Revista Encontro 168

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FÉ ❚ A HISTÓRIA DO MENINO QUE FOI AO CÉU, VIU ANJOS E JESUS SAÚDE ❚ MALHAÇÃO DURANTE A GRAVIDEZ É BOM PARA MÃE E BEBÊ Maio de 2015 | Ano XIV | Nº 168

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ISSN 1679-0146

Conheça jovens mineiros que viraram celebridade no YouTube, têm fã-clubes, produtos licenciados e são patrocinados por marcas famosas

Lucas Rangel (esq.), de 18 anos, fenômeno do Vine na América Latina, e a it girl Camila Coelho (dir.), de 27 anos, referência em moda no Brasil: tudo começou como brincadeira e virou sucesso

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Desenhos de caráter artístico e ilustrativo. O mobiliário e os equipamentos não fazem parte do memorial descritivo. Haverá montagem de equipamentos e mobiliários das áreas comuns de acordo com o memorial descritivo. O empreendimento somente será comercializado após a expedição do registro do Memorial de Incorporação no cartório de imóveis nos termos da Lei n°4591/64. O projeto está sujeito a alteração. Creci Patrimar: 8098.

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Uma viagem no tempo – com a RimoWa Os anos 20 foram marcados pelo início da aviação moderna e a era dourada de Hollywood. Hugo Junkers apresentou a primeira aeronave comercial totalmente de metal em 1919. Ela foi construída em liga de alumínio para aeronaves, descoberto em 1906 por alfred Wilm. em 1950, a RimoWa lançou a primeira mala de viagem com o inconfundível design dos frisos. Feita com o mesmo material, era, na época, a mala mais leve do mundo. a RimoWa foi realmente uma pioneira no segmento, dando início, desde então, ao conceito de malas leves para viagem.

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NESTA EDIÇÃO

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ENTREVISTA Durval Ângelo aposta no diálogo com a oposição CORRIDA Faltam poucos dias para a Encontro Delas/Itambé CIDADE Atrasos nas obras de melhorias em Confins PERFIL Conheça o garoto americano que diz ter visitado o céu ESPORTE Squash atrai novos praticantes em BH

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COLU NAS

PET Cuidado com a papilomatose canina

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SAÚDE A importância de atividades físicas para gestantes

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COMPORTAMENTO Crianças entram na onda do empreendedorismo

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DEZ PERGUNTAS PARA O guru Prem Baba fala sobre o resgate da espiritualidade POLÍTICA Conheça mais sobre o novo presidente da Câmara de BH AGRONEGÓCIOS Produção de azeite de oliva extravirgem cresce em Minas NOVIDADES Marcas de luxo investem na diversificação dos modelos

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NO PODER Troca de cadeiras DEU O QUE FALAR “Banalizaram a medalha. Vou devolver a minha” RETRATOS DA CIDADE Luz, câmera, ação GENTE FINA Cronista do amor VIDA DIGITAL Rock progressivo COLUNA DE DIREÇÃO Antissono ENCONTRO INDICA Backstreet Boys em BH NA MESA Francês renovado NA SOCIEDADE De casa nova

ARTIGOS J.C Martins

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RICARDO SACCO Crime e a maioridade penal JOSÉ JOÃO RIBEIRO Live-action na gigante Disney LEILA FERREIRA Quando filhas viram mães

FOTO CAPA: Editoria de Arte/montagem sobre foto de Cláudio Cunha e João Viegas

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NESTA EDIÇÃO

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VEÍCULOS Mercado amplia oferta de carros tamanho família ARTES PLÁSTICAS Pintor mineiro Marcos Anthony abusa de cores e formas em suas telas CAPA Conheça jovens mineiros que fizeram do YouTube sua profissão MODA Tons básicos e texturas sofisticadas são a pedida para o inverno DESFILE MinasTrend aponta o branco como tendência para o verão 2016 BELEZA Ginástica facial promete reduzir rugas e rejuvenescer

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HOMENS Coque samurai faz a cabeça dos mineiros VITRINE Produtos para nenhuma mãe botar defeito DECORAÇÃO Cor marsala firma-se como tendência neste ano RECEITAS Aprenda a preparar pratos que levam batata-doce GASTRÔ Visitamos os principais cafés de museus na cidade SOCIEDADE Noite de emoção

114 Henrique Gualtiere

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CARTA DO EDITOR revistaencontro.com.br

Diretor-Presidente

Álvaro Teixeira da Costa

KÁTIA MASSIMO / EDITORA-CHEFE Diretor-Geral Diretor-Executivo Vice-presidente de Negócios Corporativos Diretor de Publicidade Diretor Jurídico

Diretor-geral/Editor Editora-Chefe Editor Colaborador Redação

Estagiária de Jornalismo Editor de Arte Subeditor de Arte Equipe de Arte

Editor de Fotografia Assistente de Fotografia Estagiária de Fotografia Secretaria de Redação Revisão Gerente Administrativa Gerente Comercial Departamento Comercial

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Édison Zenóbio Geraldo Teixeira da Costa Neto Josemar Gimenez Rezende Mário Neves Joaquim de Freitas

André Lamounier Kátia Massimo Fábio Doyle Aline Gonçalves Daniela Costa Geórgea Choucair Marina Dias Rafael Campos Amanda Aleixo Edmundo Serra Roger Simões Antônio de Pádua Bruno Schmitz Gustavo Paiva Júnior Oliveira Luciano Garbazza Cláudio Cunha Ana Luiza Kennedy Talita Santos Nayara Fagundes Lílian de Oliveira Solange Rabelo Laila Soares Agata Utsch Andreza Braga Shyrlei Roque Roberta Magalhães Cristiane de Marco Natália Santos Nicole Fischer André Lima Jaqueline Souza Editora Encontro

João Paulo Martins Bruna Sales Marcelo Fraga Vinícius Santos Heitor Antônio Prol Vip (31) 2126-8770 (31) 2126-8000 (31) 2126-8000

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CONFORME RELATÓRIO EM NOSSO PODER. ENCONTRO É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ENCONTRO IMPORTANTE LTDA. BELO HORIZONTE. RUA HAITI, 176, 3° ANDAR - SION 30320-140, BELO HORIZONTE - MG FONE: (31) 2126-8000 EMPRESA FILIADA À

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redacao@revistaencontro.com.br

Talento e atitude A matéria de capa desta edição começou a ser produzida há dois meses e só foi finalizada a tempo de sair publicada agora porque contou com o costumeiro empenho da jornalista Marina Dias. Motivo? A dificuldade de contato com os youtubers mineiros. Parece difícil de acreditar, já que são todos muito jovens (a faixa etária é de 18 a 27 anos) e os mais novos até outro dia eram estudantes comuns do ensino médio, que se ocupavam apenas dos afazeres da escola, vivendo sob a batuta dos pais. Mas a fama chegou rápido, na mesma velocidade e proporção com que os vídeos que os alçaram ao estrelato virtual se disseminaram na internet. É tudo tão novo e surpreendente na vida desses jovens que dá para entender o cuidado com que passaram a atender a mídia e com os quais são blindados por pais e empresários. Isto sem falar no excesso de compromissos. Não é mesmo fácil de administrar, especialmente para quem sequer esperava conviver com tamanho assédio. Lucas Rangel, por exemplo, que pelo mérito de ter se tornado fenômeno do Vine (plataforma de vídeos de seis segundos), com mais de 1,1 milhão de seguidores, mereceu destaque na capa, só teve a participação autorizada pelo pai e empresário depois da garantia de que não seria divulgado o bairro onde mora atualmente. Recentemente, ele e a família se surpreenderam com o assédio de fãs que passaram a fazer vigília na porta da casa dele, esperando para ver e tirar foto com o novo “ídolo”. A tranquilidade foi para o espaço – esse é um dos preços da fama. O problema foi resolvido com a mudança de endereço, agora sob sigilo. Mas a visibilidade dessa turma é mesmo algo que cresce a cada dia, e a superexposição é quase inevitável. Tanto que a revista norte-americana Variety divulgou pesquisa no ano passado mostrando que, nos EUA, os youtubers chegam a ser mais populares do que músicos e artistas. Smoch, um youtuber de lá, é apontado como mais influente do que gente como a cantora Kate Perry, uma das preferidas. Por aqui, o fenômeno ainda é recente e ninguém sabe responder ao certo aonde esses jovens vão chegar e até que ponto o meio virtual Cláudio Cunha está mesmo fomentando profissões promissoras do futuro. Certo mesmo é que o empreenderismo é cada vez mais valorizado em qualquer área do mercado de trabalho, especialmente neste momento em que se discute a flexibilização das leis trabalhistas e em que o índice de desemprego no país apresenta crescimento (7,4% entre dezembro de 2014 a fevereiro de 2015). Começar cedo não faz mal a ninguém, como mostra outra matéria especial desta edição, sobre crianças que são estimuladas pelos pais a mostrar os dotes manuais e comerciais ao produzir e vender produtos como cupcakes e bijuterias. O que vai mesmo fazer a diferença para uma carreira bem-sucedida é talento e atitude. Lucas Rangel no papel de mãe, Como vocês poderão conferir, são qualidades sem idade um de seus personagens: humor com situações do cotidiano certa para despontar. Sucesso a eles! ❚

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FALE COM A ENCONTRO | CARTAS@REVISTAENCONTRO.COM.BR (31) 2126-8000

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ESCOLHA O SEU FAVORITO I Eventos como o Botecar reforçam nossa tradição culinária, além de divulgar a hospitalidade e alegria da população mineira. Ivan Ortiz Belo Horizonte/MG

ESCOLHA O SEU FAVORITO II Dá vontade de experimentar todos os pratos! Fico orgulhosa de morar em uma cidade que valoriza a culinária e o empreendedorismo dos que investem nesse ramo. Rosaly Oliveira Lagoa Santa/MG

DELIVERY DAS DROGARIAS I Parabéns pela matéria que comparou os serviços de entrega das drogarias de BH. A tabela resumiu bem e cumpriu a função de dar uma nota adequada para cada item analisado. Precisamos de mais análises como essa, que esclarecem necessidades básicas do cidadão. André Ferreira Correia Belo Horizonte/MG

DELIVERY DAS DROGARIAS II DENTINHO SALVADOR

Realmente o atendimento da maioria das drogarias deixa muito a desejar, especialmente no quesito entrega. Patrícia Sousa Belo Horizonte/MG

PARA ONDE SEGUIR? A falta de sinalização é um problema recorrente em nossa cidade, o que, além de causar muitos transtornos a nós, motoristas, gera acidentes. Carlos Silva Belo Horizonte/MG

A CAPITAL DO JAZZ Belo Horizonte merece mesmo uma agenda cultural que inclua a elegância e sofisticação que o jazz traz. Ao mesmo tempo que os festivais tornam o gênero acessível a todos.

É com grande alegria que vejo como os avanços da ciência devolvem a esperança a famílias inteiras, como no caso do uso das células-tronco do dente de leite para reverter doenças degenerativas. Pedro Santana Contagem/MG

CARTA DO EDITOR Emocionante ver como a revista se posiciona com respeito e clareza para valorizar histórias de superação, como a do pequeno Davi, que graças à dedicação de sua mãe, que não mede esforços para encontrar a cura para o filho querido, ganha uma nova esperança. José Maria Figueiredo Belo Horizonte/MG

Firmino Soares Belo Horizonte/MG

CONVIVÊNCIA SAUDÁVEL

ERRAMOS

É muito importante desmistificar crenças que induzem ao preconceito contra os animais, com base apenas em achismos. Especialmente no caso dos gatos, que sempre foram tidos como vilões quando se trata da toxoplasmose. Marcela Arantes Nova Lima/MG

Diferentemente do que foi publicado na matéria “Escolha o seu favorito” (p. 106), o Bar do Rei não se originou de uma mercearia da família e o estabelecimento não possui segundo andar nem tem área para o lazer das crianças.

Fale com a Revista ENCONTRO: Comentários sobre o conteúdo editorial da Encontro, sugestões e críticas a matérias: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP : 30.320-140, Belo Horizonte, MG | E-mail : cartas@revistaencontro.com.br. Cartas e mensagens devem trazer o nome completo e o endereço do autor. Por razões de espaço ou clareza, elas poderão ser publicadas resumidamente. PARA ANUNCIAR: R. Haiti, 176, 3° andar - Sion - CEP: 30.320-140 - Belo Horizonte, MG | Tel: (31) 2126-8000 | Fax: (31) 2126-8008 RELEASES: redacao@revistaencontro.com.br | Fax: (31) 2126-8781 | ASSINATURAS: Tel: (31) 2126-8770

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ENCONTRO DIGITAL | ROLOU NA REDE BBMC Tobias Ranzinger/Divulgação

CANGAÇO EM MG Conheça a história de Moreno e Durvinha, casal de cangaceiros que ficou escondido em Minas Gerais por décadas. Leia a matéria na íntegra: http://goo.gl/3G23LE Cláudio Cunha/Reprodução

NO CIDADE JARDIM Belo Horizonte vai ganhar primeira filial da tradicional cervejaria Hofbräuhaus no Brasil. Leia a matéria na íntegra: http://goo.gl/2MI9ik

AS MATÉRIAS COM MAIOR REPERCUSSÃO NAS REDES SOCIAIS Belo Horizonte vai ganhar filial da Hofbräuhaus

#PASSEAMOR Estudante mineira faz sucesso no Facebook com vídeo sobre “amor ao próximo”. Leia a matéria na íntegra: http://goo.gl/x7lNHf

ENTOS COMPARTILHAM

8,3 mil

#PasseAmor: estudante mineira faz sucesso com vídeo no Facebook

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Tropeiro vai para o Guinness Book

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Vídeo de cadela pondo o filhote para dormir faz sucesso no YouTube

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Conheça um pouco mais da vida de Guilherme Hamacek, o João de Malhação

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Arquivo Pessoal

TE ENCONTRO

NO INSTAGRAM

O próximo desafio: Encontro com as mães. Tire uma foto com o tema, publique no Instagram e compartilhe com a hashtag #EncontroMamãe. Se a sua foto for escolhida, além de sair impressa na próxima edição da revista Encontro, você ainda concorre a um kit com espumante da Rio Sol. Participe!

SIGA A ENCONTRO

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A foto vencedora do tema #encontronajanela foi a de @consueloevangelista. Parabéns !

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Icatu Seguros lança plano para profissionais liberais Samuel Gê

Produto visa dar suporte aos trabalhadores autônomos, como dentistas, em caso de doença ou acidente Quem trabalha por conta própria muitas vezes se sente desamparado quando fica doente. Atenta a esse público de profissionais liberais, a Icatu Seguros, especialista em oferecer soluções de proteção e planejamento financeiro aos seus mais de 5 milhões de clientes em todo o país, acaba de lançar um seguro de vida específico para esse tipo de trabalhador. O novo produto, batizado como Profissional Liberal, possui diferentes combinações de coberturas e franquias para a Diária por Incapacidade Temporária (DIT), se adaptando às necessidades dos clientes. “Sabemos como a renda do profissional liberal é impactada quando ele fica impossibilitado de trabalhar devido à doença ou a um acidente. Por isso, desenvolvemos um seguro especialmente para quem exerce sua atividade de forma autônoma”, afirma o vice-presidente comercial, Gustavo Germano. O seguro Profissional Liberal pode ser contratado por pessoas entre 18 e 64 anos. O plano engloba diferentes coberturas, para atender a diversidade de trabalhadores que vivem de atividade autônoma. Na DIT, por exemplo, o segurado recebe o pagamento de diárias para proteger sua renda mensal em caso de total, contínua, porém temporária, impossibilidade de exercer sua atividade durante o período do tratamento médico, em consequência de doença ou acidente pessoal coberto. No seguro, é possível incluir as doenças ocupacionais Lesão Por Esforço Repetitivo (LER), Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (D.O.R.T) e Lesão por Trauma Cumulativo (LTC) e escolher franquia de 15 dias ou 7 dias, para eventos decorrentes de doença. Não há franquia para acidente. Na cobertura por Invalidez Permanente Total ou Invalidez Parcial por Acidente, o segurado recebe uma indenização em caso de perda, redução ou impotência funcional definitiva, total ou parcial, de um membro ou órgão, decorrente de acidente pessoal coberto. No caso

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“Sabemos como a renda do profissional liberal é impactada quando ele fica impossibilitado de trabalhar devido à doença ou a um acidente. Por isso, desenvolvemos um seguro especialmente para quem exerce sua atividade de forma autônoma”, diz o vice-presidente comercial, Gustavo Germano.

de médicos e dentistas, o novo produto oferece a possibilidade de indenização majorada, ou seja, com pagamento integral, para esse tipo de cobertura. Já na Indenização Especial por Morte por Acidente, o beneficiário do segurado recebe um valor caso esse venha a falecer por motivo de acidente pessoal coberto. Por fim, o Serviço de Assistência Funeral pode ser contratado inclusive para todos os familiares. Além dessas coberturas, obrigatórias, o cliente pode contratar outra opcional de Indenização por Morte. O plano Profissional Liberal oferece ainda benefícios como as assistências Qualidade de Vida e Viagem Familiar 24 horas e um sorteio mensal de R$ 100 mil.

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ARTIGO | RICARDO SACCO

Crime e a maioridade penal Este artigo sobre a redução da maioridade penal tem como foco um superficial esclarecimento para os leigos em direito; as “pessoas comuns” que produzem aquilo que os acadêmicos chamam pejorativamente de “senso comum”. Na verdade são as que mais sofrem com o aumento da criminalidade e exigem ser ouvidas. É fácil ter pena de bandidos, rotulá-los como “vítimas da sociedade”, mas apenas se você trabalha em gabinetes seguros, não usa transporte público e mora em condomínios com segurança. Quer testar? Pergunte aos mais humildes o que acham que deve ser feito com bandidos? Esta introdução é para que os leitores abandonem uma posição de conforto que os nivelaria hipoteticamente aos que mais sofrem com a criminalidade: os pobres. Ouvimos há muito que o crime é causado pela má distribuição de renda, portanto, como explicar um contínuo aumento da criminalidade em um cenário de contínua distribuição de renda entre 1995 e 2014? Fazer uma conexão direta entre pobreza e criminalidade é dar um tapa na cara de 98% dos pobres, que acordam cedo, usam um transporte público péssimo, vivem em áreas conflagradas e sofrem muito mais os efeitos do crime do que aqueles que vitimizam os bandidos e criminalizam a polícia e as vítimas! Há quem se beneficie com o aumento da criminalidade além dos próprios delinquentes? Por que nos sentimos reféns enquanto alguns pregam o ódio à polícia e acham que os bandidos são vítimas? Coincidentemente, são os mesmos que acham uma loucura a redução da maioridade penal. É assustador! Vemos o crescimento incrível da delinquência praticada por adolescentes, principalmente aqueles entre 16 e 18 anos. Entre os motivos está a sensação de impunidade e a ineficácia das medidas socioeducativas aplicadas de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê uma internação máxima de três anos, mesmo em casos de homicidas reincidentes. Após cumprimento das medidas socioeducativas podem sair e, quando maiores, caso voltem a delinquir, serão considerados réus primários e de bons antecedentes. É óbvio que como está não pode continuar. Há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 171/1993) que busca alterar a redação do art. 228 da CF/88 (imputabilidade penal do maior de 16 anos), que, na prática, busca reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos e, consequentemente, reduzir a impunidade de jovens infratores. Essa proposta vem sendo criticada fortemente pelos partidos de esquerda, que, em tese, se dizem defensores da sociedade. O que ganham defendendo algo que contraria cerca de 84% da população? No meio acadêmico são muito fortes as críticas a essa redução e, quase que na totalidade das vezes, por pessoas que estão muito menos expostas às ações delituosas do que a esmagadora maioria da população. Essas pessoas precisam descer de seus pedestais e entender que em uma democracia a vontade do povo também conta. Os argumentos jurídicos contra a alteração são diversos, por exemplo, o fato de a redução ferir a dignidade da pessoa humana. Ora, as vítimas dos delitos têm igual dignidade! Ou o fato de a maioridade penal ser um preceito constitucional imodificável (cláusula pétrea) – um direito individual que

“Não é necessário ter algum grau de instrução para saber que matar ou roubar são extremamente reprováveis” possuem os menores de 18 anos de serem considerados incapazes de cometer crimes por não terem maturidade para entender o caráter ilícito de suas ações. Discordo, eis que não poderia o constituinte originário ter fixado como cláusula pétrea algo como a idade para se ter discernimento. As constituições foram feitas para durar, mas devem se adaptar à sociedade, e não seria possível uma fixação imutável de idade que obedecesse a padrões de 1940. É fácil entender: o jovem aos 16 anos hoje é incomparavelmente menos “infantil” do que em 1988 – o maior de 16 anos é considerado apto a fazer escolhas políticas complexas (votar). Seria razoável imaginar falta de maturidade para compreender o caráter ilícito de cometer atos violentos? Não é aceitável o discurso vitimizador da “falta de educação”, pois não é necessário ter algum grau de instrução para saber que matar, roubar ou estuprar são extremamente reprováveis. Por que alguns são tão contra essa proposta de redução da maioridade penal? Convido-os a pesquisar o pensamento de Herbert Marcuse quando disse que “a criminalidade deve ser incentivada, pois é um forte elemento revolucionário”. Faça as conexões necessárias à explicação dessa aparente contradição e não deixe que continuem fazendo a sua revolução à custa de nossas vidas. É como cidadão que escrevo. z Mestre e doutor em direito

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Márcio A. Barros/CB/D.A Press

ERROS MÉDICOS E...

…TANCREDO NEVES A partir de um erro inicial de diagnóstico de apendicite aguda, que precipitou uma operação de emergência desnecessária na véspera da posse, Luis Mir assim sintetiza a agonia do político, primeiro no Hospital de Base, em Brasília, depois no Instituto do Coração de São Paulo, entre 14 de março e 21 de abril de 1985: “O que determinou a morte de Tancredo Neves foi o sangramento, na linha de sutura, gota a gota, já no pós-operatório da primeira cirurgia. Isso ocorreu por causa da técnica cirúrgica – a ressecção em cunha –, inadequada para a remoção do tipo de tumor encontrado”. Segundo Mir, isso levou ao choque hemorrágico e, com ele, Tancredo perdeu parte da função do sistema imunológico. Vieram as infecções. Estas levaram ao pulmão de choque, ou seja, a perda da capacidade de respirar, que gerou uma cadeia de complicações e a um quadro irreversível.

Depois de ter, durante 25 anos, estudado o caso Tancredo Neves a partir dos prontuários, diagnósticos, exames, cirurgias, procedimentos e entrevistas com os médicos envolvidos no atendimento, o pesquisador-médico e historiador Luis Mir, autor da obra O Paciente, declara: “Tancredo Neves poderia ter tomado posse em 15 de março de 1985”. Neste aniversário de 30 anos da morte do primeiro civil eleito por via indireta, após 21 anos de ditadura militar, Mir requer a reabertura do caso junto ao Conselho Federal de Medicina e conselhos regionais do Distrito Federal e de São Paulo. “A sociedade tem direito de conhecer os processos éticos e disciplinares das sindicâncias anunciadas à época. Trata-se de um paciente que era chefe de Estado. O sigilo médico esbarra no interesse público”, diz. Não será fácil. Até hoje a família teve negado todos os pedidos para conhecer os resultados desses processos. Ainda há muitas lacunas em aberto nesse caso: ninguém foi responsabilizado e paira o silêncio. Júnia Garrido

TROCA DE CADEIRAS Depois de totalizar votos pela segunda vez, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas devolveu, na Câmara dos Deputados, a cadeira a Adelmo Carneiro Leão (PT). Ex-deputado estadual, Adelmo havia sido o último candidato da coligação PT-PMDB-PCdoB-PROS-PRB eleito. Mas a indefinição em relação à candidatura de Geraldo Hilário Torres (PTdoB) alterou os cálculos dos quocientes eleitoral e partidário, dando a vaga ao pastor Franklin Lima (PTdoB). Também na Assembleia Legislativa, três meses depois de empossadas, as bancadas sofreram alterações. Por conta da reforma administrativa do governo Fernando Pimentel (PT), os deputados Carlos Henrique (PRB) e Mário Henrique Caixa (PCdoB) assumiram secretarias, abrindo espaço para os suplentes professor Neivaldo (PT) e Geraldo Pimenta (PCdoB).

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SEM “MATERIALIDADE” Em mais um round da queda de braço entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a cúpula do PMDB mineiro, comandada pelo presidente estadual e vice-governador, Antônio Andrade, jantou no Jaburu e hipotecou apoio ao vice-presidente Michel Temer (PMDB) em sua nova tarefa de “intermediar” as relações entre o Executivo e o Congresso Nacional. No entanto, apesar do gesto político, nem tudo são flores. “Há uma expectativa da bancada federal mineira do PMDB que é em geral muito objetiva. O governo precisa começar a mostrar a capacidade de atender objetivamente aos deputados”, explica Saraiva Felipe (PMDB-MG), presidente da Comissão de Educação da Câmara. Em bom português: sem a indicação de cargos de segundo escalão, sem a liberação de emendas para as bases, Eduardo Cunha continuará tendo proeminência sobre a bancada do PMDB de Minas. Mas Antônio Andrade tem outra visão. Ele rebate: “O PMDB não quer cargos, quer participar das decisões políticas do governo. Segundo ele, quem pede cargo “não entendeu nada”. Paulo H. Carvalho/CB/D.A Press

ÁGUA E... Minas Gerais é o primeiro estado a definir os parâmetros para que, diante da ameaça do desabastecimento de água, o poder público decrete o estado de escassez hídrica, primeiro passo para o racionamento. “Fizemos projeções futuras e, para evitar o colapso durante o período de estiagem, que começa agora, já vigoram na região metropolitana de Belo Horizonte as restrições de 20% no valor diário outorgado para o abastecimento humano, 30% para uso industrial e 25% para irrigação”, explica Maria de Fátima Chagas, diretora-geral do Instituto

Mineiro de Gestão das Águas (Igam), ao lado de Marília Carvalho de Melo, secretária adjunta de Meio Ambiente. O apelo para a imediata definição dos critérios – o que foi feito no âmbito do Conselho Estadual de Recursos Hídricos – partiu da presidente da Copasa, Sinara Meireles Chenna. Usuária para a captação do abastecimento público, cabe à Copasa, junto à Agência Reguladora de Água e Esgoto (Arsae-MG), definir as punições aos consumidores que extrapolarem o limite de uso. Neste momento, é estudada a sobretaxa. Janie Drumond/Ascom/Sisema/Divulgação

... RACIONAMENTO As especialistas Maria de Fátima Chagas e Marília Carvalho de Melo sustentam: se nada fosse feito, haveria probabilidade superior a 70% de desabastecimento de água em Belo Horizonte e cidades vizinhas até novembro deste ano, quando é esperado o período chuvoso. “A regra geral para o consumidor residencial é economizar 30%. Não vivemos mais uma situação de abundância de água. As pessoas precisarão aprender a ter mais eficiência neste uso”, dizem elas. Quem ainda não mudou terá de se adequar à nova realidade.

UNIÃO ESTÁVEL Casados de “papel passado” e unidos “pelo amor” têm em comum o fato de, em geral, estarem inseridos no sistema de comunhão parcial de bens: em caso de separação, o patrimônio adquirido no período em que o casal esteve unido é dividido igualmente. O problema para aqueles que “amaram sem papel”, só com fé, começa, contudo, em caso de morte do companheiro. Diferentemente do casamento civil, o companheiro que sofreu a perda não tem direito aos bens pregressos do que faleceu, cabendo aos filhos e, depois, aos pais a herança. A questão, que é polêmica, terá em breve um fim. O Supremo Tribunal Federal (STF) vai se pronunciar a partir de um caso de Muriaé, na Zona da Mata mineira, relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso.

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DEU O QUE FALAR | AMANDA ALEIXO “Banalizaram a medalha. Vou devolver a minha” JOÃO LEITE (PSDB/MG), deputado estadual, indignado com a entrega da Medalha da Inconfidência a João Pedro Stédile, dirigente do MST. O episódio pegou mal para o governo Pimentel – muitos setores da sociedade se manifestaram contra – e gerou bate boca entre situação e oposição na Assembleia Legislativa

“A moda não é democrática. É reservada a gente jovem e magra” LUIZA BRUNET, atriz e ex-modelo, durante o Minas Trend, explicando que depois de certa idade é melhor deixar algumas peças fora do guarda-roupa

“Sou ótimo na minha administração pública e privada” RUY MUNIZ (PRB), prefeito de Montes Claros, que ficou preso por 14 meses por desvios de recursos do Banco do Brasil para campanhas municipais no Norte de Minas

“No meu escritório, eu tenho um santuariozinho com a foto do Sérgio Moro e do Ministério Público, para os quais eu rezo todos os dias”

Divulgação

ANTÔNIO CARLOS DE CASTRO, advogado que atua em defesas na Operação Lava-Jato, durante conferência da OAB-MG

“Enxergamos que se fôssemos investigar somente o Mineirão iria ser algo vazio, porque teríamos que investigar muita coisa, que ia esbarrar em outros assuntos” IRAN BARBOSA (PMDB), deputado estadual, sobre o naufrágio da CPI do Mineirão. Ah, bom! Melhor é jogar para debaixo do tapete

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ENTREVISTA | DURVAL ÂNGELO Fotos: Cláudio Cunha

“A Assembleia e Pimentel têm de dialogar” 24 |Encontro

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Líder do governo mineiro, deputado do PT diz que é preciso construir a paz com a oposição para que Minas volte a crescer

nômicas em nível local, nacional e mundial. Previa-se ainda aumento de gastos, na segurança pública, de R$ 9,8 bilhões. De fato, serão R$ 12 bilhões. Não é questão ideológica nem de quem está certo ou errado. O que tínhamos era uma peça de ficção – e de terror –, que foi ajustada à realidade.

DECA FURTADO O deputado estadual Durval Ângelo (PT/MG), líder do governo mineiro na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, vem ganhando o respeito da oposição por sua capacidade de dialogar, de aceitar pontos de vista em contrário e acatar sugestões. Professor licenciado da rede pública municipal e membro da Comissão dos Direitos Humanos, foi graças em grande parte a sua atuação que o governo de Minas conseguiu aprovar, por unanimidade, o orçamento para 2015 e o projeto de reforma administrativa, e isso a despeito de todos as críticas da oposição que cercaram a votação. Nesta entrevista, Durval Ângelo reafirma a existência do déficit do orçamento enviado pelo governo anterior, diz não ter havido choque de gestão, que o governador Fernando Pimentel pode ser o nome do PT para 2018, defende o papel da Assembleia e explica seu voto a favor do auxílio-moradia para os deputados. ENCONTRO - O governo Fernando Pimentel afirma ter recebido uma herança maldita, traduzida pelo déficit no orçamento. A oposição nega. Afinal, esse déficit existe ou não? DURVAL ÂNGELO ANDRADE - Com a matemática não se briga. Os números explicitam as evidências da verdade. Nisso aí, a própria oposição concorda com o governo. As mudanças introduzidas no orçamento do estado, sinalizando um déficit superior a R$ 7 bilhões, foram aprovadas praticamente por unanimidade pela Assembleia de Minas. O que havia de errado com o orçamento enviado pelo governo passado? As receitas foram superestimadas e as subestimou as despesas. Na rubrica receita

QUEM É DURVAL ÂNGELO ANDRADE, 56 ANOS ORIGEM Baixo Guandu (ES) FORMAÇÃO Graduado em filosofia (Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena); pedagogia (Faculdade Salesiana Dom Bosco) e teologia (PUC Minas); pósgraduado em educação (UFMG) CARREIRA Eleito e reeleito vereador em Contagem, em 1988 e 1992, respectivamente Eleito deputado estadual pela primeira vez em 1994 e reeleito nos pleitos posteriores Atualmente é o líder do governo de Minas Gerais na Assembleia Legislativa e membro da Comissão Permanente de Direitos Humanos É professor licenciado das redes públicas de Belo Horizonte e Contagem, onde iniciou sua carreira, há 38 anos

de capital, por exemplo, a média dos últimos anos foi de R$ 2 bilhões líquidos; o orçamento trazia 4,8 bilhões. Na receita do ICMS, é de praxe haver previsão mínima e máxima. Só a máxima foi considerada, e isso num momento de dificuldades eco-

Como se chegou aos números? O governo terminou o primeiro estudo, um diagnóstico global da situação. São 306 páginas nas quais se tem o que foi encontrado em cada secretaria. Os secretários respondem pela veracidade dos dados. Atualmente, auditorias estão a cargo de Mário Spinelli, ex-xerife do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e atual controlador-geral do estado de Minas e sua equipe. Ele vai constatar coisas encontradas no diagnóstico. Exemplo é um programa estadual mantido com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Pró-Município, em que esses entes assinavam convênios para receber máquinas e obras. No final de dezembro, foram cancelados os convênios e transferidos recursos para outros municípios. Ervália, Ibirité, Viçosa receberam verba indevidamente. Eram recursos carimbados e mesmo assim foram transferidos R$ 138 milhões da Minas Gerais Investimentos (MGI) para o DER, beneficiando-os. Esses municípios – o governo está levantando todos os envolvidos – tiveram dinheiro depositado em suas contas no apagar das luzes de 2014, sem convênio assinado. Isso fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, o contrato assinado com o BNDES. É fraude. Mas que fique bem claro: ao governador Fernando Pimentel não interessa esse olhar de criminalização. Se está errado, por que não tomar as medidas jurídicas cabíveis? Cabe ao governo exigir as devidas providências e ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPE) processar. O Ministério Público, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE), recebeu o relatório e receberá as auditorias. Todavia, mais do que punição e de olhar o passado pelo retrovisor, o governo quer evitar erros daqui para frente. Todos os procedimentos que o dr. Spinelli introduziu na Prefeitura de São Paulo deverão ser reproduzidos aqui. A fim de dar transparência, ter o TCE MAIO DE 2015

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ENTREVISTA | DURVAL ÂNGELO mais presente e vigilante e podermos olhar para frente. O governo não corre o risco de o feitiço virar contra o feiticeiro? A divulgação das contas não pode desestabilizar a atual gestão? Não há como fugir disso. Pimentel tem competência. Ele foi secretário da Fazenda do governo Patrus Ananias, que sucedia a Eduardo Azeredo, e encontrou uma situação de total insolvência na prefeitura. Ele reorganizou as contas e, depois, como prefeito, terminou o que começou como secretário. Belo Horizonte tinha, por exemplo, a 14ª maior dívida do país – entre as capitais. E estava sem capacidade de investimento. Ele arrumou a situação de modo a torná-la a segunda melhor cidade do país em atrativos para investimento, só sendo superada por São Paulo. Agora governador, ele nomeou equipe de sua confiança. Será um bom teste para demonstrar que continua bom de serviço. O governo demorou 100 dias para fazer o levantamento do déficit. Não ficou parecendo que apenas isso foi feito e que parou o resto? Não é verdade. O problema não foi só a questão do estudo. Nós não tínhamos orçamento aprovado. Sem ele aprovado – a Lei de Responsabilidade Fiscal é muito clara –, só se pode realizar despesas de custeio e pessoal, nada de investimentos. Enfim, o governo não poderia agir de outra forma, pois seria contra a lei. Agora, sim, com ele aprovado, estão sendo retomadas e estabelecidas as condições para o investimento do Estado. E que impacto o déficit terá na vida do estado? Não teremos – pelo menos com recursos do governo mineiro – investimentos neste ano. Não haverá recursos, porque houve os cortes e o governo assumiu a redução desse déficit. As obras vão parar? Não. O governo estadual vai captar financiamento e firmar convênios com o governo federal para retomar as obras do metrô, do Anel Rodoviário, do novo anel na RMBH e outras. Para os servidores públicos, talvez não haja receitas em 2015

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A grande saída da Assembleia está em fortalecer as comissões, para mostrar que é um poder importante, que sabe ouvir e buscar soluções” para o reajuste salarial que o governo Pimentel deseja. Mas o governador quer criar com cada categoria profissional uma agenda para todo o mandato, porque sabe que neste primeiro ano haverá dificuldades, mas acenará com melhores condições nos três anos seguintes. Há alguma estimativa de quanto Minas deixará de crescer em razão desse déficit? Devemos esperar por uma recessão maior em Minas do que no resto do país? Não, mas já está afetando porque não vem de agora. No ano passado, fomos o 23º estado do Brasil em crescimento. Ou seja, Minas vinha com perspectiva de recessão. Para piorar, os empresários têm levado suas empresas para estados limítrofes devido à altíssima carga tributária

aqui vigente. O que o governo Pimentel discute hoje gira em torno reformular a carga tributária, a fim de tornar Minasmais atrativo. Nos últimos 10 anos, nós nos tornamos um cemitério de empresas e geramos empregos em outros estados. O pacto tributário virá para gerar ocupações por aqui mesmo. Mas veja no que dá criar um mito, que, como todos, provou ser falso, o famoso choque de gestão e o seu déficit zero. Minas nunca teve superávit nesses últimos 12 anos. Ele era construído: anulavam-se empenhos, restos a pagar. Na abertura do novo orçamento, reaparecia-se com eles. Ou, senão, recorria-se a empréstimos. Nos últimos 12 anos, Minas pegou emprestados mais de R$ 18 bilhões e com isso mascarou-se uma profunda incompetência administrativa. Agora, em vez de choque de gestão, que se tenha um choque da verdade. Minas pode voltar a crescer, mas que seja sobre os pilares da verdade. Após 12 anos de PSDB, como fica na Assembleia a relação entre partidos? A oposição é fundamental à democracia. Só com a crítica, com o contraditório, consegue-se crescer. O discurso do candidato Pimentel dizia que ele queria chegar ao poder para conduzir o diálogo e o entendimento entre todos. Nós temos de acabar com os donatários da capitania hereditária que se tentou implantar em Minas. Mas Pimentel, como a Assembleia, tem de dialogar. Vamos construir a paz, mas não a de cemitério, e sim uma que envolva o conflito e o crescimento mútuo. Qual o papel do senhor nisso tudo? Ajudar a construir as condições para que os projetos do governo sejam aprovados. Para isso, preciso trabalhar não só as bases do governo, mas, ao mesmo tempo, as insatisfações localizadas na base. Tenho conversado muito proveitosamente com a oposição. Quando votamos a reforma administrativa, com todos os conflitos inerentes, incorporamos várias sugestões e emendas da oposição; votamos o orçamento aprovando emendas oposicionistas, aceitando algumas exigências que a oposição fez, como trazer os secretários para debater. Isso atrasou um pouco mais a votação, mas ajudou a que todos participassem dessa construção.

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ENTREVISTA | DURVAL ÂNGELO É por isso que o senhor ganhou o respeito da oposição? Eu sou soldado, antes de tudo, do governo e acho que a melhor forma de evitar erros é ouvir. A democracia é o exercício do poder obediencial. A palavra obediência, na sua gênese, é formada por dois radicais, o obe, de obediência, e o audire, de ouvir. Eu procuro exercer a democracia no sentido etimológico da palavra. E dentro de uma máxima: aquele que manda tem de ser o que mais obedece, que sabe ouvir. Há entre a população um descontentamento em relação à Assembleia Legislativa, especialmente após a aprovação do auxílio-moradia para os deputados e do aumento do valor, que passou para mais de R$ 4 mil, poucos dias depois. Neste momento conturbado em que vivenciamos, isso não leva a um questionamento ainda maior sobre a atuação dos parlamentares? Pesquisas mostram que 91% reprovam o Congresso; a presidente Dilma tem rejeição nas alturas também; o Judiciário está com 65% de reprovação. E se olharmos os governos estaduais veremos que o de São Paulo está chegando a 60%; o do Paraná, a 80%. Em Minas, ainda não houve pesquisa. Então, a crise não é da Assembleia, nem do Congresso. Ela é do modelo de Estado brasileiro. Isso porque não se ouviu a população. Muitas vezes nos fechamos em verdadeiros guetos, querendo criar ilhas de privilégios para poucos. Em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, o personagem Riobaldo diz, passando próximo a uma grande igreja: ‘A gente deveria reunir todas as pessoas de bem do sertão nesta igreja, e só abrirmos quando eles chegarem a uma solução para a dor e o sofrimento do nosso povo’. Estou com o jagunço-filósofo Riobaldo. Deveríamos trazer o povo e discutir isso. Para mim, seria o caso de começarmos a andar junto à sociedade mineira novamente. Aí, teremos de cortar nos poderes, eliminar a gordura em excesso. Mas o senhor está entre os que votaram a favor do auxílio-moradia, apesar de depois anunciar que abrirá mão do recurso. Como justifica isso? Nunca recebi esse auxílio e moro de aluguel em BH. Votei porque houve um acor-

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Mas, deputado, por que o povo tem de pagar por isso? É reprovável e por isso eu discordo. Não recebi e continuo não recebendo.

Não criamos o auxílio-moradia. Nós o colocamos nos mesmos moldes do que é hoje no Poder Judiciário. Mas é reprovável. Continuo não recebendo” do durante a eleição da mesa diretora da Assembleia, em que todos os deputados participaram. Nós não criamos o auxílio-moradia. Nós o colocamos nos mesmos moldes do que é hoje o do Poder Judiciário. Mas para a população isso não é correto. Na prática, os deputados copiaram os juízes. Ou seja, beneficiaram-se do mesmo jeito. Nós já tínhamos o auxílio. Mas foi suspenso... Não. Na realidade, só 25 deputados não o recebiam. O que houve de adequação é o seguinte: quem tinha imóvel na região metropolitana não recebia. Os outros todos, do interior, já recebiam. Nós só adequamos na forma regulamentada pelo Conselho Nacional de Justiça.

Na Assembleia, quem dá o tom? O que se pode esperar da Casa? Eu acho que o tom depende do estilo de cada deputado. Para não sermos surpreendidos com uma manchete da revista Encontro dizendo assim: “Poder Legislativo é desnecessário à democracia. Pode-se fechar a Assembleia Legislativa” (risos). Para mim, a grande questão é onde está o coração do Poder Legislativo. A alma da Assembleia está nas comissões permanentes. Elas podem ouvir a população. A grande saída da Assembleia está em fortalecer as comissões, mostrar que é um poder importante, que sabe ouvir e buscar soluções. Ela é, sim, útil à democracia. E esta se faz dentro da máxima de Montesquieu, no espírito das leis, do equilíbrio entre os poderes, onde, para não termos o poder despótico, é o poder que controla o poder. Então, o que temos de ver é o contraponto do controle do poder, para não termos o poder absoluto, o poder despótico. É o fortalecimento de todos os poderes. E o PT? Como resgatar a imagem do partido? Com a economia em recessão, o senhor acredita que ele terá boas chances em 2018? De um lado, depende da nossa capacidade de corrigir erros. Vamos fazer um congresso, em Salvador, em junho. Dele certamente sairá alguma reorientação. Agora, o Brasil ainda não teve sua nota rebaixada pelas agências internacionais. Temos desemprego muito menor do que nos países ibéricos, por exemplo. Acho que se não houver uma recuperação da economia em todo o mundo, o capitalismo estaria dando um tiro no pé. E isso já começa a ocorrer nos EUA e Europa. Só que não teremos mais o crescimento de dois dígitos na China e países asiáticos. Então, temos de adequar a economia à realidade do país. De outro lado, estamos ainda longe das eleições. Hoje, seria desfavorável para o PT. Mas, quem sabe, teremos um nome forte, como o do Fernando Pimentel? Ele seria um nome novo, fora do circuito antigo do PT, uma grande novidade para atrair o eleitorado a uma proposta e uma esperança nova. z

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Responsável Técnico: Dra. Erika Corrêa Vrandecic - CRMMG 28.946


RETRATOS DA CIDADE | RAFAEL CAMPOS rcampos@revistaencontro.com.br

LUZ, CÂMERA, AÇÃO! O centrão da capital mineira continua inspirando artistas. Desta vez, ele é um dos cenários de Otto, longa-metragem de ficção que conta a história de um garçom e aspirante a poeta que ganha a vida como palhaço nas ruas e praças de BH. “O roteiro pedia uma metrópole que unisse memória arquitetônica e romantismo, em meio ao corre-

-corre de uma grande cidade”, diz o ator e diretor mineiro Ernane Alves. Um dos locais de filmagem foi a esquina da avenida Santos Dumont com rua Rio de Janeiro. Por isso, um muro no local recebeu um desenho que representa os personagens do filme. O longa será lançado no segundo semestre. Eugênio Gurgel

ARTE NO VIADUTO Belo Horizonte é assim. Onde menos se espera, a arte aparece e surpreende. Os pilares do viaduto Santa Tereza ganharam também a função de estampar fotos gigantes de rostos de moradores da capital. A iniciativa faz parte do Festival Erro99 – Fo-

tografia sem Limites. As imagens foram produzidas pela fotógrafa gaúcha Raquel Brust. “Foi uma honra poder trabalhar em um espaço tão emblemático de BH e palco de tantos agitos culturais e sociais”, diz. Realmente, não há limites para a arte! Samuel Gê

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RISCO DIÁRIO Estudantes da Escola Estadual Cristiano Machado, no Padre Eustáquio, disputam, diariamente, espaço com carros, motos e caminhões. E o que é pior, em cima de um viaduto, que fica sobre a avenida Tereza Cristina. No local, não há passagem de pedestres nem outra opção para atravessar a via. Assim, o viaduto se transformou em passarela. O resultado não poderia ser outro: acidentes. Esta coluna entrou em contato com a regional Noroeste, Secretaria de Obras e a BHTrans, mas não obteve resposta sobre providências que poderão ser tomadas. JC Martins

AMARELO, VERMELHO E... AMARELO? Um semáforo na avenida Doutor Júlio Otaviano Ferreira com avenida José Cândido da Silveira, no Cidade Nova, desperta curiosidade. O equipamento é o único na cidade que não mostra a luz verde e, sim, uma seta de cor amarela que fica piscando. Segundo a BHTrans, o recurso, embora inusitado, é previsto na legislação de trânsito e serve de alerta para que no cruzamento o condutor fique atento aos carros que fazem o retorno no sentido oposto e que também seguem na avenida José Cândido da Silveira. No mínimo, curioso.

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CUIDADO, ESPINHOS! Não é difícil encontrar nas calçadas aquelas plantinhas espinhentas que, quando partidas, liberam um líquido branco e viscoso, que pode causar irritação na pele. São as chamadas coroas-de-cristo. Pelo risco que oferecem, sobretudo para as crianças, tem gente que defende a proibição da espécie em lugares públicos. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, não existe regulação sobre a espécie. O município proíbe apenas o plantio de árvores com espinhos ou venenosas e não há nada em relação a arbustos, como é o caso das coroas-de-cristo. Quem tiver dúvidas sobre o potencial de risco do vegetal, pode entrar em contato com o órgão e solicitar uma vistoria. MAIO DE 2015

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GENTE FINA | ANA CLÁUDIA ESTEVES aesteves@revistaencontro.com.br

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CRONISTA DO AMOR Aos 24 anos, a mineira Marcella Brafman mostra uma maturidade que impressiona. E não é só pelo seu jeito sensato de falar e se comportar. Formada em jornalismo – curso que escolheu aos 7 anos, quando aprendeu a ler e escrever –, ela é autora do blog Sem Clichê, no qual escreve, há três anos, crônicas sobre relacionamentos. A forma equilibrada e delicada com que aborda o assunto agradou. Por indicação de uma leitora virtual a uma casa de edição, ela lança, ainda neste mês, seu primeiro livro, Mikaela - O Desencontro, pela editora paulista Livros de Safra. “É a realização de um sonho ver esse trabalho tomando forma. Com ele, busco a identificação de uma geração que vive uma falta de sintonia muito grande no amor”, diz.

MODA HEREDITÁRIA

Alexandre Rezende

Logo que chegou ao Brasil, ainda muito jovem, a artista plástica argentina Gabriela Demarco, de 52 anos, pintava camisetas para seus amigos mais próximos. Mal sabia ela que, mais tarde, essas pinturas seriam a identidade de seu sucesso. Fundadora da grife mineira Elvira Matilde, uma das queridinhas do mercado belo-horizontino, ela sempre tocou a marca por conta própria. Mas agora decidiu passar o bastão. A partir deste ano, suas três filhas, Luisa Pádua, de 25 anos, Emília Pádua, de 31 anos, Teresa Pádua, de 27 anos, e estarão à frente do gerenciamento da empresa, e Gabriela vai se dedicar exclusivamente à criação das peças. “Iniciei o processo de sucessão há 10 anos. Agora, a hora chegou. É muito gratificante ver as minhas filhas dando continuidade à marca que eu construí”, diz. Quem sabe no futuro será a vez da neta, Nina, filha de Emília, ficar à frente dessa grife para lá de feminina?

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PARTIU CALIFÓRNIA? Uma é maquiadora, a outra, fotógrafa. Desde que se conheceram, trabalhando na produção de um book, Mariana Sily e Joana Costa, ambas de 20 anos, não se separaram mais. Sucesso entre debutantes e formandas mineiras, a dupla já tem agenda cheia para eventos até dezembro, mas isso não as impediu de já marcar um projeto inovador para as férias de janeiro. Elas vão levar – em parceria com a agência de viagens True Experience – 20 clientes

para um tour na Califórnia. Lá, além de produzir uma sessão de make e de fotos para cada uma delas, as jovens darão dicas de compras, produtos e técnicas de maquiagem e fotografia. “Para quem não quer fazer o tradicional passeio pela Disney, bolamos uma viagem dos sonhos”, diz Mariana. Para garantir também a experiência turística, os sócios da agência, Leonardo Mendonça e Fabrício Sá, vão acompanhá-las ao longo de toda a viagem. Roberto Rocha

EXPORTADORA DE TALENTOS Lúcia Vieira tem a felicidade estampada em seu rosto. E não é para menos. Além de ter completado 40 anos à frente de sua academia de dança, a Compasso, a professora e coreógrafa de 59 anos acaba de voltar de Nova York, onde representou Minas, juntamente com 32 de seus bailarinos, no Youth American Grand Prix (YAGP) – um dos mais reconhecidos festivais competitivos de dança do mundo. “Foi muito emocionante participar de uma disputa desse nível, em meio a profissionais de todas as nacionalidades. O YAGP é como se fosse a Copa do Mundo da dança”, diz Lúcia, que também faz o papel de coach, preparando profissionais para companhias internacionais, e já exportou bailarinas de BH para países como Estados Unidos, França e Alemanha.

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BEM-ESTAR | CORRIDA

Última chamada Inscrições para a Corrida Encontro Delas/Circuito Itambé estão no final. Novidade desta edição, o Festival Dança Delas vai animar o evento sábado e domingo

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GEÓRGEA CHOUCAIR

É hora de apressar o passo para a inscrição na 11ª edição da Corrida Encontro Delas/Circuito Itambé, que vai até 26 de maio ou até que as 1,5 mil vagas sejam preenchidas. O volume de adesão está em ritmo acelerado, e o perfil das participantes, como nos outros anos, é variado, entre corredoras experientes e iniciantes, de jovens a pessoas com mais de 60 anos. Nesta edição, o kit da atleta vai contar com blusas cor de rosa neón e discreta estampa de oncinha. A já esperada bolsa, assinada pelo estilista Rogério Lima, será em formato de mochila, em diversas cores. Outra novidade é que a corrida terá pela pri-

meira vez o Festival Dança Delas. A programação vai acontecer no sábado e no domingo, com intervenções artísticas, espetáculo de dança e vivências lúdicas para as crianças. Quem deixar para fazer a inscrição na última hora e ainda não tiver tempo para treinar, é bom fazer a prova com calma. “Neste caso, a corredora deve participar pelo prazer, não pela competição”, afirma Franco Noce, professor da escola de educação física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “É importante tentar cumprir todo o trajeto, mas curtir também.” Aquelas que já estão treinando há mais tempo devem estar atentas para não estabelecer um ritmo acima de

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BEM-ESTAR | CORRIDA

Atletas participam de programação intensa: alongamentos antes da prova são orientados por profissionais

O aguardado kit, que é entregue na véspera da corrida: neste ano, camisa rosa neón e bag em formato de mochila assinada pelo estilista Rogério Lima

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Cláudio Cunha

sua capacidade. “Mesmo quem for tentar bater um recorde pessoal deve fazê-lo dentro de um planejamento”, diz Franco. Todas as corredoras, segundo ele, devem tentar controlar a ansiedade. “Se a pessoa for dar um tiro, melhor deixar para o final. Caso contrário, corre o risco de se esforçar demais e não conseguir finalizar a prova”, diz. Os cuidados com a alimentação também não devem ser deixados de lado, independentemente do ritmo a ser adotado pelas corredoras. Uma dica é unânime entre as nutricionistas: não se deve correr com o estômago vazio nem muito cheio. Também é bom evitar a ingestão de alimentos desconhecidos no dia da prova, assim como o excesso de sal e alimentos com muito açúcar processado. A corrida feminina mais charmosa da cidade tem, neste ano, novo patrocinador master, a Itambé, que apoia pela primeira vez um evento esportivo voltado exclusivamente para mulheres. “Eventos esportivos segmentados são a tendência do momento. Queremos nos aproximar do público feminino, e a Encontro Delas é o acontecimento ideal para isso”, afirma Martim Ibrahim, gerente geral de marketing da empresa. A prova vai contar ainda com outros patrocinadores, como GM, Oncomed, Icatu e Epa Plus. ❚

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CIDADE | AEROPORTO

Quando vai decolar? Passageiros de Confins ainda sofrem com atrasos das obras previstas para a Copa do Mundo. Administradora do aeroporto quer assumir pendências e dobrar a capacidade até 2016, mas esbarra na burocracia

Vista aérea do aeroporto internacional de Confins: 11 milhões de passageiros no ano passado

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RAFAEL CAMPOS

Entre pousos e decolagens, quase 11 milhões de pessoas circularam pelo Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande BH, no ano passado. A meta da concessionária BH Airport, responsável pelo complexo aeroviário nos próximos 30 anos, é criar condições para que o lugar, já em 2016, tenha capacidade para receber o dobro de passageiros. Mas, para isso, antes será necessário travar a velha e conhecida queda de braço com a burocracia. Ou seja, para o

aeroporto decolar, a iniciativa privada precisa sair vencedora. O problema é que as obras de responsabilidade da Infraero estão pra lá de atrasadas. A conclusão do terminal 1, já existente, estava prevista para a Copa do Mundo, contudo, o consórcio Marquise/Normatel, responsável pelos trabalhos, paralisou as atividades alegando falta de dinheiro, em agosto de 2014. Diante disso, iniciou-se uma disputa judicial entre as empresas e a estatal, que dura até hoje. “A Infraero vai continuar defendendo seus interesses em juízo, de

Divulgação

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NOV/2013

LINHA DO TEMPO

SET/2011

Início das obras de melhorias e expansão do aeroporto de Confins

DEZ/2012

Empresa Cowan vence a licitação para reformar e ampliar a pista de pouso e decolagem e sistema de pátio. A previsão de conclusão era para dezembro de 2013

ABR/2014 Governo federal promove leilão de concessão do aeroporto BH Airport (composta pelo Grupo CCR e pela Zurich Airport) passa a deter 51% da operação do aeroporto e a Infraero, 49%

AGO/2014 BH Airport assume a responsabilidade integral pela operação e gestão da infraestrutura aeroportuária. O período de concessão termina em 2044

Consórcio Marquise/Normatel, que havia assinado contrato com a Infraero, paralisa as obras do Terminal 1, com 53% dos trabalhos concluídos BH Airport assume o aeroporto sendo assistido pela Infraero

JAN/2015

ABR a DEZ/2014

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CIDADE | AEROPORTO Fotos: Rogério Sol

Paulo Rangel, presidente da BHAirport, concessionária do aeroporto: “Estamos de mãos amarradas”

modo a dar continuidade aos trabalhos o mais breve possível”, informou, em nota, a estatal. Outro imbróglio diz respeito à reforma e à ampliação em 600 metros da pista de pouso. O consórcio Cowan/Conserva também reclama falta de recursos para continuar a obra, que teve a data de conclusão postergada para 2016, dois anos depois da data prevista inicialmente. “Estamos de mãos amarradas”, afirma Paulo Rangel, presidente da BH Airport, sobre os serviços pendentes da gestão da Infraero. O carioca de sotaque discreto está diante, como ele mesmo afirma, de seu maior desafio na carreira de engenheiro civil. Entretanto, mesmo com as intercorrências pelo caminho, vislumbra um cenário positivo. “Este ano e o próximo serão chave para o aeroporto”, diz. Para tentar agilizar as melhorias no aeroporto, a BH Airport começou a articulação para assumir as obras do terminal 1, diante de alguma compensação financeira. “É isso ou a Infraero iniciaria outro processo de licitação”, diz Paulo. Se a opção for por nova lici42 |Encontro

“Temos que conviver com essa bagunça generalizada”, diz o passageiro Guilherme Ferreira

OBRAS PENDENTES Saiba quais são melhorias ainda não executadas no Terminal 1 Reforma das salas de embarque internacional e doméstico Reforma do desembarque internacional Instalação de elevadores Troca de escadas rolantes Execução do prédio comercial Estação de tratamento de água Subestação de energia, sistemas elétricos e de TI Alteração do layout do check-in

OBRAS PREVISTAS PARA 2016 TERMINAL 2: serão instaladas 14 novas pontes de embarque, com salas de embarque nacional e internacional, balcões de check-in e novas esteiras de devolução de bagagens. A previsão é para abril de 2016 PISTA DE POUSO: expansão da pista de pouso dos atuais 3 mil metros para 3,6 mil metros; recuperação de toda a pista de pouso e decolagem

tação, significa novo atraso. As possibilidades estão ainda sendo discutidas, mas o desejo da Infraero e da BH Airport é que a situação se resolva rápido. Para o professor Luciano Ferraz, da Faculdade de Direito da UFMG, os problemas referentes ao terminal 1 demandam solução definitiva entre a estatal e o consórcio. De acordo com Ferraz, arrastar o imbróglio não é saudável para ninguém. “Quem paga a conta do atraso são os passageiros e a administradora”, diz Luciano. Para o professor de processos e tributário Leonardo Naves, da Faculdade Estácio de Sá, o Brasil ainda sofre com a falta de planejamento. “O poder público carece de gestão e de processo”, diz. Enquanto isso, os passageiros têm de enfrentar os transtornos. “É para falar a verdade?”, diz o securitário Guilherme Ferreira, de 35 anos, um dos muitos usuários do terminal, ao ser perguntado sobre a situação do aeroporto de Confins. “Como em todos os aeroportos do país, ficou uma expectativa para Copa que não se concretizou. Aí temos de conviver com

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AC O R D O D E T R AC B E L F I D E L I DA D E A D A N U I V O Ã N A VO C Ê A I N D O T N E M G E S E S S IGUAL NE ENEFÍCIO PERMANENTE N ÃO É P R O M O Ç Ã

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CIDADE | AEROPORTO

As blogueiras Janaína Alvarenga e Deborah Zandona: “O elevador e as escadas rolante ficam distantes. Isso não ajuda quando estamos com pressa”, diz Deborah

Anderson, Bianca Silva e o filho Gabriel, que não são usuários frequentes, conseguem indentificar algum tipo de melhoria com as obras feitas até agora: “Em relação ao ano passado, tá um pouco melhor”

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essa bagunça generalizada. Até agora melhorou apenas a estética”, diz Guilherme, que viaja uma vez por mês a BH, partindo de Limeira (SP). As blogueiras Deborah Zandona, de 24 anos, e Janaína Alvarenga, de 23, viajam com frequência e sentem falta de boas opções de restaurantes e conforto para encarar horas de espera. “O elevador e as escadas rolantes ficam distantes. Isso não ajuda quando estamos com pressa”, diz Deborah. Mas, para o público menos assíduo, as poucas melhorias já foram sentidas. “Em relação ao ano passado tá um pouco melhor”, afirma o mecânico industrial Anderson de Souza Silva, acompanhado da mulher, Bianca Silva, e do filho Gabriel, a caminho de Uberlândia, no Triângulo. A despeito dos problemas, a BH Airport injetou R$ 20 milhões no ano passado, para melhorias do sistema de bagagens, elevadores, escadas rolantes, conexão wi-fi, além dos banheiros e fraudários. O estacionamento também está mudado, com maior cobertura e novos sistemas de barreiras e controle por smart cards. “Tudo que planejamos, estamos fazendo”, afirma Paulo. Entretanto, se não fossem os atrasos, o aeroporto internacional de Confins estaria com as obras bem mais avançadas. “Sem dúvida, essa situação traz prejuízos. Poderíamos oferecer mais centrais de inspeção de raios X, com o terminal 1 concluído, e aumentar o número de voos, com a pista reformada, além de disponibilizar mais serviços para o público, já que atualmente o espaço está restrito”, diz Paulo. O carro-chefe das obras da concessionária é o terminal 2, que dobrará a capacidade do aeroporto para mais de 20 milhões de passageiros por ano. Até abril de 2016, data prevista para a conclusão do terminal, serão investidos R$ 700 milhões. Já o terminal 3 representa outra polêmica. A estatal afirmou que já entregou as obras executadas pelo consórcio Urbtopo/EPC, entretanto, a concessionária BH Airport avisa que ainda espera recebê-las. Fica a torcida para que as partes se entendam e o aeroporto de Confins encontre, enfim, uma rota definitiva. ❚

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COMPORTAMENTO | FÉ

O garoto que visitou

Zuleica Morais/Divulgação

o céu

Pelo menos 3 mil pessoas se reuniram em BH para ouvir o adolescente americano que diz ter se encontrado com anjos e Jesus aos 3 anos de idade. O menino e a família rodam o mundo para divulgar o relato, que virou livro e filme. E emociona a quem escuta VINÍCIUS ANDRADE

Era uma tarde de domingo como outra qualquer em Belo Horizonte. Trânsito tranquilo, famílias e amigos reunidos depois do tradicional almoço. Contrastando com a calmaria daquele dia de março, o bairro Luxemburgo, na região Centro-Sul da capital, recebia movimento atípico. Por volta das 18h, a rua Luiz Soares da Rocha – uma das principais do bairro – estava tomada por carros e pela grande circulação de pessoas. O motivo de todo o alvoroço se dava pela presença do norte-americano Colton Burpo, de 15 anos, na Igreja Batista Central. Ele tornou-se conhecido mundialmente depois de dizer que esteve no céu. Isso quando tinha 3 anos de idade. Acompanhado dos pais, foi a primeira vez que Colton veio ao Brasil, e escolheu Belo Horizonte como parte de uma peregrinação que faz pelo mundo para contar a sua história. A família Burpo esbanjava alegria e bom humor. Muito diferente do que se passava há 12 anos, quando o sentimento que tomava os familiares era de dor e incerteza. Tudo começou em março de 2003. Na pequena Imperial, cidade de aproximadamente dois mil habitantes, localizada no Nebraska (EUA), o garoto Colton começava a 48 |Encontro

Colton Burpo, hoje com 15 anos: “Cada um pode acreditar no que quiser, mas eu sei o que vi”

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sentir fortes dores na barriga e apresentava febre acima dos 39 ° C. O que poderia ser apenas um mal-estar foi diagnosticado pelos médicos como apendicite aguda. A infecção estava se espalhando pelo corpo, e, segundo os médicos, a chance de vencer o quadro era pequena. O pastor evangélico Todd Burpo, então com 35 anos,pai do garoto, sofria com o momento delicado do filho. “A dor que eu senti naquele momento era tão forte, que quase supera a alegria de receber meu filho de volta”, diz Todd. Os médicos recorreram a uma cirurgia de risco como a última tentativa para salvar Colton. A mãe, a gerente de escritório Sonja Burpo, de 42 anos, lembra como seu coração estava angustiado. “Você pode ajudar seu filho com beijinho, bolsa de gelo, e eu não podia fazer nada disso. Colton estava muito doente. Quando eles o levaram para o quarto do hospital, eu achei que fosse a última vez que o veria”, conta. Foi aproximadamente uma hora e meia de angústia para os

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pais. “Eu nunca havia ficado tão bravo com Deus, então fui para um quarto me esconder e questionei a Ele: ‘Vale a pena ser um pastor?’”, relata Todd. Quando restava apenas uma gota de esperança, uma enfermeira chamou os pais e disse exatamente o que eles ansiavam ouvir: o garoto havia reagido bem ao procedimento e estava salvo. Se a história terminasse assim, talvez ela nunca saísse de Nebraska para rodar o mundo. O que ninguém esperava era que Colton começaria a relatar uma jornada celestial. Durante a cirurgia de emergência à qual foi submetido, o garoto conta que deixou seu corpo e foi levado ao paraíso por Jesus. De início, até mesmo os pais duvidaram, mas o menino insistia em propagar sua experiência. “A primeira coisa contada, que chamou nossa atenção, foi que anjos cantaram para ele no hospital. Não ficávamos falando de anjo em nossa casa. Colton era um garoto muito sério, e sabíamos que ele não estava inventando”, diz Todd.

O “garoto do céu”, apelido dado carinhosamente pelos amigos, narrou a história em fragmentos. A cada dia, os pais eram surpreendidos por um novo episódio. “O Colton conta que me viu naquele quarto do hospital orando, e ninguém sabia disso, não tinha nenhuma explicação física para isso”, diz Todd. O garoto também afirma ter se encontrado com seu bisavô no céu, apesar de não tê-lo conhecido. Pop morreu em um acidente de carro quando o neto Todd, pai de Colton, tinha apenas 7 anos. Na aventura vivida por Colton, aos 3 anos de idade, ele ainda relata ter visto os apóstolos Pedro e João, além de Maria, mãe de Jesus. Certa vez, Sonja estava ocupada com os trabalhos domésticos quando o filho se aproximou e disse ter duas irmãs. Aparentemente a conta estava errada, porque o garoto tinha apenas uma, a Cassie, hoje com 18 anos, e nem sonhava em ter o irmão mais novo Colby, que completa 11 neste ano. Atarefada, a mãe não deu ouvi-

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COMPORTAMENTO | FÉ

dos ao filho, mas ele insistiu no assunto. “Você teve um bebê que morreu na sua barriga”, afirmou o menino. Espantada, Sonja questionou o filho. “Ela me disse”, respondeu o garoto. Sonja havia sofrido um aborto espontâneo um ano antes de dar à luz Colton e não contara aos filhos. As histórias de Colton foram se espalhando pela cidade. Alguns duvidavam e outros se espantavam, mas acreditavam. “Quando eu era pequeno, achava que todos tinham vivido essas experiências. Pensava que, quando eu contasse, as pessoas não iriam duvidar. Só quando fiquei mais velho entendi que tive uma experiência diferente. Existem pessoas que dizem que essa história foi inventada. Cada um pode acreditar no que quiser, mas eu sei o que vi”, diz Colton. 50 |Encontro

O testemunho do jovem rompeu as fronteiras do Nebraska e se tornou best-seller no mundo inteiro. O pai é o autor do livro O Céu É de Verdade, lançado em 2011. As vendas ultrapassaram 10 milhões de cópias, sendo o mais comercializado por mais de 80 semanas na lista do jornal The New York Times. Como se não bastasse, Hollywood também bateu à porta da família Burpo e em 2014 foi lançado o filme de título homônimo, dirigido por Randall Wallace. Arrecadaram-se mais de 100 milhões de dólares, valor que fica atrás apenas da trilogia As Crônicas de Nárnia e do filme Paixão de Cristo no ranking das obras cinematográficas de maior bilheteria da história com temática cristã. “Nunca cogitei escrever um livro. Pensei escrever depois de sete anos

de o fato ter acontecido. Quem vai querer ler um livro de um autor com sobrenome Burpo? À medida que eu orava, eu não conseguia me livrar da responsabilidade de escrever. Minha ideia era ajudar poucos leitores, não imaginava que seriam milhões”, diz Todd. Junto à repercussão mundial, vieram as críticas. Líderes religiosos questionaram a descrição do céu feita por Colton. Outras pessoas apontam que tudo não passa de uma fantasia infantil. Todd não se diz abalado pelas avaliações negativas. “Nós já recebemos todo tipo de retorno que você puder imaginar. Pessoas já nos ameaçaram, nos questionaram, nos acusaram de fazer só por dinheiro. Para uma pessoa que critica, tem dez que nos agradecem. Muitas vezes você tem de olhar acima das críticas,

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Fotos: Pedro Couto/Divulgação

Em sentido horário: jovens rezam com Colton, em sua passagem por BH; os pais, Sonja e Todd Burpo, que rodam o mundo com o filho para divulgar o relato; público chora ao ouvir a história

porque, se você não olhar além delas, não verá todas as pessoas que consegue ajudar”, diz Todd. Na primeira visita ao Brasil, a família Burpo foi recebida por pelo menos 3 mil pessoas, de diversas idades, no auditório da Igreja Batista Central. O local tem capacidade para 2,5 mil pessoas e todos os assentos foram ocupados. Muitos expectadores tiveram de acompanhar de pé o relato. As reações eram de emoção. A estudante Larissa Santiago, de 16 anos, estava curiosa com a história do garoto. Quando ela soube que o jovem estaria em Belo Horizonte, não teve dúvidas: “Sabemos pouco sobre o céu e, quando eu escutei a história do Colton, quis saber o que ele viu. Achei muito interessante, porque nos dá a certeza de que Deus está no controle de todas as coisas”, afirma.

A estudante Lorena Montalvão, de 22 anos, assistiu ao filme e levou a família para conhecer a família Burpo. Ao final da reunião, ela aproveitou para registrar uma foto com Colton. “A história é linda, mostra sobre o amor de Deus. Ela fala sobre um tema questionado, que só pode ser entendido por meio da fé”, afirma Lorena. Com destaque na mídia, a família da pequena cidade norte-americana se tornou conhecida pelo mundo todo. Apesar da mudança de rotina, Colton não gosta do título de celebridade. “As pessoas me perguntam se eu ganho tratamento especial depois que me tornei o ‘garoto do céu’. Não, não ganho tratamento especial. Quando volto para minha cidade, sou apenas o Colton. Quando a fama começa subir a minha cabeça, meus

amigos estão lá para me colocar no lugar”, diz o adolescente. Além de pastor na igreja da sua cidade, o pai de Colton é treinador de luta livre e bombeiro voluntário. A mãe, Sonja, cuida da casa e é bem exigente. Para ela, a família Burpo é diferente, mas não especial. “O Colton vai para uma escola normal, tem tarefas para fazer. Na minha casa, a partir de 10 anos você lava sua própria roupa. Ele tem de limpar a igreja”, diz. A família adora viajar para divulgar o ministério “O Céu é de Verdade”, mas diz não se esquecer das responsabilidades. “Já fomos a Espanha, Singapura e vários lugares dos Estados Unidos para compartilhar o amor de Jesus Cristo. É muito bom, mas nós temos de voltar para casa e lavar nossas roupas”, diz a mãe de Colton. ❚ MAIO DE 2015

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ESPORTE | SQUASH

Adrenalina Em clubes e condomínios, o squash vem atraindo novos praticantes em BH. Segundo especialistas, a atividade melhora a coordenação motora e a capacidade de concentração

Samuel Gê

nas quadras DANIELA COSTA

O clima é de competição, mas também de descontração. Quando se reúnem para jogar squash, pai e filho se divertem. O representante comercial Emerson Carneiro Miranda, de 42 anos, conta que desde bebê o filho, Samuel Lopes Miranda, de 12 anos, o acompanha às quadras. “Enquanto eu jogava, ele ficava brincando no chão. Hoje é meu parceiro de treino”, diz

Emerson. Praticado como esporte ou lazer, o squash vem conquistando os belo-horizontinos que se deixam levar pela adrenalina que o jogo traz. “Nos últimos anos, Minas é o estado onde mais cresceu o número de praticantes de squash, tanto amadores quanto profissionais”, diz o empresário esportivo e ex-atleta profissional da modalidade Roberto Mori, de 49 anos. Não há levantamento sobre o número de praticantes, mas somen-

Emerson Carneiro Miranda e o filho Samuel Lopes Miranda se divertem juntos: “Quando ele era mais novo, ficava brincando na quadra enquanto eu jogava. Hoje é meu parceiro de treino”, diz Emerson

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te na capital existem oito academias e quatro clubes onde o esporte pode ser praticado. “Isso sem contar os inúmeros condomínios, prédios residenciais e casas que também dispõem de quadras de squash na cidade”, diz Mori. Não por acaso, atualmente o estado conta com tradicionais competições, entre elas, o Circuito Mineiro de Squash, o Circuito Squash Open e o Circuito Inter Academias. O esporte, segundo registros, surgiu no século XIX, em Londres, como forma de distração de presidiários, que utilizavam o jogo para gastar energia. Com o tempo, foi sendo difundido pelo mundo, mas de modo elitizado, por se tratar de prática individual, que demanda quadra específica, e por ser pouco divulgado. No Brasil, chegou em 1920, trazido por ingleses. A primeira quadra do país foi construída em Nova Lima, na região metropolitana de BH, onde está o Clube das Quintas. “Hoje o perfil dos praticantes amadores é bem diversificado, temos público de todas as áreas,

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sexo e idade”, diz Marco Feitosa, da Escola Mineira de Squash. Segundo ele, a disseminação se deu com o aumento do número de quadras em escolas e clubes, o que reduziu o custo e viabilizou o acesso de muita gente. “Os valores se tornaram bem mais acessíveis, com o custo da hora/aula em torno de R$ 50 e ainda podendo ser dividido

ONDE PRATICAR ACADEMIAS Nick Squash Winner Squash e Tênis Escola Mineira de Squash Arena Squash Ladislau Tenis e Squash Academia Mergulho Saque Academia de Tênis Plataforma Academia CLUBES Minas Tênis Clube Olympico Club Clube Jaraguá Pampulha Iate Clube

por até quatro jogadores”, diz. Os benefícios para o corpo são um atrativo. Em uma quadra fechada, dois jogadores rebatem a bola contra a parede usando uma raquete, cada qual tentando dificultar a recepção do outro para marcar pontos. Os movimentos rápidos exigem concentração e agilidade dos competidores, que chegam a perder 800 calorias por hora. Entre as vantagens que o esporte traz estão a melhora do condicionamento físico e cardiovascular, o aumento da coordenação motora e o fortalecimento dos membros inferiores e glúteos, além de ajudar a relaxar e diminuir a ansiedade. O empresário Ronan da Silva Drummond, de 44 anos, trocou a corrida pelo squash e não se arrepende. “É mais dinâmico, tem alternação de atividade aeróbica e de velocidade mais intensa. Exige agilidade no raciocínio e promove grande gasto calórico. Para mim, é uma forma saudável de fugir do estresse do dia a dia. Excelente para descarregar energia”, diz.

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ESPORTE | SQUASH Alexandre Rezende

JC Martins

O empresário Ronan da Silva Drummond trocou a corrida pelo squash e não se arrepende. “É excelente para descarregar energia”

A estudante mineira Giovanna Veiga, de 16 anos, é campeã sul-americana na categoria e se prepara para competir nos Jogos Pan-americanos em Toronto, em julho. “Vou treinar muito para tentar trazer mais essa medalha para o Brasil”

Em razão do esforço contínuo nos joelhos e tornozelos, é importante receber orientação profissional. Desse modo não há perigo de se machucar. Para minimizar os riscos, as quadras têm características específicas como piso de madeira para amortecer o impacto, e os praticantes precisam usar equipamentos de proteção, como óculos e capacete. O manejo incorreto da raquete, por exemplo, pode provocar lesões nos punhos e cotovelos. “É importante ter um instrutor capacitado para passar as técnicas básicas de segurança. Além, é claro, de ensinar sobre as regras do jogo”, diz Marco Feitosa. O crescimento contínuo do squash incentivou, inclusive, a participação de jovens mineiros em competições. Alguns conquistaram destaque no cenário nacional e internacional. “Nossos atletas estão entre os melhores do Brasil. Não por acaso, a seleção mineira

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Samuel Gê

"Nos últimos anos, Minas é o estado onde mais cresceu o número de praticantes de squash, sejam eles amadores ou profissionais”, diz o empresário esportivo e ex-atleta profissional Roberto Mori

foi a campeã nacional em 2012, 2013 e 2014”, diz Daniel Penna de Almeida, presidente da Federação Mineira de Squash. Entre eles, está a estudante Giovanna Veiga, de 16 anos, campeã sul-americana na categoria sub 17 feminino, nas competições realizadas em fevereiro no Equador, e o irmão, o estudante Pedro Veiga, de 20 anos, campeão sul-americano de duplas em 2012, no Chile, e vice-campeão pan-americano de dupla em 2013, no Brasil. “Quando eu era pequena, acompanhava meu pai e meu irmão aos jogos. Aos 6 anos, comecei a praticar o esporte e aos 9 anos já treinava para competir”, diz Giovanna. Em 2014, ela começou a disputar o circuito profissional e neste ano foi selecionada para os Jogos Pan-americanos em Toronto, no próximo mês de julho. “Vou treinar muito para tentar trazer mais uma medalha para o Brasil”, diz Giovanna. ❚

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Pertinho de BH, dois destinos inesquecíveis esperam por você.

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PET | SAÚDE Fotos: Samuel Gê

O cão José foi resgatado das ruas pela estudante Juliane Lima e tratado só com reforço de alimentação: “As verrugas sumiram em pouco tempo”, diz Juliane

Atenção aos sinais Pouco conhecida, a papilomatose canina é uma doença que atinge animais de todas as idades, até mesmo os vacinados. Pequenas verrugas em várias regiões do corpo indicam o contágio 56 |Encontro

DANIELA COSTA

Há seis meses, quando voltava para casa, no bairro Buritis, a estudante de gastronomia Juliane Lima, de 27 anos, deparou com um cãozinho que subia a rua meio cambaleante e, mesmo fraco e cansado, tentava interagir com as pessoas que passavam pelo local. Sensibilizada, ela se aproximou para lhe oferecer alimento e, desde aquele momento, conquistou um fiel companheiro. José, nome que lhe foi dado posteriormente, a escoltou até a porta de casa, onde acabou sendo recebido como o mais novo membro da família. “Ele estava bem debilitado, faminto e com muitos parasitas pelo corpo.

Além disso, observei que também tinha algumas verrugas do lado externo da boca”, diz Juliane. Ela ainda não sabia, mas com a imunidade baixa, José foi vítima perfeita para uma doença pouco conhecida, mas extremamente contagiosa entre os cães, a chamada papilomatose canina. A doença causada pelo papillomavírus é caracterizada pelo surgimento de verrugas com coloração e formatos variados que afetam algumas regiões do corpo do animal, entre elas a genital, ocular e cutânea. No entanto, por possuírem alta irrigação sanguínea, os locais mais afetados são lábios, mucosa labial, língua, palato, esôfago, faringe e epiglote.

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PET | SAÚDE

PROTEJA SEU PET Saiba mais sobre a doença para evitá-la O QUE É Doença causada pelo papillomavírus que acomete vários mamíferos, entre eles, bovinos, equinos e canídeos, mas raramente observada em felinos, aves e répteis SINTOMAS Presença de tumores benignos (verrugas ou papilomas) com crescimento contínuo em algumas regiões do corpo do animal, especialmente a boca. Em estágio avançado, a ulceração dos papilomas pode ocasionar graves infecções TRANSMISSÃO Ocorre por contato direto ou indireto, com secreções ou sangue provenientes dos papilomas de animais infectados TRATAMENTO Terapia, vacinação, cirugia, homeopatia e/ou imunoestimulantes

“É uma doença infectocontagiosa que pode acometer animais de qualquer idade, mesmo os vacinados. Porém, filhotes e adultos imunossuprimidos compõem a maior parte do grupo de risco”, explica o veterinário André Brey-Gil, do Centro Veterinário Referência Animal. Segundo ele, o vírus da papilomatose já foi encontrado em mais de 20 espécies de mamíferos, e sua transmissão se dá por meio do contato direto ou indireto com secreções ou sangue provenientes dos papilomas de animais infectados. Em estágio avançado, a ulceração dos papilomas pode ocasionar infecções. O problema se agrava quando a proliferação dos tumores chega a obstruir a faringe do animal, que passa a não conseguir se alimentar. “Nesses casos, a intervenção cirúrgica é indicada. Outro protocolo muito adotado é 58 |Encontro

A consultora de vendas Roseli dos Santos e a cadelinha Endy, que estava com a imunidade reduzida e acabou sendo infectada: “Optei pela cirurgia. Hoje ela está totalmente recuperada”

a vacina autógena, feita com extratos dos papilomas retirados do próprio animal”, explica o veterinário Marthin Raboch Lempek, professor da UFMG. Estudos apontam que a homeopatia também surte bons resultados no tratamento da papilomatose. “Em alguns pacientes, apenas com sua administração, os tumores sumiram completamente em menos de 30 dias, e sem recidiva”, diz o especialista. Há três semanas, a consultora de vendas Roseli dos Santos, de 44 anos, optou pela extração dos papilomas da cadelinha Endy. Após passar por uma cirurgia ortopédica, ela teve de tomar vários medicamentos que baixaram sua imunidade. “Foi quando observei que surgiram várias verrugas em sua boca, e, como ela já estava sobrecarregada de remédios, preferi realizar o procedimento cirúrgico.

Hoje está totalmente recuperada”, diz Rosely. O tratamento é controverso e varia de acordo com o organismo de cada animal. Em alguns casos, como foi o do cãozinho José, a doença pode regredir espontaneamente após três meses de seu surgimento, só com o reforço de alimentação. “As verrugas sumiram em pouco tempo”, diz Juliane Lima. Para que isso ocorra, é necessário que o cão tenha o seu sistema imunológico fortalecido. “A doença está relacionada à baixa de resistência, por isso animais bem cuidados, com boa alimentação, dificilmente vão desenvolvê-la, exceto em casos específicos”, diz o veterinário Gilson Dias Rodrigues. Outra boa notícia é que, apesar do aspecto desagradável, a doença não é transmissível para os seres humanos e, quando tratada corretamente, tem cura. z

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SAÚDE | MALHAÇÃO Samuel Gê

Aos nove meses de gestação, a psicóloga Gabriela Figueiredo, de 35 anos, pratica musculação: “Não forço demais”

Grávidas e saradas Praticar atividade física na gestação traz benefícios às mamães e aos bebês, mas é preciso cuidado. Saiba como as gestantes podem manter a forma sem correr riscos 60 |Encontro

DANIELA COSTA

A onda das grávidas saradas vem quebrando tabus e contradizendo crenças que apontam gravidez como sinônimo de inatividade física. Cada vez mais ativas, mulheres como a modelo Bella Falconi, de 30 anos, grávida de seis meses e famosa pelo corpo talhado, servem de inspiração para mulheres que querem fugir do sedentarismo e praticar atividades físicas durante

a gestação. A empresária Juliana Caixeta, de 40 anos, é uma delas. Há 11 anos praticando esportes e participando de maratonas de corrida, conseguiu manter uma rotina diária de atividades físicas que incluiu uma hora e meia de caminhada e aulas de spinning durante os nove meses de gestação de seu primeiro filho, Leonardo, nascido em abril. “Diminuí o ritmo e a intensidade dos exercícios e mantive alimentação balanceada. Talvez

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Alexandre Rezende

A funcionária pública Naulila Lousa, de 35 anos, optou pelo pilates, orientada pela fisioterapeuta Raisa Vaz: “Ajuda também a relaxar”

por isso nunca tenha sentido muito sono, indisposição, nem mesmo enjoo”, diz. “A gravidez foi tranquila.” Ao contrário do que muitos acreditam, praticar atividades físicas durante a gestação é mesmo saudável, tanto para a mãe quanto para o bebê, e traz vários benefícios. “Além dos aspectos relacionados ao bem-estar emocional, o exercício proporciona melhora do condicionamento físico, composição corporal e adaptação muscular e cardiovascular da grávida, o que é importante para que ela tenha gestação e parto tranquilos”, diz o médico obstetra Frederico José Amedee Péret. Segundo ele, estudos apontam que a ocorrência de cesarianas é bem menor em mulheres que praticam exercícios regulares.

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Outro fator positivo é o ganho de peso mais adequado do feto. No entanto, é importante observar caso a caso, pois o gasto energético da mãe, se exagerado, pode prejudicar o desenvolvimento da criança, especialmente naquelas que sempre foram sedentárias. “Exercícios mal orientados podem significar riscos a ambos. Por isso, sempre indicamos o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, composta por obstetra, educador físico, fisioterapeuta e nutrólogo”, diz. A psicóloga Gabriela Figueiredo, de 35 anos, aguarda a chegada de seu segundo filho. Aos nove meses de gestação, ainda pratica musculação e exercícios aeróbicos, mas sempre com cautela, especialmente após ter

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SAÚDE | MALHAÇÃO Samuel Gê

A professora de inglês Letícia Mourão Mafra, de 38 anos, dedica-se à natação. “Na água posso me exercitar sem medo de sofrer lesões”

sofrido deslocamento de placenta nos três primeiros meses de gravidez. “Nesse período, fiquei parada. Depois voltei com as atividades de baixo impacto, para não forçar demais. Assim, não sofro com problemas comuns como sobrecarga na coluna, inchaço nas pernas e dores nas costas”, diz. Durante a gravidez do seu primeiro filho, hoje com 5 anos, ela malhou até a última semana, mas sempre com cuidado. O educador físico Henrique de Oliveira Castro, coordenador da Academia Malhação, orienta que exercícios que causem impacto no organismo devem mesmo ser suspensos, entre eles os isométricos, em decúbito ventral, corridas, algumas aulas coletivas e abdominais. “Também orientamos maior cuidado nos três primeiros meses de gravidez, que são o período de maior risco”, diz. Entre as atividades mais indicadas estão natação, caminhada, bicicleta, ioga e pilates. Durante muitos anos, a professora 62 |Encontro

Ana Rennó/Divulgação

A empresária e maratonista Juliana Caixeta, de 40 anos, manteve a rotina de atividades físicas durante toda a gravidez. “Apenas diminuí o ritmo e a intensidade dos exercícios”, diz

de inglês Letícia Mourão Mafra, de 38 anos, praticou triatlo. Agora, aos seis meses de gravidez do primeiro filho, dedica-se apenas à natação na academia Runner. “Não faço mais treinos, mas continuo nadando quase todos os estilos. Na água posso me exercitar sem medo de sofrer lesões”, diz. Por sua vez, a funcionária pública Naulila Lousa, de 35 anos, está no sétimo mês de gestação e optou pelo pilates. “Além de ajudar a relaxar, oferece menos desgaste das articulações e dos músculos”, diz. A nutricionista Bruna Donatti Castro Falci, da Companhia Athletica, alerta que não basta se exercitar. É preciso estar atenta também à alimentação. “Dietas restritivas nesse período prejudicam o desenvolvimento fetal. Já o ganho de peso aumenta o risco de complicações durante a gravidez e no parto”, diz. Então, não há como fugir: aliar alimentação saudável e atividade física é o que garante sempre o bem-estar, em qualquer época. ❚

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COMPORTAMENTO | KIDS Samuel Gê

Além de brincar e estudar, tem muita criança que se diverte fazendo e vendendo cupcakes, pulseirinhas e outros produtos. A iniciativa é positiva, mas não pode virar obrigação

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Rafaela Bicalho, de 10 anos, entrou no curso de culinária para aprimorar as técnicas de cupcakes e aprender novas receitas: “Estou pensando em fazer outros docinhos”

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Denis Medeiros

MARINA DIAS

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á quatro anos, Luísa Sarmento Bambozzi tem seu próprio negócio. Primeiro, ela produzia quitutes e refrescos. Recentemente, acrescentou artesanato ao mix de produtos. É ela mesma quem faz colares, anéis e pulseiras. Tem conseguido lucrar para atingir seu objetivo: comprar um celular. Corriqueira no mundo dos negócios, essa história poderia não ter nada de especial, não fosse o fato de que a empreendedora em questão tem 10 anos. Desde os 6, Luísa faz comidinhas e sucos – e, mais recentemente, os acessórios –, que leva para o playground para vender às mães que descem com seus filhos para brincar. Quando quer aumentar o público potencial, coloca bilhetes debaixo das portas dos vizinhos para avisar dia e horário dos bazares e, vez ou outra, vende de porta à porta. Prendada desde pequenininha, ela herdou da avó paterna – costureira de mão cheia – o gosto e a habilidade pelos trabalhos manuais. A mãe de Lu, Danielle Sarmento, conta que a menina sempre teve dom para o artesanato, incentivado pela escolinha que frequentava e pelos próprios pais, que a presenteavam com brinquedos voltados para a confecção das peças. “Ela sempre foi habilidosa. O lado empreendedor é que não sei de onde veio, pois eu e o pai somos arquitetos, não temos tino para negócios”, diz. O fato é que, precocemente, Luísa decidiu confeccionar e customizar não apenas para si, mas para vender. A partir daí, os bazares viraram tradição no prédio, e a clientela vem só se expandindo. No momento, a pequena está trabalhando nas peças que vai levar para a casa da avó, no interior de Minas, para vender nas férias. E a mãe dá o maior apoio: “Acho bacana, porque ela faz mais pelo prazer de criar e de vender do que pelo dinheiro que vai ganhar”, afirma. Luísa admite: “Está adorando”. Mas, claro, ainda é muito cedo para dizer se pretende continuar com isso por muito tempo. Mesmo entre as crianças que gos-

Bernardo Fratezzi, de 9 anos, diverte-se fazendo as contas de custo, preço de venda e lucro das pulseirinhas que produz: “Quero comprar mais material”

tam de criar, construir e cozinhar, nem todas têm a iniciativa ou a vontade de empreender. É algo individual, da mesma forma que algumas pessoas são mais inclinadas para os negócios, outras para o esporte, e assim por diante. Já as crianças empreendedoras devem mesmo ser estimuladas pelos pais, mas sem forçar nada, diz a psicóloga clínica Débora Galvani. “Para as que demonstram essa vontade, poder realizar a atividade pode ter

impacto positivo na autoestima. É a criança sentir que consegue produzir algo que as pessoas valorizam. E não é pelo dinheiro, mas pelo verdadeiro valor daquilo. Isso se reflete positivamente no desenvolvimento de sua identidade”, explica. O momento não poderia ser melhor para esses pequenos. Com a internet, eles podem aprender coisas novas por meio de tutoriais em vídeo, blogs e sites especializados, tudo exMAIO DE 2015

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COMPORTAMENTO | KIDS Paulo Márcio

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Luísa Sarmento, 10 anos, faz bijuterias e cupcakes que vende aos vizinhos do prédio, com o apoio da mãe, Danielle Sarmento: “Estou adorando”, diz Luísa

plicado passo a passo. Podem também se valer da web para divulgação do que fazem, usando Instagram, e-mail ou até WhatsApp – tudo com acompanhamento dos responsáveis, claro. É por meio do WhatsApp que Juliana Bicalho manda para familiares e amigos fotos dos cupcakes que a filha Rafaela Bicalho Gondim, de 10 anos, produz. Jeitosa que só ela, Rafa decora os quitutes com carinho, dedicação e muita habilidade. “Além de gostosos, são lindos. Tem muita arte ali”, diz a mãe coruja. A pequena conquista clientes fácil, fácil, e já têm até encomendas de amigos da família. Juliana conta que a filha começou a fazer cupcakes sozinha, pegando receitas na internet. Para incentivar a pequena e ajudá-la a aprimorar as técnicas na culinária, colocou-a recentemente em um curso onde Rafa aprende a fazer cupcakes, biscoitos, muffins e outras gostosuras, além de cuidados com a higiene, como o uso de touca e luvas. Estrategista, Rafa está pensando 68 |Encontro

em vender também na escola, mas já supõe que cupcakes talvez não sejam a melhor pedida, pois são mais caros. “Estou pensando em outros docinhos, como brigadeiro”, diz. Apesar do apoio, a mãe de Rafa é enfática: “Não deixamos a atividade atrapalhar os estudos”, diz. Esse, aliás, é o principal alerta dos especialistas quanto ao “empreendimento precoce”. A atividade não pode prejudicar as obrigações e outras formas de lazer da criança. “Também é importante que a criança não deixe de brincar com os coleguinhas ou conviver com a família”, lembra Galvani. O envolvimento dos pais também é interessante no negócio em si, já que as crianças não têm muita noção dos custos de produção e outros detalhes. Assim, os pais podem fazer junto com os filhos os cálculos de quanto vale o produto. O pequeno Bernardo Marques Fratezzi, de 9 anos, acompanha seu negócio na ponta do lápis. Ele faz pulseirinhas coloridas de elástico –

que viraram febre entre a garotada no ano passado – e vende na escola e em eventos de família. Bom em matemática, foi ele mesmo quem fez as contas de quanto custou o material, comprado pela mãe, e por quanto deveria vender cada produto para cobrir os custos e começar a ter algum lucro. “Como ele gosta de números, curte essa parte da ‘contabilidade’ até mais do que a venda em si”, diz a mãe, Myriam Marques Fonseca. Filho de uma gestora do terceiro setor e irmão de dois pequenos empresários, Bê está seguindo o caminho da família. “Sempre incentivei essa iniciativa nos meus filhos. Temos de criá-los para serem felizes. Eles precisam ter responsabilidade e correr atrás”, afirma Myriam. O garoto diz que está adorando o negócio: “Quero comprar mais material quando esse acabar”, diz. O plano A para o que vai ser quando crescer, no entanto, continua sendo virar jogador de futebol. “É mais legal ainda”, afirma Bê. z

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Para Saiba Você

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A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA TRABALHA SEM PARAR.

NO ANÚNCIO ANTERIOR, VOCÊ VIU VÁRIAS AÇÕES DA ALMG. CONFIRA MUITO MAIS AGORA.

VEJA O QUE A ASSEMBLEIA FEZ NESSES ÚLTIMOS DIAS: Comissão Extraordinária das Mulheres é instalada no parlamento mineiro para garantir maior participação feminina na política.

Assembleia cria comissão extraordinária para promover proteção, aprimorar legislação e debater temas como o uso de animais em ensino e pesquisa.

Deputados defendem a criação de delegacia especializada no combate a crimes raciais e de intolerância.

CONFIRA OUTROS TRABALHOS DOS DEPUTADOS QUE TAMBÉM AFETAM A SUA VIDA: SEGURANÇA PÚBLICA Deputados vistoriam Ceresp de Contagem e cobram medidas para acabar com a superlotação. Parlamentares vão interceder ao governo pela instalação de Delegacia Regional em Viçosa e pelo aumento do número de policiais na região. SAÚDE Assembleia procura soluções para as dívidas do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, em Pouso Alegre. Deputados propõem alternativas para reabertura de hospital em Lagoa Santa. Interrupção das atividades deixou trabalhadores e moradores desamparados. Parlamentares sugerem a criação de Programa de Cirurgia Plástica Reconstrutiva de Mama na rede pública.

MEIO AMBIENTE Parlamentares cobram de empresa responsável por obras no Aeroporto de Confins medidas que recuperem as lagoas do município. Deputados reivindicam ao Executivo a criação de políticas públicas que apoiem indústrias de energias alternativas.

EDUCAÇÃO Deputados cobram regularização nos repasses do Estado para escolas de educação especial. Assembleia apoia implantação de polo da UFMG no Sul de Minas.

DEFESA DO CONSUMIDOR Deputados apoiam projeto que obriga Detran a divulgar valor arrecadado com multas e destino do dinheiro. Parlamentares exigem regras claras para cálculo de tarifas em estacionamentos de veículos.

AGRICULTURA Parlamentares sugerem marcha dos produtores mineiros a Brasília para reivindicar a renegociação das dívidas rurais e medidas de estímulo ao setor.

TRANSPORTE Deputados questionam concessionária responsável e reivindicam que duplicação da BR 040 entre Juiz de Fora e Brasília comece pelo trecho mineiro, que é o mais perigoso. Parlamentares exigem providências e DER anuncia recapeamento das MGs 230, 187 e 462 na região de Patrocínio.

DIREITOS HUMANOS Deputados discutem formas de diminuir a violência contra os idosos. COMBATE ÀS DROGAS Deputados organizam Ciclo de Debates e quarta edição da Marcha Contra o Crack e Outras Drogas. MINERAÇÃO Deputados unem forças com municípios mineradores pela aprovação do Marco Regulatório da Mineração no Congresso Nacional. Medida trará mais impostos para as prefeituras.

Assembleia propõe medidas para garantir mais segurança para quem trafega pela MG 030, entre BH e Nova Lima.

CULTURA Parlamentares apoiam distribuição de bolsas de estudos da Fapemig para manutenção do Ballet Jovem da Fundação Clóvis Salgado.

Para saber mais, acesse www.almg.gov.br/acompanhe/noticias. Saiba qual o canal da TV Assembleia na sua cidade. Acesse www.almg.gov.br/acompanhe/tv_assembleia/sintonia. Você também pode receber notícias sobre os assuntos de seu interesse. Para isso, basta clicar em “Receba as nossas notícias” e se cadastrar.

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DEZ PERGUNTAS PARA | SRI PREM BABA

“O resgate da espiritualidade é a única saída” MARINA DIAS

Foi depois de ter a visão de um velhinho de barbas brancas chamando-o para ir à cidade indiana de Rishikesh que o paulista Janderson Fernandes de Oliveira começou sua mudança de vida, segundo ele conta. Aos 33 anos, quando viajou para a Índia a lazer, reconheceu o velhinho de sua visão em um dos retiros visitados, e tudo mudou por completo. Deixou para trás as atividades na psicologia e demais elementos da “vida mundana” e se entregou totalmente à espiritualidade. Em 2002, tornou-se Sri Prem Baba (pai do amor), um dos mestres espirituais mais pops da atualidade, queridinho de celebridades como Ana Maria Braga e Márcio Garcia, e com cerca de 300 mil seguidores no mundo todo. Sua filosofia, baseada no amor, tem feito sucesso, e a agenda de Prem Baba está cheia. Ele, que divide seu tempo entre Índia e Brasil, estará em BH em junho para o lançamento de seu quarto livro, que trata de relacionamentos amorosos, para a realização de um retiro e participação na oitava edição do Festival Internacional Andando de Bem com a Vida. 1 | ENCONTRO - No mundo e no Brasil, estamos passando por momentos de ansiedade, insegurança, crise econômica. Como superar essa angústia, tanto no nível pessoal quanto coletivo? PREM BABA - A crise global em prati-

camente todos os setores da sociedade é o principal sintoma do esquecimento de nossa natureza espiritual. Vemos o dinheiro, o meio ambiente, os recursos

Brasileiro que se tornou mestre espiritual conhecido em todo o mundo fala sobre o momento atual da humanidade, a crise brasileira e como superar as dificuldades

naturais, a política, através de um olhar puramente materialista. E é claro que a conta não fecha. O materialismo é egoísta e insensato. A matéria precisa ser compreendida à luz do espírito. Para mim é muito claro que a saída para a humanidade está no resgate da espiritualidade. Especialmente a economia e a política precisam urgentemente dessa luz, do contrário, sucumbiremos. 2 | O senhor acredita que a humanidade está evoluindo com o tempo ou que está regredindo?

Em alguns aspectos estamos evoluindo, noutros estamos estagnados. Estamos presos aos vícios. E nada vicia mais do que o sofrimento. Ele é uma coisa que ninguém quer, mas do qual ninguém abre mão. Isso parece completamente insensato, mas assim é. 3 | Como devemos encarar episódios chocantes e aparentemente sem justificativa, como do piloto alemão que derrubou um avião nos Alpes Franceses?

Como um episódio de emergência espiritual: depressão, ansiedade, instabilidade de humor, angústia, pânico, sentimento de não pertencimento ou falta de sentido na vida. Esses são sintomas da desconexão com nossa fonte espiritual. Mas entenda que não estou falando de religião. Muitas pessoas são religiosas, mas estão completamente desconectadas da fonte espiritual, do verdadeiro amor. Sitah/Divulgação

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4 | Qual a importância de pontes, entre elas, a do Oriente com o Ocidente, das quais o senhor sempre fala?

Sinto que essa ponte é fundamental para a evolução da consciência humana. Oriente e Ocidente são representações da intuição e da razão, dos hemisférios esquerdo e direito do cérebro, ou ainda da conexão entre espiritualidade e ciência. A separação e isolamento entre essas áreas da consciência é uma das raízes da miséria humana. O amor é o agente que promove união. A separação e, consequentemente, as disputas e competições que nascem dela são geradoras de conflitos e de sofrimento. Mas a separação nasce do medo e do ódio. Medo e ódio são a antítese do amor. Se estamos vivendo uma crise global devido aos desdobramentos da separação é porque temos sido dominados pelo medo e pelo ódio. Esquecemos o caminho do amor e da união. Se existe um remédio para os conflitos humanos, ele se chama amor. 5 | Qual a importância do silêncio?

O silêncio é a eloquência da existência. É dele que nascem a verdade e a beleza. O cultivo do silêncio de forma intencional é o melhor instrumento para criar o campo adequado para o despertar do amor. Quando falo de amor me refiro à principal fragrância do ser, que é a vida que nos habita. Esse amor não é o mesmo que sexo ou paixão. Trata-se de um sentimento sincero de querer ver o outro feliz, sem querer absolutamente nada em troca. Mas o mundo se tornou muito barulhento. Nós nos tornamos barulhentos. Pensamos compulsivamente, sempre elaborando estratégias para tirar vantagem, chamar a atenção, sermos importantes, em resumo, para sermos amados. Isso porque desconhecemos que a fonte do amor que buscamos fora está dentro de nós. O silêncio é a ponte para o nosso mundo interior, onde está a fonte do amor e da felicidade duradoura. O que pode ser mais importante do que isso? 6 | O que pode esperar a pessoa que se comprometer a sua proposta de um minuto de silêncio diário por 21 dias?

O efeito é uma radical mudança na vida. Claro que para melhor. A prática de se recolher em silêncio por um minuto

durante os 21 dias começa a criar os alicerces da ponte que nos conecta com a fonte do amor e da vida. Do outro lado da ponte está o nosso tesouro espiritual: paz, saúde, prosperidade, alegria – essas são conquistas que não dependem de nada que está fora de nós.

Vemos o meio ambiente, os recursos naturais, a política, através de um olhar puramente materialista” 7 | Muitas pessoas passam por crises existenciais, querem entender o porquê de estar aqui, procuram mais sentido na vida. O que sugere a elas?

Estamos vivendo uma profunda transição. Tanto a crise interna, causada pela perda da conexão espiritual, como a crise externa são sintomas dessa transição. Estamos transitando do paradigma materialista para o espiritual, do medo para a confiança, do ódio para o amor, do estado de separação e isolamento para a união, ou seja, do egoísmo para o autêntico altruísmo. E a boa notícia é que essa crise é positiva. Estamos diante de uma rara oportunidade de dar um verdadeiro salto quântico em nossa jornada evolutiva. Estamos tendo a chance do maior despertar espiritual que a Terra já conheceu. E se isso não acontecer, não sei aonde chegaremos, nem mesmo se chegaremos a algum lugar. Por isso, o que eu indico para todos que estão buscando encontrar esse sentido na vida é o autoconhecimento. É somente através do estudo de si mesmo que conseguiremos realizar essa travessia. 8 | A prática que o senhor propõe hoje e o que aprendeu em psicologia têm elementos em comum?

Sim. Compreendi através da minha experiência que a verdade é uma só, apenas se manifesta de maneiras diferentes. Percebi que a psicologia, quando vai fun-

do no estudo da consciência humana, inevitavelmente desemboca no campo da espiritualidade. E a espiritualidade, quando autêntica, também envolve a esfera psicológica do ser humano. Ciência e espiritualidade são extremos de uma mesma coisa. 9 | Normalmente, pensamos em mestres espirituais como pessoas de difícil acesso ao público geral. Não é o caso do senhor, que dá muitas entrevistas e até apareceu no programa da Ana Maria Braga.

Até o início de 2013, eu trabalhava nessa forma clássica, mas senti que, para essa nova fase que estamos atravessando, uma mudança era necessária. Ao olhar para o cenário global, senti como se estivéssemos nos últimos minutos da prorrogação de um jogo de futebol. E nosso time está perdendo. O medo e o ódio estão ganhando de goleada. Então compreendi que era o momento de sair da caverna, que não deveria guardar esse conhecimento apenas para os buscadores espirituais. Ele precisa ser compartilhado com todos que estejam, de alguma forma, sintonizados com essa proposta. Talvez no futuro eu volte a me recolher, mas agora é como se a casa estivesse pegando fogo com meus familiares dentro. Preciso correr para ajudar. 10 | O que o senhor nos propõe no seu novo livro, Amar e Ser Livre - As Bases para uma Nova Sociedade?

Falo de relacionamentos de forma geral, mas com ênfase nos afetivo-sexuais, já que são a célula que compõe a família. Vejo que o desafio do ser humano é conseguir amar sem se machucar; existe grande angústia quanto a esse tema. Mas é possível amar sem se machucar, através do autoconhecimento, e no livro dou chaves preciosas para ajudar casais a transitar em direção ao que chamo de novo casamento, baseado na honestidade, transparência, autorresponsabilidade. Eu mesmo, antes de me tornar mestre espiritual, passei por relacionamentos, então há minha própria experiência também. Essa mudança é possível apenas quando as pessoas estão suficientemente maduras e preparadas para terminar com a guerra que pode ser um relacionamento. ❚ MAIO DE 2015

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PERFIL | POLÍTICA Rogério Sol

Conhecido como bom articulador, Wellington Magalhães é bem-visto pelos pares e pela oposição: “Com carreira solo, não vou a lugar nenhum”

Jeito novo na Câmara Quem é e o que pensa o ex-goleiro e exassessor parlamentar que se elegeu presidente da Câmara Municipal de BH em seu 3º mandato GEÓRGEA CHOUCAIR

Ele tem 1,93 m, pesa 120 kg e intimida pelo porte. É difícil alguém entrar em embate sem conhecer Wellington Gonçalves Magalhães (PTN), de 49 anos, novo presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Mas, apesar da vantagem física, ele gosta mesmo é de resolver tudo com uma boa conversa. Entre os amigos e políticos, é conhecido como bom articulador, homem de palavra e com habilidade para transitar entre os 72 |Encontro

pares e a oposição. “Com carreira solo, não vou a lugar nenhum”, diz. E foi justamente com o apoio dos demais vereadores que em pouco tempo de gestão, iniciada em dezembro, conseguiu importante feito na Câmara: acabar com a verba indenizatória, exatamente no momento em que a Assembleia Legislativa aprova a volta do auxílio-moradia para os parlamentares. Os serviços usados pelos vereadores para custear as despesas do mandato vão passar a ser licitados pela Câmara. Antes, eles tinham disponíveis R$ 15 mil para despesas individuais. O objetivo, segundo Wellington, é dar transparência aos gastos e economizar, ao promover compras conjuntas para os 41 vereadores. “Ele tem credibilidade perante os colegas, não abandona os amigos e escudeiros”, afirma o vereador Wagner Messias Silva, o Preto (DEM), um dos mais antigos da Casa. “A mesa anterior não ouvia o colégio de líderes nem os vereadores. Já Wellington não vai pela briga, e sim pelo diálogo.”

O dom político começou a aparecer ainda jovem, quando foi goleiro de futebol. Wellington, que estudou até o ensino médio, atuou dos 17 aos 26 anos no Avaí e Figueirense (ambos de Santa Catarina) e no Operário (Mato Grosso do Sul). O espírito de liderança já era reconhecido pelos amigos das “peladas” e em trabalhos sociais que fazia na época. Mas ele se enveredou pela política mesmo quando conheceu o atual prefeito de Vespasiano, Carlos Murta (PMDB), em meados da década de 1990. Naquele período, Carlos Murta era candidato a deputado estadual. “Eu prometi a ele 1 mil votos em Capitão Eduardo, onde tinha grandes amigos. E consegui”, afirma Wellington. Carlos foi eleito deputado e convidou o ex-goleiro – que precisou abandonar o futebol devido a problemas no joelho – para ser seu assessor parlamentar. “Ele é muito capaz e prestativo, o que culminou em seu êxito”, afirma Carlos Murta. Depois, foi assessor de outros deputados na Assembleia, até se candidatar a vereador.

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Renata Vidigal/divulgação

Edésio Ferreira-EM-D.APress

Acima, com a mulher, Kelly, e o filho Wellington Júnior, que sempre o acompanha na Câmara (abaixo, à esq.). Abaixo (à dir.), relembrando os tempos de goleiro

Marcio Fagundes Oliveira

Paulo Márcio

A irmã, deputada estadual Arlete Magalhães, contou com o apoio dele para conseguir mais de 50 mil votos: “Wellington é meu maior cabo eleitoral” Samuel Gê

A carreira política começou com Carlos Murta, atual prefeito de Vespasiano: “Ele é muito capaz e prestativo, o que culminou em seu êxito”, diz Murta

“É um político solidário, cumpridor da palavra”, afirma o deputado federal (PRP) Marcelo Ávaro Antônio. Foi em uma das ações solidárias que Wellington conheceu a segunda mulher, Kelly Magalhães, de 36 anos, há 10 anos. Eles se casaram logo depois e têm um filho de 6 anos, Wellington Júnior. O pequeno é visto com frequência na Câmara, acompanhando o pai nos trabalhos. “Gosta de ficar ouvindo as reuniões e tirar fotos”, diz Wellington. “É vereador mirim”, brinca a mãe. Apesar de cruzeirense, frequenta também os jogos do arquirrival Atlético. “Gosto mesmo é de um bom futebol”, diz. As peladas com os amigos foram deixadas de lado desde que assumiu a presidência da Câmara, o que lhe trouxe uns quilos a mais. “Não sei quantos”, diz ele. O horário de trabalho triplicou nos últimos meses. Ele costuma sair às 7h e chegar depois das 21h. “É uma máquina de trabalhar”, afirma Kelly. Do primeiro casamento, tem duas filhas: Rafaela, de 20 anos, e Fernanda,

de 18. Ele e a irmã mais velha, a deputada Arlete Magalhães (PTN), de 53 anos, são os únicos da família a seguir carreira política. Arlete foi colaboradora ferrenha desde a primeira candidatura do irmão, para depois se candidatar a deputada estadual e, de cara, foi eleita em 2014, com 56.772 votos. “Foi uma transferência de votos. Wellington é meu maior cabo eleitoral”, afirma. Wellington está em seu terceiro mandato na Câmara. No primeiro, foi o vereador menos votado, com 3.685 votos. Na reeleição, saltou para o segundo mais votado, com 14.321 votos. No terceiro, obteve 8,5 mil votos, depois de ter sido cassado por um ano e meio. “Fui acusado de distribuir sopa para a população carente. Mas isso é passado. As urnas deram a resposta”, diz. Eleito para dirigir a Câmara pelos próximos dois anos, com 25 votos e 16 abstenções (seu adversário, Juninho Paim (PT), retirou a candidatura no último minuto), nos próximos meses vai enfrentar outro tema polêmico na Câ-

mara: o novo projeto de lei de Uso e Ocupação do Solo, que envolve interesses variados. “Projetos como esse precisam ser discutidos com o povo de BH”, diz. Na Câmara, ele fez ainda uma portaria que estabelece que qualquer pagamento passe por ele. E estuda a possibilidade de criar mais duas cadeiras de vereadores até a próxima eleição. Entre os parlamentares, é visto como forte candidato a prefeito. “Ele tem mostrado transparência e credibilidade em seus atos”, afirma o vereador Preto. Mas ele mesmo acha a ideia prematura. “Não é momento de falar disso”, diz. A relação com o prefeito Marcio Lacerda (PSB) é recente e tranquila, segundo Wellington. “Só o conheci depois que ele virou prefeito. E é cada um com seu poder”, diz. “Ele é um bom administrador, mas precisa ter mais pessoas que articulem politicamente ao seu lado. Se tiver isso, vai longe.” Sobre a gestão do ex-presidente da Câmara, Léo Burguês (PT do B), esquiva-se: “Prefiro não comentar”. z MAIO DE 2015

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AGRONEGÓCIO | PRODUÇÃO Luciano Lopes

O PROMISSOR

CAMPO DAS OLIVEIRAS

A produção mineira de azeite de oliva extravirgem vai atingir recorde de 25 mil litros neste ano. Com viés gourmet, as garrafinhas são vendidas por até R$ 50. Não à toa, a cultura das azeitonas vem despertando a atenção de produtores Plantação de oliveiras em Maria da Fé: a área plantada em Minas vem crescendo em torno de 20% ao ano

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GEÓRGEA CHOUCAIR

Pelo menos 800 garrafinhas de azeite de oliva extravirgem começaram a ser envasadas na fazenda Capanema, do produtor rural Luiz Otávio Possas Gonçalves, em Itabirito. A produção é pioneira na região e surpreendeu Luiz Otávio, que fez sua primeira colheita em abril: 2,5 mil kg de azeitonas. “É uma região em que nunca se tinha plantado oliveira”, afirma o produtor. Dono do parque ecológico Vale Verde, Luiz Otávio é conhecido por suas apostas exóticas, mas certeiras. O azeite Vale Verde é o novo xodó do empresário, que iniciou na atividade por curiosidade e vontade de diversificar a produção. “Comecei como hobby”, diz. “Mas a produção mostrou que pode virar bom negócio.” Luiz Otávio não está sozinho. As oliveiras despertaram fascínio em mais de 70 produtores rurais mineiros, não só por sua versatilidade, como, principalmente, pela longevidade. O resultado será a produção re-

corde de 20 mil a 25 mil litros de azeite extravirgem em 2015, mais do que o dobro de 2014, quando foram produzidos 10 mil litros, segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig). O número é pequeno se comparado ao consumo de azeite de oliva no Brasil, acima de 73 mil toneladas. No entanto, a produção mineira do azeite tem viés gourmet. “Dificilmente vai ser encontrado na prateleira de um supermercado”, diz Carlos Roberto Melo Diniz, presidente da Associação dos Olivicultores dos Contrafortes da Mantiqueira (Assoolive), que reúne produtores de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. A vantagem do azeite produzido por aqui é que é consumido fresco, logo depois da extração. “Quanto mais fresco, melhor”, afirma Carlos Roberto.

Dênis Medeiros

Empreendedor incansável, Luiz Otávio Possas Gonçalves aposta nas oliveiras como novo negócio: “Comecei como hobby, mas vi que pode virar bom negócio”

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AGRONEGÓCIOS | PRODUÇÃO Na fazenda Capanema, os primeiros 500 pés de oliveiras foram plantados há seis anos. Mas a produção começou a acontecer mesmo somente neste ano. É um período esperado para a cultura produzir. Apesar de a principal vantagem da oliveira ser a longevidade – já que plantas de 100 anos ou mais continuam frutificando –, ela atinge seu potencial máximo de produção após os sete anos de vida. O que leva, então, os produtores a apostarem na cultura e esperarem tanto tempo pelo retorno do investimento? É justamente a longevidade e o valor do azeite brasileiro, líquido precioso que vem sendo comercializado no varejo a R$ 50 o frasco de 250 ml. Não falta quem pague. “Toda

a minha produção é vendida na região da fazenda”, diz Newton Kraemer Litiwinski, produtor rural da fazenda Verdeoliva, em Delfim Moreira, no alto da serra da Mantiqueira. Newton e a mulher, Fátima Vasconcellos Garcia, descobriram na produção de azeite um bom desafio para driblar a chegada da aposentadoria. A fazenda Verdeoliva tem 4,5 mil pés de oliveiras (500 são ornamentais) e produz 11 toneladas de azeitonas e 1 mil litros de azeite. Em 2016, a expectativa de Newton é dobrar esse volume. “A plenitude da produção deve chegar com dez anos”, diz. A Verdeoliva conta ainda com um lagar (fábrica de extração de azeite), que facilita que o produto chegue fresco aos consumidores.

Luciano Lopes

A produtora Neide Maria Batista, de Maria da Fé: “O produtor precisa ter paciência, mas é uma cultura para o resto da vida”

CULTURA AVANÇA EM MINAS Subtítulo de Serviço

70

40

500 mil em área aproximada de 1,5 mil hectares

estimativa para 2015

R$ 3 mi

Produção de azeite

25 mil litros (previsto)

10 mil

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litros

litros

litros

2011

5 mil

3,2 mil

500

litros

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Marinaldo/Divulgação

O casal Newton Kraemer e Fátima Garcia iniciou o plantio, em Delfim Moreira, para driblar a chegada da aposentadoria e já planeja dobrar a produção: foram 11 toneladas de azeitonas e mil litros de azeite este ano

Principais cidades produtoras

Principais variedades de azeitonas:

Maria da Fé

ARBEQUINA: espanhola, suave

Aiuruoca

ARBOSANA: espanhola, suave

Poços de Caldas

GRAPPOLO: italiana, amarga

Barbacena

KORONEIKE: grega, picante

Consolação

GRAPPOLO 541 E 575: desenvolvida pela Epamig mediante melhoramento genético em cultivo italiano. Amarga

Baependi Sapucaí-Mirim Itanhandu Itabirito

MARIA DA FÉ: desenvolvida pela Epamig mediante melhoramento genético em cultivo português. Amarga e picante ASCOLANO 315: desenvolvida pela Epamig mediante melhoramento genético em cultivo italiano. Picante

Fonte: Epamig e Assoolive

A área plantada de oliveira em Minas vem crescendo em torno de 20% ao ano, segundo Luiz Fernando de Oliveira da Silva, engenheiro agrônomo e pesquisador da Epamig em Maria da Fé, no Sul do estado. “O número de produtores está aumentando, assim como a produtividade”, afirma. O cultivo é mais propício em regiões de clima frio e vem ganhando espaço especialmente no relevo acidentado dos arredores da Serra da Mantiqueira. “A região não sofre tanto com a falta de chuva”, diz Luiz Fernando. Até 2017, todo o azeite produzido pelos associados da Assoolive vai passar por processo de certificação de qualidade. A intenção que a data da colheita da oliveira seja indicada nos rótulos. Em Maria da Fé, cidade conhecida como a mais fria do estado, a Epamig tem fazenda experimental que desenvolve a tecnologia de todo o processo da cadeia produtiva do azeite, desde o cultivo da muda até a extração. A produtora Neide Maria Batista Soares é uma das pioneiras no município a colher os frutos do plantio, iniciado há 11 anos com 1 mil plantas no seu sítio, em Campos de Maria da Fé. “Decidi plantar em função do frio da cidade, que é mais importante do que a chuva para a cultura”, afirma Neide, que faz a extração na fazenda da Epamig. Além de produzir azeite, Neide é comerciante de batata e cebola. Mas a partir do próximo ano quer se dedicar só à produção do óleo. “O produtor precisa ter paciência, mas é uma cultura para o resto da vida”, diz. O resultado de longo prazo também não preocupa o produtor Luiz Otávio, empreendedor incansável. Aos 73 anos, ele decidiu dobrar o plantio em sua fazenda. Para quem conhece as outras apostas de Luiz Otávio, a nova empreitada não tem nada de ousadia. A sua última investida foi a criação de insetos (como grilo, tenébrio e barata) para a alimentação animal. “E estou tirando licença para a alimentação humana”, diz. Será que barata rima com azeite? Bem-humorado, ele brinca: “É muito bom, principalmente se for frita com uma pimentinha.” Vai experimentar? ❚ MAIO DE 2015

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VIDA DIGITAL | ALYSSON LISBOA alisboa@editoraencontro.com.br Xiami/Divulgação

De Belo Horizonte para a China. O engenheiro quer fazer da Xiaomi a empresa mais inovadora do mundo

UM MINEIRO NA ALTA RODA

Denis Medeiros

ROCK PROGRESSIVO Crise, que nada! Já de mudança para a nova sede de 840 m2 na Savassi, a Rock Content, empresa de marketing de conteúdo, não para de expandir. Fundada em 2013, emprega hoje 70 funcionários. Vitor Peçanha, diretor de marketing e um dos fundadores da empresa, nem quer ouvir falar em retração do mercado. A atual sede, de 200 m2, já não comporta o número de funcionários. “Queremos chegar a 1,5 mil clientes até o fim do ano e, para isso, ampliamos nosso espaço físico”. Recentemente, a empresa recebeu aporte de R$ 6 milhões da e.Bricks e Digital News Ventures. Com o novo investimento, a empresa espera fechar 2015 com 150 funcionários e quadruplicar o faturamento. No ano que vem, a empresa quer firmar o pé em outros países. Fôlego é o que não falta.

Arquivo Pessoal

Quem olha esse garoto na foto não imagina o voo alçado por ele depois que deixou os pátios do Colégio Pitágoras, na Pampulha, em Belo Horizonte. O engenheiro Hugo Barra, de 38, anos largou a vice-presidência do Google para assumir agora outra vice-presidência, na Xiaomi, a terceira maior fabricante de smartphones do mundo, que, em 2014, vendeu 61 milhões de aparelhos. Sua trajetória de sucesso serve de inspiração para fãs e admiradores. “Ele sempre foi muito simpático”, lembra a administradora de empresas Evelyn Cris, que estudou com Hugo no Pitágoras. “Quando criança, o Hugo foi sempre muito divertido e educado. Inteligente por natureza, não fazia o estilo nerd. Chegamos a escrever um livro juntos para um projeto na escola”, diz Evelyn. O engenheiro trabalhou por cinco anos no Google e era responsável pelo aplicativo Android, sistema operacional que ajudou a desenvolver, presente hoje em 84% dos celulares em todo o planeta. A Xiaomi já está desembarcando no Brasil e deve, em breve, lançar seus produtos por aqui. Líder de vendas na China, o aparelho MI4, concorrente do iPhone e do Galaxy, custa o equivalente a R$ 1 mil. A briga entre os fabricantes chineses, coreanos e norte-americanos vai esquentar por aqui.

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Divulgação

APPS

MÊS DAS MÃES

CADA VEZ MAIS CARO Não foi apenas a tecnologia que avançou nos modelos S do Galaxy da Samsung. Aos poucos, o smartphone foi ganhando preço também (veja tabela). Os modelos S6 e S6 Edge, versão premium da marca, já estão à venda no Brasil desde o mês passado. Mas o que o aparelho da Samsung tem de diferente? Detalhes. No lugar de plástico, a empresa agora usa metal e vidro como acabamento, o que deixa o aparelho mais sofisticado. No modelo Edge, a borda da tela é em curva. A bateria não pode mais ser removida, como nas versões anteriores, e dura R$ 4.299 mais, além de carregar também mais rápido. Quanto custa o luxo? Na versão de 64Gb, o preço sugerido é de R$ 4,3 mil.

R$ R$

1.999

R$

2.100

2.400

R$

2.600

R$

VACINAÇÃO EM DIA O aplicativo é bastante útil. Com ele é possível cadastrar o cartão de vacinas, saber para o que serve cada uma delas e ficar por dentro das campanhas.

2.600

MINHA GRAVIDEZ HOJE

Galaxy SII

Galaxy SIII

Galaxy S4

Galaxy S5

Lançamento: junho de 2011

Lançamento: junho de 2012

Lançamento: março de 2013

Lançamento: abril de 2014

A ONDA AGORA É DUBLAR A brincadeira nasceu em Berlim e logo virou uma febre mundial. O aplicativo de dublagem Dubsmash já ultrapassou 20 milhões de downloads nas app stores. Você escolhe uma frase famosa, grava o vídeo dublando e compartilha na rede. “A física não permite”, “Aham, Cláudia”, “O forninho caiu” e centenas de outras expressões divertidas em diversas categorias. A designer gráfica Blenda Oliveira, de 21 anos, é uma das adeptas da nova onda. Ela já gravou 12 vídeos e fica até de madrugada produzindo e espalhando a novidade. Para ela, o aplicativo faz sucesso exatamente porque as pessoas, de modo geral, não têm coragem de dizer algumas coisas e usam esse mecanismo para passar o recado. E você, vai ficar de fora da brincadeira?

Galaxy S6

Depois do cadastro e data da previsão do parto, o aplicativo está pronto para ajudar a gestante com dicas por semana, comunidade para interagir com outras mães e muito mais.

Galaxy S6 Edge

Lançamento: abril de 2015

Rogério Sol

AMAMENTAÇÃO Não deve ser uma tarefa muito fácil manusear o smartphone enquanto amamenta. De qualquer modo, o aplicativo orienta a mãe com o horário das mamadas, cronometrando o tempo em cada mama. US$ 0,99 Você conhece algum aplicativo legal? Envie sugestão para a gente.

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COLUNA DE DIREÇÃO | FÁBIO DOYLE fdoyle@editoraencontro.com.br

ANTISSONO Quando o Nissan Maxima 2016 foi apresentado no Salão do Automóvel de Nova York, um de seus menores detalhes foi o que mais chamou a atenção – um ícone representando uma pequena xícara de café amarela, que pode se acender no painel de instrumentos. A xícara é parte do sinal visual e sonoro

emitido pelo Alerta de Atenção ao Motorista da Nissan (em inglês, DAA, Driver Attention Alert), projetado para ajudar a detectar uma condução sonolenta ou desatenta. De acordo com estudo realizado em novembro de 2014 pela Associação Automobilística Americana, 37% dos motoristas relataram já ter cochi-

lado enquanto dirigiam alguma vez em suas vidas, sendo que 11% relataram ter tido essa experiência no decorrer do último ano. Os resultados da pesquisa sugerem que a sonolência é também a causa de aproximadamente 300 mil colisões a cada ano, das quais 6,4 mil envolvem algum tipo de fatalidade. Fotos: Divulgação

BRASIL EM QUEDA O Brasil, que por algum tempo no ano passado conseguiu ficar em quarto lugar no ranking mundial de vendas de veículos, caiu agora para o sexto lugar, com retração de 22,5% nas vendas de carros de passeios e comerciais leves. O dado, divulgado pela Jato Dynamics do Brasil, refere-se ao acumulado até fevereiro de 2015. A China iniciou o ano na liderança, com crescimento de 13,8% no acumulado de janeiro a fevereiro de 2015, se comparado a igual período de 2014. Os EUA ocuparam o segundo lugar, com alta nas vendas de 9,1%. O Japão, na terceira colocação, inicia o ano com queda de 16,9%. A Índia subiu para a quarta posição, apresentando aumento de 4%. A Alemanha segue na quinta colocação, com alta de 4,7%. Na sétima colocação ficou a França, com crescimento de 3,5%. Em oitavo lugar ficou a Itália, com alta de 11,3%. Nas duas últimas posições ficaram a Grã-Bretanha e a Coreia do Sul, com aumento de 9,7% e 4,1%, respectivamente. Os dados chineses incluem apenas veículos de passeio. Para o restante dos países, os números englobam também comerciais leves.

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+13,8% 2º

+9,1%

-16,9% 6º

-22,5%

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MERCEDES TERÁ PICAPE...

CORRIDA SUV Está disputada a corrida pelos SUVs compactos. Ao lançar o Celer, primeiro carro chinês fabricado no Brasil, executivos da Chery informaram que em um ano chega o SUV compacto da marca. É um projeto novo e aqui desenvolvido. Enquanto isso, a também chinesa JAC lançou o TJ6, seu representante. Para finalizar, a Nissan, na comemoração de um ano da fábrica, deixou escapar que o próximo veículo a ser produzido aqui é derivado do conceito SUV Kicks, revelado no Salão do Automóvel de SP.

SEM TIRAR OS OLHOS Entre as características do 2008, o crossover/SUV que a Peugeot acaba de lançar, uma chama a atenção em especial. É a combinação do volante de diâmetro reduzido com os mostradores do painel de instrumentos em posição

mais elevada. A solução não é apenas visualmente agradável. Ela acrescenta conforto para quem dirige e, mais importante, torna a condução mais segura. Não é preciso tirar os olhos da estrada para ler os instrumentos.

A Daimler confirmou projeto de lançar uma picape de tamanho médio. Os estudos estão em desenvolvimento, em cooperação com a Nissan, que deverá usar plataformas e alguns componentes comuns para o seu novo Nissan NP300.

...E MAIS Projetos para concorrer com o Audi TT e o Porsche Panamera (sedã) também estão em andamento. Os dois carros deverão ser desenvolvidos pela divisão de carros de alto desempenho AMG, da Mercedes. A notícia, classificada como especulação pela Daimler, foi divulgada pela publicação alemã Auto Motor und Sport. Fontes da empresa revelaram que o rival do TT usará a mesma plataforma com tração dianteira que é destinada ao próximo Classe A, que deverá chegar em 2017 ou 2018. Uma versão com “teto mole” (conversível) está nos planos. Já o Mercedes a ser rivalizado com o Panamera usará a plataforma do Classe E. O grande desafio da Mercedes é superar, até 2020, a BMW como líder mundial no segmento de carros premium. Hoje está em terceiro lugar, atrás da BMW e da Audi.

SACUDIDA FUNCIONA A chegada de uma nova leva de SUVs compactos no mercado brasileiro de veículos tirou da posição de letargia as marcas que dominam o setor: Ford com o Ecosport e Renault com o Duster. A Ford, primeira a se aventurar nessa área e líder inconteste e tranquila por muitos anos nessa faixa, reagiu aos novos concorrentes investindo alto em publicidade. Anuncia sem economia ofertas especiais e preços reduzidos para o seu representante no segmento, com taxa zero de financiamento. A Renault, também segurando o preço, renovou de forma marcante o design do Duster e manda mensagem aos consumidores que para ser um offroad de verdade não é preciso ter “cara feia”. Quem ganha com a concorrência mais acirrada é o consumidor. MAIO DE 2015

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VEÍCULOS | MERCADO

Carros de conquista Os fabricantes alemães de carros de luxo Audi, BMW e MercedesBenz adotam a estratégia de popularizar seus carros com o desafio de manter a imagem premium FÁBIO DOYLE

Nos três primeiros meses deste ano, Audi, BMW e Mercedes venderam 1,3 milhão de veículos em todo o mundo. Isso representou crescimento de 9% em relação ao mesmo período de 2014. Na liderança desse resultado está a BMW. A marca bávara vendeu quase 451.600 veículos no mundo no primeiro trimestre, seguida pela Audi, com 438.200, e Mercedes-Benz, com 429.600 unidades. O recorde foi geral. Esses resultados, no entanto, não podem ser analisados com a simples comparação de número de unidades vendidas. Falar de volume sem levar em conta a lucratividade é como considerar as especificações de um motor sem levar em consideração o tamanho do automóvel que ele equipa. Mas a indústria automobilística tem suas características próprias. Dentro de ternos Hugo Boss nos escritórios de Munique e Stuttgart (onde estão as marcas de automóveis Premium da Alemanha) está uma pessoa que ama a velocidade (de preferência nas

inigualáveis ‘autobahns’). A dirigibilidade é importante, mas a velocidade está em primeiro lugar. Apesar da maré alta de compradores, BMW, Mercedes e Audi raramente falam em elevar preços, e a menção de reduzir custos é quase sempre colocada como última prioridade nas comunicações corporativas. O que realmente importa nessas conversas são as métricas de desempenho e ganhos em volume. Os participantes do mercado de luxo alemão são, simplesmente, obcecados na busca pela liderança em termos de unidades vendidas. Os ganhos em vendas, porém, apresentam um caminho complicado para uma marca de luxo. Além de um motor que beira a perfeição, bancos envolventes e confortáveis e um emblema sofisticado no capô, o que realmente faz a diferença em um carro alemão de luxo, pelo menos em parte, é o prestígio – o ar de exclusividade. Afinal, não estamos falando de simples iPhones ou mesmo relógios Apple. A não ser para “mensaleiros” e “lava-jatos”, é preciso anos de trabalho, luta, sangue e suor para conseguir um. Essa mistura de orgulho e prestígio perde um pouco de sua força intoxicante toda vez que um desses carros sai da loja. “O luxo gira em torno do fato de que as pessoas nem sempre querem o veículo nº 1 em vendas”, explica Lara Koslow, que coordena o Centro de Visão do Consumidor e do Cliente do Boston Consulting Group, nos Estados Unidos. “Eles não querem ser um entre muitos; eles querem ser um entre poucos.”

Fotos: Divulgação

O Mercedes-Benz GLE, recém-lançado: nada menos que a sétima alternativa da linha de SUVs da marca alemã

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Líder entre os fabricantes alemães de carros de luxo, a BMW radicalizou com o lançamento do X4: um SUV que tem “tempero” até de sedã

O Roadster é uma das opções do Audi TT, originalmente cupê: parte da estratégia de ampliar variações sobre um mesmo tema para ganhar vendas

Para fazer seus números crescerem, Audi, BMW e Mercedes mudaram suas estratégias em direção a carros menos caros. Cada um desses fabricantes tem agora um modelo de entrada com preço por volta de US$ 30 mil nos Estados Unidos. Aqui no Brasil, a partir de R$ 100 mil. O CEO da Daimler, Dieter Zetsche, chama esses modelos de “carros de conquista”. E se o comprador optar pelo sistema de leasing (arrendamento mercantil) – escolha de mais da metade dos compradores de carros de luxo do segmento de entrada nos Estados Unidos, mas ainda pouco explorada no Brasil –, o cliente tem acesso a um carro impressionável sem precisar desembolsar uma fortuna. Para lidar com esse dilema, os fabricantes de automóveis alemães de luxo adotaram a estratégia de ampliar a variedade de suas ofertas. Nos últimos 10 anos, o número de linhas

de modelos luxuosos nos Estados Unidos aumentou em 26%, para 90 alternativas no total, de acordo com a TrueCar, uma plataforma on-line de venda de carros. Esse número não inclui outras variantes, como estilos diferentes de carrocerias ou motores híbridos. Na BMW, o Série 3 é o mais vendido, mas quantos têm um motor maior com sistema de tração integral? Ou são da versão wagon (perua)? Ou do modelo Gran Turismo? De fato, o modelo BMW mais vendido – o padrão usado para definir carros de luxo – é oferecido em 13 variações. Esses carros estão em todo lugar, mas a BMW faz com que cada comprador se sinta pelo menos um pouco especial. Enquanto isso, ela apresenta um grande número de alternativas de preços. Já não há diferenças de preços de US$ 10 mil entre modelos onde um comprador potencial possa desistir ou comprar um carro mais barato. Os rivais da BMW adotam a mesma estratégia. Quem busca um Mercedes SUV tem agora sete classes de veículos para escolher – não apenas sete modelos: Classe G, Classe GL, Classe GLA, Classe GLE, Classe GLK, Classe M e Classe R. “Essas empresas estão fazendo um ótimo trabalho”, comentou Kevin Tynan, analista da Bloomber Intelligence. “As partes comuns são quase sempre aquelas que o cliente não vê.” Até 2020, a Mercedes lançará 30 modelos, incluindo 11 veículos totalmente novos. Há até a promessa de uma picape média. A Audi, por outro lado, anuncia que expandirá sua linha de 52 para 60 modelos até 2020. Até agora, a estratégia deu certo. Pelo lado operacional, funciona bem. Como omeletes, os carros de luxo compartilham várias partes em comum. A plataforma pode ser usada em uma grande variedade de modelos e com considerável economia em engenharia. Os custos extras que aparecem em cada carro são razoáveis, diz Larry Dominique, vice-presidente de soluções industriais da TrueCar e ex-executivo da Infiniti. “Os volumes cresceram tanto nessas empresas que o denominador é hoje um número alto,” disse. Os motoristas, enquanto isso, fazem seu dever de casa e assimilam até mesmo os veículos mais diferenciados (como o Audi TT Roadster), assim como os que entram na categoria dos ‘estranhos’, que ficam entre os segmentos de SUV compactos e sedãs grandes (o BMW X4, é um exemplo). Há quem considere esse jogo perigoso. Uma linha de pesquisa com cada vez mais adeptos sugere que a expansão de gama de produtos pode ter efeito congelante nos negócios. Acrescentar mais opções muitas vezes diminui o desejo de compra do consumidor e até mesmo seu conforto na hora de escolher. “Há com certeza, em certo ponto, redução na fidelidade à marca”, disse Dominique. “Especialmente se alguns desses veículos de entrada desapontarem na qualidade.” Em resumo, os compradores que passeiam no corredor SUV de uma loja Mercedes podem simplesmente mudar para o de outra marca, onde encontrarão o que precisam e com apenas duas opções, o que facilita a decisão. Nos Estados Unidos, essa é a aposta da Cadillac, que limita sua oferta de SUVs a dois tamanhos: regular e Escalade. No ano passado, os motoristas compraram quase sete BMWs para cada Cadillac vendido. z MAIO DE 2015

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VEÍCULOS | COMPORTAMENTO Alexandre Rezende

A geóloga Roberta Prata com o marido, Juarez, e as crianças: "É um carro que me atende bem, principalmente nas viagens", diz Roberta

Tamanho

Oferta de veículos nacionais e importados com sete lugares cresceu, de olho nos casais com mais de dois filhos e graças à obrigatoriedade das cadeirinhas para transportar crianças EDUARDO AQUINO

A família da professora Cecília Krahn se virava bem com um Honda CR-V, que tem capacidade para cinco pessoas. Mas quando ficou grávida do terceiro filho, há cerca de quatro anos, ela percebeu que era hora de comprar um veículo maior, com sete lugares. Primeiro, foi um Nissan Grand Livina. Depois, na busca por um modelo mais alto e espaçoso, 86 |Encontro

família

optou por um Citroën C4 Grand Picasso (atualmente, o modelo não é mais comercializado no Brasil), que está com a família até hoje. “É um carro muito confortável e prático”, diz Cecília. “Acho que as pessoas que compram um carro como esse devem levar em conta se é fácil e prático usar os dois bancos extras.” O fato de os dois últimos bancos serem escamoteáveis no piso, deixando o assoalho plano, é outra vantagem apontada pela professora, já que o porta-malas nesse tipo de carro fica extremamente reduzido e raramente ultrapassa os 200 litros de capacidade. Usar o assoalho possibilitou que a família fizesse uma viagem longa (para o Sul da Bahia) com seis pessoas (três adultos e três crianças), com conforto e espaço para as bagagens, pois o local do sétimo banco foi usado para acomodar as malas e bolsas. A geóloga Roberta Prata Sampaio de Morais é outra que aderiu aos mo-

delos de sete lugares. Ela adquiriu um Mitsubishi Outlander visando ao espaço interno. “É um carro que me atende bem, principalmente nas viagens com os amigos, pois ele oferece lugar para os meus dois filhos e os filhos dos nossos amigos”, diz. Mas, se há vantagem em acomodar maior número de pessoas, pesa contra o modelo as generosas dimensões externas, consequência natural do aumento do espaço interno. Alguns, como Audi Q7, Chrysler Town & Country, Dodge Durango e Kia Carnival, ultrapassam os 5 m de comprimento. Em alguns, as larguras chegam próximas e até ultrapassam os 2 m, como o Land Rover Discovery e o Range Rover Sport. E os modelos também não são baixinhos. Alguns têm mais de 1,80 m de altura. As dimensões fazem uma enorme diferença na hora de encontrar uma vaga na rua e nas manobras de estacionamento.

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CONFORTO E SEGURANÇA Itens que os modelos oferecem, de acordo com a faixa de preço De R$ 54.390 a R$ 99 mil Itens de conforto limitados a opcionais como sistemas de multimídia mais simples e de áudio com Bluetooth; além de acessórios, como um tablet para prender no apoio de cabeça oferecido na Spin De R$ 100 mil a R$ 150 mil Acrescenta câmeras de ré, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), controles de tração e estabilidade, sistemas de navegação e entretenimento (com telas para os passageiros do banco de trás) e multimídia com comando de voz

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De R$ 150 mil a R$ 200 mil Acrescenta ar-condicionado de duas zonas, com saídas para a terceira fila de bancos; memória para regulagem de bancos, rádio e retrovisor; sistemas de áudio premium, multimídia com TV, tampa do porta-malas com abertura e fechamento automáticos, teto solar e até GPS 3D De R$ 200 mil e R$ 249 mil Acrescenta bancos que se dobram e rebatem ao toque de um botão, sistema de entretenimento traseiro com leitor de Blu-Ray, entrada de videogame, fones de ouvido sem fio e controle remoto; ar-condicionado de três zonas, apoios de cabeça ativos e sensor anticapotamento

De R$ 250 mil e R$ 349 mil Acrescenta suspensões a ar ajustáveis, sistemas que possibilitam regular o carro (motor, câmbio, acelerador e tração) para rodar em certos pisos e sensor que avisa sobre o nível da água ao transpor trechos alagados Acima de R$ 350 mil Acrescenta ar de quatro zonas, telas de vídeo de alta definição para os passageiros de trás, áudio de altíssima fidelidade, controle automático de farol alto, controle automático de velocidade em função do carro que segue à frente, alerta para evitar colisão com ciclistas ou pedestres e câmera com visão de 360° para facilitar as manobras e a condução do veículo

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VARIEDADE DE MODELO E PREÇOS Opções de veículos nacionais e importados com sete lugares

AUDI Q7 R$ 312 mil (Ambiente) R$ 346 mil (Ambition)

BMW X5 xDrive50i R$ 390 mil

CHEVROLET SPIN R$ 59.790 (manual) R$ 63.590 (automático)

CHEVROLET TRAILBLAZER LTZ R$ 173.490 (2.8) R$ 147.790 (V6 3.6)

CHRYSLER TOWN & COUNTRY R$ 219.900

DODGE DURANGO R$ 175 mil

DODGE JOURNEY R$ 114.900 (SXT) R$ 124.900 (R/T) R$ 134.900 (R/T AWD)

FIAT DOBLÒ ESSENCE R$ 69.387

FIAT FREEMONT R$ 98.530 (Emotion) R$ 105.950 (Precision)

HYUNDAI SANTA FE R$ 157.990

HYUNDAI GRAND SANTA FE R$ 189.900

JAC J6 R$ 65.790

KIA SORENTO R$ 154.900

LAND ROVER DISCOVERY 4 R$ 272.800 (S) R$ 302 mil (SE) R$ 335.200 (HSE)

KIA MOHAVE R$ 209.900

RANGE ROVER SPORT R$ 381 mil (V6 3.0) R$ 490 mil (V8 5.0)

KIA CARNIVAL R$ 170 mil

MERCEDES-BENZ GL R$ 368.500 (V6 3.0) R$ 502.250 (V8 4.7)

Cecília Krahn diz que já se acostumou com o tamanho do seu C4 Grand Picasso e que a posição mais alta de dirigir (uma característica desses veículos) possibilita boa visão e transmite sensação de segurança. As manobras, segundo ela, são facilitadas pelos oitos sensores que o carro tem na frente, na lateral e na traseira, o que permite o controle pelo painel do carro ao estacionar. Por outro lado, ela se queixa do consumo elevado. Trata-se de outro ponto negativo desses modelos, que são mais pesados e têm em sua maioria motores maiores. Atualmente, existem 22 opções de veículos de sete lugares no mercado brasileiro, sendo cinco nacionais e 17 importadas. O consumidor pode escolher entre minivans (aquelas que têm forma daqueles veículos escolares e executivos, mas que transportam um número de passageiros menor: entre quatro e nove pessoas), utilitários-esportivos (veículos com capacidade para rodar em pisos ruins, como estradas de terra, trilhas, lama, areia, etc., sendo alguns derivados de picapes) e crossovers (uma mistura das características de perua com utilitário-esportivo, sendo mais voltado para o asfalto, embora alguns tenham aptidão para o fora de estrada). Somados, os segmentos dos monovolumes (onde estão inseridas as minivans) e dos utilitários-esportivos (também chamados SUVs, da sigla em inglês Sport Utility Vehicle) representam atualmente quase 12% (11,87%) do mercado brasileiro. O nicho dos modelos de sete lugares recebeu uma aquecida com a obrigatoriedade do uso de cadeiras infantis pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que entrou em vigor a partir de 1º de setembro de 2010 (o não cumprimento gera multa de R$ 191,54, perda de sete pontos na CNH e retenção do veículo até que o assento seja colocado), pois eles oferecem mais espaço para a utilização desses dispositivos. De acordo com dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em 2010 foram emplacados 23.081 monovolumes grandes e 208.342 SUVs. Em 2014, esses números saltaram para 39.095 e 298.305, respectivamente. Os preços variam de R$ 54.390 (Nissan Livina S) a R$ 502.250 (Mercedes-Benz GL500), de acordo com o nível de sofisticação e o tamanho da lista de equipamentos de conforto e segurança. É importante estar atento a itens de segurança como o sistema Isofix, que possibilita a fixação rápida de cadeiras infantis e proteção mais eficiente, pois reduz o seu deslocamento em caso de freada brusca ou acidente. O Isofix está presente no Audi Q7, BMW X5, Chevrolet Trailblazer, Chrysler Town & Country, Dodge Durango, Dodge Journey, Fiat Freemont, Hyundai Santa Fe, Hyundai Grand Santa Fe, JAC J6, Land Rover Discovery e Mercedes-Benz GL. Confira no quadro o que os demais carros oferecem. ❚

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ENCONTRO INDICA | NEIDE MAGALHÃES Felipe Garchet/divulgação

Lenise Pinheiro/divulgação

TEATRO | ESPETÁCULO

SHOW | NACIONAL I A agenda de maio é das mais variadas quando se fala em música brasileira. Amelinha faz única apresentação no dia 21, às 21h, no Teatro Bradesco (rua da Bahia, 2.244, Lourdes), com o show Janelas do Brasil, que tem como convidado o cantor Zeca Baleiro. Ingressos a R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), na bilheteria ou no site www.ingresso.com. O paraibano Zé Ramalho e banda se apresentam dia 23, às 22h, no Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro), com o show da turnê 2015. Ingressos de R$ 45 a R$ 600, à venda na bilheteria ou no site www. ticketsforfun.com.br. Fechando o mês, dia 30, às 22h, também no CH, tem o cantor, compositor e multi-instrumentista gaúcho Humberto Gessinger. Ele comemora 30 anos de uma história que começou com a banda pop Engenheiros do Hawaii. Ingressos de R$ 45 a R$ 140. Por que ir: Zé Ramalho está há mais de 30 anos no cenário da MPB e sua poesia não perde a atualidade. Por isso mesmo, vale a pena vê-lo e revê-lo sempre. Gessinger é uma espécie de porta-voz de mais de uma geração de roqueiros do Brasil. E Amelinha é uma das poderosas vozes femininas da música deste país. Bruno Fioravanti/Divulgação

A pintora Frida Kahlo e o muralista Diego Rivera, ambos mexicanos, considerados dois dos maiores artistas plásticos do século XX, viveram uma conturbada história de amor, entre uniões e separações e muitas brigas e traições. Essa história apaixonante foi parar nos palcos pelas mãos da dramaturga Maria Adelaide Amaral. Vividos respectivamente por Leona Cavalli e José Rubens Chachá, Frida Y Diego será apresentado nos dias 30, às 20h, e 31 de maio, às 19h, no Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro). Os ingressos custam R$ 60 (plateia I) e R$ 50 (plateia II) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro (3214-5350) e no site www.ingressos.com. Por que ir: A autora mergulhou no mundo dos dois artistas para criar o texto encomendado pelo diretor Eduardo Figueiredo e pelo produtor Maurício Machado, e o mesmo fizeram os atores.

SHOW | NACIONAL II A casa sertaneja Wood’s comemora dois anos com uma dupla comemoração no dia 23 de maio. A partir das 16h, no Alphaville Lagoa dos Ingleses, a atração é a dupla Zezé di Camargo & Luciano, que faz o show da turnê Flores em Vida, em que interpretam sucessos antigos e novos, como a música-título. A festa Uma Tarde de Buteco tem ingressos a R$ 190 (masculino) e R$ 170 (feminino), com direito a open bar. Às 22h, na Wood’s (alameda da Serra, 154, Nova Lima), o show fica por conta de duas atrações sertanejas e os ingressos custam R$ 30 (feminino) e R$ 50 (masculino). Por que ir: Festa ao ar livre em um dos cenários mais bonitos da região metropolitana e noite de muita música animada prometem marcar o aniversário da Wood’s.

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Divulgação

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO I A mostra Trajetórias, das artistas plásticas Valdelice Neves e Marinella Uxa, pode ser vista no Museu Inimá de Paula (rua da Bahia, 1.201, centro), até 31 de maio. Valdelice é escultora, pintora e escritora e há 30 anos pesquisa sons e cores da floresta, especialmente o pássaro joão-congo. Marinella trabalha com colagens, mosaicos em papel, pintura e arte gráfica. A mostra pode ser vista na terça, quarta, sexta e sábado, das 10h às 18h30; quinta, das 12h às 20h30, e domingo, das 12h às 18h30. Entrada gratuita. Informações: (31) 3213-4320. Por que ir: Com curadoria de Sandra Mimoto Torres, Trajetórias reúne esculturas, pinturas, desenhos e um vídeo inspirados na natureza.

Adriana Maciel/divulgação

ARTES PLÁSTICAS | EXPOSIÇÃO II Três exposições de três artistas plásticos podem ser vistas em espaços do Palácio das Artes até 7 de junho: a mineira Adriana Maciel expõe Com-Partimentos, na Galeria Arlinda Corrêa Lima, composta por 14 telas, oito objetos e uma instalação. Nydia Negromonte, que também é mineira e trabalha com desenho, escultura, instalação, fotografia, vídeo e intervenções, apresenta Ocidente na Galeria Genesco Murta. E o fluminense André Griffo mostra Intervenções Pendentes em Estruturas Mistas – 12 obras entre pinturas, desenhos e instalações – no Espaço Mari’stella Tristão. Os três foram selecionados pelo Edital de Ocupação dos Espaços do Palácio das Artes 2015, entre mais de 200 projetos. De terça a sábado, das 9h30 às 21h, e domingo, das 16h às 21h. Entrada gratuita. Por que ir: Para conhecer as obras de três nomes da cena artística moderna brasileira e suas propostas muito pessoais de fazer arte. Divulgação

SHOW | INTERNACIONAL Uma das boybands mais amadas do mundo pop, os Backstreet Boys fazem turnê pelo Brasil e aportam em BH. Com o show In a World Like This, baseado no CD de mesmo nome, lançado em 2013, Brian Littrell, AJ McLean, Howie Dorough, Nick Carter e Kevin Richardson comemoram 20 anos de carreira. A apresentação acontece em 9 de junho, às 22h, no Chevrolet Hall (av. Nossa Senhora do Carmo, 230, São Pedro), com ingressos de R$ 110 a R$ 280. Menores de 10 a 13 anos podem ir acompanhados de responsável. A partir dos

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14 anos é permitida a entrada desacompanhada. Informações: www.ticketsforfun.com.br. Por que ir: Dona de sucessos como Show’Em (What You’re Made of), As Long as you Love Me e I Want it That Way, a banda entrou para a história por ter vendido mais álbuns no mundo, com mais de 130 milhões de cópias. Bom motivo para não perder a chance de ouvir os cinco Backstreet ao vivo.

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CULTURA | ARTES PLÁSTICAS

Instinto aguçado

Paulo Marcio

O artista plástico Marcos Anthony abusa de elementos e cores para criar telas que traduzam harmonia e emoção AMANDA ALEIXO

Repletas de cores e formas, as obras de Marcos Anthony harmonizam elementos para criar sintonia. Ancorado no estilo fauvista, estética do século XIX, o artista abusa do expressionismo para trazer aquilo que mais preza em seus trabalhos: emoção. De seu portfólio, constam exposições realizadas nos Estados Unidos, Itália, Argentina e Espanha. A inspiração do artista vem das relações com as pessoas e dos sentimentos. A exposição particular que fez no Castelo de Peñafiel, na Espanha, arrancou elogios dos curadores do Museu Del Vino. “Levei 10 obras da minha última série e tive um ótimo retorno. Quando produzimos algo que não existe no mercado, o trabalho se destaca”, diz. Deficiente auditivo desde criança, ele abusa da ousadia e da vontade de romper com os preconceitos. “A surdez nunca me atrapalhou. Pelo contrário, ela me ajuda a ser alguém melhor e me estimula a ter coragem e persistência em tudo que faço”, afirma. Com isso em mente, Marcos veio para Belo Horizonte aos 18 anos, para cursar arquitetura em uma universidade sem atendimentos especiais. “Eu via a pintura como um hobby e precisava de uma profissão. Hoje, tenho 92 |Encontro

Marcos Anthony fez sua primeira exposição aos 9 anos de idade: “Quando produzimos algo que não existe no mercado, o trabalho se destaca”

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Paulo Marcio

Tela A Mulher e a Poltrona: o quadro foi um dos 10 expostos no Castelo de Peñafiel, na Espanha

duas profissões ligadas à arte”, explica. Todo o trabalho começou pelo interesse nas cores, ainda criança. “Como eu não podia ouvir, meus olhos viam e ouviam por mim”, conta. Depois de alguns traços no lápis, ele experimentou o pincel e nunca mais largou. A casa dos pais, que não tinha pinturas nas paredes, ficou repleta de trabalhos do artista. “Pintei tantas

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telas que as pessoas que visitavam meus pais queriam comprar meus quadros a todo custo”, conta. Daí para frente, só sucesso. A primeira exposição do artista foi no Palácio das Artes, aos 9 anos de idade e, agora, aos 39, Marcos planeja as próximas para Salvador e Paris. Mas, se depender dele, não haverá limites nem fronteiras para mostrar seu trabalho. z

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NAS TELAS | JOSÉ JOÃO RIBEIRO jribeiro@editoraencontro.com.br

Live-action na gigante Disney Com o surgimento de infinitas plataformas, os estúdios precisam criar novas franquias e formatos, se quiserem fugir da crise e se manter no azul em Hollywood. Não há dúvidas de que a empresa que soube mais se reinventar, nestes últimos anos, foi a Disney, com a tranquila consolidação como maior conglomerado de entretenimento no mundo. Primeiro, incorporou de vez a Pixar aos seus domínios, garantindo a qualidade insuperável de suas animações. Depois, numa jogada de mestre, comprou por bilionárias bagatelas duas das maiores marcas, com os mais lendários personagens já criados, a Marvel (que lança um novo capítulo de Os Vingadores) e a Lucasfilm, que adiciona à casa Mickey Mouse as rentáveis sagas Star Wars e Indiana Jones. Não satisfeita com o notável crescimento, a Disney descobre uma nova fonte para sua cartela de produções. A nova moda é investir pesado em projetos de recriar contos infantis clássicos em live-action. Ou melhor, transformar as animações consagradas do estúdio, ainda dos áureos tempos do criador Walt Disney, em longas-metragens com atores de carne e osso, turbinados por incríveis efeitos especiais e impecáveis

direções de arte, com caracterizações fiéis aos desenhos e figurinos pomposos. É fácil lembrar que o estalo aconteceu com o sucesso de Alice no País das Maravilhas, em 2010, dirigido pelo gótico Tim Burton, baseado no original de Lewis Carroll. Johnny Depp representou mais uma bizarra e inconfundível figura, ao defender um colorido e instável Chapeleiro Maluco. Os bons resultados reverteram na continuação Alice no País das Maravilhas: através do espelho, para o ano que vem, agora com direção de James Bobin, mas com o mesmo elenco da primeira produção. No ano passado, uma ousadia de inverter o conto de fadas para a ótica da vilã gerou uma das maiores bilheterias de 2014 para a Disney. Malévola, sob o comando de Robert Stromberg, não correspondeu às expectativas da crítica, com uma trama arrastada e irregular, mas Angelina Jolie, na pele da longilínea criatura, deu força para a versão live-action de A Bela Adormecida. A Malévola de Angelina justificava o filme. Somente sua presença em cena foi o suficiente para a grande bilheteria, inclusive com o primeiro lugar entre os mais vistos no Brasil. Neste ano, a Disney atinge a excelência do novo conceito, com a adaptação

de Cinderela, na direção do inglês Kenneth Branagh. Justo reconhecer: dessa vez, a gigante soube escolher o diretor a dedo. O também ator Kenneth, de formação shakespeariana, fez um filme lindíssimo, respeitando a proposta clássica mas, ao mesmo tempo, acrescentando novos traços às personagens. Lily James e Richard Madden, egressos da televisão (Downton Abbey e Game of Thrones), formam o casal Gata Borralheira e seu príncipe, com releitura moderna, elegante e sem emburrecer a independente mocinha. Porém, o longa-metragem pertence a Cate Blanchett, dona de dois Oscars, que dá vida a uma madrasta pérfida e sedutora vestida com figurinos majestosos, cortados e costurados, na medida do seu talento. O estúdio dominante no cinema encontrou um lucrativo formato e já existem várias promessas para os próximos anos. Teremos os reboots de Dumbo, A Bela e a Fera, Pinóquio, Mulan, O Ursinho Pooh e O Livro das Selvas. Não demora muito e o fenômeno Frozen, maior bilheteria de um desenho, também passará a não ser mais uma animação somente. ❚ Divulgação

Angelina Jolie na pele da madrasta em Malévola: trama arrastada e irregular, mas que rendeu boa bilheteria graças à força da atriz

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Exposição

Até 22 de junho CCBB Belo Horizonte - Entrada Franca

Venha conhecer a trajetória e as ideias do artista russo Wassily Kandinsky, pioneiro do abstracionismo. A mostra inédita reúne mais de 150 obras, entre trabalhos do próprio Kandinsky e de artistas contemporâneos a ele, além de peças da arte popular e da cultura xamânica que influenciaram a visão estética do artista ao longo dos anos. Coordenação

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CAPA | TECNOLOGIA

Profissão: youtuber Conheça jovens mineiros que ganham a vida fazendo vídeos sobre atividades que gostam, como maquiagens e jogos, e postando no YouTube. Famosos na rede, eles têm contratos com anunciantes, fã-clubes e até produtos licenciados

MARINA DIAS

Como é comum entre meninas, a mineira de Virginópolis Camila Coelho sempre gostou de maquiagem. Desde quando morava na pequena cidade do interior de Minas, com pouco mais de 10 mil habitantes, até depois de se mudar com a família para os Estados Unidos, há 13 anos, seu hobby preferido sempre foi experimentar diferentes formas de se maquiar e produzir. Já nos EUA, onde mora até hoje, ela decidiu fazer cursos de make para começar a trabalhar no meio e até conseguiu emprego na Dior, em uma loja de departamentos renomada do país, a Macy’s. Seu caminho profissional, iniciado precocemente, poderia ter enveredado para diferentes ramos do

mercado da beleza. Camila poderia ter se tornado maquiadora, investido no desenvolvimento de produtos ou mesmo montado um salão de beleza, por exemplo. Mas nenhuma dessas opções se concretizou. Em vez disso tudo, ela se tornou youtuber. E de sucesso. Desde 2010, a mineira tem um canal em português e um em inglês na plataforma de vídeos YouTube, onde ensina seus viewers (espectadores) a fazer diversos tipos de maquiagem, além de avaliar produtos de beleza e compartilhar sua rotina estética. No início, a produção dos tutoriais era apenas uma atividade de lazer, algo feito por prazer e dividido com a rotina normal de trabalho. Mas logo os acessos começaram a aumentar, e então ela criou um blog de beleza. “Seis meses

Cláudio Cunha, divulgação e arquivo pessoal

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depois de começar com o blog, passei a me dedicar totalmente a ele e aos meus canais, pois comecei a receber propostas de parcerias de lojas on-line e percebi que isso poderia se tornar meu trabalho, minha vida”, diz Camila. De fato, hoje, seu canal em português tem quase dois milhões de inscritos (duzentas vezes a população de sua cidade natal) e mais de 178 milhões de visualizações – é como se todos os cidadãos da Alemanha, França e Canadá tivessem visto algum vídeo dela. Isso sem contar os números do canal em inglês – menores, mas também significativos. Assim como tinha imaginado, Camila vive hoje de suas atividades como blogueira e youtuber, que a alçaram à condição de it girl, motivo pelo qual ela acompanha as semanas de moda internacionais. É a única mineira a fazer parte da conhecida rede de blogs de moda e beleza F*Hits e já tem contratos com patrocinadores, coleções que levam seu nome e sua imagem (como a recente campanha para a Renner, feita na Riviera Francesa), além de produtos licenciados. Tudo por causa dos vídeos que decidiu postar na plataforma, de maneira despretensiosa, há cinco anos. A verdade é que cifras na casa dos milhões não são raras no YouTube. O clipe Gangnam Style, do coreano Psy – um dos clássicos da plataforma –, por exemplo, tem mais de dois bilhões de acessos. No entanto, manter o número de visualizações alto a cada vídeo que se lança (a média, no canal de Camila, é de aproximadamente 400 mil, mas há vídeos que chegam a 2,5 milhões) não é para qualquer um, e aí está o diferencial dos “youtubers profissionais” de sucesso: eles têm muitos inscritos e muitos acessos sempre que lançam algum conteúdo novo. A influência digital dessa turma é enorme, especialmente entre os jovens. Uma pesquisa do ano passado da revista americana Variety com jovens dos Estados Unidos indicou que youtubers já são mais populares entre adolescentes de 13 a 18 anos do que estrelas de Hollywood, por exemplo. Para o professor do Centro Universitário UNA especialista em rádio, TV e web Richardson Pontone, consultor em gestão de novas mídias, esse ainda não é o caso no Brasil, onde a TV se man-

Michael Vidol/Divulgação

Alex Gustavo Costa, 26 anos Onde nasceu: Belo Horizonte

124.580 inscritos*

Canal: Made In Brazil Categoria: Gameplay

6.549.539 visualizações*

Assunto é o que não falta para o youtuber Made, que diversifica cada vez mais seu estilo. Ele, que começou ensinando táticas do jogo Call of Duty, tem outros canais no YouTube com diferentes categorias de vídeos, mas pretende focar todos os temas em um só. Além dos jogos, ele responde perguntas de seus fãs, mostra sua rotina na academia, faz vídeos de sua suas viagens (algumas delas, para participar de campeonatos de games). Neste ano, quer investir em mostrar sua vida na Califórnia. “Sei que meus inscritos gostariam de conhecer. Nos vídeos, as pessoas vão poder conhecer Los Angeles, os pontos turísticos, as praias, minha academia, meu restaurante predileto. Tudo isso como se estivessem do meu lado, conversando como amigos”, diz. * números calculados até o dia 24/04

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CAPA | TECNOLOGIA Arquivo Pessoal

Taty Ferreira, 27 anos Onde nasceu: Araxá

731.815 inscritos*

Canal: Acidez Feminina Categoria: Vlog

78.568.353 visualizações*

Taty começou no YouTube fazendo apenas vlogs, um a cada dois meses. Depois da criação do blog, passou para um vídeo por mês e, um semestre depois, um por semana. Desde que saiu da faculdade, a rotina ficou mais apertada, e solta dois por semana, de séries diferentes. Os vídeos saem toda terça e quinta à noite, além de alguns aos sábados – novidade deste ano. Caso tenha algum problema e não divulgue no horário combinado, o público não perdoa. “O pessoal já espera o vídeo no dia e o no horário certo. Se atraso, já aparece gente pelo Twitter perguntando por que não caiu o daquele dia ainda”, diz. No mês passado, lançou um livro baseado em um vídeo feito para seu canal, o Manual da Mulher Bem Resolvida.

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tém muito forte, principalmente com a indústria de novelas. “Mas, diga-se de passagem, ela está perdendo a hegemonia”, afirma. Segundo Pontone, mesmo no Brasil, o YouTube é, sim, um nicho interessante, já que tem públicos diversos e, muitos deles, fiéis. “É um público autodidata, que gosta do faça-você-mesmo, de rapidez e do diálogo que a web oferece. É um grande modelo de monetização”, explica. O simples fato de um vídeo atrair cliques, aliás, já pode render alguma receita. Essa é a forma mais básica de se ganhar dinheiro com o YouTube. Chamado de monetização, o processo funciona da seguinte maneira: o usuário habilita a possibilidade de o Google colocar anúncios em sua página. Se o clique no anúncio acontecer nessa página, você leva uma parcela do pagamento. Assim, quanto mais acessos seu canal tiver e mais visualizações seus vídeos receberem, maiores serão os ganhos. Não é possível precisar valores, pois tudo depende de quanto paga cada anunciante, qual é o contrato entre o Google e cada youtuber, entre outras variáveis. Para os meros mortais, é muito provável que o valor não seja mais do que alguns dólares por mês (a receita normalmente é contabilizada a cada 1 mil visualizações). Por outro lado, qualquer pessoa que tenha um canal e faça upload de vídeos de conteúdo autoral pode participar. Segundo o próprio YouTube, mais de um milhão de canais geram receita por meio desse programa de parceria, e milhares de canais têm receita anual de até seis dígitos. O maior youtuber do mundo, o sueco PewDiePie, por exemplo, que tem 35 milhões de inscritos em seu canal de gameplay (confira quadro) e mais de oito bilhões de visualizações, divulgou ter recebido, em 2013, 4 milhões de dólares com a atividade. O que faz com que alguns youtubers se destaquem mais que outros, no entanto, não se sabe bem. Para Bruno de Paula, recrutador da Machinima, rede que paga e dá suporte a canais do YouTube que fazem parte de seu grupo, é preciso que a pessoa tenha um plano concreto do que pretende fazer. “Não dá para achar que suas opiniões sobre um assunto da moda ou a maneira como joga

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CAPA | TECNOLOGIA Cláudio Cunha

Lucas Rangel, 18 anos Onde nasceu: Belo Horizonte

585.074 inscritos*

Canal: rangeldovine Categoria: Esquetes de comédia

18.610.041 visualizações*

algum game serão o suficiente. Já existem milhões de pessoas fazendo isso, e é provável que o público já tenha seus youtubers preferidos. Só procuram conteúdo novo se for alguém ou algo muito interessante”, afirma Bruno. Por isso, diz, apenas gravar um vídeo não é o bastante para crescer nesse meio: é preciso ter boas ideias, ser paciente, organizado para manter uma rotina de produção, ter um equipamento apropriado e se divertir, além de ter carisma. “A realidade é que milhares de pessoas abrem canais todos os dias e depois de dois ou três vídeos de baixa qualidade ficam frustrados porque não cresceram ainda. Não entendem o volume de conteúdo que há por aí”, diz. O belo-horizontino Alex Made é uma das referências brasileiras na mesma ca102 |Encontro

O sucesso de Lucas já extrapolou a internet. Só neste ano, foi convidado do programa da Fátima Bernardes na Globo e jurado de um quadro sobre internet no programa da Eliana, no SBT. Apesar de ainda não ter entrado na faculdade de publicidade, como pretende, Rangel já tem sido tratado como especialista: teve convites para dar palestras sobre marketing na web. Neste ano, diz que vai ficar totalmente focado nas produções de vídeos, sejam eles de conteúdo autoral ou de merchand. “Mas quero estudar. A internet é incerta, não permite estabilidade”, diz.

tegoria de vídeos do sueco PewDiePie, a de se filmar jogando videogames, dando dicas e estratégias de como passar de fase. Ele conta que era habilidoso no jogo Call of Duty 4: Modern Warfare e resolveu mostrar táticas na rede, começando seu canal em 2011. Segundo ele, ter começado cedo foi um dos motivos do reconhecimento. “Sucesso no YouTube é algo difícil de entender, mas acho que ter começado há mais tempo fez diferença. Também sempre fui perfeccionista, trabalhador, e sabia tudo sobre o jogo que escolhi trazer para o meu canal. Um pouco de sorte também sempre cai bem, né?”, diz. Hoje, Made (uma abreviação de “Made in Brazil”, já que ele mora nos Estados Unidos) não faz mais apenas vídeos sobre games, mas também quadros di-

ferentes, como responder perguntas de internauta e contar do seu dia a dia. Devido a seu sucesso na rede, Made foi o único apresentador brasileiro da rede Machinima e, apesar de não viver apenas de sua atividade como youtuber, deve a essa experiência seu atual trabalho: gerente de parcerias estratégicas no setor de games da Google. O que não significa, claro, se aposentar da profissão original. “Mesmo trabalhando bastante por trás dos bastidores, vou continuar gravando meus próprios vídeos para o YouTube. Acho que nunca vou parar, pois amo o carinho de todos os meus inscritos”, afirma. Como acontece com muita gente nesse mundo da internet, é comum que youtubers expandam sua atuação para

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FIEMG.COM.BR

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CAPA | TECNOLOGIA Arquivo Pessoal

CADA UM NO SEU QUADRADO Conheça algumas das categorias de vídeo que mais fazem sucesso no YouTube GAMEPLAY Nesse tipo de vídeo, o youtuber dá dicas e mostra táticas de como passar de fase e avançar em jogos de videogame. Muitos deles, além de mostrar o jogo, abrem uma pequena janela onde filmam suas reações (gritos, sustos, etc.) HUMOR Esquetes, cenas longas, imitações e outras performances engraçadas fazem muito sucesso na rede. Os três canais com mais seguidores do Brasil, por exemplo, são de humor: Porta dos Fundos, Parafernália e Galo Frito

TUTORIAL O youtuber ensina os viewers a fazer, eles mesmos, alguma atividade. Um dos tutoriais mais conhecidos é o de maquiagem, mas existem diversos outros, como de culinária e mecânica Bruna Vieira, 20 anos UNBOXING Onde nasceu: Leopoldina Vídeos em que o youtuber abre a caixa de determinado produto para mostrar e avaliar o que há dentro. Útil, por exemplo, para quem quer comprar algo pela internet, mas está inseguro quanto ao tamanho ou qualidade dos itens. Alguns dos canais mais conhecidos do YouTube são de unboxing de brinquedos infantis VLOG Aglutinação de vídeo e blog; no YouTube, normalmente designa os vídeos que são uma espécie de página pessoal do youtuber, em que comenta temas, narra acontecimentos de sua vida, falando diretamente para a câmera

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524.337 inscritos*

Canal: Bruna Vieira Categoria: Vlog

21.085.461 visualizações*

Escritora e blogueira, além de youtuber, Bruna está montando um estúdio para conseguir melhor qualidade em seus vídeos, já que pretende investir mais na plataforma neste ano. Enquanto isso não acontece, ela diz que prefere gravar de madrugada, quando as redes sociais estão mais paradas e normalmente não faz tanto barulho. Seu veio de empresária é forte, e, aos candidatos a youtuber profissional, ela ensina que não se pode ter preguiça de ler os comentários do público: “Os comentários são tão importantes quanto o conteúdo. É ali que o produtor de conteúdo descobre onde acertou e errou”, afirma.

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CAPA | TECNOLOGIA Roberto Rocha

Camila Loures, 20 anos Onde nasceu: Belo Horizonte Canal: Camila Loures Categoria: Vlog

239.245 inscritos*

9.871.789 visualizações*

Camila paga uma promessa a cada 100 mil novos inscritos em seu canal. Para os 100 primeiros, pintou o cabelo de roxo e rosa e, para os 200, fez uma tatuagem do símbolo “play” do YouTube. A promessa de um milhão? “Vou fazer minha piscina virar uma piscina de chocolate, derretendo quantas barras for preciso”, diz. Não à toa, com tantas peripécias mostradas aos fãs, ela teve de abrir uma caixa-postal para receber cartas e presentes. Apesar da modernidade de poder enviar comentários on-line, eles gostam mesmo é de mandar cartas enormes de papel. “Uma vez, comentei em um vídeo que meu chinelo tinha sumido, e aí ganhei 20 pares dos fãs”, afirma.

outras redes, como blogs ou Instagram, o que é um passo a mais para a pessoa conseguir se manter com a atividade e se dedicar integralmente ao mundo on-line. Foi o caso da mineira de Araxá Taty Ferreira. Ela teve uma pequena experiência na web quando assinou uma coluna no blog Testosterona, sob o pseudônimo de Acid Girl. Mas decidiu que queria se mostrar de verdade para falar sobre o que gosta: assuntos femininos. O meio escolhido foi o YouTube, onde criou, em 2010, seu próprio canal. “Ninguém sabia quem era a pessoa por traz do nome na coluna do Testosterona e, para fazer os vídeos, eu precisaria colocar a cara a tapa, mas resolvi correr o risco. Na primeira semana, o vídeo teve 100 mil visualizações, o que, na época, e ainda hoje, é um número bem expressivo”, conta. Por causa do sucesso do canal, decidiu também criar um blog, o Acidez Feminina, seis 106 |Encontro

meses depois de ter postado o primeiro vlog (blog em formato de vídeo. Confira quadro) no YouTube. Na época, meados de 2012, Taty estudava psicologia, mas logo começou a perceber que não teria tempo para se dedicar bem aos estudos e às atividades no blog e YouTube. “Eu ficava esgotada e no final do dia via que não havia feito nada como gostaria. Foi aí que percebi que teria de escolher entre trabalho e estudo. E, como o trabalho era o que pagava os custos do estudo, optei pelo blog e pelos vídeos”, afirma. Taty não revela valores – como maioria dos youtubers de sucesso –, mas diz que a proporção de sua receita é de 60% vinda do YouTube e 40% do blog, quantia obtida com venda de espaço publicitário. Já a jovem Bruna Vieira, referência entre meninas de 20 e poucos anos, fez o caminho contrário. Nascida em Leopol-

dina (MG), ela já tinha o blog Depois dos Quinze há três anos, quando percebeu que o YouTube estava crescendo e que seu público estava interessado na plataforma. No final de 2011, decidiu ir para lá também. “Gravava conteúdos que já fazia em texto no blog, mas é um formato diferente, que proporciona uma proximidade interessante entre o blogueiro e o público”, diz. Estrategista como deve ser um profissional da rede, Bruna foca suas produções em todas as redes com o objetivo de fortalecer o blog – o que também vale para o YouTube, onde já tem mais de 500 mil inscritos e 20 milhões de visualizações. “O YouTube para mim é uma parte do blog. Ali quero visibilidade para o trabalho que faço diariamente no Depois dos Quinze”, diz ela, que também escreve para a revista Capricho e é autora de quatro livros publicados.

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CAPA | TECNOLOGIA Antes mesmo de completar 20 anos, Bruna já tinha conseguido, com a receita de seu trabalho na internet e dos livros, comprar um apartamento em São Paulo. “Sou muito grata por poder trabalhar com o que amo. A internet tornou isso possível e eu gosto sempre de lembrar o quão democrático é esse espaço. Nasci no interior e minha família não tinha condição. Tudo o que precisei foi de um computador e uma boa ideia”, afirma. Quem também migrou de outra rede para o YouTube foi o fenômeno do Vine (plataforma de vídeos de seis segundos) Lucas Rangel. Com mais de 1,1 milhão de seguidores, ele é o viner mais seguido da América Latina. Seus esquetes sobre situações corriqueiras, como brigas entre mãe e filho ou problemas de aluno com professor, tornaram-se virais e fazem sucesso não só entre os jovens, mas também entre os adultos. “Mães e pais adoram. Eu não falo palavrão, o que eles gostam, e retrato situações pelas quais todo mundo já passou, então é fácil se identificar”, afirma Lucas. O garoto de BH tem vários fã-clubes, e as meninas enlouquecem em sua presença. Antônio Alex Rangel, seu pai e empresário, pediu encarecidamente que o bairro onde Lucas mora com a família não fosse divulgado nesta matéria, porque, segundo ele, as meninas descobrem o endereço, tocam a campainha e esperam o garoto sair para tirar fotos ou segui-lo até a escola. A Rangel-mania é tamanha que, na festa que Lucas deu em comemoração à marca de um milhão de seguidores no Vine – um ano depois de ter entrado na rede –, os ingressos (abertos ao público e comprados via internet) acabaram em três minutos. E não só ele faz sucesso: seu cachorro, que aparece de vez em quando nos vídeos, tem seu próprio Instagram, com nada menos que 150 mil seguidores. Lucas começou no YouTube há pouco mais de um ano, com o canal Rangel do Vine, e já tem mais de 580 mil inscritos e 18 milhões de visualizações, além de uma média de 750 mil visualizações por vídeo. “As pessoas estavam pedindo vídeos mais longos. É outro formato, não dá para fazer o mesmo que faço no Vine”, explica. As produções para o YouTube ainda são feitas por ele mesmo, mas 108 |Encontro

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Camila Coelho, 27 anos Onde nasceu: Virginópolis

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Canal: Camila Coelho e MakeUpByCamila2 Categoria: Tutoriais de maquiagem

178.114.767 e 38.200.022 visualizações*

Mais que youtuber ou blogueira, a categoria em que Camila melhor se encaixa é it girl. Devido ao sucesso do seu canal, ela hoje extrapolou a plataforma de vídeos e o blog, sendo referência de moda, estilo e beleza: sua opinião sobre qualquer produto vale ouro. Em 2013, foi eleita blogueira mais influente pela revista feminina Glamour e, no ano passado, lançou sua própria linha de esmaltes. Mas os vídeos não são esquecidos. Camila diz que, este ano, vai focar mais nos vídeos do dia a dia, num estilo reality. “Ultimamente tenho notado que a vida real é o que as minhas leitoras mais querem ver”, afirma. Quem não quer?

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CAPA | TECNOLOGIA pretende contratar uma equipe que o ajude na filmagem e edição. “Viro a noite editando, e não estou tendo tempo para fazer isso mais”, diz. Lucas, que se formou no ano passado no ensino médio, pretende estudar publicidade, mas resolveu não prestar vestibular neste ano, porque a agenda não permite. Isso porque as empresas ficam de olho nas tendências web e não perdem a oportunidade de fazer uso de tamanha influência digital. Por isso, Rangel já teve contratos com mais ou menos 50 marcas, desde pequenas startups de aplicativos que querem divulgar seu produto entre os brasileiros até grandes empresas internacionais e nacionais, como Coca-Cola, McDonald’s, Disney e Bradesco. Para essas instituições, Rangel faz conteúdos de merchandising, que mescla com seus vídeos de conteúdo autoral. “O público não gosta se você faz muito merchand. Eles querem os vídeos pessoais, então é preciso medir, senão você perde audiência”, afirma. A vantagem é que, no caso de ganhar audiência, o crescimento costuma ser exponencial. A viner e youtuber Camila Loures, conhecida pelos vídeos de ação (em um deles, faz sua piscina ficar cheia de bolas de sabão), surgiu nesse meio porque apareceu em alguns Vines de Rangel, seu amigo. Logo, alguns seguidores comentaram que gostavam do jeito dela e então ela tomou coragem para fazer alguns vídeos próprios. Quando atingiu 100 mil seguidores no Vine, foi para o YouTube. Em pouco mais de sete meses, atingiu 100 mil inscritos na plataforma. Nos dois meses seguintes, chegou a 200 mil. O crescimento foi tamanho que com poucos meses no canal Camila já foi procurada para fazer vídeos e posts patrocinados, além de ter fechado contrato com uma rede. Por tudo isso, ela não tem planos de entrar na faculdade, por enquanto. “Alguns familiares me mandavam entrar logo na graduação e parar com essa ‘bobagem’. Mas é algo que faço seriamente e, no momento, é minha profissão.” E quem pode culpar os jovens youtubers por fazerem o que gostam, por se divertirem e ainda ganharem fama e dinheiro? Quem também não quer? z 110 |Encontro

Cláudio Cunha

MECÂNICO QUE VIROU CELEBRIDADE Não só os jovens de 20 e poucos anos fazem sucesso no YouTube. Alexandre Dias Generoso, mais conhecido como ADG, encontrou um nicho frequentado também por pessoas nascidas antes da era digital. No Canal High Torque, o ex-taxista, mecânico e empresário posta vídeos explicativos de consertos de carro e do dia a dia de sua oficina, bem como séries de programas patrocinados por marcas, como a série de bastidores da Fórmula 1. A ideia, que começou apenas como forma de mostrar aos clientes as intervenções que estavam sendo feitas em seus carros, virou febre. O canal já tem quase 60 milhões de visualizações – 95% delas de homens entre 18 e 40 anos. “O público que gosta de carro é bem segmentado, mas muito fiel”, diz. Por isso, segundo Alexandre, a monetização do YouTube lhe rende de três a quatro mil dólares por mês, mas o retorno também é percebido no mundo real. Hoje, 100% das pessoas que procuram a oficina o conhecem da internet, inclusive vindas de outros estados. E a agenda está sempre cheia pelos próximos dois meses. “Eu me interessei pela mecânica quando meu carro começou a dar defeito e eu queria compreender o que tinha acontecido. Desde então, percebo a necessidade de as pessoas entenderem o que se passa dentro da oficina. Quero mostrar o que é feito no carro, desmistificar a mecânica”, diz. As filmagens, feitas inicialmente pelo celular, hoje contam com câmera full HD, e a oficina foi totalmente reformada, com equipamentos mais modernos e visual mais clean. Os mecânicos da oficina participam sempre dos programas e, por isso, têm contrato de imagem. Quanto à predominância jovem na plataforma, Alexandre não se amedronta: “Em determinados segmentos, é preciso ter experiência, caso da mecânica”, diz. “Claro que os jovens têm mais facilidade para absorver as novidades tecnológicas, mas eu já estou ligado nesse meio há muito tempo”, afirma ele, que está no YouTube desde 2006.

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Vestido: Casaco: Estola: Bolsa:

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MODA | TENDÊNCIA

Verão ameno Com desfiles que deixaram de lado a ostentação, o MinasTrend projetou a cor branca, que inspira paz, como tendência para a estação quente

Desfile de abertura comandado pelo stylist Paulo Martinez: cenário clean, remetendo ao glamour dos anos 60 e 70

MARCELO BRASILIENSE

Por mais que a crise seja um fator negativo para a economia nacional, o Minas Trend, realizado em abril, mostrou fôlego e desenvoltura para lançar as tendências do verão 2016. Com 250 expositores e quase 15 mil visitantes, o salão de negócios teve participantes de peso no cenário da moda nacional, como ... Com o tema “Viva Ciclicamente”, a feira se mostrou conectada, com uma estrutura longe da ostentação de outros anos. O desfile de abertura, comandado pelo stylist Paulo Martinez, remeteu a um cruzeiro que recrutou passageiras por diferentes pontos do globo. Com cenário clean, mas com o glamour dos anos 60 e 70, e explorando tons de vermelho, laranja e amarelo, Matinez mais uma vez acrescentou arte e atitude à moda mineira. Os destaques dos desfiles, que aconteceram simultaneamente com a feira, foram Fabiana Milazzo, que recuou em seus bordados e apostou em um étnico elegante e fresh; a iniciante Madre Pérola, que se mostrou madura e convicta em cortes de alfaiataria bem

Fotos: Zé Takahashi/Divulgação

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Fabiana Milazzo: étnico elegante e fresh

Madre Pérola: cortes de alfaiataria bem produzidos

Mabel Magalhães: modelagem sexy e elegante

Vivaz: variações de cores em tons pastéis

Patrícia Motta: leveza e pés descalços

produzidos para um verão ameno, e Patricia Motta, que deixou as modelos livres, leves e soltas transbordando alegria e com pés descalços. Já a Vivaz retratou a colheita tardia das jabuticabas de maneira contemporânea, destacando em sua cartela de cores o nascer, o florescer e a seca da árvore. Coube a Mabel Magalhães fechar os desfiles, com modelagem impecável, sexy e elegante. As duas se mostraram seguras para inovar e apresentaram coleções impecáveis, recheadas de conceito e beleza. Mas, se há uma tradução para tudo o que pode ser visto nesta semana da moda mineira, ela se resume a duas palavras: atitude e estilo. Uma atitude mais tranquila, que projetou a cor branca como a forte tendência para 2016. Em suas variações (nude, gelo, bege), em quase todos os desfiles vistos, na decoração da entrada e na tranquilidade dos visitantes, o branco e a paz, que ele transmite, foram o senso comum, definindo o estilo e postura que tente a prevalecer na estação ❚ MAIO DE 2015

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BELEZA | TRATAMENTO

Caretas que

rejuvenescem

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A ginástica facial promete fortalecer a musculatura e reduzir rugas e marcas de expressão. Mas os exercícios devem ser indicados por especialistas, porque dependem de cada caso

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Arte sobre foto de Rogério Sol

GABRIELA GARCIA

Nos últimos quatro anos, a vida da artesã Leila Ávila, de 61 anos, mudou radicalmente: ela pôs fim a um casamento longo, iniciou programa de reeducação alimentar e emagreceu 9 kg para controle do colesterol. “Mesmo quando parecia estar tudo despencando, a pele do meu rosto não se abalava por nada”, diz, divertindo-se. Isso porque, na mesma época, Leila conheceu a fonoaudiologia estética, quando buscou um cirurgião plástico para retirar a papada que a incomodava. “O especialista me sugeriu que antes eu investisse em exercícios faciais,

acompanhada por fonoaudiólogo, e só depois retornasse”, conta. O acompanhamento que Leila faz semanalmente com uma fonoaudióloga desde então prevê avaliação completa sobre quais são as assimetrias, rugas e marcas de expressão da cliente, tratamentos como massagens, drenagem linfática e acupuntura facial (para vascularizar a região e amenizar inchaços e edemas, como olheiras) para então chegar ao carro-chefe do tratamento, que são os exercícios. Com eles, Leila diz ter ficado livre da papada que a incomodava, apesar de ainda ter um excesso de pele que será

removido cirurgicamente, no futuro. Iniciada no Brasil, a fonoaudiologia estética se desenvolveu a partir da percepção, por parte dos profissionais, de que muitos exercícios funcionais realizados em pacientes atendidos em casos de paralisia ou derrame garantiam ganhos estéticos e uma aparência mais saudável. O olhar voltado para a harmonia da face, então, aliou-se a esse cuidado e hoje a expertise já é difundida e pesquisada não só no país, mas também internacionalmente. Segundo a fonoaudióloga Valesca Resende, a busca pelo tratamento se dá, grande parte das vezes, por pessoas que

Nos primeiros sinais de “pés de galinha”, Fábio Júlio da Silva, de 34 anos, buscou a fonoaudiologia estética. Hoje faz diariamente uma série de exercícios: “Sou vaidoso, malho muito, e o rosto não podia ficar para trás” MAIO DE 2015

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BELEZA | TRATAMENTO Alexandre Rezende

Leila Ávila, de 61 anos, recebe orientações da fonoaudióloga Valesca Resende: ela faz tratamento há quatro anos e conseguiu acabar com a papada, adiando a cirurgia plástica

desejam uma solução para o rejuvenescimento facial sem passar por métodos invasivos, como as cirurgias. Ela explica que os exercícios faciais ajudam, principalmente, no fortalecimento muscular. No entanto, ainda pode ser necessária uma cirurgia menor quando há excesso de pele – próximo passo a ser tomado por Leila Ávila, por exemplo. “Muitos clientes chegam aqui por indicação de um cirurgião para reduzirmos ao mínimo a necessidade de cirurgia”, diz. Há também, segundo Valesca, pacientes atendidos após o procedimento médico. “A cirurgia não é um tratamento, e fatalmente aquela flacidez vai voltar mais tarde. Os exercícios previnem isso”, afirma. Ainda de acordo com a especialista, os exercícios também ajudam a modelar o rosto após a cirurgia, para que fique com a fisionomia mais natural. Naturalidade, inclusive, é a palavra para definir o tratamento, seguindo a tendência de valorizar o que é natural, orgânico e saudável. “Os exercícios faciais modelam o rosto, amenizam rugas, marcas de expressão e aquela fisionomia fruto da repetição de atos e que podem interferir nas impressões que as pessoas têm sobre nós, sem deixar sua aparência irreconhecível”, explica a fonoaudióloga Cláudia Ligocki, membro do Conselho Regional de Fonoaudiolo126 |Encontro

gia. “Você vê o ator hollywoodiano Clint Eastwood, por exemplo, e o imagina como uma pessoa brava, com aquela cara amarrada e a boca travada. O tratamento ajuda a atenuar aquela expres-

SEM CONTRAINDICAÇÕES Não há idade para o tratamento, mas os especialistas apontam situações em que é mais indicado A partir dos 25 anos, quando começa a perda de colágeno Fumantes, pois já estão sujeitos ao envelhecimento precoce da pele e têm marcas na boca, conhecidas como “código de barras” Quem passou por cirurgia bariátrica e processos de emagrecimento que levam à flacidez da pele Pessoas que usam ou usaram aparelho ortodôntico Quem possui alguma alteração dentária, como implante Quando não há indicação plástica Pessoas que têm assimetrias faciais e desequilíbrios estéticos Quando houve ganho ou perda de volume de pele Casos de paralisia facial

são, diminuindo as tensões”, diz. Para prevenir o envelhecimento, até mesmo pessoas de 25 a 35 anos têm procurado os especialistas. “Quando comecei a perceber que muitos amigos da minha idade estavam buscando intervenções estéticas, vi que era a hora. Sou vaidoso, malho muito, e o rosto não podia ficar para trás”, diz Fábio Júlio da Silva, de 34 anos, que atua na área de marketing. Ele começou o tratamento há quatro meses e está satisfeito com os resultados, especialmente com o fim dos famosos “pés de galinha”. Fábio faz acompanhamento semanal para se instruir sobre os exercícios que deve fazer pelo menos uma vez por dia — o que não toma mais do que quatro minutos diários. O alerta principal dos especialistas é quanto à necessidade de orientação, já que a origem dos problemas varia, bem como os diagnósticos e exercícios indicados. Clientes que têm papadas no pescoço, por exemplo, podem ter problemas de deglutição e com a posição da língua. Outros, com mais de 50 anos, sofrem com a prática antiga de extração dos dentes quando havia um problema odontológico, e a oclusão hoje gera alterações faciais. “É preciso conhecer bem os processos de crescimento e envelhecimento do corpo”, explica Cláudia. z

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Qualidade de vida na hora de comer

Samuel Gê

Capim Santo Detox amplia serviços e acrescenta linha de produtos orgânicos exclusivos para seus clientes Desmistificar a ideia de que reeducação alimentar seja sinônimo de sofrimento e que alimentos saudáveis são sem graça e de gosto duvidoso. Essa é a missão da Capim Santo Detox, que há seis meses tem auxiliado centenas de pessoas em Belo Horizonte interessadas em consumir produtos de qualidade, orgânicos, não industrializados, que façam bem ao organismo, mas que, ao mesmo tempo, sejam atraentes e saborosos. “Muito mais que o mero emagrecimento, a alimentação detox tem como prioridade a saúde e o bem-estar das pessoas, mas sem abrir mão do prazer em comer, que todos temos. Queremos mostrar que é possível aliar as duas coisas em prol de mais qualidade de vida”, explica a diretora e idealizadora da Capim Santo Detox Letícia Henriques, especializada em Gestão de Negócios em Alimentação. A procura pelo programa tradicional de refeições de cinco dias preparado pela Capim Santo tem sido tão grande que obrigou a empresa a oferecê-lo todas as semanas, e não mais quinzenalmente. As novidades, contudo, não param. Agora, os clientes têm à disposição uma gama de produtos para uso constante ou mesmo para serem acrescentados ao consumo do dia a dia, como explica Letícia. “São produtos frequentemente usados em nossos cardápios e que os clientes adoram, por isso decidimos oferecê-los separadamente”, diz a especialista. A lista é composta pelo pão de queijo vegano (feito sem glúten e lactose), granola, caponata de berinjela, molho de tomate orgânico e iogurte vegano, mas irá aumentar nos próximos meses. “Vem muita novidade por aí”, promete Letícia. Outra inovação pensada pela Capim Santo foi o “dia líquido detox”, voltado exclusivamente para os sucos preparados pela empresa. São seis variedades, todas preparadas com a moderna técnica de prensagem a frio, única maneira das frutas utilizadas não perderem seus nutrientes, e que garante durabilidade de três dias. Além disso, a Capim Santo criou os sucos petit, elaborados com uma combinação balanceada de ingredientes, de modo a atender todas as necessidades das crianças.

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“Muito mais que o mero emagrecimento, a alimentação detox tem como prioridade a saúde e o bem-estar das pessoas, mas sem abrir mão do prazer em comer”, diz Letícia Henriques, diretora do Capim Santo

A constante evolução dos serviços oferecidos pela empresa, chancelada pela confiança da clientela, ávida por modificar seus hábitos alimentares, comprova a excelência da Capim Santo. Que, como gosta de frisar Letícia, “é muito mais que uma simples moda detox, é um estilo de vida”. Vida mais saudável, equilibrada, prazerosa e saborosa. A vida que todos queremos – e devemos – buscar.

Contato@capimsantodetox.com (31) 9647-2861 - Leticia Henriques Instagram: capimsantodetox Facebook: Capim Santo Detox Empresa delivery

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MODA | HOMENS JC Martins

Adepto do skate e outros esportes, o funcionário público André Esteves usa o penteado há alguns anos: “No passado, as pessoas olhavam com certa surpresa. Hoje está mais comum”

Inspirado nos samurais Como muitos famosos, homens de diversas profissões e idades aderiram à moda do coque. Especialistas dizem que o penteado cai bem em qualquer ambiente 128 |Encontro

GEÓRGEA CHOUCAIR

Se algum dia alguém disse que coque era coisa de mulher, isso é passado. O penteado está fazendo a cabeça dos homens, principalmente daqueles que gostam de um visual com estilo e personalidade. A tendência mostra que, nos tempos atuais, a moda está ultrapassando preconceitos e quebrando barreiras de gêneros. A onda surgiu a partir de outra tendência, que ganhou as ruas em 2014, a do lumberman, ou lenhador. Não faltam exemplos de famosos que aderiram ao estilo, como os jogadores

de futebol Ibrahimovic e Sorín e atores como Lared Leto, Leonardo DiCaprio e Bradley Cooper. Na prática, o penteado nada mais é que um coque estilo samurai, no topo da cabeça. A principal dica para deixar o estilo bem masculino no dia a dia é não prender o cabelo muito arrumado. Uma outra forma de variar o penteado é passar a máquina dos lados (undercut) e fazer o coque na parte do cabelo que fica mais comprida em cima. “O coque entrou como intermediário entre o cabelo longo e o curto”, diz Paulo Sérgio de Oliveira, da Barbearia Isac.

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Fotos: Samuel Gê

O estudante de fotografia Luís Fernando Hang aderiu à onda recentemente: “Vou à escola, igreja e festas de coque”

O coque combina com barba, como o look do publicitário Felipe Assis: “Gosto de acompanhar as tendências que estão por aí”

O penteado combina com barba mais alta, como o look adotado pelo publicitário Felipe Assis, de 20 anos. “Gosto de acompanhar as tendências que estão por aí. Vi o coque e achei legal”, afirma Felipe. A profissão dele permite adotar um visual mais informal. O publicitário exibe também tatuagens, alargador na orelha e piercing no nariz. Mas o coque masculino pode ser controverso: afinal, agrada ou assusta a mulherada? Já existem pesquisas mostrando que elas dizem sim ao penteado. De acordo com levantamento realizado em 2015 pelo site WhatsYourPrice.com, 76% das mulheres participantes preferiram homens de coque. O estudante de fotografia Luís Fernando Hang, de 20 anos, aderiu à moda há pouco mais de um mês. O novo visual, segundo ele, foi aprovado pela namorada. “Eu estava deixando o cabelo crescer. Aí vi fotos nas redes sociais e resolvi fazer. Gostei”, diz. “Vou à escola, igreja e festas de coque.” O consultor de estilo Rodrigo Cezário diz que não há restrições quanto ao uso. Cabe bem até em ambientes formais, mas, nesse caso, deve estar benfeito, de preferência com gel, para que fique mais arrumado. “Os ambientes profissionais atualmente também são mais flexíveis em relação ao dress code. De qualquer forma, encaixa melhor para profissionais que atuam em áreas criativas e para atletas”, diz. A idade também não compromete o look. Rodrigo lembra que na cultura oriental é usado pelos samurais, homens que carregam a imagem de masculinidade. “O samurai é um guerreiro, tem a força”, afirma. O funcionário público André Esteves, de 40 anos, é apaixonado por esportes e adepto do coque há muitos anos. “No passado, as pessoas olhavam com certa surpresa. Hoje está mais comum. Uso de forma irrestrita. É o meu jeito”, diz André, que é praticante de artes marciais e também adepto do skate, kitsurf e bicicleta. ❚ MAIO DE 2015

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VITRINE | MÃES Fotos: Cláudio Cunha e Divulgação

ANA CAPRI Galocha Azul R$ 169,90

PERFECT ÓCULOS Óculos Giorgio Armani R$ 850

Tudo

para

AMANDA ALEIXO

Para a mulher moderna, não é fácil a tarefa de conciliar a vida profissional com a maternidade. Mas entre as demandas do trabalho e do lar, elas sempre arrumam tempo para os pequeninos e para os grandinhos que, cá entre nós, continuam crianças até os cabelos ficarem brancos. Com gratidão pelo porto mais seguro, lugar de aconchego e carinho, nada melhor do que presenteá-las com bom gosto. Fizemos uma seleção para ajudar na escolha. ❚

RIMOWA Beauty Case Salsa R$ 1.400

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DECORAÇÃO | COR

Nobre como

Daniel Mansur/Divulgação

o vinho

Por trazer sofisticação e personalidade ao décor, a cor marsala firma-se como tendência neste ano. Transitando entre o marrom e a uva, a tonalidade é a nova aposta para um ambiente marcante

INTEGRAÇÃO COM O JARDIM Cláudio Cunha

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Para preservar e enfatizar a vista da lagoa da Pampulha, a arquiteta Anaíne Pitchon projetou um deck com estrutura em madeira. A integração e harmonia dos espaços são enfatizadas pelo uso da marsala, que estende ao mobiliário nuanças de tons presentes no jardim de bromélias e cactos. Destaque para a iluminação, que ajuda a criar um ambiente aconchegante com atmosfera intimista.

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AMANDA ALEIXO

Ditar moda, transmitir sensações e imprimir significados são atribuições das cores, que, além de delimitar os looks do dia a dia, são chave para o sucesso dos projetos de decoração. Clássica como o vinho que resultou em seu nome, a cor marsala é sinônimo de sofisticação e profundidade. Eleito tendência do ano pela Pantone – especia-

lista mundial no segmento –, o tom já caiu no gosto dos mineiros. Para a decoradora Gislene Lopes, marsala é um tom arrojado e veio para ficar. “É uma cor que não cansa e se encaixa bem tanto em projetos descolados como nos clássicos”, explica. Com característica de escurecer os ambientes criando aconchego e calor, é importante saber dosar o tom para evitar que o décor fique muito fechado. A

dica é ousar no contraste com outras tonalidades – como cinza e bege – ou aplicar a cor em bancadas, adornos e lustres. “Por se tratar de uma cor marcante, é melhor usá-la nos detalhes da decoração”, sugere a arquiteta. Se a proposta for mais convidativa, sala de estar, lavabo e sala de jantar são os cômodos que melhor acomodam a tendência. Conheça algumas opções em diferentes ambientes.

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DECORAÇÃO | COR Jomar Bragança/Divulgação

CRIATIVO E MODERNO Para a cozinha deste apartamento em BH, os clientes solicitaram um espaço funcional e cheio de originalidade. A sala foi integrada com a cozinha, deixando-a mais espaçosa. Tons fortes, presentes no piso e móveis, imprimiram personalidade ao projeto assinado pela decoradora Gislene Lopes. A finalização do ambiente, que abusa de linhas mais retas e aspecto lúdico, resultou na escolha das luminárias, geladeira tomate e bancada marsala.

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Rogério Sol

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Jomar Bragança/Divulgação

Bárbara Dutra/Divulgação

ESPAÇO DESCONTRAÍDO O desafio do projeto de Fernanda Sperb e Lígia Jardim foi transformar uma casa antiga em um bar descolado, no coração de Lourdes. Estruturas metálicas resultaram na criação do subsolo e mezanino. Na entrada, balcões em madeira de demolição acompanham bancos altos para deixar o clima mais aconchegante. Na quebra da neutralidade dos revestimentos, a cor marsala aparece em poltronas, banquetas e na parede principal. O toque retrô é confirmado pelos móveis e lustres antigos.

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DECORAÇÃO | COR Fotos: Jomar Bragança / Divulgação

CONVIDATIVO E CLEAN A sala projetada por Dodora Gontijo é um convite permanente ao convívio social. O mobiliário dá tom acolhedor ao ambiente, junto a obras de arte contemporâneas. A antiga varanda foi integrada ao espaço, criando-se um ambiente de descontração para amigos e família. Destaque para as poltronas na cor marsala. z

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NA MESA | ALINE GONÇALVES agoncalves@editoraencontro.com.br Alexandre Rezende

FRANCÊS RENOVADO Foi quase por acaso que o casal Philippe e Silvana Watel (ele parisiense, ela mineira) fixou raízes em BH ao voltar da França, há dois anos. A ideia inicial dos dois era viver em alguma cidade do Sul do país, mas eles se convenceram das qualidades da capital de Minas e abriram o restaurante Au Bon Vivant (Cruzeiro). Agora, preparam novidades. No cardápio, Silvana vai apresentar 13 receitas. “Tirei o que dava para tirar, porque temos clientes assíduos, que querem novidades, mas não podemos mexer nos pratos queridinhos”, diz. O boeuf bourguignon (uma espécie de carne ensopada), por exemplo, dará lugar ao blanquete de vitela, e o steak tartar, com carne crua, aparecerá como opção sujeita a disponibilidade, para garantir o frescor do ingrediente principal. O casal também já aguarda a chegada de vinhos novos, o que deve ocorrer até junho. Em sua última viagem à França, Philippe visitou uma feira com mais de 600 produtores independentes da bebida.

COMBO DE QUEIJO E AZEITE

JC Martins

A chegada do outono inspirou os fundadores da A Pão de Queijaria (Savassi) a incluir no cardápio noturno um combo inusitado: quatro pães de queijo, quatro tipos de queijo e quatro tipos de azeites espanhóis para harmonizar. O tipo hojiblanca, levemente picante e com notas de amargor, por exemplo, será combinado com o queijo canastra. “A ideia é valorizar os terroirs do queijo e celebrar sua associação com outros itens. Alguns pensam que o produto se define por tipo, mas ele tem mais a ver com região, assim como o azeite”, explica Mário Santiago, sócio ao lado de Lucas Parizzi. Os azeites entram não apenas na degustação, mas como substitutos da manteiga na receita do pão de queijo. Para completar a experiência, o cliente será orientado via descritivo, que mostrará a ordem ideal do consumo.

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Samuel Gê

PARA ADOÇAR O PALADAR Já é tradição: o mês de maio, há uma década, reúne bares e restaurantes para o festival Brasil Sabor, que começou em Minas com outro nome e, agora, ocorre em todo o país. Desta vez, 16 estabelecimentos de BH vão oferecer sobremesas gratuitamente para quem pedir o prato-sugestão do evento, entre 14 e 31 de maio. Mas é preciso que o cliente esteja com o guia do festival (distribuído nos locais participantes, postos de informação turística da Belotur e sede da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes-MG). “O evento traz um público diferente e valoriza sabores regionais”, diz o proprietário da pizzaria Parada do Cardoso (Santa Tereza), Daniel Carvalho, presente desde a primeira edição e que, nesta, indica o consumo da pizza Nordestina, com carne de sol. Os demais participantes podem ser conferidos no site da revista Encontro.

CALDOS PARA O FRIOZINHO JC Martins

As sócias da Casa Amora (Savassi), Laura Gondim, Patrícia Saggioro e Marcela Machado, estão preparadas para os dias mais frios do ano. Tendo como base a experiência com caldos, no ano passado, elas decidiram incrementar a iniciativa. O cardápio deste inverno trará um sabor por dia, como o de couve-flor e o de cenoura com gengibre e mel – o predileto do público na última temporada. “Assim que o frio bater à porta, vamos começar a servir as opções, tanto no horário do almoço quanto para a pessoa levar, o que será a grande novidade”, explica Patrícia. O tamanho não está definido, mas ela acredita que serão duas opções: uma individual e outra para duas pessoas. Os caldos devem custar em torno de R$ 10. Paulo Márcio

GOSTINHO DE INFÂNCIA O chef Leonardo Paixão, do Glouton (Lourdes), nunca esteve tão perto do universo infantil como agora. Enquanto aguarda a chegada do segundo filho, ele criou um sorbet inspirado em um gostinho que faz parte da história das crianças de BH: o das balas azedinhas Lalka, marca com 90 anos. “Tenho memória boa dessa bala, que era a que eu mais gostava”, diz. O primeiro teste foi realizado em um jantar no restaurante Xapuri, quando Leonardo escoltou o sorbet com um quindim preparado pelo chef Flávio Trombino. Agora, incluiu o item no menu do Glouton, mas com uma torta de castanha-do-pará. Se depender do sucesso da bala, a sobremesa vai permanecer no cardápio durante um bom tempo. MAIO DE 2015

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GASTRÔ | RECEITAS

Batata-doce

no auge ALINE GONÇALVES

Ela está presente nos hortifrútis há tempos, ganhou trava-língua e música, mas, mesmo sendo originária das Américas, a batata-doce nunca integrou o dia a dia dos brasileiros, ficando atrás de ingredientes “estrangeiros”, a exemplo do arroz, vindo da Ásia. De um dia para o outro, porém, o produto conquistou um expressivo número de adeptos, sobretudo atletas ou interessados em perder massa gorda. Isso porque, de acordo com especialistas, ele é uma fonte mais completa de carboidratos, ajuda a manter as taxas de açúcar no sangue controladas e contribui para que a pessoa não “estoque” gordura no corpo.

Ingrediente faz sucesso entre os que buscam uma dieta saudável, mas também pode ser encontrado pelos apreciadores de comida sofisticada graças à criatividade dos chefs

Obviamente, para conseguir esses benefícios, indica-se que o consumo seja diário e que a batata-doce sofra poucas interferências no processo de preparo. Mas quem é apenas apreciador do sabor tão exclusivo dessa raiz (isso mesmo, ela não é um tubérculo, como a batata comum, mas uma raiz tuberculosa) pode experimentá-la como quiser. Alguns chefs de BH se arriscaram a transformá-la em diferentes sugestões de consumo e comprovam que o ingrediente é versátil, possível de ser combinado com salmão, carne de porco, carne de sol. Para o pescado, Soraya Hazana, do restaurante Verdinho, indica que o acompanhamento seja feito em formato de musselina, com um fio de

mel. Quem prefere um corte suíno, mas gosta da ideia da mistura adocicada, encontra opção no Verano Studio Gourmet, onde a costelinha caramelada é servida com chips de batata-doce. Trazendo a raiz frita em outro formato, o salpicão de carne de sol com batata-doce crisp é a dica do chef da Mello Mercearia, Celso Pereira. Em dias mais frios, a sugestão vem da cozinha da Deli Fresh Food: o purê trufado de batata-doce com agrião e carne de panela promete aquecer o paladar. O nhoque de batata-doce com carne-seca, couve e canastra real, da L’Osteria Casa Mattiazzi, também é uma dica para quem deseja inovar em preparações clássicas e colocar, de vez, a batata-doce no centro das mesas mineiras.

Salmão ao azeite de ervas e cogumelos com musselina de batata-doce Serve 1 pessoa INGREDIENTES

Alexandre Rezende

MODO DE PREPARO

Para o salmão 250 g de salmão em posta Azeite a gosto Alecrim fresco a gosto Manjericão fresco a gosto Orégano fresco a gosto 4 tomates sweet grape 4 azeitonas tipo azapa fatiadas Cogumelos paris, shitake e shimeji a gosto 1 limão-siciliano (raspas e suco) 1 dente de alho

Grelhe a posta de salmão dos dois lados até que fique dourada. Reserve. Em uma frigideira, coloque o azeite com as ervas frescas, as raspas de limão-siciliano e o sumo do limão. Aqueça em fogo bem baixo para aromatizar, por dois a três minutos. Em outra frigideira, refogue os cogumelos com as azeitonas e o dente de alho. Acrescente à mistura o azeite e os tomates. Deixe em fogo baixo por um minuto. Na sequência, cubra o salmão com esse molho.

Para a musselina 100 g de batata-doce cozida 80 ml de creme de leite fresco 1 colher (sopa) de manteiga com sal 50 g de requeijão cremoso Castanha-de-caju a gosto Mel a gosto

Para a musselina Amasse a batata-doce até ficar bem lisinha, sem pedacinhos. Misture o creme de leite, a manteiga e o requeijão. Corrija o sal. Por fim, adicione as castanhas quebradas e o mel. Sirva com o salmão.

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Por Soraya Hazana, do Verdinho

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Alexandre Rezende

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GASTRÔ | RECEITAS

Salpicão de carne de sol com batata-doce crisp INGREDIENTES 300 g de carne de sol dessalgada, cozida e desfiada 100 g de salsão picado 1 cenoura crua ralada 100 g de uvas passas pretas sem semente 1 cebola picadinha molho de salsinha picada 300 g de maionese 200 g de creme de leite 2 batatas-doces roxas

Serve 2 pessoas MODO DE PREPARO

Em um recipiente, junte a carne desfiada com os ingredientes picados. Misture a maionese e o creme de leite com o salpicão. À parte, descasque as batatas-doces roxas e passe no ralador grosso formando tirinhas. Seque com papel toalha e polvilhe com farinha de trigo. Em óleo bem quente, frite a batata tomando cuidado para não deixá-la escurecer. Monte o prato com o salpicão e o crisp de batata por cima.

Por Celso Pereira, chef da Mello Mercearia

Fotos: Alexandre Rezende

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Gustavo Lovalho/Divulgação

Nhoque de batata-doce com carne-seca, couve e canastra real Serve 4 pessoas INGREDIENTES Para o nhoque 1 kg de batata-doce 120 g de queijo parmesão ralado 1 ovo 500 g de farinha de trigo 1 pitada de sal Para o molho 250 g de carne-seca desfiada xícara (chá) de azeite de oliva 3 dentes de alho 1 molho de couve 150 g de queijo canastra curado ralado Salsinha a gosto Sal e pimenta-do-reino a gosto

MODO DE PREPARO Para o nhoque Cozinhe as batatas sem casca até ficarem bem macias. Escorra, passe pelo espremedor e deixe esfriar. Adicione os ovos, o parmesão e a farinha. Acerte o sal e amasse tudo como se fosse fazer uma massa de pizza. Coloque a água com sal para ferver. Faça rolinhos pequenos com a massa e corte em pedacinhos. Antes de colocar para cozinhar, pressione com o dedo indicador no meio de cada pedacinho fazendo quase um buraquinho. Vá despejando aos poucos o nhoque na água já fervendo e espere. Quando o nhoque subir à superfície da panela com água, separe-o para colocar no molho.

Por Massimo Battaglini, chef da L’Osteria Casa Mattiazzi Para o molho Em uma frigideira, coloque o azeite e o alho e deixe dourar. Acrescente a carne-seca e a couve, tempere com sal e pimenta a gosto. Acrescente a salsinha e reserve. Adicione o nhoque já cozido à panela do molho. Acrescente meia xícara de água do cozimento do nhoque. Espere evaporar uma parte da água e acrescente metade do queijo canastra. Sirva no prato e salpique com o restante do queijo. MAIO DE 2015

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GASTRÔ | RECEITAS

Purê trufado de batata-doce com agrião e carne de panela Serve 4 pessoas INGREDIENTES Para a carne de panela 1 kg de músculo ou patinho cortado em cubos médios 50 ml de azeite 1 cebola 1 tomate 1 l de caldo de carne 1 colher (sopa) de amido de milho Sal e pimenta-do-reino a gosto Para o purê de batata-doce 500 g de batata-doce 50 g de manteiga 100 ml de creme de leite Azeite trufado a gosto Sal e noz-moscada a gosto

MODO DE PREPARO Para a carne de panela Tempere a carne com sal e pimentado-reino. Coloque o azeite na panela de pressão e doure a carne. Acrescente a cebola e o tomate em cubos. Refogue rapidamente e coloque o caldo de carne. Se usar caldo pronto, faça um bouquet garni (mistura de ervas a gosto) para saborizar. Tampe a panela de pressão e deixe cozinhar por 20 minutos (contados a partir do momento em que a panela pegue a pressão). Depois, acrescente o amido dissolvido em pouca água e deixe cozinhando fora da pressão por mais cinco minutos. Se quiser, pode acrescentar mais uma cebola picada em rodelas finas.

Por Juliana Muradas, chef da Deli Fresh Food

Para o purê de batata-doce Cozinhe a batata-doce e passe por um espremedor. Em uma panela, coloque a manteiga para derreter sem deixar queimar. Acrescente a batata-doce espremida e o creme de leite. Corrija o tempero com sal e noz-moscada. Montagem No fundo do prato, coloque o purê e regue com um fio de azeite. Por cima, coloque a carne e enfeite com agrião a gosto. Fotos: Denis Medeiros

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Fotos: Paulo Márcio

Costelinha caramelada com dadinhos de polenta do Serro e chips de batata-doce Serve 4 pessoas INGREDIENTES Para a costelinha 1 kg de costelinha suína (mais alta) 4 dentes de alho 50 ml de cachaça 5 g de pimenta-branca 1 ramo de alecrim 15 g de sal Para o chips de batata-doce 1 batata-doce Óleo para fritar Para a polenta 150 g de milharina 600 ml de água 1 colher (sopa) de azeite Sal e pimenta-do-reino a gosto 150 g de queijo do Serro cortado em cubinhos Folhas de couve Para o molho para caramelar a costelinha 50 g de catchup 20 ml de molho inglês 100 g de melado de cana

MODO DE PREPARO Para a costelinha Corte a costelinha em pedaços (quatro ossos cada pedaço, aproximadamente). Tempere de véspera com o alho amassado, cachaça, pimenta-branca, alecrim e sal. No dia seguinte, asse com os temperos em um refratário coberto com papel alumínio por 1h30 em forno a 130 graus. Retire o papelalumínio e pincele as costelinhas com o molho. Leve novamente ao forno por 20 minutos. Retire, vire as costelinhas e passe o restante do molho. Volte ao fogo por mais 20 minutos ou até que fiquem bem macias. Para o molho para caramelar a costelinha Misture bem os ingredientes e pincele sobre as costelinhas. Para os chips de batata-doce Corte a batata-doce em fatias finas, de preferência com a ajuda de um mandolim (próprio para corte), e frite em óleo não muito quente até dourar.

Por Ricardo Pongeluppi, chef do restaurante Verano Studio Gourmet Para a polenta Ferva a água. Coloque o azeite, o sal, a pimenta e a milharina, mexendo sempre para não criar grumos, por aproximadamente dez minutos. Retire do fogo e incorpore os cubos de queijo. Coloque em tabuleiro para firmar. Corte em tiras de 3 cm e reserve. Passe as folhas de couve ligeiramente em água fervente para quebrar a rigidez. Coloque uma tira da polenta sobre a folha de couve e enrole. Corte em dadinhos.

Montagem do prato Coloque em fio um pouco de melado de cana sobre o prato. Disponha a costelinha, os chips de batata-doce e os dadinhos de polenta. Decore com um raminho de alecrim. z MAIO DE 2015

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GASTRÔ | GUIA

Charmosas cafeterias são atrações à parte para quem visita exposições em BH. Conhecemos o serviço de oito casas e provamos algumas das opções dos cardápios ALINE GONÇALVES

Depois de contemplar uma exposição de quadros ou conhecer mais sobre a história da cidade, um casal de turistas se senta em uma charmosa cafeteria e degusta apetitoso croissant, acompanhado por um espresso ou chá fumegante. Muita gente pode imaginar cena como esta ocorrendo em algum lugar da Europa, por exemplo. Mas é mesmo em Belo Horizonte que moradores e visitantes estão se habituando a buscar aconchego e descanso em casas especializadas em cafés, instaladas dentro dos museus. Quando os dias frios se aproximam, esses locais são ainda mais atrativos, graças aos ambientes, quase sempre internos. Mas, obviamente, as comidinhas e cafezinhos, com suas variáveis, são o motivo principal da presença dos clientes. Pensando nisso, Encontro conheceu oito principais estabelecimentos do tipo na cidade e provou quitutes em cada um. Apenas no entorno da Praça da Liberdade são seis locais, sendo três terceirizados e três gerenciados por cada museu. “As cafeterias não são o centro da atenção do visitante, mas são apoio importante tanto em relação à fruição do equipamento cultural quanto espaço de descanso e de encontro”, diz Michele Arroyo, presidente do Instituto Estadu-

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al do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), atual gestor do Circuito Cultural Praça da Liberdade. Segundo ela, as cafeterias nesses ambientes têm três papéis: oferecer lanche e descanso ao visitante; ser local de encontro entre os frequentadores, estimulando a apropriação dos equipamentos culturais públicos e servindo como “porta de entrada’ para que as pessoas conheçam a programação do museu; e, finalmente, proporcionar retorno financeiro. “Assumimos há pouco tempo a gestão do Circuito, mas nossa ideia é que esses espaços se integrem à programação”, diz Michele. Mesmo fora do Circuito Cultural, os estabelecimentos adquiriram função importante. É o caso do Café dos Ofícios, situado no Museu de Artes e Ofícios. Reaberto há pouco mais de um mês, com capacidade para 20 pessoas, vai passar a servir almoço a partir de julho. Antes disso, tem atraído jovens que visitam o museu e pessoas que passam pelo centro da cidade. Completando o circuito visitado por Encontro está o Ortiz, aberto no Museu Abílio Barreto há poucos meses. Então, conheça um pouco do que essas cafeterias oferecem e se prepare para uma tarde agradável no museu. Colaboraram: Amanda Aleixo e Talita Santos

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Fotos: Alexandre Rezende

s etra L com é f Ca

Onde fica: Centro Cultural Banco do Brasil (praça da Liberdade, 450, Funcionários)

Como é: O bistrô com cafeteria divide o pátio central do museu com o Sou Café, mas possui mesas também em espaço interno. Um piano é utilizado para apresentações de jazz e blues, por exemplo. O cardápio é extenso, mas boa parte dos pratos é para almoço ou happy hour, sendo servidas também bebidas alcoólicas.

Vale a pena provar: O brie morno com melaço e nozes guarnecido por pães ciabatta (R$ 39,90) é bem servido. O queijo quentinho vai bem com suco do dia (laranja com manga, por exemplo, a R$ 6,10). Quem preferir pode pedir vinho.

Onde fica: Casa Fiat de Cultura (praça da Liberdade, 10, Funcionários)

Café Frau Bond an

Como é: Está localizado à direita da entrada principal do prédio, embaixo de uma escadaria. A decoração moderna, com composições de mesas e cadeiras coloridas e diferentes umas das outras, chama a atenção. Se quiser sossego, opte por se sentar distante da porta de vidro que dá vista para a rua.

Vale a pena provar: O chá de hibisco (R$ 6) é servido em delicado conjunto, com bule, xícara e coador. Para acompanhar, a empanada (R$ 7,90) pode ser vegetariana, de roquefort com aipo, por exemplo. Para “dias ruins”, a torta Save the Day, de brigadeiro puro (R$ 8,90), realmente faz o que promete: adoça a vida.

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GASTRÔ | GUIA Café do Espaço do Conhecimento UFMG Onde fica: Espaço do Conhecimento UFMG (praça da Liberdade, 700, Funcionários)

Como é: Em termos de decoração, é o mais modesto das seis cafeterias do Circuito Cultural Praça da Liberdade, todo pintado em branco e com mesas também neutras. Por outro lado, é um dos espaços mais integrados à casa em que está: serve de suporte para debates semanais.

Vale a pena provar: A fatia do bolo indiano, feito com canela e leite condensado, é farta e tem bom custo-benefício (R$ 4). Ela deve ser pedida direto no balcão, bem como as demais opções expostas na vitrine.

rial o m Me o d é Caf

Onde fica: Memorial Minas Gerais Vale (praça da Liberdade, s/n – Funcionários)

Como é: Todo em madeira, o ambiente é bem iluminado e decorado com garrafas de cachaça. Para entrar, é preciso passar pela portaria do museu e solicitar um adesivo que o indica como cliente da cafeteria. No local, há televisores e fones de ouvido que transmitem parte da mostra.

Vale a pena provar: A quiche de alho-poró (R$ 5) pode servir de entrada para o lanche, finalizado com a torta de nozes (R$ 6). No dia da visita, o cardápio não estava pronto, mas a atendente não se importou em repetir as opções de lanche e preços verbalmente.

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Onde fica: Museu de Artes e Ofícios (praça Rui Barbosa, 600, centro)

Como é: Reaberta em março, a cafeteria ocupa parte do prédio da estação central, à direita do visitante que entra no museu. É opção agradável, com ambiente histórico e mobília charmosa. O cardápio é pequeno e a internet, no dia da visita, poucas semanas depois da reinauguração, não estava funcionando.

Vale a pena provar: Os bolos são alternados diariamente, como o de aipim ou de fubá com cobertura de coco (R$ 3, a fatia) e o de chocolate com laranja com recheio de trufas (R$ 4). Também serve doces como pudim de leite (R$ 3).

Onde fica: MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal (praça da Liberdade, s/n, Funcionários)

MMM Café

Como é: Situado ao fundo do museu, o espaço é sóbrio, com cadeiras pretas e paredes brancas ou vermelhas. Em dias de eventos fechados, costuma servir de apoio ao bufê, já que está próximo ao saguão livre usado nessas ocasiões.

Vale a pena provar: O pão de abobrinha com pasta de frango e curry quentinho (R$ 12) é uma das boas opções do cardápio, enxuto, mas que traz sanduíches e crepes, por exemplo. Se quiser um doce, opte pelo brigadeiro de colher, como o de limão com amêndoas (R$ 3).

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GASTRÔ | GUIA Fotos: JC Martins

Ortiz

Onde fica: Museu Histórico Abílio Barreto (av. Prudente de Morais, 202, Cidade Jardim)

Como é: A vista para o jardim do museu é um convite para se sentar rente à parede principal, em vidro. O cardápio é extenso, mas boa parte para almoço ou jantar. No dia da visita, não havia opções de quitutes como pão de queijo, por estar participanto do festival Restaurant Week. Apesar de funcionar até as 18h, a cozinha encerra às 16h.

Vale a pena provar: Um dos chás italianos da marca lavazza que existe desde o século XIX. Para o de uva verde (R$ 6), dispense o açúcar ou adoçante. Para comer, pode-se escolher o sanduíche de peito de frango, abacaxi, queijo e tomate (R$ 18).

Fotos: Alexandre Rezende

afé C u So

Onde fica: Centro Cultural Banco do Brasil (praça da Liberdade, 450, Funcionários).

Como é: A cafeteria tem cardápio extenso e diversificado, inclusive tapioca. O estabelecimento está no pátio central coberto do museu, além de ter mesas internas. A boa internet atrai estudantes, mas o local é propício a ecos que podem dispersar a atenção. É vizinho ao Café com Letras.

Vale a pena provar:

O wrap de salmão com mostarda e chutney de manga, que mesmo sendo descrito como “individual” é bastante generoso (R$ 17). Para completar, tem waffle com creme de avelã (R$ 5). ❚

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NA SOCIEDADE | HELVÉCIO CARLOS hcarlos@editoraencontro.com.br

Arquivo Pessoal

DE CASA NOVA Os preparativos para o casamento de Ana Paula Junqueira e Fernando Pugno Terassi, marcado para 1º de agosto, na igreja de São José, não tiram noites de sono da noiva. Tudo já está encaminhado e bem organizado por Paulo Junqueira, irmão de Ana, e Maria Júlia Junqueira Ribeiro, mãe da noiva. “Estou ansiosa com a mudança de casa. Depois de 14 anos em Belo Horizonte, vou para São Paulo, onde Fernando mora e trabalha. Vou deixar as minhas funções no escritório de advocacia Bracarense e Ribeiro, meu primeiro emprego e onde estou há mais de uma década”, diz. O noivado foi oficializado durante a Semana Santa, na casa dos pais dela – Paulo Ribeiro Filho e Maria Júlia –, em Oliveira. “Na verdade, em dezembro do ano passado, Fernando havia feito o pedido para meus pais, durante aniversário dele em São Paulo. Mas resolvemos reunir as duas famílias na Semana Santa em Oliveira, uma das mais belas do interior de Minas.” No sábado de Aleluia, Fernando, bem-humorado, perguntou ao sogro se ele não tinha mudado de ideia. O sorriso de Paulo Ribeiro e o carinho de Maria Júlia comprovaram que ele já tem lugar especial na família. Fernando é filho de José Roberto Terassi e Marilda Pugno Terassi.

GENTE COMO A GENTE

Bruno Soares/Divulgação

Reis da pista, Dominic e David Poole, a dupla de DJs que forma o Goldfish, brilhou na cidade. O barato é que, além de serem sensação nos quatro cantos do mundo, os caras são uma simpatia. Em meados de abril, em sua terceira perfomance na boate naSala – quarta vez em Minas Gerais –, Dominic e David não foram embora após apresentação. Aceitaram o convite de Lauro Malloy, Breno Rocha, Mariana Carvalhais e Letícia Pires e se juntaram a eles em um dos camarotes da casa. “Ficamos lá no maior bate-papo e curtindo a festa até o dia clarear. Eles ainda foram atenciosos com o público, atendendo aos pedidos para fotos”, conta Breno. De Belo Horizonte, o Godfish seguiu para São Paulo e de lá para Budapeste.

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SONHO DE MENINA Patrícia Wanderley Lott não sabe exatamente quando a filha, Ana Wanderley Lott, decidiu que não abriria mão de comemorar os 15 anos com uma festa reunindo os amigos e a família. Mas a mãe da debutante sabe que desde o “sim” do pai, Marcos Teixeira Lott, para o evento Aninha sempre participa com suas sugestões. “Se esse é o sonho dela, ela tem que participar”, afirma Patrícia. No roteiro da festa, marcada para 23 de maio, no BHZ, no Jardim Canadá, não faltará a tradicional valsa. Aninha vai dançar com os avôs, Flávio Wanderley e Élcio Nassif; o irmão, Pedro; o pai, tios, primos e amigos. Mariel Pelli/Divulgação

ENCONTRO INESPERADO Kylie Minogue e Maurício Lima se encontraram rapidinho durante a passagem da cantora australiana por São Paulo, no início de abril. “Meu amigo, Ivo Abraão, dono do restaurante Tavares, me ligou, dizendo que ela estava almoçando lá”, recorda Maurício, que ainda trocou algumas palavras com a cantora. “Ela adorou a comida brasileira e quer conhecer a sede do restaurante, que fica em São Francisco, na Califórnia”, diz. Kylie entrou na lista dos gringos gente boa que vêm ao Brasil. Ela estava acompanhada por um casal de amigos e apenas um segurança. Arquivo Pessoal

UM CASAL E 46 PADRINHOS Nem o vestido, muito menos os preparativos para a festa fizeram a noiva Danielle Loureiro Goulart sofrer tanto quanto a sua lista de padrinhos. “São 23 casais. Até tentei reduzir, mas não consegui. Tê-los em meu casamento foi uma forma de retribuir também convites que recebemos”, justifica Danielle, que no dia 23 de maio se casa com Marcelo Henrique Oliveira de Aguiar Teixeira. A cerimônia será na igreja Nossa Senhora Rainha, no Belvedere. A recepção, no Dommus, ao som do DJ Luiz Maranhão. “Quero que a festa seja tão animada quanto meu chá de panela”, torce Danielle, relembrando que a sua despedida da vida de solteira começou na casa de uma amiga, Fernanda Correia, e, de lá, ela e 17 amigas seguiram numa limousine até a Wood’s. A noiva é filha de Teófilo Braz Taranto Goulart e Lúcia Maria Mendes Loureiro Goulart. O noivo de José Oswaldo Aguiar Teixeira e Solange Maria Werneck de Oliveira Teixeira.

SOB AS BÊNÇÃOS DE SANT’ANA Maria, a filha de Aninha Gutierrez e Dhiego Lima, será batizada em Tiradentes. A netinha de Ângela Gutierrez terá como padrinhos Luiza e Clemente Júnior, irmãos de Aninha. A escolha por Tiradentes tem vários motivos. O primeiro é que Ângela tem uma casa superacolhedora na rua Direita, bem ao lado do Museu de Sant’Ana, uma das joias nacionais. “Além disso, Sant’Ana é a mãe de Maria”, diz Aninha. “E porque Tiradentes é muito linda”, completa.

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SOCIEDADE

Thiago Rocha, Gabriel Rocha, Camila Rocha, Robson Rocha, Silvia Thomé Rocha, Pablo Rocha e Amanda Rocha

Daniela Abreu e Alexandre Abreu

Noite de emoção Depois de quatro anos entre namoro e noivado, Sílvia Thome Rocha e Robson Rocha oficializaram a união durante cerimônia e recepção no BHZ Espaço de Eventos. Os convidados ficaram emocionados com a presença de Flávio Venturini, que cantou Céu de Santo Amaro durante a bênção das alianças. Os noivos seguiram em lua de mel para Punta Cana. Fotos: Ju Di Paula/Divulgação.

Flavio Venturini e Regina Spósito

Matheus Rames Bichara e Gislene Barroso

Deise, Ademir, Robson Rocha, Suely, Silvia Thomé Rocha, Eliane, Mariana e Gabriel

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Adriano, Mirta, Robson Rocha, Silvia Thomé Rocha, Sergio, Erlinda, Hugo, Maninha, Ramon, Patricio e Cláudia - Irmãos da Noiva

João Batista, Silvia Thomé Rocha, Robson Rocha e Mônica

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Sophia Thomé, Robson Rocha, Silvia Thomé Rocha e Paula Thomé

Robson Rocha e Silvia Thomé Rocha com as damas e pajem: Yasmim, Matheus, Sophia , Giovanna, Alice e Luana

Guilherme Barroso, Cláudia Bichara e filho

Carol Machado e Breiner Machado

Robson Rocha, Marlize, Tarcizo, Silvia Thomé Rocha, Angelica e Guilherme

Paula Thomé, Robson Rocha, Silvia Thomé Rocha e Ricardo Feltre

Claudia Bichara, Robson Rocha, Tatiana Antunes, Cristiane Silva, Glauce Coelho, Silvia Thomé Rocha e Wanessa Marquioli

Silvia Thomé Rocha, Robson Rocha, Dalva Rocha e Rosilene Rocha

Rogerio Rocha e Franci Rocha

Ronaldo Rocha e Marilia

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SOCIEDADE

Humberto Theodoro Neto e Aieska Theodoro

Luciana Nepomuceno e Rodrigo Zarife

Danielle Louise e João Victor Guerra

Inverno precioso Transformação é o tema da coleção outono-inverno 2015 da Manoel Bernardes. “Para chegarmos ao resultado esperado, buscamos alguns elementos construtivos que fomentam a temática escolhida e traduz o verdadeiro sentido da transformação, que para nós significa mais do que mudar, transformar é atingir um outro estágio, trata-se de evolução”, comenta Manoel Bernardes, presidente da joalheria. Destaque para as gemas lavadas, opalosas e as escuras. A coleção foi segmentada em cinco linhas: Lua, luz, pérolas, borboleta e a déco. A ênfase está na combinação de elementos negros, como o quartzo negro, o espinélio, frequentemente associados ao ródio negro, as pedras clássicas como o rubi, a safira e a esmeralda. São tendências orientais que muito influenciaram as criações nos anos 1920. Fotos: Dudua’s Profeta.

Diomar Silveira, Manoel Bernardes, Sonia Rubinsky, Ângelo Oswaldo e Fábio Mechetti

Kátia Romano, Olavo Romano, Letícia de Sena e Marta Batista de Ramos

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Ronan e Rosana Horta

Paulo Bernardes e Vânia Bernardes

Manoel Bernardes, Heleni Fonseca, Eliane Parreiras e Alfredo Alves

Rodrigo, Camila, Fernanda e Bruno Bernardes

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SOCIEDADE

15 anos Os 15 anos de Luanna Brasil, filha de Vivianne Brasil, diretora do grupo Metropax, foram comemorados no Espaço Drumond Recepções e Eventos, em Lagoa Santa. Um dos momentos emocionantes da noite foi a entrada da aniversariante acompanhada pelo violinista Matheus Meyer. Luana foi homenageada pela irmã, Isabella Brasil, de 7 anos, e seu primo Gabriel, de 10. A debutante recebeu os sapatos das mãos do tio Célio Brasil Júnior representando seu avô Célio Brasil Quaresma (in memoriam). A festa foi animada pela banda Optima, decoração de Nádia Pinheiro e menu do Buffet Chá com Nozes. Fotos: Estúdio Imaginário/Divulgação.

Vania Beatriz Caires Dias, Luanna Brasil e Silvio Lorenzato

Izabel Pereirinha, Vivianne Brasil e Daniel Pereirinha

Joyce Barbosa, Elaine Barbosa e Joceir Barbosa

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Luanna Brasil

Célio Brasil Júnior, Luanna Brasil e Thereza Cristina Munck

Gabriel Lage e Isabella Brasil

Cristina Brasil, Rosângela Brasil, Célio Brasil, Vivianne Brasil e Cristiane Brasil

Romerson Franco, Vivianne Brasil e Nádia Pinheiro

Reginaldo Mialaretti, Karina Mialaretti, Danielle Perri e Flávio Rodrigues

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SOCIEDADE

Lançamento de livro A cidade mineira de Augusto de Lima ganhou um livro dedicado a sua história e à vida do estadista que homenageia. A publicação Augusto de Lima se baseou em levantamentos do pesquisador Chicão, tem textos do jornalista e historiador Aristóteles Drummond e do intelectual Newton Vieira. Lançado em solenidade na Câmara Municipal, o livro foi um presente dado à cidade por Aristóteles, que é cidadão honorário do município e bisneto de Augusto de Lima. Fotos: Adelson Leles Nadu /Divulgação.

João Carlos Batista Borges, Aristóteles Drummond e Franz Wesbleys Martins

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Newton Vieira, Aristóteles Drummond e Maurilio Guimarães

Newton Vieira, Dalton Canabrava Filho, Maurilio Guimarães, Aristóteles Drummond e Petronio de Souza Gonçalves

João José de Oliveira (Chicão) e Aristóteles Drummond

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ARTIGO | LEILA FERREIRA lferreira@editoraencontro.com.br

Quando filhas viram mães A cena ocorreu no bloco cirúrgico de uma clínica oftalmológica – e quem a descreveu foi o próprio oftalmologista, numa conversa que tivemos no dia seguinte à cirurgia. A paciente, uma senhora do interior de Minas, chegou acompanhada por duas filhas e estava nitidamente nervosa. Uma sedação mais forte, no caso dela, era contraindicada, por causa da idade avançada e da saúde frágil. Foi então que uma das filhas sugeriu algo inusitado. Disse que a única coisa que acalmava a mãe nos momentos de ansiedade era ouvi-la cantar e pediu para ficar ao lado dela no bloco cirúrgico. O médico cedeu e teve a chance de assistir a uma cena inédita em seus 40 anos de profissão: durante toda a cirurgia, a filha, segurando as mãos da mãe, cantou para ela suas músicas preferidas, canções antigas que foram acalmando a paciente, até que a ansiedade e o medo desaparecessem por completo. Segundo o oftalmologista, foi uma cena comovente e, quando me contou, ele ainda estava emocionado. É pensando nessa cena que me vem à cabeça a inversão que ocorre na vida de tantas mulheres que passam a ser mães de suas mães – uma mudança de papel que carrega uma infinidade de significados. A protetora passa a ser a protegida. As mãos que conduziam passam a ser guiadas. É todo um “script” que tem de ser refeito, um roteiro que é dolorosamente recriado. Sim, porque essa inversão é quase sempre dolorosa, e sempre delicada. Como filhas, podemos ser frágeis, medrosas, inseguras. Como mães, temos de ser destemidas e fortes – ainda que estejamos mergulhadas na insegurança e no medo, ainda que não tenhamos a menor ideia de como desaprender o papel de filhas para assumir a tutela de quem nos amparava. Às vezes essa inversão ocorre aos poucos. Foi assim com minha mãe. Ela foi se fragilizando lentamente, perdendo gradualmente o vocabulário de mãe e me obrigando a criar, no improviso dos sustos cotidianos, uma nova semântica e uma nova sintaxe. Nossas falas, tantas vezes ensaiadas, foram se enchendo de lacunas. Os silêncios, cada vez maiores, nos desconcertavam. Eu lia em seus olhos que ela queria preenchê-los, mas não sabia como. E eu tentava falar por nós duas, pecando pelo excesso de ansiedade e de palavras. Nas pouquíssimas vezes em que saíamos de casa, sempre para ir aos médicos, ela se apoiava no meu braço como se sua vida dependesse de mim. E, nas consultas, percebia com sofrimento quando os médicos se dirigiam mais a mim do que a ela – uma declaração implacável de suas limitações. Eu saía com raiva deles, os médicos, por não entenderem a crueldade do gesto, e com raiva de mim, por não saber como evitá-lo. Ah, a vontade infinita de poupá-la... E a impotência diante do repertório cada vez mais reduzido de oportunidades de fazê-lo. Pentear seus cabelos, convencê-la a trocar o vestido com manchas de café, lembrá-la a hora de tomar o remédio, lembrá-la de sentir sede, lembrá-la do aniversário dos filhos e de seu próprio aniversário, lembrar, lembrar... E me obrigar a esquecer que eu ainda precisava tanto dela, que suas mãos me faziam falta, que suas palavras, sempre precisas e justas, tinham deixado de pontuar minha vida e sem elas eu me via sem rumo e sem mapa... Quantas vezes eu entrei em seu quarto esperando um milagre –

“Quando ela se foi, além da mãe, perdi a única filha que tive. E chorei (e choro) pelas duas, que me deixaram no espaço escuro da orfandade dupla” o milagre de encontrar a mãe de antes, que me permitisse ser filha, me apontasse saídas, me deixasse chorar. Mas bastava ver o corpo encolhido, as mãos trêmulas, o olhar vago de quem alternava lucidez e perplexidade, para entender que eu não podia. O papel de filha tinha de ser irrevogavelmente aposentado. Quando ela se foi, além da mãe, perdi a única filha que tive. E chorei (e choro) pelas duas, que me deixaram no espaço escuro da orfandade dupla, que nos destitui da maior parte de nossa identidade. Tento imaginar o sofrimento de quem vive de forma mais radical, e infinitamente mais dolorosa, essa inversão de papéis – as filhas de mães com Alzheimer (que minha mãe não teve). Tento medir a extensão de sua orfandade e não consigo, o tamanho de seu desamparo, e também sou incapaz. É nelas que penso agora, quando vou chegando ao final deste texto. Nelas que, neste mês das mães, têm de ser mãe em tempo integral sem ter esquecido ainda as necessidades de filha e vivem a cada dia uma infinidade de perdas, travam a cada momento uma infinidade de batalhas. Que esta crônica vá para elas, mulheres fortes que duvidam de sua força como eu duvidava da minha. Que sejam delas todas as tardes douradas e cada amanhecer luminoso deste mês de maio. z *Leila Ferreira é jornalista, escritora e palestrante

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