Revista Confins da Terra - Tribo Manchineri

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Foto Arquivo MNTB

Revista Transcultural da Missรฃo Novas Tribos do Brasil Ano 44 Nยบ 140 Jan - Mar 2010


MISSÃO NOVAS TRIBOS DO BRASIL AMAZONAS Sede do Setor Oeste da MNTB Caixa Postal 1421 Manaus - AM CEP: 69065-970 Fone: (92) 2127-1350 FAX: (92) 2127-1355 novastribos@argo.com.br

SÃO PAULO Escritório de Representação Rua 24 de Maio, 116 - 2ºand. Sl.6 São Paulo - SP CEP: 01041-000 Fone/Fax: (11) 3223-2395 saopaulo@mntb.org.br

BAHIA Antônio Junior Silva Rua Potiguar, 26 Cocisa Parique - BA CEP: 40810-690 antoniosssjunior@yahoo.com.br

Vasti de Senna Rua Luciano Bronizzi, 106 Vila Isolina Mazzei São Paulo - SP CEP: 02083-120 Fone: (11) 3461-4626 Cel: (11) 8395-6642 e-mail: vastisenna@gmail.com

CEARÁ José Wagner e Aureluce Salgado Rua Chagas Miguel, 304 Caucaia - CE CEP: 61615-200 Fone: (85) 3342-0574 salgadosal@hotmail.com www.missoesindigenas.blogspot.com

Assis e Maria Eli da Silva Alameda Água Marinha, 81 Jd. Est. Brasil CEP: 12949-122 (Cond. Recanto Tranquilo) Atibáia - SP Fone: (11) 4415-2122 assis-eli@uol.com.br

GOIÁS Sede da MNTB Caixa Postal 1953 Anápolis - GO CEP: 75040-970 Fone: (62) 3318-1234 FAX: (62) 3318-2000 divulgacao@mntb.org.br

Orlando e Jussara de Paula Rua Paulo Di Favari, 460 Vila Caminho do Mar CEP: 09618-100 São Bernardo do Campo - SP Fone: (11) 3412-3910 orlando.jussara@vivax.com.br

Josias e Sara Cambuy Caixa Postal 1953 Anápolis - GO CEP: 75040-970 Fone: (62) 3318-1234 familiacambuy@hotmail.com

Marcos Tadeu e Zilma Torres marcos.torres@uol.com.br

MINAS GERAIS Daniel e Beth Templeton Caixa Postal 29 Jacutinga - MG CEP: 37590-000 Fone: (35) 3443-3073 daniel_templeton@ntm.org Cláudio e Célia Guimarães Rua Jordino Francisco dos Reis, 136 Bairro Bela Vista CEP: 37557-000 Congonhal - MG Fone: (35) 3424-1181 claudioceliaguimaraes@yahoo.com.br

Uma associação missionária de fé, fundamental em sua doutrina e de caráter indenominacional, formada de crentes dedicados à evangelização dos povos indígenas. SEDE GERAL CAIXA POSTAL, 1953 75040-970 Anápolis - GO Telefone: (62)3318-1234 Fax:(62) 3318-2000 mntb@mntb.org.br www.mntb.org.br PRESIDENTE Miss. Edward G. da Luz

Sandro e Hope Rancan Rua Eriberto Cursi, 98 Planejada 1 CEP 12922-130 Bragança Paulista - SP Fone: (11) 4415-1416 sandro_rancan@ntm.org

POLÍTICA FINANCEIRA DA MISSÃO Os obreiros que servem com a Missão Novas Tribos do Brasil não recebem sustento da Missão, pois a mesma não tem recursos próprios nem é subvencionada por uma igreja ou denominação. Os missionários são sustentados por suas igrejas ou por ofertas voluntárias individuais. Fone (62) 3318-1234 E-mail: tesouraria@mntb.org.br. COMO CONTRIBUIR Enviar sua contribuição em nome de "Missão Novas Tribos do Brasil” Bradesco S/A, agência 240-2 Conta Corrente nº 30.814-5

RIO GRANDE DO NORTE Israel e Andreia Santos Rua Antônio Gomes de Oliveira, 17 Bairro Alta de Souza CEP: 86057-970 Macaíba - RN Fone: (84) 9170-6102

PARANÁ Robson e Emília Abreu Caixa Postal 10051 Londrina - PR CEP: 86057-970 Fone: (43) 3327-3629 robemi@uol.com.br

IMPORTANTÍSSIMO: Sempre avisar-nos, por meio de uma das opções abaixo, quem está dando a oferta, a quem ela se destina, o valor e a data da remessa. Telefone: (62) 3318-1234 Fax: (62) 3318-2000 Correio: Caixa Postal 1953 75040-970 - Anápolis, GO tesouraria@mntb.org.br

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Viagem pelas tribos do Brasil Iniciamos na edição 137 uma série que passará pelas tribos onde a MNTB atua. Desafios, informações culturais, curiosidades, experiências e muito mais esperam por você. Faça HOJE mesmo a sua assinatura e participe conosco desta viagem.

R$ 20,00 Por um ano Caixa Postal 1953 Anápolis - GO - CEP: 75040-970 Fone: (62) 3318 - 1234 revista@mntb.org.br www.mntb.org.br

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CONFINS DA TERRA

Carta ao Leitor

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL DA MISSÃO NOVAS TRIBOS DO BRASIL

Prezado Leitor,

Redação Caixa Postal 1953 75040-970 Anápolis, GO Telefone: (62) 3318-1234 Fax:(62) 3318-2000 divulgacao@mntb.org.br Conselho Editorial Missª. Diva Cunha Miss. Jadir Siqueira Editoração Missª. Diva Bueno Cunha Revisão Missª. Adauta Eger Assinaturas Jefferson Jean da Silva revista@mntb.org.br Programação Visual Jefferson Jean da Silva Eliézer Steffens

O início do novo ano apresenta boa oportunidade para mudanças, por isso estamos trazendo umas novidades, esperando que sejam interessantes. Nosso objetivo é aproximá-lo mais das tribos espalhadas no território brasileiro, chegando até aos confins da terra. O destaque desta edição é o trabalho da MNTB entre os Manchineri. Veja o que Deus fez e continua fazendo na vida desse povo, onde há preciosos irmãos em Cristo. A sessão “Notícias dos Campos” está com novo formato. Os pedidos de oração estão em uma coluna à direita, assim o irmão pode destacá-la e levá-la à sua igreja ou grupos de oração a fim de mais pessoas intercederem pelos missionários, pois suas orações são essenciais para o crescimento desta grande obra. Esperamos que o irmão seja desafiado com a leitura de Confins da Terra. E, se gostou, compartilhe a revista com outro irmão ou amigo, para que mais pessoas sejam informadas com as notícias sobre as tribos.

Capa Índia Manchineri - Filha de Fracisco e Rofina Impressão Poligráfica (62) 3280-2000

Boa leitura! Equipe Editorial

Veja nesta edição...

Tiragem Distribuição Missão Novas Tribos do Brasil Os artigos assinados são de responsabilidades exclusivas de seus autores. É expressamente proibida a reprodução, total e parcial, do conteúdo da revista, sem prévia autorização dos titulares dos direitos autorais.

Missão Novas Tribos do Brasil

Palavra do Leitor...................................................04 Biografia..............................................................06 Pequeno Leitor....................................................07 Notícias dos Campos...........................................08 Entrevista.............................................................11 Reflexão...............................................................12 Experiência Missionária.......................................14

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Prezados irmãos em Cristo, recebo a revista há muitos anos. Mesmo quando ela era simples e singela, sempre alcançou seus objetivos, todavia agora, em comparação, a atual, está na proporção da água para o vinho. O que vale, realmente, o objetivo principal – a evangelização! O mais importante, mesmo é o obreiro! Abraço. João Rocha Neto – São Paulo

Avaliação da Pesquisa feita na edição 139 Ficamos muito contentes com a participação dos leitores na pesquisa sobre a nossa revista. Suas sugestões, notas e críticas serão levadas em conta e faremos o possível para usá-las nas próximas edições. Recebemos respostas de jovens, adultos e melhor idade, sendo as duas últimas em maior número. A sessão favorita foi a Entrevista; depois, Notícias dos Campos, seguido por Testemunho Indígena, Reflexão, Experiência Missionária e Palavra do Leitor. Muitos deram sugestões para matérias que serão analisadas com carinho. Recebemos críticas construtivas que servirão para reavaliação do nosso trabalho e muitas sugestões no tópico “quero cooperar”. Foi realmente gratificante sua resposta. A avaliação de conteúdo e visual estão representados nos gráficos abaixo:

Ótimo

Bom

Conteúdo

Ótimo

Bom

Regular

Visual

Parabéns aos dez primeiros assinantes que responderam à pesquisa: João Rocha Neto, SP; Salatiel Pereira do Valle,SP; Dr. Luiz Antônio F. Monteiro da Cruz, SP; Marilene Ferreira Marques, MG ; Loide Cruz V. Parlato, SP; Nelson Nosvitz, PR, Maria José Pereira Flores Francisco, SP;Márcio Fagundes de Santana, BA; Saulo de Paula Bueno, SP e Jefté Moraes Souza, MG. Nosso muito obrigado a todos que participaram, A Redação

Nota de Falecimento José Pelegrino Amaro, mais conhecido entre nós como “Pelé”. Apaixonado por tudo que fazia e fazia tudo que aparecia na frente. Incansável, destemido e pronto ao serviço. Por onde passou deixou o bom perfume de Cristo, além de proclamar o Evangelho a todos que tinha contato. Trabalhou em diversas tribos no norte do Brasil, servindo aos povos indígenas com total dedicação. No dia 25, quando se comemora o Natal, o seu corpo foi sepultado, e o seu espírito entrou para a glória, na presença do Pai, que ele tanto amava, e de Cristo, o seu Salvador pessoal. É significativo saber que o Pelé entrou no céu no dia que se comemora o Natal do seu Salvador. Pois é, 12/12/1929 – 25/12/2009 nós também tínhamos o nosso Pelé, e nestes dias ele recebeu a taça de vencedor. O nosso querido irmão estava acometido de câncer no estômago, com metástase no fígado. Embora tenha recebido todos os tratamentos necessários, não foram suficientes para curá-lo fisicamente. A família Novastribense e todos os que conheceram o nosso “Pelé”, sente muito este momento, e envia as nossas condolências à família querida que fica. José Pelegrino deixa a esposa, missionária Maria Olegar Amaro, filhos e netos. Que o Deus de toda consolação abençoe a família.

Você Sabia??? O missionário Hélio Alberti visitou os Asheninka e ficou intrigado com o silêncio quase absoluto que reina na aldeia. As crianças não gritam, quase não choram, os adultos falam muito pouco, então ele queria saber o motivo. Descobriu que os índios enchem a boca com farinha de mandioca e ficam mascando a mesma farinha o dia todo. Com isso estão limitados a falar. As crianças recebem seu bocado desde bebês. Todos com a boca cheia não têm como fazer barulho.

Você Sabia??? Antigamente entre os Manchineri se alguém precisasse fazer as necessidades a noite, era costume levantar e enrolar a rede para que um espírito mau não deitasse nela enquanto a pessoa estivesse fora. Às vezes até colocavase a rede dentro de um saco para ficar mais seguro.

Pr. Edward Gomes da Luz – Presidente da MNTB

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Povo Manchineri Acre Sena Madureira

Rio Branco

Arquivo da MNTB

Arquivo da MNTB

Arquivo da MNTB

Arquivo da MNTB

Arquivo da MNTB

Aldeia Manchineri

Localização: A MNTB trabalha na aldeia Jatobá, que está localizada no município de Sena Madureira, às margens do rio Iaco, no Estado do Acre. Há 08 aldeias Manchineri no Brasil. População: Há aproximadamente 500 Manchineri no Brasil, sendo 101 habitantes no Posto Jatobá. Lingua: Manchineri é a língua usada por este povo, o dialeto é o Piro. Esta língua é da família Arawakan. Quase todos falam o português. Cidade mais próxima: Sena Madureira. Atividades Produtivas: Caça, pesca e plantação de abóbora, macaxeira, milho e arroz, nesta seqüência, seguido de mamão e batata (inhame e cará). Às vezes cana e amendoim. Chegada Missionária: Em 1967 os missionários Abrão Koop e Edson Nogueira deram inicio ao contato com o povo. Neste mesmo ano Edson e sua esposa Nilza fizeram parte da primeira equipe que iniciou o trabalho com esta etnia. A MNTB iniciou o trabalho com os Manchineri, em conjunto com o trabalho Jaminawa, que não deu os resultados desejados. Em 1978, a MNTB abriu o atual trabalho no Posto Jatobá, só para os Manchineri. Após 30 anos de atuação, em 1997, os missionários saíram da área indígena, indo provisoriamente para Rio Branco, mas continuaram fazendo visitas e traduzindo a Palavra de Deus. Atualmente há uma igreja formada com liderança própria. A análise Lingüística: foi feita pela SIL (Sociedade Internacional de Lingüística), no Peru, onde atualmente há um trabalho entre os Piro, parentes dos Manchineri do Brasil. Novo Testamento: foi traduzido pelo missionário Pedro Rich.

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Arquivo da MNTB

Peter Rich

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oi uma ocasião muito especial quando o (navio) Tribesman ancorou no porto de Belém do Pará trazendo os missionários dos Estados Unidos. Meus avós, Roberto e Naomi Rich, estavam a bordo desse navio e junto com eles, meu pai. Mas meu pai apareceria apenas seis semanas depois quando minha avó desse a luz na pequena cidade de Icoraci - PA. Eles o chamaram de Peter (Pedro). Como a maioria dos meninos, meu pai fez muitas travessuras. Seu mau comportamento e fracasso em completar suas tarefas escolares sempre perturbaram sua consciência infantil. Então, um dia, depois de despertar de uma soneca, ele foi procurar sua mãe e não podia encontrar ninguém na casa. Por terríveis minutos pensou que o arrebatamento havia ocorrido e que ele teria ficado para trás. Esse foi um ponto marcante em sua vida, quando ele começou pensar seriamente sobre sua condição diante de Deus. Mais tarde meu pai cursou o Instituto Bíblico nos Estados Unidos, onde encontrou e casou-se com minha mãe, Teresa. Deus usou sua experiência de ter sido criado no Amazonas para desafiá-lo a levar a Palavra de Deus aos povos indígenas. Em 1976 meus pais chegaram a Manaus para trabalhar com a MNTB. Eles iniciaram o seu ministério entre os Manchinere em 1978, no ano que eu nasci. Ao chegar na aldeia Manhcineri meus pais, e seus colegas Curley e Glennschella Taylor, encontraram uma casa quase pronta, pois o casal Bill e Pérola Bruffet que iniciaram a

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construção, tiveram que sair do trabalho por problemas de saúde. Foi um início difícil e havia muitos dias quando meus pais queriam desistir de tudo e ir embora. Eles se preocupavam se aprenderiam bem o idioma indígena, se algum dia eles iriam comunicar o evangelho de maneira inteligível? Mas meu pai diria para si mesmo: “Vou ficar apenas mais um dia”. Invariavelmente aquele “mais um dia” se transformaria em semanas, depois meses, depois anos. Ele se lembra que não falava nenhuma palavra, e sentindo-se frustrado, fez algumas decisões que foram importantes para aproximá-los do povo. 1º - Decidiu que em todos os encontros com o povo seria honesto e transparente. 2º Decidiu que ia procurar ser servo e não patrão deles. 3º Não esperar que o povo o amasse e sim que se dedicaria a amá-los. Reconheceu que todas estas decisões são humanamente impossíveis, mas por isso tinha que recorrer à graça de Deus em suas vidas. Logo começaram a aprender a língua, com um manchineri bilíngüe; aprenderam uma lista de 300 substantivos, depois verbos e depois disso, diálogos completos. Com persistência e muita dedicação foram aprendendo e descobrindo os elementos essenciais das frases e suas colocações, etc. O povo passava a maior parte de cada dia na eterna procura de comida para se alimentar. Em geral os manchineri não têm medo de trabalhar e fazem o que eles têm que fazer com bastante eficiência. Depois de estudar a língua por um ou dois anos e conhecendo melhor a cultura manchineri, começaram a dar aulas de alfabetização, prepararam cartilhas na língua indígena, livros de leitura e material de transição para o português. Em seguida eles treinaram alguns indígenas para dar aulas. Atualmente eles mesmos dão aulas, e participam de cursos organizados pelos governos estaduais e recebem salários. No início do trabalho contaram histórias do Velho Testamento e o povo gostou muito. Sentiam muito desejo em comunicar a palavra de Deus de maneira que ela pudesse ser assimilada pela fé. Depois de algum tempo, quando

podiam se comunicar melhor com o povo, eles começaram a ensinar a Palavra de Deus cronologicamente e perceberam que o povo estava se vendo diante de um Deus incorruptível e dono do universo. Depois de pregar e repetir as lições bíblicas, o povo começou professar uma fé verdadeira em Cristo. A I g r e j a Manchinere nasceu e começou a crescer vagarosamente. Meus pais e seus colegas, John e Tracie Morrissey, continuaram trabalhando firme para encorajar os novos crentes e prepará-los para pregar para seu próprio povo. Eles os encorajaram a olhar para a Palavra de Deus para soluções dos seus problemas e não apenas para os missionários. Eles enfatizaram que as coisas exteriores como um templo elegante para a igreja, roupas boas e hinos lindos não são coisas que interessam a Deus. Ele vê cada coração e sabe seus pensamentos e motivos. Tendo pessoas realmente crentes ajudou muito na tradução da Palavra de Deus. Alguns crentes indígenas se dispuseram a ajudar na tradução e estavam intensamente interessadas em saber exatamente o que Deus queria comunicar com eles. Meu pai começou a traduzir o primeiro livro do Novo Testamento em 1988. O Novo Testamento completo foi impresso em 2009. Atualmente há uma igreja próspera entre os Manchinere. Não foi um super herói quem levou os manchinere a Cristo. Deus usou pessoas normais para fazer o Seu trabalho. Ele vai usar os manchinere para espalhar o evangelho aos outros. Estou certa que meu pai está feliz que ele permaneceu aquele “mais um dia”. Jayne (Rich) Hill Tribo Baniua/Kuripako - AM Terceira geração de missionários trabalhando no Brasil

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Testemunho da Atuação do Espírito Santo na Igreja Manchineri que morava rio abaixo. Eles falaram que eles estavam aflitos porque um espírito mau estava atingindo a família. Às vezes, durante a noite, um dos seus filhos pequenos desaparecia da sua rede. Procurando por ele o encontrava fora, no m a t o . Ultimamente e l e s encontraram o menino na beira rio e temiam pelo seu bem estar. A princípio Genésio não queria ir atender o pedido pois era noite e ele não sabia bem o que poderia fazer neste caso. Então lembrou que nós missionários tínhamos concedido a eles a responsabilidade de cuidar da igreja, por isso clamou a Deus: “Oh! Deus, quem sou eu? Eu não sou Arquivo da MNTB

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epois da nossa saída da aldeia, Genésio, que é o líder principal na igreja Manchineri, me contou a seguinte hístória. Ele me disse que, enquanto nós missionários estávamos lá, não entendia a pressão e peso do trabalho que estávamos sentindo. Mas, durante as semanas e meses depois da nossa saída, ele começou apreciar o tempo que nós passamos na aldeia. Contou-nos que teve de sair da aldeia para se recuperar e descansar, porque não tinha sossego. Em vez dos dois cultos semanais que fazíamos, eles estavam se congregando cinco vezes por semana, pois sentiam que precisavam mais tempo para o estudo da Palavra de Deus e tempo para orarem juntos por causa da lacuna que deixamos para eles com a nossa saída. Depois de cada culto o povo o seguia para a sua casa conversando com ele fazendo perguntas quanto à Palavra de Deus. Nesta ocasião foi chamado para atender o pedido de uma família crente

nada. Não sou João (Morrissey, missionário) nem sou Pedro. O que posso fazer? Só tenho o Senhor, nada mais. Eu vou lá atender, mas quem tem que trabalhar neste caso é o Senhor.” Ele foi, orou com a família e voltou para casa deixando o caso na mão de Deus. Nunca mais tiveram problemas nesta área. Genésio me falou que foi este episodio que firmou na sua alma que Deus não é só Deus do estrangeiro, mas que é também seu próprio Deus. A igreja continua crescendo na fé através do ensino da palavra de Deus e aplicando-o nas suas vidas. Quem ensina e lidera na igreja são os próprios manchineri sem qualquer interferência dos missionários. Relatado por Tereza Rich, esposa de Pedro Rich.

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Tribo Pataxó - BA Equipe missionária Barra Velha: Adelino e Ely Macedo e Joseilton Passos Equipe missionária Coroa Vermelha: Antônio Sérvulo e Adnair Sacramento e João e Simone Melo

Os pataxós vivem “nas terras onde nasceu o Brasil”, como se diz na região. Eles, portanto, foram os primeiros índios a terem contato com os brancos e, graças Deus, a Igreja ali está dando seu fruto. Na Aldeia Barra Velha o trabalho foi iniciado pelos missionários Hudson e Resa Taylor em 1992. No início gastaram um bom tempo fazendo amizade com os índios e logo alguns colegas lá chegaram para trabalhar junto e iniciaram ensino bíblico sistemático nas casas de interessados. Agora são dez pessoas batizadas, e já há um grupo de quatro adolescentes para se batizarem. O grupo de crentes possui um local para se reunir e os irmãos indígenas estão sentindo a responsabilidade de anunciar o Evangelho às comunidades próximas, inclusive têm visitado os seus 'parentes' da aldeia “Campo do boi” para testemunhar da sua fé. Nas reuniões de quarta-feira, cada crente traz uma pequena mensagem e isso os tem incentivado a ler a Bíblia, desinibindo-os a falar ao grupo.

Tribo Yanomami - AM Equipe missionária Posto Marari: Brenda Poulson; Christopher e Ginger Machey; Edmilson e Celma da Silva; Ivan e Ana Nogueira; Luiz Antônio e Mirian Rocha; Marta Domingos; Tony e Mary Poulson.

A equipe parece grande, mas atende a uma população de mais de 1.000 índios e por isso há muito trabalho, mas também aumenta as oportunidades. Christopher e Ginger Mackey estão entrando pela primeira vez como missionários e vão passar pelo processo de adaptação como todos outros. Em outra edição foi relatado o sofrimento do índio Ezequiel ao perder um filho. Ele é um crente fiel, excelente professor da Bíblia e da língua yanomami e cooperador dos missionários na tradução, ficou firme em não participar do ritual de beber os ossos triturados do filho que seu sogro fez, mesmo sofrendo a pressão dos parentes. Agora uma notícia alegre. Ezequiel e sua esposa ganharam uma filha.

Tribo Asheninka - AC Equipe missionária: Bradley e Rebecca Howe; José Rodrigues e Suelaine Souza; Kristopher e Mary Jane Howe.

Os missionários encontram dificuldade em estar em contato com todo o grupo, pois apenas três famílias moram perto, mas saem cedo para a roça e só voltam à tarde. A maioria dos índios mora a um dia de barco quando o rio está cheio. Os missionários vão com os índios para roça o máximo possível. Há contato esporádico quando eles descem o rio por algum motivo. A equipe está desenvolvendo um bom relacionamento com os índígenas e moradores da região. Rebecca é médica e tem usado esta habilidade para ajudar a todos com tratamento básico até aonde pode tratá-los. A aldeia é muito silenciosa. Os índios falam pouco. Quer saber por quê? Leia a sessão Você Sabia??? pag.4. Um problema encontrado pelos missionários é a falta de água potável. Eles estão construindo um poço semiartesiano; que precisa ser, no mínimo, de 40 metros de profundidade.

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Tribo Maxacali - MG Equipe missionária: Adair e Zilene Gomes; Ronaldo e Kátia Dias.

Os índios estão passando por grandes dificuldades com uma virose que está se alastrando entre eles, principalmente nas crianças, algumas já morreram. Um problema que a FUNASA tem encontrado para tratar os índios é que, quando adoecem eles se escondem em casa, pois acham que esta doença foi alguém que fez um feitiço contra eles. Quando a equipe de saúde descobre o doente já está precisando ser hospitalizado. Os sintomas são: febre, dor de barriga, diarréia, vômito. A equipe missionária mora em Batinga, BA, de onde visita os índios, mas a área de saúde é responsabilidade do órgão público. No entanto, os missionários continuam visitando e confortando as famílias e aproveitando as oportunidades para ensinar a Palavra de Deus.

Tribo Hixkaryana - AM Equipe missionária: Elizângela Vidal; Izaquiel e Marília Melgarejo; Maria Perpétua da Silva

As missionárias Elizângela e Maria estão alegres com o retorno da família Melgarejo depois de um tempo em Manaus para tratamento de saúde. O pequeno André, filho do casal ainda continua com anemia e a Marília não descobriu o motivo das dores no tórax, mas a família sente direção do Senhor em voltar. As missionárias estão trabalhando na linguística e indo muito bem. Elas já têm sua casa, mas desejam construir uma varanda nos fundas e colocar cimento nas duas varandas para diminuir a poeira. Também desejam colocar calhas, investir na iluminação e colocar forro. Elizângela tem bom progresso na recuperação do seu problema no joelho. Maria apresentou um mini-seminário de discurso em Manaus para os missionários do Setor Oeste, foi uma bênção. Deus a ajudou e a equipe de consultoria, que monitora o trabalho ficou satisfeita.

Tribo Kaxinawá - AC

Equipe missionária:Adriano Teixeira; Alfredo e Fábia Santos; André e Marlete Moreira; Henrique Freitas

André e Marlete são missionários novos entrando pela primeira vez numa tribo. Eles ainda não possuem uma casa, como todo missionário novo, mas os colegas de equipe vão ajudá-los na construção da mesma. Graças a Deus a igreja de André e Marlete os apóia e doaram boa parte do material para construção. A equipe se estabeleceu em frente à aldeia, do lado do rio Purus ao lado dos extrativistas. Enfrentam dificuldade com a água barrenta e contaminada, por isso querem fazer um poço. No momento estão usando a água da chuva, que não é mineralizada. Os índios estão alegres com a presença dos missionários.

México

A missionária Isabel Medeiros está no Brasil nestes dias e pretende voltar ao México em breve. Ela já passou um tempo estudando o espanhol e se adaptando à cultura. Vai trabalhar com uma equipe de missionários com a etnia Mixteco na Baja Califórnia, na Península Califórnia – México. OBS: O endereço dela é El Paso – TX, porque a base da missão fica nos EUA, mas o trabalho dela é no México.

Moçambique - África

Rafael e Isabel Mafra já estão com os vistos de residência em mãos e a viagem marcada para o dia 15 de fevereiro deste ano. No início devem passar um tempo na Sede da Missão Visão Integral, onde receberão orientações e terão oportunidade de adaptação às diferenças culturais. Agradecem aos irmãos que participam com o ministério deles com orações e ofertas. Missão Novas Tribos do Brasil

Segurando as Cordas México – Isabel Medeiros - Por sua adaptação no campo e um relacionamento com os demais membros da equipe. - Pela sua saúde. - Que o Senhor a use com poder neste ministério. Moçambique – Rafael e Isabel Mafra - Pelos preparativos para a viagem. - Pela adaptação em Moçambique, suprimento de uma casa para alugar, móveis, etc. Guiné Conackri - Etnia Landuma – missionária Maria Regina Bueno da Silva - Que o Senhor supra o necessário para as passagens para o Brasil e demais despesas como hotel nas conexões, alimentação, etc. - Pelo seu tempo de férias, que possa repor as energias e fazer os tratamentos de saúde. - Que o Senhor lhe dê boas oportunidades nas visitas aos familiares e igrejas para testemunhar o que Ele tem feito em sua vida. Tribo Hixykariana – AM - Pela readaptação da família Melgarejo e agradecer seu retorno. Que eles possam ter boa saúde. - Suprimento para fazer o que falta na casa. - Pela saúde Elizângela para que ela não tenha recaída. - Pelo progresso na análise da língua e cultura. Tribo Asheninka – AC - Pelo avanço do trabalho, mesmo com o pouco contato que os missionários têm com os índios. - Construção do poço semi-artesiano. - Pelo bom relacionamento com os índios e os moradores da região. Tribo Maxacali – MG - Pelos doentes, especialmente as crianças que estão sendo mais vítimas da crise. - Sabedoria para a equipe de saúde em como achar os doentes que se escondem. - Pelo ensino da Bíblia. Tribo Yanomami – AM - Pela adaptação da nova família missionária - Pela saúde dos missionários, especialmente Tony e Mary Poulson, que estão neste trabalho há aproximadamente 40 anos. - Pelo ensino da Palavra de Deus - Tradução de porções da Bíblia e lições bíblicas.

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Arquivo da MNTB

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Arquivo da MNTB

Joseilton Santos Pataxó - BA

Arquivo da MNTB

Anderson e Raquel Almeida Tribo Javaé - TO

André Renan e Aldenice Santos Kapinawá - PE

Arquivo da MNTB

Vasti de Senna, promotora de Missões em São Paulo. Esta irmã tem problemas com a visão, já se submeteu a duas cirurgias no olho esquerdo, tem sofrido muito com dores e com olho direito por apresentar sintomas semelhantes. Ore por ela, que o Senhor lhe dê graça para passar por estes momentos difíceis e que Ele a cure completamente e supra as suas necessidades como: companhia para ajudá-la a se deslocar na cidade de São Paulo, indo ao médico e suas finanças.

Philip Schuring Kaxuyana - PA

Alexandre Eugênio Hencklein Tribo Javaé - TO

Reginaldo e Andréia Carvalho Puraquequara - AM

André e Marlete Moreira Kachinawá - AC

Arquivo da MNTB

Marcelo Pedro, missionário entre os Kuripacos, AM está fazendo tratamento contra a leucemia e graças a Deus já conseguiu um doador de medula, e atualmente está em Curitiba, fazendo os exames necessários para tal procedimento. Ele reconhece a soberania do Senhor e diante de tantos milagres operados por Ele durante este tempo de tratamento, Marcelo afirma: “Queremos expressar a nossa enorme gratidão a todos vocês que estão acompanhando nossa história de vida com suas fiéis orações.”

Novos Obreiros

Arquivo da MNTB

Tribo Pataxó – BA - Por firmeza dos crentes indígenas na Palavra. - Pela adaptação do novo missionário Joseilton (Miringa) com os crentes. - Por uma solução do problema de moradia para o casal Adelino e Ely e por sabedoria de Deus nessa nova fase do trabalho.

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Tribo Kaxinawá - AC - Pela saúde do Alfredo, que está em tratamento após a cirurgia no ouvido em Rio Branco. - Pela construção da casa do casal André e Marlete. - Pelos missionários na concentração durante o estudo da língua e cultura. - Pela abertura do poço, que eles consigam água potável.

...a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Lucas 10:2

Carlos Eduardo e Maria Deleuza Morales Jamamadi - AC

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Joseilton Passos Ferreira Um Indígena missionário para seu próprio povo

Joseilton é um servo do Senhor que fez os cursos preparatórios para obreiros da MNTB e hoje, membro da mesma, deseja trabalhar com o seu próprio povo, levando a mensagem do Evangelho. A obra do Mestre está crescendo nos recantos do nosso Brasil do Leste, entre os Pataxó - BA a Oeste, entre os Manchinere - AC. Veja o que nos conta este novo missionário: CT – Fale-nos um pouco sobre seu povo, sua família, e onde eles moram. Joseilton - O meu povo, Pataxó, habita no litoral sul da Bahia, mesmo antes do descobrimento do Brasil. Por muito tempo sobreviveram da caça e da pesca, e hoje a principal fonte de renda é o artesanato. Dos portugueses herdamos o idioma e a religião católica. A minha família é constituída de uma miscigenação, índio, branco e negro. Os homens são pescadores, artesões, agricultores e alguns lecionam na rede pública dos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz de Cabrália, onde residem. CT - Como foi seu contato com os missionários, com a Palavra de Deus, e como se deu sua conversão? Joseilton - O primeiro missionário que conheci foi o Vagner Salgado através Missão Novas Tribos do Brasil

de um parente que teve a oportunidade de receber estudos da Palavra de Deus com ele. Esse parente me encorajou a ouvir os ensinamentos bíblicos dados pelo missionário e desta maneira se deu o meu primeiro contato com a Palavra de Deus. A minha conversão se deu quando eu estava estudando a história do povo de Israel, especificamente a lição em que o povo é liberto da escravidão do Egito; ali, Deus me fez entender o verdadeiro e profundo significado da salvação, através da figura do cordeiro que o povo ofereceu a Deus, em obediência a sua palavra. CT - Como surgiu o desejo de ir para o Instituto Bíblico Macedônia? Joseilton - Primeiramente o desejo de conhecer mais da Palavra de Deus, e também ter o preparo adequado para ensinar a Bíblia aos meus conterrâneos e familiares, que também precisam conhecer a Palavra de Deus. CT - Como foi suprido seu sustento durante o tempo de preparação para ser um missionário? Joseilton - No Instituto Bíblico a minha manutenção foi custeada através dos esforços da Igreja Pataxó em Coroa Vermelha - BA, que tem me apoiado até o presente momento, e também através de ofertas voluntárias de alguns irmãos em Cristo. No Instituto Missionário Shekinah fui apoiado pelo missionário Adelino Macedo que pagava a mensalidade, e também a Igreja Pataxó em Coroa Vermelha, que me auxiliava nos gastos com a minha alimentação.

formação de um obreiro, e se tratando de candidatos transculturais as barreiras são maiores, e a ausência de suporte só torna as coisas mais difíceis para os indígenas. CT - Agora que você terminou o treinamento, quais são seus planos daqui pra frente? Joseilton - Pretendo trabalhar com o meu próprio povo, me integrar à equipe missionária que atua na aldeia Barra Velha no propósito de ter nessa localidade uma igreja estabelecida, que tenha condições de também propagar o evangelho de Cristo. CT - Na sua opinião, o que a igreja brasileira poderia fazer para ajudar os indígenas crentes que desejam ser um missionário? Joseilton - Na minha opinião a igreja brasileira pode fazer muita coisa, nem só pelos indígenas, mas por todo aquele que se levantar para cumprir a ordenança do senhor Jesus. Para isso será necessário abraçar a causa com mais amor. Nota da Redação: Joseilton já está designado para trabalhar na aldeia Barra Velha como missionário, mas ainda está na fase de levantamento de recursos. Se alguma igreja deseja fazer contato com ele o endereço é: Joseilton Ferreira, Caixa Postal 296, 458225000 Eunápolis – BA.

CT - Sabemos que ainda são poucos os indígenas em seminários e institutos. Na sua opinião, qual seria o motivo dessa realidade? Joseilton - Falta um pouco mais de incentivo, e também o devido apoio que é extremamente importante na

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Trabalhadores da Última Hora

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dentramos 2010 há poucos dias, o último ano da primeira década do século XXI, tempo oportuno para uma reflexão sobre o grande desafio missionário que a igreja ainda terá para a próxima década. Lembrei-me, com saudade, do grande despertamento missionário que houve na década de 1971 a 1980, quando 13 em cada 100 candidatos se engajavam de fato na obra missionária. Na presente década esta proporção caiu para 3 em cada 100 candidatos. Hoje, no Brasil, em cada 12 mil crentes, um deles é missionário. Isso reflete a indiferença dos nossos dias com respeito à obra missionária. Um reduzido número de igrejas está fazendo muito, um elevado número, fazendo pouco e, outro tanto, não fazendo nada. Lembrei-me também da parábola dos trabalhadores da vinha registrada em Mateus 20:1-10, onde Jesus conta a história de um pai que cultiva uma vinha para sustentar sua família. Como dono da vinha, ele distribui seus trabalhadores em horários diferentes; na primeira, na terceira, na

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sexta, na nona e finalmente undécima hora. Sua justiça o faz dar a cada um pagamento justo, não levando em conta a quantidade ou o tempo de serviço. Por isso os trabalhadores contratados para a undécima hora, que são os últimos, recebem como pagamento a mesma quantia dos que trabalharam desde o início. Este ensino do Senhor Jesus mostra a urgência da obra e a escassez de trabalhadores. Durante todo o dia o dono da v i n h a p r o c u r o u trabalhadores, mas foi somente no final do dia que completou o número necessário para o trabalho. Na historia da igreja entramos na undécima hora. Creia - Nós estamos na última hora! A vinda de Jesus está muito próxima. Estamos vivendo tempos de oportunidade para que mais e mais pessoas aceitem o convite e se tornem trabalhadores na vinha de Deus. Jesus voltará em breve!

lançaram, mas os que trabalham na undécima hora são tratados em igualdade com os que começaram nas primeiras horas do dia. O que Jesus queria ensinar aos seus discípulos é que todos são importantes os da última hora e os da primeira hora. Pois o mérito do serviço, aos olhos de Deus, não depende da quantidade, depende da motivação e dedicação ao realizar o trabalho. Façamos de 2010 o tempo da oportunidade, ocasião para a s s u m i r m o s u m compromisso de orar pelos povos sem Cristo, de prover sustento para missionários e de nos dispormos a ir e anunciar o evangelho a todas as nações. Pr. Jadir Siqueira Missionário da MNTB - Anápolis - GO Pastor da Igreja Evangélica Boas Novas em Anápolis - GO

Todos os que trabalharam na vinha do Senhor, da primeira à hora nona, tornaram possível a undécima hora. Estamos edificando sobre fundamentos que outros

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Organização e Desenvolvimento

Líderes da Igreja Manchineri

desenvolvessem econômica e socialmente precisavam da matemática, leitura e outros conhecimentos. Os missionários ensinaram a somar, porcentagem, ler, escrever na sua própria língua e em português. Também encorajaram, principalmente os jovens, a se prepararem através de organizações que treinam professores a fim de assumirem um programa de educação adequado à sua realidade. Hoje há professores indígenas cadastrados na prefeitura. Saúde – cinco índios foram treinados na área de primeiros socorros num curso baseado no livro: “Onde não há médico” com explicações na língua manchineri. Cada um recebeu um jogo de livretos para usar em seus lares e mensalmente apresentavam um relatório do trabalho feito. Aquele que mostrou mais interesse começou a ajudar na enfermaria. O resultado disso é que a saúde está nas mãos de um

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agente de saúde manchineri que é pago pelo governo. Vida comunitária – Os missionários estimularam os índios a realizarem reuniões comunitárias frequentes para tratar seus problemas e necessidades. A comunidade está trabalhando junto cada vez mais. Um dia por semana é reservado para trabalhos comunitários. Eles jogam futebol, convidam times de fora e ainda oferecem comida aos visitantes. Em dias de feriado há atividades sociais que tem servido para unir mais a comunidade e melhorar o relacionamento com as comunidades vizinhas – indígenas e não indígenas. Igreja – A equipe começou a passar mais e mais a responsabilidade aos que manifestavam qualidades de liderança. Esses foram incluídos na preparação de lições, serviam como conselheiros dos missionários, eram encorajados a participar cada vez mais dos cultos e foram ensinados sobre princípios de liderança. A igreja foi organizada em fevereiro de 1997 pelos líderes indígenas. A liderança é composta de dois presbíteros – Genésio e Goindim e três diáconos Nencinho, Roberto e Raimundo. Ela é responsável pelo planejamento e ensino nos cultos bem como de todos os assuntos ligados com o bem-estar dos crentes. Os líderes foram incentivados a ajudar na tradução das Escrituras e eles o fizeram com muito amor e dedicação, inclusive trazendo os rascunhos para serem corrigidos antes da impressão. Em novembro de 1997 os missionários Pedro e Teresa Rich saíram do posto Jatobá por perceberem que a Igreja Manchineri tem condições de manterse com a ajuda do Espírito Santo. FOTO ARQUIVO MNTB

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Smith eles ampliaram a criação do gado que possuíam pagando os animais com tábuas. Quase todos têm animais que criam e vendem aos fazendeiros da região. Eles aprenderam a tratar o gado, dar vacina, alimentação, tudo que envolve a sua criação. Máquina de soldar - John Morrissey doou uma máquina de soldar que é usada para consertar motor de popa e outros objetos. Os índios do posto Jatobá trabalham com a soldagem atendendo uma clientela da região. Educação – para que eles se

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s objetivos da MNTB sempre foram, e serão, levar o Evangelho aos povos minoritários que ainda não tiveram o privilégio de ouvir as Boas Novas, e também estabelecer uma igreja com liderança própria. Esta não é uma tarefa fácil. O missionário precisa estar convicto desses objetivos e desde o início do seu ministério tomar os passos que o leva a alcançá-los. Isto inclui estratégias para deixar os índios independentes em todas as áreas. O apoio dos missionários, aliado à capacidade de organização dos manchineri, resultou em grande progresso. Para isso a equipe missionária da época, Pedro e Tereza Rich e João e Tracie Morrissey, resolveram tomar algumas providências em áreas importantes na vida da comunidade para chegar aos objetivos propostos. Economia – Eles fizeram um pequeno empréstimo aos índios para que pudessem iniciar seu próprio sistema econômico. O dinheiro foi usado para estocar uma lojinha com mercadorias que poderiam ser trocadas por arroz, feijão ou animais criados na aldeia. Os missionários ajudaram os indígenas a organizar sua loja, e para isso usaram um sistema simples de contabilidade que eles mesmos p o d e r i a m u s a r. A g i r a m c o m o monitores durante todo o processo. Após dois anos, o empréstimo havia sido pago e a loja funcionou por uns sete a oito anos. Atualmente a cooperativa foi extinta, mas os efeitos benéficos ficaram. Continuam com a estrutura natural de roças, mas não estão mais isolados. Quase cada família tem seu próprio motor de popa. Genésio, o pastor da igreja, sustenta-se com uma lojinha que ele mesmo montou. Pecuária é outro recurso econômico que os índios possuem. Com a ajuda dos missionários Estevão e Rebeca

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Manchineri do posto Jatobá falou que viessem de qualquer maneira, pois pagariam suas despesas. Os crentes trabalharam arduamente, pois queriam terminar seu novo prédio de culto antes da entrega do Novo Testamento, mas não foi possível devido à falta de materiais; contudo os indígenas continuaram suas doações em dinheiro fazendo tudo com seus próprios recursos. Naquela semana havia uma entrada de R$ 1.067,00, oferta de sete indígenas como parte da venda de seus bois. A reunião foi feita no prédio novo, mesmo sem as paredes.

na própria língua. A reação dos índios foi muito positiva, conforme Pedro relata: “Depois do culto fiquei conversando com um deles que havia recebido um Novo Testamento. Ele me falou da alegria em ter recebido a Palavra de Deus. Neste momento chegou um rapaz querendo me fazer uma pergunta sobre uma mercadoria. Então a pessoa com quem eu estava conversando falou assim com ele. 'Olha, isto não é com o Pedro, ele não veio aqui para comercializar conosco. Ele está aqui no nosso meio para nos dar a Palavra de Deus. Isto sempre foi o seu motivo em morar aqui com a gente. Nosso interesse é com esta Palavra e não com coisas materiais'. Outro índio falou: 'Olha. Eu recebi este Novo Testamento. Comecei estudar e estou querendo aprender a ler. Agora que recebi este livro eu tenho motivo mesmo para aprender a ler”. No dia 29 agosto de 2009 Pedro e Teresa Rich viram seu sonho realizado, assim como o de todos os missionários que passaram antes deles pelo trabalho entre os manchineri – Novo Testamento escrito na língua indígena e entregue nas mãos de cada índio salvo por Cristo e oferecido a todos que quiserem lê-lo. Veja o que eles dizem sobre esse assunto: “Reconhecemos o apoio dos irmãos leitores que têm acompanhado este trabalho desde o início através das suas orações. Louvamos a Deus que Sua Palavra é eficaz para a salvação de todos aqueles que crêem nela. Este trabalho não é resultado dos que foram e ali moravam e sim é obra inspirada e sustentada pelo poder de Deus. Pois é Deus quem chama e busca os perdidos. O privilégio é nosso em sermos participantes nesta obra que Deus ordenou”. A Deus toda glória!!! Arquivo da MNTB

A viagem foi exaustiva, mas valeu a pena. A equipe da MNTB formada por Hélio Alberti da liderança; Crista Groth, da Consultoria Linguística; Pedro o tradutor com sua esposa Teresa Rich e o pastor Arão, representante da igreja do casal nos EUA. Ao chegarem à beira do rio Iaco encontraram um grupo de manchineri que veio recebê-los. Eram ao todo vinte e uma pessoas lotando quatro veículos. Para transportar todos eles, junto com a bagagem e duzentos Novos Testamentos, foram enviadas nove canoinhas que os levaram rio acima, até à aldeia. O grupo chegou à aldeia à noite onde foram recebidos com fogos de artifícios e todo o povo desceu em massa mostrando sua alegria em recebê-los. Os manchineri designaram pessoas para levar a bagagem dos missionários e prepararam alojamento para todos, tendo até mulheres escolhidas para preparar comida para a comitiva. Foi uma verdadeira festa. Na manhã seguinte Genésio, que é o líder principal da igreja manchineri, reuniu com a equipe da MNTB para detalhar como seria o culto e para marcar o horário ficando decidido fazer o culto naquela mesma tarde. A aldeia anfitriã fez convites para as pessoas que moram nas outras aldeias irmãs. Então a Igreja Manchineri recolheu uma oferta entre os crentes para a compra de um boi, que foi abatido e preparado, satisfazendo assim, não só os convidados, mas também a toda aldeia. Em outra aldeia principal Manchineri há uma atitude bastante contrária ao Evangelho. Um casal convertido daquela aldeia tem sofrido pela sua fé, até o ponto de ter a sua casa incendiada pelos próprios parentes. Esse casal queria muito participar da reunião de entrega do Novo Testamento, mas não tinha recursos para fazer a viagem, então a Igreja

Para começar o culto Genésio, que foi o principal tradutor junto com o seu pai Goindim, fez o primeiro discurso. Ele falou da importância da Palavra de Deus na vida do povo e como ela modificou a sua vida para o seu bem. Depois todos os missionários falaram, cada um por sua vez, sobre as pessoas que se sacrificaram para que os manchineri recebessem a Palavra de Deus; a importância de uma tradução correta, sem modificar o conteúdo; e o principal, como aprendemos na Bíblia que somos vinculados em Cristo. No final o Pr. Arão falou, com tradução para o português, que o povo manchineri estava conhecendo-o pela primeira vez, mas a sua igreja e ele já os conheciam por nome há muito tempo e assim têm orado por eles. Mostrou sua alegria, junto com a sua igreja, por eles estarem recebendo o Novo Testamento

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O Projeto do PAM no mês de janeiro de 2010 ocorreu nos dias 06 a 25 e foi realizado na tribo Ka'apor, MA com um grupo de 18 pessoas vindo de várias igrejas para construir uma casa para duas missionárias: Zilmar Rodrigues e Ednair Santos (nova missionária, indígena Pataxó). Graças a Deus a casa ficou levantada, rebocada por dentro e por fora, com contra piso e coberta de telha, tudo feito em apenas 14 dias de trabalho. Faltam alguns detalhes para concluir, mas Zilmar ficou radiante com o trabalho realizado pelo PAM. Um motivo de oração é pelo suprimento para compra das portas e janelas para que Zilmar e sua colega Ednair, que está se preparando para chegar à aldeia, possam morar na casa nova. A seguir o testemunho do Pr. Danilo Nunes Barbosa, da Igr. Batista Recanto Verde em Timóteo – MG, que foi um dos participantes do Projeto. Fiquei sabendo do PAM, quando participei do Acampamento “X’TREME” para jovens no Instituto Bíblico Peniel – MG e me interessei em participar do mesmo. Fui informado também na ocasião que o objetivo do PAM não é apenas construir, mas despertar os crentes para viver mesmo missões transculturais. Durante a realização do PAM tive contato com os índios, e pude perceber que eles apreciam muito os missionários e também dei meu testemunho de conversão, pois sou o primeiro convertido na família. Na minha visão, a experiência foi positiva, enriquecedora e pudemos ver a missionária Zilmar feliz em ver o que os irmãos fizeram por ela. Tivemos a visão renovada em ver o resultado do trabalho de outros missionários ali. Também percebi que com o meu testemunho despertou os índios mesmos a começarem a falar o que Jesus fez em sua vida. Nosso desejo é trabalhar com missões transculturais.



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