DC 26/04/2013

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 26 de abril de 2013

LAZER - 11

Filarmônica Bachiana Sesi toca Mozart. Sala SP. Sábado (27), 21h. R$ 10 a R$ 20.

d

cultura

Osesp toca Schumann. Sexta (26), 21h. Sábado (27), 16h30. Sala SP. R$ 28 a R$ 160.

Ópera no cinema O Metropolitan Opera House de Nova York transmite e a Rede UCI exibe ao vivo a ópera Giulio Cesare, de Händel. Com a formidável soprano francesa Natalie Dessay (foto); mais as mezzos Alice Coate e Patricia Bordon; os contratenores David Daniels e Christophe Dumoux e o barítono Guido Loconsolo. UCI Jardim Sul (Tel.: 2236-9762). UCI Santana Parque Shopping (2236-9726).UCI Anália Franco (Tel.: 21647777). Sábado (27). 15h. R$ 60. (MMJ)

Teroca, um bom sambista. Aquiles Rique Reis

U

Movimentos silenciosos Espetáculo Gestos, da Cia. Mariana Muniz de Teatro e Dança, mescla dança contemporânea com Libras, a Língua Brasileira dos Sinais. Metrô Trianon-Masp. Avenida Paulista, 1374. Sábado (27), às 11h e às 15h. Grátis. Praça Oswaldo Cruz, Paraíso, domingo (18), às 16h. Grátis. Teatro Sérgio Cardoso. Plataforma Internacional Estado da Dança 2013. Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel.: 3288-0136, domingo (19), às 18h (compra de ingressos via Ingresso Rápido por dia da mostra).

Chapéus, gatos...

A

Fotos: Divulgação

partir de domingo (28), o musical infantil O Chapeleiro Maluco volta ao cartaz no Teatro João Caetano em temporada popular. Com texto de Walter Jr. e canções assinadas por Charles Dalla, a peça mostra as aventuras dos personagens criados por Lewis Caroll em Alice no País das Maravilhas.

Teatro João Caetano. Rua Borges Lagoa, 650, Vila Clementino . Sábado e domingo, às 16h. Censura livre. R$ 10. Até 02/06.

m CD gravado mas só lançado três anos depois comprova a dificuldade em fazer com que bons trabalhos cheguem ao público. Por vezes, o lançamento sozinho é de pouca valia para levar tais obras aos ouvidos dos amantes da boa música brasileira. Com o avanço tecnológico, a gravação de um CD tornou-se coisa não muito complicada. A coisa pega quando se parte para fazer com que o disco chegue à mídia... Imaginar que novos lançamentos, ainda que de altíssima qualidade, serão tocados nas rádios ou levados às TVs é evidência de ingenuidade. Toda esta introdução para dizer que Teroca é um grande sambista e compositor. Araraquarense cujo nome de batismo é Marcelo Longo Vidal, ele tem nas veias o micróbio do samba. Isso se constata logo nas primeiras audições do seu segundo disco, Elos do Samba (independente), gravado em 2010 e agora lançado. Sambista radicado desde sempre em Araraquara, interior de São Paulo, Teroca (www.teroca.com.br) é pouco conhecido para além da região onde nasceu. Ainda assim, tem o respeito e a admiração de bambas cariocas e paulistas. Bambas como Monarco, Wilson Moreira, Délcio Carvalho, Zé Luiz do Império Serrano, Fabiana Cozza, Maria Martha, Carmen Queiroz, Dona Ináh, Luiz Grande, Chapinha e Bob do Império, por conhecerem o dom de Teroca, se dispuseram a compartilhar com ele seus belos sambas. São quinze faixas, todas compostas por Teroca. Dessas, quatro são cantadas apenas por ele; cada uma das outras tem a participação especial de um dos nomes acima. São várias as formas de samba que Teroca compõe: sambas de roda, partido-alto, sambas de quadra e de terreiro, sambas-exaltação, samba-xote, sambas dolentes, samba-canção. Suas letras tanto são românticas

quanto brejeiras. Mas o que mais qualifica suas composições é quando ele se vale de tons menores para criá-las. É um craque nisso. Esse recurso, aliás, em suas sábias mãos equivale ao diamante na ourivesaria - requinte e fortuna. O CD começa com Fabiana Cozza cantando a capella Filho de Ogã. Logo o samba de roda vem puxado pelos tambores. O coro come. Nada mais brasileiro. Contagiante. Em Correnteza, os versos finais dizem: Se ficar pela margem/ Aguardando coragem/ Pode ser que a vida se decida não reservar/ As surpresas que trazem / O prazer da passagem/ O futuro é o presente que a gente quer alcançar. Zé Luiz do Império Serrano canta a melodia entristecida por um tom menor, mas de uma beleza ímpar. Maria Martha canta magnificamente N'Oitis, um samba lento em homenagem a Araraquara. Com a introdução tocada por clarinete e violão, na segunda vez o sete cordas puxa o ritmo com seus bordões. Serenidade parece um samba escrito especialmente para a voz suave de Délcio Carvalho. A flauta inicia. A delicadeza chega pela garganta desse grande compositor e intérprete que é Délcio Carvalho. O samba segue malemolente. Os belos sambas de Teroca representam o gênero que, para ser coisa nossa, independe do lugar onde é criado.

Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.

Newton Santo

s/Hype

Tamerlão (1336-1405): imperador turco-mongol no século 14.

Reprodução

José Teixeira fez parte das principais comissões técnicas do País

NA TRILHA DA GUERRA...

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ode ser que, no futuro, as ciências criminológicas incluam o nome dos delinquentes nas investigações para identificar as motivações que os levaram aos delitos. O terrorista Tamerlan Tsarnaev, 26 anos, o mais velho dos dois irmãos homensbomba de Boston, iria figurar em todos os manuais do FBI e congêneres. Traduzido para o Português, seu nome – Tamerlão – traz à cena a figura do imperador turco-mongol que fez furor no século 14 naquela parte do mundo conhecida como Ásia Central e Oriente Médio. Tamerlão (1336- Fotos: Reuters 1405) nasceu entre pastores no Uzbequistão, no coração da Ásia, armou um exército poderoso que, para o Ocidente, chegou até Damasco e, no Oriente, embarafustou-se pelo sul da Rússia. À semelhança de Alexandre, foi um hábil conquistador que dominava perfeitamente a arte da guerra e a do espírito. Mas, diferentemente dele, que inspirou aos romanos os princípios da sua célebre Pax com a qual controlavam os povos submetidos através da liberalidade consentida, era cruel para com os vencidos.

...DO TAMERLÃO DE BOSTON

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amerlão se movia por uma espécie de sincretismo pessoal, que consistia em conciliar o islamismo com antigas tradições da cultura mongol. E expandi-lo. A propósito, ele se proclamava descendente do lendário Gengis Khan. É de supor que seu jovem xará islamita, quase 700 anos depois, pretendeu, em Boston, dar continuidade à sua luta. (Lembremo-nos de Agatha Christie: o passado tem sombras longas). A aquisição de um nome não seria suficiente para definir o destino de quem o carrega. Mas, nesses casos, a escolha dos pais pressupõe uma expectativa e um difuso comprometimento. Se alguém se chama Vladimir, é provável que tenha atrás de si um pai comunista desejoso de homenagear Vladimir Ulyanov, mais conhecido como Lenin, ao mesmo tempo em que entrega ao filho a responsabilidade de colocá-lo no próprio espelho. Não raramente o rapaz vai em frente. Não por acaso, na França existe um acordo tácito para ninguém batizar um filho como Napoleão. No mínimo, previne-se futuras chacotas.

UMA CAIXINHA SEM SURPRESAS

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professor José Teixeira, 77 anos, mostra como o FC Barcelona não foi inteligente. Metrópole - O senhor, que fez parte das comissões técnicas dos principais clubes do País e da Seleção, não caiu das nuvens com a dilatada derrota do Barcelona contra o Bayern? José Teixeira - Não. Desde o início ficou claro que o Bayern estava focado no jogo, determinado na busca do gol, enquanto o Barcelona não tinha concentração. Quem viu a partida com olhos profissionais notou que o Barça quis jogar como sempre joga, à base de toques rápidos e desconcertantes. Mas dispersava-se. E à medida que

a fórmula, até então fartamente bem sucedida, não dava certo, mais a equipe se perdia. É do ser humano não fazer direito se não estiver concentrado. No futebol, a concentração não pode ser perdida. O tempo é curto. Metrópole - A que o senhor atribui a desconcentração? Teixeira - Ao excesso de conquistas, que produz uma autoconfiança exagerada. Já vi muito disso no futebol. Metrópole - E o Messi? Não jogou nada. Teixeira - Além de estar no ritmo da equipe, vinha de contusão recente. Sabia que se voltasse a se machucar, o rebote ia ser prolongado. Suponho que a preocupação roubou a atenção dele.

E como o jogo do Barcelona se concentra nele... Metrópole - Então, porque jogou? Teixeira - As coisas não são exatas como gostaríamos. Na final Copa de 1954, na Suíça, a Hungria era franca favorita sobre a Alemanha. Tanto que seu capitão, o célebre Puskas, embora convalescendo de uma contusão, quis jogar para levantar a taça. A Hungria abriu 2 a 0 e perdeu por 3 a 2. Penso que após o segundo gol, os húngaros se desconcentraram. E a Copa de 50 no Maracanã? O Brasil comemorou a taça antes do jogo; precisava do empate e abriu 1 a 0. Parecia que estava no papo. Deu o Uruguai. As pessoas ficam surpresas. Mas não há mistério nenhum.


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