Dia a Dia Pedra Azul — Edição 61 — Maio 2011

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Dia a Dia Pedra Azul Digital Dia a Dia Pedra Azul Digital Jornal digital da Região de Montanhas do Estado do Espírito Santo

Maio 2011 Abril 2011 Maio 2011

Investimentos nas montanhas do Estado do Espírito Santo

Mercado de hospedagem já tem excesso de oferta — que vai crescer mais ainda Recentemente, tanto eu quanto diversos outros empreendedores do turismo de Pedra Azul, fomos solicitados a responder uma pesquisa de mercado realizada por uma consultoria de São Paulo. O objetivo do trabalho é levantar dados para verificar a viabilidade para a instalação de mais um hotel nas cercanias da vila. Resolvi fazer este artigo a partir das respostas que dei às perguntas do questionário.

Opinião de Álvaro Gustavo Aroso Empreendedor do ramo da hotelaria na região de Pedra Azul

Em relação ao mercado de turismo na região de Pedra Azul, acho que ele vem despontando como o ponto procurado das montanhas, mas só para os capixabas. Como, nacionalmente, o Espírito Santo é insignificante em termos de destino turístico, isso também se reflete aqui. Poucos hóspedes se deslocam de outros Estados para passar temporadas, ou só finais de semana, em nossos estabelecimentos.

Temos também problemas: ausência do Poder Público municipal, rodovia federal não-privatizada, ocupação imobiliária gerando prejuízos ambientais irreversíveis, crescimento desordenado das áreas urbanas, carência de mão de obra — mesmo aquela sem qualificação, atraída por bolsas as mais diversas, competição desigual de entidades que têm isenção de impostos e muito mais.

Na minha visão, falta incentivo do Governo capixaba para atrair visitantes de fora. Este trabalho beneficiaria tanto a iniciativa privada, que teria fluxos de caixa mais constantes e regulares, como o Poder Público, pois ampliaria a arrecadação de impostos. Nunca é por demais lembrar que o dinheiro gerado pelo turismo impacta diretamente quase 100 tipos de atividades econômicas tradicionais. A demanda atual da região de Pedra Azul é formada por 70% de turistas voltados ao lazer e 30% captada pelos muitos eventos que acontecem nas proximidades. Os primeiros vêm, em sua maioria, da Grande Vitória: a própria capital; os Municípios de Fundão e Serra, ao Norte; Viana e Cariacica, a Oeste; e Vila Velha e até mesmo Guarapari, ao Sul. Permanecem dois dias, apenas finais de semana. www.pedraazul.jor.br

Apesar de todas as dificuldades, temos muitos pontos positivos para oferecer tanto aos capixabas quanto aqueles de fora: um ar puro de qualidade inigualável, a beleza da Mata Atlântica preservada, acervo crescente de fauna silvestre, hotéis e pousadas com atendimento que se aprimora dia a dia, culinária diversificada e que já merece respeito inclusive internacional, facilidade para o deslocamento...

Se, até alguns anos atrás, as belezas do entorno da região de Pedra Azul atraíam investimentos que podiam ser feitos sem qualquer planejamento prévio, esta é uma situação que já passou. Preocupa muito ver ocupação desordenada do solo, expansão urbana sem controle público, crescimento da oferta de hospedagem e situações semelhantes que podem levar à bancarrota o esforço dos pioneiros

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Quando estão por aqui, fazem passeios em busca de contato com a natureza, buscam novidades em gastronomia e adquirem produtos do agroturismo, em Pedra Azul e adjacências e, principalmente, na cidade de Venda Nova do Imigrante. Os poucos do chamado turismo de negócios são empregados de grandes empresas, que usam nossos empreendimentos para a realização de cursos, treinamentos etc.

Preocupa bastante ver empresários ampliando negócios sem estudo técnico. Não é nossa opção neste momento. Focamos em recuperar nosso investimento e manter o padrão de qualidade que desfrutamos. Queremos cada vez fazer mais com o que já temos. Acredito que já há um excesso de oferta em termos de unidades de hospedagem. A ocupação média está caindo e o valor das diárias também. Hoje, qualquer pessoa pode chegar num sábado ou início de feriado prolongado sem ter feito reserva e conseguir se hospedar. Um ou outro pode não ter vaga, mas é só andar um pouco mais que vai encontrar. Durante os chamados dias úteis o vazio é quase total. Isso é retratado pelos percentuais de ocupação média anual. Tomando apenas finais de semana: 60%; todos os dias: 20%. Ano IX — Número 61


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Maio 2011 Obrigado pela matéria de capa da edição 60, sobre o nosso passeio “Luzes da Cidade”. Temos que acreditar em nosso Estado, que sabemos sder maravilhoso. Abraços a todos. Paulo Renato Fonseca Júnior Fomatur Turismo Receptivo Parabéns pelo espírito público dessa missão de divulgação das potencialidades turísticas da nossa capital e do nosso Estado. Damos parabéns ao jornal por contas com o quilate do Bruno Menezes, profissional extremamente qualificado. Quando fizerem alguma matéria sobre Victor Hugo, vizinho de Pedra Azul, basta falar comigo, pois sou frequentador assíduo daquele paraíso. Hugo José Amboss Merçon de Lima Diretor de Infraestrutura e Operações da Companhia Docas do Espírito Santo — CodesA

A Casa da Cultura de Venda Nova do Imigrante está oferecendo novos cursos de bijuteria e ponto cruz. O primeiro começa dia 16 deste mês; o outro, dia 30. Interessados podem ligar para o DDD 28 e fixo 3546-1425.

Nossa proposta de trabalho

Espaço democrático, aberto a todos, desde que com responsabilidade O informativo Pedra Azul Digital está disponível para a colaboração de todos aqueles que se interessam pela divulgação do turismo local, estadual, nacional e internacional. Seu espaço também pode ser usado para a inserção de matérias diversas, desde que tratem de temas construtivos, enaltecendo coisas de qualidade e valores positivos.

aproveitados se respeitarem o conjunto de normas que estão relacionadas a seguir. 1 Este conjunto de Normas não é estático, evoluindo de acordo com a realidade do dia a dia do informativo, tendo como objetivo preservar a qualidade do conteúdo do mesmo.

2 As colaborações podem se dar por meio de De toda forma, ideias, textos e imagens enviados aos conceitos ou opiniões responsáveis pelas edições, expressas em artigos assinados tanto em forma física — por podem não corresponder os intermédio de cartas, por pensamentos dos responsáveis exemplo — quanto digital, pela produção desta através de e-mails. publicação. Nestes casos, os conteúdos dos mesmos 3 O aproveitamento do serão de responsabilidade que for recebido se sujeita aos exclusiva dos seus autores, que limites aqui estabelecidos, responderão por seus efeitos sendo que a publicação em todas as instâncias em que dos mesmos não gera forem acionados. compromisso por parte dos administradores. De antemão, fica garantido o direito de resposta em espaço 4 Material sem igual e na mesma posição, identificação clara do emissor em edições seguintes, àqueles — como nome completo, que se sentirem atingidos por atividade que desenvolve, qualquer texto aqui publicado. local onde reside, DDD, Colaborações, comentários e telefone fixo, telefone celular outras formas de contribuição e endereço de e-mail — será ao veículo só serão descartado. www.pedraazul.jor.br

6 Textos cujos conteúdos tragam palavrões, xingamentos e expressões de baixo calão, ou termos que ofendam a dignidade ou a moral das pessoas, serão desconsiderados. 7 O editor responsável vai revisar os textos antes da publicação, mesmo os artigos assinados, fazendo as correções de estilo e gramaticais que achar necessárias. 8 Fica estabelecido desde já que qualquer colaboração incluída na publicação se dá em forma expontânea, pois não há remuneração quando da publicação das mesmas. 9 Matérias, notas ou fotos que excederem os espaços de colunas assinadas poderão ser aproveitadas em outros pontos das edições, com identificação dos seus respectivos autores. 10 Espaços disponíveis em colunas assinadas poderão ser ocupados com matérias, notas ou fotos de autoria de terceiros, para completar a composição das páginas. 2

Diretor Álvaro Gustavo Aroso DDD 27 — Cel 9972-9980 Editor João Zuccaratto DDD 27 — Cel 8112-6920 ••• Redação Caixa Postal 48 Rod BR 262 km 90 Pedra Azul — Distrito de Aracê 29278-000 — Domingos Martins — ES redacao@pedraazul.jor.br Conselho Editorial Alcenir Rocha Empresária — Avitures Turismo Arione Stanislau dos Passos Notário de Registro Civil Carlos Babão Designer gráfico Jorge Uliana Comercial — Villágio d’Itália Jovan Augusto Demoner Especialista em Marketing Marco Grillo Protético e vereador em Venda Nova do Imigrante Maria da Conceição de Pinho Uliana Web designer — www.pedraazuldoarace.com.br Marielza Passos Professora, bacharel em Direito e escrevente em Pedra Azul Sidney Piltz Gerente geral Novotel Vitória Valdeir Nunes dos Santos Empresário — Parque do China Valdir Antônio Uliana Subsecretário de Logística do Estado do Espírito Santo Weber Rocha Empresário — Avitures Turismo Este veículo tem o apoio da

Seccional Estado Espírito Santo Associação Brasileira de Jornalistas Especializados em Turismo —Abrajet-ES R Amélia T Nasser 552/304 Jardim da Penha 20-60-110 — Vitória — ES abrajet.es@gmail.com

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Pedra Azul exportando qualidade para o mundo

Apiário Fiorin recebe visita de importadores chineses e pode mandar produtos para a Ásia

Se tudo correr bem, o Apiário Florin, um dos empreendimentos de qualidade que enriquecem a oferta turística da Região de Pedra Azul e adjacências, vai exportar seus produtos para a China. Isto será resultado da visita técnica que o estabelecimento localizado na rodovia que liga a BR 262 a Afonso Cláudio recebeu em meados de abril passado, com a presença do executivo Thiago Lins, representante da Westlong International, uma empresa chinesa interessada em comprar mel, cera, própolis e cosméticos, para atender parte da população daquele país da Ásia de alto poder aquisitivo. Thiago Lins revelou que o mel produzido nas montanhas do Estado do Espírito Santo está ganhando cada vez mais conceito entre os conhecedores como produto de excelência, devido à boa qualidade das águas e da diversidade das espécies vegetais da cobertura de Mata Atlântica ainda preservada. Depois de conhecerem a criação das abelhas — que estavam em plena atividade de produção — foram debatidos os possíveis volumes de compras, os prazos em que elas aconteceriam, os preços a serem praticados e todo o processo de legalização necessário quando se faz venda de alimentos para o exterior. Arno Weringa, proprietário do Apiário Fiorin, também fez uma ampla explicação sobre a organização do Setor de Apicultura no Espírito Santo — que trabalha dentro do que se convenciou chamar de Rede Apes —, sendo ouvido com atenção pelos visitantes. Nos próximos dois meses, serão realizados mais encontros com o objetivo de se estabelecer a forma como os negócios serão desenvolvidos. Tudo isto teve o apoio do Sebrae-ES, pois o Apiário participa do Projeto de Internacionalização para Micro e Pequenas Empresas daquela entidade e recebe apoio para a ampliação de seus mercados.

A visita foi encerrada na loja de agroturismo do Apiário Fiorin, quando os importadores puderam conhecer a qualidade final dos produtos e, depois, posaram para uma foto especial com o mascote do empreendimento

Nas fotos acima, momentos que marcaram a visita dos possíveis importadores chineses às área de produção do Apiário Fiorin, quando todos puderam acompanhar, com segurança, as abelhas em pleno atividade

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Memória de Pedra Azul

Portugueses de Pedreiras Texto de Valdir Antônio Uliana Subsecretário de Logística do Estado do Espírito Santo e pesquisador da história da região de Pedra Azul e adjacências

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Os primeiros imigrantes a chegaram à região de Pedra Azul do Aracê foram colonos alemães. Eles chegaram a partir de São Rafael, subindo o Braço Norte do Rio Jucu. Mas praticamente só tomaram posse de alguns terrenos. Logo, venderam seus direitos para aqueles que, realmente, desbravaram as matas: os italianos. Estes, se deslocaram a partir de Alfredo Chaves, por trilhas que cortavam São Bento de Urânia e São Floriano. Isso tudo lá pelo final do século XIX, a partir do ano de 1880. Mas outros europeus também apareceram por aqui. Os portugueses, por exemplo. Só que chegaram quase um século depois. Não como imigrantes, mas por outras razões, quiçá por acaso. O primeiro foi um “doutor” muito diferente. Era um brincalhão, mas chegou de forma discreta. Acabou tornando-se um dos mais importantes desenvolvimentistas da região. E por que não afirmar: um dos que mais amou essa “nova terrinha”. Até sua chegada, aqui, “doutor” era sinônimo de médico — e algo muito raro, mesmo naquela época, os anos 50 do século passado. Júlio Pinho mudou este conceito. O relato que se segue foi passado a mim pelo Vante Módolo, pouco antes do seu falecimento. Vante ainda não era dentista e trabalhava na Fazenda do Estado. O doutor Mendes da Fonseca, primeiro agrônomo destacado para cuidar daquele patrimônio público, estava para ser substituído por um novo agrônomo. Era alguém vindo de Portugal, de nome Júlio. Vante estava trabalhando perto da casa que funcionava como sede da fazenda. O imóvel havia pertencido à família Brambila e tinha sido adquirido junto com toda a propriedade pelo Governo. Envolto em seus afazeres, Vante viu se aproximar, a pé, um moço franzino, carregando uma malinha de papelão, já se desfazendo de tão velha. Imaginando de quem se tratava — todos sabiam da iminente chegada do novo chefe —, saudou o visitante, chamando-o pelo nome: “Doutor Júlio!” Ao que recebeu como resposta: “Scarambas! Já sou conhecido por estas bandas. Ora, pois, pois.” Estavam ali as expressões “scarambas” e “ora, pois, pois” que o Doutor Júlio introduziu no linguajar regional e usou por todo o seu tempo dedicado a Pedra Azul. A viagem do Rio de Janeiro até a estação de Marechal Floriano fora feita de trem. Olímpio Bassani lhe deu uma carona num trator de Marechal até Corte Grande e de lá ele veio andando até a Fazenda do Estado, um bom estirão. Meu primeiro contato com ele se deu na venda de meu pai, ponto de parada para todos que passavam pelas redondezas. Recordo de um jipe Candango estacionando em frente e de um homem que falava diferente ao conversar com papai ou o nono Hermínio. Aliás, como gostava de conversar aquele homem. Continua nas páginas seguintes

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A partir da esquerda, Delfim Lemos de Pinho — o Delfim Gordo —, Antônio Monteiro, Álvaro Aroso e Nascimento Leal Reis, jogando sueca, lá pelos idos dos anos 60 do século passado

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Memória de Pedra Azul

Portugueses de Pedreiras Eu mal compreendia o que ele falava. Já meu nono gostava muito de conversar com o doutor, que dizia ser ele um homem muito inteligente e esclarecido. A venda se tornou o local em que Doutor Júlio ia sempre, tomar uma dose, traçar um tira-gosto e conversar. Não raras vezes, se fazia acompanhar de outro português, também baixote, mas gordo, que chamava a atenção pela forma como bebia rapidamente algumas garrafas de cerveja. Aquilo, para nós, era estranho. Na venda, praticamente, só se bebia cachaça, vinho Casal de Velhos e Jurubeba.

Quando entrava algum dinheiro na propriedade, o Álvaro acertava com papai a conta dos vales. Com isso, pode tocar sua propriedade e papai adquiriu uma clientela cativa. O sistema se expandiu para outras propriedades, que também passaram utilizar vales aceitos na venda. Durante alguns anos, os empregados vinham, a pé, para a venda. Depois da compra, esperavam o Álvaro passar com sua pick up, vindo de Vitória, para levá-los para casa. As estradas não eram asfaltadas e a chegada do Álvaro podia ocorrer no início da noite ou de madrugada.

Acho até que o papai passou a ter cerveja somente para servir a esses portugueses. Como não havia geladeira, era consumida ao natural. Ou seja: quente. O outro português, chamado de Delfim Gordo, chegava e ia logo pedindo uma cerveja, bebida praticamente de forma contínua. Em seguida, no mesmo ritmo, mais uma ou duas. Ele falava menos que o Doutor Júlio. Em ocasiões mais raras ainda, aparecida outro: Delfim Magro. Como os dois tinham o mesmo nome, eram diferenciados pelos apelidos. Não vai aí nenhuma referência à dupla famosa de Hollywood.

Enquanto esperavam, se divertiam tomando cachaça, comendo sardinha em lata com farinha, linguiça flambada no álcool ou manjuba crua. Para evitar maiores despesas com doses e mais doses, incluíam na compra meia garrafa de pinga e todos iam bebendo. O encarregado Geraldo era tão fiel ao Álvaro que incorporou o sotaque português e as expressões do patrão. Tinha domínio completo da turma. Cuidava para que não houvesse excessos na bebida. Ele mesmo não bebia. Era o último a fazer as compras, depois que todos já tivessem sido atendidos.

Cinema era coisa completamente desconhecida na região. Era mesmo referencia ao porte físico de cada um: um bem gordo e outro muito magro. Claro que nós, meninos, logo adotamos os apelidos de “Delfim Gordo” ou “Delfim Magro” para sacanear algum colega mais gordinho ou mais magrinho. Em casa, quando queríamos deixar o Sérgio bravo, era só chamálo de Delfim Gordo, ou ao Elizeu, de Delfim Magro. Isso gerava broncas de nossos pais, que não gostavam das referências. Foi por essa época que conhecemos também o Agostinho Português.

Tempos depois, papai comprou a primeira caminhonete e passou a levar compras e empregados em casa. Ensinou a gente a dirigir e esse serviço passou a ser meu e do Zé Carlos. Como era o maior prazer conduzir o carro, fazíamos revezamento: um levava e outro trazia. O tempo passou, o asfalto chegou, os negócios prosperaram, a região mudou. Doutor Júlio foi reduzindo suas passadas pela venda, pois começou sua atividade de dono de restaurante, em sociedade com seu irmão — Delfim Magro —, que passou a ser chamado de “Seu Oliveira”.

Esse logo nos chamou a atenção pelo tamanho. Baixinho e forte, com o sotaque mais carregado que os outros. Aliás, esse eu vi pela primeira vez quando fui ao Corte Grande buscar tomates em uma roça que ele cuidava e de onde colhia os frutos para vender. Esses portugueses fizeram uma amizade muito grande com o Olímpio e o João Bassani. Era muito comum todos se reunirem na venda. Sempre aparecia também o Antônio Poli. Eram companheiros de viagem para Vitória, para onde levavam produtos para vender no Mercado da Vila Rubim.

Delfim Gordo, que também perdeu o apelido, montou um posto de gasolina em sociedade com o Álvaro, no loteamento que estava surgindo em Pedra Azul. Este último comprou outra propriedade, desta vez dos Módolo, mais perto da vila. O sistema de vale desapareceu, substituído pelo dinheiro. Com a abertura do comércio na Pedra Azul, as compras dos empregados das fazendas deixaram de ser feitas em um único dia da semana, e apenas na nossa venda. O que sobrou foi a saudade de um tempo em que tudo parecia mais fácil.

Acho que essa amizade fez o João passar a gostar de beber cerveja. Durante muito tempo, nos impressionava a quantidade de cerveja que o João conseguia beber aos domingos, enquanto jogava baralho com os amigos. Acho que, depois que chegou a geladeira, o João desgostou da cerveja, pois hoje não bebe mais nada. Algum tempo depois, o Delfim apareceu na venda com outro português: Álvaro Aroso. Ele acabara de chegar de Portugal e havia comprado uma terra do Olímpio Bassani. O local havia sido destruído por um incêndio, o que dava até certo medo.

Mas a chegada desses portugueses mudou completamente a região. Quando Doutor Júlio veio de Portugal para o Brasil, atendeu a um chamado do cunhado, Delfim Gordo. Formado em Agronomia pela Universidade de Lisboa, esteve como soldado nas lutas contra a independência das colônias portuguesas na África. Veio para o Brasil tentar a vida na profissão. Conseguiu uma vaga no Ministério da Agricultura e, dentre as opções que lhe ofereceram, escolheu, sem conhecer, mas por ser mais perto do Rio de Janeiro, a região de Pedra Azul, para onde veio para substituir o agrônomo Mendes da Fonseca.

O Álvaro a comprou assim mesmo e iniciou uma plantação de batatas. Pelo que soubemos na época, o Álvaro havia saído de Portugal por discordar do Governo do ditador Elizeu Salazar, sendo chamado pelo Doutor Júlio para vir para o Brasil. Ele lançou um livro de memórias há pouco e lá vemos que não foi nada disso. Deixou Portugal e uma vida até boa porque trabalhava para o pai e não via a cor do salário. Queria por fim àquela dependência. Logo que chegou, conseguiu um empréstimo para a compra e deu início à exploração da propriedade.

Com o falecimento deste último, Doutor Júlio apoiou que a Fazenda do Estado fizesse em seu nome uma homenagem ao grande pioneiro. E, aqui, tornou-se o principal artífice da mudança cultural que deixou para trás a agricultura de subsistência e enveredou para novas variedades, como batata, tomate, legumes e verduras, melhorando significativamente a renda dos moradores da região. Com a abertura do Restaurante Lusitânia e, logo depois, a Pousada dos Pinhos, abriu novas fronteiras de investimento regional, agora no foco do turismo.

A atividade começou a florescer e o Álvaro empregou diversas pessoas para tocar o negócio. Com o dinheiro curto, só podia pagar salários quando vendia as colheitas. Como a turma precisava se abastecer, ajustou com papai um sistema que resolvia o problema: dava um vale semanal a cada trabalhador, que era aceito como dinheiro na venda. Uma vez por semana, depois do expediente, eles vinham fazer as compras. O encarregado Geraldinho emitia os vales, de acordo com o crédito de cada um. E o papelucho era trocado por mercadorias

Delfim veio para o Brasil com cinco anos. O pai dele buscava novas oportunidades. Homem feito, comerciante no Rio de Janeiro, devido a problemas de saúde de sua esposa, Maria, teve que procurar ares de montanha. Acabou em Pedra Azul. Tornou-se encarregado de diversas propriedades, foi pioneiro no plantio de florestas de pinho e eucalipto e se tornou próspero comerciante. Foi quem mandou carta de chamada para os outros: Oliveira, Júlio, Álvaro e Agostinho. Cada um deles, a seu modo, contribuiu para o desenvolvimento que se vê hoje por aqui.

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Nesta área em frente àquela lojinha foi que os portugueses Álvaro Manuel da Silva Aroso e Delfim Lemos de Pinho — o Delfim Gordo — ergueram o posto de combustíveis, que, no início, operava sob a bandeira da Atlantic e atualmente faz parte da rede Ipiranga. Logo depois, Delfim deixou a sociedade e Álvaro continuou sozinho. Hoje, quem cuida do empreendimento é a filha dele, Áurea. Aquele pequeno estabelecimento lá atrás — onde na parede se lê “ADUBOS” — é que deu origem à atual Loja Transverde Álvaro continua sendo próspero agricultor. A ele se deve a introdução do plantio, em larga escala, do morango na região. Empreendedor em série, montou o Posto dos Morangos, a Transportadora Transverde — hoje, a maior loja da Vila de Pedra Azul —, a Estalagem Petra e o magnífico Aroso Paço Hotel. É um eterno otimista e não vou ficar surpreso se ainda criar alguma coisa, apesar de já ter idade para se dar ao luxo de curtir a aposentadoria que muito merece. Mas, pelo que me contam, não para de sonhar e continua querendo empreender.

Seu Monteiro era culto e cultivava a amizade de pessoas influentes da sociedade capixaba. Fazia propaganda de Pedreiras para eles e os trazia para conhecer e amar este pedaço do paraíso. Teve papel importante no fortalecimento e apoio institucional para nosso desenvolvimento. Foi fundador e membro ativo da SAP, a Sociedade dos Amigos de Pedreiras, que ajudou a dirigir. Conheci o senhor Monteiro quando casei com uma sobrinha do Delfim Gordo. Isso me deu passaporte para frequentar as casas portuguesas da região. Ao mesmo tempo em que ganhei uma esposa espetacular, fui apresentado às maravilhosas e deliciosas comidas portuguesas, a bons vinhos e boas piadas, de portugueses e — acreditem se quiserem! — de brasileiros. Antônio Monteiro faleceu já há alguns anos. Sua esposa e a filha mudaram-se definitivamente para o sítio da família, em Pedra Azul. Todos que tiverem a oportunidade de conviverem com ele são testemunhas da herança que deixou, traduzida nas bases que estão permitindo o desenvolvimento desta nossa tão querida terrinha.

Oliveira, o Magro casou com a Ana Canal, filha de italianos, com a qual teve de fugir para resolver a resistência da família da moça. Ele era casado em Portugal. Mas isso é outra história, para ser contada em outra oportunidade. Junto com o irmão Júlio, montou e consolidou o Restaurante Lusitânia, o primeiro grande empreendimento turístico da região. A Ana continua à frente do negócio. Apesar de “italiana”, tornou-se uma autêntica “portuguesa”. Ela deu seu toque pessoal às receitas lusas dos pratos que são servidos todos os dias no Lusitânia.

Ao Doutor Júlio, um último agradecimento: obrigado pelo incentivo de escrever sobre a região. Ele pediu a cada família que registrasse sua história. Fiz a dos Uliana. Divertimos-nos muito na revisão para o livro que estava produzindo, com o causo da lua de mel de minha avó. Não conseguiu editar a obra em vida. Por sinal, os manuscritos foram organizados pelo Monteiro. Sua filha, Isabela, conseguiu a publicação. Conheço o trabalho, prazeroso, e lamento não ter um exemplar. Foi o que me despertou para recuperar os “causos” e as coisas de Pedreiras.

O Augustinho é a maior referência na construção de lareiras e fornos em nossa região. Especializou-se nesta atividade e, recentemente, foi homenageado com uma matéria no informativo Dia a Dia Pedra Azul, que chamou atenção justamente para esta sua especialidade. Ao lado da esposa Ana, mantém também um maravilhoso viveiro de plantas e flores, na frente da casa em que vivem, na Vila de Pedra Azul. Soube que anda doente e torço daqui por melhoras, pois ele ainda tem muito que contribuir com sua larga experiência de vida por estas bandas.

Apenas um último comentário: quem tiver o livro do Doutor Júlio, vai estranhar que falta a narrativa da lua de mel da minha avó, apesar dela ser citada no texto. É que o Doutor Júlio, antes de falecer, havia me solicitado autorização para transcrever na íntegra o meu relato. Entreguei o texto digitado antes de sua morte mas, como o senhor Antônio Monteiro desconhecia esse pormenor, não foi juntado e essa parte foi omitida. Publiquei este relato em uma das edições deste informativo. Não lembro agora qual delas, mas não é difícil descobrir.

Apesar de não possuir residência fixa em Pedreiras, outro português teve importante papel nestas bandas. Trata-se de Antônio Monteiro, que era o representante no Espírito Santo das famosas tintas Sherwin-Williams. Morava em Vitória e, de tanto visitar os patrícios, acabou proprietário de um sítio, em que, junto com a esposa, dona Gracinda, e a filha Fátima, passava todos os finais de semana. Não raramente, ficavam por aqui boas temporadas. Muito raro era ver por lá o filho do casal, Pape, que sempre gostou mais da vida urbana de Vitória.

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Sociedade nas montanhas

Colaboração de Mazinho Schwambach Domingos Martins — ES

Zurliman Amaro — que todos conheceu apenas por Zu —, filha do prefeito do Município de Santa Teresa, Gilson Amaro, e Belinda Lopes, que recebeu amigos para comemorar sua aniversário com merecida festa no Cerimonial Le Rosé, localizado no bairro de Santa Lúcia, em Vitória. À iluminada e querida Belinda, nosso eterno carinho O anfitrião da Festa das Mulheres, Cláudio Zardini, e as homenageadas Etiene Venturote, diretora da revista Atual, e Ângela Sias, prefeita do Município de Viana

O empresário Francisco Sias e sua esposa, Silvana Mayer, ambos, presenças confirmas na Feijoada nas Montanhas, que realizaremos em breve em Domingos Martins

Nossas condolências e solidariedade à família de Rosemery Gerhardt Bortulini Grecco, responsável pelo Detran de Pedra Azul e covardemente assassinada recentemente. O ex-prefeito de Marechal Floriano, Elias Kiefer, e sua esposa, Valdeti Riz Kiefer, com a filha do casal, Priscilla, e o noivo desta última, Renato Medeiros Rica, prestigiando os eventos sociais de Domingos Martins www.pedraazul.jor.br

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Uma coista muito importante para a nossa região saiu publicada no jornal A Tribuna, no último dia 24 de abril. Trata-se de uma entrevista com o doutor Eliezer Batista, em que ele, depois de abordar diversos temas de economia, fala um pouco do Centro de Pesquisas Florestais em que transformou o bosque ao redor da sua residência em Pedra Azul. As duas páginas do material que foi publicado estão reproduzidas acima

A edição do último dia 26 de abril do jornal A Gazeta trouxe o artigo de opinião “O turismo capixaba”, de autoria de Nerleo Caus, vice-presidente da ABIH-ES. O teor do texto retrata de forma crítica e esclarecedora o atual momento que passa o turismo do nosso Estado e a sua oportunidade de transformação.

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Mostrando muita qualidade o jornal O Estadão, que circula no Norte do Estado do Espírito Santo 9

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Município de Domingos Martins

Coleta de lixo em Aracê e Paraju é reforçada por mais dois caminhões compactadores

A Praça Domingos José Martins, também conhecida como Praça da Biquinha, foi entregue reformada à população da Sede de Domingos Martins em solenidade contou com a presença da presidente da Câmara dos Deputados em exercício, Rose de Freitas. Primeira mulher a ocupar o cargo desde a fundação da Câmara, há 183 anos, Rose de Freitas também entregou ao Município sete ônibus do Programa Caminhos da Escola, um caminhão coletor e compactador de lixo, duas retroescavadeiras e um trator agrícola. O evento também foi marcado pela entrega de oito carros utilitários adquiridos com recursos próprios municipais. Os veículos, que totalizam mais de R$ 230 mil de investimento, atenderão às secretarias de Finanças, Cultura e Turismo, Obras e Serviços Urbanos, Interior e Transportes e Desenvolvimento Rural. Dois caminhões coletores e compactadores de lixo também foram entregues, adquiridos em parceria com o Instituto Jones dos Santos Neves. Eles atenderão os distritos de Aracê e Paraju.

A Prefeitura entregou ainda um ônibus para uso exclusivo dos grupos da Terceira Idade. O veículo, equipado com bancos semirreclináveis, cintos de segurança e cortinas, é um de R$ 260 mil. A solenidade contou com a presença de autoridades locais e estaduais. “Essa parceria tem como resultado o desenvolvimento do nosso Município, principalmente do interior. Estamos entregando veículos e máquinas que vão beneficiar centenas de alunos, homens do campo, além da nossa Terceira Idade — declarou o prefeito Wanzete Kruger. A deputada estadual Luzia Toledo falou da dedicação de Rose a Domingos Martins. “Não é à toa que Rose é madrinha deste Município. Basta ver a quantidade de equipamentos entregues” — afirmou. O secretário de Estado do Turismo, Alexandre Passos, destacou a importância de Domingos Martins como destino indutor. “Juntamente com a capital do Estado, é um dos focos do turismo capixaba. Estamos na formalização e na busca de projetos para a construção do Centro de Convenções das Montanhas” — explicou. O presidente da Câmara de Vereadores, Eduardo José Ramos, destacou a conquista de Rose ao chegar à Presidência da Câmara Federal. “A Rose é motivo de orgulho para todos nós.” Esta, ao discursar, declarou enfaticamente: “Não poderia deixar de cumprir minhas obrigações. Considero Domingos Martins minha cidade e, por isso, trabalho para trazer tudo isso. Parabenizo o prefeito na busca pelo desenvolvimento do Município. Preciso dizer que dedico meu trabalho, meu companheirismo e meu amor a esta cidade.”

Rose de Freitas recebe homenagem da Terceira Idade Acompanhada da mãe, Dona Maria de Lurdes, de 87 anos, a deputada federal Rose de Freitas foi homenageada pelos grupos da Terceira Idade Alegria de Viver e Esperança. Ela recebeu um buquê de flores e uma cesta com produtos típicos da região. Emocionada, retribuiu a homenagem de forma simbólica: Rose de Freitas entregou uma flor à mãe. www.pedraazul.jor.br

Os caminhões coletores de lixo vão atender as comunidades de Aracê e Paraju

Aracê pode ganhar um outro caminhão de lixo Se depender do vereador Wellington Bleidorn — mais conhecido como Alemão Bleidorn —, a comunidade do Distrito de Aracê vai ganhar mais um caminhão coletor de lixo. É que ele apresentou indicação sugerindo à Prefeitura de Domingos Martins que disponibilize mais uma unidade para atender às demandas das localidades mais do interior do Distrito. De acordo com o parlamentar, esta iniciativa está de acordo com as reivindicações da população, principalmente as comunidades rurais, que também produzem grande quantidade de resíduos. Ele enfatiza que, “por se tratar de uma região turística, existe um grande número de pousadas, hotéis e restaurantes no local. O coletor é fundamental para manter a limpeza e propiciar um ambiente mais saudável para os turistas que nos visitam.” Agora, é esperar que o prefeito atenda este pedido. A região de Pedra Azul só tem a ganhar com este tipo de iniciativa. Outra importante iniciativa do vereador Wellington Bleidorn foi pedir ao secretário de Estado da Agricultura, Ênio Bergoli da Costa, uma vistoria no asfalto que liga a comunidade de Pedra Azul à Rota do Lagarto. O trabalho ali realizado dentro do programa Caminhos do Campo nem havia sido concluído e já apresentava problemas. Isso, num curto período, resultaria na total perda da cobertura asfáltica do referido trecho. O secretário informou que iria tomar as providências necessárias no sentido de notificar a empresa responsável pela obra para refazer o recapeamento onde fosse necessário. Enfatizou que o Estado só iria efetuar o pagamento dos serviços após a conclusão das obras, que já foram iniciadas e estão em andamento.

Comunidade do Vivendas de Pedra Azul faz festa em louvor ao padroeiro Santo Expedito A comunidade de Santo Expedito, sediada no condomínio Vivendas de Pedra Azul, realizou festa em louvor a Santo Expedito, domingo, 1º de maio. O evento aconteceu na ára onde ser construída a igreja em louvor àquele que é o padroeiro daquela região. Tudo começou às nove da manhã, com uma procissão, seguida de missa proferida pelo padre João. Ao meio dia, almoço comunitário, e, logo em seguida, festejos com sorteio de TV de 21 polegadas e bicicleta. Havia muitas barracas vendendo produtos do agroturismo da região. A organização e a divulgação contou com o trabalho voluntário de Marcos Rodrigues, gerente de Vendas da Pousada dos Pinhos. 10

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Associação Turística e Montanhas Convention vendem montanhas em evento profissional A Associação Turística de Pedra Azul, ATPA, e o Montanhas Capixabas Convention & Visitors Bureau marcaram presença na Brazilian International Tourism Exchange, mais conhecida como Brite, uma feira de produtos de turismo criada em 1999 e voltada à venda de pacotes dos mercados do interior do País. Nela, ficam de fora os grandes centros, como os Estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e da Bahia. A edição 2011 aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 15 a 17 de abril passado.

A delegação capixaba ocupou um estande institucional e um dos boxes do setor destinado à rodada de negócios, ambos os espaços disponibilizados pela Secretaria de Turismo do Estado. Estavam presentes também representantes dos Municípios de Venda Nova do Imigrante, Castelo, Marechal Floriano, Vargem Alta, Conceição do Castelo e Domingos Martins, além de membros da empresa Conexão Radical. Todos tinham como objetivo principal vender a Região de Montanhas, principalmente fazendo visitas aos outros estandes.

Estiveram presentes cerca de 500 convidados, operadores de turismo, executivos do mercado coorporativo e de congressos dos cinco continentes, jornalistas, investidores e empreendedores internacionais. O evento teve ainda um Fórum de Capacitação Profissional e uma rodada de negócios com operadores e compradores internacionais interessados em investir no setor. Muitos se cadastraram para cumprir agendas de visitas em diversos destinos que se fizerem presentes, logo após o término da feira.

Segundo os que integraram a delegação capixaba, a experiência foi válida, pois grande parte dos que ali estavam nunca haviam ouvido falar de Pedra Azul, por exemplo, demonstrando conhecimento apenas da região litorânea. O publico ficou encantado ao saber que existe uma região com clima europeu tão próximo a capital do Estado do Espírito Santo. Trata-se de um grande mercado a ser explorado e que deve merecer mais ações de marketing com este objetivo nas próximas edições desta importante feira nacional.

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Aeroporto de Vitória

Sociedade capixaba

Boas notícias para o Aaeroporto de Vitória. O ministro Fernando Pimentel, no evento do Ibef-ES, disse ter encontrado o caminho para a retomada das obras do Eurico Salles. Segundo ele, depois de uma boa ideia do senador Ricardo Ferraço e do governador Renato Casagrande, ao chegar a Brasília, vai discutir com a presidente Dilma a questão. De acordo com o ministro, ela precisa, merece e vai ter fim. Que o “espírito santo” dele esteja iluminado e dê sorte ao nosso Espírito Santo.

Colaboração em textos e fotos de Bruno de Menezes Vitória — ES

Posse no Ibef-ES Dia 27 de abril, “ibefeanos”, políticos, autoridades, imprensa e grandes empresários locais estiveram reunidos no Le Buffet para prestigiar a posse do novo presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo, o Ibef-ES, Sérgio Sotelino. A cerimônia começou com um discurso breve e objetivo de Geraldo Carneiro, que fez a passagem do cargo e, no fim, ofereceu uma bela homenagem à sua esposa, Lili Carneiro. Logo a seguir, Sotelino assumiu a oratória, prometendo empenho e agradecendo a brilhante participação do amigo e presidente anterior. O evento seguiu com o discurso do governador Renato Casagrande, que enfatizou a importância da entidade para o Estado e, aproveitando a presença do ministro Fernando Pimentel, solicitou empenho do Governo Federal para as obras do aeroporto. O ministro prometeu se empenhar no pedido do governador. O evento teve andamento com um debate e entrega de um estojo de pios, feito em Cachoeiro de Itapemirim, como presente do Ibef-ES ao ministro.

O presidente empossado do Ibef-ES, Sérgio Sotelino, ministro Fernando Pimentel, governador Renato Casagrande e o ex-presidente da entidade, Geraldo Carneiro

O megaempresário Otto Andrade curtindo um fim de domingo de sol maravilhoso na varanda do restaurante do Iate Clube, junto da esposa, Adriana Almeida, e da neta, Thaila, a tiracolo. O comentário de todos girou em torno dos belos olhos azuis turquesa da pequena, que mais parecem o mar do Caribe. Como já disse anteriormente nesta coluna, ser líder e vencedor é comum. A genialidade está em ser líder, vencedor e humilde. Por isso, acho que Otto é um dos grandes gênios de nosso Estado. Otto, parabéns pela linda família! www.pedraazul.jor.br

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A bela noiva Liliane Calixto, agora Moura, especialmente fotografada pelo autor desta coluna. O noivo, Flávio Moura, ficou com os olhos brilhando ao ver o vestido da eleita, no dia da cerimônia, em Vitória, dia 9 de abril passado

Quem comemorou um ano de idade foi o afilhado do nosso amigo Álvaro Gustavo Aroso, Peterson Pereira Fioresi, o já famoso “Pereirinha”, todo aí animadinho nesta foto fornecida pela família. Ele é filho de Deocléria e Ronnie Ano IX — Número 61


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O novo estilo do diretor da Metron Engenharia, Luiz Carlos de Menezes

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Este quarteto é bacana. Estamos falando dos irmãos Gustavo, Antônio “Tonho”, Rafael e Carlos “Keki” Brotto, com o pequeno Lucas, filho de Flávia e Rafael Brotto Em recente batizado na Igreja Santa Rita, Praia do Canto, o casal Bianca e Fabrício Buzatto teve a felicidade de abençoar o pequeno Luca, nos braços dos padrinhos Flávia e Rodrigo de Freitas. A cerimônia foi muito bonita e as famílias Martins e Buzatto compareceram em peso para prestigiar este belo ato de fé. Boa sorte, Luca! Que Deus te ilumine sempre. Na foto, Bianca Martins Buzatto, Flávia Vicente de Freitas, Rodrigo de Freitas e Fabrício Buzatto

A bela mamãe Larissa Toniato de Menezes irradiando alegria na festa do primeiro ano do filhão, Carlos Henrique. Os Backyardigans também foram convidados e fizeram o maior sucesso com o aniversariante. O Cerimonial Splash, em Laranjeiras, surpreendeu com uma bela chuva de papeis picados e bolinhas de sabão, no fim do parabéns, e com ambiente e atendimento de primeira Quem frequenta com assiduidade as missas da bela Igreja Santa Rita, na Praia do Canto, é o premiado cinegrafista Secundo Rezende, sempre bem acompanhado da esposa Luana e do filho Luiz Felipe. www.pedraazul.jor.br

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Oficinas Roteiros da Amazônia: oprtunidades para regiões carentes

Abrajet-PA promove turismo do Município de Cachoeira do Arari, na Ilha do Marajó

Texto de João Zuccaratto Presidente da Seccional Estado do Espírito Santo da Associação Brasileira de Jornalistas Especializados em Turismo — Abrajet-ES Foto de João Ramid Presidente da Seccional Estado do Pará da Associação Brasileira de Jornalistas Especializados em Turismo — Abrajet-PA

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A Associação Brasileira dos Jornalistas Especializados em Turismo tem como um dos seus objetivos principais a promoção da atividade do turismo, da cultura e da defesa e conservação do patrimônio histórico, cultural, artístico e turístico. Por tudo isto, só merece elogios iniciativas como a da seccional da entidade no Estado do Pará, que criou uma programação de oficinas voltadas a montar e doar roteiros turísticos para regiões onde esta atividade engatinha. Tive oportunidade de participar como convidado e palestrante da primeira que eles levaram a bom termo, desenvolvida na sede do Município de Cachoeira do Arari, no Centro da Ilha do Marajó, uma experiência que reputo como muito marcante. Não é toda hora que se tem a oportunidade de presenciar o alvorecer de um turismo mais organizado, melhor planejado, num ponto bastante carente de nossa Nação, situação que se repete por todos os cantos deste País. Tendo a frente o atual presidente da Abrajet-PA, João Ramid, e a diretora regional Benigna Soares, cerca de 25 jovens — estudantes, bacharéis, jornalistas etc. — se deslocaram de Belém até lá e aproveitaram os feriados da Semana Santa para se aprimorar um pouco mais e deixar algum legado à cidade que tão bem recebeu a todos. Herança que está se materializando em soluções que nada têm de mirabolantes, podendo ser replicada em todos os lugares. Depois de participarem de palestras cujos temas variaram desde a importância da comunicação para o turismo até o tratamento das fotos a serem utilizadas nesta divulgação — não deixando de fora a necessidade de se ter dados estatísticos confiáveis sobre a atividade, para se melhor planejar ações para a mesma —, eles se debruçaram sobre as técnicas de criação de roteiros e se comprometeram a dar suas contribuições sobre um blog que vai promover aquela região. Outra ação decisiva que resultou da iniciativa da Abrajet-PA está voltada à recuperação do Museu do Marajó, entidade que, sediada em Cachoeira do Arari, passou por período de total abandono. Com sua gestão recuperada pela comunidade local, a ideia agora é tornálo o mais conhecido possível, principalmente com a utilização da Internet, de modo a que se leve ao aumento da visitação e ao não esquecimento de sua existência por parte dos poderes públicos.

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Um dos subprodutos gerados pela da Oficina Roteiros da Amazônia, em Cachoeira do Arari, é um documentário sobre o estado do Museu do Marajó. Na foto, a equipe da Abrajet-PA entrevista o administrador do local Mais informações: www.museudomarajo.com.br

Museu do Marajó — Município de Cachoeira do Arari

Visitante é encorajado a tocar e mexer em parte do acervo da instituição Texto de João Zuccaratto Foto de João Ramid www.pedraazul.jor.br

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Maio 2011 2011 Maio O Museu do Marajó surpreende a todos que o visitam devido à sua proposta de interatividade, em que, ao contrário do que é usual em locais como esta, mundo afora, as pessoas são convidadas a tocar, a mexer, em parte do acervo voltado à educação de crianças, jovens e adultos. Criado pelo saudoso padre Giovanni Gallo — que o dirigiu por 20 anos até sua morte, em 2003, ele fica no Centro da cidade de Cachoeira do Arari, um dos 18 Municípios da Ilha do Marajó. O Museu do Marajó nasceu de modo informal, no ano de 1972, na casa em que o padre viva na cidade de Santa Cruz do Arari. Surgiu de peças que o missionário ganhava da população que atendia, e de coisas que ele mesmo encontrava aqui e ali, quando de suas muitas peregrinações pelas regiões próximas. Quando o religioso mudou-se para Cachoeira do Arari, conseguiu sensibilizar autoridades do próprio Município, e do Estado, que viabilizaram sua sede atual. Um acerto de dívidas de uma indústria de óleo com o Banco da Amazônia permitiu que o Governo estadual doasse à Associação que cuida do Museu um grande galpão que estava abandonado e a instalação oficial aconteceu em 1984. Já a Prefeitura da cidade, também com doações, incorporou àquele espaço áreas que hoje abrigam Capela de São Pedro, Casa do Artesanato e Escola Oficina, e que deverá abrigar Casa da Cerâmica, Casa da Cultura e um hotel. O Museu do Marajá foi aberto ao público em 8 de dezembro de 1984, mas sua inauguração oficial só se deu mesmo em 12 de dezembro de 1987. Como sociedade civil sem fins lucrativos, visa o desenvolvimento da comunidade marajoara através da cultura, fazendo parte do Conselho Nacional de Serviço Social, Conselho Nacional de Museus e do cadastro do Ministério da Cultura, tendo atestados de Utilidade Pública nos níveis municipal e estadual.

A Abrajet-PA contou com os seguintes patrocinadores para realizar a Oficina Roteiros da Amaônia no Município de Cachoeira do Arari • Amazon Image Bank • Companhia Paraense de Turismo — Paratur • Escola Estadual Delgado Leão • Fazenda São Vicente • Henvil Navegação • Hilton Belém Hotel • Museu do Marajó • Polo Turístico do Marajó • Pousada Marajó • Prefeitura de Cachoeira do Arari • Restaurante Fundo de Quintal www.pedraazul.jor.br

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Município de Cachoeira do Arari — Ilha do Marajó

Potencial turístico concentrado em atrativos naturais e festas religiosas Texto de João Zuccaratto Foto de João Ramid

Vista do Rio Arari a partir do ancoradouro existente no Centro da cidade de Cachoeira do Arari

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Cachoeira do Arari fica na região dos campos da Ilha do Marajó, à margem esquerda do rio Arari. Está a 75 quilômetros a Nordeste de Belém, em linha reta, sendo que parte do acesso se dá cruzando-se o braço Sul da foz do Rio Amazonas. Limitase, ao Norte, com os Municípios de Chaves, Soure e Santa Cruz do Arari; ao Sul, com a Baía do Marajó; a Leste, com o Município de Salva Terra; e, a Oeste, com o Município de Ponta de Pedras. Atualmente, além da sede, suas principais localidades são Câmara, Caracará e Retiro Grande. O clima é tropical, úmido, com chuvas e ventos regulares, sobre uma paisagem plana, com vegetação rasteira e mata pouco densa, com diversos níveis de terraço, ocupando uma área de quase 3 mil quilômetros quadrados. A temperatura média varia de 27 a 36 graus Célsius. Sua população está por volta de 16 mil habitantes, sendo 10 mil nas área urbanas. Seus primeiros habitantes foram os índios Aruãs, ligados aos Neengaíbas, chamados “Homens de Pacoval”. Mas a ocupação atual daquela região é bem mais recente. A Cachoeira do Arari atual surge da formação de pequenos

núcleos povoados no período colonial, organizados pela catequese feita pelos jesuítas. O Município foi fundado em 1747, pelo capitão-mor André Fernandes Gavinho. Tinha a denominação de Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Cachoeira, na dependência da Vila Nova de Marajó. Em 1833, o Governo do Pará modifica a divisão da Província. Vila Nova do Marajó acaba e Cachoeira do Arari é elevada à categoria de Vila. Em 1924, é elevada à categoria de cidade. A economia do Município está baseada na criação de bois e búfalos. Recentemente, recebeu plantadores de arroz expulsos da área da Reserva Raposo do Sol, em Roraima. A pesca também representa importante fonte de renda para a população. Seus maiores atrativos são todos naturais: praias fluviais de Aranaí e Chipaiá; rios Ararari, Caruará, Caracará, Aranaí, Chipaiá e Urubuguara —navegáveis, permitem acesso às principais localidades do município; Ilha das Pombas, onde está o Farol de Arari, que orienta a navegação na baia do Marajó; e o Lago Arari, com grande importância econômica. Como atrativos culturais, destacam-se Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, cuja construção foi iniciada em 1923, e que possui esculturas em estilo barroco; Solar dos Bahia, concluído em1938; e, Marco do Sesquicentenário da Cidade, de 1983, em forma de arco, com desenho em estilo marajoara, simbolizando a paz e a prosperidade. Infelizmente, a residência de Dalcídio Jurandir, um dos célebres escritores do Município, autor de “Chove nos Campos de Cachoeiras”, acabou demolida recentemente.

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Há sítios arqueológicos nas proximidades do Lago Arari, onde habitaram as tribos dos índios Aruãs e Marajoaras. Essas tribos construíram tesos — aterros artificiais —, dispostos sobre terrenos alagadiços, que serviam como local de habitação e cemitério. Entre os sítios mais conhecidos destaca-se o do Pacoval, explorado desde 1870. O espaço cultural mais conhecido é o Museu do Marajó. E entre as manifestações religiosas destacam-se os círios de Nossa Senhora da Conceição, São Sebastião, São Pedro e Santo Antônio.

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Cruzamento mais perigoso do trecho da BR 262 que corta o Estado do Espírito Santo

O cruzamento que se vê nesta foto é um dos pontos mais movimentados da BR 262 no trecho em que ela corta o Estado do Espírito Santo. Ele fica bem no Centro de Venda Nova do Imigrante e os sinais de trânsito ali intalados controlam, além do tráfego pesado da rodovia, o movimento dos carros que passam de um lado para outro da cidade e aqueles que se dirigem ou chegam pela estrada estadual ES 166, que faz a ligação com o Município de Castelo. A todo momento há acidentes no local, muitos deles com mortes, causados principamente por carretas que, em velocidades acima do que é permitido, não consegue parar, avançam na luz vermelha e atingem veículos pequenos que estão cruzando as pistas. O que a sociedade quer sabe é até quando terá de conviver com tal ameaça a seus filhos no quintal da própria casa. Prefeitura, Governo do Estado, Dnit: já passou da hora de se tomar uma providência mais séria. A população e os turistas não podem viver reféns de uma situação de perigo como esta. É importante observar que está foto não é minha, uma vez que foi baixada do site da Prefeitura de Venda Nova do Imigrante

Obrigado por não fumar! Texto de Vitor Buaiz Médico e coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas sobre o Álcool e Outras Drogas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo Quem procura as serras do Espírito Santo para um merecido descanso busca um ambiente saudável, um clima ameno e um ar que ajude a purificar os pulmões e oxigenar o sangue, além de um convívio com pessoas educadas. Foi o que fiz no período de Carnaval, sendo acolhido com toda a atenção e presteza em um hotel na região da Pedra Azul, uma das mais belas regiões de montanha do País, a qual frequento há mais de 40 anos. Entretanto, qual não foi minha surpresa ao observar que, durante os quatro dias em que ali estive, vários hospedes, a maioria mulheres, transformaram a entrada principal do hotel em fumódromo, para desespero e indignação dos que estavam próximos.

Minha sugestão, como médico e cidadão, é a de que estes estabelecimentos afixem um cartaz na entrada principal com dizeres sugestivos, tais como “Entre sem fumar”, “Ambiente livre de tabaco” ou “Obrigado por não fumar”. Para os mais fissurados, que insistem em fazê-lo, em último caso, recomendem um lugar afastado, que não seja próximo à mata, pois o perigo de incêndio é iminente.

Está comprovado cientificamente que o fumante passivo sofre muito mais a ação deletéria das substâncias tóxicas do cigarro sobre nosso sistema cardíaco e respiratório do que o próprio usuário do cigarro.

Esta conduta de proteção à saúde coletiva servirá de exemplo para crianças e jovens, e estimulará o tabagista a procurar orientação nos serviços de saúde.

E mais: o tabagismo é uma doença, pois evolui, ao longo dos anos, para um quadro de dependência química, à semelhança de todas as outras substâncias psicoativas, sejam elas lícitas ou ilícitas. www.pedraazul.jor.br

Na Europa, as autoridades sanitárias, preocupadas com o aumento do índice de doenças pulmonares, em especial o câncer, em fumantes passivos, está restringindo os espaços dos usuários do tabaco para além dos recintos fechados, estendendo estes limites às praias, aos parques e feiras livres.

Nossos pulmões e a natureza agradecem. 20

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