O Estado de SP em PDF - Quarta 28072010

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O ESTADO DE S. PAULO

QUARTA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2010

OS NÚMEROS DO CRÉDITO PESSOA FÍSICA

PESSOA JURÍDICA

Média diária de concessão de novos créditos

Evolução da taxa de juros

Taxa de inadimplência

EM R$ MILHÕES

EM PORCENTAGEM AO ANO

EM PORCENTAGEM COM ATRASO DE 90 DIAS

50

9

5.500

5.093

5.000

8

45

40,4*

4.500 40 4.000

Operação de R$ 2 bilhões tomados pela Petrobrás à Caixa Econômica Federal ajudou a incrementar financiamentos dos bancos oficiais Fabio Graner Fernando Nakagawa BRASÍLIA

Puxados principalmente pelo BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e por uma operação especial da Caixa Econômica Federal com a Petrobrás, no valor de R$ 2 bilhões, os bancos públicos ampliaram em junho a participação das instituições financeiras estatais na concessão de crédito. O estoque de financiamentos concedidos pelos bancos públicosatingiu42,3%detodasasoperações, ante 41,7% em maio. Essa participação dos bancos estatais é a maior desde março de 2001, quando chegou a 42,7%. Segundodadosdivulgadosontem pelo Banco Central (BC), os bancos privados nacionais tiveram redução na participação do total de crédito concedido: de 40,5%para 40,1%. Os bancos privados estrangeiros recuaram de

17,8% para 17,6%. De dezembro a maio passado, a participação dos bancos públicos vinha oscilando entre 41,5% e41,7% nototaldocréditoconcedido. O salto para 42,3%, em junho, foi incrementado com o desempenho do BNDES: o banco, que de abril para maio já havia ampliado em 2,7% a concessão de crédito, agora, em junho, aumentou os empréstimos em mais 3,1% – de R$ 303,5 bilhões, em maio, para R$ 312,8 bilhões no mês passado. Osnúmerosdaautoridademonetária mostram que o crédito livre (aquele que as instituições podem aplicar onde bem entendem), que tem um peso mais importante do setor privado, cresceu 1,8% em junho, na comparação com maio. Enquanto isso, o crédito direcionado, que é majoritariamente operado por bancos públicos, cresceu 2,4%. Petrobrás e Caixa. Para o che-

fe do Departamento Econômico

Financiamento para o consumidor recua 0,5% em junho Entre as empresas, clima é de otimismo com alta de 4,4% na concessão de empréstimos para bancar o aumento das vendas BRASÍLIA

Relatório do Banco Central divulgado ontem mostra que o mercado de crédito vive duas realidades. Entre as famílias, a concessão de novos empréstimos caiu 0,5% em junho, na segunda retração seguida, e o BC admite que há sinais de “acomodação” após meses de crescimento exuberante. A parada técnica é explicada porque pessoas físicas estariam perto do limite de seu endividamento. Entre as empresas, porém, o clima é de otimismo e a concessão de financiamentos cresceu 4,4%, com as firmas querendo bancar o aumento das vendas. Após meses de recordes seguidos, os empréstimos para pessoas físicas dão sinais de exaustão. Na média, as famílias brasileiras tomaram R$ 3,12 bilhões em novos empréstimos a cada dia do mês passado. Foram R$ 65,5 bilhões em junho. Nos dois casos, o valor foi 0,5% menor se comparado a maio. “É natural que haja uma acomodação desse segmento que cresceu muito nos últimos meses”, avalia o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. A retração dos empréstimos é um dos principais objetivos do Banco Central, que, atualmente, executa um processo de aperto monetário com o aumento do juro básico da economia, a taxa Selic. A intenção é redu● Estabilidade

ALTAMIR LOPES CHEFE DO DEPARTAMENTO ECONÔMICO DO BC

“O crédito para pessoa física cresce com taxa mais baixa, inferior à para empresas. Há sinais de alguma acomodação nas operações para as famílias... É natural que haja uma acomodação desse segmento que cresceu muito nos últimos meses.”

zir a demanda por crédito para diminuir o ritmo da economia e, assim, evitar que a inflação saia do controle. “A desaceleração dos empréstimos para as famílias é vista desde o fim de março, quando o mercado já se preparava para o início do aumento da taxa Selic. Nessas situações, os próprios bancos passam a ofertar menos crédito. Essa inflexão do mercado era uma questão de tempo”, diz o professor de finanças do Insper, Ricardo José de Almeida. O especialista aposta, porém, que os financiamentos para as famílias devem voltar a crescer até o fim do ano. Para ele, o aumento do emprego e da renda e a manutenção da confiança do consumidor devem respaldar a tomada de novos empréstimos, inclusive com um desempenho positivo no fim do ano. O vice-presidente de Finanças da Caixa Econômica Federal, Marcio Percival, acredita que o crédito para pessoa física vive um momento de acomodação ao nível de atividade menos intenso da economia brasileira. Empresas. Enquanto famílias moderam seu apetite, o crédito para empresas está acelerando. Após o período de estagnação visto desde o fim de 2008, com a crise financeira norte-americana, o segmento dá sinais de retomar a demanda por crédito para financiar suas atividades. “A expansão do consumo das famílias impactou positivamente as expectativas das empresas, que decidiram ampliar os investimentos e aumentaram a demanda por crédito, não somente do BNDES, mas também das linhas concedidas voluntariamente pelos bancos”, destaca relatório do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Entre as linhas mais procuradas pelas empresas, o financiamento para o capital de giro cresceu 5,6% e liderou entre os empréstimos para empresas. O relatório do Iedi também destaca que muitas empresas, especialmente do setor industrial, têm retomado gradualmente os planos de investimento para aumento da capacidade de produção. / F.N. e F.G.

(Depec) do Banco Central, Altamir Lopes, a retomada de espaço dos bancos públicos em junho é um movimento que não deve reverter a tendência de recuperação das instituições privadas nacionais. Fontes dos bancos públicos admitiram ontem ao Estado que o motor dessa recuperação dos bancos públicos em junho foram os empréstimos do BNDESparainvestimentosedaCaixa para habitação. Mas elas acreditam que os bancos privados vão retomar o mercado perdido durante a crise e a tendência é de aceleração, em ritmo acima dos bancos públicos, embora estes sigamofertando créditoporcausa da demanda. Além dos movimentos tradicionais de oferta de crédito, o aumento na participação dos bancos públicos nos financiamentos foi influenciado por uma nova operação de R$ 2 bilhões da Caixa para a Petrobrás. O BC não detalha as operações

6,6

7 6

35 3.500

5

3.119 30

3.000 2.500 JUN 2009

JAN 2010

JUN 2010

25 JUN 2009

27,7* JAN 2010

JUL 2010

3,6

4 3

JUN 2009

JAN 2010

JUN 2010

*Dado preliminar em 15 de julho FONTE: BANCO CENTRAL

INFOGRÁFICO/AE

individualmente, nem o banco e a estatal do petróleo comentam, mas esse crédito turbinou o saldo das instituições oficiais. No fim de 2008, em meio ao pior momento da crise, a Caixa concedeu cerca de R$ 2 bilhões para a Petrobrás. Na época, com ofechamentodocréditonoexterior, a estatal teve de buscar ajuda de emergência na Caixa para fechar o caixa. Odinheirofoidestinadoaoperações corriqueiras, como pagamento de impostos. De prazo longo,essaoperaçãoinflouoprazo médio dos empréstimos às empresas, que passou para 343 dias em junho, ante 228 dias em maio. O outro impulso para levar os bancos públicos à liderança foi dadopelo créditopara habitação da Caixa Econômica Federal.

Juro para pessoas físicas é o mais baixo desde 1994 ● Mesmo com o ciclo de aumen-

to da taxa básica da economia, a Selic, o juro cobrado pelos bancos das pessoas físicas caiu em junho para o menor nível da série iniciada em julho de 1994, quando foi criado o real. Na média, empréstimos tomados pelas famílias pagaram taxa de 40,4% ao ano. A redução do juro é explicada, segundo o Banco Central, pela migração de alguns clientes, que migraram dos empréstimos assumidos no cheque especial, onde os juros são

mais elevados, e foram atrás de opções mais baratas, como o crédito consignado. Na média, o juro caiu nas principais linhas às pessoas físicas. No crédito pessoal, por exemplo, a taxa recuou 1 ponto porcentual em um mês, para 42%. No crédito para a compra de veículos, a taxa cedeu para 23,6% ao ano. Em todos esses casos, o juro recuou porque houve redução da margem cobrada pelos bancos. Além da redução dos juros, houve aumento na demanda. No crédito pessoal, o total de empréstimos cresceu 1,6% ante maio e no financiamento de veículos o acréscimo foi de 3%. Enquanto isso, o estoque de crédito do cheque especial caiu 0,2%.

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De segunda a sexta no Estadão.

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BNDES e Caixa levam setor público a liderar no crédito

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