CRN Brasil - Ed. 284

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On the Records Alberto Leite Foto: Ricardo Benichio

Azeeras e outros produtos Em tempos de produtos indianos, chineses e outras nacionalidades que se dedicaram a trabalhar muito nos últimos anos, mesmo sendo colocadas numa lista chamada emergentes, digo com toda a força: acredito nessa gente. Na última festa do Oscar, aliás parecida realmente com Bollywood, percebi a força de nossos países, pequenos, grandes, mas cheios de graça, raça, simpatia e humildade, loucos para atingir a maioridade. Loucos para poder olhar um dia para os filhos e dizer que a escola, o hospital, o dentista e o transporte estão pagos no imposto. Participei de um painel um dia desses com alguns CIOs, realizado pela Nortel e, de repente, um deles diz que está trocando grande parte das tecnologias instaladas em sua empresa, e que o deixam preso, para soluções mais abertas. Sem caixa preta como ele mesmo disse. A coisa chegou em um ponto que passo a olhar todos os produtos do lado de lá com bons olhos. Essa coisa toda de empresas americanas quebrando e os seus executivos pedindo ajuda ao governo, chegando em jatos caríssimos me soa estranho. Como um carro como o azeera pode custar um terço de um Mercedes com todos os diferenciais, acessórios, garantias de cinco anos e ter margem positiva? Seriam eles os errados ou aqueles que possuem executivos em suas folhas que ganham mais do que a Madonna? Enfim, coisas para pensar quando se está diante de um negócio que se chama Budget e outro que se chama crise. Todos os dados apontam que o Brasil deve retomar crescimento ainda em 2010, o que mostra que devemos ter cautela em comprar e em cortar. Sobre cortes percebi que a maior parte das empresa cortou gente. Alguns por necessidade, outros por performance, outros por moda. A moda pegou. De repente, entrevisto esta semana uma garota talentosíssima, de origem venezuelana, e que me diz que os brasileiros não a contratam porque preferem dar espaço aos brasileiros desempregados. Enfim, que mundo louco é esse. Se fizerem isso nos Estados Unidos, um grupinho de uns dois milhões de brasileiros voltam para cá. O nosso mundo, das revendas, precisa estar alerta. Tem gente que gosta de nós, tem gente que odeia. Ouvi de algumas empresa que agora procuram soluções direto com fabricantes para poder baratear, sem intermediários. Ri, sem entender a conta maluca que viria em seguida. Outros que cortam na raiz TI e marketing, julgando fazer o melhor para a felicidade da nação. A felicidade da nação não se mede no simples corte, mas no corte preciso, cirúrgico. Se o corte é violento é daqueles que deveria ter sido feito sem crise. Era inevitável. Vejo então o anúncio do Azeera e fico besta. O carro tem tudo, só falta o motorista. Você. E eles ainda comparam com os caros. Impressionante. Simplesmente impressionante. Hoje visitei um amigo da are hospitalar que criou um produto tão completo e barato que batizou de azeera. Ri de novo, porém feliz desta vez. Feliz por ver que a criatividade do brasileiro desta vez está sendo usada para o bem. O bem do povo e a felicidade geral da nação. Alberto Leite é Diretor-Executivo e Publisher da IT Mídia S.A aleite@itmidia.com.br

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1ª quinzena de março 2009 n www.crn.com.br

3/6/09 6:35:36 PM


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