Avaliação Participativa de Coleta Seletiva de Lixo no Consórcio Quiriri

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impostos individualmente (localmente), pelas velocidade e intensidade de transformações, coletivas (globais) não compartilhadas. Fazemos isso, pois queremos pensar junto, conectados no tempo da realização, dialetizado, como Morin propõe e contextualizado como Schumacher nos apresenta. 118 Fomos buscar indicações de encaminhamento em dois grandes ensinamentos teóricos de mestres que buscaram oferecer-nos uma visão inclusiva ao conceito de qualidade: O primeiro de Pedro Demo (1988:15:23); ocidental dialético, para quem o conceito de Qualidade assume, em síntese, duas características: uma formal e outra política. Uma diz respeito a forma constitutiva, outra a decisão de sua utilização. Como no exemplo do bisturi, ou da faca: um instrumento que possui qualidades formais que podem ser aplicadas, politicamente, para ferir ou salvar. O segundo, de SUN TZU119; oriental com abordagem de complementaridade onde, Qualidade integra duas características que lhe conferem unidade: originalidade e criatividade. Uma diz respeito a sua base individual de ação, sua originalidade. A outra a sua capacidade de combinarse, articular-se, matizar-se com outras originalidades permitindo a emergência criativa da novidade. “Não há mais que cinco notas musicais e todavia a combinação delas dá surgimento a mais melodias do que as já conhecidas. Não existe mais de cinco cores primárias e, no entanto, sua combinação produz mais matizes do que os já vistos. Não conhecemos mais que cinco paladares fundamentais - ácido, picante, salgado, doce, amargo - e, no entanto, a combinação deles produz mais sabores que os já provados” SUN TZU in CLAVEL (1983:34)

A apropriação metafórica da citação acima, nos conduz a compreensão da riqueza que esta segunda abordagem empresta ao conceito de Qualidade. Enquanto na primeira, confronta-se características, sugerindo-se o cuidado da não simplificação dualista, extrema, nesta segunda combina-se característica, reforçando-se a individualidade e oferecendo-lhe a possibilidade de se reafirmar no encontro criativo, e cooperativo, com outras originalidades. 118

Ver também em Nóbrega (1996): “A nova ciência e a nova empresa: A física inspirando a empresa através da metáfora quântica” [p.193-213] e “As novas ciências do Caos e da Complexidade: Novas linguagens nos permitem prosseguir nossa viagem” [p.231-265]. 119 SUN TZU foi autor do livro Arte da Guerra, onde “...o verdadeiro objetivo da guerra é a paz”, Clavel (1983:15). Esse clássico, escrito a 2.500 anos utiliza-se de uma linguagem referenciada em sua época, que permite inúmeras possibilidades de abordagem. Talvez isso, tenha estimulado os pensadores contemporâneos que trabalham sobre o enfoque estratégico, [mesmo que a paz (militar ou econômica) não seja o principal objetivo (cooperação – ambiente interno e competição – ambiente externo] – Sobre as abordagens do ambiente estratégico, ver: Gracioso (1990); 165


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