Guerreiros do tesouro 15

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Guerreiros do Tesouro O Sétimo Guardião



ZAIN RONCONI

Guerreiros do Tesouro O Sétimo Guardião

São Paulo - 2016


Copyright © 2016 by Editora Baraúna SE Ltda.

Felippe Scagion

Capa

Diagramação Emília Adamo Revisão

Cristiane Martini

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ ________________________________________________________________

R679g

Ronconi, Zain Guerreiros do tesouro : o sétimo guardião / Zain Ronconi. - 1. ed. São Paulo : Baraúna, 2016. : il. ISBN 978-85-437-0661-0 1. Ficção brasileira. I. Título. 16-35303

CDD: 869.3 CDU: 821.134.3(81)-3

________________________________________________________________ 08/08/2016 10/08/2016

Impresso no Brasil Printed in Brazil DIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br Rua da Quitanda, 139 – 3º andar CEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SP Tel.: 11 3167.4261 www.EditoraBarauna.com.br Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.


Agradecimentos A Deus, meu ponto de partida e chegada; à minha família, amigos e todos aqueles que acreditaram na realização desta obra. Meu muitíssimo obrigado.



Sumário Prólogo.........................................................................9 Capítulo 1 - Olavo.....................................................11 Capítulo 2 - A Chegada..............................................17 Capítulo 3 - Os Amigos.............................................23 Capítulo 4 - O Início do Mistério..............................27 Capítulo 5 - Uma Tragédia Inesperada........................35 Capítulo 6 - O Grande Livro......................................39 Capítulo 7 - Um Grande Susto...................................47 Capítulo 8 - Segredo Dividido....................................59 Capítulo 9 - Carpe Diem...........................................71 Capítulo 10 - Surpresa Assustadora............................81 Capítulo 11- Um Encontro Inesperado......................93 Capítulo 12 - O Barqueiro.......................................105 Capítulo 13 - Uma Força Estranha...........................117 Capítulo 14 - Fúria Sob o Rio..................................123 Capítulo 15 - A Ilusão de Olavo...............................137 Capítulo 16 - Algo Incrível Acontece........................145 Capítulo 17 - Guardiões...........................................151 Capítulo 18 - O Escolhido.......................................161 Capítulo 19 - O Reencontro....................................179 Capítulo 20 - Refúgio De Pedra...............................187


Capítulo 21 - O Templo Sagrado.............................201 Capítulo 22 - Fuga pela Escuridão............................219 Capítulo 23 - Um Longo Caminho Subterrâneo......231 Capítulo 24 - Fogo e Sombra...................................253 Capítulo 25 - A Última Esperança............................261 Capítulo 26 - Perguntas Respondidas.......................277 Capítulo 27 - Um Novo Adeus.................................285 Capítulo 28 - Símbolos Sobre a Navalha..................295 Capítulo 29 - Uma Escalada Perigosa.......................301 Capítulo 30 - O Amuleto.........................................307 Capítulo 31 - A Última Revelação............................315


Prólogo

R

eza a lenda que, há muito tempo, sete mineradores escravos que escavavam numa pequena mina às margens do rio Zambezi, encontraram um raro diamante com dimensões assustadoramente enormes; uma verdadeira aberração da natureza se comparado ao tamanho normal de diamantes geralmente encontrados. Fala-se que no momento em que eles extraíam a grande pedra do paredão de rochas, apesar de sua resistência, estranhamente ela se partiu em sete pedaços exatamente iguais, ainda assim de tamanhos extraordinários. Acreditando em seu inestimável valor, os sete mineradores sigilosamente fugiram do local, levando, cada qual, um dos pedaços, e outros tantos menores. Infelizmente, no meio da mata acabaram se perdendo por vários dias. Percebida a fuga, os capatazes responsáveis pelo controle dos mineradores saíram à sua procura. Pressentindo o perigo, os sete homens esconderam os grandes diamantes próximo às margens daquele extenso rio, demarcando o local para posteriormente voltarem e recuperarem as pedras ali deixadas. Contudo, com a grande debilitação causada pelo intenso trabalho prestado à mina e pelos vários dias perdidos no meio da floresta, sem rumo e sem recursos, percebendo a presença 9


dos capatazes, alguns deles se lançaram às águas do Zambezi e acabaram tragados pela correnteza, outros foram capturados e na resistência em voltar às escavações terminaram assassinados, outros dois fugiram e nunca mais foram vistos. Mesmo hoje não se sabe ao certo onde ficavam essas antigas minas descritas na lenda, nem onde foram deixadas as sete grandes gemas. Alguns indígenas da região acreditam que grandes diamantes brotam naquele lugar, originados da petrificação das águas do Zambezi misturadas às lágrimas de todos os que um dia ali trabalharam e perderam a vida. Afirmam eles que dentre os rochedos onde as águas desse rio correm habitam os espíritos dos sete homens que sucumbiram na eterna esperança da liberdade jamais alcançada. Conforme narram esses nativos, “os sete”, como ficaram conhecidos, acabaram se tornando guardiões desse magnífico tesouro, retirando de suas proximidades qualquer pessoa que ousasse profanar a sua riqueza. Entretanto, outra parte menos conhecida da História, conta que homens escolhidos um dia surgiriam e chegariam até os diamantes escondidos, apoderando-se de sua inimaginável fortuna. Seriam guiados por esses sete guardiões que, envoltos por mistério, os atrairiam em direção a essa preciosidade oculta, revelando-se em sete sinais. Segundo a lenda, após a revelação do sétimo guardião, o tesouro seria encontrado. Se tudo isso já aconteceu ou ainda acontecerá, se tudo é real ou não, cabe só ao tempo dizer. As grandes pedras ficaram conhecidas em dialeto local como Sewe Geeste – Os Sete Grandes Espíritos – e o mito apelidado comumente como O Sétimo Guardião. 10


Capítulo 1 OLAVO

O

s raios de sol incidiam leves nas paredes laterais do suntuoso casarão. As folhas secas do outono que chegava suavemente debruçavam-se sobre o extenso gramado do jardim. Quem se encontrasse naquele cenário, logo notaria uma grande quantidade de pequenas fontes artificiais espalhadas ao longo do vasto terreno, onde alguns pássaros pousavam para matarem a sede ou se refrescar. A grande variedade de flores lançava no ar um perfume levemente adocicado, o que atraía uma majestosa revoada de borboletas multicoloridas que, em charme único, levemente flutuava ao vento. O único ruído que se ouvia vinha do chilrear dos pássaros sobre as frondosas mangueiras que ali se via. Do grande portão de acesso até a entrada da casa, um estreito caminho feito de pequenos recortes de um mármore escuro e luxuoso atravessava todo o jardim, ramificando-se em várias direções opostas. Cercas vivas circundavam todo o perímetro do terreno, formando extensas alamedas. Numerosos pilares em estilo medieval com pequenas luminárias em suas extremidades erguiam-se solenes à beira de cada um desses caminhos, orna11


mentando-lhes e os iluminando quando a noite chegava. Era notável o grande investimento empregado naquele imóvel, de fato uma bela e luxuosa moradia, um sonho arquitetônico para quem almeja paz e tranquilidade depois de uma longa vida de trabalho e dedicação. Seguindo um desses caminhos de mármore que levava em direção à casa, era possível perceber duas figuras que conversavam sentadas debaixo do grande alpendre que a mansão possuía em torno de si. Um jovem rapaz ouvia atentamente as palavras compassadas de um senhor que, apesar da fisionomia alegre e vigorosa, já se fazia notar o peso dos anos denunciado em seu rosto enrugado. Os dois esboçavam longos sorrisos, às vezes interrompidos por momentos de grande introspecção, especialmente por parte do garoto que ouvia tudo com grande interesse. O homem se chamava Olavo. Velho magro, cabelos e barba brancos, de olhar profundo e com um corpo firme, apesar da pouca aparência física. Um grande homem, uma existência cheia de aventuras, uma mente repleta de lembranças e segredos guardados por toda uma vida. O menino era Fábio, seu neto, um rapazote de dezessete anos incompletos, muito esperto e cheio de curiosidade acerca do assunto que agora tratava com o avô. – ... mas me diz vô, como foi que o senhor conquistou tudo isso, essa casa tão grande e bonita? – A custo de muito trabalho, meu filho. – Só com o dinheiro das minas? – Em parte, diria que sim. A história que muitos conheciam a respeito da fortuna que Olavo e sua esposa Helena possuíam, estava 12


ligada aos relatos das ações investidas por eles em uma mina de carvão mineral no sul do continente africano – forma como ficou omitida parte da verdadeira história – para onde Olavo havia ido quando era ainda muito jovem, acompanhado por quatro amigos de faculdade, dentre eles Helena, buscando uma chance de colocar em prática toda a teoria dos quase cinco anos de curso em sua graduação de geologia. Naquela época sempre sonhara em conhecer a África e agora tinha nas mãos uma grande oportunidade frente a uma tentadora oferta de trabalho. Além disso, a universidade que o encaminharia junto com os amigos para um estágio, bancaria um ano de estadia naquele lugar enquanto eles estivessem em período de adaptação e treinamento. Há dois anos, ainda no curso, tinha ouvido falar de alguns brasileiros que haviam prosperado em seus trabalhos nas minas daquela região, e de outros que tentaram a sorte e acabaram retornando ao Brasil sem muito sucesso pouco tempo depois. Seria uma chance clara de tentar a vida fora, uma busca de futuros investimentos. Caso contrário, voltaria para casa com a sensação do dever cumprido, afinal de contas ao menos tinha tentado. Além do mais, que mal haveria? Olavo possuía um espírito aventureiro, e sempre colocava em risco algumas atividades mais comuns por algo que lhe valesse uma bela história a ser contada mais tarde. “Uma vida sem alegria é um longo caminho sem hospedaria” 1, dizia sempre para si mesmo. 1

“Vita expers festi, longa via sine hospitio”. [Apostólio 5.59] 13


Agarrado a essa filosofia, o curso dos seus dias seguiu tranquilo. O tempo passou e aquela ideia vaga aos poucos amadureceu e tomou forma em sua cabeça. E assim, de forma decidida, após muito planejamento embarcou rumo ao desconhecido, rumo a uma fabulosa e assustadora viagem que jamais esqueceria. - Você cresceu muito, já é quase um homem feito. Acho que está na hora de ouvir uma boa história contada pelo seu velho avô - Olavo disse reflexivo enquanto se mexia na cadeira de balanço. Fábio sorriu, deixando sua curiosidade evidente. Adorava as histórias que ouvia do avô e dispensaria qualquer outra atividade para ouvi-las. - O que vou lhe contar agora poucas pessoas conhecem. Na verdade, somente os que tomaram parte nessa história sabem o que realmente aconteceu. – O velho agora olhava para Helena que regava algumas plantas no jardim em frente. – Foi há muito tempo... Já se passaram quase cinquenta anos... Cinquenta anos, como o tempo voa, não!? Eu era pouco mais velho que você, e até nos parecíamos bastante – Divagou em breve reflexão, dessa vez olhando fixamente para o neto. – Com a grande diferença de que eu estava em um país distante, rodeado de pessoas que, com pequenas exceções, se mostravam completamente alheias aos meus anseios. Mas nunca reclamei. Acho que a gente se acostuma com tudo. Tive bons amigos e assim como qualquer jovem se desenvolvendo em um lugar desconhecido, possuía um grande desejo de liberdade e a vontade incontida de conquistar o mundo... 14


A história que se segue, agora narrada por Olavo ao seu neto, data do ano de 1963 e tem início na grande cidade de Joanesburgo, capital da província de Gauteng, Norte da África do Sul; metrópole rodeada por uma imensa cadeia de colinas, famosa por sua cultura e seu solo rico em recursos minerais, dentre eles o carvão e o diamante.

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