mas não admite que existam muitos talentos desperdiçados perdidos noutras profissões? Claro que pode haver pessoas que passaram ao lado da carreira. E existem, de certeza grandes talentos que passaram ao lado, por diversas razões. Ou porque tiveram azar, ou porque não foram perseverantes, ou porque no momento em que alguém os estava a ver não estiveram particularmente bem, etc. Sou da opinião que quem não desistir, mais tarde ou mais cedo, acaba por demonstrar o seu real valor e talento. Na vida passam dois ou três “comboios” que temos de apanhar. Eu tive sorte, apanhei o primeiro que passou. Uma vez vi o Maradona dizer que no bairro onde nasceu, em Buenos Aires, ele era para aí o 15.º melhor jogador. Era capaz de ter razão, mas o tempo acabou por demonstrar que ele era o melhor futebolista de uma geração e um dos melhores de todos os tempos. Abandonou um curso de Direito, quase concluído, para entrar no humor. Não se arrepende? Sabia que nunca ia ser advogado na vida. Eu era finalista de Direito, estava no 5.º ano, não tinha nenhuma formação como ator e argumentista, mas o “comboio” passou e eu não hesitei. O meu pai pressionou-me para concluir o curso e mostrou muitas dúvidas sobre a segurança de uma carreira artística no

humor. Arrisquei e venci. Mais tarde inscrevi-me no curso de História, por mero gosto pessoal. Fiz duas ou três cadeiras, mas depois a carreira artística absorveume todo o tempo. Mas ainda não perdi a esperança de concluir a licenciatura em Direito. No «Anticrise», emitido na RTP-1, um dos seus bonecos que mais sucesso faz é o de Jorge Jesus, o treinador do Benfica. Explique-me o que é que aquele homem tem de magnético para ter todo o país a falar dele e a imitar os seus trejeitos? Jorge Jesus é uma figura idiossincrática. O cabelo, a maneira de falar, os esgares que faz. No seu conjunto é uma

personagem muito forte e carismática, à sua maneira. Não se expressa particularmente bem, mas percebe de futebol e é bem sucedido profissionalmente. O país para só para ver um tipo com um carisma fora do comum. O YouTube está cheio de vídeos dele com momentos maravilhosos. Eu costumo dizer, é melhor o Jorge Jesus verdadeiro, do que qualquer caricatura que eu faça dele. Os políticos ainda são fonte de matéria prima para os humoristas ou estão a passar de moda? Eu fazia o Sócrates e o Relvas no «Anti Crise». Acho muito sinceramente que ambos são personagens muito fortes, o

CARA DA NOTÍCIA 6 Madeira em estado de graça Eduardo Madeira nasceu na Guiné Bissau, a 25 de fevereiro de 1972. Começou a trabalhar nas Produções Fictícias em 1997, onde lançou se lançou na carreira de ator e argumentista. É co-autor e autor de programas como «Herman Enciclopédia», «Contra Informação», «Conversa da Treta», «Levanta-te e Ri», «Caixilhos e Laminados» e «Estado de Graça», tendo também escrito e protagonizado a série «Os Contemporâneos». Atualmente, podemos vê-lo nos ecrãs da RTP em «Anticrise» e no Canal Q, propriedade das Produções Fictícias, nas principais plataformas do cabo. É um dos pioneiros da stand up comedy em Portugal. Em 2001 criou a banda Cebola Mol, juntamente com Filipe Homem Fonseca, tendo editado quatro discos. No teatro, fez uma tourné, na companhia de César Mourão, com a peça «10 milhões e picos». Presentemente, está como um dos atores principais da peça «Toc, Toc», no Teatro Tivoli. Escreveu e participou em vários livros, com especial destaque para «9 estórias», «Os jeitosos continuam à solta» e «Antologia do Humor Português». K

Tem uma vida profissionalmente preenchida, com múltiplas solicitações. Como é que observa a cavalgada imparável do desemprego, especialmente o que afeta os jovens e a mão de obra qualificada? Muita apreensão. Sabíamos que as vagas de emigração no princípio e em meados do século XX eram protagonizadas por pessoas pobres e humildes, em busca de uma vida melhor. Agora, assiste-se a uma debandada do que é bom para o exterior, mas com a particularidade de a maioria dos que partem terem formação superior. É um sinal dos tempos, se calhar. Vai mal e perde o país que não consegue criar riqueza para segurar os seus melhores técnicos, sejam eles pedreiros, eletricistas, escritores e cientistas. O que é que o governo espera de um país em que as pessoas têm de fugir para conseguirem sobreviver? Tem um filho de 12 anos, do primeiro casamento, e apresta-se para ser de novo pai dentro de poucos meses. Qual é o segredo para educar? O humor pode ser um contrapeso da severidade? Acho que deve ser um misto. Importa incutir rigor aos mais jovens, mas sobretudo valores. Procuro fazer com que ele entenda que há tempo para cumprir obrigações e tempo para brincar, tudo dentro de regras e uma atitude responsável. K Nuno Dias da Silva _ Direitos Reservados H   

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CRÓNICA

Cartas desde la ilusión 7 Querido amigo: Durante estos últimos meses hemos reflexionado sobre los 10 principios que fundamentan y guían la Evaluación para el Aprendizaje (EpA). A mi modo de ver, estos 10 principios encierran todo un programa de formación del profesorado que debería llevar a una ejecución práctica de todos ellos. Sería, en mi opinión, una buena manera de empezar a cambiar los sistemas educativos desde la base, es decir, desde la actuación del profesorado centrándose en el desarrollo de las competencias de todos los alumnos, sin distinción alguna. Pero sigo encontrando un problema muy básico: la secuenciación. Me explico. En el ámbito educativo, los profesores hemos adoptado la “cultura de la secuencia”, es decir, ahora se hace esto, después lo otro, a continuación otra cosa más, y así sucesivamente. El resultado es que estamos atrapados en la realización de una tarea o actividad tras otra como síntoma de nuestra inseguridad, a

la vez que escudo protector contra nuestras dudas e incertidumbres. Y sigo pensando que, mientras los educadores no seamos capaces de aceptar la incertidumbre y asumirla, no seremos capaces de superarla. En educación cometemos el error de tener que estar todo organizado, hasta el detalle más pequeño, para no perder el control de la situación en ningún momento. Pero la vida no es así. Hemos hecho, en nuestros sistemas educativos, una especie de “monstruo de la realidad”. Vivimos “otra” realidad y hacemos que nuestros alumnos vivan, asimismo, esa “otra” realidad. Esto es lo que justifica, a mi modo de entender, el “abismo” entre la realidad académica y la vida (abismo que, por otra parte, se mantiene hasta en la misma Universidad, como reflejan las sucesivas y repetidas quejas de los empresarios acerca de la inutilidad de la formación del universitario como futuro profesional). Mientras sigamos “atados” a la secuenciación, nunca conseguiremos entender la educación como un proceso sistémico. Es cierto que se debe proceder paso a paso, fase

a fase, pero también es cierto que el sistema educativo exige que ese camino sea flexible, carente de las rigideces que nos “protegen” de nuestras inseguridades. La acción educativa nunca debería ser “lineal”, sino “recursiva”, en movimientos en forma de “espiral” evolutiva, tal como reflejaba Jean Piaget en su concepción del progreso evolutivo del sistema cognitivo de los niños. Creo que el sistema educativo carece, en este sentido, de una mentalidad clara de lo que supone el impacto de una actuación de la/ del profesora/or. Y ten en cuenta que digo, con toda intención, el término “actuación”, porque, es mi opinión, los profesores actuamos demasiado poco, mientras sí seguimos nuestras rutinas (y las de nuestros alumnos, y tal vez, por las presiones, las que exigen los padres de nuestros estudiantes). Lamentablemente, creo que los profesores nos comportamos, en demasiadas ocasiones, con la mentalidad del “libro de texto”, sin asumir que, en realidad, todos somos capaces de actuar con la mentali-

dad de “libres del texto”. El mundo en que vivimos, y, por tanto, la realidad que viven nuestros alumnos (y nosotros mismos) no está escrita de manera definitiva, en forma de “libro de texto”, sino que, al contrario, es un libro “en blanco” que se va escribiendo día a día, sin conocer qué sucederá mañana. El resultado puede concretarse en una falta del sentido de la realidad, aunque un fuerte anclaje en los “conocimientos” académicos. Creo que la anécdota que te cuento a continuación refleja, con alta aproximación, las consecuencias de la secuenciación (seguridad, plenitud académica) que nos llevan a perder de vista la realidad más elemental. Sherlock Holmes y el Dr. Watson se fueron de camping. Después de una buena cena y una botella de vino se despidieron y se fueron a dormir. Horas más tarde, Holmes se despierta y codea a su fiel amigo: - Watson, mira el cielo y dime qué ves... Watson medita solo un instante y contesta: - Veo millones y millones de es-

trellas... - Y eso ¿qué te dice? Watson reflexiona un par de minutos y responde: - Astronómicamente, me dice que hay millones de galaxias y potencialmente billones de planetas... Astrológicamente, veo que Saturno está en Leo. Cronológicamente, deduzco que son aproximadamente las tres y diez... Teológicamente, puedo ver que Dios es todopoderoso y que somos pequeños e insignificantes... Meteorológicamente, intuyo que tendremos un hermoso día mañana... Y a usted ¿qué le dice, Sherlock? Holmes encendió su primer pipa del día y respondió con calma: - Watson, eres un pelotudo, ¡nos han robado la carpa! K Juan A. Castro Posada _ juancastrop@gmail.com

Cooperação internacional e gestão sustentável das escolas

Projeto OMD, une África e Europa 6 O Centro de Formação Dr. Rui Grácio, com sede em Lagos, participa atualmente num projeto de cooperação Europa-África e promove durante o ano de 2013 a avaliação e a disseminação dos seus resultados. Este projeto procurou responder a uma estratégia de formação de professores para a sustentabilidade, consubstanciada nas seguintes diretrizes: • Construir uma reflexão teórica e metodológica sobre a aceção da Interculturalidade enquanto pilar fundamental do Desenvolvimento Sustentável na escola; • Conceber, experimentar e avaliar programas de formação de professores de acordo com este paradigma de desenvolvimento: gestão curricular centrada em estratégias e metodologias de educação intercultural e ambiental e gestão sustentável das escolas. O projeto OMD O Projeto OMD: «Plan d’actions éducatives pour l’éducation au développement à travers les jumelages scolaires Nord-Sud» é coordenado pelo Prof. Esoh Elamé, da Universidade Ca’ Foscari de Veneza, no quadro dos Objetivos do Milénio para o Desenvolvimento, adotados pelas Nações Unidas. O projeto de

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cooperação é financiado pela União Europeia, ação «Acteurs non étatiques et autorités locales – Sensibilisation et Education au développement en Europe” e integra governos regionais, instituições de formação de professores, universidades, municípios e escolas de Itália, Portugal, Malta, França, Bulgária, República dos Camarões e Burkina Faso. O projeto centra as suas atividades em três eixos fundamentais: - conceção e implementação de programas de formação conjunta para professores europeus e africanos; - construção e utilização de plataformas online, desenvolvimento de aprendizagem b-learning e comunicação multilateral, colaborati-

va e reflexiva em encontros e seminários internacionais; - geminações escolares NorteSul e implementação conjunta da Agenda 21 Escolar de 2.ª geração, que surge como um instrumento estratégico promotor do desenvolvimento sustentável, integrando a dimensão intercultural como um dos seus pilares fundamentais. Impactos Esta dinâmica de cooperação Norte-Sul, através de geminações escolares, constitui uma oportunidade única para expandir temas prioritários da ASP-Net UNESCO. O plano de ação culminou recentemente com a realização de microprojectos nas áreas problemáticas diagnosticadas. Cerca de 40 esco-

las africanas receberam subsídios e concretizaram melhorias cruciais, tais como: - instalação e manutenção de painéis solares, dando acesso pela primeira vez à energia elétrica na escola; - construção de poços e manutenção das suas condições de salubridade, passando as crianças a ter água potável pela primeira vez na escola, quando antes não existia qualquer controlo de qualidade da água; - implementação de hortas escolares, para cultivo interno de produtos alimentares, menorizando a precaridade na alimentação das crianças e jovens; - implementação de eco-cantinas escolares, com controlo de qualidade biológica dos produtos alimentares pela primeira vez na escola; - implementação de planos de mediação cultural e de comunicação intercultural, num contexto nacional onde coexistem mais de 200 etnias, culturas e variantes linguísticas; - planos de desenvolvimento local, co-responsabilizando os municípios e outros agentes económicos e sociais no desenvolvimento sustentável das escolas, inseridas nas

respetivas comunidades. Prospeção Este Centro apresentou recentemente o trabalho “The challenge of the intercultural & environmental education and the sustainable management of schools. Teachers Continuing Professional Development for international cooperation”, nas conferências internacionais de Yaoundé, Douala e Maroua, na República dos Camarões. No plano conceptual e estratégico, precisamos de promover as escolas enquanto “espaços bem governados” para a sustentabilidade; precisamos de professores e comunidades escolares mais sensíveis, que encarem a diversidade pessoal, social, cultural, linguística, religiosa, étnica… como uma riqueza humana e não como um problema. O processo formativo deverá permitir a consciencialização das diferenças e das relações entre os seres humanos e entre estes e a natureza, numa perspetiva de equidade social, de diálogo intercultural, de proteção ambiental e de respeito pelos direitos humanos fundamentais. K Ana Cristina Madeira _ (Centro de Formação Dr. Rui Grácio, Lagos, Portugal)


CPLP e UNESCO

Portugal falado 7 O embaixador português na UNESCO considerou que a comemoração da língua Portuguesa pela instituição constitui uma “data simbólica” para o universo lusófono. “É particularmente simbólico que se assinale esta data com um evento de qualidade e significativo justamente na sede das Nações Unidas

que é dedicada à cultura, à educação e à ciência”, a UNESCO, disse o embaixador José Filipe Cabral à Lusa. A UNESCO, em Paris, comemorou, dia 15 de maio, o Dia da Língua Portuguesa, com uma jornada de cinema lusófono e a exibição de 5 documentários e 5 filmes falados em português. K

Moçambique

BES reforça Moza Banco

Internet

7 O Banco Espírito Santo (BES) anunciou a aquisição de 18,9% do capital do Moza Banco, operação que aguarda ainda autorizações, que permite à instituição liderada por Ricardo Salgado reforçar a sua participação para 44%. Em comunicado ao mercado na quinta-feira, o BES informou que celebrou, através da BES África, um acordo para a aquisição da participação de 18,9% que a Geocapital detém no capital social do Moza Banco. “Após a concretização desta operação, o BES vai passar a deter uma participação de 44% do capital social, continuando a Moçambique Capitais a ser o acionista maioritário do Moza Banco”, adiantou a instituição em comunicado à Comissão

7 A língua portuguesa é já o quinto idioma mais ‘falado’ na Internet, tendo ultrapassado o árabe, o francês e o alemão, revelam dados divulgados pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) e citados na imprensa brasileira. De acordo com os dados da UIT, citados pelo portal online Estadão, serão já cerca de 83 milhões os utilizadores que utilizam a língua portuguesa para comunicar e navegar pela Web. Isto significa que, atualmente, há já mais utilizadores lusófonos na Internet do que os 75 milhões de alemães, os 65 milhões que usam a língua árabe ou os 60 milhões que

do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Esta aquisição está sujeita à verificação de um conjunto de condições, entre as quais a obtenção dos consentimentos e autorizações necessários à operação, acrescenta. De acordo com as informações disponíveis na página da Internet, a estrutura acionista do banco é composta pela Moçambique Capitais, empresa de investimentos moçambicana que detém 50,1%, o BES África (Grupo Banco Espírito Santo) com 25,1% e a Geocapital, uma sociedade de investimentos luso-macaense, que detém 24,5% e agora assinou o acordo para vender a sua participação na totalidade. K

Português o 5º mais falado utilizam o francês, um feito que, segundo a UIT, se deve sobretudo à expansão da Internet nos últimos dez anos no Brasil, o maior país lusófono com cerca de 194 milhões de habitantes. Os especialistas ouvidos na imprensa brasileira referem que, em poucos anos, o português poderá superar o japonês - hoje com 99 milhões de utilizadores na rede e que atualmente ocupa a quarta posição. Isso porque a expansão da Internet no Brasil, Angola e em Moçambique ainda tem um longo caminho a percorrer até atingir os mesmos níveis de penetração dos países ri-

cos, como o Japão, onde a Internet é uma realidade há muito tempo. Em primeiro lugar, há mais de dez anos, mantém-se o inglês, atualmente com 565 milhões de utilizadores. Mas o seu domínio começa a ser seriamente ameaçado pela língua chinesa, utilizada por 510 milhões. No terceiro lugar figura o espanhol, com 165 milhões. Os especialistas citados pelo Estadão lembram que num futuro próximo parte da influência atribuída a uma língua a nível mundial será fortemente influenciada pelo número de utilizadores que nela comunicam e teclam on-line. K

Brasil em Portugal

O ano do Brasil em Portugal aproxima-se do fim 7 Até 10 de junho, um pouco por todo o país, continua-se a celebrar o Ano do Brasil em Portugal. Aqui ficam algumas sugestões: Santa Maria da Feira – 25 de Maio - Olha o Palhaço no Meio da Rua Évora – 27 de maio - Festival de Música Clássica: Quaternaglia Guitar Quartet Lisboa – 27 de maio – Navalha na carne. Pensão do amor Mafra – 29 de maio - Festival de Música Clássica: Quaternaglia Guitar Quartet Coimbra – 8 de junho - “HYSTE-

RIA“ - Grupo XIX de Teatro. Oficina Municipal de Teatro Porto – 10 de junho - Sua Incelença, Ricardo III - Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare Lisboa – 10 de junho – Bethânia e as palavras. Teatro São Carlos Faro – 28 de junho - Obras de LYGIA CLARK. Castelo de Faro Porto – 17 de julho – bailado: Teu corpo é o meu texto. Coliseu do Porto E muito mais. Consulte a programação na página do Facebook Brasil em Portugal. K J. Vasco _

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Cristina Drios

A escrita é uma forma de ver o mundo 7 Cristina Drios exerce advocacia na área da propriedade intelectual, e é a autora de “Os Olhos de Tirésias”, romance de estreia, editado em Março, pela Teorema. “Os Olhos de Tirésias” é a história de um soldado português durante a I Guerra Mundial e foi finalista do Prémio LeYa 2012. Para a escritora (que responde ao Ensino Magazine por email) o actual período que Portugal atravessa pode ser um bom cenário para um romance, pois os períodos conturbados são ricos em material para um romancista trabalhar. Sobre a literatura e a arte em geral, afirma “são aquilo que nos salva, de nós mesmos, enquanto indivíduos e colectivo social porque decantam e sublimam a realidade”. “Os Olhos de Tirésias” decorre durante a I Guerra Mundial, mas não é um romance histórico. Como surge a ideia de escrever este romance? De facto, não pretendi escrever um romance histórico. Usei a História, no caso, sobretudo a participação portuguesa na I Guerra Mundial, uma vez que os períodos conturbados contêm grande potencial de exploração ficcional, apenas como cenário para os encontros e desencontros das várias personagens, colocando-as quase sempre perante situações limite e forçando-as a reagir, a superarem-se. A ideia nasceu inicialmente em redor da personagem principal, Mateus Mateus, que, a determinado momento, “exigiu” que eu escrevesse a sua história. À volta dele, surgiram então as outras personagens e, mais tarde, a narradora do romance, a sua neta. Mateus Mateus, o soldado português em campanha na Flandres, na I Guerra Mundial, é o protagonista deste romance. Quem é Mateus Mateus? Mateus Mateus é um homem estranho, imperscrutável, imune desde criança a qualquer emoção, que vive fechado no seu “círculo negro” e assolado por premonições. Decide então oferecer-se como voluntário para integrar o Corpo Expedicionário Português que está de partida para a Flandres na esperança de se tornar um homem como os outros. E isso, de facto, acontecerá quando, feito prisioneiro, conhece Georgette Six, a enfermeira francesa e se apaixona por ela. O amor consegue triunfar em qualquer lugar, mesmo no pior cenário de guerra? O amor transforma-nos, ilumina-nos e irradia. As mais belas obras de arte de todos os tempos foram quase sempre resultado disso. Para conquistar o amado. Para chorar a perda do amado. Para tentar reconquistar o amado. No caso de Mateus Mateus, o amor trouxe-lhe à boca o sabor caótico dos sentimentos e de, certa forma, triunfou. O que é que correu mal com a participação portuguesa na I Guerra Mundial? Quase tudo. Portugal não estava preparado para participar num conflito mun-

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dial dessa escala mas a jovem República Portuguesa queria afirmar-se no xadrez político internacional da época. Portugal, porém, não tinha meios. Os navios que transportaram as tropas de Lisboa a Brest foram cedidos pelos ingleses, sob o comando dos quais sempre nos ativemos e, a dado momento, deixaram de nos ser cedidos para rendição. Isso causou problemas gravíssimos que impediam que as tropas voltassem a Portugal nos períodos de licença. Os próprios equipamentos, o armamento Lee-Enfield, o fardamento e a alimentação – o odiado corned beef – eram fornecidos pelos ingleses. Mais tarde, quando Sidónio Pais, de pendor germanófilo, substituiu Afonso Costa no poder, os oficiais que vinham de licença deixaram aos poucos de voltar à Flandres. Sidónio Pais terá ordenado ao General Tamagnini de Abreu que mudasse de campo e este terá desobedecido. De qualquer forma, o assassinato de Sidónio Pais em Dezembro de 1918, pouco depois da guerra terminar, gerou novo volte-face... Especulação ou não, o exército português foi abandonado à sua sorte nos últimos meses da guerra. No dia 9 de Abril de 1918, os portugueses que praticamente não deixavam as trincheiras há 18 meses, exaustos, mal nu-

tridos e mal agasalhados para enfrentar a lama e o frio do norte, não podiam senão tentar salvar a pele perante a investida de divisões alemães fortes e frescas. Os alemães começaram por iniciar a Operação Georgette no sector mais debilitado – o português – nesse 9 de Abril dando início à Batalha de La Lys e alargaram depois a ofensiva à restante frente, no que na historiografia inglesa se conhece como Quarta Batalha de Ypres. O seu romance tem elementos autobiográficos? Alguns autores afirmam que um romance é sempre autobiográfico. E é-o, uma vez que é impossível escapar ao facto de que tudo num romance é fruto de quem o escreveu e passou pelo crivo, pela experiência e pela emoção do próprio autor. Nesse sentido, há alguns elementos autobiográficos no romance, camuflados nas diversas personagens. Porém, esses elementos não são sequer mais preponderantes, como facilmente poderá parecer, na personagem da neta-narradora. A escrita nacional tem conseguido escapar a este tempo de crise? Não posso falar em nome da “escrita

nacional”... Sei que são poucos os escritores portugueses que no seu país conseguem viver unicamente da escrita, com ou sem crise. A crise, porém, veio apertar ainda mais o crivo das editoras e isso torna muito difícil a um estreante publicar a sua primeira obra. A crise aguça os dois reversos da medalha: só consegue publicar quem é muito vendável ou mediático ou quem é, de facto, muito bom. Porém, gostava de deixar uma nota de esperança: a escrita – e as restantes formas de arte – são aquilo que nos salva, de nós mesmos, enquanto indivíduos e colectivo social porque decantam e sublimam a realidade. O período que o país atravessa poderia dar um bom cenário para um romance. Porquê? Sem dúvida. Todos os períodos conturbados – crises, revoluções, guerras – são ricos em material para um romancista trabalhar. Embora não pense que um escritor tenha necessariamente de se engajar politicamente, acho que, como todos os artistas, tem um papel importante uma vez que lhe cabe captar e transmitir o espírito do tempo. É uma leitora voraz que não vai a lado ;


nenhum sem levar um livro. Algum livro a marcou ao ponto de querer ser escritora, ou essa decisão é “obra de muitos livros”? Não se decide ser escritor: ou se é ou não se é. Embora, naturalmente, a arte de escrever possa ser aperfeiçoada com muito trabalho, na génese tem de estar um talento inato. O que se decide é querer publicar ou não... De qualquer forma, houve um livro que me marcou ao ponto de eu pensar que não me importaria de morrer logo a seguir se conseguisse um dia escrever algo daquele nível: o “Estrangeiro” de Albert Camus. Talvez a razão tenha sido a de o ter lido muito precocemente, aos doze ou treze anos! Homens e mulheres escrevem de forma diferente? Faz sentido falar de escrita feminina e escrita masculina? Todos escrevemos de forma diferente uma vez que na nossa escrita está tudo o que somos, as experiências que vivemos, as leituras que fizemos, a música que ouvimos, os sítios que conhecemos. Todos somos únicos e isso reflectir-se-á necessariamente em qualquer forma de criação artística. Na minha opinião, não faz sentido falar de escrita feminina e de escrita masculina. Eventualmente, homens e mulheres interessar-se-ão por temas diferentes e tenderão a escrever sobre eles. De resto, apenas faz sentido falar em boa e má literatura. A citação que introduz Os Olhos de Tirésias é de Alfred Döblin e diz: «Mas a coisa principal no homem são os olhos e os pés. É preciso ser capaz de ver mundo e de ir ter com ele.». Essa poderia ser a sua máxima de vida, uma vez que tem “na bagagem” muitas viagens e conhece cerca de quarenta países? Sim, poderia! Talvez invertesse a máxima: primeiro há que ir ter com o mundo e depois é preciso ser capaz de o ver... Foi essa densidade que tentei dar às personagens de “Os Olhos de Tirésias” pois, de certa forma, é a maneira de termos o nosso destino em mãos embora, por vezes, os nossos pés e olhos nos levem sem que percebamos bem para onde. A escrita é também uma outra forma de andar e de ver o mundo sem sair do lugar. Não há, aliás, qualquer viagem se não houver viagem interior. K Entrevista: Eugénia Sousa _ Fotografias: Direitos Reservados H Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

gente e livros

Marguerite Yourcenar 7«Uma balada alemã diz que os mortos esquecem depressa, mas os vivos também. Eu próprio, a quinze anos de distância, recordo-me mal do que foram estes episódios confusos da luta antibolchevique na Livónia e na Curlândia, todo esse canto de guerra civil com as suas erupções súbitas e as suas complicações dissimuladas, semelhantes às de um fogo mal extinto ou de uma doença de pele. Cada região, aliás, conhece uma guerra que em tudo lhe é própria; trata-se de um produto local, como o centeio e as batatas. Os dez meses mais repletos da minha vida passaram-se a comandar neste distrito perdido cujos nomes russos, letões ou germânicos nada evocavam no espírito dos leitores de jornais na Europa ou algures.». In O Golpe de Misericórdia Escritora Belga de língua francesa, Marguerite Yourcenar - pseudó-

nimo de Marguerite de Crayencour - nasceu em Bruxelas, a 8 de Junho de 1903. Foi educada em casa, mas de forma exemplar: aos oito anos já lia Racine, com essa idade também, o pai ensinou-lhe Latim; aos doze anos aprendeu Grego. A sua carreira literária começa

com a obra Alexis ou o Tratado do Vão Combate (1929). O Golpe de Misericórdia (1939) foi o seu primeiro sucesso literário. Em 1937, numa viagem a Londres é apresentada à escritora Virginia Woolf. Em 1939, mudou-se para os Estados Unidos, para fugir à II Guerra Mundial, obtendo a cidadania americana em 1947. A partida para os EUA é feita a convite da tradutora Grace Frick, com quem Yorcenar irá manter uma relação amorosa que dura até à morte de Frick. O romance Memórias de Adriano (1951), as memórias ficcionadas do imperador romano, valem-lhe o reconhecimento mundial. Foi a primeira mulher a ser admitida na Academia Francesa de Letras, em 1980, sucedendo a Roger Caillois. Da sua bibliografia fazem parte, entre outras, as obras: O Jardim das Quimeras (1921); Contos Orien-

tais (1938); O Golpe de Misericórdia (1939); Memórias de Adriano (1951); e O Labirinto do Mundo (1974-77). Marguerite Yourcenar passou os últimos anos retirada numa ilha na costa Leste dos Estados Unidos. Morreu a 17 de Dezembro de 1987. O Golpe de Misericórdia. Na estação de Pisa, à espera de um comboio que o leve de volta à Alemanha, Eric von Lhomond convalesce de um ferimento de guerra e recorda acontecimentos de há 15 anos atrás. Após a I Guerra Mundial, Eric era um jovem a lutar no exército Branco contra os Bolcheviques, numa região do Báltico. Ao seu lado estava Conrad, o seu melhor amigo. E é Sophie, a irmã de Conrad, que revela a Eric até onde pode ir o despero de um amor não correspondido.K Página coordenada por Eugénia Sousa _

edições

Novidades Literárias

7 Casa das Letras. A Mulher do Legionário, de Carlos Vale Ferraz. Fernanda é filha de Eduardo Lobo, um advogado oposicionista, suspeito de ter à sua guarda documentos que comprometem altos cargos do regime de Salazar. Ao envolver-se e casar com Augusto Torres, um ambicioso membro da Legião Portuguesa, que tem a missão de descobrir esses documentos, ela não pensava sequer que podia estar a “dormir com o inimigo”. Mas quando o pai morre, as suspeitas da morte recaem cada vez mais sobre o marido. A morte do pai exige justiça e também vingança.

D. Quixote. O Redentor, de Jo Nesbø. Numa praça movimentada da cidade de Oslo, as pessoas fazem as últimas compras de Natal e param para escutar o concerto do Exército de Salvação. Mas o som de um disparo impõe um silêncio aterrador e um homem cai atingido por um tiro à queima-roupa.

A investigação cabe ao inspector Harry Hole. Sem um suspeito, uma arma, ou motivação existem poucos elementos por onde possa iniciar a investigação. Quando o assassino percebe que atingiu o alvo errado, Hole confronta-se com enigmas perturbadores. O autor nórdico é best seller internacional, com mais de 18 milhões de livros vendidos.

OFICINA DO LIVRO. Os Últimos Presos do Estado Novo, de Joana Pereira Bastos. Após uma curta Primavera Marcelista, Portugal assistiu a uma escalada de repressão contra os que se opunham à ditadura. Entre 1973 e 1974, mais de 500 pessoas, pertecentes a vários movimentos políticos, foram presas e torturadas pela PIDE. Quando às cadeias começam a chegar notícias do 25 de Abril, os prisioneiros desconheciam se o golpe militar seria de esquerda ou de direita, o que significaria a libertação ou a morte. Os últimos presos políticos do Estado Novo só conheceram a liberdade no dia 27 de Abril de 1974. Bizâncio. O que é a Arte?, de Nigel Warburton. Nas palavras do autor: «Este livro destina-se a quem se interessa pela questão da arte. Não pressupõe qualquer conhecimento de filosofia, e pressupõe pouco conhecimento de

arte. Espero que o leiam artistas e amantes da arte, assim como estudantes de filosofia. Tentei deliberadamente manter o livro curto e directo, até porque acredito que quem está verdadeiramente interessado nas artes visuais deve passar uma parte significativa da sua vida a ver pinturas, desenhos, imagens, esculturas, fotografias, etc, não se limitando a ler sobre elas». O autor doutorou-se em Cambridge, é conferêncista regular da Tate Modern e autor do reconhecido blogue, The Virtual Philosopher.

PRESENÇA. Triplo, de Ken Follett. O autor cria um thriller arrebatador a partir do que se acredita ser um facto histórico. Em 1968, Israel esteve por detrás do desaparecimento de 200 toneladas de urânio, destinado ao Egipto, para o fabrico da bomba atómica. O Egipto contava com a ajuda da União Soviética. Nunca se conseguiu apurar como o carregamento desapareceu em alto mar.

A Mossad destaca o agente Nat Dickstein, conhecido como «o Pirata», para uma missão de alto risco. Nat não tem a vida facilitada, pois os seus opositores são a KGB, os serviços secretos egipcíos e os extremistas muçulmanos.

PORTO EDITORA. Um Deus Passeando na Brisa da Tarde, de Mário de Carvalho. Lúcio Valério Quíncio é magistrado de uma cidade romana na Lusitânia, do século II. A ele cabe-lhe conduzir o destino da cidade, onde conflitos internos ameaçam a paz. As notícias de uma invasão bárbara iminente, vinda do norte de África, obrigam-no a tomar medidas drásticas; no interior das muralhas, uma nova religião que irá abalar os alicerces do império romano, desenha os seus contornos. Mário de Carvalho é dos grandes escritores da língua portuguesa. GRADIVA. O Romper das Cordas - ascensão e queda de uma teoria e o futuro da física, de Lee Smolin. Novas teorias da Física surgiram e com elas ideias ambiciosas. Muitas delas sem qualquer possibilidade de serem testadas, como é o caso da teoria das cordas. Num estilo apaixonado e claro, Lee Smolin faz uma avaliação dos problemas da física moderna, apontando os novos caminhos que a procura de novas ideias na ciências podem conduzir.K MAIO 2013 /// 027


Fado é Património Mundial e Imaterial da Cultura

viii festival de música da beira interior

Fábia Rebordão, Uma herança de peso – Amália Rodrigues !

Scutvias promove concertos com entradas livres

7 Desde muito nova descobriu o gosto pelas cantigas. Foi finalista do programa Cantigas da Rua, exibido pela SIC. Aos 15 anos, apaixonase pelo Fado e pela voz de Amália Rodrigues, de quem ainda tem um grau de parentesco, e começa a cantar profissionalmente nas casa de fado mais típicas de Alfama, nomeadamente, Taverna do Embuçado, Clube do Fado, entre outras. Aos 17 anos integra durante um ano o elenco do musical de Filipe La Féria, My Fair Lady (Minha Linda Senhora), no Teatro Politeama. Uma no depois participa no programa Operação Triunfo exibido pela RTP1, chegando mesmo a ser finalista. Em 2004 torna-se cantora residente no programa Portugal no Coração. Em 2006 e de regresso ao fado torna-se cantora/ fadista residente na casa

7 Se gosta de música de qualidade, então ainda vai a tempo de assistir a mais um concerto do Festival Festival de Música da Beira Interior. No próximo dia 8 de junho sobem ao palco do auditório da medicina da Covilhã a Academia de Música e Dan-

ça do Fundão e o Conservatório Regional de Música de Castelo Branco. Para além da qualidade do espetáculo, este Festival tem a particularidade de não cobrar bilhetes, pelo que a entrada é grátis. O espetáculo começa às 21H30.

No âmbito deste festival, promovido pela Scutvias, já se realizaram mais dois concertos: um em mação (com a ACBI e o Conservatório da Covilhã) e outro em Vila Velha de Ródão (Conservatório da Guarda e EPABI).

música OneRepublic - Native

de fados Bacalhau de Molho na casa dos Condes de Linhares. Em 2009 grava o seu primeiro CD, sob a direcção musical e produção de Jorge Fernando, onde apresentará Fados Tradicionais e alguns originais de autores consagrados.

Dotada de uma voz grave e rouca, binómio de um estado de alma próprios de alguém que traz o fado nos sentidos. K Rui Manuel Ferreira _ J. Vasco H (Texto e imagem extraídos do livro Fadistas do Séc. XXI.)

3 O coletivo liderado por Ryan Tedder já tem nas lojas o seu novo registo, “Native”, trata-se do terceiro disco dos OneRepublic. A primeira amostra deste álbum, o single “Feel again”, foi conhecido alguns meses antes da edição do disco. O segundo single é o fantástico “If i lose myself”, que se arrisca a ser uma das melhores canções de 2013. Neste “Native” o pop é a figura dominante, tendo algumas incursões noutros estilos que caracterizam a identidade dos OneRepublic. Os temas fortes são os singles “If i lose myself”, “Feel again” e as faixas “I lived” e “can´t stop”. No próximo Verão, a remistura de Alesso do single “If i lose myself” vai marcar presença nas pistas de dança! K Hugo Rafael _

Prazeres da boa mesa

Crepes de Legumes Oriental com Gengibre e Soja 3Ingredientes:

sa fillo, etc…

8 uni Folhas de Crepe 300 gr Couve Lombarda 150 gr Cenoura 150 gr Rebentos de Soja 1 uni Alho Francês 1 c.s. Óleo de Sesamo 15 gr Gengibre 10 gr Alho picado 1 uni Clara de Ovo q.b. Oleo p/ Fritar q.b. Molho de Soja q.b. Sal e Pimenta de Moinho

+ info: O molho de soja é um molho fabricado a partir de uma mistura de grãos de soja fermentados pelos bolores Aspergillus oryzae, um cereal torrado, água e sal marinho. É amplamente utilizado na culinária japonesa e chinesa no preparo de pratos como yakisoba e também utilizado para acompanhamento como no sashimi. Contém proteínas e vitamina B. Em virtude de ter grande quantidade de sódio, deve ser consumido com moderação. K

Preparação: Cortar todos os legumes em juliana. Escolher os rebentos e lavar. Num wok verter um fio de óleo, juntar o gengibre e o alho. Deixar refogar. Juntar os legumes e deixar cozinhar. Temperar com molho de soja. Reservar. Estender as folhas dos crepes, colocar sobre cada uma um pouco de legumes, pincelar

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a toda a volta os crepes com a clara, fechar as extremidades laterais e depois enrolar. Depois de terminar, passar por farinha e fritar em óleo abundante.

Servir a gosto com molho de soja. Dica: Podem ser feitos com massa de arroz, massa brick, mas-

Mário Rui Ramos _ (Chef Executivo Complexo Termal de Monfortinho - Hotéis, Restaurantes, Termas e Spa)


press das coisas

pela objetiva de j. vasco

Nokia Lumia 925 3 A empresa filandesa Nokia apresentou este mês, em Londres, o smartphone Lumia 925. O Lumia 925 tem um ecrã de 4,5 polegadas, sensível ao toque, com resolução de 1280*768 pixels. Equipado com processador dual-core de 1,5 GHz e memória RAM de 1 GB. A câmara principal é de 8,7 megapixels; a câmara frontal, utilizada para videoconferências, tem 1,2 megapixels. Com sistema de navegação 4G, áudio e video. A autonomia da bateria ronda as 10 horas. O Lumia 925 poderá chegar a Portugal no próximo Verão. K

Anda um (mau) cavalo à solta em Portugal

Binóculos Sony DEV – 50 V 3 Os binóculos digitais de gravação Full HD da Sony são objecto de interesse para todos os que amam os espaços abertos e a vida selvagem. Leves, pequenos, à prova de pó e de salpicos, vêm equipados com um zoom ótico de 12 X, para captar todos os detalhes com gravação de vídeo Full HD. São assistidos por duas lentes G da Sony, concebidas para deixar entrar mais luz, permitindo gravações mesmo em condições de fraca luminosidade. Com autofocus de grande precisão o modo steady shot ótico ativo mantem as gravações nítidas mesmo em movimento. Possibilita imagens detalhadas com 20,4 megapixeis e vídeos 3D. K

3 Costuma ser visto, e muito pouco apreciado, sazonalmente em Lisboa. K

Bocas do Galinheiro

Peter O’toole é Lawrence da Arábia 7 A reposição da obra-prima de David Lean, “Lawrence da Arábia”, em cópia digital é um acontecimento que por si só dispensaria mais comentários. Mas, rever (esperemos que em breve) em écran gigante este clássico estreado há 50 anos, faz-nos recuar ao primeiro visionamento do filme, em sala, claro, apesar das várias vezes que já o vi em casa. Mas essas não contam. Ir ao cinema, é ir ao cinema. Do “Lourenço da Arábia”, como carinhosamente o tratávamos nesses tempos, recordo antes de tudo o deserto. Esse deserto sem fim, o Nefud, atravessado teimosa, astuta e temerariamente por T. E. Lawrence e os seus árabes, num golpe de estratégia militar impar, que não só surpreendeu os seus, a começar por Sherif Ali (Omar Sharif), bastante céptico perante a decisão do inglês (basta lembrar o diálogo entre os dois antes da travessia, em que Sherif dizia a Lawrence que até ao outro lado do deserto só teriam a água que levavam e que os camelos não teriam nenhuma e, acrescentou, se os camelos morrerem, nós morreremos também, e eles vão começar a morrer daqui a vinte dias, ao que Lawrence replicou: então não há tempo a perder, não é?) mas principalmente os turcos, os alvos da revolta árabe e que esta haveria de derrotar. O Império Turco-Otomano que se

consolidara a partir do século XIII, vencido pelas tribos armadas congregadas por Lawrence, durante a Primeira Grande Guerra, acabaria por se desfazer em 1923. A união árabe, por que tanto se bateu, é que não se concretizou. Os interesses dos governos colonialistas, principalmente de Inglaterra e de França, goraram o sonho do autor de “Os Sete Pilares da Sabedoria”, livro onde discorre sobre essa realidade que viveu. Um biopic, sobre um personagem que até hoje continua por descortinar: escritor? militar? aventureiro?, se calhar um pouco de todos, mas cuja morte prematura num acidente de mota em Inglaterra em 1935 deixou latente, mas que é ao mesmo tempo um extraordinário filme de acção e uma página heróica sobre a luta pela libertação da Nação Árabe do ocupante turco, mas também da queda do sonho da sua

união, filmado com mão de mestre num cenário que tudo permite e nada dá: o deserto. Mas ver “Lawrence da Arábia” é também assistir à grandiosa interpretação de um dos actores maiores da sua geração: Peter O’Toole. Praticamente desconhecido na Sétima Arte até este filme, apesar de ser um dos grandes nomes do teatro shakespeareano, formado na Royal Academy of Dramatic Arts de Londres. Nascido a 2 de Agosto de 1932, na Irlanda, desde cedo viveu em Inglaterra. Actor de teatro, a sua passagem pelo cinema era mínima até “Lawrence da Arábia”: “Kidnapped”, de Robert Stevenson, “The Day They Robbed the Bank of England”, de John Guillermin e “The Savage Innocents”, de Nicholas Ray, todos de 1960, resumiam a sua filmografia até então. Depois do épico de Lean tudo mudou, apesar de

nunca se ter conseguido libertar daquele personagem e da maldição dos Oscar: em oito nomeações, não levou nenhuma estatueta dourada. Em 2003 deram-lhe o Oscar honorário. Enfim, uma fraca recompensa para um actor que nada precisa de provar. Basta estar atento à suas representações no cinema, no teatro a lista é igualmente extensa e soberba. Lord Jim” (1965), de Richard Brooks, “A Bíblia”, (1966), de John Huston, (um grande amigo dos copos, era conhecidíssimo o gosto de O’Toole pela bebida e as sequelas em termos de saúde, mas também as épicas interpretações em palco, ébrio de cair, mas sem falhar uma fala que fosse) “O Leão no Inverno” (1968), de Anthony Harvey, onde interpreta o papel de Henry II, ao lado da grande amiga Katharine Hepburn e de Anthony Hopkins, num dos seus primeiros filmes, ele que veio a tornar-se o também grande actor que todos conhecemos, “Adeus, Mr. Chips” (1969), de Herbert Ross, “O Fugitivo” (1980), de Richard Rush, onde encarna um realizador tirânico e conseguiu mais uma nomeação para as estatuetas douradas, “O Último Imperador” (1987), de Bernardo Bertolucci, onde interpreta o muito british tutor do Imperador Pu Yi, apeado pela revolução popular liderada por Mao Tse Tung, ou “Vénus” (2006), um dos seus últimos papéis, recriando exactamente um actor, ao lado de Leslie Phillips,

filme que lhe valeu a tal oitava nomeação para o Oscar, que como se sabe também não arrecadou. Se ainda não o dissemos é altura de lembrar que a primeira havia sido com “Lawrence da Arábia”! Ao contrário de O’Toole, David Lean fez o pleno ao vencer nas categorias de melhor realizador e a ver o filme ser considerado o melhor, dois dos sete Oscar que arrebatou, feito que já havia conseguido em 1957 com “A Ponte de Rio Kwai”, apesar de ter também conhecido o amargo sabor do desapontamento por várias vezes, como com “Doutor Jivago”, em 1965, quando viu “Música no Coração” e Robert Wise levarem as estatuetas, ou mais recentemente com “Passagem para a India”, o seu último filme, de 1984, batido por Milos Forman e “Amadeus”. Enfim, coisas dos Oscar, que quer queiramos quer não, acabamos por comparar. De David Lean recordamos ainda “Breve Encontro”, de 1945, “Grandes Esperanças”, de 1946, adaptado de Charles Dickens, mas também “A Filha de Ryan” (1970), em que o tema do adultério volta à filmografia do realizador, um filme menos conseguido, e, diz-se a causa de tão grande hiato até “Passagem para a India”. Até à próxima e bons filmes! K Luís Dinis da Rosa _ Este texto não segue o novo Acordo Ortográfico _

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Quatro rodas

Naqueles tempos c Acabei de chegar a casa e eis que toca o telefone… bem, não foi o telefone, mas sim o telemóvel. Queria começar já a dar um ar nostálgico à cena, mas vamo-nos ficar pela contemporaneidade do momento. Atendi então o nosso diretor a confirmar a data de fecho do Ensino Magazine. Ainda nem sequer tinha desfeito a mala, acabado que estava, de chegar do Rali de Portugal, onde passei uns dias de trabalho intenso, tão duro como reconfortante. Chegou, no entanto o momento da escrita, já longe da serra algarvia. Com a memória fresca desta edição onde colaborei pelo nono ano consecutivo, não podia deixar de escolher como tema para o Rali de Portugal, mas comecemos mesmo com um pouco de nostalgia. Cresci a ouvir as reportagens da Rádio Renascença, do então melhor rali do mundo. Adriano Cerqueira,

José Pinto, Helder de Sousa e Luis Celínio, eram entre outros os protagonistas desta mediática cobertura radiofónica. Os postos de reportagem estavam posicionados, no final das provas especiais, usando os repórteres linhas telefónicas fixas que estavam literalmente penduradas nos postes ou nas árvores que mais jeito davam para que o telefone, ficasse o mais perto do “stop” de

cada prova especial. Apesar de nesse tempo, estarmos longe das “muletas” tecnológicas de hoje, o certo é que de uma forma algo rudimentar, se conseguia seguir o rali segundo a segundo, sendo a Rádio Renascença um autêntico centro de cálculo. Não tive oportunidade de conhecer uma sala de imprensa dos ano setenta, mas imagino o barulho

do teclar das velhas “remington”, os telefones de campainhas a tocar sem parar, tudo isto misturado com o som troteante das máquinas de telex. Imagino também uma sala impregnada de fumo de português suave ou sg gigante, com copos de whisky esquecidos pelas mesas. Seria assim? E nos nossos dias como será? Já estive em algumas salas de grandes eventos e claro o cenário é bem diferente. Espalhados pelas paredes e mesas, temos dezenas de plasmas com todo o tipo de informação, e imagens com diretos do evento. Um silêncio latente, apesar de grande número de pessoas espalhadas pelas mesas de trabalho, absortas entre o que lhes entra na cabeça pelos “head phones”, ou pelos monitores dos portáteis. Ao fundo, temos o balcão das conferências de imprensa, com a parede devidamente decorada com

os “logos” dos patrocinadores. Um mundo um pouco diferente, onde em vez de jornalistas de jornais, abundam agora os que trabalham para agências, e “freelancers” a tentar que o seu texto ou a sua fotografia especial seja a primeira a chegar às redações. A tecnologia não mudou apenas os carros de corrida, mas também a forma como estes eventos, que protagonizam, são transformados em conteúdos formatados para as plataformas difusoras de informação. É injusto dizer que dantes é que era bom, pois ninguém é suficientemente isento para fazer esse julgamento. Podemos, no entanto, dizer que temos saudades daqueles tempos. K Paulo Almeida _

setor automóvel Renault lança novo Fluence, agora com 1.6 dCi 3 A Renault acaba de renovar a imagem do Fluence, apostando num novo motor diesel 1.6 dCi de 130cv. Com uma nova e moderna imagem, este apresenta uma frente onde se destaca o símbolo Renault em grandes dimensões, faróis xénon de série e LED diurnos. Outra novidade, é a inclusão do novo sistema R-Link, que se destaca pelo ecrã tátil de 7’’, através do qual pode visualizar vídeos, ouvir música, aceder ao seu email, controlar o sistema de navegação, entre outras coisas. Destaque para a existência do travão elétrico, sistema de ajuda de estacionamento e sensores de chuva e luz. Apresenta consumos médios bastante reduzidos, cerca de 4,6 litros/100 km e 119 g/km de emissões de CO2. K Inês Dias _

Automóveis antigos

Rali Londres-Lisboa 3 O Rali de automóveis antigos, Londres-Lisboa, teve passagem pelo Caramulo. Os concorrentes tiveram oportunidade de subir, por duas vezes, a rampa do Caramulo. Para além das emoções a prova valeu pelo convívio. O Ensino Magazine esteve lá. K Francisco Carrega H

Cartoon: Bruno Janeca H Argumento: Dinis Gardete _

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opinião

Ser Professor na Escola do Séc. XXI 6 A escola é, em nosso entender, o território de referência do exercício profissional docente. É espaço de excelência da profissão lembrando a urgência de reflexão sobre novas formas de ensinar e aprender, face à complexidade crescente da sociedade da informação. Nesse sentido, «Ser professor» na escola do Século XXI, submersa no paradigma da complexidade (Morin, 2002) coloca desafios e compromissos éticos com o futuro mas, sobretudo, com o presente. Parafraseando António Nóvoa (2010), entendemos que a escola não deve dar «mais do mesmo» mas oferecer o que não há possibilidade de viver em qualquer outro lugar. Concordámos com este investigador quando relembra que do mesmo modo que há cem anos a pedagogia precisou de introduzir na vida da escola (actividade, jogo, afecto, movimento) indo no sentido oposto da sociedade, pela mesma razão, devemos pensar a escola como um lugar diferente, um lugar de silêncio, de reflexão, do diálogo, da razão, um lugar que contrasta com o ruído que domina a sociedade do mercado e do consumo. Provavelmente, a verdadeira dificuldade passa por definir claramente as novas missões da escola face à complexidade do presente e ao desconhecimento do futuro. Neste suceder, arquitetamos uma escola «envolta em mistério» que desconhecemos em absoluto mas que perspectivamos considerando, desde logo, a centralidade que lhe atribuímos no acesso ao conhecimento e como fundamento da democracia. Tal como salienta Perrenoud (2005) falamos de uma democracia que pressupõe o debate, que tem tempo para pensar, para se expressar, para ouvir e compreender os pontos de vista contrários e encontrar compromissos éticos. Resta uma dificuldade: é preciso conceber uma educação para a cidadania adequada ao nosso mundo. Efetivamente, o espaço educativo reclama novas formas de aceder ao conhecimento e, nesse sentido, coloca novos desafios, sobretudo, aos profissionais da educação. Qual será o papel da escola, no ano de 2030? Qual será, doravante, o papel do professor? Que competências deve (ou não) ter um professor? Que saberes se exigem aos professores-educadores? Que práticas educativas serão as da escola de meados do Século XXI? Para que novos papéis,

novas responsabilidades, novas relações sociais, serão estes profissionais convocados? Estas questões tornam evidentes que o futuro exige, para os profissionais da educação, um projeto formativo sólido, alicerçado em saberes holísticos que possibilitem compreender e acompanhar a evolução do conhecimento emergente na sociedade educativa, caracterizada pela sua fluidez, mutabilidade e complexidade. Por outro lado, esta contextualização convoca-nos para a emergência de um pensamento crítico, para a articulação entre o conhecimento teórico e prático e para a reflexividade que desvende o sentido do «ser professor» num tempo sem rosto com a certeza, porém, de que os professores dão rosto ao futuro (Baptista, 2005). Na linha de pensamento defendida, os professores continuarão a fazer a diferença e o «English Teaching Robot» não passará de um projecto, incapaz de substituir o professor [Cf. Time Magazine, Novembro de 2010]. Efetivamente, reconhecemos que o futuro convoca os professores para a assunção de novos (e velhos) desafios que se entrelaçam com as novas missões atribuídas à escola e que a vinculam à construção do conhecimento, centrada no desenvolvimento humano, condição para que possamos aprender a viver juntos em cidadania activa, construindo um novo tempo através da magia da escola (Silva, 2011). Neste caso, tal como António Nóvoa (2010), sustentamos que o Século XXI será o Século do «regresso dos professores» com o argumento de que só a pedagogia – uma pedagogia nas mãos dos professores – conseguirá reintroduzir o sentido na escola e nas aprendizagens Nesta perspetiva, o apelo é para que a escola ensine algo mais, não no sentido de uma maior quantidade de conteúdos, mas tornando relevantes as aprendizagens escolares, dando-lhes significado crítico e criativo, na e para a vida, sem o que o contrato social não se cumprirá com exigências irrealistas à escola (Perrenoud, 2005). Concordamos que a escola sofre um «transbordamento de funções», tal como evidencia António Nóvoa (2010) que sugere à escola o que é da escola e à sociedade o que é da sociedade. Sublinha, ainda, que é necessário que a escola se recentre nas suas missões

e recupere um sentido para o trabalho e as aprendizagens e que deixe de ser o lugar onde tudo e nada existe, onde tudo parece ter a mesma importância (…) o currículo para o século XXI há-de ser o mais simples possível, deixando a máxima liberdade aos professores. Todavia, completarmos a «ponte» entre uma escola transmissiva, elitista e com as finalidades objetivas e a escola contemporânea (a transbordar

de funções) tem sido controverso e tem originado profundas reflexões teóricas. A tarefa é imensa e carece da ponderação dos diversos interlocutores sociais. Reconhecendo que o conhecimento não emerge, exclusivamente, na escola acreditamos que aí permanecerá a centralidade construtora do saber (es), mediatizada pela pessoa do professor, legitimando a marca e o contributo do laço

humano estabelecido através da relação educativa. Do nosso ponto de vista, reside aqui o exemplo primeiro do comprometimento ético-profissional docente com o devir em que cada um procure construir no espaço escolar os alicerces de uma geografia social mais justa, solidária e fraterna. Consequentemente, consideramos que este tempo (presente e futuro) convoca os professores para a assunção de novas

responsabilidades interpretando a «memória e herança» da escola e da profissão, mas abrindo possibilidades para re(pensar) o «ser professor», face às exigências e às incertezas de um mundo, complexo, inconstante e globalizado mas em que cada vez mais se encontra justificada a presença humana do professor(a). K Evangelina Bonifácio Silva _

IPB- ESE de Bragança evangelina@ipb.pt

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MAIO 2013 /// 031


Governo vai criar mecanismos

“Nenhum professor vai para a mobilidade especial”

7 O secretário de Estado do Ensino disse, no passado dia 17 de maio, que “não houve nenhum despedimento de professores dos quadros”, garantindo que estão a ser criados mecanismos para que nenhum docente vá para a mobilidade especial. Durante o debate de urgência sobre o estado da educação, pedido pela bancada parlamentar do PS, o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar contestou a oposição, que acusa o Governo de despedir milhares de professores. “Não houve nenhum despedimento. Houve redução de contratações. Para todos os professores dos quadros, os instrumentos que estão a ser preparados são para que não vão para a mobilidade”, afirmou Casanova Almeida, durante o debate sobre “O estado da educação no ensino básico e secundário”. O secretário de Estado garantiu que o Executivo está “a preparar medidas para ter Publicidade

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instrumentos que possam dar opções aos professores que possam ter horários sem componente letiva”. “É na aposta destes instrumentos que vamos pôr à disposição dos professores para controlar a ida para a mobilidade especial. Tudo estamos a fazer para que impeçam a saída dos professores”, garantiu Casanova Almeida. A oposição manteve as críticas às políticas de educação do Governo. A deputada Odete João, do PS, falou no “despedimento de milhares de agentes educativos” e a do PCP, Rita Rato concretizou, referindo-se ao “despedimento de mais de 15 mil professores em apenas dois anos”, uma das medidas que a comunista considerou tornar “a escola pública cada vez mais pobre”. Para o secretário de Estado, a política do Governo é de “racionalização de custos”, alegando que o importante é “a forma como se gasta e não a quantidade que se gasta”. K

Cavaco Silva alerta

Crise não deve parar educação 6 O Presidente da República afirmou, no passado dia 5 de maio, em Melgaço, que o investimento na Educação em Portugal não pode abrandar, apesar da crise financeira, exortando à criação de condições que permitam travar a saída de jovens formados do país. “Mesmo nos tempos de maior dificuldade não podemos abrandar no investimento em Educação”, sublinhou Cavaco Silva durante a intervenção oficial na inauguração das novas instalações da Escola Superior de Desporto e Lazer (ESDL) de Melgaço. “Se há prioridade que nós temos de manter, para além daquilo que é o apoio aos mais desfavorecidos da nossa sociedade, é o investimento em Educação. Estamos a construir o futuro e se o presente é difícil nós temos de ter esperança de um futuro que é melhor, mais auspicioso, do que aquele que a geração pre-

sente conhece”, disse ainda. Cavaco Silva reconheceu que a generalização do acesso ao ensino superior foi “uma das mudanças mais fortes” dos últimos 20 anos em Portugal, a qual tem sido acompanhada de uma progressiva e “substancial” redução na taxa de abandono e insucesso escolar. “Mas temos ainda mui-

to, muito a fazer”, apontou. “É óbvio que temos de criar as oportunidades para que [os jovens] não sejam tentados a ir colocar o investimento que fizemos neles ao serviço de outras paragens. Nós queremos, de facto, criar as condições para que eles fiquem no nosso próprio país”, acrescentou. As novas instalações

da ESDL de Melgaço, pertencentes ao Politécnico de Viana do Castelo, representaram um investimento de 4,5 milhões de euros. À margem da inauguração daquele espaço, Cavaco Silva trocou impressões com os presidentes dos institutos politécnicos e com os responsáveis do Conselho Coordenador dos Politécnicos. K


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