Diário do Comércio

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São Paulo, sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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Jornal do empreendedor

Conclusão: 23h50

Ano 86 - Nº 23.304

Goran Tomasevic/Reuters

Por pressentir o caos, se abandonar o poder de 30 anos, Hosni Mubarak fica. Assim ele explicou à rede de tevê ABC, recebida em palácio e agredida nas ruas, como toda a imprensa internacional, no 10º dia de protestos beirando a guerra civil. A profecia do rei da França, Luís XV, "Depois de mim, o dilúvio", levou duas décadas para ser cumprida. O caos previsto por Mubarak, porém, tende a crescer ainda mais hoje, à saída das mesquitas, após as orações. E deve contagiar a Síria, como ontem o Iêmen e antes a Tunísia e a Jordânia. Páginas 3, 8 e 9 Última notícia: a saída imediata do ditador era discutida de madrugada entre os EUA e o governo egípcio. Fotos: Divulgação

Estratégias made in Brazil contra os chineses Exportadoras querem recuperar espaço. Pág. 13

O novos campeões da GM

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Rejane Tamoto/DC

cultura

Fábrica fez poucas, mas boas, alterações no hatch Celta e no sedan Prisma, os mais vendidos da marca. Pág. 18

Santos-Búzios em três dias, de navio Embarque nesse sofisticado minicruzeiro de ida e volta, com parada no Rio. Pág. 20 Fox Film/Divulgação

HOJE Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 30º C. Mínima 20º C.

AMANHÃ Pancadas de chuva à tarde e à noite. Máxima 32º C. Mínima 20º C.

ISSN 1679-2688

23304

9 771679 268008

OSCAR EM SP

Estreiam Cisne Negro e O Vencedor, dois fortes candidatos. Vitrine da Academia, págs. 21 e 22 e www.dcomercio.com.br

PESSOA LÁ E CÁ

Fernando Pessoa traça um mapa turístico e cultural da sua amada Lisboa. Em SP, o Museu da Língua Portuguesa propõe uma viagem digital à obra do poeta. Págs. 25 e 26


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Quanto à reforma política, o debate também não tem contemplado o essencial. Roberto Fendt

pinião Willian Volcov/AE

EYMAR MASCARO

KASSAB: PERTO DA HORA DE DECISÃO

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A presidente apresentou no Congresso os grandes temas de seu governo: só não explicou como pretende fazer para levar adiante as reformas necessárias para introduzir, finalmente, o Brasil na modernidade.

O QUE FALTOU DIZER

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or razões óbvias, era grande a expectativa em torno da mensagem da presidente Dilma Rousseff ao Congresso. Lida a mensagem, ficou a sensação de que falta dizer a que veio o novo governo. A senhora presidente enfatizou em sua fala três grandes temas: a manutenção da estabilidade econômica, a retomada das reformas e o combate à miséria e à pobreza. De pronto é preciso reconhecer que outro não poderia ser o discurso com relação à estabilidade econômica. É claro que é mérito da senhora presidente reafirmar o compromisso com a estabilidade e o combate à inflação. Poderia não tê-lo feito, preferindo enfatizar outros objetivos. Mas se o fizesse levantaria a suspeita de que o governo estaria pretendendo mudar o pilar da política que elegeu os presidentes FHC e Lula. Além disso, a senhora presidente já havia, por ato em lugar de palavra, assegurado o compromisso com a estabilidade econômica, ao manter a autonomia operacional do Banco Central. Nessa área há pouco a inovar, já que a política se sustenta no tripé regime de metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal. O que a senhora presidente poderia ter feito, mas não o fez, seria detalhar como será mantida a responsabilidade fiscal – isto é, que cortes reais no orçamento serão aplicados para que o superávit primário seja grande o suficiente para impedir o aumento da relação dívida pública/PIB. A esse respeito, cabe lembrar

ROBERTO FENDT que em 2009 e 2010 o superávit teria encolhido a níveis raquíticos não fossem os truques contábeis utilizados para inflálo. O segundo grande tema da mensagem diz respeito à retomada das reformas, estagnadas desde o primeiro governo do presidente Lula. A presidente Dilma, por sua importância, ressaltou especialmente as reformas tributária e política.

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om relação à reforma tributária, os problemas que a justificam são perenes e de conhecimento de todos: a carga tributária é muito elevada para o nível de renda do País, quando comparada com as cargas tributárias dos demais países; a distribuição da carga é muito desigual, com alguns pagando percentuais exorbitantes e outros, percentuais ridículos; o sistema tributário, como está, incentiva conflitos entre os

entes federativos; e por aí vai. Pior que isso é a ausência de um amplo debate sobre uma reforma fiscal, isto é, que contemple não somente o lado da receita tributária, mas também o lado da despesa pública. Parece que esse assunto é tabu, tanto para o Executivo como para o Legislativo. E toda vez que o tema da reforma tributária vem à baila, o cidadão contribuinte já se sente antecipadamente tungado: a solução vem sempre pelo lado do aumento da receita, nunca pelo lado da redução dos gastos.

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uanto à reforma política, o debate também não tem contemplado o essencial. Um estado como São Paulo é sub-representado na Câmara dos Deputados relativamente a estados com população muito menor, já que se requer um número exorbitante de votos para eleger um deputado em São Paulo comparativamente a outros

Ou mal ou bem, demos passos importantes para mudar o País entre 1990 e 2003. É preciso manter o que está bem feito e dar um passo além, fazendo as reformas microeconômicas.

estados de menor população. Esse problema não é só de São Paulo, mas de todos os estados com grandes populações, como o Rio de Janeiro e Minas Gerais. E há inúmeros outros problemas com o nosso sistema político, que continua firme em sua recusa em aceitar o voto distrital – que tornaria o representante mais sensível aos reais problemas dos representados.

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inalmente, com relação ao combate à miséria e à pobreza, o assunto e a solução adotada nas gestões FHC e Lula são unanimidade nacional. Talvez coubesse uma atenção maior com relação a medidas para graduar as pessoas do Bolsa Família, mas isso já é um aperfeiçoamento do programa existente. Se tudo isso é conhecido e reconhecido, ficou faltando dizer na mensagem da senhora presidente por onde os problemas serão atacados e quais serão as prioridades. É natural que Sua Excelência possa ter uma lista de problemas diferente da apresentada acima, e que tenha uma receita para resolvê-los que talvez eu não goste. O problema é que nada disso foi dito. Não se sabe o que o governo que se inicia tem na cabeça para levar adiante as reformas que introduzirão finalmente o Brasil na modernidade. Ou mal ou bem, demos passos importantes para mudar o País entre 1990 e 2003. Falta agora manter o que está bem feito e dar um passo além, contemplando as chamadas reformas microeconômicas. Que Sua Excelência, em uma próxima oportunidade, possa dizer-nos como isso será feito. ROBERTO FENDT É ECONOMISTA

e concretizar seu ingresso no PMDB, Gilberto Kassab deve tomar uma decisão indigesta: tornar-se o mais novo e importante aliado da petista Dilma Rousseff ou continuar ligado ao tucano José Serra. O prefeito é candidato em potencial ao governo de São Paulo em 2014 e, para ele, é fundamental disputar a eleição com o respaldo de um partido que está estruturado em todo o Estado. Kassab ainda não bateu o martelo para consolidar sua transferência do DEM para o PMDB, que ainda depende de algumas formalidades. Os democratas, por exemplo, que são contra sua desfiliação do DEM, ameaçam reivindicar no TSE o seu mandato, pois entendem que a justiça eleitoral já decidiu que os mandatos pertencem aos partidos e não aos eleitos. A tese, no entanto, divide os juristas. Há os que entendem que aos partidos só pertencem os mandatos legislativos, enquanto os mandatos de chefes de executivo são de propriedade dos eleitos. Apesar da briga, existe ainda a possibilidade de Kassab e os dirigentes democratas entrarem num acordo e tudo acabar em pizza. O sonho dos kassabistas é concorrer ao governo estadual com o apoio do PT, caso o prefeito se filie ao PMDB. O momento é ideal para o prefeito se abrigar na legenda, já que o PMDB ficou órfão em São Paulo com a morte de Orestes Quércia. vice-presidente Michel Temer tentou várias vezes controlar o partido no estado, mas sempre encontrou resistência de Quércia. Recentemente, Temer deu uma tacada certeira ao dissolver o diretório estadual e nomear uma espécie de interventor para responder pelo partido em São Paulo até fim de 2011. O nomeado foi o deputado Baleia Rossi, filho do ministro Wagner Rossi, que já foi quercista mas que hoje é aliado do vice- presidente. Dependendo do andar da carruagem, os eleitores paulistas podem assistir em 2014 a um novo tira-teima nas urnas entre Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. Alckmin se elegeu no ano passado já pensando na reeleição, enquanto Kassab registrou no seu projeto político o desejo de ser governador. O PSDB está no poder em São Paulo desde 1994 e, ao final do mandato de Alckmin, estará cumprindo 20 anos de controle do Estado. Mas o PT avalia que teria muita chance de sacar os tucanos do Palácio

O sonho dos kassabistas é concorrer ao governo estadual com o apoio do PT, se Kassab se filiar ao PMDB. É uma boa hora, com o PMDB órfão após a morte de Quércia.

dos Bandeirantes se Lula viesse a se candidatar ao governo estadual, isso, na hipótese de Dilma Rousseff vir a ser candidata à reeleição. Na única vez em que enfrentou Geraldo Alckmin, Kassab saiu vitorioso, reelegendo-se prefeito em 2008. Para ter novo sucesso nas urnas, o prefeito precisa se projetar no interior do estado, região que tem garantido bons resultados eleitorais a Alckmin. interior armazena 20 milhões do total de 30 milhões de eleitores em São Paulo. Na Capital, Kassab já revelou ter criado uma boa base eleitoral com sua reeleição.

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s democratas, que estão dispostos a acompanhar Kassab – ingressando também no PMDB – , estão à espera de uma decisão no Congresso, que abre uma janela na legislação eleitoral e permite aos políticos mudarem de partido num determinado período, sem que corram o risco da perda de mandato. O DEM vai realizar convenção em maio para a renovação de seu quadro diretivo. Até lá, os dirigentes esperam convencer os descontentes a desistirem da ideia de mudança de partido. Os democratas não querem perder Gilberto Kassab, uma de suas principais lideranças a reinar no principal reduto eleitoral do País. Enquanto a hora da decisão não chega, Kassab fica na moita.

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EYMAR MASCARO É JORNALISTA E COMENTARISTA POLÍTICO MASCARO@BIGHOST.COM.BR

Fundado em 1º de julho de 1924 Presidente Alencar Burti Vice-Presidentes Alfredo Cotait Neto, Antonio Carlos Pela, Arab Chafic Zakka, Carlos Roberto Pinto Monteiro, Claudio Vaz, Edy Luiz Kogut, Gilberto Kassab, Guilherme Afif Domingos, João de Almeida Sampaio Filho, João de Favari, José Maria Chapina Alcazar, Lincoln da Cunha Pereira Filho, Luís Eduardo Schoueri, Luiz Roberto Gonçalves, Moacir Roberto Boscolo, Nelson F. Kheirallah, Roberto Macedo, Roberto Mateus Ordine, Rogério Pinto Coelho Amato, Sérgio Antonio Reze

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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VANDALISMO E CORAGEM COEXISTIRAM QUARTA-FEIRA, O DIA TODO, NA PRAÇA DA LIBERDADE.

pinião

NEIL HADDAD

FP

edina/A

Miguel M

FERREIRA

MUBARAK A LULLA: EU SOU VOCÊ AMANHÃ Era a voz rouca das ruas, qual o vento simum varrendo o norte da África, engolfando a Tunísia, o Egito e lambendo a Jordânia.

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Asmaa Waguih/Reuters

A presença corajosa das mulheres egípcias: elas foram para a Praça Tahrir, sem se deixar intimidar pelos arruaceiros pró-Mubarack, que chegaram em vários ônibus ao local

Enfrentando navalhas e bastões

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rruaceiros pró-governo usaram bastões, machetes, espadas e navalhas na Praça Tahrir, na quarta-feira, tentando esmagar o movimento democrático do Egito, mas, para mim, o momento mais marcante de um dia repulsivo foi um de inspiração: ver duas mulheres enfrentando um bando. Estava na Praça Tahrir, vendo jovens armados gritando em apoio ao presidente Hosni Mubarak e lutando contra os manifestantes pró-democracia. Todos, inclusive eu, tentavam abrir-lhes espaço. Pessoas feridas sendo carregadas aumentavam a tensão. Foi quando surgiram duas irmãs de meia-idade, Amal e Minna, caminhando em direção à praça a fim de se juntar ao movimento pró-democracia. Elas tinham a cabeça coberta, ao estilo muçulmano conservador, e pareciam tímidas e frágeis enquanto a turba as cercava, empurrava e gritava com elas. Ao lado do pior da humanidade, encontra-se o melhor. As duas irmãs mantiveram-se firmes. Elas explicaram calmamente ao bando por que eram a favor da reforma democrática e escutaram pacientemente os gritos da multidão pró-Mubarak. Quando as mulheres se recusaram a ser intimidadas, os homens perderam o interesse e começaram a se afastar – e as duas continuaram a caminhar para o centro da Praça Tahrir. Aproximei-me delas e lhes disse que fiquei admirado com a sua coragem. Anotei seus nomes e perguntei por que tinham desafiado a ira da multidão para chegar à Praça Tahrir. "Precisamos de democracia no Egito", disse-me Amal, com um olhar sereno. "Só queremos aquilo que vocês têm." Mas quando tentei entrevistá-las com uma câmara de vídeo, os arruacei-

NICHOLAS D. KRISTOF ros nos cercaram novamente. Enquanto eu procurava acalmar os membros do bando entrevistando-os ( um deles lustrando sua navalha), as irmãs conseguiram escapar mais uma vez e continuaram rumo ao centro da Praça Tahrir, também conhecida como Praça da Libertação, para fazer a parte delas na democracia egípcia.

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andalismo e coragem coexistiram dessa maneira o dia todo na Praça Tahrir. Os eventos, às vezes, foram apresentados pela mídia como "choques" entre facções rivais, mas isso é um pouco enganador. Tratou-se de uma repressão governista organizada, mas deixada nas mãos de arruaceiros armados, e não nas da polícia ou do Exército. As forças pró-Mubarak chegaram em ônibus que misteriosamente conseguiram passar pelos postos de checagem. Essas forças surgiram ao mesmo tempo em Alexandria e no Cairo e pareciam ter sido instruídas a mostrar os mesmos tipos de símbolos e a gritar os mesmos slogans. Afastaram os jornalistas estrangeiros, em especial as equipes com câmaras, supostamente porque não queriam que sua brutalidade fosse registrada. Alguns jornalistas foram agredidos, embora, de longe, os egípcios sejam os que mais sofreram. Até a chegada dos arruaceiros, a Praça Tahrir estava tranquila, em parte por-

que voluntários pró-democracia checavam os documentos de identidade e revistavam todo mundo que entrava. Um homem, suspeito de ser infiltrado da polícia, foi pego com uma arma de fogo na terça-feira, bem perto de mim, e fiquei impressionado com a forma com que os voluntários o desarmaram e o levaram para uma unidade do Exército – tudo isso enquanto formavam um cordão de proteção à sua volta para evitar que fosse agredido. Em compensação, os grupos próMubarak eram provocadores. No início, o Exército os manteve longe das multidões pró-democracia, mas depois os arruaceiros pró-Mubarak invadiram a praça e começaram a atacar.

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ão há um jeito confiável de saber nesse momento quantas pessoas morreram ou ficaram feridas nas manifestações do Egito. Antes da violência da quartafeira, Navi Pillay, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, disse que o total de mortes pode ter chegado a 300, mas ela estava se baseando em informações "nãoconfirmadas". Há algumas pessoas desaparecidas, incluindo um importante funcionário do Google, Wael Ghonim, que apoiava os ativistas democráticos. Na quarta-feira, o governo informou que mais três pessoas morreram e várias centenas ficaram feridas. Eu vi algumas pessoas imóveis que, no mí-

nimo, pareciam gravemente feridas. Esses números se comparam talvez aos mais de 100 mortos quando o Irã sufocou o movimento pró-democracia, em 2009, e talvez aos 400 a 800 mortos na Praça Tiananmen, em Pequim, em 1989.

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s líderes chineses e iranianos foram muito criticados por essas atrocidades – Mubarak não mereceria a mesma condenação generalizada? Vamos, presidente Obama. Você deve aos manifestantes pró-democracia, que estão sendo atacados aqui, e à nossa história e a nossos valores, uma declaração bem mais enfática, deplorando essa repressão. Deveria estar cada vez mais claro que Mubarak não é o remédio para a instabilidade no Egito; ele é a causa. O caminho para a estabilidade no Egito exige a saída de Mubarak, imediatamente. Mas, para mim, quando me lembrar desse dia sangrento e chocante, vou evocar não só a brutalidade que Mubarak parece ter patrocinado, mas também a coragem e o mérito desses egípcios que arriscaram suas vidas enquanto procuravam recuperar seu país. Incrivelmente, os manifestantes pró-democracia mantiveram-se firmes o dia todo na Praça Tahrir, apesar do ataque armado. Acima de tudo, serei inspirado por essas duas irmãs resistindo aos arruaceiros de Mubarak. Se elas, armadas somente com seus princípios, conseguiram resistir ao vandalismo de Mubarak, nós não podemos fazer o mesmo? NICHOLAS D. KRISTOF É COLUNISTA DO NEW YORK TIMES TRADUÇÃO: RODRIGO GARCIA

ara, tô mais perdido do que cego em tiroteio no meio desses ventos de revolução que incendeiam a mídia, soprando dos desertos árabes, ricos em areias escaldantes, história milenar, petróleo jorrando à flor da terra, águas escondidas em profundidades abissais, Allah, Maomé, Islã, Irmandade Muçulmana, ditaduras laicas e religiosas, com valores que não compreendemos. Não compreendemos, virgula: eu não compreendo nem que você passe o resto da vida explicando tim-tim por tim-tim. Pode explanar como se eu tivesse 8 anos; pode desenhar, não adianta, não vou entender. Vi fotos de multidões de pessoas usando turbantes ou não, de braços levantados e punhos cerrados, cenhos franzidos e bocas num rictus que davam a entender que berravam palavras de ordem ininteligíveis para mim. Estavam contra algo, não sei o quê. Era a voz rouca das ruas qual o vento simum varrendo o norte da África, engolfando Tunísia, Egito e lambendo a Jordânia. Do Líbano, diz-se que é uma democracia, sabe-se lá se é mesmo, estando no poder quem está; da Síria nada se sabe, como parece que nunca se soube. Sou limítrofe geográfico e talvez mental. Meu avô veio da Síria, imigrante, chegou mascate e depois virou comerciante. Como dizem, pobre era "turco", remediado virou "libanês". Trouxe um belíssimo nome, Scandara Haddad, que traduziu quase literalmente para Alexandre Ferreira quando se naturalizou brasileiro, daí o Ferreira do meu sobrenome. Há uma pá de Ferreiras por aí que são Haddad de origem. Esbero não ser brimo do Haddad da Educação. Na Tunísia, o vendaval derrubou um soba há 23 anos no poder; no Egito ameaça jogar ao chão outro que está lá há 30; na Jordânia, o emir, que não é bobo nem nada, fez o primeiro ministro montar no camelo e dar no pé, arranjou um bode respiratório bem rapidamente. Milhares de palavras impressas acompanhavam as fotos, confesso que não li todas e duvido que você tenha lido; as que li me pareceram imprecisas, tentarei ser preciso ao explicar porque me sinto tão confuso. ubarak, do Egito, que sucedeu Anwar al Sadat, assassinado no poder, que sucedeu o coronel Gamal Abdel Nasser, alegadamente assassinado no poder – segundo alguns jornais da época envenenado por seu sucessor, foi "eleito" em 1981 e foi fondo, foi fondo, e está lá até agora, quando as ruas resolveram darlhe bilhete azul. Ele chamou o Exército, que se recusou a ir – o comandante afirmou em nota oficial que "o povo tem o direito de se manifestar pacificamente". Lembro de um slogan de estudantes americanos contra a guerra do Vietnã: "E se 'eles' convocarem para uma guerra e ninguém aparecer?" Aí, as manifestações de milhares de pessoas no Cairo deixaram de ser pacíficas. Apareceram supostos defensores de Mubarak, os conflitos explodiram, fala-se em mais de 1.500 feridos. Seria um bom pretexto para o Exército

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intervir. Intervirá ? Como saber ? Li pessoas que admiro e invejo por sua cultura, capacidade de observar, de expor o pensamento com clareza e, sobretudo, de se indignar. Jabor, no Estadão, vibra de entusiasmo e emoção como se o levante do norte da África tivesse explodido para implodir Mubarak, da mesma maneira mágica com que pessoas de todas as idades reuniram-se para implodir o Muro de Berlim. Reinaldo Azevedo, no seu blog, é cético e não acredita em movimentos populares espontâneos, algo por trás sempre há, aquela oposição que vivia fora e oportunisticamente voltou para casa talvez queira fatiar o movimento (há PMDBs por lá, desconfio). Magnoli acha que no fundo todos somos iguais, temos os mesmos ideais, queremos as mesmas coisas (lembro o slogan dos comunistas espanhóis: "Pão, Terra e Liberdade", e que heroicamente largaram os revolucionários antifranquistas chupando o dedo). Meu desconfiômetro não encontrou em nenhum deles nenhuma análise clara sobre o day after, vai qui nóis ganha a guerra, e daí ? Moisés Rabinovici, diretor deste DC e meu especialista de confiança em assuntos do Oriente Médio, percebeu no ar um aroma de jasmim, na "Revolução do Jasmim", que pode inebriar o norte da África. (Pode, mas para mim velórios também rescendem a jasmins). erá possivel ao Egito algum regime que dispense uma união com a Irmandade Muçulmana ? Será isso melhor ou pior do que Mubarak ? Mubarak mantém relações estáveis com os Estados Unidos e com Israel. Durante as manifestações não foram queimadas bandeiras de Israel e nem dos EUA. Convém estar consciente de que os Estados Unidos apoiarão qualquer regime, ditadura ou não, que não fortaleça seu inimigo. O inimigo hoje parece ser a Al Qaeda, mas quem tem certeza? Eu, não. Se analisar algo que não entendo com ferramentas que entendo, a análise será errada. Há enorme esperança do lado de cá do mundo de que o que há lá é uma busca por uma democracia nos termos ocidentais. Eles não são ocidentais, vai ver querem outra coisa que não sabemos o que é. Mas tudo tem um lado bom, e esse lado é a vox populi vox Dei : "Não há mal que não acabe". O Cara planeja aqui um Reich de 40 anos, mas Mubarak, do alto dos seus 30, manda-lhe o recado: "Eu sou você amanhã". "GIVE PEACE A CHANCE" (JOHN LENNON). NEIL FERREIRA É PUBLICITÁRIO

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

4 -.GERAL

Giba Um

3 Ganha prestígio junto a

Dilma Rousseff a titular da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, filha do conhecido Carlos Chagas.

k Myriam, você que gosta de perneta, passe no meu gabinete depois.

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gibaum@gibaum.com.br

WAGNER MONTES // (PDT) deputado estadual do Rio e apresentador da TV Record, que usa perna mecânica, para a nova colega Myriam Rios (PDT), que foi casada com Roberto Carlos. Fotos: BusinessNews

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MAIS: é discreta, confiável, não dá palpite errado, ou seja, muito diferente do ex-ministro Franklin Martins(ainda em férias).

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

4 de Fevereiro

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Pupilo de Agaciel 333 Não será surpresa se o novo diretor-geral do Senado, na nova legislatura sob a presidência de José Sarney, venha a ser o funcionário da Casa Sebastião da Silva Azevedo, com quase 40 anos lá e conhecido como Tiãozinho. Ele é mais do que ligado a Agaciel Maia, ex-direitor-geral que perdeu o cargo por conta do escândalo dos atos secretos e que foi eleito deputado distrital. Sarney, como se sabe, foi quem nomeou Agaciel no passado e, aos mais chegados, confessa sentir “falta dele” pelo conhecimento da área.

São João de Brito

DISPUTADA Duas produtoras de filmes pornográficos, Brasileirinhas e Buttman, estão convidando a ex-BBB11 Ariadna, a primeira transexual do programa, para debutar na área. Ex-garota de programa e atual cabeleireira, Ariadna está pensando nas propostas, só que avisa que, antes de qualquer coisa, quer sair toda nua nas páginas de uma revista masculina. E fotografada nas ruas de São Paulo. 333

Primeira queda O primeiro ministro do governo Dilma Rousseff que já começa a limpar as gavetas é Orlando Silva, do Esporte. Motivo: ela não coloca fé nele, acha que não dará conta dos preparativos da Copa 2014 e da Olimpíada 2016 e – surpresa – virou amigo de infância de Ricardo Teixeira. Mais: queria porque queria ser escolhido para o posto de Autoridade Pública Olímpica (é exigência do COI), que está reservado para Henrique Meirelles. Detalhe: caindo Orlando, Aldo Rebelo (PCdoB) pode ser convidado para cargo no primeiro escalão. 333

AGORA, BIRRAS Estão chegando ao Brasil – e podem se transformar em nova mania – cervejas artesanais italianas. As outras louras da terra de Berlusconi primam pela criatividade de ingredientes e estilos, além do caprichados rótulos e até mesmo garrafas especiais. Uma delas, por exemplo, leva coentro, camomila, pimenta verde e gengibre. Outra, utiliza mirra, gengibre e um cereal encontrado apenas na Etiópia. Para quem tem memória curta: nos Estados Unidos, na década de 80, houve um verdadeiro boom micro-cervejeiro, que obrigou as grandes marcas americanas e internacionais a irem à guerra para manter suas vendas. 333

A sul-africana Candice Swanopoel, 22 anos, a caçula das angels da Victoria’s Secret (à esquerda, no novo catálogo) veio ao Brasil para abrir a SP Fashion Week , desfilando para a Animale e voltou rapidinho. No mundo fashion , é a nova modelo em alta e em fevereiro, é capa e recheio da Vogue italiana, onde exibe cabelão que está de volta com modelos que misturam anos 50 e 60 (de maiô inteiro, lembra a blonde Betty Grable dos musicais), assinados por grifes como Gucci, Versace, Burberrys, Dolce&Gabbana, Empório Armani e outras tantas.

Candice em alta

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333 Esta semana, o BNDES começou a registrar os primeiros pedidos de empréstimos para a Região Serrana do Rio, onde o volume de mortos está chegando a 900, estimando-se que outros 200 estejam desaparecidos. Já são 25 pedidos e o primeiro foi de um comerciante de Friburgo que pretende um financiamento de R$ 30 mil para capital de giro, através do Banco do Brasil. Quer arrumar sua loja e começar a repor o estoque. O gerente do BB já teria avisado que será necessário um avalista ou uma garantia de bem imóvel com valor equivalente a 120% ao do empréstimo pretendido. As demais operações já registradas ficam entre R$ 70 mil e R$ 110 mil. Para quem não sabe: o BNDES ofereceu linhas de crédito, há um ano, também para atingidos pelas enchentes entre Alagoas e Pernambuco, que deixou 40 mil famílias sem casa. Na época, as exigências de garantia eram as mesmas.

Só com garantia

EIKE Batista mandar avisar que seu barco Pink Fleet não vai parar de navegar, nem reduziu tripulação e funcionários de tours pela Baia da Guanabara. Ao contrário: vem mantendo seu calendário de eventos e passeios normalmente. 333 MISTURANDO acontecimento do Brasil e do Egito, José Sarney é a figura favorita dos blogs de humor e dos cartunistas nacionais: ora é transformando em dinossauro, ora vira múmia.

EXECUTIVO Eleito pela segunda vez consecutiva para a presidência do Senado e aos 80 anos de idade, José Sarney está longe de qualquer cansaço para acumular mais poder. Apenas tem usado como uma espécie de executivo de seu bloco (e até na presidência do Senado isso será demonstrado), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL): agora, está apoiando Helio Costa para a presidência de Furnas e quer levar seu protegidoJoséAntonioMuniz Lopes, hoje na Eletrobrás, para a presidência da Eletronorte. É quem pagará a conta de Belo Monte (R$ 20 bilhões) e de Tapajós (outros R$ 20 bilhões).

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Carmen Verônica, 78 anos a Íris Bruzzi, 76 anos, reapareceram em Belíssima, de Silvio de Abreu, em 2005 e agora estão, ao lado de grandes nomes do teatro de revista no Brasil, como Virginia Lane, Nélia Paula, Anilza Leoni, Eloina, Lílian Fernandes, Brigitte Blair e muitas mais, no livro As Grandes Vedetes do Brasil, de Neyde Veneziano (edição da Imprensa Oficial de São Paulo). Lançado no Rio, terá lançamento em São Paulo e a veterana Rogéria dá a receita delas: “Cintura finíssima, cadeiruda, tinha que saber cantar, dançar e falar – e nada de silicone, não”.

Grandes vedetes

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Maracanã: mais R$1 bilhão Inicialmente, o projeto de reforma do Maranhão de olho na Copa do Mundo de 2014 estava orçado em R$ 712 milhões. Agora, o consorcio vencedor, pilotado pela Odebrecht, maior empreiteira nacional, quer um valor extra de nada menos do que R$ 1 bilhão. Do jeito que está, o estádio não suportaria o peso da cobertura e a solução pode estar na demolição total do Maracanã e construção de uma nova super-arena. De um jeito ou de outro, até junho de 2013 para a Copa das Confederações, a obra não estará concluída. 333

h IN Ceviche.

h

José Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras, malgrado o mis-en-scène feito em Davos, já avisou Dilma Rousseff que a estatal não tem como cumprir as metas de nacionalização de equipamentos para a exploração de petróleo. A novidade que os bens que serão adquiridos lá fora tem custo unitário muito maior do que os produzidos no Brasil. Resumo da ópera: a indústria brasileira levará duplo tranco. De um lado, os importados reinarão; de outro, o dólar derreterá mais ainda. Os grandes fabricantes mundiais têm escritório ou lobistas no Brasil funcionando a todo vapor. Alguns, usam métodos pouco ortodoxos, como a Interoil, pilotada no Rio por Drilmar Monteiro, abençoado por figurão petista.

OS 200 empresários que participarão do 7º CEO’s Family Workshop, de 18 a 20 deste mês, no Sofitel Jequitimar, no Guarujá, estarão cercados de uma festa de marcas. A Nestlé cuidará do café da manhã, a Land Rover terá espaço para test drives e até a rede The Fifties montará estrutura com seus hamburgers. Fora outras grandes como Vivo, Telefônica, Nívea, Estrela, Sadia, Lincx, Faber-Castell, Pepsi, Itautec, Chivas, Casa Leão e Purina.

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Tudoimportado 333

MISTURA FINA 333

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Sushi.

Feira,nuncamais! 333 Quando Lula e Marisa Letícia chegaram ao apartamento de São Bernardo, onde moram há anos, despensa, geladeira e freezer estavam devidamente abastecidos. A funcionária da Presidência que sempre acompanhou a ex-primeiradama em suas compras, incluindo São Paulo (há quem aposte que tudo era pago com cartão corporativo e os gastos incluídos no rol dos sigilosos), tratou de rechear de mantimentos para o mês. O casal foi para o Guarujá, retornou, Lula já recebeu o primeiro salário de R$ 13 mil como assessor do PT, mais suas pensões e a despensa ainda está bem abastecida. Frutas e legumes são entregues por hortifruti próximo. E Marisa Letícia já avisou: não será ela que irá fazer a feira de novo, como nos velhos tempos.

333 A PARTIR da semana que vem, José Genoíno, que não se reelegeu, vira assessor especial do Ministério da Defesa: tem bom transito entre militares, apesar de ser ex-guerrilheiro. De Mangabeira Unger, o ministro Nelson Jobim não quer saber. Pelo menos, em sua Pasta.

O EPISÓDIO de socorro e venda do Banco (médio) Panamericano pode passar a história financeira do país como o mais nebuloso.

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EM PARTE da edição de ontem, um título desta coluna saiu trocado, erro pelo qual nos desculpamos.

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A EMBAIXADA da Bulgária em Brasília anda de caixa baixa: no ano passado, muitos funcionários brasileiros foram demitidos, não conseguiram receber nada e estão com processos trabalhistas na Justiça.

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EMBORA Chico Anysio continue internado no Rio e seu estado ainda inspire cuidados, está chegando às livrarias O fim do mundo é aí, segundo livro de contos do humorista repletas de humor e ironia. E mais: também nessas histórias, Chico repete a genialidade exibida na TV durante décadas, criando e descrevendo a caracterização de cada personagem. 333

Colaboração: Paula Rodrigues,Alexandre Favero

Solução

asceu em Lisboa, (Portugal), em 1647, filho de um membro da corte da época. Era muito jovem quando ingressou na Cia. de Jesus e foi enviado como missionário às Índias. Vigoroso pregador de Cristo, converteu comunidades inteiras de hindus. Em 1693, sofreu o martírio pela fé.


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

5 REMETE Justiça envia ao Supremo as denúncias contra Fernando Pimentel

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AMEAÇA Justiça eleitoral pede a cassação do mandato do governador do MT

Pimentel: denúncia segue para STF Tribunal de Justiça de Minas remete ao Supremo cópias do processo contra ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e cita mais cinco réus Dida Sampaio/AE - 07.06.10

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juíza Neide Martins, da 9ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), determinou a remessa ao Supremo Tribunal Federal (STF) de cópias dos autos da denúncia apresentada pelo Ministério Público Estadual (MPE) contra o atual ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT). Em dezembro, o MPE propôs à Justiça ação penal contra Pimentel e outros cinco denunciados por crimes como dispensa ilegal de licitação pública, desvio de recursos públicos em proveito alheio e lavagem de dinheiro no ano de 2004, praticados à época em que o petista chefiava o Executivo municipal. Na denúncia criminal, o MP apontou irregularidades no processo de implantação do programa Olho Vivo, que levou à instalação de câmeras de vigilância nas ruas da capital mineira. Desmembramento – A juíza recebeu no último dia 25 a de-

núncia contra cinco acusados e decidiu pelo desmembramento do processo, já que Pimentel possui foro privilegiado e só poderá ser processado no STF. A denúncia foi apresentada no último dia 14 de dezembro – um dia antes de o ex-prefeito ser confirmado como ministro – pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público. O MPE pediu à Justiça que Pimentel seja condenado por dispensa ilegal de licitação e "desvio de re n d a s p úblicas em proveito alheio". Pelos mesmos crimes foram denunciados e agora figuram como réus o procurador-geral do município, Marco Antônio de Rezende Teixeira; o ex-secretário municipal da Fazenda e expresidente da Belotur, Júlio Pires, e o secretário municipal de Administração Regional Centro-Sul, Fernando Cabral. O ex-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Roberto Alfeu, e o ex-vice-pre-

Milhões da prefeitura no bolso do prefeito

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epois de um ano de investigação, a Polícia Federal prendeu, ontem no Maranhão, nove pessoas envolvidas em um esquema que teria desviado e lavado mais de R$ 50 milhões da prefeitura de Barra do Corda (MA). Entre os presos estão dois filhos, um genro e uma nora do prefeito Manoel Mariano Souza (PV), o Nenzim, que junto com a esposa Francisca Teles de Sousa, a Santinha, também são acusados de envolvimento nos desvios. O casal está foragido. Nezim sabia que poderia ser preso pela PF e desde segunda-feira vinha tentando obter um habeas corpus preventivo. Ele chegou a visitar a governadora Roseana Sarney (PMDB) junto com o deputado Rigo Teles (PV), que também é seu filho, às vésperas da operação ser desencadeada. Segundo o superintendente da PF no Maranhão, Eugênio Ricas, a investigação sobre o esquema de desvio em Barra do Corda começou em fevereiro de 2010, a partir de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf ). "O relatório mostrou uma variação patrimonial grande. O prefeito não tem como

explicar a evolução patrimonial gigantesca em tão pouco tempo", afirmou Ricas. Operação – Na operação participaram cerca de 100 agentes federais do Maranhão, Piauí e Brasília, que cumpriram 18 mandatos de busca e apreensão e nove dos 12 mandatos de prisão temporária. Entre os presos estão o filho de Nezim, Pedro Alberto Teles de Sousa, que também é secretário de Finanças; a filha, Sandra Maria Teles de Sousa; o genro, Inamar Araújo Medeiros, e a nora, Janaína Maria Simões de Sousa. Junto com Nezim e a Santinha constituíam o núcleo familiar do esquema. Os agentes apreenderam duas aeronaves – um bimotor Embraer EMB-810C e um helicóptero Robson R22 –, duas caminhonetes Mitsubishi Pajero e uma Toyota Hillux; três Hondas, dois City e um CRV, 6 caminhões baú, grande quantidade de jóias e relógios de luxo. Roraima – O exgovernador de Roraima, Neudo Campos, foi condenado ontem pelo Tribunal de Contas da União a devolver R$ 1,2 milhão ao Tesouro. (Agências)

Ex-deputado é preso por assassinato em Maceió

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ex-deputado federal F r a n c i s c o Te n ó r i o (PMN-AL), preso em sua residência na quarta-feira à noite, em Brasília, desembarcou na tarde de ontem no Aeroporto Zumbi dos Palmares, em Maceió, escoltado por agentes da Polícia Federal. A prisão do ex-deputado foi decidida pelos juízes da 7ª e 17ª Varas Criminais do Fórum de Maceió, a pedido dos promotores de Justiça do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público Estadual. Quando chegou em Maceió, Tenório foi levado direto em uma viatura da PF até o Instituto Médico Legal Estácio de

Lima (IML), onde foi submetido a exame de corpo de delito. Cercado por um forte esquema policial, o ex-deputado não quis falar com os jornalistas. Do IML ele foi conduzido até a Casa de Custódia da Polícia Civil de Alagoas, no bairro do Farol, onde ficará preso à disposição da Justiça. Derrotado na eleição de outubro de 2010, Francisco Tenório perdeu a imunidade parlamentar e sua prisão era esperada desde o início do ano. Ele é acusado de ser um dos mandantes do assassinato do cabo PM José Gonçalves da Silva Filho, morto a tiros em 1996 em um posto de combustível na periferia de Maceió. (AE)

sidente da entidade, Glauco Dinis, responderão, na ação, por dispensa indevida de licitação e lavagem de dinheiro por utilizar "valores provenientes de crimes contra a administração pública". De acordo com os promotores, os crimes resultaram em prejuízo ao erário de R$ 5,092 milhões em "valores nominais". Conforme o MPE, a pref e i t u r a d eclarou o repasse de R$ 8 , 4 7 0 m ilhões pela compra, por parte da CDL, das 83 câmeras do programa. Diferença – O MPE afirma que o montante de serviços, obras e bens aplicados no sistema de vigilância eletrônica contratado com a CDL-BH custou o montante de R$ 3.377.883,31. No entanto, a CDL-BH recebeu dos cofres públicos para a execução do projeto R$ 8.470 000,00 , sendo R$ 4,470 milhões do poder público municipal e R$ 4 milhões de empréstimo junto ao Banco

de Desenvolvimento de Minas Gerais". O inquérito civil público foi instaurado em 2004. Os promotores afirmam que no lugar de uma licitação, a prefeitura e a CDL assinaram um termo de cooperação sob a forma de um convênio. Os representantes da entidade, conforme o MPE, chegaram a utilizar uma nota fiscal "inidônea" para "acobertar" a aquisição de bens e equipamentos fabricados nos Estados Unidos. Conforme o TJ-MG, a juíza, além do desmembramento em relação a Pimentel, determinou a citação dos réus. Defesa – O procurador-geral da prefeitura de Belo Horizonte classificou o recebimento da denúncia como "uma etapa processual". "Agora a gente tem uma oportunidade de defesa", afirmou Teixeira. O procurador-geral também criticou as alegações do MPE, classificando-as como "totalmente contraditórias" e destacou que em relação ao atual ministro, o STF ainda irá decidir pelo recebimento ou não da denúncia. (AE)

Pimentel: acusações apresentadas pelo MPE foram anexadas

Governador pode ter diploma cassado Silval Barbosa, do Mato Grosso, é acusado de captação e gastos ilícitos na campanha eleitoral de 2010 André Romeu/Folhapress

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Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) pediu a cassação dos diplomas do governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), e do vice-governador, Chico Daltro (PP), por captação e gastos ilícitos de recursos na campanha eleitoral de 2010. De acordo com a representação, Barbosa superfaturou valores de despesas e declarou gastos inexistentes na prestação de contas. Na representação, são apontadas outras irregularidades, como "a entrega de vantagens" a eleitores e a administração ilegal de dinheiro, por meio de movimentação financeira sem a utilização da conta bancária específica, conforme determina a lei. O procurador regional eleitoral Thiago Lemos de Andrade afirmou que boa parte da administração da verba de campanha de Barbosa foi feita por meio dos chamados "cheques guardachuva". Ele explica que são

Contra o governador Silval Barbosa pesam várias acusações, como superfaturamento de despesas

cheques comuns, sacados na boca do caixa, para pagamento de várias despesas. Andrade diz que nas campanhas eleitorais, os cheques só podem ser utilizados em casos excepcionais, para pagamento de pequenas

despesas com pessoal, como estabelece a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral. Segundo o procurador, Barbosa descontou cheques e administrou em dinheiro R$ 11 milhões - o equivalente a 50% das doações financeiras recebidas - para pagar, entre

outros, cabos eleitorais e fornecedores de produtos e serviços. "Além disso, testemunhas afirmam que nem todos os nomes citados na prestação de contas do governador foram pagos com os cheques informados", disse o procurador. (AE)

No MuCo, o acervo de Edemar Moacyr Lopes Junior/Folhapress

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Museu da Corrupção traz um tour fotográfico pela casa que pertenceu ao banqueiro Edemar Cid Ferreira, no Morumbi. A mansão foi desapropriada para cobrir parte do rombo do falido Banco Santos e tem obras de arte que, somadas, valem milhões. Antiguidades, esculturas avaliadas em R$ 600 mil reais, pinturas de Di Cavalcanti, Basquiat e Miró e até uma piscina decorada com trabalhos de Volpi fizeram do lugar um verdadeiro museu privado. http://www.muco.com.br/especiais/ galeriaedemar/galeria.aspx Visita ao Museu permite um tour pela casa onde banqueiro mantinha coleção


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A Câmara não aceita perder Furnas para o Senado. Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), líder do PMDB na Câmara, aos berros.

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Alan Marques/Folhapress

Dilma escolhe Decat para Furnas Crise entre PT e PMDB faz com que presidente prove autoridade e indique Flávio Decat para estatal

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m mais uma demons- ir para a presidência da Eletrotração pública de afir- norte – cargo que já ocupou. mação de sua autoriForça de Sarney – A escolha dade e da animosida- dos primeiros nomes para a dide entre os partidos da base reção das estatais do setor eléaliada, a presidente Dilma trico demonstra, mais uma Rousseff escolheu o engenhei- vez, a força do presidente do ro Flávio Decat paSenado, José Sarra presidir a estaney (PMDB-AP), t a l F u r n a s C e nno atual governo. trais Elétricas. Flávio Decat, Dilma tinha a inque estava no GruNão há tenção de levar po Energia do seo que falar Decat para a presitor privado, tem o dência da Eletroapoio de Sarney e contra bras, mas a crise do ministro de MiDecat, política vivida por nas e Energia, Editécnico do Furnas, com a cirson Lobão – um setor culação de dossiês dos nomes fortes elétrico. e acusações múdo grupo comantuas entre grupos dado pelo senador EDISON LOBÃO ligados ao PT e ao que, na última terPMDB a levou a ça-feira, foi reeleimudar sua escolha. to pela quarta vez para presidir Para a presidência da Eletro- o Senado. Muniz Filho, que debras, o nome mais forte passou ve ir para a Eletronorte, tama ser o do atual secretário-exe- bém é afilhado de Sarney. cutivo do Ministério de Minas A escolha de Decat para a e Energia, Márcio Zimmer- presidência de Furnas teve três mann, homem de confiança de objetivos. Além da afirmação Dilma no setor elétrico. O atual da autoridade presidencial e presidente da Eletrobras, José de fazer mais um agrado ao Antonio Muniz Filho, deverá grupo de Sarney, serviu de pu-

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

nição ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), padrinho do atual presidente de Furnas, Carlos Nadalutti Filho. Dilma mostrou a Cunha que só negociará com o PMDB como um todo, sem atender aos pleitos solitários de um parlamentar. Dilma mostrou ainda que tem armas para enfrentar os partidos, quando eles se unem em torno de um objetivo para tentar emparedá-la. Agiu assim com o PSB, levando a cizânia entre os dois principais líderes do partido, os governadores Eduardo Campos (Pernambuco) e Cid Gomes (Ceará), além de deixar à míngua o ex-ministro e exdeputado Ciro Gomes. Agora, a presidente está fazendo o mesmo com o PMDB. Na crise de Furnas, optou por ignorar o PMDB da Câmara, ao mesmo tempo em que fortalecia o PMDB do Senado. Segundo testemunhas da reunião, ontem, entre dirigen-

Dilma e Temer (acima): opção da presidente recaiu sobre o engenheiro, apesar da disputa entre PT e PMDB. Edison Lobão (ao lado) é um dos padrinhos do novo escohido.

tes peemedebistas e o ministro Antonio Palocci (Casa Civil), o líder do PMDB na Câmara, H e n r i q u e E d u a rd o A l v e s (RN), deu berros ao saber que Dilma escolheria Decat para Furnas. "A Câmara não aceita perder Furnas para o Senado". Também participaram da reunião o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL) e o vice-presidente Michel Temer. Os mesmos participantes

fizeram nova reunião – foi quando o nome de Decat foi anunciado como definitivo. O ministro Edison Lobão, um dos padrinhos da indicação, disse que "não há o que falar contra Decat, técnico do setor elétrico que trabalhou tanto na iniciativa privada como nas estatais". Ele foi diretor da Eletrobrás – quando caiu nas graças de Dilma – e presidiu estatais do setor elétrico nos Esta-

dos de Alagoas e Piauí. Segundo Lobão, Decat vai pedir que todos os diretores de Furnas botem seus cargos à disposição. Isso, segundo ele, porque há um novo governo e é preciso que o ministro e o novo presidente de Furnas cheguem a um consenso sobre quem vai compor a nova diretoria. Atualmente a direção de Furnas é dividida entre petistas e peemedebistas. (AE)

Reprodução

Gomide na Funasa acalma PMDB Governo indica Ruy Gomide para Fundação e, assim, resolve mais um problema

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FHC responde a perguntas de jovens, como num talk show: tentativa de renovar a imagem do partido

Na tevê, FHC diz que PSDB precisa de 'chacoalhada' Ex-presidente quer partido mais perto do povo e fala da decepção com Lula

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programa do PSDB, apresentado ontem à noite na televisão, foi uma tentativa de ofuscar a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de renovar a própria imagem do partido e de aproximar os tucanos dos eleitores jovens. Nos dez minutos destinados à propaganda partidária, metade explorou a figura do expresidente Fernando Henrique Cardoso, que respondeu a perguntas feitas por jovens em uma espécie de talk show. Na segunda parte, lideranças se revezaram em um balanço do desempenho do PSDB nas eleições do ano passado e do papel que o partido pretende ter como oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. FHC reconheceu os avanços socioeconômicos do País nos últimos anos, mas disse que Lula o decepcionou ao fazer uma gestão que avaliou como conservadora e complacente com a corrupção. "Eu conheci o Lula no ABC, em São Bernardo

do Campo, o Lula inovador, que dizia que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) precisava ser liberada, que os trabalhadores precisavam de uma nova forma de relação, um sindicato mais independente, um plano de reformas, que precisava mudar o Brasil", afirmou FHC. "Ele não fez isso. Acho que foi conservador, aceitou muita coisa que não era boa. Todo mundo faz alianças, eu também fiz, mas ele ficou até o fim, até promoveu mais alianças com setores muito atrasados no Brasil e permitiu que houvesse uma certa complacência com corrupção. Ele me decepcionou, talvez mais como pessoa do que como presidente." No programa, FHC reconheceu que os partidos brasileiros, de forma geral, e o PSDB, especificamente, precisam de uma "chacoalhada". Disse que o PSDB foi fundado para renovar o Brasil e a política. "Mas precisamos estar mais próximos das pessoas, do po-

vo, com menos pompa e coisas mais diretas". FHC também fez um discurso em defesa do meio ambiente. "Precisa ter juízo, bom senso, não dá pra crescer a qualquer custo, a qualquer preço. Isso é o passado, no período dos militares era assim, cresce, cresce, destrói, grandes obras, não se preocupa com nada. Isso não é mais saudável, o mundo hoje quer crescimento com respeito ao verde e nós precisamos e podemos fazer isso." Na segunda parte do programa, os destaques foram as participações do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; do presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE); do líder na Câmara, Duarte Nogueira (SP), e do senador Álvaro Dias (PR). Não gravaram declarações o senador Aécio Neves (MG) e o ex-governador José Serra. Alckmin destacou que "o PSDB é um partido capaz de transformar para melhor e de verdade a vida das pessoas." (AE)

om o vice-presidente Michel Temer e o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, à frente das negociações para evitar novas arestas e mais insatisfações com o PMDB, o governo resolveu um dos "vespeiros" ao indicar o nome de Ruy Gomide para assumir a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Apadrinhado pelo PMDB, Gomide foi chancelado pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha(PT). A disputa pelo cargo, assim como a Secretaria de Atenção à Saúde, desencadeou a primeira crise na base, com a promessa de rebelião do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN). Antes, Gomide chegara ao comando da Funasa em Goiás pelas mãos dos deputados Pedro Chaves (PMDB-GO) e

Leandro Vilela (PMDB-GO). Chaves apresentou ao líder do PMDB a ficha de filiação de Gomide para conseguir reforçar a decisão de emplacá-lo na presidência da Funasa. A Funasa tem em seu orçamento de 2011 investimentos previstos da ordem de R$ 1,3 bilhão e mais de 250 cargos de confiança. Depois de perder o embate, no início do governo, que queria manter Alberto Beltrame, como Secretário de Atenção à Saúde, o PMDB acabou sendo atropelado por Padilha que nomeou Helvécio Miranda para o cargo. Como Dilma suspendeu as escolhas do 2º escalão para depois das eleições na presidência e mesas da Câmara e Senado, o PMDB decidiu esperar Aviação – Dentro do conjunto de definições em andamento e prestes a ser assinado por

Dilma está a criação da nova Secretaria de Aviação Civil. A ideia é nomear para o posto o atual executivo do Banco Safra, Rossano Maranhão, expresidente do Banco do Brasil, ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A nova secretaria, com status de ministério, terá sob sua subordinação a Infraero, que administra os 67 aeroportos do País, com orçamento em 2011, da ordem de R$ 2,2 bilhões. As definições completas da estrutura do novo órgão ainda estão sendo discutidas entre o ministro Palocci e Dilma. O governo tem pressa em resolver o assunto. Marcou marcou encontro para tratar da questão de aeroportos na semana que vem. Como o assunto depende de algumas costuras políticas, pode demorar um pouco mais para ser concretizado. (AE)

Vaccarezza descarta novo mínimo Líder do governo na Câmara não acredita em valor superior a R$ 545

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íder do governo na Câmara, o deputado Cândido Vaccarezza (PTSP) descartou ontem um valor superior aos R$ 545 para o salário mínimo. Segundo ele, a base vai votar unida. "O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, garantiu que o partido estará 100% conosco". Um dia após ser confirmado na liderança petista, Vaccarezza disse não achar necessário enviar nova medida provisória por parte do governo e que mesmo assim vai ser possível retroagir o valor para janeiro. A proposta inicial falava em R$ 540, mas a o Planalto já admitiu que subirá para R$ 545. Ontem, o PPS protocolou uma emenda para que o piso seja fixado em R$ 600. "O percentual de reajuste (5,9%) previsto na MP está muito aquém e, mesmo com o aceno da presidente Dilma de que o míni-

mo pode chegar a R$ 545, o valor continua muito baixo", afirmou Arnaldo Jardim (SP), autor da emenda. As centrais sindicais defendem R$ 580. CPIs – Na tentativa de brecar a abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito incômodas ao governo, setores do PT estimulam as CPIs de te-

mas de baixo potencial político. A ideia é preencher a cota de funcionamento de cinco comissões simultâneas na Câmara. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, insatisfeito com a estratégia do partido, pedirá a líderes aliados que parem com a corrida em busca de assinaturas. (AE)

Dida Sampaio/AE

Vaccarezza: "Vai ser possível retroagir o valor para janeiro".


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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

7 A ausência de um ministro no STF pode interferir na proclamação dos resultados. Celso de Mello, ministro do STF.

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José Cruz/ABr

Itália pede que STF casse decisão de Lula Agora, a defesa do governo italiano entra com duas ações no STF pedindo extradição de Battitsti

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Battisti: mais um capítulo na novela de sua extradição para a Itália

defesa do governo da Itália entrou ontem com duas ações no STF (Supremo Tribunal Federal) pedindo que a Corte casse ato do ex-presidente Lula, que negou a extradição do ativista radical Cesare Battisti, determinando, assim, a volta dele ao país. A solicitação foi encaminhada ao relator do caso, o ministro Gilmar Mendes. Nas ações, os advogados do governo italiano argumentam que, ao optar por manter o italiano no Brasil, Lula descumpriu decisão anterior do STF. Em 2009, por cinco votos a quatro, os ministros revogaram o refúgio concedido a Bat-

tisti pelo governo Lula, autori- ser final seria do presidente da zaram a extradição, mas deixa- República. O STF deu pela exram a palavra tradição e definal para o terminou que presidente. o presidente Para os reobservasse o pre sentan tes tratado [bilaO tratado da Itália, o enteral] no que reserva ao tendimento diz respeito à Presidente d o S u p re m o entrega. O trao deferimento na foi que caberia tado reserva a Lula apenas ao presidente entrega. decidir quano deferimento Não qualquer do entregar discricionariedade. n a e n t r e g a . Battisti e não Não qualquer NABOR BULHÕES reavaliar o ped i s c r i c i o n adido de extrariedade", disdição. se o advogado "É uma lenda dizer que o Su- Nabor Bulhões. premo teria afirmando que a Há um pedido de liminar última palavra no sentido de para que os efeitos da decisão

de Lula sejam suspensos, o que manteria Battisti preso na penitenciária da Papuda. Duas ações – A primeira ação é uma reclamação constitucional. A justificativa é a de que, ao não entregar Battisti, Lula cometeu um ataque à decisão do STF e usurpou atos da Corte. A outra é uma impugnação acidental que aponta que a não extradição "consubstancia grave ilícito interno e internacional". Para a defesa, as duas ações são similares pois fazem parte de estratégia para evitar que, se uma ação for rejeitada, a outra já esteja em andamento. "Não podemos correr riscos", disse Bulhões. (Folhapress)

Eduardo Ferreira/AE

Suplicy visita Battisti e lê sua carta Senador visita o preso que envia carta a senadores e sugere depor em comissão

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esare Battisti encaminhou, ontem, carta aos senadores alegando ser inocente dos crimes a que responde na Itália e que teriam sido cometidos durante a ditadura do país. Por intermédio do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que o visitou na penitenciária na terça-feira, Battisti se colocou à disposição do Senado para comparecer à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) com o objetivo de apresentar sua versão dos fatos. Na carta, o italiano afirma que não cometeu homicídio algum na Itália e não teve o direito de defesa em seu país: "Quero lhes assegurar que nunca provoquei ferimentos ou morte de qualquer ser humano. Até agora, nunca, qualquer autoridade policial ou qualquer juiz me perguntou se eu cometi um assassinato". Battisti escreveu aos senadores que tem se dedicado a atividades de solidariedade a pessoas carentes e a escrever livros – o que demonstra que não tem perfil de criminoso. "Sempre enfatizo que o uso da violência compromete os propósitos maiores que preci-

Desejo colaborar com a construção de uma sociedade justa, no Brasil, por meios pacíficos, durante o resto da minha vida. CESARE BATTISTI samos atingir. Desejo colaborar com a construção de uma sociedade justa, no Brasil, por meios pacíficos, durante o resto da minha vida". Além de Suplicy, uma delegação de três parlamentares também visitou Battisti no presídio da Papuda, em Brasília. Segundo eles, o italiano está bem de saúde, mas continua ansioso pela sua libertação – principalmente depois que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou o pedido de sua extradição à Itália. Em 31 de dezembro, último dia de governo, Lula anunciou que ele não seria extraditado e ficaria no Brasil como "imigrante". A decisão ainda pode ser revista pelo STF.

Tribuna – Depois da visita ao italiano, Suplicy leu ontem na tribuna do Senado, a carta de Battisti. Em um dos trechos, ele escreve: "Desejo muito colaborar com a construção de uma sociedade justa no Brasil, por meios pacíficos, durante o resto da minha vida". Membro do grupo Proletários Armados para o Comunismo (PAC), Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália pela suposta autoria de quatro assassinatos na década de 70. Battisti fugiu da Itália em 1981, refugiou-se no México, passou 11 anos como exilado político na França durante o governo de François Mitterrand, mas teve o benefício cassado. E chegou ao Brasil em 2004, também foragido. Foi preso no Rio, em 2007. Em janeiro de 2009, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio ao italiano, sob a justificativa de "fundado temor de perseguição". Na carta entregue ao senador Suplicy, Battisti confessa: "Participei dos Proletários Armados para o Comunismo. Nessas ações, nunca provoquei ferimentos ou morte a qualquer ser humano".(Agências)

Pressa na nomeação de Fux Celso de Mello não vê necessidade de prazo para nomear o 11º ministro do STF

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pós sete meses de espera, a Presidência da República indicou Luiz Fux, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para integrar o Supremo Tribunal Federal (STF). A demora na indicação do décimo primeiro nome acabou atrasando a solução de casos importantes, como a aplicação da Lei da Ficha Limpa. "A ausência de um ministro no STF pode ter o condão de interferir na proclamação dos resultados", admite o decano da Corte, Celso de Mello. Mas o ministro não acredita que a fixação de um prazo para a indicação seja necessária. "Essas são situações tão excepcionais que dispensariam a

reformulação do texto constitucional". E Mello lembrou outro caso de demora na indicação. Foi no século 19, no governo de Floriano Peixoto. "Naquele momento, o presidente Floriano Peixoto, insatisfeito e irritado com algumas decisões então proferidas pelo STF, simplesmente retardou as indicações". A Corte, que tinha 15 ministros à época, chegou a ficar sem sete integrantes. Segundo Mello, a demora atual gerou uma crise no STF, que ficou quase três meses sem poder julgar "em virtude dessa crise provocada pela omissão de um presidente da República, Floriano Peixoto". Na quarta-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleito-

ral (TSE), Ricardo Lewandowski, disse que com a chegada de Luiz Fux, para ocupar a vaga de décimo primeiro ministro no Supremo, a possibilidade de um novo empate na votação da Lei da Ficha Limpa fica descartada. "Cada recurso está com um ministro do supremo, cada um tratando de um aspecto da lei da ficha limpa e que agora serão examinados sem o risco de um novo impasse". No fim do ano passado, o Supremo Tribunal Federal julgou a validade da lei nas eleições de 2010, mas a votação acabou empatada em cinco votos, já que a Corte estava sem um dos ministros após a aposentadoria de Eros Grau. (ABr)

Alan Marques/Folha Imagem

Celso de Mello é contra mais demora para a nomeação de Fux como 11º ministro do STF: "Essas são situações tão excepcionais que dispensariam a reformulação do texto constitucional"

Suplicy extrapola seu tempo e tem a atenção chamada pela ex-mulher. "Só mais um minuto, senador"

Marta corta microfone do ex-marido A petista presidia a sessão no senado quando repreendeu Eduardo Suplicy

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leita primeira vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP) fez ontem a sua estréia no comando de uma sessão plenária da Casa. A petista adotou postura rigorosa para controlar o tempo destinado a cada senador durante seus discursos, incluindo o do ex-marido Eduardo Suplicy (PT-SP). Enquanto Suplicy discursava, Marta o alertou três vezes sobre a necessidade de encerrar o pronunciamento. Em uma delas, o microfone dele foi cortado, mas a senadora acabou permitindo que o ex-marido concluísse o discurso. Mas antes avisou: "O último minuto senador, por que já foi prorrogado várias vezes. Agora,

vamos para mais um minuto e encerramos." Marta também endureceu o jogo para outros parlamentares, como José Agripino (DEM-RN), para quem disparou: "Só mais um minuto, senador, para encerrar". Como Marta acabou concedendo tempo extra também para senador Inácio Arruda (PC do B-CE), além de Agripino e Suplicy, quem protestou contra a postura da petista foisoDemóstenes Torres (DEMGO). "Quando se abre exceção para um senador, creio que seja de bom alvitre dar o mesmo tempo para os demais", disse. O presidente José Sarney (PMDB-AP) começou a presidir a sessão, mas se retirou do

plenário para permitir que Marta ficasse, pela primeira vez, no comando da Casa depois de eleita. "Tenho a honra de transmitir a presidência desta sessão e da Casa para a senadora Marta Suplicy, senhora primeira vice-presidente", discursou. Sem experiência na função, a senadora precisou recorrer inúmeras vezes aos assessores, que estavam acompanhando os trabalhos da Mesa Diretora, para tomar decisões durante a sessão, que durou mais de duas horas. Pacientemente, a senadora ouviu seguidos discursos dos colegas, que se revezaram na tribuna para falar de diversos temas do cenário nacional. (Folhapress)

Réu do mensalão perde na Justiça Pedido de Roberto Jefferson é negado e relator acusa defesa de manipulação

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STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou ontem questão de ordem apresentada pela defesa do presidente do PTB e deputado cassado, Roberto Jefferson, um dos réus do processo do mensalão. Os advogados argumentavam que a defesa de Jefferson estava sendo prejudicada com omissões e problemas administrativos, como a falta de digitalização das peças do processo. Relator do caso, o ministro Joaquim Barbosa acusou a defesa de "tumultuar o processo" e querer protelar a análise do caso, uma vez que já apresentou mais de 13 recursos. O voto de Barbosa foi acompanhado por mais por sete ministros. "A defesa finda por manipular as informações e acusa-me de sonegar informações dos demais ministros na tentativa de gerar mal-estar e suspeita na condução do processo. Não

satisfeita com os pedidos anteriores, prosseguiu recursos à revelia que pretende tumultuar o processo". Barbosa disse que vai submeter à ação penal este ano à Corte. Para ele, os advogados

de defesa querem colocar sob suspeita seu trabalho. "É mais uma tentativa de manipulação dos fatos e postergar os trabalhos." O caso mensalão está na reta final. São 191 volumes e 50 mil páginas. (Folhapress)

SECRETARIA DA SAÚDE DIVISÃO TÉCNICA DE SUPRIMENTOS - SMS.3 ABERTURA DE LICITAÇÕES Encontra-se aberto no Gabinete: PREGÃO PRESENCIAL 366/2010-SMS.G, processo 2010-0.160.098-0, destinado a aquisição de MATERIAIS PARA MANUTENÇÃO, para o Complexo Regulador Hospitalar do Município de São Paulo/SMS, do tipo menor preço. A sessão pública de pregão ocorrerá às 10 horas do dia 17 de fevereiro de 2011, a cargo da 3ª Comissão Permanente de Licitações da Secretaria Municipal da Saúde. RETIRADA DE EDITAL O edital do pregão acima poderá ser consultado e/ou obtido nos endereços: http://e-negocioscidadesp.prefeitura.sp.gov.br, ou, no gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, na Rua General Jardim, 36 - 3º andar - Vila Buarque São Paulo/SP - CEP 01223-010, mediante o recolhimento de taxa referente aos custos de reprografia do edital, através do DAMSP, Documento de Arrecadação do Município de São Paulo. DOCUMENTAÇÃO - PREGÃO PRESENCIAL Os documentos referentes ao credenciamento, os envelopes contendo as propostas comerciais e os documentos de habilitação das empresas interessadas, deverão ser entregues diretamente ao pregoeiro, no momento da abertura da sessão pública de pregão.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

CONCESSÃO 1 Ex-ministros egípcios têm contas congeladas e estão proibidos de sair do país

nternacional

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A última tentativa do velho ditador Apelando para o charme, Mubarak diz estar cansado, mas teme o caos se renunciar ao poder. Oposição se prepara para o dia do ultimato.

Goran Tomasevic/Reuters

AFP - 02

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ncurralada nas ruas, a oposição egípcia tem hoje um dia-chave para tentar se reagrupar na luta contra o regime de Hosni Mubarak. A exemplo da última sexta-feira, novos protestos contra o presidente há 30 anos no poder foram convocados para o dia de descanso no calendário muçulmano – e já apelidado de dia do ultimato. Mas além da perseguição dos partidários do ditador, os oposicionistas têm também diante de si uma tentativa de ofensiva de charme de Mubarak: ele deu ontem uma entrevista em que revelou ter pensado em renunciar antes do final de seu mandato, em setembro, desistindo por temer que o vácuo de poder provocaria o caos. "Estou cheio. Depois de 62 anos no serviço público, eu tive o suficiente. Quero sair", disse Mubarak, de 82 anos, em entrevista à rede norte-americana ABC. Mubarak disse que seu governo não tem culpa na batalha campal que tomou conta das ruas, rechaçando as acusações de estar por trás das ações dos manifestantes pró-governo à Praça Tahrir, ponto focal dos protestos da oposição. Os tumultos, segundo ele, foram causados pela Irmandade Muçulmana, grupo cuja plataforma islamista é visto com desconfiança pelos setores mais seculares. "Fiquei extremamente infeliz com o que aconteceu nas ruas. Não quero ver egípcios lutando uns contra os outros. Estou cansado da Presidência, mas deixar o cargo agora mergulharia o país no caos", disse Mubarak, na primeira entrevista desde o início dos proEstou testos, em 25 de janeiro. cheio. A aparição Depois de do presidente 62 anos no foi conjugada serviço com uma declapúblico, ração de seu vice, Omar Suleieu tive o suficiente. man, que foi à TV dizer que o HOSNI MUBARAK governo ofereceu à Irmandade Muçulmana uma oportunidade de negociar uma reforma do sistema político – proposta recusada pelo grupo, que juntamente com o líder oposicionista Mohamed ElBaradei, pedem a saída imediata do ditador. Suleiman aproveitou para afirmar que o filho de Mubarak, Gamal, não disputará a Presidência, uma das exigências dos manifestantes. A declaração, assim como o pedido de desculpas do premiê Ahmed Shafiq pela violência e a promessa de investigação de "erros de segurança", parecia destinado a aplacar as críticas internacionais e os manifestantes. Os Estados Unidos, porém, elevaram o tom das críticas ao aliado Mubarak, declarando estarem consternados com a violência. Segundo o jornal The New York Times, Washington estaria negociando a renúncia imediata do ditador, que entregaria o poder a seu vice, com o apoio dos militares. Â ni mo s - Nas ruas, a impressão é que os recentes acontecimentos corroeram os ânimos da oposição. Ainda que venham resistindo aos ataques, os números vistos na Praça Tahrir ontem, no 10º dia de protestos, diminuíram desde o início das manifestações. Na madrugada de ontem, o som de tiros e explosões continuou ecoando pelas ruas e a mais recente contagem é de que pelo menos 13 pessoas morreram e 838 ficaram feridas nos dois últimos dias. (Agências)

CONCESSÃO 2 Governo pede libertação de jovens detidos 'não criminosos'

Leia mais na página 3

Manifestantes contrários a Mubarak improvisam capacetes e lançam pedras durante confrontos com simpatizantes do regime, na Praça Tahrir, no centro do Cairo. Amir Abdallah Dalsh/Reuters

Goran Tomasevic/Reuters

Mais de 800 manifestantes ficaram feridos e pelo menos 13 morreram nos choques

Brasileiros na mira da repressão

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m meio à convulsão social do Egito, dois jornalistas brasileiros foram detidos e vendados, em um tentativa de afastar a mídia estrangeira do palco dos enfrentamentos. Correspon-

dentes internacionais se tornaram alvo de uma campanha repressora, que não poupou sequer membros de organizações de direitos humanos. Logo após desembarcarem no aeroporto do Cairo, na quarta-feira, Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, foram abordados por homens fortemente armados em uma barreira policial, quando se deslocavam para o centro da capital. Foram retirados do táxi,

Soldados tentam conter simpatizantes de Mubarak, que avançam contra a oposição.

postos de frente para um paredão e tiveram os olhos vendados, antes de serem conduzidos a uma delegacia. Lá, passaram 16 horas em um cubículo, sem água e comida. "A sensação é horrível. Achei que seríamos fuzilados num paredão", disse Costa. Para serem liberados, eles assinaram um documento se comprometendo a voltar ao Brasil. O retorno dos dois profissionais está previsto para hoje.

Em nota, o Itamaraty protestou contra a detenção dos jornalistas e afirmou que tem a "expectativa de que as autoridades egípcias tomem medidas para garantir as liberdades civis e a integridade física da população e dos estrangeiros". Outros jornalistas estrangeiros foram vítimas de violência e funcionários de entidades de direitos humanos foram detidos. Mais de 20 jornalistas foram presos de acordo com o jornal

The Washington Post, e o paradeiro de pelo menos um deles era desconhecido. Em sinal de que a situação fugiu ao controle, as Nações Unidas começaram a remover seus cerca de 350 funcionários do país. Ativistas de direitos humanos também estiveram na mira: um centro usado por ONGs como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch foi ocupado pela polícia e 12 pessoas, presas. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

9 Barack Obama será lembrado como o presidente que 'perdeu' a Turquia, o Líbano e o Egito. O analista político israelense Aluf Benn

nternacional Fotos: Khaled Abdullah/Reuters

Oposição realiza grande manifestação no Iêmen pedindo o fim do regime de 32 anos do presidente Saleh...

... mas, no mesmo dia, simpatizantes do governo contraatacam com protesto a favor do líder iemenita.

Na Turquia, a população demonstrou sua insatisfação nas ruas de Ancara. Manifestações também estão previstas na Síria e Sudão. Isolado na região, somente Israel defende o regime de Mubarak.

A revolta popular que derrubou o presidente da Tunísia desencadeou uma reação em cadeia no mundo árabe. Depois do Egito, agora é a vez do Iêmen protestar por mudanças no país.

O 'Dia de Fúria' no Iêmen Manifestações contrárias ao governo sacodem o país. Mas simpatizantes do regime também mobilizam seus protestos.

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ezenas de milhares de iemenitas participaram ontem de manifestações pró e contra o governo, um dia depois de o presidente Ali Abdullah Saleh anunciar que pretende deixar o poder em 2013, após 32 anos no cargo. No começo da manhã, a oposição já havia reunido mais de 20 mil pessoas na Universida-

de de Sanaa para o "Dia de Fúria" contra Saleh. Foi a maior concentração no país desde o início da rebelião no mundo árabe, que já derrubou o governo da Tunísia e ameaça o ditador do Egito. "As pessoas querem mudança de regime", gritavam os manifestantes de oposição. "Não à corrupção, não à ditadura." A polícia disparou gás lacri-

mogêneo para dispersar os protestos contrários a Saleh e pelo menos um manifestante ficou gravemente ferido, confirmaram as autoridades. Mas uma manifestação próSaleh, igualmente grande, tomou a Praça Al-Tahrir, local que havia sido escolhido para o protesto da oposição, que se viu obrigada a mudar de lugar. Outros protestos antigover-

no se espalharam pelo Iêmen, incluindo na cidade de Taiz, onde Saleh serviu como governador militar, assim como em cidades do sul do país onde as atividades de um movimento separatista têm crescido. Saleh, atento à onda de protestos que varre a região, anunciou na quarta-feira várias concessões políticas, inclusive que deixará o poder ao final do

seu mandato, em 2013 e que seu filho não o sucederá. O maior partido opositor iemenita, o Al-Islah, recebeu bem a iniciativa de Saleh, mas ignorou um apelo presidencial para desmobilizar os protestos. No entanto, os manifestantes contrários ao governo parecem não estar totalmente em concordância – alguns pedem pela queda de Saleh, enquanto ou-

tros querem que ele prove que irá cumprir suas promessas. "O que o presidente ofereceu ontem (quarta-feira) foi apenas teatro. Não confiamos nele", disse um manifestante, Mahmoud Abdullah, em Sanaa. Não é a primeira vez que Saleh, importante aliado dos EUA no combate à Al-Qaeda, anuncia que deixará o governo, para depois recuar. (Agências)

Israel e EUA divergem sobre crise egípcia

Reuters

Para israelenses, postura norte-americana a favor da saída de aliado é 'ingênua'.

polícia turca usou gás de pimenta e jatos d'água para dispersar milhares de trabalhadores que foram às ruas de Ancara ontem. O grupo protestava contra um con-

menta e jatos d'água para conter a multidão. Várias pessoas ficaram feridas nos distúrbios, segundo a imprensa. Os sindicatos reclamam das emendas planejadas, dizendo que elas retiram direitos dos trabalhadores nos setores público e privado. O governo alega que as mudanças visam melhorar a eficiência do mercado de trabalho. (AE)

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israelense Binyamin Ben-Eliezer, que até recentemente era membro do gabinete de Israel e é amigo de Mubarak. "Se ocorrerem eleições como os norte-americanos desejam, eu não ficaria nada surpreso se a Irmandade Muçulmana não conquistar a maioria, ela venceria a metade das cadeiras do Parlamento", disse Ben-Eliezer à Rádio do Exército de Israel. "Será um novo Oriente

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troverso projeto de mudança na lei trabalhista do país. Estima-se que 10 mil pessoas reuniram-se no centro de Ancara para uma marcha até o Parlamento, onde a lei está sendo debatida, mas policiais formaram barricadas para impedir o ato. Os manifestantes jogaram pedras e garrafas na polícia, que respondeu com gás de pi-

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Médio, o do extremismo radical islamita", alertou. Há três décadas, o então presidente norte-americano Jimmy Carter (19771981) fez vários apelos para outro aliado próximo dos EUA, o xá do Irã, Mohammed Reza Pahlavi, democratizar o país. Reza Pahlavi foi derrubado pela Revolução Iraniana em 1979 e a monarquia foi substituída por uma república islâmica. Mais recentemente, o apoio dos EUA a eleições fortaleceu grupos como o Hezbollah no Líbano, o Hamas nos territórios palestinos e radicais antiamericanos no Irã. "Jimmy Carter entrará para a história dos EUA como o 'presidente que perdeu o Irã'", escreveu o analista Aluf Benn, no diário Haaretz. "Barack Obama será lembrado como o presidente que 'perdeu' a Turquia, o Líbano e o Egito, e também como o governo durante o qual as alianças norte-americanas se esfacelaram no Oriente Médio." (AE) DC DC

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resposta do presidente dos EUA, Barack Obama, à crise política no Egito está atraindo fortes críticas em Israel, onde muitos veem a postura da liderança norte-americana como ingênua, uma vez que suas pressões para que o presidente egípcio, Hosni Mubarak, um aliado dos EUA, deixe o poder, poderão se voltar contra Washington no futuro. Os críticos, entre os quais estão políticos, analistas e jornalistas, mantêm que Obama repete os mesmos erros de predecessores, cujos pedidos por democracia e direitos humanos no Oriente Médio tiveram um resultado exatamente oposto ao pretendido, levando regimes antiamericanos ao poder. "Eu não acredito que os norte-americanos entenderam ainda o desastre para o qual eles estão conduzindo o Oriente Médio", disse o parlamentar

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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idades

HOMENAGEM Monumento foi construído às margens da Represa de Guarapiranga porque os aviadores desceram ali com o seu hidroavião após atravessarem o Oceano Atlântico.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

MUDANÇA O ex-prefeito Jânio Quadros levou o monumento para os Jardins.

Zé Carlos Barretta/Hype - 19/12/2010

Zé Carlos Barretta/Hype - 19/12/2010

Obra tem clara inspiração fascista e parte dela foi um presente do ditador Benito Mussolini

Moradores da região de Guarapiranga receberam o monumento com festa no Parque da Barragem, na zona sul

Inaugurado em 1929 às margens da Represa de Guarapiranga, Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico havia sido transferido para os Jardins. Após forte pressão dos moradores de Capela do Socorro, a estátua, que faz uma homenagem aos aviadores pioneiros na travessia do oceano, retornou ao seu local de origem.

Paulo Pampolin/Hype - 23/03/2009

Heróis do Atlântico pousam novamente na Guarapiranga

Estátua Idílio, do sueco W. Zadig, retrata uma índia e um invasor francês se abraçando, nus. Polêmica, a obra passou por vários endereços.

Valdir Sanches

O

s aviadores pioneiros da travessia do Oceano Atlântico estão de volta ao ponto de chegada. Não exatamente eles, mas o monumento que os homenageia. A obra foi inaugurada em 1929, às margens da Represa de Guarapiranga, em cujas águas os heróis pousaram. Em 1985, sumiu de lá. Reapareceu na Praça Nossa Senhora do Brasil, nos Jardins, área nobre da zona sul. Há dois anos, um grupo de moradores de Capela do Socorro, distrito de Santo Amaro, onde fica a represa, resolveu reagir. Descobriu que a mudança do monumento fora pedida por uma entidade da colônia italiana (três dos heróis têm essa nacionalidade). E atendida pelo prefeito de então, Jânio Quadros. O grupo, liderado pela psicóloga Neuza Meneghello, iniciou uma campanha do tipo "o monumento é nosso". No fim do ano passado, viuse o resultado: o Monumento aos Heróis da Travessia do Atlântico foi reinaugurado, junto com o recém-criado Parque da Barragem, às margens da represa. O que Jânio fez, o prefeito atual, Gilberto Kassab, desfez. Esteve na inauguração, com o subprefeito de Capela do Socorro, Valdir Ferreira. Valdir foi o primeiro a aderir à ideia, quando Neuza e seu grupo começaram a se movimentar. Quebrada – O monumento ficava originalmente numa "quebrada", um cotovelo no ponto em que as avenidas João de Barros e Robert Kennedy se encontram. Lugar precário que, sem o monumento, tinha virado ponto de indigentes. Agora, está em uma área especial, dentro do novo parque.

A subprefeitura promete que terá segurança 24 horas. Há outro fato que agradou Neuza e seus amigos. A Avenida Robert Kennedy, que corre ao lado da represa, foi rebatizada com o seu nome original, Avenida Atlântica. Na questão de nomes, há uma antiga reivindicação dos moradores do bairro. A Avenida João de Barros, que ia dar no antigo lugar da estátua, está incompleto. Ela homenageia o herói brasileiro que fez a travessia, mas o nome dele é João Ribeiro de Barros. A população quer que isso também seja corrigido.

A volta do monumento deixou todos nós muito felizes. NEUZA MENEGHELLO, QUE LIDEROU A CAMPANHA PELA VOLTA DA OBRA

Memorial – "A volta do monumento deixou todos nós muito felizes", diz Neuza. O próximo passo deverá ser a criação de um memorial dos heróis da travessia. O grupo que conseguiu a volta do monumento, e a subprefeitura, têm um bom acervo sobre eles. Ao lado da obra há um prédio, que serve à antena de uma emissora de tevê. A antena deve ser mudada, e o prédio servir ao memorial. Os heróis da travessia são três italianos e quatro brasileiros. Os primeiros, Francesco De Pinedo, Carlo Del Prete e Vitale

Zachetti. Amerissaram (pousaram) na Represa de Santo Amaro, hoje Guarapiranga, em 28 de fevereiro de 1927. Jahú – Seis meses depois, em agosto, João Ribeiro de Barros repetiu a façanha. Ele havia partido de Gênova em outubro do ano anterior, com o hidroavião Jahú. A tripulação incluía outros três brasileiros: Artur Fernandes da Cunha, Newton Braga e Vasco Cinquini. A viagem sofreu vários tropeços. O Jahú teve problema nos motores, e fez um pouso de emergência em uma cidade espanhola. Os brasileiros acabaram presos como clandestinos. Foi preciso a intervenção da diplomacia brasileira para soltá-los. Decolaram para Gibraltar, na Península Ibérica, às portas do Oceano Atlântico. Os motores, como havia acontecido, continuaram falhando. Só em Gibraltar, com condições de uma inspeção mais cuidadosa, descobriu-se a causa. Os filtros de combustível estavam entupidos por terra, areia e sabão caseiro. O Jahú fora sabotado. Fascismo – O monumento aos heróis da Travessia foi criado pelo escultor italiano Ottone Zorlini, que morreu em São Paulo. No alto, está a figura de um homem, com uma asa acima da cabeça. A obra tem clara inspiração fascista. A coluna em que se apóia a figura exibe dois fascios, feixes de varas símbolos do fascismo. O p ró p r i o D u c e , B e n i t o Mussolini, mandou uma preciosidade para compor o monumento. Uma coluna com capitel em estilo jônico (como os da cidade grega de Jônia), parte de uma construção milenar descoberta no Monte Capitólio, em Roma.

Leonardo Rodrigues/Hype - 05/05/2006

Estátua Nostalgia, que foi retirada do Parque Trianon, onde fazia par com outra, a Artenuza. Publicitário pede a "união" das duas.

Vaivém de monumentos é comum em São Paulo

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trânsito de estátuas pela cidade nem sempre termina bem, mas às vezes têm desfecho inesperado. Um bom exemplo é o que aconteceu à escultura Idílio, do sueco W. Zadig. Uma índia e um invasor francês se abraçam – nus. A obra foi encomendada pelos estudantes do Centro Acadêmico XI de Agosto, das Arcadas - a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, USP, no Largo São Francisco. Isso em 1920... Foi inaugurada na Avenida Paulista e logo recolhida.

Vozes indignadas se ergueram contra aquela indecência. Uma segunda tentativa foi a instalação numa praça do Cambuci, e novamente teve que ser retirada. "O amor sereno, o romance entre o francês e a índia, voltou para o depósito da municipalidade", registra um número da revista XI de Agosto, da época. Por fim, o prefeito Faria Lima colocou a obra num discreto jardinzinho à entrada do Túnel Nove de Julho. Surgiram protestos pelo "atentado ao pudor público", mas ela ali ficou.

Os estudantes das Arcadas pediram à Prefeitura que fosse fixada definitivamente no espaço em frente à faculdade. Nada aconteceu. Então, o presidente do XI de Agosto resolveu "convocar o famigerado Grupo II e toda a academia, para a transferência "Manu Militari". "A pilhagem na madrugada." Mas o caminhão contratado não apareceu. Os estudantes alugaram outro, "que descarregava cana na pastelaria do China". No lugar da ação, alegria. A escultura não estava chumbada no chão. "No braço", foi para o caminhão. Chegou ao Largo de São Francisco com festa e discurso. A polícia não gostou, os bombeiros surgiram para levá-la de volta. Mas ela ficou, e está lá até hoje. Há quatro anos, os alunos das Arcadas descobriram um busto do poeta Álvares de Azevedo, ex-acadêmico, na Praça da República. No começo do século passado, havia sido encomendado e pago pelos alunos. "Resgatado", está hoje na frente da faculdade, próximo ao Idílio. Donzelas – O publicitário Luiz Simões Saidenberg não teve a mesma sorte. Aos quinze anos, encantou-se com duas "donzelas de mármore" existentes no Parque Trianon. Artenuza, em pé sob o pedestal; e Nostalgia, sentada, com o rosto apoiado na mão direita. Obras do brasileiro Francisco Leopoldo da Silva. Os anos passaram e há cinco, já sessentão, Luiz voltou ao Trianon. Fez uma descoberta que o abalou. Lá estava Artenuza, no pedestal. Mas Nostalgia desaparecera. Luiz investigou, buscou, e acabou por achar Nostalgia na Praça Professor Cardim, perto do Jockey Club. Com sinais de deterioração e abandono. Na praça, convive com mulheres e homens que fazem trotoar. Seu protetor pediu ajuda, fez campanhas, mas nada conseguiu. As duas "donzelas" continuam separadas. Ramos de Azevedo – A linha 1 (Azul) do metrô não fez bem ao Monumento a Ramos de Azevedo, erguido em 1934 na Avenida Tiradentes, em frente à Pinacoteca do Estado. A Pinacoteca é uma das numerosas obras do grande arquiteto paulistano, morto em 1928. Em 1973, foi desmontada porque estaria no caminho do metrô. A família do autor, o escultor Galileo Emendabili, acha que houve má vontade. Teria sido possível conciliar os trilhos e estação com a permanência do monumento, que foi remontado na Cidade Universitária, e ali permanece. A única escultura que está hoje no depósito da Prefeitura também foi desalojada pelo metrô. O Monumento à Aldeia de Nossa Senhora dos Pinheiros teve que sair do Largo da Batata, devido às obras da Linha Amarela. Foi desmontado e levado ao depósito. A Secretaria Municipal da Cultura informa que a obra, de Luiz Morrone, deve ser remontada no mesmo lugar. ( V.S.)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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11 O orçamento do governo para esse programa é de R$ 470 milhões.

idades

s Barreta/Hype

Fotos: Zé Carlo

A-PO-POIO DO RE-REI GA-GAGO Metrópole - Por quê você aguarda com tanta ansiedade o lançamento do filme "O Discurso do Rei", no próximo dia 11?

LEEEENTO

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pesar de facilitarem a travessia das ruas, particularmente aos idosos e mulheres com crianças, os semáforos de pedestres com contagem regressiva ainda são raríssimos na Cidade. Estão em apenas quatro cruzamentos: Viaduto do Chá com Líbero Badaró; Libero Badaró com São João; Praça da Sé com Anita Garibaldi; e Rangel Pestana com Praça João Mendes. Eles fazem, com boa exposição, a contagem regressiva para o fechamento do sinal para o vermelho, permitindo às pessoas calcular a possibilidade de irem em frente ou esperar. O sistema começou a ser testado em 2008 e, como se vê, segue em ritmo de carro de boi.

Curto provoca fogo em prédio de Taubaté

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or volta das 12h de ontem, um incêndio de grandes proporções tomou conta do edifício Central Office, no centro de Taubaté (SP), no Vale do Paraíba. O motivo, segundo o síndico do prédio, Adauto Giunta, teria sido um curto-circuito no quadro de luz, que logo se alastrou pelo 1º andar. "Senti um cheiro de vela. De repente, minha mãe me ligou no celular desesperada. Foi quando abri a janela vi a fumaça. Peguei o que dava e saí correndo pela escada. No segundo andar havia muita fumaça e não tinha como descer, ainda consegui descer pelo elevador", afirmou Karla Paoliello, fonoaudióloga, que estava em seu consultório no quarto andar e mora no prédio ao lado. Para conter as chamas, foi preciso chamar reforço de guarnições de cidades vizinhas (Caçapava e São José dos Campos), além da Brigada de Incêndio do Exército e da montadora de veículos Volkswagen, que deslocaram carros-pipa e pessoal. Os bombeiros demoraram cerca de duas horas para conter as chamas que alcançaram o quarto andar. Dez pessoas que estavam nos andares superiores e não conseguiram descer pela saída de emergência foram resgatadas do terraço pelo helicóptero Águia 8 da PM. Apesar das proporções do incêndio, ninguém se feriu. Por volta das 18h, o prédio foi liberado para que os donos das salas pudessem retirar os pertences. Hoje será feita perícia técnica em todo o edifício. (AE)

Ignês Maria Ribeiro - Porque nós, do Instituto Brasileiro de Fluência, vamos aproveitar o filme para fazer uma campanha chamando a atenção para o problema da gagueira..

SEM NINGUÉM PERCEBER...

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arece que o destino gosta de brincar com o Corinthians. Há 55 anos cobriu-o de glórias exclusivas ao fazê-lo campeão do IV Centenário. Depois, o faria trilhar a longa fila de 23 anos sem conseguir o título paulista, quebrada em 1977 na vitória por 1 X 0 sobre a Ponte Preta. No entanto, sem que ninguém desse conta, naquele mesmo ano iniciava o Timão na fila da Taça Libertadores. Eliminou-o na primeira fase da sua participação inaugural no torneio. Até anteontem à noite em Tolima, na Colômbia, a via sacra se repetiu por oito vezes. Na ponta do lápis, essa segunda sequencia já superou a outra: 33 anos. Salvo engano, o publicitário corintiano Sérgio Rebollo, 32 anos, foi o primeiro a percebê-la. Chamou a atenção sobre ela na Internet em 2009, imediatamente após o Corinthians cair por obra do Flamengo.

...OUTRA FILA FOI SE FORMANDO

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érgio assistiu ao jogo de Tolima na companhia de João, o filho de cinco anos. "Eu, felizmente, só ouvi falar de fila. Mas acho que o João vai viver a sua, talvez tão dolorosa quanto", prevê o pai. Zé Maria, 62 anos, o lendário camisa dois do Corinthians, também não tem dúvidas. A fila da Libertadores está viva e em curso, conforme assegurou à coluna ontem à tarde.. "É difícil, muito difícil", disse. Ele fala com conhecimento de causa, pois foi protagonista do fim de uma e do início da outra em 1977. Zé e Sérgio, cada um a seu modo, têm raízes fincadas no Parque São Jorge. O zagueiro divide com o falecido Idário (1920-2009) a personificação definitiva da garra corintiana e o amor da Fiel. A ligação de Simões com o clube se deve ao avô, o pintor Francisco Rebollo (1902-1980). Antes de se consagrar com os pincéis, Rebollo foi ponta-esquerda do Corinthians, nos anos 20. Depois, aplicou seu talento na criação do escudo do time. Deu-lhe a bandeira, a âncora e os remos.

Metrópole - O que a fita tem a ver com gagueira? Ignês - É a biografia do Rei G e o rg e V I d a I n g l a t e r r a (1985-1952) que teve dificuldade para reinar por ser gago. É interpretado por Colin Firth, que, aliás, tem chance de ganhar o Oscar, assim como o diretor Tom Hopper. O rei assumiu o trono em 1910 devido à abdicação do seu irmão, Eduardo VII (1894-1972), por causa do seu casamento com a plebéia norte-americana Wallis Simpson (1896-1986).

Antonio Ceruz/ABr

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A presidente Dilma Rousseff, que ontem anunciou o programa de distribuição gratuita dos medicamentos

primido e Insulina Humana P. Meningite – A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo alertou e aconselhou que pais levem seus filhos menores de 2 anos para serem vacinados contra a meningite C. A população nessa faixa etária, de acordo com balanço da secretaria, é de 1,21 milhão de crianças, sendo que apenas 605 mil se vacinaram em todo o estado. Em setembro de 2010, a Secretaria começou a disponibilizar na rede pública, gratuitamente, pelo SUS, a vacina conjugada contra meningococo C, causador de uma das formas mais

Metrópole - Então você não deve gostar do samba "Gago Apaixonado" (*), do Noel... Ignês - Não gosto e nem desgosto. (Ignês Maria Ribeiro, fonoaudióloga, diretora do Instituto Brasileiro de Fluência, moradora no Itaim-Bibi) * – Noel Rosa lançou o samba em 1931.

Metrópole - Mas tem-se a impressão de que a gagueira está desaparecendo... Ignês - Os percentuais continuam iguais: 5% na infância e 1% na vida adulta, com 4% de reversão espontânea. A

Cerca de 15 mil farmácias conveniadas ao programa "Aqui tem farmácia popular" oferecerão os medicamentos

ativo dos medicamentos ontem incluídos no programa "Aqui Tem Farmácia Popular" são os seguintes: Contra a hipertensão: Captopril 25 mg, comprimido; Maleato de enalapril 10 mg, comprimido; Cloridrato de propranolol 40 mg, comprimido; Atenolol 25 mg, comprimido; Hidroclorotiazida 25 mg, comprimido; e Losartana Potássica 50 mg. Contra o diabetes: Glibenclamida 5 mg, comprimido; Cloridrato de metformina 500 mg, comprimido; Cloridrato de metformina 850 mg, com-

Metrópole - Como esse preconceito se manisfesta? Ignês - Com piadas de mau gosto, imitações etc. É por isso que aqui não há gagos assumidos como os atores Bruce Willys e Julia Roberts.

Paris Filmes/Divulgação

Hipertensão e diabetes terão remédios gratuitos s 15 mil farmácias e drogarias conveniadas ao programa "Aqui Tem Farmácia Popular" têm até dia 14 para se adaptar e começar a oferecer gratuitamente à população medicamentos contra hipertensão e diabetes. A gratuidade dos medicamentos por meio dessa rede foi anunciada ontem pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Até ontem, os medicamentos eram vendidos no sistema de copagamento: o governo pagava até 90% do preço do remédio e o paciente, o porcentual restante. Segundo o governo, hoje, são beneficiados 1,3 milhão de brasileiros por mês, dos quais aproximadamente 660 mil são hipertensos e 300 mil, diabéticos. Por meio do programa, a população tem acesso a 24 tipos de medicamentos para hipertensão, diabetes e mais cinco doenças (asma, rinite, Parkinson, osteoporose e glaucoma), além de fraldas geriátricas. Para receber os produtos, é necessário que o usuário apresente CPF, documento com foto e a receita médica. De acordo com dados do Ministério da Saúde, no Brasil, aproximadamente 33 milhões de pessoas sofrem de hipertensão arterial e 7,5 milhões são diabéticas. Segundo o ministro Alexandre Padilha, a gratuidade para os medicamentos contra diabetes e hipertensão não vai gerar custos extras para o ministério. De acordo com Padilha, foi feito um acordo com as empresas, que, segundo ele, aceitaram reduzir margens de lucro para garantir a oferta gratuita. Os remédios - O princípio

questão é que há muito preconceito contra ela. Espalhou-se a ideia de que é um distúrbio emocional e psiquiátrico de alta gravidade. Na verdade, é só prima-irmã de problemas motores. Nosso trabalho é justamente o de desfazer os mitos.

graves de meningite. Para as crianças com idades entre 1 e 2 anos é necessário apenas uma dose. Já as crianças menores de um ano precisam tomar duas doses (e uma terceira, de reforço) quando completarem 1 ano de idade para estarem completamente imunes à doença. A vacina conjugada contra meningococo C é normalmente bem tolerada e não provoca reações adversas graves. Somente as crianças com eventual histórico de reação anafilática em dose anterior não deverão receber a vacina. (Agências)

Mosquito da dengue já cria em água suja

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esquisadores da Superintendência de Controle de Epidemias em Taubaté descobriram que o mosquito da dengue tem se adaptado ao ambiente e não procria somente em água muito limpa. Durante os estudos em São Sebastião (SP), foram encontrados criadouros do Aedes aegypti em água com resíduos (partículas) de tinta, sal e óleo, o que desperta a necessidade de mais atenção com os recipientes que se tem em casa. A pesquisa ainda não foi finalizada. Segundo a pesquisadora Marylene de Brito Arduíno, o mosquito está cada vez mais adaptado às condições que o homem oferece. Ela esclarece, porém, que o inseto não se reproduz em água suja, com matéria orgânica, em poças no chão ou água salgada, como do mar. "O sal mata a espécie. Tanto que orientamos o uso de sal grosso, que tem sido um aliado muito grande no combate à dengue.'' A pesquisadora diz que não se pode, por exemplo, deixar um pincel com tinta em um pote de água por muito tempo. Celular – O celular será usado como ferramenta na luta contra a dengue no País. Em municípios considerados de alto risco, operadoras de telefonia deverão enviar para clientes mensagem de alerta sobre a doença. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a medida, fruto de acordo com operadoras, faz parte de uma estratégia do governo para envolver todos os setores da sociedade na prevenção e diagnóstico precoce de casos da doença. (Agências)


DIÁRIO DO COMÉRCIO

12 -.LOGO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Benoît Tes/Reuters

Logo Logo

Exposição "110 anos de automóveis" lota o Grand Palais, na capital francesa. A exposição de carros antigos comemora o Salão do Automóvel de Paris.

www.dcomercio.com.br

FEVEREIRO

F ÓRMULA 1 C INEMA

Massa em chamas na Espanha O

Fotos: Javier Soriano/AFP

Após 12 voltas na pista, Massa salta do carro já em chamas e observa o fogo que tomou a parte traseira.

A Ferrari admitiu que o fogo provocou danos no F150 e que seria "improvável" a volta do piloto ao teste " antes das 15 horas locais", já que não ha-

veria tempo hábil para reparar o carro e deixá-lo em boas condições. Na próxima semana, as equipes da F-1 farão novos testes no

circuito de Jerez de la Frontera, também na Espanha. A temporada começará no dia 13 de março, com o Grad Prix do Bahrein.

Abdelhak Senna/AFP

Petar Kujundzic/Reuters

brasileiro Felipe Massa não teve, ontem, o início que gostaria em sua primeira sessão de treinos com a F150, o carro da Ferrari desenvolvido para a temporada 2011 da Fórmula 1. Um dia depois de ver Fernando Alonso liderar os testes coletivos em Valência, no circuito Ricardo Tormo, o carro de Massa pegou fogo após apenas 12 voltas na pista espanhola. Uma das braçadeiras quebrou, causando vazamento de óleo. Ao atingir os escapamentos, o óleo se incendiou, obrigando Massa a abandonar o treino.

Maria Shneider morre aos 58 anos A atriz francesa Maria Schneider, estrela do filme Último tango em Paris, morreu ontem, aos 58 anos, "após prolongada enfermidade", informou uma representante da agência Act 1. Segundo o site da revista People, ela lutava contra um câncer. Maria Schneider tinha 19 anos quando protagonizou, ao lado de Marlon Brando, o famoso filme de Bernardo Bertolucci, lançado em 1972. No filme, Marlon Brando interpretava um empresário norte-

americano de meia-idade que se envolvia com a jovem parisiense vivida pela atriz. Maria disse que sua experiência com o filme, que a transformou em símbolo sexual, levou-a decidir nunca mais fazer filmes com cenas de nudismo. Ao longo de sua carreira, a atriz atuou em mais de 20 filmes. Entre os mais recentes estão Os atores (2000), de Bertrand Blier, e Cliente (2008), de Josiane Balasko.

T URISMO

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ZODÍACO - Ontem, primeiro dia do ano novo pelo calendário lunar, moradores de Pequim queimaram incenso diante do templo de Yonghegong Lama. Eles pediam sorte ao coelho, animal que rege 2011, de acordo com o horóscopo chinês.

C OPA 2022

Reprodução1ª

Sergio Moraes/Reuters

C ARNAVAL

Fantasia de poderoso chefão A fonte acima é a 1ª coisa que os visitantes veem ao chegar à sede da Cristais Swarovski, em Wattens, na Áustria. Ela aparece como a 2ª mais bela do mundo no site da TravelKat, atrás da fonte da ponte Banpo, em Seul (Coréia do Sul).

Trabalhadora de fábrica em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, na linha de produção de máscaras do primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi. O polêmico premier não é um dos mais populares personagens do carnaval, mas suas máscaras se tornaram famosas há um ano, quando Marco Materazzi, zagueiro central do Internazionale, foi advertido pela Comissão Disciplinar da Lega Calcio, na Itália, por usar uma máscara de Berlusconi em jogo contra o Milan.

www.travelkat.com/beautiful-fountains-world

R EINO UNIDO

I NTERNET

Minha mulher é uma terrorista

O Facebook de quem fala

Um agente da imigração do Reino Unido foi demitido após ter colocado o nome de sua mulher em uma lista de suspeitos de terrorismo. Ele usou seu acesso ao banco de dados da segurança britânica para incluir o nome da mulher na lista de pessoas proibidas de embarcar para a Grã-Bretanha. Com isso, conseguiu evitar que ela voltasse para casa por três anos, após uma viagem que fez ao Paquistão para visitar sua família. Segundo o tabloide Daily Mail, a fraude só foi descoberta quando ele foi escolhido para uma promoção. As investigações mostraram que o nome da mulher esposa estava na lista e ele teve de se explicar.

A empresa PMovil lançou no Brasil uma nova rede social baseada na voz, a Blaving. Nela, o usuário poderá criar mensagens sobre seu dia a dia, publicar notícias e postar comentários por meio de uma mensagem de áudio e compartilhar o resultado com amigos. A nova rede social também possibilita a interação com outras ferramentas, como o Twitter, Facebook e Orkut. Quando um usuário posta seu áudio no Blaving, a mensagem é automaticamente publicada nas demais redes em que ele estiver cadastrado. Para usar o Blaving, é preciso se cadastrar no site.

Gols sustentáveis projetos estão prontos e serão analisados pela FIFA, terão capacidade maior do que a exigida pelos organizadores da Copa do Mundo. Além disso, suas estruturas, ecologicamente corretas, poderão ser desmontadas e montadas de acordo com as necessidades do público. Os estádios poderão até ser transportados para outros lugares. As emissões de carbono de toda a produção do material modular e da montagem dos estádios serão A TÉ LOGO

L OTERIAS neutralizadas. Painéis solares alimentarão as torres de iluminação. Os projetos são do escritório alemão AS&P. www.as-p.de

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Acesse www.dcomercio.com.br para ler a íntegra das notícias abaixo:

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Tite pode salvar seu cargo no clássico contra o Palmeiras no domingo

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Centros de treinamento de clubes paulistas passam por vistoria para Copa

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www.blaving.com

Catar vai construir estádios sustentáveis, com componentes modulares, paO ra o Mundial de 2022 . Todas as arenas, cujos

Número de divórcios aumentou 109% em 2010 no Estado de São Paulo

Concurso 2514 da QUINA 15

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

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13 SOJA Abiove projeta safra recorde de 68,8 milhões de toneladas

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VEÍCULOS Estudo diz que Brasil fechou 2010 como o 4º maior mercado mundial

O malabarismo brasileiro para frear a China Estudo da CNI dimensiona perda de mercados das exportadoras brasileiras

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Elza Fiúza/ABr

impacto da concorrência com a China na indústria brasileira é tão significativo que 67% das empresas exportadoras brasileiras, que competem com produtos fabricados no país asiático, perdem seus clientes, e 4% delas deixaram de exportar. A avaliação faz parte da Sondagem Especial divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo revelou ainda que 45% das empresas que competem com a China perderam participação no mercado doméstico brasileiro. De acordo com a Sondagem, a presença da China é mais intensa em seis setores industriais, nos quais pelo menos metade das empresas afirmaram que concorrem com similares chineses. É o caso dos setores de material eletrônico de comunicação, têxteis, equipamentos hospitalares e de precisão, calçados, máquinas e equipamentos, além do setor que a CNI classifica como "indústrias diversas". Ao todo, 52% das empresas exportadoras brasileiras competem com a China em outros mercados. No entanto, 21% das companhias consultadas registram importação de matéria-prima chinesa, denotando, segundo a CNI, um aumento da penetração do país asiático na cadeia produtiva brasileira. Além disso, 32% dessas empresas pretendem aumentar as compras de insumos do gigante asiático. De acordo com a sondagem,

Castelo Branco: concorrência em razão do real valorizado.

50% das indústrias brasileiras já definiram estratégias para enfrentar a competição com os produtos chineses. A principal alternativa é o investimento em qualidade e design dos produtos. Ainda assim, 10% das grandes empresas brasileiras já produzem com fábrica própria na China, como forma de responder à concorrência com empresas chinesas pelos mercados doméstico e internacional. Real forte – Como o yuan tem sua cotação atrelada ao dólar, a valorização do real em relação à moeda norteamericana tem sido o fator mais determinante para que produtos brasileiros percam espaço para os chineses – tanto no mercado internacional quanto no doméstico –, na avaliação do gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco. Segundo ele, o aumento da

concorrência nos últimos anos está diretamente ligado ao preço dos produtos chineses. O economista lembrou que os custos de produção no país asiático são consideravelmente menores do que os brasileiros por diversos motivos: os menores salários e encargos sobre a folha de pagamentos, taxas de juros mais favoráveis, menor tributação e burocracia para exportação, menores exigências de conformidade para os produtos, melhor eficiência de infraestrutura e maior escala de produção. No entanto, ele destacou que, apesar dos fatores estruturais que dão vantagem à China no comércio internacional, a concorrência aumentou a partir do momento em que a moeda brasileira acelerou sua valorização. "As dimensões estruturais pouco mudaram nos últimos anos, a grande alteração está na valorização do real. Esse é o fator mais determinante para o aumento da concorrência e da penetração dos produtos chineses", disse. Para Castelo Branco, além da ampliação das estratégias para enfrentar a competição com a China – pela redução dos custos ou por investimentos em qualidade e design – é necessário enfrentar a questão cambial. "É preciso ter menos dependência da taxa de juros para controle da inflação, pois o diferencial de juros brasileiro favorece a entrada de dólares no País e pressiona ainda mais a cotação da moeda. E, se não avançamos nas agendas de

MAX.

competitividade em uma velocidade adequada para enfrentar essa concorrência, o quadro se torna mais preocupante." A sondagem da CNI foi realizada entre os dias 4 e 19 de outubro do ano passado, e consultou um universo de 1.529 empresas. (AE)

Noel Celis/AFP

Parceria deve enfrentar mudanças Apesar das boas relações entre os dois países, governo Dilma estará mais atento aos desequilíbrios comerciais.

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á poucos meses, Brasil e China pareciam fadados a formar uma das alianças definidoras deste início de século. Afinal, são duas economias emergentes com rápido crescimento, posicionando-se lado a lado em questões globais como negociações comerciais, e buscando sempre novas oportunidades de negócios conjuntos. Mas não é assim que tem funcionado. Um sinal disto é que, semanalmente, a presidente Dilma Rousseff se reúne com assessores para discutir como fica a questão da competitividade brasileira frente à entrada de produtos chineses no País. Este é um sinal claro de como ela está colocando o Brasil em uma posição de maior confronto a Pequim, na tentativa de resolver uma relação considerada cada vez mais desequilibrada e divergente. "É basicamente uma reunião sobre a China", disse um funcionário de alto escalão que costuma participar delas. "As relações entre os dois países não são hostis, mas vamos tomar medidas para

Acesso chinês às matériasprimas brasileiras poderá ser limitado, ao mesmo tempo em que os produtos do país asiático seriam mais fiscalizados.

nos proteger e promover uma relação mais igualitária." No curto prazo, segundo fontes de alto escalão do governo, isso significa mais tarifas dirigidas para produtos industrializados procedentes da China, uma fiscalização mais rígida nas alfândegas, e também mais processos antidumping. Também é possível que sejam adotadas novas regras para mineradoras estrangeiras, dizem as autoridades, refletindo os temores de que a China desejaria consolidar seu controle sobre as riquezas minerais brasileiras, sem oferecer em contrapartida acesso suficiente ao seu próprio mercado. Rompendo com a posição de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma deve aderir ao coro global pela valorização do yuan quando visitar o país asiáti-

co em abril. Ela também deve pleitear maior acesso ao mercado chinês para empresas como a Embraer, segundo autoridades. Mudanças – EmboraBrasileChina devam preservar relações amistosas e continuar ampliando o comércio bilateral, a guinada no governo Dilma pode afetar diversos aspectos, como o vínculo com os Estados Unidos e o futuro das chamadas relações "sul-sul", entre países emergentes. "É surpreendente que a relação esteja mudando tão rapidamente", disse Maurício Cárdenas, diretor do programa latinoamericano da entidade Brookings Institution, de Washington. "O Brasil está claramente buscando grandes mudanças. Isso pode ter consequências para toda a América Latina, já que muitos outros países, experimentando os mesmos problemas (com a China), seguem o exemplo do Brasil", afirmou. O comércio bilateral disparou de pouco mais de US$ 2 bilhões em 2000 para US$ 56,2 bilhões em 2010. A China superou os EUA como maior parceiro comercial do Brasil, e no ano passado foi tam-

bém a principal origem individual de investimentos estrangeiros diretos, com cerca de US$ 17 bilhões. O robusto crescimento comercial ajudou a economia brasileira a alcançar no ano passado o seu crescimento mais expressivo em duas décadas. E significa também que eventuais esforços do governo Dilma para aprovar medidas protecionistas podem ser infrutíferas, segundo Qiu Xiaoqi, embaixador da China em Brasília. "O comércio entre China e Brasil cresceu tão rapidamente por causa de uma necessidade recíproca. Ninguém pode entrar no caminho", afirmou. Qiu lembrou que o Brasil teve um grande superávit comercial com a China no ano passado – cerca de US$ 5 bilhões. Mas um exame mais atento revela que o Brasil teria registrado déficit se não fosse pelo aumento no preço do minério de ferro, que responde por 40% das exportações do País para a China. Em termos de volume, as exportações brasileiras ao país asiático caíram 3% em 2010, enquanto as importações de produtos chineses cresceram 89%. (Reuters)

Bloco dos Brics deve buscar cooperação

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unhada há uma década pelo economista Jim O'Neill, do Goldman Sachs, a sigla Bric – iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China – viabilizou a melhor articulação dos quatro países no cenário internacional. A avaliação partiu do professor João Pontes Nogueira, diretor do Instituto de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio e coordenador do Bric Policy Center, primeiro centro de pesquisas sobre o grupo no Brasil. De acordo com o professor, os Brics crescerão o dobro das taxas das economias avançadas até 2020. "A projeção é de que, até 2050, o Produto Interno Bruto (PIB) combinado deles superará o dos Estados Unidos. Mas há outras economias emergentes que crescem a taxas elevadas, como Turquia e Indonésia", afirmou. A projeção é de A questão que, até 2050, o PIB d a c o m p e t ição dos quacombinado dos tro países no Brics superará o m e r c a d o i ndos Estados ternacional – Unidos. às vezes como rivais – foi reJOÃO PONTES NOGUEIRA, lativizada por DO BRIC POLICY CENTER Nogueira. "Temos que olhar das duas formas. China e Índia têm uma relação mais competitiva na Ásia. Entre Rússia e China há a questão energética. No caso brasileiro, há competição em várias áreas da economia. O interessante é uma tentativa das lideranças de buscar áreas onde a cooperação é possível." Para ele, a visão de que o mundo está passando por mudanças e de que é preciso mais jogadores no sistema internacional tem impulsionado esses países a tentar tornar seu bloco mais coeso. Commodities – Em sua avaliação, o papel do Brasil como fornecedor de produtos primários, muitas vezes consumidos pelos próprios Brics, não condenaria o País a se limitar a ser um fornecedor de commodities. "Como nos tornamos muito competitivos em commodities, isso estimula mais investimentos na área e coloca um problema de longo prazo. Mas os países não adotam estratégias de industrialização tão diversificadas. E o Brasil tem avançado em capacitação e no investimento em tecnologia", disse Nogueira. (AE)


14 -.ECONOMIA

DIÁRIO DO COMÉRCIO

COMÉRCIO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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15 Espera-se que o governo adote medidas de ajuste fiscal que controlem a inflação. Rubens Sardenberg, economista Febraban.

conomia Paulo Pampolin/Hype

Expansão de crédito deve continuar

Sardenberg diz que ainda é cedo para determinar se o crédito sofrerá com o impacto de medidas como o aumento do compulsório.

Pesquisa da Febraban indica alta de 17,3% em 2011 Rejane Tamoto

M

esmo diante das m e d i d a s a n t iconsumo adotadas pelo Banco Central (BC) em dezembro de 2010, o mercado financeiro está otimista e espera uma alta de 17,3% na expansão do crédito com recursos livres neste ano. A projeção para todas as operações de crédito é de 18% do Sistema Financeiro Nacional (SFH). Os empréstimos para pessoa física devem subir 17% e o cenário é mais favorável para empresas, com aumento de 17,9%. As expectativas constam da Pesquisa de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada ontem. A previsão de expansão do crédito com recurso livre é su-

perior à feita pelo BC, de 12%. Segundo o economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, ainda é cedo para determinar se o crédito sofrerá com medidas como o aumento do compulsório, que já elevou o spread para a pessoa física. Segundo ele, o spread deve ser reduzido em um cenário de crescimento por causa concorrência. "Espera-se que o governo adote medidas de ajuste fiscal que controlem a inflação para que o BC não precise lançar medidas aumentando o custo do crédito", diz. Sardenberg afirma que a expectativa se deve ao otimismo em relação ao crescimento da economia, à expansão da renda, à queda do desemprego e à baixa inadimplência, projetada em 4,5% para este ano.

De acordo com o documento, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser de 4,6%, um ponto acima do estimado em dezembro pelos mesmos analistas. O mercado espera que a Selic suba para

11,75% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e atinja 12,25% em abril, permanecendo neste patamar até dezembro. Os analistas projetam uma piora da inflação neste ano, em

razão da pressão dos alimentos. Em dezembro, a previsão era que em 2011 o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficasse em 5,2%, mas na última pesquisa ficou em 5,5%. Por outro lado, a mesma razão pode elevar o saldo da balança comercial em 9,3%. "O Brasil continua favorecido pelo alto preço das commodities no mercado internacional e a previsão é positiva para a balança." Ele acrescenta que há uma expectativa de retomada da economia de países em crise, o que pode contribuir para alta das exportações. A taxa de câmbio estimada pelos analistas para o dólar é de R$ 1,75 neste ano e a expectati-

va é de piora no saldo em transações correntes. A expectativa de déficit passou de US$ 67 bilhões para US$ 67,9 bilhões. "O ingresso de capital estrangeiro vai continuar, seja por meio de dividendos, remessas, transferências, viagens internacionais, investimento estrangeiro direto em renda fixa e mercado de capitais", diz. Para Sardenberg, o BC continuará ampliando as reservas internacionais para evitar a valorização do real. A expectativa do mercado é que elas alcancem US$ 308,5 bilhões até o fim do ano. O estudo da Febraban ouviu 33 analistas do mercado financeiro de 27 de janeiro a 1 de fevereiro.

Sílvia Pimentel

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Santander tem queda no lucro

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banco espanhol Santander registrou queda de 8,5% no lucro líquido de 2010, para 8,181 bilhões de euros, afetado por maiores provisões relacionadas à deterioração de ativos imobiliários, conforme anúncio feito ontem em Madri. O resultado, entretanto, ficou levemente acima das previsões de analistas, que esperavam em média ganho líquido de 8,113 bilhões de euros. O banco havia alertado em outubro que não encerraria o ano com lucro em mesmo patamar de 2009, de 8,943 bilhões de euros. No Brasil, o presidente do banco, Fábio Barbosa, informou que os ganhos de sinergia com a integração do banco Real contribuíram para uma expansão menor. No quarto trimestre, as despesas totais (administrativas e de pessoal) somaram R$ 2,9 bilhões, alta de 3,6% ante o trimestre anterior, pelo padrão IRFS. Em 2010, ficaram em R$ 11,2 bilhões, alta de 2,6%. As despesas administrati-

vas e de pessoal subiram, entre outros fatores, por conta da expansão orgânica do banco, investimentos no atendimento a clientes (call center) e reestruturação da área de empréstimos para pequenas e médias empresas. Em 2010, o Santander abriu 110 novas agências e contratou 3 mil funcionários. "Mesmo com esses novos investimentos, as despesas cresceram abaixo da inflação", diz Barbosa. O banco também teve menor despesa com provisões para devedores duvidosos, por conta da melhora dos ativos de crédito. No trimestre, a queda foi de 2,4%, chegando a R$ 1,8 bilhão. Na comparação anual, caíram 17,5%, ficando em R$ 8,2 bilhões. Os ganhos acumulados de sinergia com a incorporação do Real somaram R$ 1,8 bilhão, ficando em R$ 262 mil h õ e s a c i m a d o p re v i s t o quando o processo começou. O Banco Santander reduziu também o ritmo de compras de carteiras de bancos menores. (Agências)

importância do registro de boletim de ocorrência, mesmo diante da impossibilidade de as vítimas serem ressarcidas dos prejuízos. "Na maioria dos casos, a cobrança é indevida porque não existe de fato um contrato entre as partes que justifique o envio de boletos bancários. Portanto, é estelionato", explicou. Quanto maior o número de ocorrências, maior a chance de coibir a prática. Verdadeira – A novela do chamado "falso boleto" é antiga e já passou pela esfera da Justiça Civil. O advogado da centenária e verdadeira Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Carlos Celso Orcesi da Costa, lembra que foram travadas inúmeras batalhas no Judiciário contra organizações que usam nome semelhante ao da entidade para confundir seus associados. E saiu vencedora nos processos em que pleiteou o direito exclusivo de usar a expressão Associação Comercial. Ocorre que as supostas entidades

ou sindicatos, por ordem judicial, deixam de agir provisoriamente, mas ressurgem tempos depois para assombrar empresários com o mesmo golpe. "A ACSP está disposta a reunir todos os elementos que possam auxiliar na investigação criminal", informou o advogado. A ACSP recebe informações sobre possíveis tentativas de golpe pelo telefone (11) 3244-3737. Por ora, a atenção dos empresários é o melhor remédio para evitar prejuízos. Em caso de dúvida, o ideal é procurar o contador. A recomendação vale sobretudo para aqueles que acabaram de formalizar seu negócio, incluindo os empreendedores individuais. Eles também têm sido vítimas do golpe. Muitos receberam cobranças bancárias com valor próximo a R$ 300, ou seja, cinco vezes mais do que, de fato, são obrigados a recolher mensalmente ao fisco.

J. P. Morgan teria atuado com Madoff

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banco norte-americano J. P. Morgan Chase & Co. está sendo acusado de ter ocupado posição central no esquema de fraudes financeiras efetuado pelo investidor Bernard Madoff e levada a público em 2008. O advogado David Sheehan, que representa a organização Irving Picard, criada para ajudar as vítimas do esquema de Madoff, abriu uma ação de US$ 6,4 bilhões contra o banco em dezembro – cujos termos foram divulgados ontem. De acordo com o jornal norte-americano The Wall Street Jou rnal, a ação acusa o J. P. Morgan de ter adotado medidas em 2006 para aumentar sua margem de lucro por meio da oferta de produtos financeiros ligados aos fundos de investimentos de Madoff. O documento também acusa a instituição de ter ignorado as diversas discrepâncias verificadas na conta-corrente da empresa de Madoff. "Eles tinham, legalmente, a obrigação de fazer um in-

quérito a respeito disso, e eles não o fizeram", afirmou Sheenan. "Foram milhões de dólares entrando e saindo diariamente, e nem uma ligação telefônica foi feita." Em nota, o J. P. Morgan afirmou que a ação "não tem mérito e é baseada em distorções, tanto com relação aos fatos relevantes quanto à lei". A instituição disse "não ter conhecimento e que nem foi participante da fraude orquestrada por Bernard Madoff", e que a empresa do investidor "não era um cliente importante ou significante" do banco. Madoff atraía suas vítimas oferecendo níveis de rentabilidade que chegavam a 1% ao mês. A partir daí, ele utilizava o dinheiro desses investidores novos para pagar os clientes antigos, que queriam resgatar os recursos aplicados no fundo. Contudo, com a alta demanda por resgates nos primeiros meses da crise financeira, o fundo ficou sem recursos para pagar os clientes e a fraude veio à tona.

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Cobrança indevida acontece especialmente dos novos empresários.

ntidades empresariais apenas no nome, que enviam boletos de cobrança principalmente para quem acabou de abrir um negócio, estão na mira da polícia. E o empresário que se sentir lesado porque pagou o boleto pode registrar um boletim de ocorrência na delegacia do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC). Pelo menos duas entidades "fantasmas" estão sob investigação: a Associação Comercial e Empresarial do Brasil e a Associação Comercial do Estado de São Paulo. A polícia chegou a apreender documentos e equipamentos das empresas, já encaminhados para a perícia. O nome das duas entidades aparece no inquérito policial aberto há um ano, a pedido da Secretaria de Segurança Pública

do Estado de São Paulo. Mas há dezenas atuando no mercado, se aproveitando de empresários, que pagam por falta de atenção. Segundo o delegado Marcos Moura, que assumiu recentemente a delegacia, o inquérito foi aberto a partir de denúncia de uma farmácia homeopática, vítima do golpe. Vultoso, o inquérito envolve outras fraudes praticadas contra empresários, todas relacionadas à cobrança indevida. "Os casos devem ser notificados pelas vítimas", afirmou, ressaltando que a polícia também enfrenta dificuldades para coibir esse tipo de crime. Um dos maiores problemas é a grande quantidade de empresas agindo de má-fé no mercado. "Trata-se de uma investigação complexa e trabalhosa pois são muitas pessoas a serem ouvidas", disse. A delegada Maria Helena Kawagoe Tomita, que vai passar a atuar no caso, reforça a

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Marcelo Spinosa/AE

BOLETOS FALSOS NA MIRA DA POLÍCIA


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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O setor de componentes de calçados produziu itens para 860 milhões de pares e faturou US$ 1,1 bilhão, com alta de 13% ante 2009.

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FÉRIAS DE OBRAS

ULTRAJE

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o tabuleiro político da diplomacia, as divergências são sempre educadas, costuradas por linhas tênues que nem sempre o cidadão comum capta. Mas, na realidade, atualmente há uma guerra não-declarada oficialmente entre a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar). É que a Anvisa decidiu regulamentar como deve ser a publicidade de alimentos, bebidas e cigarros. Tem perdido alguns rounds, é verdade, mas não perde o ímpeto sempre renovado de exercer o papel. Um verdadeiro ultraje ao Conar, órgão criado pela sociedade civil no final dos anos 1970, quando o governo, durante a ditadura militar, pensava sancionar lei criando uma espécie de censura prévia à propaganda. Foi então que publicitários, anunciantes e representantes de veículos de comunicação como Mauro Salles, Caio Domingues, Petrônio Correa, Luiz Fernando Furquim de Campos e Dionísio Poli articularam a redação de um código com a função de zelar pela liberdade de expressão comercial e defender os interesses das partes envolvidas no mercado publicitário, inclusive dos consumidores. Aprovado pela sociedade civil, o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária foi aclamado no III Congresso Brasileiro de Propaganda, em 1978, e alguns meses depois foi criado o Conar, para zelar pelo código, que foi aceito pelo governo em uma iniciativa do setor publicitário de preservar a liberdade de expressão e o respeito ao consumidor, dentro de rigorosos padrões éticos. Nos últimos tempos, no entanto, a Anvisa começou a ultrajar um setor que se organizou para manter a liberdade de expressão e estabelecer ca-

nal direto com a sociedade. Chega a lembrar os expedientes da ditadura em que poucos decidiam, por conta e causa própria, o que seria melhor para a maioria, em claro desrespeito, no caso da propaganda, à liberdade de comunicação comercial. Por ano, são abertos e analisados mais de mil processos pelo Conar. Foi essa organização não-governamental, por exemplo, que invalidou a famosa campanha em que a apresentadora Xuxa proclamava que um iogurte valia mais que um bifinho e que, respeitada por anunciantes e veículos, empurrou para depois das 22 horas a publicidade de bebida alcóolica e o uso apenas de modelos com idade superior a 21 anos. As regras do Conar são aceitas pelo mercado publicitário como um todo, incluindo os consumidores que podem a qualquer momento denunciar abusos e passam a acompanhar os processos abertos por suas queixas. Agora, a Anvisa promete atacar a publicidade de ponto de venda, tendo como alvo o cigarro, que já é proibido de anunciar em veículos de comunicação. O novo movimento da agência causa preocupação também à Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, uma vez que a oferta de produtos sempre representa um serviço ao consumidor, a quem cabe a decisão de compra. A Anvisa parece acreditar que, sem o produto no ponto de venda oficial, o consumidor para de consumir. Pura ingenuidade, pois estimula a ilegalidade e o contrabando. Dados do setor de fumo mostram que 27% das vendas de cigarros no Brasil estão em poder de ilegais e clandestinos, prejudicando o comércio. Além de ultraje ao Conar, o ímpeto da Anvisa é um ataque ao comércio legal, que paga impostos e gera empregos.

om o mote principal "Quer mudar o rumo das suas férias?", a 141 SoHo Square criou campanha para a rede de lojas C&C prometendo um alívio antes ou depois das temidas reformas de casa ou apartamento. "Férias em Alto Mar" chega ao mercado oferecendo R$ 60 mil em prêmios, incluindo cupons sorteados nas próprias lojas até o dia 5 de março. Porém, o forte mesmo são 20 minicruzeiros, de quatro dias, de Santos a Búzios, a serem sorteados no Estado de São Paulo e oito minicruzeiros, do Rio a Santos, sorteados no Estado do Rio de Janeiro. Todos incluindo cabine com banheiro privativo, arcondicionado, música ambiente, TV via satélite, circuito interno de vídeo, piscina, sala de ginástica, biblioteca, discoteca, pensão completa com cinco refeições, jogos, torneios e festas temáticas. REFORMA da casa pela Mas o melhor: C&C e passeio no mar longe de obras.

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HONDA utiliza a música para contagiar consumidores e vender mais New Fit

ONDA MUSICAL otas musicais e felicidade formam a combinação de elementos criada pela Fischer+Fala! para divulgar o Honda New FIT 2011. Na comunicação, a felicidade é encontrada na música, representada por notas musicais que acompanham sempre quem tem um New FIT. Quando a alegria de um

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proprietário se junta à de outros, resulta em algo maior. No decorrer do filme que começa a ser veiculado nacionalmente neste fim de semana, uma nota vai se somando a outra até construir uma música. Essa campanha é a última criada pela Fischer para a Honda, encerrando uma parceria que durou seis anos.

TURMA DA PESADA

EM RITMO DE CARNAVAL epois da venda do Banco Panamericano para o Pactual, Silvio Santos vem aí e em ritmo de carnaval. Neguinho da Beija-Flor embala a mais nova campanha da Tele Sena de carnaval, da Liderança Capitalização. E promete novidades para a turma ligada no SBT como a premiação instantânea do "Ganhe Já".

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Ao raspar a cartela, os clientes poderão concorrer na hora a casa, carro, a mais de 30 mil prêmios em dinheiro, além da volta do Salário Extra de R$ 2 mil por mês durante um ano. Com o slogan "Tele Sena de Carnaval: mais de 30 mil pessoas vão ganhar!", a turma do Baú mostra que sonhar é sempre possível.

Divulgação

Artplan comemora a venda das cotas de patrocínio da nova edição do Rock'in'Rio 2011 levando a assinatura dos patrocinadores para a guitarra símbolo do festival mais esperado dos últimos anos: Coca-Cola, Claro, Heineken, Trident e Volkswagen. O Itaú como patrocinador-máster ganha relevo à parte na campanha e também no local que vai reunir a galera para a qual o sonho não acabou.

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ROCK'IN 'RIO: comemoração da venda das cotas de patrocínio.

TELESENA vai distribuir mais de 30 mil prêmios em dinheiro CONSELHO e Anvisa em pé-de-guerra pela regulamentação

Envie informações para essa coluna para o e-mail: carlosfranco@revistapublicitta. com.br

Apostas ecológicas para o exterior Calçadistas brasileiras de componentes investem em valor agregado para vender mais ao mercado externo. Divulgação

Geriane Oliveira

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almilhas antimicrobianas, solados de borracha biodegradável e sandálias com a cara do cliente foram algumas das novidades apresentadas durante a terceira edição do Salão de Design e Inovação de Componentes – Inspiramais, que aconteceu até ontem, em São Paulo. Os 100 expositores do evento apresentaram acessórios e componentes para agregar valor ao produto final, fazendo com que eles escapem da massificação muito grande nesse mercado. Ecológico – A aplicação de matérias-primas ecológicas já não é mais um diferencial, mas um valor agregado obrigatório para reforçar a marca Brasil. O solado ecológico para a produção de calçados esportivos em substituição à borracha vulcanizada tradicional é uma das apostas da gaúcha FCC. O Fortiflex BI, da empresa, é inteiramente biodegradável. A expectativa do grupo neste ano é aumentar sua produção de adesivos termoplásticos de 13 mil toneladas para 15 mil toneladas e crescer em torno de 5% nas exportações. O grupo Amazonas, do polo de Franca, no interior de São Paulo, é um exemplo dos que se valem disso para exportar. A empresa aposta na sandália estilo Flip Flop de sola biodegradável e na

O grupo Amazonas mostrou, no Inspiramais, a palmilha Super Comfort (esq.), de poliéster. A gaúcha FCC apresentou o solado Fortiflex BI (abaixo), biodegradável.

palmilha Super Comfort composta de poliéster, material que reúne os benefícios como impermeabilidade e durabilidade. Referência na fabricação de solados de altíssima qualidade, o Amazonas exporta para 80 países e investe na produção de itens de bricolagem para atender diretamente ao consumidor final. Antimicrobiano – Ubiratan Lapa Mari, sócio da indústria paulista Dublauto, de Bariri, apresentou a palmilha Sequinha, inovação brasileira sob o conceito dry soft. Ela informa que a Sequinha possui tratamento nanotecnológico

antimicrobiano que evita o mau cheiro porque seu forro absorve o suor dos pés e libera uma fragrância aromática e hidratante. A companhia estima alcançar, neste ano,

US$ 500 mil em receita, alta de 20% ante 2010. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), no ano passado, o setor produziu componentes para 860 milhões de pares de calçados e faturou US$ 1,1 bilhão, com alta de 13% ante 2009. Desse montante, 5% vieram das exportações, principalmente para os Estados Unidos e países do Mercosul. De acordo com Oséias Schroeder, o presidente da Assintecal, organizadora do salão e representante de aproximadamente 500 companhias, o Inspiramais reforçou os conceitos da marca Brasil. "Temos aqui um espaço de experimentação de materiais pesquisados e produzidos para atender às lacunas das indústrias da moda e contribuir com a internacionalização do conceito de brasilidade", afirmou.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

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ECONOMIA/LEGAIS - 17 O indicador da FAO para os cereais subiu 3% em janeiro e chegou a 245 pontos, maior patamar em 30 meses.

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Investimento em educação e saúde eleva PIB

Índice da FAO sobe pelo sétimo mês consecutivo, atingindo máxima recorde de 231 pontos em janeiro.

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enhum gasto público social contribui tanto para expansão do Produto Interno Bruto (PIB) quanto os que são feitos em educação e saúde. Cada R$ 1 gasto com educação gera R$ 1,85 para o PIB. O mesmo valor gasto na saúde gera R$ 1,70. Os dados constam do estudo Gasto com a Política Social: Alavanca para o Crescimento com Distribuição de Renda, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para reduzir desigualdade, gastos com maior retorno são do Bolsa Família. (ABr)

Bernanke rebate críticas de emergentes

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O choque dos alimentos

s governo precisam assumir a responsabilidade pelas suas condições econômicas. A afirmação foi feita ontem pelo presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke. Ele respondeu a críticas de que os esforços da autoridade monetária para estimular a economia dos EUA estão causando um aumento nos preços das commodities, sobretudo em economias emergentes. "É injusto atribuir o excesso de demanda nos mercados emergentes à política monetária dos EUA." (AE)

Divulgação

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Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) elevou em janeiro, pelo sétimo mês consecutivo, o índice de preço dos alimentos para uma máxima recorde de 231 pontos. Isso representa uma alta de 3,4% em relação a dezembro, em função do aumento global dos preços de cereais, açúcar e óleos vegetais. A alta das cotações dos alimentos preocupa, especialmente os países de baixa renda com déficit de alimentos – que podem enfrentar problemas em financiar as importações – e famílias pobres que gastam a maior parte da renda com alimentação, afirma Abdolreza Abbassian, secretário do Grupo Intergovernamental para Grãos da organização. O índice da FAO, que mede a variação mensal das cotações de uma cesta de commodities, é acompanhado de perto por analistas e investidores como uma referência global das tendências de preço dos alimentos. Tem havido uma valorização generalizada de quase todos os principais itens alimentícios, enquanto muitas nações lidam com ofertas apertadas e o peso da inflação. Preços excessivamente altos e voláteis devem persistir no primeiro semestre deste ano, considerando que o tamanho e as condições das safras no Hemisfério Norte só serão conhecidos no período de julho

EMPRESA MUNICIPAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS – EMPRO AVISO DE LICITAÇÃO PREGÃO PRESENCIAL Nº 003/2011 Objeto: O pregão objetiva o REGISTRO DE PREÇOS para Contratação de serviços gráficos de impressão em papel A4, 4x2 cores, 4x4 cores, 1x0 preto e branco, 1x1 preto e branco com gramatura 75 gramas e 90 gramas, cartões de visita, envelopes e fotolitos conforme a especificação técnica no Anexo I, deste Edital. Edital completo na sede da Empro: Av. Romeu Strazzi, 199 – Bairro Vila Sinibaldi, São José do Rio Preto/SP, ou pelo site http://www.empro.com.br – Fone: (17) 32011201/1216. Abertura: 17 de fevereiro de 2011, às 09h30. São José do Rio Preto/SP, 2 de fevereiro de 2011. Cássio Domingos Dosualdo Moreira – Pregoeiro.

Recovery do Brasil Consultoria S.A. - CNPJ/MF nº 05.032.035/0001-26 - NIRE 35.300.388.747 Extrato da Ata de Assembleia Geral Extraordinária de 05/01/2011 Data, Hora e Local: 05/01/2011, às 11hs., na sede social, Av. Paulista nº 1.499, 19º and., Bela Vista, SP/SP. Convocação: Dispensada (art. 124, §4º, da Lei nº 6.404/76). Presença: Totalidade do capital social. Mesa: Presidente: Jeffrey Scott Hoberman. Secretário: Luís Alberto Laboissière Ambrósio. Deliberações Aprovadas por Unanimidade: nomear Wagner Salgo de Castilho, brasileiro, casado, administrador de empresas e técnico contábil, RG nº 12.216.795-8 SSP/SP, CPF/MF nº 029.414.868-01, CRA-SP nº 112.442 e CRC-SP nº 1SP186436, e Daniel Monteiro Pimentel, brasileiro, casado, advogado, RG nº 14.991.306-0 SSP/SP, CPF/MF nº 185.081.188-13, OAB nº 166.389, ambos residentes em SP/SP, como procuradores, para atuarem na prática de atos de gestão relativos a negócios operacionais da Cia., devendo cada um dos procuradores nomeados atuar sempre em conjunto com o Diretor Paulo Antonio Gaspar, brasileiro, casado, bacharel em matemática, CPF/MF nº 058.525.897-05, residente em SP/SP, reeleito na 13ª Alteração de Contrato Social. Encerramento: Nada mais, lavrou-se a ata. Acionistas: Kirdeny S.A. (p.p. Jeffrey Scott Hoberman), Remily S.A. (p.p. Jeffrey Scott Hoberman) e Recovery Asset Management, Inc. (p.p. Jeffrey Scott Hoberman). Extrato do original. São Paulo, 05/01/2011. Luís Alberto Laboissière Ambrósio Secretário. JUCESP nº 33.853/11-3 em 21.01.11. Kátia Regina Bueno de Godoy - Sec. Geral.

Fischer S.A. Comércio, Indústria e Agricultura CNPJ nº 33.010.786/0001-87 - NIRE nº 35.300.040.724 Ata da Reunião do Conselho de Administração Realizada em 27 de Dezembro de 2010 Dia, Hora e Local: 27 de dezembro de 2010, às 09:00 horas, na sede social, na Rua João Pessoa, 305, na cidade de Matão-SP. Presença: Presente a totalidade dos membros deste Conselho de Administração. Mesa Dirigente: Maria do Rosário Fischer - Presidenta e Sérgio Adriano Gomes Machado - Secretário. Deliberações Tomadas, por Unanimidade dos Votos dos Conselheiros e sem Reservas: (1) Autorizar esta Sociedade a realizar o aumento do capital social de sua controlada a empresa Terral Agricultura e Pecuária S.A., inscrita no CNPJ nº 11.909.208/0001-44, no valor total de R$ 17.271.000,00 (dezessete milhões, duzentos e setenta e um mil reais), com a emissão de 16.000.919 (dezesseis milhões, novecentas e dezenove) novas ações ordinárias nominativas, sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1,08 (um real e oito centavos) cada ação, a ser integralizado em moeda corrente nacional no prazo de até 60 (sessenta) dias a contar da Assembléia Geral Extraordinária da Terral Agricultura e Pecuária S.A. a ser realizada nesta data e que terá como deliberação o referido aumento do capital social; e (2) Autorizar a Diretoria desta Sociedade a representá-la na Assembléia Geral Extraordinária da Terral Agricultura e Pecuária S.A. que deliberar sobre o aumento do capital social acima aprovado podendo, inclusive, adotar todas as demais providências necessárias para efetivar a deliberação ora aprovada. Encerramento: Nada mais havendo a tratar e como nenhum dos membros do Conselho de Administração houvesse desejado fazer qualquer pronunciamento, foi lavrada a presente Ata, que lida e achada conforme, vai assinada por todos os presentes: (aa) Maria do Rosário Fischer - Presidenta; Sérgio Adriano Gomes Machado - Secretário; Maria do Rosário Fischer; Bianca Helena Fischer de Moraes; Ana Luisa Fischer Marcondes Ferraz; Alessandra Fischer de Souza Santos; e Renata Fischer Fernandes. Certificamos que a presente Ata é cópia fiel da original lavrada no livro competente. Matão/SP, 27 de dezembro de 2010. Maria do Rosário Fischer - Presidenta, Sérgio Adriano Gomes Machado - Secretário. JUCESP nº 44.028/11-8 - Data do Registro: 31/01/2011.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que achase aberta licitação para execução de obras: TOMADA DE PREÇOS Nº - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA (se houver) - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/17862/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE República do Chile - Rua Maracaia, 204 - 02612-020 - Vila Nova Cachoeirinha - São Paulo/SP - 120 - R$ 27.298,00 - R$ 2.729,00 - 09:30 - 24/02/2011. 05/17882/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Dr. Adail Luiz Miller - Rua Matheus Demarchi, 181 - 09820-270 Demarchi - São Bernardo do Campo/SP - 90 - R$ 16.761,00 - R$ 1.676,00 - 10:00 - 24/02/2011. 05/17884/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Pres. Tancredo Neves - Av. Marginal c/ Rua Barbinos, s/nº 04243-900 - Jd. Patente - São Paulo/SP - 150 - R$ 30.992,00 - R$ 3.099,00 - 10:30 - 24/02/2011. 05/17896/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Prof. Carlos Augusto de Pádua Fleury - Rua João Puga Dias, 85 07600-000 - Jd. Colinas II - Mairiporã/SP - 90 - R$ 15.045,00 - R$ 1.504,00 - 11:00 - 24/02/2011. 05/17908/10/02 - Reforma de Prédios Escolares - EE Dr. Carlos Augusto Froelich - Praça dos Fundadores, s/nº 15830-000 - Centro - Pindorama/SP - 30; EE Pedro Teixeira de Queiroz - Rua Guaranta, 679 - 14960-000 - Sta. Clara - Novo Horizonte/SP - 120 - R$ 25.603,00 - R$ 2.560,00 - 11:30 - 24/02/2011. 05/17918/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Prof. Paulo Octávio de Azevedo - Rua Antônio Vieira Mistura, 440 04913-110 - Jd. Bandeirante - São Paulo/SP - 150 - R$ 18.220,00 - R$ 1.822,00 - 14:00 - 24/02/2011. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI, na SEDE DA FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 São Paulo/SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 08/02/2011, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até às 17:00 horas do dia 23/02/2011, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo a PROPOSTA COMERCIAL e os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. JOSÉ BERNARDO ORTIZ Presidente

FALÊNCIA, RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL NOS TERMOS DO PROVIMENTO CSM CXC/84, INFORMAMOS QUE NO DIA 03 DE FEVEREIRO DE 2011 NÃO HOUVE PEDIDO DE FALÊNCIA NA COMARCA DA CAPITAL.

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Aumento das cotações de alimentos preocupa, especialmente naqueles países com rendas mais baixas.

a setembro, segundo Abbassian. Ele afirmou que mesmo um bom progresso do plantio de primavera nos próximos meses não será suficiente para controlar os preços, pois o clima permanecerá incerto. Nos últimos oito meses, condições climáticas adversas, ou muito secas ou muito úmidas, afetaram os principais produtores e exportadores de alimentos do mundo, incluindo Rússia, Ucrânia, Canadá, Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Paquistão, Argentina e países do Sudeste Asiático. De acordo com Abbassian, a

turbulência política em alguns países, o enfraquecimento do dólar, problemas climáticos e a greve nos portos da Argentina contribuíram para alta dos preços no mês passado. O indicador dos cereais subiu 3% em janeiro e tocou 245 pontos, maior patamar em 30 meses, embora 11% inferior ao nível histórico observado em abril de 2008. O do açúcar avançou 5,4% frente ao mês anterior, para um recorde de 420 pontos, enquanto o de óleos e gorduras aumentou 5,6%, para 278. R ea ç ão – Os EUA querem formar uma frente com o Brasil

Moinho Água Branca S.A. CNPJ/MF nº 61.157.723/0001-93 – NIRE 35300041330 Ata da Assembléia Geral Ordinária realizada no da 14 de maio de 2010 Aos 14 (quatorze) dias do mês de maio de 2010 (dois mil e dez), às 10:00 (dez) horas, na sede social da Companhia, localizada na Av. Miguel Frias e Vasconcelos, nº 833, sala “A”, nesta Capital do Estado de São Paulo reuniram-se em primeira convocação acionistas que representavam mais de 2/3 (dois terços) do capital social com direito de voto, conforme se verificou das respectivas assinaturas às fls. do “Livro de Presença”, onde tambem foram lançadas as declarações exigidas pelo artigo 127 da Lei nº 6404/76. De acordo com a lei e o estatuto social, a Assembléia escolheu para Presidente o Dr. José Hlavnicka, brasileiro, divorciado, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo (OAB/SP), sob o nº 34.910, e no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o nº 535.935.108-04, representante da acionista Litex Trading Sociedad Anonima e a mim, Karin Hlavnicka Skitnevsky, brasileira, casada, advogada, inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo sob o nº 230.092 e no Cadastro de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o nº 295.395.208-00, para servir de Secretária. Constituída, assim, a Mesa, o Presidente declarou instalada a Assembléia Geral Ordinária e determinou que se procedesse à leitura do edital de convocação da presente assembléia, publicado no Diario Oficial Empresarial e no Jomal do “Diário do Comércio” nos dias 15, 16 e 17 de abril de 2010, bem como entregou copia aos presentes do balanço e demonstrações financeiras devidamente publicados em 31 de março de 2010, tanto no Diario Oficial Empresarial como no Jomal “Diário do Comércio”. Iniciados os trabalhos o Presidente leu em voz alto o edital de convocação, cujo teor é o seguinte: Ficam convidados os senhores acionistas do Moinho Água Branca S.A., para participarem da Assembléia Geral Ordinária que se realizara no dia 14 de maio de 2010, às 10:00 (dez) horas, na sede da Companhia localizada na Av. Miguel Frias e Vasconcelos, nº 833, sala “A” nesta Capital do Estado de São Paulo, a fim de tratarem da seguinte Ordem do Dia: (a) todas as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras e o parecer dos auditores independentes relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2009; e (b) outros assuntos de interesse social. Terminada a leitura do edital de convocação passou-se a abordar o primeiro item da ordem do dia e após sua discussão e votação, disse o Presidente que, pela acionista representante de 97,07% (noventa e sete vírgula sete por cento) das ações representativas do capital social com direito de voto, estavam aprovados o Relatório da Administração, Balanço Patrimonial e demais Demonstrações Financeiras da Sociedade relativas ao exercício encerrado em 31 de dezembro de 2.009. Prosseguindo e tratando do segundo item da agenda, ficou consignado que a acionista ratificou todas as deliberações tomadas nas Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária realizadas no dia 30 de outubro de 2009 e, por fim, o Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse fazer uso para tratar de outros assuntos de interesse da companhia. Como ninguém mais se pronunciasse, foi suspensa a sessão para a lavratura desta ata que, após lida por mim Secretária e achada conforme, foi assinada pelos membros da mesa e acionistas presentes. São Paulo, 14 de maio de 2010. José Hlavnicka, Presidente da Mesa, Karin Hlavnicka Skitnevsky, Secretária da Mesa. Jucesp 398.077/10-1 em 04/11/10. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.

Moinho Água Branca S.A. CNPJ/MF nº 61.157.723/0001-93 – NIRE 35300041330 Ata da Assembléia Geral Extraordinária realizada no dia 23 de novembro de 2009 Aos 23 (vinte e três) dias do mês de novembro de 2009 (dois mil e nove), às 10:00 (dez) horas, na sede social da Companhia, localizada na Av. Miguel Frias e Vasconcelos, nº 833, sala “A”, nesta Capital do Estado de São Paulo reuniram-se em primeira convocação acionistas que representavam mais de 2/3 (dois terços) do capital social com direito de voto, conforme se verificou das respectivas assinaturas as fls. do “Livro de Presença”, onde também foram lançadas as declarações exigidas pelo artigo 127 da Lei nº 6404/76. De acordo com a lei e o estatuto social, a Assembléia escolheu para Presidente o Dr. José Hlavnicka, brasileiro, divorciado, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo (OAB/SP), sob o n° 34.910, e no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o nº 535.935.108-04, representante da(s) acionista(s) Granoco Ltd e LitexTrading Sociedad Anonima e a mim, Gislene Pontolio, portadora da cédula de identidade RG nº 19.725.822-00, secretária, para servir de Secretária. Constituída, assim, a Mesa, o Presidente declarou instalada a Assembléia Geral Extraordinária e determinou que se procedesse a leitura do edital de convocação da presente assembléia, publicado no Diário Oficial Empresarial dos dias 14, 17 e 18 de novembro de 2009, e no Jornal “Diário do Comércio”, na edição referente aos dias 14/15/16, todos do mês de novembro de 2009, publicada em 16.11.2009, bem como nas edições publicadas nos dias 17 e 18 de novembro de 2009, cujo teor é o seguinte: Ficam convidados os senhores acionistas do Moinho Água Branca S.A., para participarem da Assembléia Geral Extraordinária que se realizara no dia 23 de novembro de 2009, às 10:00 (dez) horas, na sede da Companhia localizada na Av. Miguel Frias e Vasconcelos, nº 833, sala “A”, nesta Capital do Estado de São Paulo. a fim de tratarem da seguinte Ordem do Dia: (a) conversão, em capital do empréstimo realizado no dia 14.02.2008 pela acionista Granoco Ltd., no valor equivalente a US$ 2.300000,00 (dois milhôes e trezentos mil dólares norte americanos), registrado junto ao Banco Central do Brasil sob o nº ROF - operação TA452107 - Transação PCEX 570; (b) outros assuntos de interesse da companhia . São Paulo, 03 de novembro de 2009. aa.) Ivan Soldan Salema - Diretor; José Hlavnicka - Diretor. Terminada a leitura dessas peças passou-se a abordar o primeiro item da ordem do dia e após sua discussão e votação, disse o Presidente que, pelos acionistas representantes de 96,50% (noventa e seis vírgula cinqüenta por cento) das ações representativas do capital social com direito de voto, estava aprovada a conversão em capital do empréstimo realizado pela acionista Granoco Ltd., no dia 14.02.2008, no valor de US$ 2.300.000,00 (dois milhões e trezentos mil dólares norte americanos), e que teve por objetivo facilitar e alavancar os negócios da companhia. Dando sequência aos trabalhos, o Presidente informou que em razão da aprovação da matéria referida na alínea “a” da agenda, e que resultou na conversão em capital do empréstimo equivalente, nesta data, a R$ 3.991.880,00 (tres milhões novecentos e noventa e um mil oitocentos e oitenta reais), o capital social da companhia passou de R$ 26.400.000,00 (vinte e seis milhões e quatrocentos mil reais) para R$ 30.391 .880,00 (trinta milhões trezentos e noventa e um mil oitocentos e oitenta reais), haja vista que a taxa cambial nesta data e R$ 1,7356 (um real setenta e três centavos e cinqüenta e seis milésimos), aumento esse representado pela emissão de 5.528.919.668 (cinco bilhões quinhentas e vinte e oito milhões novecentas e dezenove mil seiscentas e sessenta e oito) novas ações, sendo 1.842.973.224 (um bilhão oitocentos e quarenta e dois milhões novecentos e setenta e três mil duzentas e vinte e quatro) ações ordinárias e 3.685.946.444 (três bilhões seiscentos e oitenta e cinco milhões novecentas e quarenta e seis mil quatrocentas e quarenta e quatro) ações preferenciais, todas elas emitidas pelo preço de R$ 0,722 por lote de 1.000 (mil) ações e em favor da acionista Granoco Ltd. Disse também o Presidente que a redação do artigo 5° do estatuto social passou a ser a seguinte: “Artigo 5° - o capital social, totalmente integralizado, e de R$ 30.391.880,00 (trinta milhões trezentos e noventa e um mil oitocentos e oitenta reais), representado por 34.074.626.039 (trinta e quatro bilhões setenta e quatro milhões seiscentas e vinte seis mil e trinta nove) ações, sendo 11.358.208.682 (onze bilhões trezentas e cinqüenta e oito milhões duzentos e oito mil seiscentas e oitenta e duas) ações ordinárias nominativas e 22.716.417.357 (vinte e dois bilhões setecentos e dezesseis milhões quatrocentos e dezessete mil trezentas e cinqüenta e sete) ações preferenciais nominativas, todas sem valor nominal”. Prosseguindo e tratando do segundo item da agenda, o Presidente ofereceu a palavra a quem dela quisesse lazer uso para tratar de outros assuntos de interesse da companhia. Como ninguém mais se pronunciasse, foi suspensa a sessão para a lavratura desta ata que, após lida por mim Secretária e achada conforme, foi assinada pelos membros da mesa e acionistas presentes São Paulo 23 de novembro 2009. José Hlavnicka, Presidente, Gislene Pontolio, Secretária. Jucesp 481.191/09-4 em 30/12/09. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.

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FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que achase aberta licitação para execução de obras: TOMADA DE PREÇOS Nº - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA (se houver) - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/17114/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Prof. Quintiliano JosÉ Sitrangulo - Rua Arraial da Anta, 325 08270-090 - Vila Carmosina - São Paulo-SP - 150 - R$ 64.963,00 - R$ 6.496,00 - 10:30 - 23/02/2011. 05/17115/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Profª Adelaide Ferraz de Oliveira - Rua São Bento do SapucaÍ, 677 - 03542-050 Vila Guilhermina - São Paulo/SP - 150 - R$ 55.751,00 - R$ 5.575,00 - 11:00 - 23/02/2011. 05/17203/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Nacif Amin Chalupe - Rod. Eng. Rene Benedito Silva, s/nº 06683000 - Sta. Flora - Itapevi/SP - 210 - R$ 75.035,00 - R$ 7.503,00 - 11:30 - 23/02/2011. 05/17671/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE João Arruda Brasil - Rua Sto. Antônio, 510 - 16700-000 - Centro - Guararapes/SP - 120 - R$ 25.961,00 - R$ 2.596,00 - 14:00 - 23/02/2011. 05/17817/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE B. Edson Rontani - Rua Olivia Antonicella Zanin, s/n - 13412-276 - Mario Dedini - Piracicaba/SP - 120 - R$ 29.727,00 - R$ 2.972,00 - 14:30 - 23/02/2011. 05/17831/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Dib Audi - Rua Januário da Cunha Barbosa, 413 - 05793-280 - Jd. Elizabeth - São Paulo/SP - 150 - R$ 16.449,00 - R$ 1.644,00 - 15:00 - 23/02/2011. 05/17838/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE/EM Profª Lacy Bonilha de Souza - Praça São Sebastião, s/nº 14780-309 - Dist. Ibitu - Barretos/SP - 210 - R$ 24.855,00 - R$ 2.485,00 - 15:30 - 23/02/2011. 05/17839/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Pa. Carlos Richard Strautmann - Av. Dr. Armando Colangelo, 1.133 - 07400-000 - Prq. Rodrigo Barreto - Arujá/SP - 180 - R$ 38.285,00 - R$ 3.828,00 - 16:00 - 23/02/2011. 05/17859/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Eugênio Victorio Deliberato - Rua Vera Cruz, 201 - 08573-640 Jd. Gonçalves - Itaquaquecetuba/SP - 150 - R$ 32.380,00 - R$ 3.238,00 - 16:30 - 23/02/2011. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI, na SEDE DA FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luís, 99 - República - CEP: 01046-001 São Paulo/SP ou através da Internet, pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM a partir de 07/02/2011, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até às 17:00 horas do dia 22/02/2011, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo a PROPOSTA COMERCIAL e os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. JOSÉ BERNARDO ORTIZ Presidente

contra a proposta do presidente da França, Nicholas Sarkozy, de adoção de controle sobre o aumento de preços das commodities agrícolas. Esse será um dos principais temas da reunião ministerial do G20, grupo das maiores economias desenvolvidas e emergentes, marcada para o período de 17 a 19 em Paris. A aliança entre dois dos maiores produtores mundiais de alimentos será proposta pelo secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, à presidente Dilma Rousseff durante sua visita ao Brasil no próximo dia 7. (AE)

Crise deve afetar vendas externas para Egito

A

s relações comerciais do Brasil com o Egito podem ser afetadas pela crise vivida naquele país. Os efeitos deverão ser percebidos na queda de vendas de carnes de boi e frango, além de minério e açúcar. A previsão foi feita pelo vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Fábio Martins Faria, em entrevista realizada ontem durante o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional. Para o empresário, as perdas serão observadas a longo prazo e durante o ano. "Em 2010, o Egito foi o terceiro maior mercado para carnes de boi que o Brasil exporta, assim como para óxido de alumínio, açúcar e carne de frango." O Brasil já negociou com o Egito um tratado de livre comércio para facilitar os acordos na área e reduzir a burocracia. Mas a medida ainda tem de ser ratificada pelo Congresso Nacional, o que deve ocorrer neste ano. As relações comerciais entre o Brasil e o Egito envolvem, principalmente, as regiões de São Paulo e do Paraná. Em 2009, as exportações brasileiras ao Egito somaram US$ 1,305 bilhão, 3,6% a mais que em 2008. A participação egípcia nas exportações do Brasil subiu de 0,7% para 0,9% em 2009. (AE). Leia mais na pág. 8.

Fazenda Sete Lagoas Agrícola S.A. C.N.P.J. nº 52.746.419/0001-90 – NIRE 35.300.266.83 - Edital de Convocação de Assembléia Geral Extraordinária Ficam os senhores acionistas da Fazenda Sete Lagoas Agrícola S.A. convidados a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária da Companhia, que será realizada no próximo dia 10 de fevereiro de 2011, às 15h00min, em sua sede, na Cidade de Conchal, Estado de São Paulo, na Av. Prefeito Nelson Cunha, 800, frente, Sala 1, Jardim São Luiz, CEP 13835-000, a fim de tratarem a seguinte Ordem do Dia: a) Aprovação da distribuição antecipada de Dividendos Fixos e Cumulativos às ações preferenciais e b) Alteração na redação dos Artigo 4º e no “caput” do 9º dos Estatutos Sociais, que tratam, respectivamente, do objeto social da Companhia e da composição do Conselho de Administração. Conchal, 02 de fevereiro de 2011. Liliane Joseph Françoise Van Parys - Presidente do Conselho de Administração 02, 03 e 04/02/2011

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FDE AVISA: TOMADAS DE PREÇOS A FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE comunica às empresas interessadas que achase aberta licitação para execução de obras: TOMADA DE PREÇOS Nº - OBJETO - PRÉDIO - LOCALIZAÇÃO - PRAZO - ÁREA (se houver) - PATRIMÔNIO LÍQUIDO MÍNIMO P/ PARTICIPAR - GARANTIA DE PARTICIPAÇÃO - ABERTURA DA LICITAÇÃO (HORA E DIA) 05/17181/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE República do Paraguay - Rua Carlos Muller, 21 - 03132-060 - Vila Prudente - São Paulo/SP - 210 - R$ 100.896,00 - R$ 10.089,00 - 09:30 - 22/02/2011. 05/17624/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Profª Ezilda Nascimento Franco - Av. Mansur José Sadek, 135 09321-030 - Jd. Zaira - Mauá/SP - 120 - R$ 22.246,00 - R$ 2.224,00 - 10:00 - 22/02/2011. 05/17625/10/02 - Reforma de Prédios Escolares - EE Dep. Leonardo Barbieri - Rua Domingos Paulo Real, s/nº 14807-300 - Jd. Itália - Araraquara/SP - 120; EE Pe. Donizetti Tavares de Lima - Rua Cel. Manoel de Souza Meirelles, 124 - 13710-000 - Centro - Tambaú/SP - 60 - R$ 43.404,00 - R$ 4.340,00 - 10:30 - 22/02/2011. 05/17626/10/02 - Reforma de Prédios Escolares - EE Prof. Sebastião de Oliveira Rocha - Rua Pe. Teixeira, 1.260 13561-050 - Jd. Bethânia - São Carlos/SP; EE Orlando Peres - Rua Sebastião Lemos, 396 - 13573-005 - Cidade Aracy II - São Carlos/SP - 120 - R$ 41.145,00 - R$ 4.114,00 - 11:00 - 22/02/2011. 05/17689/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Prof. Baltazar de Godoy Moreira - Rua 24 de Dezembro, 2.687 17506-030 - São Miguel - Marília/SP - 210 - R$ 64.435,00 - R$ 6.443,00 - 11:30 - 22/02/2011. 05/17797/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Vicente de Carvalho - Av. Puglisi, 188 - 11410-000 - Centro Guarujá/SP - 150 - R$ 38.941,00 - R$ 3.894,00 - 14:00 - 22/02/2011. 05/17818/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Salvador Filardi - Rua Irene Pinto Nogueira, 1-50 - 17065-110 Vila Popular Ipiranga - Bauru/SP - 120 - R$ 15.093,00 - R$ 1.509,00 - 14:30 - 22/02/2011. 05/17821/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Prof. Wilson Ramos Brandão - Rua José de Andrade, 200 - 18055690 - Prq. Ouro Fino - Sorocaba/SP - 150 - R$ 22.523,00 - R$ 2.252,00 - 15:00 - 22/02/2011. 05/17823/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Prof. Rogério Lázaro Toccheton - Rua Francisco Falcato Junior, 465 - 13304-170 - Vila S. Luiz - Itú/SP - 90 - R$ 36.859,00 - R$ 3.685,00 - 15:30 - 22/02/2011. 05/17829/10/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Profª Dolores Belém Novaes - Rua Francisco Franklin da Silva, 299 - 14180-000 - Centro - Pontal/SP - 120 - R$ 18.230,00 - R$ 1.823,00 - 16:00 - 22/02/2011. 05/00230/11/02 - Reforma de Prédio Escolar - EE Sta. Olímpia - Rua Freire de Andrade, 4 - 09850-260 - Assunção São Bernardo do Campo/SP - 120 - R$ 29.343,00 - R$ 2.934,00 - 16:30 - 22/02/2011. As empresas interessadas poderão obter informações e verificar o Edital e o respectivo Caderno de Encargos e Composição do BDI, na SEDE DA FDE, na Supervisão de Licitações, na Av. São Luis, 99 - República - CEP: 01046-001 São Paulo/SP ou através da Internet pelo endereço eletrônico www.fde.sp.gov.br. Os interessados poderão adquirir o Edital completo através de CD-ROM, a partir de 04/02/2011, na SEDE DA FDE, de segunda a sexta-feira, no horário das 08:30 às 17:00 horas, mediante pagamento não reembolsável de R$ 40,00 (quarenta reais). Todas as propostas deverão estar acompanhadas de garantia de participação, a ser apresentada à Supervisão de Licitações da FDE até às 17:00 horas do dia 21/02/2011, conforme valor indicado acima. Os invólucros contendo a PROPOSTA COMERCIAL e os DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO deverão ser entregues na SEDE DA FDE, até 30 minutos antes da abertura da licitação. Esta Licitação será processada em conformidade com a LEI FEDERAL nº 8.666/93 e suas alterações, e com o disposto nas CONDIÇÕES GERAIS PARA A REALIZAÇÃO DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES DA FUNDAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - FDE. As propostas deverão obedecer, rigorosamente, o estabelecido no edital. JOSÉ BERNARDO ORTIZ Presidente

Moinho Água Branca S.A. CNPJ/MF nº 61.157.723/0001-93 – NIRE 35300041330 Ata das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária realizadas no dia 30 de outubro de 2009 Aos 30 (trinta) dias do mês de outubro de 2009 (dois mil e nove), às 10:00 (dez) horas, na sede social da Companhia, localizada na Av.Miguel Frias e Vasconcelos, nº 852, nesta Capital do Estado de São Paulo reuniram-se em primeira convocação acionistas que representavam mais de 2/3 (dois terços) do capital social com direito de voto, conforme se verificou das respectivas assinaturas às fls. do “Livro de Presença”, onde tambem foram lançadas as declarações exigidas pelo artigo 127 da Lei nº 6404/76. De acordo com a lei e o estatuto social, a Assembléia escolheu para Presidente o Dr. José Hlavnicka, brasileiro, divorciado, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo (OAB/SP), sob o nº 34.910, e no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o nº 535.935.108-04, representante da(s) acionista(s) Granoco Ltd e Litex Trading Sociedad Anonima e a mim, Gislene Pontolio, portadora da cédula de identidade RG nº 19.725.822-0, Secretária, para servir de Secretário(a). Constituída, assim , a Mesa, o Presidente declarou instaladas as Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária e determinou que se procedesse a leitura dos seguintes documentos: 1) os avisos a que se refere o artigo 133 da Lei nº 6404/76 que foram publicados nas edições do Diário Oficial Empresarial e do “Diário do Comércio” do dia 31 de março de 2009; 2) o edital de convocação das presentes assembléias,-publicado no Diário Oficial Empresarial dos dias 22, 23 e 24 de outubro de 2009, e no Jornal “Diário do Comércio”, nas edições de 22, 23 e 24 de outubro de 2009; cujo teor e o seguinte: Ficam convidados os senhores acionistas da Moinho Água Branca S.A., para participarem das Assembléias Gerais Ordinária e Extraordinária que cumulativamente se realizarão no dia 30 de outubro de 2009, às 10:00 (dez) horas, na sede da Companhia localizada na Av. Miguel Frias e Vasconcelos, nº 852, nesta Capital do Estado de São Paulo, a fim de tratarem da seguinte Ordem do Dia: (a) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras e o parecer dos auditores independentes, relativos ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2008; (b) ratificar, se for o caso, as deliberações tomadas na Assembléia Geral Ordinária realizada no dia 21 de maio de 2.008; (c) eleger os membros da Diretoria para o triênio de 2009 a 2012; (d) fixar a remuneração dos diretores; (e) deliberar sobre a alteração do atual endereço da sede da companhia para a Avenida Miguel Frias e Vasconcelos, n° 833, sala A, Bairro Jaguaré, CEP 05.345-000, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo; (f) se aprovada a matéria mencionada na alínea “e” acima, deliberar sobre a nova redação do artigo 2° do estatuto social que trata da sede social. São Paulo, 22 de outubro de 2009. aa.) Antonio Celso Bermejo - Diretor. Terminada a leitura dessas peças passou-se a abordar o primeiro item da ordem do dia. Examinados os documentos referidos no item “a” acima e depois de discutida a matéria, os citados documentos foram aprovados pelos acionistas que representavam 96,50% (noventa e seis vírgula cinqüenta por cento) do capital social com direito de voto, tendo se abstido de votar os impedidos por lei. Em atenção ao item (b) da ordem do dia, disse o Presidente, após discussão e votação pelos acionistas representantes de 96,50% (noventa e seis vírgula cinqüenta por cento) do capital social com direito de voto, que ficavam ratificados todos os atos praticados pelos Diretores da companhia desde o período de 30 de abril de 2007 ate a presente data, inclusive e especialmente as contas apresentadas e todas as deliberações tomadas na Assembléia Geral Ordinária realizada em 21 de maio de 2008. Dando sequência aos trabalhos e antes de tratar da matéria objeto do item (c) da agenda, disse o Presidente que cabia registrar voto de agradecimento pelos relevantes serviços prestados à Sociedade pelo Sr. Antonio Celso Bermejo durante o tempo em que dela foi Diretor, cargo ao qual declinava de sua reeleição nesta oportunidade. Antes da abertura para discussão e votação do item (c) da ordem do dia, o Presidente retificou que a eleição dos Diretores da companhia dar-se-ia para um período de 2 (dois) anos, e não para o triênio de 2009 a 2012, conforme constou do edital de convocação. Cientes desse fato e em nada se opondo, os acionistas representantes de 96,50% (noventa e seis vírgula cinqüenta por cento) do capital social com direito de voto: (i) reelegeram o Dr. José Hlavnicka, brasileiro, divorciado, advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo (OAB/SP), sob o n° 34.910, e no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob o nº 535.935.108-04, residente e domiciliado nesta Capital do Estado de São Paulo, na Rua do Arouche, nº 23, 7° andar; e, (ii) elegeram o Sr Ivan Soldan Salema, brasileiro, viúvo, contador, portador da Cédula de Identidade RG nº 4.194.449, inscrito no Cadastro Nacional de Pessoas Físicas do Ministério da Fazenda sob nº 076.284.808-10, residente e domiciliado na Capital do Estado do Rio de Janeiro, na Rua Gustavo Sampaio, 88, Leme. Os Diretores acima mencionados tomarão posse dos seus respectivos cargos mediante assinatura do competente “Termo de Posse” a ser lavrado em livro próprio, para mandato de 02 (dois) anos, e perceberão a remuneração que Ihes for fixada pela Assembléia Geral. Como os Diretores recém eleitos se encontravam no recinto, foi por eles declarado, quanto a sua idoneidade moral, não estarem incursos em nenhum dos crimes previstos em lei que os impeça de exercer o cargo de administrador da sociedade, seja em virtude de lei especial, seja em virtude de condenação criminal ou contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé publica, ou a propriedade. Prosseguindo, o Presidente passou a abordar o item (d) da agenda que trata da fixaçã da remuneração dos Diretores, tendo sido fixada pelos acionistas representantes de 96,50% (noventa e seis vírgula cinqüenta por cento) do capital social com direito de voto, a importância anual global de até R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) , a ser entre eles repartida de acordo com as suas respectivas responsabilidades, competências e atribuições. Continuando a discussão dos itens elencados na agenda, em tempo foi dito pelo Presidente que, por um lapso, constou da alínea “f” do edital de convocação, menção à alínea “c”, quando, o correto seria menção a alínea “e”. Esclarecida essa divergência e após debate das matérias então referidas nas alíneas “e” e “f” da ordem do dia, os acionistas representantes de 96,50% (noventa e seis vírgula cínqüenta por cento) do capital social com direito de voto, decidiram: (i) alterar o local da sede social da empresa, atualmente na Av. Miguel Frias e Vasconcelos, nº 852, para a Av. Miguel Frias e Vasconcelos, nº 833, sala “A”, CEP 05.345-000, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, rejeitando, porém, a alteração da redação do artigo 2° do Estatuto Social, que permanecerá fazendo menção apenas a cidade e ao estado em que se localizam a companhia, sem especificar o seu endereço completo.Nenhum dos acionistas presentes apresentou Declaração de Voto divergente no que tange matérias objeto da agenda. Encerrados os itens da ordem do dia, foi suspenso a sessão para a lavratura desta ata que, após lida por mim Secretária e achada conforme, foi assinada pelos membros da mesa e acionistas presentes. São Paulo, 30 de outubro de 2009. Os membros da mesa: José Hlavnicka, Presidente, Gislene Pontolio, Secretária. Os Acionistas Presentes: Litex Trading S/A, Granoco Ltda. Jucesp 481.260/09-2 em 30/12/09. Kátia Regina Bueno de Godoy - Secretária Geral.


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Nº 354

DCARR

A Peugeot lançará o sedan 408 nos dias 15 e 16 de fevereiro, no Rio e em Petrópolis NOVA LINHA Divulgação

CONCEITO

No time que a torcida aprova não se mexe GM leva a sério ditado e quase não mexe nos seus dois modelos mais vendidos, Celta (abaixo) e Prisma.

VW XL1: 100 KM COM UM LITRO

A

Volkswagen apresentou o conceito XL1, capaz de consumir apenas 0,9 litro em 100 quilômetros rodados. A novidade foi mostrada durante o Qatar Motor Show, neste início de ano. O XL1 é uma versão do protótipo L1, exposto no último Salão do Automóvel de São Paulo. Conceitualmente, o XL1 representa o terceiro estágio da estratégia da Volkswagen para criar um carro capaz de rodar 100 km com um litro de combustível. No início deste milênio, Ferdinand Piëch, atual diretor do Conselho de Supervisão da Volkswagen AG, estabeleceu a meta de levar ao mercado um veículo de série feito para o uso diário que consumisse um litro de combustível a cada 100 km. O modelo atinge o nível de emissão de CO2 de 24 g/km. O sistema utilizado no protótipo é híbrido plug-in que consiste em um motor diesel TDI com dois cilindros (35 kW/48 cv), um motor elétrico (20 kW/27 cv), transmissão de sete marchas com dupla embreagem e baterias íon-lítio (recarregáveis na rede elétrica doméstica). Além disso, é empregado um sistema de regeneração

que recupera energia durante as desacelerações e armazena o máximo possível na bateria, para ser reutilizada. Nesse caso, o motor elétrico atua como um gerador. Visual moderno - Com dois lugares, o XL1 tem portas com abertura vertical, tipo asas. Visto de cima, a forma do XL1 lembra a de um golfinho, especialmente na traseira, onde suas linhas se moldam para otimizar o fluxo de ar sobre a carroceria, reduzindo o arrasto aerodinâmico. Na lateral, as linhas do teto desenham um arco da coluna dianteira até a traseira do carro. As rodas traseiras são totalmente cobertas – para evitar a turbulência do ar. Pequenas câmeras enviam imagens para dentro do veículo e substituem os retrovisores externos. Na área onde ficaria a grade do radiador, há uma faixa negra, que combina com faróis de LED. Quando toda a potência do sistema híbrido é usada, o protótipo da Volkswagen acelera de 0 a 100 km/h em apenas 11,9 segundos. Sua velocidade máxima é de 160 km/h (limitada eletronicamente).

CHICOLELIS

J

untos, Celta e Prisma venderam 220 mil unidades em 2010 no mercado interno. Outras 12 mil foram exportadas. Esses números representam um crescimento de mais de 20% em relação ao ano anterior. Para mexer nestes campeões, a GM pesquisou para saber que o comprador não queria muitas mudanças, mas sim ganho de imagem. Foi o que a montadora fez. Mudou os dois modelos racionalmente, dando ao con-

C3: SÉRIE ESPECIAL

O COMPACTO

sumidor o que ele pedia: interiores mais refinados e exteriores mais atraentes. Os painéis são novos em ambos, com iluminação "Ice Blue", exatamente como em outros veículos bem mais caros da marca, como os importados Camaro e Malibu. Também colocaram a forração em tons mais claros e os porta-objetos ficaram maiores. No exterior, faróis com superfície escurecida "Dark Chrome", além de calotas muito parecidas com rodas de liga leve no Celta e, no Prisma, um largo friso cromado na tampa

do por ta-malas, acompanhando as lanternas traseiras a exemplo do Vectra que, segundo a GM, é o sonho de consumo para o próximo carro do comprador do sedan compacto. Mesmos motores e preços - A motorização não mudou no hatch Celta nem no seu companheiro sedan, o Prisma. Ambos usam o tradicional 1.0 VHCE de 78 cv com álcool e 77 cv com gasolina. O Prisma também e oferece a opção 1.4, Econo.Flex, com 97 cv e 95 cv, com álcool e gaso-

lina, respectivamente. Outra sugestão dos compradores de Celta e Prisma referia-se aos para-choques. Eles os queriam pintados nas cores dos carros. A montadora atendeu e não aumentou os preços dos modelos, que continuam os mesmos, exceção do Celta básico , que foi aumentado em R$ 300. O Celta duas portas parte de R$ 26.115 e chega a R$ 30.518; o quatro portas, de R$ 27.833 a R$ 32.784. O Prisma custa de R$ 31.344, equipado com motor 1.0, até R$ 36.958, com o Econo.Flex 1.4.

MUSICAL FRANCÊS Citroën anunciou nesta semana o lançamento da série especial com sistema de áudio exclusivo e com uma parceria entre a montadora francesa e o Portal Terra, permitindo acesso por um ano a download de músicas sem qualquer ônus. A nova versão tem o nome de Citroën C3 Sonora e oferece acesso gratuito ao plano mais completo do serviço de música do Terra, o Sonora 250, que permite ao usuário ouvir todo o catálogo e ainda baixar até 250 músicas por mês durante um ano. O portfólio completo do site possui mais de dois milhões Divulgação

O C3 Sonora oferece acesso gratuito ao serviço de música do Terra e recebeu um pacote de áudio premium Pioneer

de possibilidades de downloads, dos mais diversos estilos musicais. Além disso, para garantir uma boa qualidade de reprodução, o C3 Sonora recebeu um pacote de áudio premium, composto por um exclusivo sistema de som Pioneer. Versões - A série especial C3 Sonora estará disponível para toda a gama do modelo, com algumas variações – dependendo da motorização – na configuração dos rádios. O C3 GLX 1.4 Flex será equipado com o rádio Pioneer RDE1, cujas características principais são a reprodução MP3 e uma entrada P2 para MP3 Player, além do código de segurança. Já as versões Exclusive 1.6 16V Flex incluem o sistema sonoro HiFi-like, entrada auxiliar USB, Bluetooth integrado e controle de iPod. HiFi-like é a nomenclatura comercial da Pioneer para o efeito conhecido como "espacialização". Produzido no complexo industrial da marca, em Porto Real (RJ), o C3 Sonora recebeu uma série de modificações elétricas, necessárias aos sistemas Bluetooth e USB-BOX. A Citroën ainda não divulgou os preços da série.

Divulgação

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Sem grandes mudanças, Celta (mais acima) e Prisma (acima e à esq.) foram apresentados nos Parques Eólicos de Osório (RS) – a energia produzida a base de vento abastece metade de Porto Alegre


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DCARR 2011

Luxo, espaço e elegância Novo Honda Accord chega às concessionárias com novidades estéticas. Preços vão de R$ 100 mil a R$ 144.500.

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sedan de luxo da montadora japonesa Honda chega a 2011 com nova grade frontal cromada, para-choque dianteiro remodelado, novo extensor de lanternas traseiras que invadem o porta-malas e um novo design nas rodas de liga leve na versão top de linha EX V6. O Honda Accord é importado do Japão e comercializado por aqui em duas versões. A EX 2.0 de 156 cv de potência a 6.300 rpm e 19 kgfm de torque a 4.300 rpm, com preço a partir de R$ 99.800, e a EX V6 equipada com motor 3.5 litros de 278 cv a 6.200 rpm e torque de 34,6 kgfm a 5.000 rpm, que custa R$ 144.500. O Accord possui transmissão automática de cinco velocidades com Shift Hold Control, que detecta automaticamente as condições de condução e seleciona as marchas adequadamente. A versão EX V6 dispõe da tecnologia VCM2 (Variable Cylinder Management ou gerenciamento variável de cilindros) que identifica qual a melhor opção e aciona 3, 4 ou 6 cilindros, de acordo com a velocidade, a carga e o tipo de piso, sem que haja percepção da mudança durante a condução por parte do motorista. A tecnologia economiza combustível e, acima de tudo, reduz a emissão de poluentes, respeitando o meio ambiente.

Divulgação

O modelo conta ainda com faróis com lentes de perfis acentuados e ponteira do escapamento cromada (uma saída para a versão EX e duas para a EX V6) que ressalta a esportividade do modelo. As duas versões contam com faróis com acendimento automático e de neblina e retrovisores externos com luzes indicadoras de direção. A versão V6 dispõe de teto solar elétrico e sensor de chuva que aciona automaticamente os limpadores de para-brisa. Possui também sistema HID (High Intensity Discharge) com faróis de xenônio (que têm lavadores externos), regulagem automática de altura e luminosidade que acendem ao anoitecer. Internamente, ele chega, em

ambas versões, com bancos de couro e ajustes elétricos nos dianteiros. Já os traseiros são rebatíveis. Eles contam com descansa-braço e porta-copos. Os principais controles de som e do piloto automático são integrados ao volante de couro, que também possui regulagem de altura e de profundidade. O Accord 2011 oferece sistema de som com 160 watts, rádio AM/FM e CD Changer 6 discos MP3/WMA com sistema RDS (Radio Data System) – sistema de transmissão de dados em formato digital que exibe no display diversas informações ao usuário, como tipo de programação e nome da música – e tomada auxiliar P2 para MP3 Player. A versão top

de linha tem áudio premium com capacidade para seis CDs, potência de 270 watts e MP3 que também conta com quatro alto-falantes e dois tweeters, porém com a presença de subwoofer, que acentua os sons graves. As duas versões têm entrada para USB no console central. Já a EX V6 é comercializada com sensor sonoro de estacionamento. O modelo começou a ser trazido para o Brasil em 1992 e já teve mais de 16 mil unidades vendidas. A Honda oferece três anos de garantia para o sedan, sem limite de quilometragem. O Accord está disponível nas cores Crystal Black Pearl, Alabaster Silver Metallic e Polished Metal Metallic.

As rodas de liga leve ganharam novo design. Modelo é oferecido em duas versões: uma com motor 2.0 de 156 cv e outra com propulsor 3.5 litros de 278 cv.


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OS NÚMEROS Dados da Abremar indicam que a temporada irá registrar 886 mil passageiros nos 20 navios por aqui até maio

urismo

Três dias entre terra e mar Ainda é época das viagens marítimas pela costa brasileira. O DC embarcou em um minicruzeiro entre Santos e Rio de Janeiro. Confira!

Rejane Tamoto

Fotos: Rejane Tamoto

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ara aproveitar o mar carioca nada de aeroporto e rodovia. A sugestão para tornar o bate-e-volta de três ou quatro noites uma viagem criativa e sofisticada é embarcar em um minicruzeiro pela costa fluminense. O passeio começa em Santos e segue com uma parada no Rio de Janeiro e outra em Búzios. De lá o navio italiano MSC Armonia retorna para Santos, com atividades variadas para todas as gerações em uma atmosfera de passeio internacional. No Rio de Janeiro, é possível avistar do navio a Ponte Rio-Niterói e fazer as excursões opcionais ao Pão de Açúcar, Corcovado, Copacabana e Ipanema. Mas uma proposta mais intimista está na próxima parada, no passeio pelas praias de Búzios e a charmosa orla que leva o nome de Brigitte Bardot. Quem prefere não bater perna, pode curtir a programação a bordo do navio, com divertidas aulas de dança em frente ao bar da piscina ou apenas relaxar na jacuzzi. Cansou de piscina de água do mar e de banho de sol? É só subir para o deque 11 para uma partida no minigolfe ou de futebol na quadra. O melhor da viagem, no entanto, é a vista inédita e deslumbrante do Rio de Janeiro no momento em que o navio zarpa e passa pela Baía de Guanabara. Pontos turísticos como o Pão de Açúcar e o Cristo Rendentor podem ser apreciados sob uma perspectiva única. Outro momento que costuma reunir casais e jovens é no fim da tarde, para assistir ao pôr-dosol no convés. Em alto-mar, a sensação é de estar em uma viagem no exterior, e não só por causa dos preços de bebidas e dos produtos do Duty Free e das boutiques, todos cobrados em dólar. A variedade de nacionalidades da tripulação, como os garçons indonésios e o chef italiano, transmitem a

Esta é mais uma reportagem de uma série dedicada ao litoral brasileiro

Rio de Janeiro (acima) é o ponto alto do curto roteiro ao mar. Do navio, é possível avistar os cartões-postais da Cidade Maravilhosa. Na parada seguinte, Búzios (abaixo e no pé, à dir.) revela belas praias.

impressão de estar navegando em qualquer ponto do Atlântico ou do Pacífico. Parar no meio do dia ou da noite para tentar a sorte em um cassino é uma ideia comum em alto-mar, mas pouco convencional em terras brasileiras. A atmosfera persiste no jantar à la carte nos dois restaurantes do MSC Armonia, o Marco Polo e o La Pergola. Entre os serviços, o destaque é a entrega agendada do café da manhã na cabine para aqueles que não querem se preocupar em acordar cedo. Os hóspedes também têm a opção de almoçar no deque, ao ar livre, ou dentro do restaurante, com vista para o mar, no sistema self-service. Com 777 cabines e capacidade para 2087 hóspedes, o MSC Armonia é como um hotel flutuante, com serviços como academia, spa, salão de beleza, cafeteria, internet café e business center. A programação noturna é recheada de espetáculos musicais no teatro, festas na discoteca e jantar em grande estilo. Prepare o traje esporte fino e aproveite. De ponta a ponta, o MSC Armonia tem ambientes diferentes, entre eles bares com música ao vivo, com vocal e piano, e decoração rebuscada e elegante, que sugerem paradas para um drinque e um brinde. Bon voyage! Viagem a convite da Agaxtur

A bordo do MSC Armonia cativa a atmosfera de passeio internacional, entre espetáculos musicais no teatro (acima, à dir.) e jogatina no cassino. Atividades incluem minigolfe, futebol e ginástica (à esq.). Com 777 cabines (acima), a embarcação, que fica no Brasil até março, acolhe como o conforto de um hotel flutuante.

S ERVIÇO MSC Armonia: www.msccruzeiros.com.br. O navio fica no Brasil até 12 de março . Próximas saídas de minicruzeiros são em 7/2 (4 noites), a partir de US$ 469 por pessoa em cabine dupla; e 11/2 (3 noites), a US$ 479. Pela Agaxtur, tel. (11) 3067-0900, www.agaxtur.com.br. Mais sobre minicruzeiros também com a CVC, ww.cvc.com.br/cruzeiros; Costa , www.costacruzeiros. com.br; Ibero , www.iberocruzeiros.com.br; e Royal Caribbean, www.royalcaribbean.com.br.


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Vitrine do Oscar A torcida nacional deverá ficar com Lixo Extraordinário, indicado a melhor documentário. Biutiful ganhou duas indicações: ator para Bardem (foto) e filme em língua estrangeira.

AZ M CART

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Arquivo DC

O Oscar de melhor animação tem entre os concorrentes o francês O Mágico.

Mais filmes indicados aos prêmios da Academia de Hollywood que já estão em exibição na Cidade.

d

cultura

Rapunzel moderna

História de mulheres

O bruxinho na festa

Entre as canções originais que podem ser premiadas está I See The Light, da animação Enrolados.

Minhas Mães e Meu Pai concorre em quatro categorias: filme, atriz, ator coadjuvante e roteiro.

Harry Potter e as Relíquias da Morte, penúltimo da série, disputa os prêmios de efeitos visuais e direção de arte.

Surpresa na lista

Mundo virtual

Os nerds levam?

Inverno da Alma disputa as estatuetas de melhor filme, atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado.

Tron: O Legado conta a história de um programador de computadores perdido no mundo virtual. Concorre pela edição de som.

A Rede Social, de David Fincher, sobre a saga nerd de surgimento do Facebook, recebeu oito indicações.

Fotos: Divulgação

Boxe, drogas. Em família.

O Vencedor traz Christian Bale em interpretação excepcional como o ex-pugilista viciado em crack.

Mark Wahlberg vive o boxeador Micky Ward, irmão do ex-campeão Dicky Ecklund, interpretado por um transformado Christian Bale (abaixo).

Lúcia Helena de Camargo

S

e você aprecia assistir a lutas de boxe, há grandes chances de gostar de O Vencedor, que estreia nos cinemas nesta sexta (4). Não se trata apenas de combates no ringue, é verdade. Estão também em questão a ganância de empresários que atuam no ramo das lutas, a importância da família, a dependência de drogas. Mas o boxe é a linha condutória do filme. Baseada em uma história real, a trama conta a história de Micky Ward (Mark Wahlberg), jovem que ambiciona tornar-se um grande campeão de boxe. Seu meio-irmão (por parte de mãe) mais velho é Dicky Ecklund (Christian Bale), uma lenda do boxe que abandonou a atividade no auge da carreira, trocandoa pelo vício em crack. Micky tem a perseverança e a disciplina que Dicky

não teve. O irmão insiste em treinar o mais novo. No entanto, suas costumeiras "viagens" químicas frequentemente o levam a perder a noção do tempo e não aparecer na academia, na qual Micky espera para receber o treinamento. A mãe deles, Alice (Melissa Leo) tudo desculpa a Dicky, assim como o quinteto de irmãs loiras falsas. Micky é obrigado a travar lutas com adversários bem mais fortes do que ele, já que o dinheiro que recebe nesses eventos é a grande fonte de renda de toda a família. Apanha muito, algumas vezes quase não sobrevive. Mas se recupera. E nasce nele a centelha de um pensamento transgressor: será que estaria sendo explorado? E eis que ele conhece a garçonete Charlene (Amy Adams). Eles se apaixonam e a moça começa a

incentivá-lo a buscar seu caminho sozinho. As coisas começam a mudar. Nada será fácil ou rápido. Dicky não aceita de maneira plácida ser tirado de cena. Em paralelo, acredita que uma emissora de televisão que o procura quer falar de suas conquistas do passado. As gravações se seguem, com tomadas inclusive na "boca de fumo" que frequenta. E no final o documentário será sobre algo bem diferente. A história não chega a surpreender.

Aliás, possui um final prosaico e moralista. O que mais chama atenção no filme é a atuação de Christian Bale. Ele está estupendo no papel. Irreconhecível de tão magro, em nada lembra o vigoroso Batman que tem vivido nos longas dirigidos por Christopher Nolan. O Globo de Ouro, prêmio para o qual votam os membros da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood, o elegeu pelo trabalho de melhor ator coadjuvante do ano.

Concorreram com ele Michael Douglas (Wall Street 2); Andrew Garfield (A Rede Social); Jeremy Renner (Atração Perigosa) e Geoffrey Rush (O Discurso do Rei). No Oscar, cuja entrega será no dia 27, o panorama muda ligeiramente. Renner e Rush se mantêm na lista e entram John Hawkes (Inverno da Alma) e Mark Ruffalo (Minhas Mães e Meu Pai). Bale é o favorito de todo modo. Ele ganhou ainda o prêmio SAG (Screen Actors Guild Awards), dado pelo Sindicato dos Atores, cujos membros votam em diversas categorias do Oscar. Melissa Leo, que caprichou na interpretação da mãe vulgar e gananciosa, levou o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante, disputado com Amy Adams, também de O Vencedor; Helena Bonham Carter (O

Discurso do Rei); Mila Kunis (Cisne Negro) e Jacki Weaver (Animal Kingdom). Ela está entre as indicadas ao Oscar, jutamente com mesmo time, apenas tirando Mila Kunis e entrando Hailee Steinfeld (Bravura Indômita). A tradução literal do título em inglês The Fighter seria O Lutador. Mas em português foi chamado de O Vencedor para não ser confundido com O Lutador (The Wrestler), dirigido por Darren Aronofsky em 2008. O Vencedor (The Fighter, Estados Unidos, 2010, 111 minutos). Direção: David O. Russell. Elenco: Mark Wahlberg, Christian Bale, Amy Adams, Melissa Leo.

Página 2 Estreia Cisne Negro, filme indicado ao Oscar. Página 3 Contos de Kafka, ilustrados por Heidelbach. Página 4 Gastronomia. Página 5 Exposição Fernando Pessoa no Museu da Língua Portuguesa. Página 6 Conhecendo Lisboa, segundo roteiro de Fernando Pessoa.


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Vitrine do Oscar

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cultura

Cisne Negro concorre em cinco categorias, incluindo as principais – filme, diretor e atriz –, além de fotografia e montagem. Fox Film/Divulgação

Shatner. Divertido, numa série movida a Twitter. Regina Ricca

Fotos: Divulgação

L

Natalie Portman: atuação intensa e impecável em Cisne Negro faz dela a favortira ao Oscar de Melhor Atriz.

Show de Natalie Lúcia Helena de Camargo

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aixão pelo que faz, técnica, talento e alguma loucura. Eis uma fórmula que costuma funcionar para se obter o sucesso no ramo artístico. O segredo que compete a cada um descobrir por si é como dosar cada um dos elementos. Cisne Negro (EUA, 2010, 103 minutos), que estreia no Brasil nesta sexta (4), mostra a bailarina Nina (Natalie Portman) tentando equacionar tudo para chegar aonde quer: ser a estrela do balé O Lago dos Cisnes. Dedicada aluna de uma academia de dança de Nova York, Nina mostra logo no começo das audições ser a melhor escolha para representar o Cisne Branco. Porém, para ganhar o papel principal na produção ela precisa convencer o diretor artístico Thomas Leroy (Vincent Cassel) de que

é capaz de incorporar também o vil e sedutor Cisne Negro. Para manter a disciplina de ensaios e aprimorações de passos, a moça conta com a mãe, Erica (Barbara Hershey), bailarina aposentada que aposta todas as fichas na filha. E às vezes transforma incentivo em cobrança desmedida. A maior ameaça virá da colega recémchegada, Lily (Mila Kunis, a Jackie do seriado That Seventy Show), que possui as qualidades para viver o Cisne Negro. Até demais. O retrato é um pouco exagerado e soa algo caricato. Lily é aquela que, além de ser sexualmente 'liberada', fala com a boca cheia de comida e toma drogas. Mas é apenas um pequeno ruído em uma trama, de resto, bem construída. O diretor, Darren Aronofsky, é

conhecido por fazer filmes esquisitões. Alguns dão certo, como O Lutador, que alçou Mickey Rourke de volta ao cinema; e Réquiem para um Sonho, considerado por muitos como uma perfeita caracterização do desespero. Mas também perpetrou bobagens como Fonte da Vida, no qual joga Hugh Jackman e Rachel Weisz em uma maratona de viagens no tempo misturadas a dúvidas existenciais. Em Cisne Negro, acertou a mão. Soube fazer um longa sobre uma arte tão antiga como o balé sem entediar o público que não necessariamente aprecia pliés e passês. E mais do que tudo apostou em Natalie Portman. A atriz ganhou o Globo de Ouro e é a favorita para levar o Oscar pela interpretação. Merece. Ao contrário

de sua personagem, que tem dificuldades em deixar-se levar pelo, digamos, lado negro da força, Portman alterna-se formidavelmente entre o frágil e o feroz. A transição entre os dois estados de espírito é quase imperceptível. E por isso tão avassaladora. Em determinados momentos, o filme chega a esbarrar no gênero terror, voltando depois ao suspense psicológico. Natalie, que estudou balé quando criança, passou por rigoroso regime e está magérrima em cena. A intensidade das filmagens, que chegavam a durar 15 horas por dia, estendeu-se à vida pessoal. Foi no set que começou a namorar o bailarino Benjamin Millepied, seu parceiro de tablado. Com ele decidiu ter um filho. Está grávida de quatro meses.

OUTROS INDICADOS EM CARTAZ

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uem quiser julgar por si mesmo se a Academia de Hollywood fez a escolha mais acertada no dia 27 pode aproveitar para ver os concorrentes ao Oscar que continuam em cartaz. Um dos mais polêmicos, por tratar de um tema controvertido é Além da Vida, dirigido por Clint Eastwood. Protagonizado por Matt Damon (na foto com Bryce Dallas Howard), investiga o que haveria para os seres humanos depois da morte. Concorre a um Oscar técnico: de efeitos visuais, que são de fato excelentes. A sequência que exibe o tsunami é de tirar o fôlego. Mostrando a jornalista francesa (Cécile de France) fazendo compras em um bucólico mercado aberto, cria-se o suspense. Ao longe se vê a onda gigante tomando forma e chegando velozmente à praia. A população só percebe quando já é tarde demais. A água invade ruas e casas, arrastando tudo por onde passa. Incontrolável também concorre a um prêmio técnico – de edição de som – apoiando as principais cenas na iminência de uma catástrofe: a composição de um trem desgovernado está prestes a atingir uma cidade. (LHC)

endário nos anos de 1960 como o comandante Kirk da nave Enterprise, do saudoso seriado Star Trek, William Shatner (foto) voltou a frequentar, desde o ano passado, os estúdios da rede americana CBS. Aos 79 anos, Shatner admite sem papas na língua que a idade, sim, o alienou do mundo digital ("não decoro nem minhas senhas do computador"), mas, em contrapartida, lhe garantiu um benefício e tanto: maior intimidade com a irreverência. O fato de ser um "alienígena no mundo da web" não impediu Shatner de tornar-se o protagonista da tão comentada série $#*! My Dad Says, que estreia no Brasil nesta segunda (7), às 21h, no Warner Channel. $#*! My Dad Says foi elaborada a partir de uma conta no Twitter criada pelo escritor de comédia Justin Halpern, na qual, desde 2003, ele vem postando as tiradas politicamente incorretas que saem da boca de seu pai, Sam Halpern (@shitmydadsays). "Esse programa é o primeiro a ser construído na era eletrônica. É um milagre eletrônico. É uma série que tem origem na cultura de hoje", disse Shatner a jornalistas americanos durante o lançamento da série em setembro, nos EUA. "As pessoas dizem que estou velho e não deveria estar fazendo o que faço na minha idade. Será?", diverte-se o veterano ator. Intitulada Shit My Dad Says (bobagens que meu pai fala), a conta de Halpern no Twitter arregimenta 1,4 milhão de seguidores e já deu origem a um livro best seller de mesmo nome. Ao ser adaptada para a TV pelos mesmos produtores da série Will & Grace, o título com o palavrão acabou suprimido pela CBS, que preferiu usar no título o grafismo $#*!. "Eu queria que a série fosse chamada de Shit My Dad Says, disse o debochado Shatner. "A palavra 'shit' está à nossa volta. Não é uma palavra terrível. É uma função natural. Por que estamos sendo cautelosos?" A série é centrada na vida de Ed (Shatner), um médico de 72 anos

aposentado da Marinha, veterano de guerra, que insiste em tratar os filhos adultos como se fossem crianças. Ed já foi casado três vezes, e seu filho caçula, Henry ( Jonathan Sadowski), fruto de sua última união, volta a morar na casa paterna por conta da crise econômica. A partir dessa convivência, Henry decide criar uma conta no Twitter para divulgar as opiniões mal-humoradas do pai. O elenco ainda conta com Will Sasso (Vince, o irmão mais velho de Henry) e Nicole Sullivan (Bonnie, casada com Vince). Com apenas quatro meses no ar, a produção já levou o People's Choice Award de nova série cômica favorita. E por falar em People´s Choice Awards, a premiação de 2011, a 37ª, realizada em 5 de janeiro, será transmitida neste sábado (5), às 20h, pelo Warner Channel. A premiação é feita a partir de votação do público via internet. Este ano, o evento bateu recorde de participação com 175 milhões de votos, em 40 categorias. A cerimônia é badalada também por ser a única que homenageia de uma só vez os maiores astros da música, da TV e do cinema. Revival no Viva O canal Viva vem se saindo como uma bela porta de entrada no túnel do tempo da TV. O sucesso da reexibição de Vale Tudo nas madrugadas vem animando os programadores da emissora a exibir outras pérolas da teledramaturgia nacional. Com o fim de Por Amor, de Manoel Carlos na faixa das 16h30, nesta segunda estreia outro sucesso de audiência global dos anos 90: O Rei do Gado. Exibida pela primeira vez entre 17 de junho de 1996 e 15 de fevereiro de 1997, a novela de Benedito Ruy Barbosa, que teve direção luxuosa do craque Luiz Fernando Carvalho, é dividida em duas partes. Mostra o conflito familiar de gerações entre os Mezenga e os Berdinazi, vividos respectivamente por Antonio Fagundes e Raul Cortez (abaixo). Um novelão de qualidade, que deixou saudades. Boa hora para se rever.

Mais sobre o Oscar no site: www.dcomercio.com.br/especiais/2011/oscar

CICLO Retrospectiva Luc Moullet: blague e ironia.

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le se define como um cineasta cômico. É considerado herdeiro de Jacques Tati, pela percepção visual e sonora. E agora ganha uma mostra no Centro Cultural Banco do Brasil. O cineasta e crítico francês Luc Moullet, que integrou o movimento da Nouvelle Vague, terá seus trabalhos na retrospectiva Luc Moullet, Cinema de Contra-

bando, que segue até dia 20 no CCBB. De seus 40 filmes, serão exibidos 36. Todos possuem um tom de blague ou uma saudável contestação dos usos e costumes ocidentais. Nesta sexta (4), às 18h, o público poderá ver os curtas Terras Negras; O Litro de Leite; Algumas Gotas a Mais; Um Bife Passado do Ponto (foto) e Capito?. E às

19h30, o longa A Terra da Loucura. O destaque de sábado (5), às 17h, é Anatomia de uma Relação. (LHC) CCBB-SP. Rua Álvares Penteado, 112, Centro. Tel.: 3113-3651. Ingresso: R$ 6. www.bb.com.br/cultura

CINEMATECA: MOSTRA VERÃO DE CLÁSSICOS. Crônica de um Amor Louco (1981), de Marco Ferreri, com Ben Gazzara e Ornella Muti. Largo Senador Raul Cardoso, 207. Sexta (4). 21h. www.cinemateca.com.br

Arquivo DC


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cultura

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NOVELA DE DOSTOIÉVSKI É ARGUMENTO DE TEATRO Dócil, adaptação de Dagoberto Feliz e Pedro Mantovani. Galpão Folias. Rua Ana Cintra, 213. Tel.: 3361-2223. Reestreia sexta (4). 18h. R$ 30.

Kafka inspira belas ilustrações Renato Pompeu Fotos: Reprodução

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penas um ano depois de ter saído a edição original alemã, e, pelo que foi possível pesquisar, antes de sua publicação em qualquer outro país, foi lançado no Brasil, pela Martins Fontes, o lindo livro de contos Oportunidade para um Pequeno Desespero, com textos do grande escritor judeu checo de língua alemã Franz Kafka, e belíssimas ilustrações de Nikolaus Heidelbach, famoso mundialmente por seus livros para crianças e para adultos, que escolheu e ordenou os contos. Se poderia imaginar que um ilustrador não é em princípio a pessoa mais adequada para selecionar e organizar textos de um grande autor, mas na verdade Heidelbach, aos 55 anos, estudou Filologia e História da Arte em Berlim, e, além de ilustrar livros de outros autores, como os alemães Irmãos Grimm e o dinamarquês Hans Christian Andersen, também ilustra seus próprios textos. Ele normalmente pinta aquarelas algo surrealistas, mas às vezes se utiliza de outros recursos plásticos. Há dez anos, ganhou o Prêmio Alemão de Literatura para Jovens, pelo conjunto da obra, e mora em Colônia. Neste livro de Kafka, quase diríamos melhor neste álbum de luxo, a união e a contraposição de textos e ilustrações geram efeitos encantadores e mesmo extasiantes, apesar da atmosfera soturna de desilusão e estranheza que emana dos contos. Pois, enquanto Kafka cria mundos irreais tristemente parecidos com o mundo real, numa linguagem altamente elaborada, no melhor alemão dos maiores clássicos do idioma - classicismo muito bem traduzido pela competentíssima Renata Dias Mundt (embora a palavra "desespero" do título talvez fosse mais bem traduzida por "dúvida") - , também

Contos de Kafka, desenhos de Heidelbach: união e contraposição de textos e ilustrações, gerando efeitos encantadores, apesar da atmosfera soturna de desilusão e estranheza.

Heidelbach optou, nesse caso, por imagens de corte mais clássico, que no entanto evocam à perfeição o universo kafkiano ao mesmo tempo totalmente inusitado e totalmente familiar. A diferença maior é que, enquanto Kafka consegue estabelecer uma situação, digamos, contínua, uma trama continuada que se prolonga no tempo,

Heidelbach como que agarra no ar momentos específicos desse fluxo. A grande semelhança é que, enquanto Kafka literalmente cria esculturas com palavras, Heidelbach esculpe com imagens. As estesias são diversas, mas combinam com muita elegância, com muita solenidade. Ao passo que, dentro do livro, imagens e textos estão banhados por uma certa aura que os une no mesmo universo fantástico, na capa temos uma imagem, não inspirada por algum texto, mas inspirada por fotos tiradas de seu autor. É Kafka que, de casaco e gravata, nos olha contidamente, sombreado por seu clássico chapéu coco, tão bem

conhecido por seus fãs. Há um certo desalento na mão direita que segura a mão esquerda grotescamente caída afinal, Kafka pode ser definido como um cavalheiro distintamente vestido que nos exibe o desespero de ser humano num mundo criado e infernizado por seres humanos. Assim vamos lendo e vendo as discretas e tão solitárias aventuras do animal desconhecido que vivia numa sinagoga de aldeia, o incômodo que cinco amigos sempre reunidos na calçada sentem quando se aproxima deles um sexto cidadão, que é imediatamente discriminado (aqui como que Kafka chega a uma abstração eternizada e/ou atemporal do conceito de intolerância, exibindo ao vivo as vísceras do fenômeno da discriminação de cada maioria contra cada minoria).. Ou então Kafka e Heidelbach nos descrevem o quarto que concentra todo o barulho da casa, assim como cada conto de Kafka condensa com um mínimo de palavras toda a perversão existencial que persegue encarniçadamente, já não dizemos cada ser humano, mas, a rigor, cada ser vivo. O conto sobre o guarda do estacionamento tem apenas três frases de menos de uma linha cada uma, mas misteriosamente faz nascer todo um mundo de solidão e desespero. Já o conto sobre o mestre-escola de aldeia ocupa várias páginas, mas, igualmente, é uma síntese muito densa de como é uma vida no deserto. Em suma, enquanto Kafka vai feericamente criando mundos novos e estranhos que guardam porém um ar de família com o mundo absurdo que todos conhecemos, Heidelbach nos mostra aspectos desconhecidos e imediatamente reconhecíveis desses mesmos mundos.

Anseios (virtuais) masculinos e femininos

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público não precisa saber exatamente quem é aquele jovem casal que, durante os 45 minutos da peça Decifra-te ou Me Devora, resolve lançar mão de estratégias clássicas, como canções românticas ou poemas de autores famosos, ao lado de recursos mais modernosos, a exemplo da internet, para praticar o milenar jogo da conquista amorosa. O casal desta história, formado pelos atores Helô Cintra e João Paulo Lorenzon – que dividem a autoria do texto com o ator e diretor Elias Andreato – se conheceu pelo computador e agora, por meio de uma série de questões entre metafóricas e poéticas, exige saber do outro talvez um pouco mais do que o outro esteja disposto a revelar. Esta espécie de canibalismo sentimental tem como cenário apenas uma cama que,

além dos atores, comporta também uma série de projeções feitas sobre os lençóis brancos. O espetáculo entra em cartaz neste sábado (5) no Miniteatro, na Praça Roosevelt. "Não existe a preocupação em definir um nome, idade ou profissão para estes personagens porque eles não são um homem ou uma mulher específicos, eles representam o homem e a mulher em diferentes formas e anseios", diz a atriz Helô Cintra. " O homem pode ser o lobo mau ou o carente sensível e a mulher, a donzela, agressiva, sensual, solitária... tudo depende de como e quando eles são vistos". Obcecados por travar um diálogo belo e surpreendente, o casal emprega, durante o bate papo virtual, na primeira fase do relacionamento, trechos de poemas famosos do francês Jean Tardieu,

João Caldas/Divulgação

Sérgio Roveri

Decifra-te ou Me Devora: como praticar o milenar da conquista amorosa.

do romeno Paul Celan, que escrevia em alemão, do brasileiro Cacaso e do português Herberto Helder. "Nestas conversas virtuais, os dois tentam, como todos nós na maioria das vezes tentamos, parecer interessantes em uma conquista", diz a atriz. "A diferença é que no virtual isso fica acentuado porque existe uma forma fechada de comunicação, uma forma que possibilita gerar fantasias a respeito de si e criar expectativas em relação ao outro". Este clima de romance refinado ganha um aditivo com a trilha sonora, que emprega canções feitas a partir de poemas de Elias Andreato vertidos para o francês. Porém, esta relação idílica vai, gradualmente, cedendo espaço à realidade, a partir do momento em que o casal decide, primeiro, se falar pelo telefone, para logo depois aceitar um

contato face a face. "O impacto deste primeiro encontro é bem grande. O que um espera do outro é muito e o encontro se torna um confronto", revela a atriz. "Eu acredito que nesta peça as facetas do amor mais visitadas são a da conquista e a do término da relação. O contato e a convivência também são abordados no espetáculo, mas preferimos falar mais da conquista, da vontade de desvendar o outro e, por conseqüência, da impossibilidade disso ocorrer. O parceiro não pode ser 100% decodificado e decifrado. Isso gera uma dor muito específica e incurável." Decifra-te ou Me Devora. Estreia sábado (5). Miniteatro, Praça Roosevelt, 108. Tel. 3255-0829. Sábado. 21h. Domingo. 20h. R$ 30.

CONTOS DE MURILO RUBIÃO NO PALCO DO TUCA Adaptados por Sílvia Gomez, na montagem O Amor e Outros Estranhos Rumores. Rua Monte Alegre, 1024. Tel.: 2626-0938. Sexta, sábado. 21h30. Domingo, 19h. R$ 30.


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Fotos: Roberto Larroude/Divulgação

Milagres dos vinhos de Touraine José Guilherme R. Ferreira

Fiorentina Villa Cioè, bisteca de ancho servida com espinafre, verduras, cogumelos e tomatinhos ao azeite.

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cultura

O norte da Itália em Higienópolis

Villa Cioè, com decoração e cardápio inspirados na região da Toscana, serve comida italiana de toque contemporâneo. Com seis ambientes, você pode ocupar uma mesa na quitanda, na sala de vinhos, no quintal... Lúcia Helena de Camargo

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oscana, norte da Itália. É nessa região que você terá chegado ao entrar pelos portões da Villa Cioè. O restaurante aberto em abril do ano passado oferece comida dessa região italiana, com adições criadas ali mesmo pelas chefs Elisa Ayres e Ana Soares. Você pode se acomodar em um dos seis ambientes (distribuídos por três pisos) criados após a monumental reforma pela qual passou o casarão de 1929. "Todas as árvores, o piso original e as paredes foram mantidas", narra, orgulhoso do resultado, o sócio Renato Caparica, enquanto faz um tour para mostar a casa à reportagem do Diário do Comércio. O restante foi reformulado. Ou seja, cozinha, banheiros e equipamentos de última geração agora ocupam os cômodos. As opções são comer na quitanda, na sala de vinhos, no bar, no jardim, no quintal com teto retrátil. No segundo andar fica a "távola redonda". Com acomodação para oito pessoas, a mesa giratória convida à degustação em conjunto de petiscos. Vinhos As adegas climatizadas acomodam um total de 400 garrafas de vinho, de 200 diferentes rótulos. Caparica, apaixonado pela bebida, procura incentivar sua cultura, promovendo degustações. E com o mesmo objetivo extinguiu a cobrança da "rolha", aquela taxa chatinha que se paga na maioria dos restaurantes para se consumir no local o vinho levado de casa. Se quiser a experiência completa, comece com o couvert, no qual chegam pães caseiros assados na lenha (nas versões alecrim com flor de sal e nozes com figo), azeite, azeitonas e antepasto de berinjelas. Para entrada, se fritura é uma opção, vá de arancines, os bolinhos de risoto ao funghi com queijo taleggio (R$ 18, seis unidades); ou polpetta de polentinha, que é a polenta com recheio de bacalhau, (R$ 16, seis unidades). Há ainda, entre muitas outras, brusquetas – a rossa leva tomate, manjericão e azeite; a bianca, parmesão e mel de trufas; e a nera é coberta por

Tortelli ao taleggio com aspargos, mascarpone trufado e figos. uma tapenade negra e queijo feta. A porção com três unidades custa R$ 21. Entre as massas, que se destacam nesse cardápio de base italiana, são bastante pedidas pelos clientes a meia lua de queijo de cabra e maçã verde, com manteiga de sálvia, amêndoas tostadas, e perfume de erva-doce e laranja (R$ 44), o capelle de finocchiona (salame artesanal) com aveludado de erva-doce fresca (R$ 45); o tortelli ao taleggio, aspargos, mascarpone trufado e figos frescos (R$ 43) e o fideline de massa fresca, com tomatinhos, rúcula, búfala, raspas de limão e ervas (R$ 33). E ainda o penette de massa seca com ragú de calabresa de javali e ricota seca picante (R$ 38).

charmosas panelinhas de cobre. O final da refeição se aproxima. É bom pensar na sobremesa. São seis as opções. risoto de coco e figos assados (R$ 15); panna-moka, doce que leva café, leite, chocolate, caramelo e flor de sal (R$ 17); crostata de pera com mascarpone (R$ 23); tortina baci ao chocolate amargo belga, avelãs, laranja, merengue italiano e folhado crocante (R$ 25); carpaccio de frutas frescas (R$ 12), que pode ser acompanhado de mascarpone; e pão de ló com vino da meditazione (vinho da meditação), vendido a R$ 21. Com 50 lugares, a Villa Cioè funciona para almoço quanto para o jantar, fechando apenas às segundas-feiras e jantar do domingo.

Carnes Os carnívoros que desejam provar algo com sabor marcado podem ir de filé mignon ao taleggio e parma, com risoto de aspargos, palmito fresco, figos assados e azeite trufado (R$ 49). Ou então a ótima Fiorentina Villa Cioè, que consiste em uma bisteca de ancho servida com espinafre, verduras, cogumelos e tomatinhos, tudo regado pelo azeite e ervas (R$ 48). Há outros grelhados, que figuram nas sugestões A La Griglia do cardápio: filé (R$ 45), peixe (R$ 46); frango (R$ 37), entre outros, com acompanhamentos trazidos à mesa nas tão pequenas quanto

Villa Cioè. Rua Tupi, 564, Higienópolis. Tel.: 3662-1121. www.villacioe.com.br

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ispostas entre imponentes pilares e arcos ogivais que sustentavam as adegas da Abadia de Saint Julien, uma construção do século XIII no coração de Tours, catorze vitrinas mostram de maneira didática a rotina ancestral que marca a vida de viticultores e negociantes de vinho dessa região produtora do Vale do Loire. No Musée des Vins de Touraine, a viticultura é tratada como ofício, como gostam os franceses, numa lista na qual estão incluídos os indispensáveis toneleiros, cesteiros, vidreiros e forjadores de uma série variada de pequenas e grandes ferramentas. Esses empregados da terra aprenderam com os séculos (e os religiosos) a fazer bons vinhos, principalmente com as cepas Gamay e Chenin. E o que eram então vinhos frescos e leves, hoje são vinhos de terroir, expressando o microclima dessa região produtora da França. Os brancos do Vale do Loire, graças ao trabalho de uma nova geração de vinhateiros, têm surpreendido cada vez mais os enólogos com sua longevidade. A história do vinho de Touraine tem cerca de dezoito séculos. Os marcos concretos são um recipiente na forma de uva, descoberto pelos arqueólogos nas vinhas de Cravant, e pedras de um prensa de Cheillé, do século II. Gregório de Tours (538-594) fala em seus escritos de vinhedos plantados por religiosos no século IV e, no seu Livre des Miracles de Saint-Julien, conta como vinho se multiplicou nas adegas de seu mosteiro, nos moldes do milagre da bíblica festa de casamento em Canaã. os moradores de Tours gostam do relato.

Ao lado de uma exposição que é ao mesmo tempo mitológica, histórica e técnica (coleção de ferramentas antigas, arados, barricas, cestos, taças e pichets), uma mostra fotográfica do vinho ligado ao consumo, aos ritos familiares e às celebrações sociais e religiosas. Imponentes também a coleção de paramentos e insígnias de oito confrarias ( Loches, Ingrandes, SaintGeorges-Sur-Cher, Onzain,Chinon, Amboise e Montlouis), sendo a mais antiga a Confrérie des Chevaliers de la Chantepleure, de Vouvray, de 1937, apenas três anos mais nova que a célebre Chevaliers du Tastevin. Tudo sob a proteção do padroeiro São Vicente, que tem vitrine própria e é representado em várias peças do museu. Para quem visita Tours, como centro de turismo para os castelos do Loire, fica fácil também conhecer o Musée Animé Du Vin e de La Tonnellerie de Chinon e a La Devenière, em Seuilly, cenário da infância do escritor François Rabelais (1494-1553) autor do monumental (em todos os sentidos) Gargântua e Pantagruel. Um museu dedicado a Rabelais foi montado na propriedade do século XV, que mantém uma pantagruélica adega com vinhos da Touraine e região.

José Guilherme R. Ferreira é membro da Academia Brasileira de Gastronomia (ABG) e autor do livro Vinhos no Mar Azul – Viagens Enogastronômicas (Editora Terceiro Nome)

Clarinete e violão Aquiles Rique Reis

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stá na praça e, como diziam os do meu tempo, também nas melhores lojas do ramo (ao menos deveria estar), uma joia em disco instrumental, que reúne dois grandes músicos brasileiros: Alessandro Penezzi e Alexandre Ribeiro. Alexandre Ribeiro, aos 18 anos, foi bacharelando em clarinete na Universidade Estadual Paulista. Seu instrumento soa com a delicadeza das asas de um beija-flor parado no ar, e seu clarone domina a cena com o seu som grave, avassalador. Alessandro Penezzi, violonista que se dedica especialmente às seis cordas, mas que também toca violão tenor, cavaquinho, bandolim e flauta. Bacharel em música popular pela Unicamp, desde 2005, ele trata o violão com tanto carinho que este o retribui com deferências mil. Agora, em 2011, os dois se unem em Cordas ao Vento (Capucho CDs Produções Artísticas). Um álbum com 12 faixas, das quais apenas duas, Famoso (Ernesto Nazareth) e Chorinho Triste, de João Dias Carrasqueira - cuja gravação conta com as flautas de seu filho, Toninho Carrasqueira -, não são de autoria de Penezzi. Um baião elegante, Cordas ao Vento, que dá título ao disco e abre os trabalhos, é homenagem de Alessandro a seu pai, Walkir Penezzi. Como em quase todas as outras 11 interpretações, Penezzi está no violão e Ribeiro, no clarinete. A palheta fraseia junto com as cordas. A harmonia propicia isto. A limpeza sonora demonstra a virtuosidade dos instrumentistas. A dinâmica realça a graça da melodia. E assim eles vão construindo um disco, céleres e brilhantes. O clarinete capricha, num solo de primeira.

O violão carrega nas tintas de uma forte pegada. A Caminho de Casa é um choro dedicado a Paulo Moura. O clarinete puxa a melodia. O violão faz as vezes de mestre de cerimônia (sem tê-la nenhuma!). Ambos os instrumentos se complementam, numa sequência executada em grande estilo. E seguem ressaltando nuances, unindo forças, que se mostram ainda mais joviais num intermezzo movido pela ímpar sonoridade dos dois instrumentos. Famoso (Ernesto Nazareth), cujo violão de Anibal Augusto Sardinha, o talentoso Garoto, eternizou, é vibrante em sua levada meio tango, meio polca, meio maxixe. O clarinete chora no ombro do violão. Juntos, recriam o ambiente dos antigos salões de baile. O suingue contagia. Capitão Rodrigo, choro amaxixado que Penezzi dedicou ao amigo Rodrigo Y Castro, conta com a flauta deste último. Sopro refinado. O pandeiro de Léo Rodrigues segura as pontas. O clarinete de Alessandro Ribeiro se soma ao sete cordas, ao violão e ao cavaco de Penezzi, cujo arranjo bem demonstra a sua versatilidade musical. Vá Penteá Macaco: em uníssono, violão tenor e clarone (que dupla, meu Deus!) dão início à faixasímbolo da qualidade e da diversidade sonora do CD de Penezzi e Ribeiro. O tenor sola enquanto o clarone pontua (e para que mais?), incendiando a festa, fechando o CD. Reabri-lo, mais e muitas vezes, é questão de bom gosto e nexo musical.

Aquiles Rique Reis, músico e vocalista do MPB4.

RECITAL: CLARA SVERNER. Penette com ragu de calabresa de javali, (acima) e vinhos: restaurante não cobra "rolha". Você pode levar seu vinho e tomá-lo lá sem pagar nada por isso. Na panelinha de cobre, polenta cremosa com cogumelos. E a entrada, que remete a uma vila da Toscana.

A pianista Clara Sverner, em uma de suas raras apresentações em São Paulo, interpreta obras de Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga, Mozart, Debussy e Chopin. Auditório Ibirapuera. Parque do Ibirapuera. Portão 2. Domingo (6). 16h. R$ 20.


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cultura

Brasil x Argentina, Futebol e Vinho Carlos Celso Orcesi Evelson de Freitas/Folhapress

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resci detestando os argentinos. A Revista Manchete estampava fotos de brigas de futebol lá pelos anos 1959. Pior quando ganhavam a Copa Roca dando pontapés. O auge da guerra se passou em Las Leñas, a estação de esqui, em 1995. O gerente teve a brilhante ideia de dividir o anfiteatro do hotel Piscis para o jogo Argentina e Brasil na semifinal da Copa América do Uruguai. Imaginava que fôssemos ingleses em Wimbledon. No telão gol de Batistuta e empate de Edmundo. A metade brasileira quase pula em cima deles e vice-versa, uns se xingando aos outros na distância do braço. Os gritos de guerra dão bem conta do excelente nível de educação. Nunca me esqueci do canto dos hermanos: "brasileños, macacos, son todos niegros, son todos putos". O nosso grito era também de baixíssimo calão! Jogo lá e cá, 2 a 1 Argentina, até que aos 36 do 2º tempo Tulio mata a bola no braço e finaliza. A alegria explodiu com raiva quase no fim do jogo, daí que a jovem torcida brasilei-

ra (os bem nascidos sem noção da realidade) avançou pelas escadas do palco e gritou a todo pulmão gol, além de gestos obscenos que meninos e meninas faziam com o dedo médio para cima. Voou uma dúzia de garrafas na direção do palco, fazendo recuar o "bando de loucos". Se até ali eu me mantinha relativamente calmo, pensei que nada justificava a agressão física, muito grave. Um dos nossos foi atingido por uma garrafa e saiu mancando; fraquejou dando ânimo aos agressores que comemoraram! Então me deu raiva e enquanto a maioria voltava fui para a frente do palco argentino e berrando gritei "joguem em mim se forem homens, argentinos filhos da...". A ira do quarentão terá lembrado que todos passávamos do limite; milagrosamente nenhuma garrafa foi atirada contra mim. A ideia que me movia era: "vocês não vão ganhar no grito". Pois não é que o jogo foi para os pênalties. Nada pior; a tensão chegou ao limite da agressão, os dois lados de punhos fechados segurando

Copa América: duelo Cáceres e Sávio. Brasil 4, Argentina 2. Desempate no pênalti.

cadeiras prontas para voar. Taffarel defendeu dois chutes e afinal vencemos. O ideal teria sido confraternizar, tomar um Porto ou um Sauternes, até porque eles não fazem grandes vinhos de sobremesa. Nada disso, os barrabravas, inclusive jovens senhoras, vieram para cima de nossa metade. Como eles perderam, ficaram com raiva acumulada, além do que alguns dos nossos já faziam menção de sair do anfiteatro. Foi um momento limite, lembro-me de gritar "não recuem, não podemos demonstrar medo". Me sentia general comandando sete ou oito e então voltamos quase na divisa de nossa metade do palco. Faltou pouco para acontecer naquele teatro o que houve na Inglaterra contra a torcida do Juventus de Turim. No dia seguinte apostei com o gerente do hotel (branco a repetir que "jamais poderia imaginar o que aconteceu") que adivinharia a sua nacionalidade. Apostamos uma champagne. Quem poderia ser tão ingênuo a respeito de futebol e rivalidade? Não poderia ser norte-

americano porque seria óbvio demais. Europeu não cometeria erro tão crasso. Australiano! Ele perguntou como eu sabia, disse que não sabia, mas teria que ser alguém com cara inglesa que desconhecesse completamente futebol. Bingo, o gerente Carl mandou servir a champanha. Eis como o vinho entra no final da crônica. Aquele episódio do Piscis foi o limite da vergonha recíproca. Somos todos sul-americanos, com pequenas diferenças, por exemplo nós cinco vezes eles apenas duas! Por outro lado, com absoluta certeza fazem melhores vinhos do que nós. E estão bem à frente no marketing, porque colaram sua identidade à uva Malbec, enquanto o Brasil não tem identidade enológica. Quanto ao resto, futebol política cultura e economia, em tempos de integração, percebemos que não há sequer um motivo para ódio. Por falar nisso a champagne com que o gerente pagou a aposta era argentina. Ahrgh, eles não sabem fazer espumantes; os nossos italianos fazem melhor.

Exposição no Museu da Língua Portuguesa trata da vida e obra do múltiplo escritor e poeta

Labirintos poéticos Rita Alves Fotos: Yugo Tanaka/Folhapress

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o Museu da Língua Portuguesa, os números são diversos para cada item: heterônimos, obras, raridades, versos... Admiradores também entram na lista. E não são poucos. De agosto de 2010 até o último mês de janeiro foram 168.531. A quantia expressiva é de visitantes do museu naquele período, interessados em conhecer a vida e a obra de Fernando Pessoa. O escritor é tema da exposição Fernando Pessoa, Plural como o Universo, prorrogada na semana passada para terminar no dia 20 deste mês. Com curadoria de Carlos Felipe Moisés e Richard Zenith, a mostra apresenta um belo projeto cenográfico assinado por Helio Eichbauer. As alternativas para conhecer o universo de Pessoa no local são múltiplas: sons, vídeos, livros, revistas, fotos. Todas as opções são atraentes, mas há uma especial, conhecida por ser a que mais chama a atenção do público. Trata-se do fac-símile do manuscrito de Mensagem (com anotações do autor), único livro de versos em português de Fernando Pessoa publicado em vida. A obra digitalizada, com 150 páginas, está disposta em cima de uma mesa comunitária e pode ser folheada manualmente com a ajuda de um e-reader. Candidatos interessados em folhear a obra digital não faltam. Segundo Mariana Reis, educadora do museu, a curiosidade parte tanto das crianças quanto dos adultos. A primeira sala da mostra também costuma provocar reações. Os pouco familiarizados com o tema questionam sobre os heterônimos de Fernando Pessoa distribuídos em fotos do escritor. "Alguns perguntam o porquê de tantos nomes diferentes nas imagens dele. Já me questionaram se os nomes são de amigos do Fernando Pessoa", conta Mariana. Questões frequentes como essa, entre outras, são sempre bem-vindas no museu, já que o objetivo da exposição é atrair tanto as pessoas que conhecem a obra do escritor português quanto quem o desconhece. "Nosso propósito básico é levar Fernando Pessoa à vida do

cidadão que não o conhece, e que, portanto, encontrará uma linguagem acessível, e àqueles que já estão familiarizados com seus versos, que terão a chance de descobrir aspectos e conceitos novos", afirma Carlos Felipe Moisés, um dos curadores. "Nossa intenção é provocar o público, fazer com que as pessoas fiquem intrigadas, inquietas e voltem para perceber a exposição de outras formas". Para o também curador Richard Zenith, "a ideia é que essa relação também se estenda para fora dos domínios do museu e seja atraente para os mais diferentes públicos". O desejo de Zenith é fazer com que a exposição

Revista Presença: colaboração ativa de Pessoa, livro digitalizado e cenografia. desperte no visitante a vontade de ler e pesquisar sobre Pessoa. Mas se bater vontade de ler em meio ao passeio, aproveite. Ao lado do livro digitalizado Mensagem, há uma série de outros títulos relacionados ao escritor. Ao todo são 55. E quem experimenta sentar no banco disponível, não sai fácil de lá. Munidos de papel e caneta, alguns fãs desfrutam da oportunidade para copiar versos e trechos das obras. Além de criações do próprio Pessoa, versos dos seus

heterônimos também são encontrados durante o percurso da exposição. Estão lá frases de Alberto Caeiro, nascido em Lisboa e conhecido como o "poeta da natureza"; Ricardo Reis, formado em medicina, e discípulo de Caeiro; Álvaro de Campos, heterônimo que estudou engenharia mecânica e naval na Escócia, além de palpiteiro na vida amorosa de Pessoa com Ofélia Queirós; e Bernardo Soares, autor do Livro do Desassossego, e descrito pelo seu criador como um "semi-heterônimo". O público ainda pode ver no museu poemas de outros heterônimos menos conhecidos e algumas de suas personalidades literárias. A cenografia também exibe cinco cabines interativas com projeções de poemas do escritor e seus heterônimos. Outra maneira lúdica de percorrer o universo do poeta pode ser experimentada no labirinto poético, ambiente repleto de poesias e imagens, exibidos de forma a representar suas varias personagens. Sinta-se múltiplo como o escritor ao som das vozes de Rogério Athayde e Gláucia Chris dentro do labirinto. O visitante pode conhecer mais ainda sobre a vida de Fernando Pessoa por meio de uma cronologia, disposta em um das paredes do museu. Nela é possível descobrir, por exemplo, que em 1902 o escritor começou a criar pequenos jornais, com poemas assinados por alter egos. O ano de 1915 também tem importância na vida dele. Em março daquele ano foi publicado o primeiro número da revista Orpheu, importante periódico da literatura portuguesa. O exemplar continha O Marinheiro, assinado pelo poeta, e Opiário e Ode Triunfal, criações do heterônimo Álvaro de Campos. Museu da Língua Portuguesa. Praça da Luz, s/n. Tel.: 3326-0775. De terça a domingo. 10h às 18h. R$ 6. Grátis aos sábados.

Hélio Eichbauer assina o projeto cenográfico da mostra sobre Fernando Pessoa.

SESC PINHEIROS: DESENHO CONTEMPORÂNEO BRASILEIRO. 17 artistas na coletiva. Entre eles, Felipe Cohen e Rodrigo Bivar. Rua Paes Leme, 195. Tel.: 3095-9400. Terça/sexta, 13h/22h. Sábado/domingo, 10h/19h. Grátis.


DIÁRIO DO COMÉRCIO

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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Guia traça um belo roteiro preparado pelo poeta português

d Navegando pela velha Lisboa

cultura

Marcus Lopes Fotos/Reprodução

F

Feira dos alfarrabistas que acontece aos sábados, na rua Anchieta. Lisboa em Pessoa-Guia Turístico e Literário da Capital Portuguesa, do jornalista João Correia Filho, recém-lançado pela Editora Leya.

Ao lado, a Livraria Ferin, fundada em 1840 e há seis gerações da mesma família. Estabelecimento está presente na obra do escritor Eça de Queiroz, que era seu frequentador.

Banca de revistas instalada ao lado do Café A Brasileira, na Rua Garret, região do Chiado, no centro de Lisboa. O nome do restaurante foi uma homenagem ao café importado do Brasil, muito apreciado pelos frequentadores, e servido no local até hoje.

Casa onde nasceu Fernando Pessoa, no Largo de São Carlos. A residência, onde o escritor passou a infância, fica em frente ao Teatro Nacional de São Carlos, e é descrita em sua obra como "a casa velha sossegada".

No alto, latas da tradicional sardinha Tenório, vendidas na loja A Vida Portuguesa, na Rua Anchieta. Acima, vitrine da casa A Ginjinha, no Largo de São Domingos, fundada em 1840. A ginjinha é um fruto muito popular que produz uma espécie de aguardente.

igurinha fácil nas ruas de Lisboa, o poeta Fernando Pessoa fez da cidade a sua pátria, tamanho o amor pelo lugar onde nasceu e viveu a maior parte da sua vida. Tanto é que, em determinada ocasião, um amigo o convidou para passar umas férias no campo, para descansar um pouco. A resposta foi rápida: "Tenho a alma insuficientemente panorâmica, estou aqui fincado em Lisboa, se não como uma raiz, pelo menos como um poste". Por isso pode até parecer estranho um guia de viagem inspirado em Pessoa, mas basta folhear as primeiras páginas de Lisboa em Pessoa - Guia Turístico e Literário da Capital Portuguesa (Editora Leya, 376 páginas, R$ 79,90) para compreender que se trata de uma joia rara. Afinal, aproveitando-se do amor lisboeta de Pessoa, o autor João Correia Filho elaborou um roteiro baseado nos endereços frequentados ou indicados pelo poeta, que chegou a escrever um curioso livro sobre o tema: Lisboa: o que o Turista Deve Ver, de 1925, mas que permaneceu inédito até 1992, quando finalmente foi editado. Em Lisboa em Pessoa, o leitor é conduzido pelos braços do poeta em um longo e belo passeio pela velha cidade, que tanto inspirou Pessoa e seus heterônimos - Alberto Caieiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. No total, são mais de cem locais indicados pelo escritor, entre cafés, monumentos, ruas, restaurantes e diversos estabelecimentos comerciais. Entre eles, alguns clássicos e que permanecem no roteiro obrigatório até hoje, como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos e o Castelo de São Jorge, construído entre os séculos X e XI, e que mereceu um destaque especial: "O turista que tenha tempo de sobra não deve deixar de subir a este grande castelo, construído num alto de onde se domina uma ampla vista do Tejo e de grande parte da cidade. O castelo tem três portas principais, conhecidas como da traição, de Martim Moniz e de S. Jorge. Todas elas são muito antigas. O próprio castelo é assaz notável", registrou Pessoa, em seu guia turístico escrito em 1925, e transcrito no lançamento da Leya. Sobre a Torre de Belém, Pessoa registrou: "A Torre de Belém, vista do exterior, é uma magnífica joia de pedra e é com espanto e crescente simpatia que o estrangeiro observa a sua peculiar beleza". Por vezes, a alma do poeta adquiria verdadeira rigor matemático, ao descrever a altura e a largura exatos de monumentos históricos. Há outros locais que foram incluídos por Correia Filho e que não estavam no guia original de Pessoa e seus heterônimos, mas que se justificam por estarem intimamente ligados ao escritor, como a Casa Fernando Pessoa, um centro cultural instalado na residência onde viveu os 15 últimos anos de sua vida (Pessoa morreu cedo, aos 47 anos, em 1935). Brasileira – Outro destaque é o café A Brasileira, um dos locais prediletos do escritor, na Rua Garret, região do Chiado. Não é à toa que, defronte o estabelecimento, aberto em 1905 e em funcionamento até hoje, há uma estátua de bronze do ilustre cliente. Durante a época do salazarismo, foi reduto dos opositores ao regime ditatorial que sufocou Portugal durante mais de 40 anos no século passado. Quanto ao nome tão familiar, que obviamente nos emociona, sabe-se que o primeiro dono do local importava café do Brasil para servir no além-mar, cativando rapidamente os habitantes da terrinha amantes de um excelente café, que é servido até hoje. Outro café famoso é o Martinho da Arcada, na Praça do Comércio. Ali, Pessoa costumava fazer suas refeições e passar longas horas lendo e escrevendo nas antigas mesas de pedra. Como diz João Correia Filho, era uma

espécie de escritório particular do autor de Mensagem. Além do amor pela sua terra, Pessoa conhecia bem a cidade por razões práticas. Para ganhar a vida, trabalhava como tradutor de cartas comerciais para diversas empresas e de cartas comerciais de Lisboa. Isso o obrigava a andar muito de um lado para o outro, para cumprir sua rotina diária, o que o fez conhecer cada rua, viela ou beco lisboeta. Ganhava pouco e viveu modestamente durante a vida toda, mas ele não se incomodava muito com isso. Tanto é que seu patrimônio resumia-se basicamente a um baú com suas coisas pessoais e, claro, muitos papéis. Andar pelos paralelepípedos do centro histórico também era uma forma de refletir e produzir. "Para ele (andar) era uma maneira de estar sozinho de fato, bem como uma maneira de ter ideias. Era uma maneira de criar. Os passeios também eram

momentos de criação", explica a portuguesa Teresa Rita Lopes, uma das principais pesquisadoras da vida e da obra do escritor e que explica a sua relação intrínseca com a capital. "Para Pessoa, Lisboa foi mais do que uma cidade, foi a pátria condensadamente. E desde que nela lançou âncora, em 1905, nunca mais daí saiu", completa Maria Teresa, no livro lançado recentemente. De fato, foram poucos os anos longe de sua terra natal. Após o nascimento, em 13 de junho de 1888, viveu na capital portuguesa até os oito anos, mudando-se então para Durban, na época colônia inglesa na África do Sul, onde seu padastro se tornou cônsul de Portugal. Ficou lá até os 17 anos, quando retornou para a terra natal, de onde nunca mais saiu até seu falecimento, por complicações hepáticas (em parte, por causa do excesso de álcool).

Acima, estátua de Pessoa em frente ao Café A Brasileira. No alto, mesa que era ocupada pelo escritor no Café Martinho da Arcada.


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